RELAÇÃO ENTRE O ALUMÍNIO EXTRAÍVEL COM KCL E OXALATO DE AMÔNIO E A...
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Comissão 2.3 - Mineralogia do solo
RELAÇÃO ENTRE O ALUMÍNIO EXTRAÍVEL COM KCL E OXALATO DE AMÔNIO E A MINERALOGIA DA FRAÇÃO ARGILA, EM SOLOS ÁCIDOS BRASILEIROS(1) Gabriel Octávio de Mello Cunha(2), Jaime Antonio de Almeida(3) & Bethina Bastos Barboza(4)
RESUMO Em solos ácidos de ambiente mais tropical com esmectitas, assim como em solos altamente tamponados de ambiente subtropical, contendo esmectita com hidroxi-Al entrecamadas (EHE) e, ou, vermiculita com hidroxi-Al entrecamadas (VHE), os teores de Al-KCl podem ser excepcionalmente altos; entretanto, em alguns casos não se manifestam efeitos fitotóxicos do elemento nas culturas. O Al “trocável” é tradicionalmente quantificado no extrato da solução de KCl 1 mol L-1 (Al-KCl), mas nem sempre esse elemento provém unicamente de formas trocáveis. Este trabalho objetivou investigar relações entre o Al extraído com solução de KCl e de oxalato de amônio com a mineralogia da fração argila. A quantificação do Al nos extratos de KCl e oxalato de amônio foi feita, respectivamente, por titulação com NaOH 0,02 mol L-1 padronizado e por espectrofotometria de absorção atômica. Foram utilizadas amostras de dois horizontes (A e B) de 12 perfis de solo de cinco estados brasileiros (AC, PE, BA, RS e SC), com diferentes características mineralógicas, todos com teores de Al-KCl superior a 4 cmolc kg-1 no horizonte B. Dois perfis de SC (Rancho Queimado e Curitibanos), com níveis mais baixos de Al-KCl, foram incluídos para comparação. Os altos teores de Al-KCl evidenciaram-se relacionados com a mineralogia dos solos estudados. Nos solos ácidos com mais esmectitas, drenagem moderada ou imperfeita e oscilação do lençol freático houve evidências morfológicas, confirmadas pelas análises mineralógicas, de que no clima atual ocorre um processo de destruição de argilas, liberando Al que precipita como compostos amorfos. A alta concentração salina da solução de KCl dissolve parcialmente tais compostos, superestimando as formas trocáveis desse elemento, principalmente nos horizontes subsuperficiais. Nos solos
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Parte da Dissertação de Mestrado apresentada pelo primeiro autor à Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. Financiada pela CAPES. Recebido para publicação em 26 de novembro de 2013 e aprovado em 18 de junho de 2014. Doutorando em Ciência do Solo, Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina - CAV/ UDESC. Av. Luís de Camões, 2090. CEP 88520-000 Lages (SC). E-mail: gabriel.cunha4@gmail.com Professor, Departamento de Solos e Recursos Naturais, CAV/UDESC. E-mail: jaime.almeida@udesc.br Estudante de graduação em Engenharia Ambiental, CAV/UDESC. E-mail: bee.bz@hotmail.com
R. Bras. Ci. Solo, 38:1387-1401, 2014