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Editorial
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Expediente
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24 19 Economia
Hirally Clinton no Oriente MĂŠdio
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Hosni Mubarak
PolĂtica
Fevereiro 6a. edição >> FEV/2011
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Wikileasks alcança Nelson Jobim
Carreira e Negócios
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MyFord Mobile - aplicativo do Ford Focus
Colunistas Colaboradores nesta edição
Maurício A. Costa
44 Alexandre Pontieri 51 Claudio Leal 53 NOSSA CAPA
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Nossa Antena
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EDITORIAL Angela Merkel a mulher mais poderosa do mundo, segundo revista Forbes , em 2009, juntamente com a não menos poderosa Hillary Clinton, ratificaram o pedido ao presidente egípcio, Hosni Mubarak, para que ele inicie o processo de transição democrática no país O apelo de Hillary e Merkel ocorre no momento que caiu a cúpula governista – inclusive Gamal Mubarak, filho do presidente – e que as manifestantes mantêm os protestos contra o governo. Por aqui a presidente Dilma Roussef ligou para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e depois de uma manhã intensa de trabalho. Ele achou que poderia tirar uma horinha de almoço. Sentou-se em um restaurante e, em menos de 15 minutos, recebeu um telefonema de Dilma. Ele disse que estava terminando de comer, e ela respondeu, em tom de ironia: “Embrulha e traga para comer aqui. Não tem comida no seu ministério, não?”. Cardozo deu uma gargalhada, deixou o prato na mesa e voltou ao Palácio do Planalto. O que diriam Manoel Lopes Rodrigues, Mendes Fradique, Saldanha Marinho, Rui Barbosa e outros tantos intelectuais da época da proclamação da República? Não resta dúvida que a história é cíclica. Militares depuseram o Imperador, com medo de que uma mulher governasse o Brasil, mais tarde militares tentaram impedir uma mulher lutadora e com ganas de libertar sua terra do escravagismo militar e hoje esta mulher senta-se na cadeira presidencial. Na verdade, ao que se percebe, tudo indica que as mulheres vieram para ficar no poder. O ano 2010 foi um ano feminino, por excelência e 2011 também não parece querer mudar este panorama.
EXPEDIENTE
ANO 01 - EDIÇÃO 05 Edição, Produção e Publicação BOLETIM CULT REPORTAGEM E EDIÇÃO Silvia Regina Pellegrino Freitas da Rocha PROGRAMAÇÃO VISUAL Eduardo Schubert JORNALISTA RESPONSÁVEL Isabelle Soares REVISÃO DE TEXTOS Paulo Roberto Freitas da Rocha Envio de e-mails 150.000 personalizados CONTATO comercial@boletimcult.com.br fone:(41) 3538-7868
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A REPÚBLICA DE SAIA No artigo de Isabel Lustosa ela fala da Repú-
MUSEU DE ARTE DA BAHIA, SALVADOR
blica de meus sonhos E se reporta a um artigo publicado na imprensa nos anos 20, por Mendes Fradique, um humorista muito popular à época. Jamais levou a sério as mudanças ocorridas no Brasil, dizendo que o país vivia a beira do abismo.
MUSEU DE ARTE DA BAHIA, SALVA-
DOR
Uma das representações simbólicas
da República no fim do século XIX, para celebrar o novo regimeA República, óleo sobre tela, Manoel Lopes Rodrigues, 1896 Publicou um artigo dizendo que esse diagnóstico levou a várias tentativas de mudança, das quais as mais profundas se relacionaram com a troca de regime: de colônia para monarquia independente e de monarquia para República. No entanto, a República, que durante o Império foi tida como a solução para os problemas do país, depois de
Uma das representações simbólicas da República no fim do século XIX,
proclamada provocou a frase de um dos
para celebrar o novo regimeA República, óleo sobre tela, Manoel Lopes Rodrigues, 1896o novo regimeA República, óleo sobre tela, Manoel Lopes Rodrigues, 1896
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seus mais antigos defensores, Saldanha Marinho: “Essa não é a República dos meus sonhos”. O que diriam esses senhores se hoje vissem sentados na cadeira da Presidência da República uma mulher – Dilma Roussef. Seria mesmo apenas a economia que ditava a mudança? Ou os ideais machistas de civis e militares foram o combustível para que o movimento deslanchasse em 15 de novembro de 1889. Ninguém perdoou o ato de uma mulher em abolir a escravatura no Brasil.
Outro ideal quase sempre associado ao sonho republicano, a federação, também se realizou com a proclamação da República. No entanto, um de seus maiores defensores, Rui Barbosa, poderia imitar Saldanha Marinho, dizendo: “Este não é federalismo dos meus sonhos”. Pois o sistema que, rompendo a tradição centralista da monarquia, deveria ser fator de progresso para as províncias, propiciou o abandono das regiões pobres do país
ao poder discrionário de coronéis. No entanto, culpavam e culparam por anos a fio, o ato da Princesa Isabel como um atraso na economia do Brasil, ao retirar a mão escrava do plantio do café. Agora aí temos Dilma Roussef em seus primeiros dias no Palácio do Planalto, a presidente imprime ritmo intenso de trabalho e já deixa sua marca Em breve o trabalho da presidente no Palácio do Planalto, entrou num ritmo bem frenético bem ao estilo da sucessora de Lula. Quando Luiz Inácio Lula da Silva presidia o expediente começava na segunda e tinha um ritmo mais lento. Com a nova presidente extremante rigorosa com o andamento de tarefas que delega, há, entre o funcionalismo, quem já esteja lamentando, pelos corredores, que “a paz acabou”. Um dos que experimentaram a austeridade profissional da presidente foi o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Logo na segunda-feira, após a posse, e depois de uma manhã intensa de trabalho, ele achou que poderia tirar uma horinha de almoço. Sentouse em um restaurante e, em menos de 15 minutos, recebeu um telefonema de Dilma. Ele disse que estava terminando de comer, e ela respondeu, em tom de ironia: “Embrulha e traga para comer aqui. Não tem comida no seu ministério, não?”. Cardozo deu uma gargalhada, deixou o prato na mesa e voltou ao Palácio do Planalto. O que diriam Mendes Fradique ,Saldanha Marinho, Rui Barbosa e outros tantos intelectuais da época da proclamação da República? Em Brasília, há várias histórias — do tempo em que Dilma era ministra-chefe do
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governo Lula — de broncas em reuniões.
ela pede a seus assessores para enco-
Ela delega tarefas e cobra prazos. Sempre
mendar refeições para todos que este-
sabe o que foi discutido porque mantém
jam em reunião com ela.
ata dos encontros. Fica irritada quando alguém fala do que não conhece ou não sabe uma resposta que deveria saber. Também está sempe acompanhada de seu
À LA DILMA O prato preferido
laptop — na primeira semana, em uma reunião com ministros, tinha dois. O próprio Lula
contou
que
O prato preferido da presidenta é italiano: polpetone. Em Brasília, um de seus restaurantes prediletos é o Villa Tevere,
quando a conheceu,
onde a chef Suzana Les-
no final de 2002,
te prepara o polpetone
quando ele se pre-
que Dilma tanto gos-
parava para assumir
ta: feito de filé mignon
a Presidência e bus-
moído, recheado de
cava uma ministra
mozarela, com molho
de Minas e Ener-
de tomate e gratinado
gia, a então secretária
com parmesão ralado
de Minas e Energia do Rio Grande do Sul chegou à sua sala com um computador portátil, e mostrou eficiência e segurança no tema. Conquistou Lula. Na semana passada, Dilma chegou ao Planalto sempre por volta das 9h e não saiu nem para almoçar — com bem percebeu Cardozo. Não são raras as vezes em que
— e salada verde de acompanhamento. Mineira, a petista também não dispensa pão de queijo.
O penteado Celso Kamura, cabeleireiro e maquiador que faz consultoria para a presidenta, revela que a cor de batom preferida de Dil-
ma Rousseff é vermelho com tom de cereja. Nas unhas, ela mantém os esmaltes em tons claros, como branco e bege, com acabamento natural. Marca registrada de Dilma, o cabelo curto e modelado para o alto é prático. “Corto de dois em dois meses e faço luzes bem fininhas para iluminar”, conta Kamura. A escritora Henny Ribeiro, de 79 anos, é adepta do penteado. Para fazê-lo, escove o cabelo para alto. Prenda as mechas do alto da cabeça com rolinhos pequenos, passe fixador em spray e deixe por 15 minutos. Retire os rolos e desfie todo o cabelo com um pente fino. Modele usando o fixador, ensina o cabeleireiro Sid Giovanni, do Espaço Glecciano Luz, na Barra da Tijuca. Para alguns especialistas o estilo de Dilma só aparecerá em três meses. Na verdade a presidente Dilma Rous seff se dedicou desde a primeira semana do seu governo a reuniões com ministros e assessores, conversas com líderes partidários e representantes do Judiciário,
além de audiências com autoridades estrangeiras. A rotina foi semelhante imprimida por ela, quando ministra-chefe do governo anterior. Seu ritmo é um pouco diverso de seus antecessores os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso. No próximo dia 14, Dil-
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ma fez a primeira reunião ministerial.
planejamento e execução de medidas para mostrar resultados o mais rápido possível”,
Cientistas políticos afirmam à Agência Brasil que só daqui a três meses será possível fazer as distinções entre o estilo Dilma, Lula e Fernando Henrique. Será? Para os especialistas, a primeira etapa de governo é sempre dedicada às negociações e a aplacar as tensões entre os partidos da base aliada. “Mais atrás, no governo Fernando Henrique Cardoso, houve a mesma coisa. O presidente tem que, primeiro, compor o grupo executivo, o segundo e terceiro escalão. Essa negociação fica tensa
completou.
quando os partidos começam a dividir o micro-espaço, o que começa a acon-
Nos primeiros oito dias como presidenta,
tecer agora”, afirmou o cientista político
Dilma recebeu, em seu gabinete, 14 dos 37
Antônio Flávio Testa, que é pesquisador
ministros que compõem sua equipe. Tam-
em várias instituições acadêmicas.
bém houve tempo de conversar com líderes políticos estrangeiros, os presidentes do
O cientista político da Universidade de
Senado, José Sarney (PMDB-AP), da Câmara,
Brasília (UnB) Leonardo Barreto disse
Marco Maia (PT-RS) e do Supremo Tribunal
que negociar é a palavra de ordem. “(A
Federal, Cezar Peluso.
presidenta) tem de negociar primeiro para depois aparecer nas cerimônias”,
Em 2003, logo que assumiu o governo, Lula
afirmou. “Existe uma espécie de insti-
teve uma rotina semelhante a de Dilma. O
tuição informal de que há uma lua-de-
então presidente recebeu os novos minis-
mel que dura 100 dias e, dependendo
tros, conversou com senadores e deputa-
do que se faz, isso fica marcado para o
dos, e ainda fez reuniões com autoridades
resto do mandato. Existe uma parte de
estrangeiras.
calista, fez com que ele tivesse uma forma Porém, Testa afirmou que depois dos 90 dias
compartilhada de tomar decisões”, disse.
inicias do governo, Dilma já terá imprimido
O professor da UnB ressaltou ainda que há
a sua própria maneira de governar. “Ela (Dil-
diferenças já conhecidas nos estilos de Dil-
ma Rousseff ) vai ser mais pragmática e co-
ma e Lula. “A Dilma é de uma escola diferen-
brar resultados. [Acredito que ela] vai ter um
te. Tem uma pequena assessoria que a cerca
governo mais gerencial, com metas, como
e ela a consulta, mas as decisões são dela.
na administração privada. Já o Lula era emi-
Essa é a principal diferença”, afirmou.
nentemente
político”,
disse, lembrando que a presidenta terá de “saber lidar com as questões políticas”. O
cientista
político
acrescentou ainda que “(a presidenta) vai ter que aprender a ser política no sentido de ‘negociar’. Ela tem fama de ser boa gestora, mas se em três meses não apare- c e r e m resultados, a imagem (dela) começa a ser arranhada. Tem que administrar com o Congresso e com sua equipe“. Para Leonardo Barreto, a maior diferença entre Lula e Dilma será na forma de tomar decisões. “Lula escutava muito, raramente tomava uma decisão de forma autocrática”, afirmou citando a criação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. “A formação política, o assembleísmo do sindi-
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Declaração do IR exigirá atenção maior com saúde Deduções de despesas médicas ficarão mais complicadas este ano para contribuintes, por conta de aperto da Receita 09.01.2011 O acerto de contas com o Leão este ano exigirá cuidados a mais por parte dos contribuintes. Deduções com gastos de saúde receberão maior atenção da Receita Federal, que terá mais informações para cruzar desta vez. Entra em vigor a obrigatoriedade de empresas e profissionais da área enviarem a Dmed (Declaração de Serviços Médicos). Os gastos dos planos de saúde de empregados também deverão ser mais detalhados. Até o programa está mais minucioso quanto aos procedimentos médicos. Segundo Heloisa Harumi Motoki, consultora tributária da Confirp Contabilidade, a alteração que deve impactar a declaração deste ano diz respeito a quem tem plano de saúde empresarial. Em vez do demonstrativo genérico com o que foi descontado ao longo do ano, empresas terão que informar à Receita se a despesa foi em nome do empregado ou de um dependente. Como nem sempre o órgão federal reconhece o direito de parentes incluídos nos planos, os valores a serem deduzidos podem cair. “Antes, a Receita não tinha muito como questionar esse tipo de informação, mas agora terá”, afirma a especialista. Mas não é só em relação às despesas dos planos que o cuidado com os dependentes tem que estar presente. Mesmo que pague procedi-
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mento para um familiar que não é considerado dependente pela Receita, o gasto não pode ser incluído. A possibilidade de eventuais erros serem descobertos vai aumentar com a Dmed, que traz dados dos pacientes e de quem custeou os tratamentos. Médicos, dentistas, clínicas e hospitais estão tendo que rever seus arquivos para entregar todos os dados até 28 de fevereiro. A obrigatoriedade mexe com a rotina dos estabelecimentos de saúde, que muitas vezes não tinham sistema informatizado que incluísse tal nível de detalhamento. Como não há limite de dedução, os gastos com saúde recebem a cada ano maior atenção por parte da Receita. Em 2009, por exemplo, cerca de 1 milhão de contribuintes caíram na malha fina, em grande parte por causa de irregularidades
nesse campo. Em 2010, o número caiu para 700 mil.
Análise do programa de teste já disponibilizado pela Receita feita pela Confirp mostra que mudou a codificação dos gastos, que agora precisam ser especificados pelo tipo de atendimento.
Organização evita correria e permite requerer segundas vias Uma das principais recomendações dos especialistas aos brasileiros que terão que fazer a declaração do IR é que se organizem com antecedência para a prestação de contas. O momento é oportuno para reunir todos os recibos das despesas, já que, caso não ache algum documento, há tempo para reencontrá-lo ou requerer uma segunda via. A professora e consultora Monica Roberta Silva, 42 anos, não perdeu tempo e guardou em pasta todos os papéis necessários. Ela escolheu o modelo de declaração completa. “Apesar de ser mais trabalhosa, é a mais indicada para o meu caso. Já pago um valor alto de imposto porque tenho mais de um emprego e preciso abater os gastos com o plano de saúde”, conta ela. O diretor de Estudos Técnicos do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco), Luiz Benedito, explica que nem todas as despesas são dedutíveis. Enquanto remédios e vacinas compradas em farmácias não entram na conta, medicamentos fornecidos nos tratamentos hospitalares podem abater o imposto devido. Próteses também podem ser incluídas pelos contribuintes, que têm direito a deduzir também cirurgias plásticas. “A Receita sempre cruzou informações dos declarantes com as dos médicos. A checagem sempre foi feita, mas agora ocorrerá de forma mais específica”, alerta o diretor. Outra novidade da declaração deste ano é a possibilidade de inclusão de companheiro ou companheira de casal do mesmo sexo como dependente. Segundo Benedito, o preenchimento deve ser feito como o de casais heterossexuais. A inclusão compensa, se o valor de todas as deduções for superior à renda anual do parceiro que ganhar menos.
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Pressão dos EUA às negociações entre Governo egípcio e a oposição A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, chamou a atenção para o “risco de caos” no Médio Oriente por causa da conjuntura de revolta popular, ao mesmo tempo que reafirmou o seu apoio ao “processo de transição
anun-
ciado pelo atual Governo egípcio, liderado na prática
pelo
novo
vice-presidente, Omar Suleiman”. “Sem
progresso
no sentido de sistemas [políticos] abertos e responsáveis, o fosso entre o povo e os governantes vai aumentar e a instabilidade agravar-se” e, por isso, diz, o progresso no Médio Oriente deve ser “evidente e real”. Para a secretária de Estado dos EUA, que falava na 47.ª Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha, onde estavam reunidos vários líderes mundiais, que se têm pronunciado sobre a revolução no Egipto, é normal que os jovens de 30 anos – uma parte muito importante
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nos países árabes – “exijam governos mais eficazes”, de acordo com as suas preocupações. No dia cinco de fevereiro o Governo do Presidente egípcio, Hosni Mubarak, anunciou um encontro entre Omar Suleiman e dois partidos da oposição, . Mas o processo de transição avança a velocidades diferentes de país para país, sublinhou, numa referência aos contextos diferentes em que aconteceu a revolução na Tunísia, que fez cair o Presidente Zine El Abidine Ben Ali, e a revolta popular egípcia, onde Hosni Mubarak anunciou que não vai renunciar. E por isso frisou a necessidade de economia e democracia convergirem no mesmo sentido na região, numa altura em que uma “tempestade” política pode acontecer. A transição “só pode funcionar se for deliberada, concertada e transparente”, disse. Tanto que a história mostra que o contrário – uma previsível instabilidade política e social a curto prazo – pnão pode ser incluído. A possibilidade de eventuais erros serem descobertos vai aumentar com a Dmed, que traz dados dos pacientes e de quem custeou os tratamentos. Médicos,
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dentistas, clínicas e hospitais estão tendo que rever seus arquivos para entregar todos os dados até 28 de fevereiro. A obrigatoriedade mexe com a rotina dos estabelecimentos de saúde, que muitas vezes não tinham sistema informatizado que incluísse tal nível de detalhamento. Como não há limite de dedução, os gastos com saúde recebem a cada ano maior atenção por parte da Receita. Em 2009, por exemplo, cerca de 1 milhão de contribuintes caíram na malha fina, em grande parte por causa de irregularidades nesse campo. Em 2010, O professor do departamento de línguas orientais da Universidade de São Paulo Mamede Mustafa Jarouche está no Cairo, capital do Egito, e relatou à imprensa mundial a tensão da população da cidade diante das manifestações que pedem a queda do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder. Na quarta-feira (2/2), pelo menos uma pessoa morreu e mais de 600 ficaram feridas após os confrontos, segundo comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde do país. “A situação está tensa na cidade e é possível ouvir tiros de vez em quando”, disse Jarouche. “Os comitês populares estão vigiando cada quarteirão para impedir que os bandidos que a polícia do governo Mubarak soltou para aterrorizar a população invadam, prejudiquem ou matem alguém.” Jarouche referia-se a milicianos pró-Mubarak que, em trajes civis, enfrentaram os manifestantes que pedem o fim do regime. Jarouche informou ainda ter sido alertado para que não deixasse o
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hotel em que está hospedado (que fica a dez minutos da praça Tahrir). Com isso, segue confinado, à espera de uma melhora da situação. “Eu estou sozinho e ontem esqueci de comprar comida. Estou com uma garrafa d’água aqui e o comércio está todo fechado”, completou. Apesar do embaixador brasileiro, Cesário Melantonio Neto, ter descartado na segunda-feira (02/01), em entrevista à Agência Brasil, a possibilidade de uma revolução islâmica no país, a exemplo do que ocorreu no Irã, em 1979, agora o diplomata alerta que a tensão nas cidades egípcias aumenta a cada dia e que é impossível prever o fim da crise política decorrente das manifestações que exigem a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak. O embaixador brasileiro no Cairo, Cesário Melantonio Neto, insistiu para que os residentes e turistas continuem a manter contato com a representação brasileira. ´Estamos dando todo o apoio necessário nesse momento. As companhias áreas continuam operando normalmente e quem quiser pode sair do país, sem problemas. Os turistas brasileiros que entraram em contato conosco já saíram e a nossa comunidade é pequena se comparada a de países europeus, à da Índia e à da China`, afirmou o diplomata. Portas trancadas, janelas fechadas e uma longa espera por notícias. Essa tem sido a rotina dos brasileiros que vivem no Egito enquanto aguardam o desfecho da crise no país, onde protestos e cenas de violência se multiplicaram nos últimos dias. A embaixada brasileira no Cairo trabalha sob pressão e conta apenas com quatro funcionários
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para atender aos pedidos de turistas e residentes. Quem ainda não conseguiu voltar para o Brasil reclama da falta de assistência do Itamaraty e de apoio do governo brasileiro.
O fenômeno Wikileaks e a transparência política Nos últimos meses, têm causado furor as divulgações da organização Wikileaks, revelando informações diplomáticas sigilosas de vários países. Tamanhas revelações geraram revolta nos governos mais atingidos, sobretudo os Estados Unidos, que exigem o fechamento do site e a devolução dos documentos vazados. Novamente entrou em cena a discussão sobre a liberdade de expressão, com o risco de uma onda protecionista na internet. Com esse fato, é importante que nos coloquemos diante de questões sobre a vida pública e a transparência que essa exige, bem como os limites éticos em relação à vida privada. Sobre a vida privada, como já denunciava Michel Foucault e o seu panoptismo, nota-se que seus limites foram bastante diminuídos nas últimas décadas e as pessoas são cada vez mais observadas. Contudo, não entrarei nessa questão. Sobre a vida pública, sobretudo em regimes democráticos, é preciso destacar que essa exige transparência. O Wikileaks abriu a caixa preta de muitas operações - diplomáticas e militares - realizadas nos últimos anos e a reação gerada foi de constrangimento e de necessidade de proteção. O rei está nu. É do conhe-
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cimento geral que nos bastidores da política são emitidas declarações e decisões que ferem a ética e não respeitam o ser humano; em paralelo, é do conhecimento histórico que a humanidade evoluiu na constituição de seus direitos e na proteção de sua espécie. São dois conhecimentos que se justapõem, mas que são vividos na mais falsa harmonia. O “Top Secret” ou decisões que influem diretamente na vida (e na morte) de muitos cidadãos comuns, que nada ou pouco têm a ver com quem toma tais decisões, continua a permear o mundo diplomático e as supostas democracias modernas. Recentemente foi lançado um documentário (“Wikirebels”) que explica bem como nasceu e se desenvolveu a organização Wikileaks, esclarecendo os passos tomados pela organização nos últimos anos. Algumas informações são no mínimo curiosas, como o interesse inicial de governos numa ferramenta como essa. Não é preciso dizer que tal interesse durou até o momento em que os mesmos governos foram importunados com revelações estarrecedoras sobre suas próprias ações, como os crimes de guerra cometidos pelas Forças Armadas dos Estados Unidos no Iraque. A vida pública exige transparência, sobretudo no que tange à vida de seres humanos e à preservação de seus direitos. Com isso, pessoas públicas, órgãos e governos não podem fazer o que bem entendem, a favor unicamente de seus interesses nacionais ou corporativos. O debate está aberto e aceso em diversos canais da internet. Dê a sua contribuição e manifeste-se você também. Uma boa dica é assistir ao documentário mencionado, que disponibilizo logo abaixo. Dura cerca de uma hora e está dividido em quatro partes, que podem ser vistas clicando nas setas laterais ou esperando que se abram automaticamente após o término de uma parte anterior. Bom filme e boas reflexões!
Jobim e Wikileaks No início de janeiro de 2011, telegramas divulgados pelo Wikileaks indicam que o ministro da Defesa, do Governo Brasileiro, Nelson Jobim, barrou a adesão total do Brasil ao Protocolo Adicional do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, que permitiria inspeções mais abrangentes no País, ao contrário do desejo do Ministério das Relações Exteriores. O Brasil aderiu apenas a “acréscimos” do tratado. Em 2009, o ministro disse ao então embaixador americano Clifford Sobel que toda discussão sobre as inspeções nucleares deveria ser feita por intermédio dele, e não do Itamaraty, de acordo com o Wikileaks. Jobim ainda impediu um encontro entre a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e o cientista Dalton Ellery Barroso, pesquisador do Centro Tecnológico do Exército. As informações são do jornal Folha de S.Paulo. Barroso é autor de um livro que desvenda o funcionamento de uma ogiva americana. A AIEA investigava se ele conseguiu as informações sobre a bomba com um cientista estrangeiro ou se testou a explosão em laboratório - ambos os casos são violações ao tratado. Segundo a reportagem, o Itamaraty tentou facilitar o encontro, mas Jobim vetou essa possibilidade. Um relatório da Defesa dizia à agência que Barroso obteve informações que circulavam livremente na internet e as completou com seus próprios cálculos. O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares impede que países participantes do acordo e que não tenham armas nucleares as criem.
App Store vende mais de 1 milhão de aplicativos em estreia A montadora americana Ford apresentou na sexta-feira, 7 de janeiro, em Las Vegas a versão elétrica do Ford Focus, que
tem
lançamen-
to previsto ao mercado dos Estados Unidos para 2012, enquanto os europeus terão de esperar até o ano seguinte para usufruí-lo. O veículo, que ainda não tem valor divulgado, tem autonomia de 160 quilômetros, com velocidade máxima de 135 km/h. O diretor-executivo da Ford, Alan Mulally, foi o encarregado de divulgar o protótipo do Focus elétrico em uma cerimônia realizada na feira tecnológica Consumer Electronics Show (CES), que ocorre em Las Vegas. Mulally disse que a companhia apostou decididamente em desenvolver o mercado do automóvel elétrico nos próximos anos, buscando
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que o subsetor abranja até 25% do negócio da Ford em 2020. O novo Ford Focus é impulsionado por um motor abastecido por baterias de íon de lítio, gerando uma potência equivalente a 123 cavalos. Suas baterias levam três horas para recarregar. Sempre que alguma empresa anuncia um veículo elétrico, o que surge na imaginação dos consumidores são imagens de protótipos futuristas e pouco parecidos com os carros que realmente chamam a atenção. A Ford está prestes a mudar esta história, pois acaba de apresentar o seu primeiro modelo elétrico: o Ford Focus, já conhecido dos amantes de carros. Ao contrário de alguns modelos que já começaram a ser vendidos, o Ford Focus (previsto para março deste ano) não conta com um motor de combustão reserva, apenas os motores elétricos estão disponíveis. A bateria de Li-ion de alta voltagem conta com a potência de até 23 KW. A Ford promete até 155 quilômetros de autonomia antes que uma recarga seja necessária. O mais interessante do Ford Focus elétrico é o sistema de regeneração energética. Isso significa que os veículos ganham carga extra no momento da frenagem e utilizam este recurso para gerar mais potência na aceleração.
Ford lança aplicativo para smartphones Software monitora funções de carro elétrico e informa o usuário pelo celular.
A Ford, pioneira montadora de carros, anunciou em 7 de fevereiro o lançamento de um aplicativo para o monitoramento de carros elétricos por meio de smartphones. O aplicativo apelidado de MyFord Mobile, a princípio, é compatível apenas com o modelo Focus Electric da marca e opera nas plataformas iOS, Android e BlackBerry. De acordo com a publicação da fabricante, o programa permite que o usuário obtenha informações sobre a situação da bateria ou configurar a temperatura interna do veículo. Além disso, é possível encontrar o carro, caso este tenha sido perdido ou extraviado, por meio do sistema GPS integrado. A empresa explicitou que é possível ir além com o MyFord Mobile. O usuário pode programar paradas em viagens, localizar estações de carregamento para o Focus e definir tarefas para especificações elétricas do veículo. O preço para o aplicativo não foi abordado na apresentação da Ford.
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O melhor momento para pedir aumento de salário Janeiro continua sendo o principal mês para crescer na carreira, mas aquecimento da economia fez oportunidades se diluírem ao longo do ano carro, A economia está em alta e seus superiores nunca estiveram tão otimistas com os negócios da empresa. Agora, em termos salariais, você (ainda) está sonhando com o momento em que irá participar deste momento histórico? Mas, calma. Antes de rumar para a sala do chefe e perguntar pelo incremento na remuneração vale lembrar que para tudo há um tempo certo - inclusive quando o assunto é promoções na carreira e aumento salarial. Pelo menos é o que indica pesquisa recente elaborada pela rede profissional LinkedIn. Com base nos dados de 90 milhões de usuários ao redor do mundo nas duas últimas décadas, a empresa constatou que janeiro continua sendo o mês com maior concentração de promoções. E, portanto, o momento mais propício para mirar os olhos da chefia e conversar sobre o seu futuro profissional (e salarial). “É um dado histórico. Boa parte das empresas aproveitam este período para concluir as avaliações de desempenho dos funcionários e fechar seus planos estratégicos. Neste contexto que são oferecidos os aumentos sa-
lariais”, diz Fátima Motta, sócio diretora da FM consultores e professora do núcleo de gestão de pessoas da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Agora, não se apavore caso janeiro tenha passado sem qualquer indício de uma maior robustez salarial em 2011. A pesquisa revela que, na última década, o número de promoções diminuiu proporcionalmente no primeiro mês e se diluiu ao longo de outros períodos do ano. Para se ter uma ideia, durante a década de 90, segundo o estudo, 22% das promoções aconteciam em janeiro. A partir da última década, este índice caiu para 16%. “Isso está muito relacionado com planejamento estratégico. Se as metas foram superadas no trimestre e há profissionais que ela corre o risco de perder, uma das estratégias é aumentar o salário”, diz André Asseff, diretor da Desix.
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com o dIn no país. ros de promoções dícios de como o se comportado
Nesse caso, a concentração varia de acordo com o país e área de atuação. Por exemplo, depois de janeiro, junho e julho são os meses em que mais pessoas foram promovidas nos Estados Unidos. Na Índia, abril foi o mês vice-campeão de movimentações no mercado de trabalho. Os dados referentes à realidade do Brasil ainda não foram contabilizados, mas devem ser divulgados em breve, de acordo representante do LinkeMesmo assim, os númepor setor dão alguns inmercado de trabalho tem em território nacional.
Por exemplo, a área de tecnologia da informação segue o padrão trimestral de movimentação. Nesse setor, de acordo com o estudo, durante a última década houve maior número de promoções no início de cada trimestre. Mas isso varia conforme a característica de cada mercado. No setor de Ensino Superior, por exemplo, as movimentações de carreira ficaram mais intensas durante as férias de verão de países como Estados Unidos e Inglaterra.
Para o diretor da Desix, a diluição das promoções ao longo do ano no caso do Brasil é uma provável consequência do atual cenário econômico e social do país. “De um lado, há uma carência profunda de profissionais qualificados. De outro, uma geração que quer resultados de carreira imediatos”, afirma Asseff. “Se combinado a isso, há uma pressão por entrega de projetos e bom desempenho, então realmente haverá promoções ou aumentos salariais ao longo do ano”.
Bom senso Mas isso, segundo ele, varia de acordo com a política de movimentação de carreira de cada empresa. Em algumas, os critérios são mais rígidos. Nessas, em nome da manutenção da cultura organizacional, é possível sim que um bom funcionário tenho um pedido de aumento salarial negado. Por isso, a regra de ouro para quem pretende negociar um crescimento na hierarquia dentro na empresa (ou um reajuste no salário) é compreender muito bem qual o contexto de negócios em que ela está inserida. Ou seja, é preciso saber quais são as políticas que norteiam as decisões dos gestores e, principalmente, qual a realidade do mercado. “Às vezes, o seu pacote de remuneração está de acordo com o oferecido em outras empresas. Então, isso não justificaria um aumento por si só”, diz Fabiano Caxito, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA) e autor do livro “Não deixo a vida me levar, a vida levo eu!” (Editora Saraiva). Bom senso também é essencial. Isso porque, muitas vezes, os profissionais podem tender a uma espécie de narcisismo além da conta e “pensar que é um peça chave para a empresa, quando na verdade não é”, diz Asseff. Por isso, vale fazer um “check-up” da sua atuação como profissional. “Se você fez o que foi pedido, então está sendo pago de acordo com o que foi combinado”, diz Fátima, da ESPM. “O reconhecimento só pode vir quando seu desempenho vai além daquilo que era esperado”. Para ela, nesses casos, o profissional nem precisa entrar com o pedido de promoção ou aumento. Bons gestores estão sempre atentos a pessoas com este perfil. Mas se este não for o caso do seu setor, a solução é negociar de maneira assertiva e objetiva. Em outras palavras, nada de blefar, reclamar ou choramingar como se estives-
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se pedindo esmola. A dica é pensar em uma argumentação sólida, baseada em dados e fatos relevantes para a companhia.
Google abrirá 100 vagas no Brasil este ano Até o final de 2011, o Google pretende aumentar em 50% o número de funcionários em toda América Latina. É o que afirmou Mônica Santos, diretora de RH para o Google América Latina, em entrevista à EXAME.com. Ao todo, a empresa deve recrutar 200 profissionais. De acordo com a executiva, esse é o maior número de contratações desde que o Google começou a atuar na América Latina, com a inauguração do escritório brasileiro em 2005. Esse volume segue uma tendência mundial da companhia que pretende bater, em 2011, um novo recorde de contratações. Na semana passada, o Google divulgou que pretende recrutar mais 6.200 profissionais em todo o mundo até o final do ano. Apesar da expansão para outros mercados latino americanos, o Brasil continua atraindo o foco da companhia chefiada por Larry Page. Do total de novas oportunidades, 100 serão destinadas para os escritórios de São Paulo e Belo Horizonte. As oportunidades, de acordo com Mônica, são para profissionais de todas as áreas. Para as carreiras técnicas de desenvolvimento de produtos, a preferência é por engenheiros de software e pessoas formadas em ciências da computação. De acordo com matéria publicada no Wall Street Journal desta terça-feira, 1º de fevereiro, a empresa pretende contratar pessoas especializadas no
desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis. Para a executiva, é possível que a operação brasileira siga essa tendência. “Há muitas oportunidades de negócios na América Latina”, afirma Mônica. “O Brasil, de fato, é a bola da vez. Mas também estamos expandindo nossa operação para outros países como Peru, Chile e Colômbia”. Dessas três nações, apenas o escritório da Colômbia ainda aguarda o recrutamento de um country-manager. Nas outras duas unidades, os gestores foram contratados entre o fim de 2010 e janeiro deste ano. Nesses escritórios, bem como nas unidades do México e Argentina, o foco de contratações será para o setor de vendas. “O número de pessoas que têm uma bagagem longa no mercado online ainda é limitado. Por isso, temos contratado muitos recém-formados para que eles se desenvolvam dentro da companhia”, diz Mônica. Isso não exclui as oportunidades para profissionais mais maduros com experiência em outro setor – desde que eles tenham facilidade para compreender o mercado de internet. Até o fim de 2010, o Google contabilizava 400 funcionários em toda América Latina.
Cursinho de SP troca apostila de papel por iPad Um cursinho de Campinas, no interior de São Paulo, decidiu fornecer iPads a seus alunos em lugar das tradicionais apostilas didáticas de papel. Os tablets serão usados como material didático e
ferramenta de estudos a partir de março quando se iniciarão as aulas na escola. Ricardo Falco, diretor do cursinho Integral, acredita que disponibilizar o conteúdo e informação em uma tecnologia que o aluno já é íntima acaba sendo um grande diferencial. O único problema é que a inovação implantada pelo cursinho irá impactar no bolso dos alunos. Segundo informa a Folha de S.Paulo, a mensalidade do curso subiu quase 50% em relação a 2010 (12 parcelas de R$ 1.475), aumento que se deve, em parte, à adoção do iPad para os alunos, confirmou Falco ao jornal. Ao fazer a matrícula no cursinho pré-vestibular, o estudante receberá o iPad, por meio de contrato de comodato, para ser usado nos estudos na escola ou em casa. Ao final do curso de um ano, o aluno ficará com o aparelho.
Brasileiro conta como é trabalhar no Facebook
O brasileiro Rodrigo Schmidt, de 32 anos, trabalha desde 2008 como engenheiro de software do Facebook, uma das empresas de tecnologia mais badaladas do momento. O gaúcho nascido na cidade de Rio Grande formou-se em ciência da computação na Unicamp, em Campinas (SP), e fez doutorado na escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça. Ele contou à INFO como é trabalhar na empresa de Mark Zuckerberg, na sede de Palo Alto, na Califórnia, Estados Unidos. Conquistou uma vaga no Facebook após terminar o doutorado, em 2007, e soube por um amigo que já trabalhava na empresa que havia uma vaga. Sua tese de doutorado, sobre sistemas distribuídos, tinha a ver com o Facebook. Fez duas entrevistas por telefone e depois oi
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até Palo Alto [nos Estados Unidos] e passou por mais cinco entrevistas pessoalmente, que enfatizaram muito a parte técnica. Para trabalhar no Facebook, é preciso ter muita sinergia com o produto, asseverou. Tornou-se líder técnico do time da ferramenta de chat. Seu trabalho é
organizar metas, dar uma direção para o produto. Conta que a cultura hacker é valorizada no Facebook. Não no sentido de explorar vulnerabilidades, mas de valorizar a alta qualidade técnica, de priorizar o código que vai ter maior impacto durante um projeto. São propostos desafios em que os programadores têm tempo limitado para desenvolvê-los e precisam saber o que vão fazer primeiro, com rapidez. Nos dois anos em que trabalha no Facebook só aconteceu duas vezes Mark Zuckerberg pedir esforço extra para concluir uma tarefa, por estarem enfrentando períodos de “lockdown”. Mas hoje em dia, os períodos de lockdown não são tão intensos. Atualmente, cada time tem seus momentos de lockdown, mas é só um jeito de manter o foco em uma só tarefa. Tem muita gente jovem trabalhando. Há vários prodígios. No Face-
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book, são valorizadas as pessoas com experiência e capacidade, associadas ou não a um diploma. Afinal, o próprio Mark não terminou a faculdade. Gosta do ambiente, do Facebook, acima de tudo. Não só por ser descontraído, mas porque trabalha com gente com um nível técnico excelente. Tem muita liberdade para discutir com os colegas, sem ter que organizar reuniões. Não existe aquela ideia de salas fechadas, todas as mesas são acessíveis. A hierarquia não é tão rígida. Se você tem uma dúvida, vai falar diretamente com um colega. E também tem o impacto do seu trabalho: qualquer mudança que você faz na ferramenta tem um efeito direto em milhões de usuários que se importam com o que você faz. Por isso, não liga de ficar até tarde no trabalho. Já aconteceu da esposa ligar porque já era tarde e ele não tinha voltado para a casa (risos). Mark Zuckerberg se envolve muito com os projetos, ele sempre está aqui, todos têm contato direto com ele. Participa das discussões, e é muito acessível. Para desestressar tem salas de videogame, quadra de basquete, mesas de ping-pong, sala de música com vários instrumentos, um jardim onde
se fazem churrasco no verão. Tudo para ajudar a inovar. Costuma ser muito assediado pelas empresas concorrentes. Recebe muitos e-mails, mas nem chega a ler. Está contente em trabalhar numa empresa como o Facebook.
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Negociações entre UE e Mercosul devem avançar “O Mercosul e a União Europeia (UE) negociam para avançar, até março, no fechamento de um acordo entre os dois blocos na área comercial. A próxima rodada de discussões ocorrerá em em Bruxelas, na Bélgica. O otimismo parte dos negociadores europeus, apesar das dificuldades em torno de um consenso sobre os subsídios e a redução de tarifas para alguns produtos. Por mais de dez anos, as negociações entre os dois blocos ficaram paradas. – Vamos ter que liberalizar 90% do nosso comércio, para ser compatível com as regras da Organização Mundial do Comércio. Portanto, fica o resto que temos que discutir como vamos fazer – afirmou o representante da UE no Brasil, o embaixador português João José Soares Pacheco. Entre as maiores “sensibilidades” de cada bloco, Pacheco coloca, do lado europeu, a área agrícola, citando de forma diferenciada os setores de carnes e açúcar. No Mercosul, o setor industrial é a mais sensível a uma abertura ao livre comércio com a União Europeia. Há mais de uma década, os dois blocos buscam um acordo bilateral para a área comercial. Em 2004, por total falta de consenso, as negociações foram interrompidas. Depois, os negociadores retomaram as conversas em 2008. Mas o impasse permanece. No ano passado, os europeus fizeram exigências adicionais ao Mercosul.
propriedade intelectual.
Uma das exigências dos europeus para o Mercosul era que para exportar para a UE fosse elevada a abertura na indústria para quase 100%. A recomendação sugeria ainda a inclusão do transporte marítimo no setor de serviços e garantias de proteção na área de
Segundo os negociadores do Mercosul, a União Europeia tende a melhorar a oferta agrícola. A expectativa é que o número de cotas que limitam as vendas do Mercosul, sem tarifa no bloco, seja reduzido. No ano passado, as negociações retiraram essa condição para grãos, etanol e lácteos, mas mantiveram para carne bovina, de frango e alho.”
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Consultor, Coach ou Mentor: Só os Escutam Quem Tem Sabedoria Ainda muito jovem, me dei conta do quanto eu era cético. Não aceitava formulações prontas, regras autoritárias, ou paradigmas definidos com base em fé cega. Por duvidar sempre, e querer examinar tudo com um olhar atento, alguns me viam como um descrente, outros até como ‘herege’, aquele que discorda da grande massa, manipulada por conta de sua preguiça de pensar ou reagir. A reflexão havia se tornado meu estado de espírito permanente, o questionar um hábito, e posteriormente uma filosofia de vida. Aprendera com Pirro (360 a.C. – 270 a. C.) e Kierkegaard, (1813-1855) que era preciso duvidar de tudo, para que fosse possível enxergar os vários ângulos de uma mesma questão. Citando Spinoza (1632-1677), “eu falo da dúvida verdadeira no espírito e não daquela que se encontra frequentemente quando, em palavras, diz-se duvidar, ainda que o espírito não duvide. Pois não é o método que pode corrigi-la, mas o estudo da obstinação e de seu tratamento”. Duvidar não apenas por uma questão de querer reduzir a importância daquilo que está sendo apresentado, mas por desejar ampliar a compreensão exigida pela própria alma, e a dimensão ou amplitude daquilo que não se percebe de imediato. Essa postura questionadora me levou a ser um leitor contumaz, devorando três a quatro livros por mês, com assuntos que iam da filosofia ao romance, da teologia à ciência, da psicologia aos escritos sagrados. Um insaciável sedento por conhecimento, em busca da verdade que liberta
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e nos torna mas mantiveram para carne bovina, de frango e alho.” potencialmente mais próximos daquilo que somos imagem e semelhança: a sabedoria. A leitura faz aprender, o aprendizado ajuda a fazer; o fazer leva ao saber, e o saber obriga ensinar. Mesmo consciente de que quase nada se sabe, a compulsão por transferir conhecimento, inconsciente, irresistível e crescente gera no ser humano a postura do professor, filósofo, escritor ou consultor. É a sua bagagem de conhecimento, associada à capacidade de intuição e sensibilidade humana que irá torná-lo apto a recomendar caminhos, sugerir alternativas, complementar visões, ou preparar pessoas; jamais sua ambição ou vaidade. Iniciei minha vida profissional aos nove anos de idade; não por capricho, mas por necessidade, e por isso, ainda tenro senti na pele o instinto de sobrevivência que me levou ao desejo de aprendizagem como consequência. Aprendi logo cedo o quanto é fundamental caminhar junto teoria e prática para o ‘fazer acontecer’ que cria a experiência. Sem isso não há crescimento saudável, sem essa base não existe sustentação. O dia-a-dia de qualquer empreendimento exige atualização constante de informação em todas as direções, desde o conhecimento técnico às mudanças de comportamento. Implica acima de tudo, numa atitude de humildade de sua liderança, em compreender que nem sempre domina o quadro completo e para tanto, é imprescindível buscar informação e conhecimento complementar. Não há como improvisar quando ação é ao vivo, sem chances de ensaios. Errar pode ser fatal e irreversível à empresa. No entanto, muitos empresários e grandes executivos subestimam essa verdade. Por colocarem-se acima do bem e do mal, arvoram-se como donos absolutos da verdade e por conta dessa atitude arrogante põem em risco de maneira involuntária, ou irresponsável, o sacrifício despendido no projeto original, muitas vezes ao longo de anos de trabalho e à custa do desgaste de uma batalhadora equipe. Neste ponto, quero destacar o título desta matéria. A figura do Consultor, Coach, ou Mentor, na vida de um empresário ou executivo, pode ser decisivo em momentos cruciais. A visão de fora, complementando informações ou reco-
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mendando opções, às vezes até não convencionais, pode fazer diferença, especialmente nos momentos de turbulência. Todavia, exige humildade. Impõe abrir mão do egoísmo e da vaidade pessoal, e mais que isso, como ensina Nietzsche, pede uma ‘mente aberta e um espírito livre’ para enxergar a multiplicidade de ângulos para um fato ou uma situação qualquer. É decisivo saber que a liberdade de escolha não está comprometida ao inserir uma visão complementar, pelo contrário, ela será ampliada a partir daí. Assim, escutar um Consultor é algo exclusivo para quem tem sabedoria. Não apenas inteligência, ou esperteza. É lamentável, no entanto, a proliferação dos ‘pseudo consultores’; seja pelo fato de alguns empresários, que na ânsia por se verem livres de encargos visando reduzir custos evitam o vínculo empregatício e contratam profissionais sob o título de consultores; seja também por profissionais que por falta de atualização ou vocação perdem seus empregos e acreditam-se capazes de oferecer consultoria, terminando por gerar imensa frustração em si mesmos, e naqueles que os contratam. Há ainda, uma leva enorme de jovens que totalmente despreparados, especialmente do ponto de vista emocional se apresentam como consultores ou aptos para atuar como ‘coaching’, tornam-se potenciais candidatos ao estresse, por não conhecerem suficientemente os delicados e complexos labirintos da alma humana. Como dizia meu mentor e amigo Pedro Grendene, ‘o diabo não é diabo, porque é diabo, o diabo é diabo porque é velho’; uma forma divertida de parafrasear o dito popular de que ‘o ser humano não fica velho, ele se torna sábio’. Ou em outras palavras, de que só o tempo consolida e amálgama, fundindo informações diferentes ou heterogêneas para formar o todo que chamamos de sabedoria, a principal ferramenta do consultor para alavancar mudanças ou gerar transformações significativas, que sem dúvida serão brilhantemente implementadas se processadas ou conduzidas por jovens com coragem, determinação e energia. Spinoza Ao atuar como Estretegista Empresarial, assessorando diversas empresas, observo perplexo a atitude de tantos empresários,
que apesar de contarem com magníficas oportunidades para alavancar suas empresas, parecem ignorar tamanho potencial. De maneira incompreensível, preferem seguir repetindo erros do passado, ou trilhando apenas naquilo que lhe é familiar ou conhecido, limitando expressivamente todas as possibilidades de crescimento de seus empreendimentos. Alguns agem assim por medo de perder aquilo que já conquistaram, outros por mera vaidade. No dizer de Spinoza, “se julgam livres apenas porque são conscientes de suas ações, mas desconhecem as causas pelas quais são determinados”. Por essa razão, algumas empresas crescem e tornam-se líderes nos mercados em que atuam, enquanto outras permanecem estacionadas no tempo, à espera de um milagre. Rebocadas pela mesmice ou condescendência, vegetam à margem do progresso e das oportunidades. Há também aquelas que após haverem experimentado sua fase de pioneirismo e sucesso, acomodam-se perigosamente sob louros do passado, sem perceber as alterações no ambiente que as cerca, tornando-as potenciais vítimas da inércia, até o momento em que se modifique a mentalidade e o comportamento de seus dirigentes, para agir com coragem e discernimento diante das transformações necessárias. Nesse momento, convém repetir, a figura do Estrategista, na qualidade de Assessor, Consultor ou Coach, poderá ser decisiva ao sucesso das mudanças, porque a visão de fora complementa a experiência interna e enriquece decisões. *Maurício A Costa é Estrategista Empresarial, Diretor da SUPPORT BRANDS, empresa de Estudos e Projetos para Alavancagem de Receitas e Rentabilidade, com foco no Pensamento Estratégico, Análise de Valor Agregado, Gestão e Licenciamento de Marcas (Branding). É o autor do livro O MENTOR VIRTUAL. Está disponível sob consulta para palestras e workshop, em Empresas, Universidades e Associações.
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Concursos para tribunais são estrelas
Com salários que podem ultrapassar R$ 5.500 para técnicos e R$ 7.200 para analistas, os concursos para tribunais se transformaram nos preferidos de muitos candidatos. Para garantir uma vaga no Judiciário, eles estudam muito e investem em cursos preparatórios, mesmo antes de os editais serem publicados. As principais apostas são o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) e o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). A publicitária Camila Morgado, de 27 anos, se dedica apenas aos estudos para concursos públicos desde o ano passado e, para 2011, o foco são os tribunais. Para se preparar, ela já está matriculada em turmas de Português, Direito Administrativo, Informática, Redação e estudo de provas, exercícios e interpretação: — Comecei apenas em casa, mas decidi investir para realizar meu sonho. O curso orienta sobre as diferentes bancas e ensina a dividirmos bem o tempo.
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Essa é a principal dica da professora Claudia Barbosa, do curso PLA. O ideal é começar a preparação agora, já que o prazo entre a publicação do edital e as provas é curto: — Os candidatos devem iniciar os estudos por matérias básicas. Após a publicação do edital, o foco deve ser as matérias específicas para o cargo. É muito importante fazer um planejamento e organizar os horários, os locais e as matérias. De acordo com Claudia, para os concursos de tribunais, as matérias básicas são Português, Matemática, Raciocínio Lógico, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Penal, Direito Processual Penal e Direito Processual Civil.
Regras em fase de definição Para o Tribunal Regional do Trabalho da 1 Região (TRT-RJ), a organizadora será a Fundação Carlos Chagas. A previsão é que o edital seja publicado em 31 de janeiro. Um dos destaques é o cargo de técnico judiciário na área de segurança, que exige nível médio, com salário que chega a R$ 5.574,68. Para nível superior, o cargo é de analista judiciário, com remuneração mensal que pode ir a R$ 7.201,39. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) estuda a quantidade de vagas e deve abrir concurso para técnico (níveis médio e médio/técnico) e analista (formação superior) judiciários. Os técnicos têm vencimentos mensais de até R$ 4.614,37 e os analistas, de R$ 7.172,80. O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) também estuda a necessidade de novas vagas para iniciar os procedimentos de uma seleção.
Bons salários Focado em concursos desde maio do ano passado, Rommel Castelo Branco, de 39 anos, aposta nos tribunais por oferecerem estabilidade e bons salários: — Minha formação é de ensino médio. Então, vi nos tribunais uma possibilidade boa para o meu caso. Uma das exigências dos europeus para o Mercosul era que para exportar para a UE fosse elevada a abertura na indústria para quase 100%. A recomendação sugeria ainda a inclusão do transporte marítimo no setor de serviços e garantias de proteção na área de propriedade intelectual. Colaboração: Danielle Moitas
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STJ ENTENDE QUE CONTRIBUINTE PODE QUESTIONAR OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA FEITA EM CONFISSÃO DE DÍVIDA. Em recente decisão do Resp nº 1133027[1], o Superior Tribunal de Justiça julgou em Recurso Repetitivo uma questão de fundamental importância para todos os contribuintes, principalmente Alexandre Pontieri aos que haviam aderido ao “Refis da Crise”. Nesta decisão o Tribunal Superior pacificou uma questão de primordial importância para todos os contribuintes: “a confissão de dívida, feita com o objetivo de obter parcelamentos dos débitos tributários, não impede o contribuinte de questionar posteriormente a obrigação tributária, a qual pode vir a ser anulada em razão de informações equivocadas que o contribuinte tenha prestado ao fisco”. O caso foi submetido ao regime dos recursos repetitivos em razão do grande número de processos envolvendo a mesma questão jurídica, conforme determina o artigo 543-C do Código de Processo Civil. O voto do Relator Ministro Mauro Campbell[2], foi no sentido de que, “a administração tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o lançamento quando se comprove erro quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. É a chamada revisão por erro de fato. O contribuinte tem o direito de retificar e ver retificada pelo Fisco a informação fornecida com erro de fato, quando essa retificação resultar a redução do tributo devido”. E seguiu em seu voto:“A administração, em vez de corrigir o erro, optou absurdamente pela lavratura de autos de infração eivados de nulidade. Por força da existência desses autos, o contribuinte se viu forçado a pedir o parcelamento, o que somente poderia ser feito mediante confissão. Se não houvesse os autos de infração, a confissão inexistiria”. Concluindo: “o vício contido nos autos de infração (erro de fato) foi transportado para a confissão de débitos feita por ocasião do pedido
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de parcelamento”. Ou seja, mesmo havendo a confissão de dívida, feita com o objetivo de obter parcelamentos dos débitos tributários, ou a renúncia de direitos perante a Fazenda Pública em razão de parcelamentos fiscais, não há impedimentos para o contribuinte questionar a obrigação tributária, a qual pode vir a ser anulada em razão de informações equivocadas que o contribuinte tenha prestado ao Fisco. A decisão do Superior Tribunal de Justiça é de fundamental importância para todos que aderiram ao chamado “Refis da Crise”, pois se mostra como mais uma oportunidade para que as Empresas possam propor ações revisionais dos débitos fiscais. Esta parece ser mais uma grande oportunidade para que as empresas possam questionar seus parcelamentos, com a possibilidade de redução no pagamento de tributos parcelados, e, com isso, ganharem fôlego extra para buscar desenvolvimento e crescimento em épocas de constantes turbulências financeiras.
Alexandre Pontieri Advogado; Pós-Graduado em Direito Tributário pelo CPPG - Centro de Pesquisas e Pós-Graduação da UniFMU, em São Paulo; Pós-Graduado em Direito Penal pela ESMP-SP - Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo.
País tem uma das piores leis de Direitos Autorais
“Nós temos uma lei que é extremamente restritiva”, critica o professor Carlos Affonso Pereira de Souza Matéria de Claudio Leal O debate sobre a reforma da lei de Direitos Autorais promete marcar o início da gestão da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, que já afirmou ser contrária a “mudanças radicais” e anunciou a ideia de reunir juristas para discutir as alterações. O ex-ministro Juca Ferreira havia aberto a consulta pública sobre o tema, mas a nova titular insinua mudar o discurso de flexibilização sustentado pelo antecessor. Coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o professor Carlos Affonso Pereira de Souza considera a lei brasileira “uma das mais restritivas do mundo”. Especialista em Propriedade Intelectual, ele defende mudanças na legislação: - Não tem nenhuma exceção na nossa legislação dizendo que, para fins educacionais, eu posso utilizar uma obra - exemplifica. Terra Magazine entrevista o professor Carlos Affonso Pereira de Souza que critica a falta de clareza e de precisão do marco legal brasileiro. - Numa pesquisa feita pela Consumers International, uma ONG que investiga direito do consumidor no mundo inteiro, a Lei de Direito Autoral brasileira fica, constantemente, entre as dez piores do mundo Carlos Affonso prossegue:
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- Sem dúvida, um dos pontos principais da reforma da nossa Lei de Direito Autoral seria ampliar essa lista de exceções e limitações, e mesmo mudar a redação, para garantir que o juiz possa ter maior flexibilidade, maior liberdade no caso concreto, para dizer que aquele uso é ilegal ou não. Para o professor, há uma confusão, no debate, em torno dos conceitos de direito autoral e direito de imagem. Membro da Comissão de Direito Autoral da OAB-RJ, ele analisa a recente polêmica do escritor Lêdo Ivo, que, em entrevista a Terra Magazine, chamou de “famélicos” os herdeiros do poeta Manuel Bandeira, por sentir-se impedido de publicar fotografias do amigo em seu livro de memórias. - Nesse caso, os herdeiros têm direito à utilização de uma foto, mas não uma foto que, no caso específico de Manuel Bandeira, não tem nada a ver com o direito autoral. Manuel Bandeira não é autor dessa foto. Quem é o autor dessa foto é o fotógrafo. Se o fotógrafo ainda estiver vivo, quem tem o direito autoral é o fotógrafo - expõe Carlos Affonso.
Confira a entrevista. Terra Magazine - Como o senhor avalia o debate sobre a reforma do direito autoral no Brasil? Carlos Affonso Pereira de Souza - Há uma confusão entre direito autoral e direito à imagem. Isso tem acontecido em algumas reportagens, até mesmo em algumas decisões. Em casos de artistas já falecidos, as obras são protegidas por 70 anos após a morte do autor, o que significa que os herdeiros podem explorar essa obra comercialmente, com exclusividade. Essa é a questão da exploração de uma obra pelos herdeiros. O direito autoral recai sobre as obras - sobre a música, sobre as fotos, sobre os textos. Diferente do direito à imagem. Aí eu tenho visto muita confusão. O Código Civil permite que os descendentes possam proteger o direito à imagem do falecido. E o direito à imagem não tem nada a ver com a obra produzida pela pessoa. Digamos: a família de Manuel Bandeira, por exemplo, ao cobrar pela publicação de uma foto dele, não está amparada pela legislação? Nesse caso, os herdeiros têm direito à utilização de uma foto, mas não uma foto que, no caso específico de Manuel Bandeira, não tem nada a ver com o direito autoral. Manuel Bandeira não é au-
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tor dessa foto. Quem é o autor dessa foto é o fotógrafo. Se o fotógrafo ainda estiver vivo, quem tem o direito autoral é o fotógrafo. Se o fotógrafo tirou essa foto dentro de uma relação de trabalho e for jornalista em algum jornal, é claro que faz parte do contrato de trabalho dele e quem vai explorar comercialmente é o jornal. São duas coisas diferentes. Uma é a autoria de obras e outra, o direito de imagem. Imagem, para os fins jurídicos, a gente considera os aspectos físicos de uma pessoa - ou seja, retratação de aspectos fisionômicos dela, como ela se parece, como ela é, tipicamente enquadrada nos casos de fotografia. Se você tirar uma foto minha e publicar sem autorização, isso pode dar causa a uma ação de direito de imagem, mas não porque você utilizou uma obra minha. Eu não criei nada. Você tirou uma foto. O que muda no caso de personalidades públicas? Essa é a discussão de todos esses casos que têm acontecido. O direito de imagem possui exceções. Qual é a regra do direito de imagem? A regra é “não posso utilizar uma foto sem autorização do retratado”. Se você apareceu na foto, essa foto só pode ser utilizada com seu consentimento. Essa é a regra. Mas, imagina a trabalheira que seria toda e qualquer foto que você quisesse usar? A pessoa que aparece na foto teria que dar autorização. Basta ler a página do jornal que fala do Flamengo, do Ronaldinho: aquela arquibancada cheia de ilustres torcedores flamenguistas, pessoas da mais alta estirpe da intelectualidade carioca, todas as pessoas que estão lá não deram autorização para sair no jornal “O Globo”. Mas, o que se entende? Essa regra do direito à imagem tem que ser flexibilizada, senão você vai inviabilizar a liberdade de imprensa. Por causa disso, os tribunais têm criado exceções a essa regra do direito à imagem. Duas das principais exceções: o retratado estar em local público e o retratado ser uma figura notória, uma pessoa pública. Quando se juntam essas duas exceções, fica ainda mais fácil. Numa foto de uma personalidade pública, num local público, entende-se que poderia ser utilizada sem a autorização da pessoa. Mas, de novo, a legislação não é clara. Seria bom deixar bem esclarecido. A nossa legis-
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lação sobre o direito à imagem é um artigo só, o artigo 20 do Código Civil. E é muito confuso. O artigo 20, se a gente levar ao pé da letra, diz que apenas se pode utilizar a imagem de uma pessoa para a administração da justiça, ou seja, para instruir processos, e em casos de necessidade de Estado, ordem pública. Essas exceções são insuficientes. O senhor deu um parecer no caso do processo dos herdeiros de Manuel Bandeira contra o livro do fotógrafo José Medeiros, que tinha uma foto do poeta ao lado de Orígenes Lessa. Do modo como está a redação do artigo 20, a legislação não permite aplicações abusivas? Se você analisar o artigo 20, literalmente, ele seria muito restritivo. Agora, faz parte do diaa-dia dos tribunais interpretar o que diz a legislação. O que se tem feito é conceber que, no direito de imagem do artigo 20, cabem outras exceções que não apenas aquelas duas previstas. Nem sempre a lei vai ser exaustiva, detalhista, ou vai dizer de forma completa o que é permitido e o que é proibido. Logo, vai caber aos tribunais entender de acordo com os usos e costumes da sociedade, os avanços da tecnologia... Como é um artigo que foi pensado num outro momento, será que ele se ajusta ao presente? Esse artigo 20 foi redigido nos anos 70, com o projeto de reforma do Código Civil, que só veio a entrar em vigor em 2002. É uma lei concebida num outro momento de liberdade de imprensa, de difusão de informação, de progresso tecnológico. Hoje, você tem uma banalização (da imagem), em decorrência do desenvolvimento da tecnologia. É claro que o legislador dos anos 70 não podia imaginar. Agora, esse papel cabe ao juiz, o de confrontar o caso concreto com a legislação, que não está compatível com o desenvolvimento da sociedade. Ele vai tentar adequá-la. Nesse esforço, nos últimos quinze anos, os tribunais têm tentado criar exceções para a regra do direito à imagem. Há tribunais que gostam de mencionar se a pessoa é o principal ou acessório da foto, se o local é público ou privado, outros questionam se a foto tem finalidade jornalística e outros vão ver se é uma foto para fins de sátira e caricatura. Se você pensar, pelo artigo 20 não se poderia nem fazer caricatura em
jornal. O que deve ser mudado na Lei de Direito Autoral Brasileira? Tem duas questões que podem ser deformadas, como estávamos falando. Direito à imagem e direito autoral. No campo do direito de imagem, o artigo 20 passa por um momento de indagação nos tribunais. O segundo ponto é o direito autoral. O direito autoral passa por um processo parecido, porque nós temos uma lei que é extremamente restritiva no que diz respeito aos usos que terceiros podem fazer da obra criada. A Lei de Direito Autoral existe para estimular o autor a criar, porque ela confere a essa pessoa exclusividade na exploração dessa obra. Imagina se você assinasse
uma matéria e qualquer pessoa, amanhã, pudesse tirar seu nome e colocar o dela? Você ficaria desestimulado para escrever. Qualquer pessoa poderia furtar sua autoria. Mas, por outro lado, quando a lei estimula o autor a produzir, a criar, dando a ele o direito de exploração da obra (e aos herdeiros, 70 anos após a morte), existe um certo desequilíbrio na nossa legislação com os usos que poderiam ser empregados sem pedir a autorização do autor. Porque, assim como a regra do direito à imagem é que eu só posso utilizar a foto com autorização, salvo as exceções que os tribunais vão criando, no caso do direito autoral a gente tem artigos que delimitam quais são essas exceções. Aqui, eu tenho uma situação diferente. Lá na imagem, temos um artigo que é realmente deficiente. Para entender o direito à imagem no Brasil, você tem que conhecer as decisões judiciais. O caso do direito autoral é o contrário. Só posso utilizar uma obra, com autorização do autor, salvo as exceções previstas na lei. E a lei brasileira é uma das mais restritivas do mundo. Numa pesquisa feita pela Consumers International, uma ONG que investiga direito do consumidor no mundo
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inteiro, a Lei de Direito Autoral brasileira fica, constantemente, entre as dez piores do mundo. Em que aspecto? No aspecto específico de impacto para os consumidores, para os usuários, em questões sobre a possibilidade de utilizar essas obras para fins educacionais, culturais e de arquivo. A nossa lei é muito restritiva. Vou lhe dar exemplos mais concretos. Se eu comprar um CD, não posso passar esse CD pro meu Ipod. Pela legislação brasileira, isso seria uma reprodução integral da obra, o que é vedado. O artigo 46, inciso segundo, apenas permite que eu faça a reprodução de pequenos trechos de obras. O que se torna anacrônico, com todos os avanços tecnológicos. Absolutamente restritivo. E pior: a lei também não é clara, porque ela não diz o que são pequenos trechos. Então, dizem: ah, são 10%, outros dizem 20%, e outros que é a parte essencial da obra. Gera uma confusão em que a lei é ruim nas duas pontas. É ruim porque ela pretende esgotar as exceções e limitações, descrevendo cada uma delas, e mesmo ao descrever ela deixa dúvidas. Ou seja, eu tenho as exceções constantes na lei, só que a redação delas é tão restritiva que dificulta o próprio usuário saber o que ele pode fazer. Sem dúvida, um dos pontos principais da reforma da nossa Lei de Direito Autoral seria ampliar essa lista de exceções e limitações, e mesmo mudar a redação, para garantir que o juiz possa ter maior flexibilidade, maior liberdade no caso concreto, para dizer que aquele uso é ilegal ou não. Se é permitido ou não é permitido. Por exemplo, o professor que passa filmes em sala de aula... Ele não pode passar. Não tem nenhuma exceção na nossa legislação dizendo que, para fins educacionais, eu posso utilizar uma obra. Não é excessivo estabelecer 70 anos para o controle dos direitos autorais pelos herdeiros? Qual o prazo em outros países? O Brasil é signatário da Convenção de Berna, que pede o prazo mínimo de 50 anos após a morte. E aí cada país adota seus critérios. Temos exemplos de prazos menores e maiores. Me parece que esse prazo de 70 anos é prolongado, tendo em vista os avanços tecnológicos e a necessidade do uso das obras. É longo demais. Mais importante do que a eventual redução do prazo, seria criar condições na lei para que a sociedade pudesse utilizar as obras sem pedir a autorização. E aí são os regimes de exceção, para fins educacionais, culturais... Há um terceiro exemplo importante: além dos Ipods e dos professores em sala de aula, há os arquivos, as bibliotecas, que não podem digitalizar o seu acervo. Você tem o Insti-
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tuto Moreira Salles, que trabalha com a conservação de obras, e não pode digitalizar os vinis que ele tem, porque a digitalização implica na alteração do formato do conteúdo autoral protegido. A nossa lei não tem uma exceção para fim de digitalização. Isso mostra como ela é restritiva. E há coisas complexas, como a questão da correspondência entre os escritores. O destinatário termina não sendo o proprietário
do conteúdo da carta. Como é isso? (O poeta) Lêdo Ivo levantou essa questão. A questão da carta envolve um terceiro conjunto de direitos. A gente está falando do direito autoral e do direito de imagem. A carta, em si, é protegida pelo direito autoral, se você considerar que é uma obra escrita por uma pessoa que cria a expressão dos seus sentimentos, a manifestação dos seus pensamentos na correspondência. Mas é realmente preciso que se investigue melhor os limites desses direitos concedidos às pessoas. E também entra em cena o direito à privacidade. Revelar ao público uma carta pode ser uma invasão da privacidade, mesmo que a pessoa já esteja falecida. Os herdeiros poderiam pleitear uma indenização ou impedir a publicação desse documento, alegando que isso atingiria a vida privada da pessoa que escreveu a carta. É interessante perceber que a punição muda um pouco as suas características, porque as legislações são diferentes. No final das contas, o espírito que anima a discussão é o mesmo: entender que esses direitos precisam ser preservados, protegidos, mas de forma razoável. Os direitos não são absolutos. Não é porque alguém produziu alguma coisa e é autor desta obra que pode exercer a autoria de forma abusiva. Não pode congelar a difusão cultural? Exatamente. Esse é o ponto da nossa conversa sobre o que está do outro lado da proteção aos direitos. Do outro lado, estão uma série de interesses difusos, coletivos, na sociedade, que envolvem a preservação do patrimônio cultural de uma nação, o acesso ao conhecimento, o acesso à comunicação, o direito à cultura. Todos esses direitos fundamentais vão rivalizar com os direitos pessoais: o direito autoral, o direito à imagem, o direito à privacidade. Constantemente eles são confrontados com ne-
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cessidades de liberdade de imprensa, de expressão, de acesso à cultura. Esse é um debate que a maior parte das vezes nossa legislação falha em capturar. O Código Civil falhou em capturar esse debate no artigo 20. A Lei de Direito Autoral, de 1998, falha mais ainda, por ser tão restritiva. No Brasil, houve problemas com as biografias de Garrincha e de Roberto Carlos, que foram retiradas de circulação. O direito de imagem não atropela princípios constitucionais como a liberdade expressão? Com certeza. E isso não quer dizer que eu possa publicar um livro dizendo atrocidades infundadas. Claro que a pessoa tem o direito de proteger a sua imagem e de contestar judicialmente. Mas o que não pode acontecer são ações de retirar o livro de circulação. Isso é um ponto muito importante. É o que se passa na questão de Manuel Bandeira. Os herdeiros queriam que o livro de José Medeiros fosse retirado de circulação... O impedimento de divulgação da obra deve ser o último recurso. É muito mais importante que você tenha a preservação da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa - e que eventualmente os danos venham a ser reparados por ações de dano moral e material -, do que o livro seja retirado da livraria ou o filme seja proibido de ser exibido. Essa é uma ponderação muito difícil, é verdade, mas essa tendência de retirada de livro de circulação é muito complicada. Eu não chamaria isso de censura. Como o senhor define? É uma decisão judicial que manda retirar o livro da livraria. Censura, geralmente, é um arbítrio vindo do Poder Executivo, da época da pouco saudosa Lei de Imprensa, que permitia que o ministro da Justiça expedisse uma ordem para retirar livros de circulação. Estamos falando de censura porque estamos acostumados a falar dela toda vez que uma obra é impedida de circular. Mas, nesse caso, é uma decisão proferida por um juiz,
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e até mesmo por um acórdão, ou seja, é a decisão de um colegiado, de um grupo de juízes do tribunal. Será que isso é censura também? Será que a gente não está acostumado a dar toda essa carga emotiva para a palavra “censura”? Agora, não estamos falando de uma nova forma de impedimento de circulação? Não tenho nome melhor para isso, só queria levantar essa questão. Não vem mais do Executivo, vem do Judiciário. Claro, o Judiciário não é infalível, mas você tem uma situação diferente.
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Confirmada vacina que pode tratar todos os tipos de gripe Cientistas da Universidade de Oxford confirmaram uma vacina eficaz que pode atacar diferentes partes do vírus que provoca a gripe. Dessa forma, a substância funcionaria em qualquer caso da doença, não sendo necessário produzir novas vacina a cada temporada. Sarah Gilbert, que dirigiu a equipe, centrou as pesquisas nas proteínas do interior do vírus, e não nas camadas externas, que sofrem as mutações. As vacinas tradicionalmente empregadas fazem com que o corpo crie anticorpos. Diferentemente, a nova dispara o número dos linfócitos T, pertencentes ao grupo dos glóbulos brancos e fundamentais no sistema imunológico. A pesquisa contou com 22 voluntários, dos quais a metade que tomou a vacina mostrou um maior nível de ativação dos linfócitos que combatem o vírus. A vacina universal representa uma grande economia para a área, já que não haveriam gastos com a constante produção de novas vacinas. José
da
Costa
Carvalho
Neto vai ocupar presidência da Eletrobras O nome de José da Costa Carvalho deve ser anunciado ainda nesta segunda-feira para a presidência da Eletrobrás. O anúncio deve ser feito pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.
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A medida de trocar o comando das empresas do setor foi tomada pela presidente Dilma Rousseff rapidamente por conta do apagão que atingiu diversas áreas do Nordeste na última semana. A escolha de Carvalho já era esperada, mas foi agilizada com os problemas de energia na região, assim como a mudança no comando de Furnas. Carvalho ocupará um cargo que costuma ser controlado pelo PMDB e substituirá José Antonio Muniz Lopes, ligado ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB). Conhecido como Costinha, ele já presidiu o Cemig e tem relação próxima ao Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior, Fernando Pimentel, amigo de Dilma desde a época da ditadura. Há pressões para que Muniz Lopes vá para a presidência da Eletronorte, mas Dilma tem demonstrado que não tenderá pedidos dos peemedebistas.
Nasa divulga imagens da superfície do Sol As imagens recolhidas pelas sondas do Observatório de Relações Solares -Terrestres da NASA - Agência Espacial Norte-Americana permitem reconstruir a visão em 3D da estrela e provar que Sol é uma esfera. Angelos Vourlidas, cientista da Nasa, afirmou: “Este é um grande momento. O Sol é uma esfera de plasma quente que reúne diferentes camadas de campos magnéticos”. Em comunicado, a agência espacial informou que as novas imagens vão ajudar a organizar futuras missões de naves espaciais robóticas ao siste-
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ma solar.As pesquisas com sondas solares tiveram início em 2006. Ao longo dos últimos oito anos, as sondas captaram imagens do sol e os afirmaram que é possível ver diferentes atividades solares como tsunamis e explosões.A Nasa divulgou recentemente a descoberta de seis pequenos astros candidatos a planetas que estão na órbita de uma estrela semelhante ao Sol.
YouTube: Os vídeos mais virais da semana São os vídeos que, esta semana, mais rapidamente circularam na Internet. E temos um taxista brasileiro que imita Michael Jackson na perfeição, um entusiasta que partiu um bom televisor a fazer ski em casa, uma questionável dica de engate e muito mais
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