Simplesmente judo 04

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EDITORIAL A Simplesmente JUDO número 04 está pronta! Cá estamos novamente para mostrar mais um pouco do judô em um papo simples e descontraído. Nesta edição teremos uma matéria muito bacana com uma judoca que tem em sua marca o pioneirismo e a quebra de tabus. Judoca olímpica, primeira campeã pan­americana, professora de educação física e psicóloga. Conheçaum pouco mais de Soraia André em nossas páginas. A tocha olímpica está passeando pelo País, levando sua mensagem de paz e união entre os povos. Vamos mostrar aqui, representando todos os judocas que conduziram e ainda conduzirão a tocha até a sua chegada no Rio de Janeiro com quatro tocantinenses, numa matéria muito bacana do judoca Frederico Guerra. Mostraremos também algumas coberturas que realizamos em eventos interessantes ocorridos em São Paulo e que reuniu muitos judocas, principalmente os escolares. Na coluna de literatura esportiva, apresentaremos o livro Exercício Intermitente do Professor Doutor e judoca Fabrício Boscolo. Aproveitamos para lembrar que estamos a disposição para realizar orçamentos de coberturas fotográficas e de vídeo e queremos agradecer nossos parceiros pelaconfiança em nosso trabalho. Sem eles, nada disso seria possível e quem ganha são vocês, judocas e simpatizanntes da modalidade que nos acompanham diariamente seja pela revista Simplesmente JUDÔ ou pelo boletim OSOTOGARI. E quem gostou de nossas publicações, por favor, curtam a FanPage no facebook dando um "joinha" lá. Simples assim! Espero que gostem. Everton Monteiro Editor das Revistas Spirit of JUDO, Simplesmente JUDÔ e do blog boletim OSOTOGARI

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Texto: Colaboração Gilberto Freitas

Soraia André, judoca pioneira no judô brasileiro, paulistana, tem em seu currículo esportivo não só medalhas, títulos paulistas e brasileiros. Participou do primeiro Campeonato Mundial Feminino, foi a primeira mulher campeã Pan­Americana de Judô e disputou duas olimpíadas. Mas seu maior trunfo foi a sua superação e o seu vanguardismo. Soraia foi uma das pioneiras do judô e sempre encontrou em seu caminho obstáculos maiores que suas próprias adversárias. E conseguiu superar cada um deles. Tem uma história interessante, emocionante, uma lição de vida, que faz questão de contar em suas palestras e em breve sairá em seu livro bibliográfico. Essa judoca faixa preta quinto Dan, professora de educação física e psicóloga, chegou a abandonar a modalidade, mas para a nossa sorte, voltou. E voltou para ajudar outros judocas a também superar os obstáculos que a vida insiste em querer colocar na frente. Soraia André enfrentou o seu primeiro obstáculo quando decidiu entrar para o judô na década de 70, na Associação de Judô Imirim em São Paulo. Em 1965, o Governo Militar sancionou um decreto lei que proibia as mulheres de disputar competições consideradas incompatíveis com as condições femininas como “luta de qualquer natureza, futebol de salão, futebol de praia, pólo aquático, halterofilismo e beisebol”. Isso desestimulou muitas mulheres praticarem esportes na adolescência, tenra idade para início da prática de esportes. Mas Soraia não desistiu da sua grande paixão e passou a treinar apenas com meninos, e com sua força e sua altura de 1,70m, colocava­a em iguais condições de treino com seus companheiros. Em 1979 a lei foi revogada e então começaram a organizar competições de judô feminino. Em 1980, Soraia disputou o primeiro Campeonato Mundial de Judô Feminino em Nova Iorque, EUA. Perdeu na primeira rodada, assim como todas as demais atletas brasileiras que disputaram a competição. Faltou a experiência competitiva que as européias e as asiáticas já possuíam. A lei havia caído, mas o judô feminino não tinha ainda o apoio necessário para seu desenvolvimento. O Judô feminino seguia treinando por conta própria e para

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No destaque, Soraia treinando com o professor Sumio Tsujimoto, medalhista Pan­Americano e Gerente de Judô do E.C.Pinheiros.

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a entidade maior do judô naquela época, judô feminino era apenas pro forme. Em 1983, no Pan­Americano de Caracas, na Venezuela, o primeiro com disputas de judô feminino, Soraia conquistou a medalha de bronze na categoria pesado, tornando­se pioneira em medalhas no judô feminino, juntamente com Inês Nazareth (prata, categoria ligeiro), Tânia Ishii (bronze, categoria leve), Lidia Carla (bronze – categoria meio­médio) e Solange Pessoa (bronze, categoria meio­leve). Para o Pan­ Americano de Havana, em 1985, Soraia precisou perder 13 Kg, para poder lutar na categoria meio­pesado ­72 Kg. Como discussões não eram permitidas, ela acatou as ordens e passou as festas de fim de ano praticamente sem comer. A fome foi o combustível para a sua determinação e Soraia que sagrou­se vice­campeã nas categorias meio­pesado e absoluto. Nos Jogos Pan­Americanos de Indianápolis ­ EUA, em 1987, o Brasil fez a sua melhor campanha no judô feminino até então. Soraia André conquistou a medalha de ouro na categoria meio­pesado, juntamente com Mônica Angelucci (ouro, categoria ligeiro), Soraya Carvalho (bronze, categoria meio­ médio), Rosemeri Salvador (bronze, categoria pesado) e Ivana Santana (bronze, categoria absoluto). Nas Olimpíadas de Seul, em 1988, o judô feminino passou a ser esporte de exibição, não valia medalha, e Soraia participou. Mas a falta de apoio que as atletas enfrentavam por parte da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) e de seus dirigentes, continuava. Para ter uma idéia, a técnica da seleção feminina era a filha do então presidente da Confederação. Era negligente, pois nem aparecia para dar suporte às atletas. Soraia continuou no cenário internacional, participou do Mundial de Judô em 1990 e foi bronze na categoria absoluto nos Jogos Pan­ Americanos de Havana – Cuba, conseguindo a sua classificação para os Jogos Olímpicos de Barcelona ­ Espanha, em 1992, que então valeria pódio. Ainda em 1992, Soraia André, já era conhecida internacionalmente e tinha amigas que eram atletas estrangeiras e descobriu que cada atleta que disputava campeonatos e torneios internacionais, teriam direito a um prêmio, simbólico, porém um prêmio, como reconhecimento e incentivo. A CBJ nunca havia lhe entregue prêmio algum nos dez anos que integrava a seleção brasileira de judô. Ela então foi reclamar por seus direitos na CBJ, dizendo que se não ganhasse o dinheiro que seria dado por

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direito, que iria reclamar no Comitê Olímpico Internacional e no Comitê Organizador dos Mundiais. Até que a CBJ pagou­lhe o seu prêmio, mas colocou um ponto final na sua carreira, que estava em ascensão. Entenda como foi o caso: Soraia André estava com 28 anos e meses após a sua reclamação, a CBJ baixou uma resolução dizendo que apenas atletas com menos de 28 anos poderiam integrar a Seleção Brasileira de Judô. A resolução da CBJ foi noticiado nos maiores veículos de comunicação da época, chegando a sair a seguinte manchete em um jornal : ”O judô de Soraia André não serve mais para a CBJ”. Realmente explicitando que as reivindicações de seus direitos e de todos os atletas, não era do interesse da CBJ ter uma atleta que luta pelas coisas certas e pelos seus direitos, parecia que ela ainda estava vivendo uma ditadura mascarada pela então gestão da CBJ com seus mandos e desmandos. Contudo Soraia manteve o espírito de equipe e não denunciou a CBJ ao Japão, pois a Seleção Brasileira acabaria sendo expulsa das competições internacionais. Em 1993 houve a seletiva para a formação da seleção de judô que se realizou no Rio de Janeiro, para os Jogos Olímpicos de Atlanta. Foi proibida de participar dessa seletiva. Em protesto, Soraia foi até o ginásio onde estava sendo realizada a seletiva vestindo um judogui preto e portando suas medalhas e ficou sentada na arquibancada. Um protesto silencioso e solitário, porém toda a mídia esportiva registrou o fato. Soraia André é uma das precursoras do Judô feminino no Brasil, lutou contra todas as barreiras, e quando achavam que a tinham vencido, mostrou que tinha força para continuar lutando, e graças a essa força que as mulheres judocas tem o seu espaço no judô nacional. Soraia chegou a se afastar do judô, mas foi estudar. Se formou em educação física e posteriormente se formou em psicologia. Em 2006, decidiu doar todas medalhas e troféus para o Museu Doutor Octaviano Armando Gaiarsa, de Santo André. Foram mais de 300 itens cedidos ao acervo, e Soraia entregou pessoalmente as peças mais valiosas. Entre elas, estava o ouro no Pan. Antes de ligar para o museu, porém, a ex­judoca precisou vencer um conflito interior. “A medalha era minha ou era do Brasil? Descobri que se ficasse comigo, com o tempo ela perderia o valor. Lá, isso não vai acontecer. As pessoas vão saber que eu fui a primeira brasileira a conquistar um ouro para

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para o judô feminino”. Ela pôde acompanhar momentos inesquecíveis da modalidade. “Eu vi o Aurélio Miguel e o Rogério Sampaio conquistarem dois ouros para o judô. Para se ter uma idéia, torcemos para que a seleção de futebol não conquistasse o ouro. Senão, o feito do Aurélio seria esquecido”, confidenciou. Rogério Sampaio obteve o ouro em Barcelona (1992). “Não tinha nenhum repórter na arena. Eles nem sabiam quem era ele”, lembrou. “Comecei a lutar com 11 anos. Na época, eu não tinha idéia de que era proibido por lei uma mulher praticar esportes de luta”, disse. Soraia entrou em umaacademia de judô em 1976. “Lembro muito bem do que falei para o meu pai, o ex­boxeador Israel André. Queria fazer judô e ter um gravador. Ganhei os dois”, afirmou. Na turma de Soraia, havia 13 alunas. Com o tempo, as meninas deixaram os tatames e a ex­judoca ficou solitária. “Treinava com os garotos, e era uma espécie de macaca de auditório. Torcia por eles nas competições”. Em 1980, tudo mudou. Foram criados competições para mulheres e, numa tacada só, Soraia disputou um Paulista, um Brasileiro e seguiu para Nova York (EUA), onde aconteceu o primeiro mundial. “Tinha 16 anos e levei um susto. No aquecimento, quando vi aquelas mulheres, quase cai para trás. Perdi a primeira luta. Mas depois pude comemorar outras vitórias”, completou. Soraia retornou à modalidade e hoje trabalha com a equipe do AD santo André, onde é auxiliar técnica e psicóloga da equipe. Também atua em um projeto social. Caravana do Esporte Em 2015, Soraia participou do projeto Caravana do Esporte, da ESPN, que foi realizado no Grajaú, com início em 01 de abril. “No Dia da Mentira, nós fizemos algo que é uma grande verdade”, acrescenta bem humorada. “A Caravana é uma coisa muito boa e coisas boas nós queremos dividir. Da Caravana não dá pra falar, tem que vivenciar. “O que significa judô?”, questiona Soraia André após a aula com os pequenos alunos do Grajaú. “Caminho da sabedoria”, respondem as crianças em uníssono. A professora não se contenta em apenas ensinar as técnicas e também transmite esporte no discurso. Talvez o melhor das atividades físicas esteja nos valores. “O judô é uma filosofia, É uma guerra interior, você tem que vencer a si mesmo e matar o seu ego. Saber cair e levantar”, explica a campeã.

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FRED GUERRA: Formado na primeira turma de Faixas Pretas do Estado, hoje é 3º dan e comanda um projeto social com 7 pólos em 4 municípios tocantinenses, atendendo a 398 alunos ativos no momento. Desde 2006 integras Delegações Brasileiras em eventos internacionais, tendo sido Campeão Mundial por Equipes e duas vezes bronze no mundial individual, além de Campeão Panamericano e Sulamericano de Judô. É atualmente o vice­líder no Ranking Nacional.

A passagem da Chama Olímpica por Palmas, Tocantins, no dia 11 de junho, foi especial para 135 pessoas. Dentre elas, quatro judocas foram agraciados com a honraria de conduzir o maior símbolo olímpico por um trecho de 200 metros. “Foi sensacional”, contou Fred Guerra (AD Guerra/Sesi). “Poder representar o esporte que eu amo em um evento tão especial e ainda em frente a inúmeros alunos, amigos e familiares, foi muito emocionante. Espero que as energias positivas que transmitimos cheguem aos nossos atletas que vão atuar nos Jogos”, desejou o atleta de Palmas, que teve o currículo esportivo selecionado pelo Comitê Olímpico Brasileiro para ser um dos condutores na capital tocantinense. Lembrando que Guerra, em 2007, já havia sido condutor da Tocha dos Jogos Panamericanos. Ennilara Lisboa (Sesc), tida como uma das maiores estrelas do esporte no Estado, também foi selecionada, assim como Mayons Brito (PJC) e o técnico Celso Galdino (PJC), grande formador de atletas e com toda uma vida ligada ao Judô. Muito questionado pela comunidade

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MAYONS BRITO: Foi o primeiro tocantinense a integrar a Se­ leção Brasileira de Base, chegando a representar o Brasil no Circuito Europeu, na Alemanha. Medalhista de Jogos Escola­ res e de finais de Brasileiro, seu próximo objetivo é a conquis­ ta da Faixa Preta.

esportiva, o processo de seleção dos condutores buscou dar espaço para diversos segmentos da sociedade, em cadastro online realizado junto aos patrocinadores oficiais do evento (que foi uma iniciativa privada). Theo Dantas, por exemplo, foi selecionado por uma fabricante de veículos não necessariamente por seus resultados no jiu­jitsu, modalidade em que sagrou­se recentemente campeão estadual, e sim por sua história de superação através do esporte, que foi seu grande apoio em um difícil momento em sua vida. “Eu passei praticamente dois anos sem sair de casa com depressão. Se não fosse a decisão de abraçar o esporte, não sei o que teria sido de meus dois filhos e toda a minha família”, contou Dantas. Se a decisão da organização foi justa ou


Texto: ASCOM Judô Guerra

não, o consenso é que muitos atletas e gestores com relevantes resultados e serviços prestados ao esporte acabaram ficando de fora dessa grande festa do esporte. Mas o lado bom é que quem foi às ruas, seja como condutor ou expectador, viu realmente uma grande festa, regada a muita emoção e organização. Para Gizella Campos, que acompanhou os atletas da Palmas Judô, “foi muito bom ter participado desse momento, tão importante para o esporte, em especial para o judô do estado. Alegria, felicidade em cada rosto, principalmente de nossos atletas”, descreveu em sua rede social.

CELSO GALDINO: Com toda uma vida dedicada ao Judô, há dois anos que este Faixa Preta 5º dan comanda sua própria associação, a Palmas Judô Clube. Formou e treinou inúmeros atletas de ponta e há quase uma década é o coordenador técnico da Seleção Tocantinense. Apesar do foco competitivo, nunca deu menos importância ao Judô social e formativo de cidadãos. ENNILARA LISBOA: Recentemente promovida à Faixa Preta, foi a primeira tocantinense campeã dos Jogos Escolares Brasileiros, ano em que foi Vice­Campeã Sulamericana escolar. Foi ao pódio em finais nacionais nas classes sub18, sub21, sub23 e é a atual Vice­Campeã Brasileira Adulto e dos Jogos Universitários Brasileiros. Chegou a ser selecionada pela CBJ para a Seletiva Nacional dos Jogos do Rio 2016.

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Texto: Everton Monteiro

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Foi realizado em 25 de junho, sábado, na quadra esportiva do Instituto Divina Pastora, no Bairro do Jabaquara, em São Paulo, o 1º Festival e Torneio de Judô Cidade de São Paulo. Uma realização do Judô Gulo em parceria com a Secretaria de Esportes e Lazer da Prefeitura de São Paulo e o Instituto Divina Pastora. O evento contou com a participação de 450 alunos de escolas e projetos sociais, divididos em turmas e horários pré­agendados. A quadra de esportes do Instituto Divina Pastora permaneceu lotado durante toda a realização do evento, que teve como foco principal escolas da rede pública e particular e também projeto s sociais. Todos os participantes foram contemplados com medalhas e kits contendo lanches, suco e uma camiseta alusiva ao evento, encantando todas as crianças participantes. Para Wiliam Freitas, organizador do evento, mais ações dessa natureza serão realizadas, pois agrega muito valor às crianças, aos pais e professores. A emoção de ver a alegria da garotada vale todo o trabalho que é realizar um evento deste porte. O evento contou com a cobertura fotográfica do boletim OSOTOGARI. 14


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Texto: Everton Monteiro

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Foi realizado neste sábado, 02 de junho, a 2ª Etapa do Circuito de Judô Fedeesp, no Ginásio Antonio Prado Júnior, no Clube Athlético Paulistano, na região dos jardins, capital paulista. Evento reuniu judocas de várias faixas etárias de várias escolas de São Paulo, onde puderam realizar atividades lúdicas e também festival e torneio. Todos os judocas receberam medalhas alusivas ao evento e um kit lanche. Os exercícios lúdicos ficaram a cargo do Professor Emerson Nogueira. Todos os inscritos na competição puderam aderir à carteirinha exclusiva do evento, que além de ser única, com foto e identificação do atleta, garante descontos nas próximas edições do evento. O Circuito Fedeesp de Judô funciona como um festival, onde é livre a participação de todos, atletas, amadores, profissionais, escolares e PCDs. O evento contou com a cobertura fotográfica do Boletim OSOTOGARI 18


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16º KANGUEIKO

DE MOCÓCA Texto: Everton Monteiro

Em sua 16ª edição, o Kangueiko de Mocóca reuniu entre os dias 12 e 16 de junho 120 judocas dos estados de São Paulo e Paraná, Evento foi marcado pela participação de jovens que buscaram aprimoramento técnico e também sociabilização. O Kangueiko foi realizado em um distrito da cidade de Mocóca chamado de São Benedito das Areias, uma pequena cidade acolhedora que possui todos os requisitos para um treinamento de inverno: Um ótimo alojamento em um local bucólico, com ruas tranquilas, muito verde e ar puro. Um ginásio de esportes de bom tamanho e muito bem cuidado. Para os organizadores do evento, Luis Cesar Merli, Danilo Pietrucci e Elton Fiebig, o local é perfeito para a realização do Kangueiko, pois a tranquilidade do distrito de São Benedito das Areias permite que os atletas possam caminhar pelas ruas sem a preocupação do trânsito pesado das grandes cidades, mas sempre acompanhadas de monitores. Merli também destacou uma peculiaridade do local. Lá os sinais de internet de algumas operadores não funcionam. Por isso as crianças, acostumadas com a internet tiveram como opção de lazer nas horas de folga, jogos de cartas, dominó e as rodas de bate papo, coisas raras de se ver hoje em dia. Os treinamentos foram realizados duas vezes por dia, das 06:00hs às 09:00hs e das 15:00hs às 18:00hs. Nos intervalos de treinos 20

os atletas tinham as opções de descanso após tomarem seu café da manhã, almoço e jantar, ou partidas de futebol no campo do distrito, além dos jogos e das rodas de bate papo. Apesar do kangueiko se "treinamento de inverno", durante o dia, fez muito calor, o que deu ideia para a garotada brincar com bexigas e água. Um tipo de pega pega com corridas e banhos refrescantes... Mas para quem lê essa matéria se engana que o Kangueiko é somente treino e brincadeiras. Todos os participantes também tem que cumprir algumas obrigações. Cada um cuida de sua cama. Banheiros tem que ser lavados todos os dias, Arrumar e limpar as mesas do refeitório, varrer e limpar os tatames antes dos treinos e, após as refeições, cada um tem que lavar seus pratos, copos e talheres. Os participantes do Kangueiko ganham experiência, maturidade, aprendem a dividir responsabilidades, convívio esportivo e social. O próximo evento dessa equipe será o Shotyugueiko (treinamento de verão), que será realizado em janeiro de 2017 na cidade de Divinolândia. Em breve serão abertas as inscrições e a divulgação da programação completa para que os interessados possam se programar e garantir a sua vaga para participar desse tradicional evento. O Kangueiko de Mococa teve a cobertura fotográfica do boletim OSOTOGARI.


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No programa de pós­graduação da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas, desde 2010 o Prof.Dr. Fabrício Boscolo Del Vecchio é docente de uma disciplina intitulada “Metodologia do Exercício Intermitente”. Nela, alunos dos cursos de mestrado e doutorado em Educação Física têm a oportunidade de estudar mais sobre este modo de exercício físico que tem crescido bastante na atualidade. De modo responsável, e com estratégias administrativas inovadoras, a disciplina é gerenciada e conduzida com elaboração de seminários coletivos, em duplas e individuais. Também são desenvolvidas experimentações com o emprego dos protocolos conhecidos na literatura sobre a temática. Por fim, os alunos necessitam entregar, ao menos, dois textos para conclusão da disciplina. Após duas edições da mesma, reuniram­se trabalhos de diferentes naturezas que têm o Exercício Intermitente como objeto de estudo e pesquisa. A partir disto, e do esforço bilateral docente e discente, estruturou­se o livro intitulado “Exercício Intermitente”Estado da Arte e Aplicações Práticas”. A obra conta com capítulos mais conceituais, como o que é exercício intermitente, capítulos aplicados em diferentes grupos populacionais, como idosos, pessoas com sobrepeso/obesidade e esportistas, e capítulos com dados primários, coletados no interior da disciplina, e sob o rigor científico necessário. Ao lado, uma visão da capa do livro e, se você acessar o link abaixo, pode ter uma “amostra” do mesmo. https://issuu.com/fabricioboscolo/docs/intermitente ­2014.10.30.issu/0 Maiores informações de como adquirir o seu, por favor, envie email para anelita@bol.com.br

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