PREFÁCIO Dedico esta modesta obra às minhas filhas Solange e Barbara, à minha mulher Francisca, ao meu neto Vinicius e aos futuros netos e bisnetos que ainda estão por vir ao mundo. Há aquele ditado antigo que diz que as três coisas que um homem precisa fazer em sua vida para se realizar são: • Plantar uma árvore; • Ter um filho; • Escrever um livro.
Posso considerar-me, portanto, realizado. Filhos os gerei e graças a Deus são maravilhosos e me deram muita alegria por toda nossa convivência. Árvores já as plantei pelo menos umas duas dezenas, e a maioria está viva. Quanto ao livro este é o próprio e espero que seja proveitoso. Não é uma obra que possa vir a ser um best-seller, mas que trata de assuntos contemporâneos do Brasil e do mundo, contados de forma simples e objetiva, adicionando, sempre que possível, dados culturais ou, no mínimo, de interesse público. As crônicas são sobre vários temas: políticos, econômicos, comportamentais e administrativos, com enfoque em vendas e marketing. Devido a esse caráter eclético da obra, o índice está elaborado por temas, para praticidade do leitor. Espero que vocês, leitores, gostem das crônicas e que lhes sejam úteis de alguma forma. O autor
SUMÁRIO I - COMPORTAMENTO 16 Quando menos se espera 19 Uma geração de espertos 21 Aconteceu em Wall Street! 23 Hoje é ou amanhã será um novo tempo? 26 Os migrantes das metrópoles 28 Futebol: paixão nacional e muito dinheiro... 31 O futebol e seus cartolas intocáveis 33 O país dos carnavais 35 Passou o carnaval! 38 Hair, sucesso da Broadway em 1968, 38 Com nova versão em São Paulo 40 A queda do cartola Ricardo Teixeira 42 O brasileiro tem memória? 45 A Salomé se calou 47 O limiar de nossas vidas 50 Amigos – você os tem? 52 A Lei de Murphy “existe” mesmo 54 O despertar da intolerância
II - POLÍTICA E CORRUPÇÃO 58 Panelaço já 60 Democracia tupiniquim 62 Democracia tupiniquim ii 64 Dinheiro em caixas de “chuteiras” 66 A lanterna de Diógenes 71 O fenônemo do marketing político 72 Dilma é notícia nos EUA 74 Quiseram dividir o pará em três 76 Marcus Tullius disse há 2.067 anos 77 Raposa tomando conta de galinheiro 79 A lei da ficha limpa é finalmente aprovada 81 Até tu, demóstenes, nosso defensor? 82 Dilma Rousseff visita os EUA 83 “Cachoeiragate”, a ponta do iceberg
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A lei da transparência A lei da transparência ii Lula, o mais novo aloprado Vamos moralizar este país!
III - ECONOMIA 94 Ufa! Que sufoco! 96 Os chineses chegam cada vez mais!!! 98 Sinal dos tempos, vem aí o trem-bala 101 Venezuela, o país de Hugo Chávez 104 Mercado securitário 110 O negócio promissor das ONGs 112 Brasil 2012: sexta potência econômica do mundo 115 As duas faces das commodities 117 A indústria da pirataria 119 A Grécia tenta ressurgir 121 Momento delicado na economia mundial 121 E a política em Brasília 123 Os banqueiros que se cuidem! 125 O que é o impostômetro? 128 O endividamento do brasileiro 131 Por que o seguro de carro é caro?
IV - ADMINISTRAÇÃO 136 Os clientes internos e sua importância na sociedade contemporânea 138 Homem, o vendedor de ilusões 141 A central de fofocas nas empresas 143 A importância da previsão de vendas 148 A logística da produção agropecuária 151 Feedback é o que nos falta!
V - ESPECIAL 154 O mercado imobiliário 156 A saga do corretor de imóveis (Escravidão psicológica) 159 A saga do corretor de imóveis ii (O grande circo dos lançamentos) 162 A saga do corretor de imóveis iii (Abandonados)
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1. COMPORTAMENTO
1. COMPORTAMENTO
QUANDO MENOS SE ESPERA Não bastassem nossos “fantasmas” habituais, que rondam nossas ruas, praças, paradas de semáforos, janelas e portas, temos nestes tempos modernos outros temores, estes não de meramente ladrões que cometem latrocínios. São temores do inesperado, às vezes catástrofes, provocadas por mentes doentias. Podemo-nos deparar com atitudes inesperadas de pessoas aparentemente comuns. Não existe raça, nacionalidade, cor, religião ou sexo para ser o executante dessas ações. Pode ser um esportista, como, por exemplo, um membro de torcida organizada; ou um religioso, que segue uma linha não ortodoxa de pensamento; ou aqueles com índole terrorista, voltados para ações violentas de extermínio em massa para incrementar seus programas ideológicos. O que esses fanáticos fazem quase sempre são ações minuciosamente planejadas e que surpreendem, pois normalmente são pessoas que têm comportamentos normais perante seus parentes, vizinhos e até dos amigos – quando os têm. Ou, por vezes, são, em seu cotidiano, imperceptíveis em seus redutos solitários. Poderíamos citar inúmeros exemplos de catástrofes provocadas por mentes doentias para os nossos padrões de homens normais, porém ideológicas para aqueles executantes e idealizadores. Relembremos alguns casos, somente como exemplos, e suas variedades: 1. O Reverendo Jim Jones, da seita “Peoples Temple”, conseguiu arregimentar centenas de pessoas num lugarejo denominado Jones Town, na Guiana. Jones criou a seita inicialmente para proteger os sem-teto, doentes e outros necessitados. Em 18 de novembro de 1978, levou seus membros a um suicídio coletivo, quando morreram 918 pessoas, entre adultos e crianças, na sua maioria por envenenamento. 2. Um Boeing 747 da Pan American com 259 pessoas a bordo explodiu nos céus de Lockerbie, na Escócia, matando todos os passageiros. Seus destroços em terra atingiram fatalmente outras 13 pessoas. Atribuiu-se a ação a terroristas líbios, que 16
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explodiram bombas a bordo. Tragédia ocorrida em 21 de dezembro de 1988. 3. Os homens-bomba formados pela Al-Qaeda e outras facções do gênero são doutrinados para uma missão “santa” de se explodirem com bombas montadas em seus corpos em locais que provocassem grande número de vítimas, consideradas pelos seus mentores “inimigos”. Acreditam que passarão para uma vida melhor no paraíso, onde viverão sem doenças, muitas esposas e muitos prazeres. Tudo isso em recompensa pela missão cumprida. Sua atuação é uma constante em países como o Paquistão, Índia, Rússia e em alguns países árabes, com destaque para o Iraque. As embaixadas americanas são, também, alvos almejados no continente asiático e no Oriente Médio. 4. O massacre ocorrido no Rio de Janeiro, quando o jovem Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, entrou em uma escola no bairro de Realengo e matou 12 crianças, tendo cessado apenas ao ser morto, com um tiro certeiro, por um policial. Acreditava que estava se purificando e cumprindo uma missão – isto dito em vídeos deixados pelo mesmo, dentre outras informações confusas. 5. Nem mesmo a maior potência militar do mundo pôde se proteger dessas atitudes fanáticas: o 11 de setembro de 2001 foi o dia em que não só os norte-americanos ficaram perplexos, mas o mundo todo. Uma mente diabólica foi capaz de colocar em quatro aviões de passageiros seguidores fanáticos treinados para arremessar os jatos contra objetivos que seriam os mais bem protegidos do mundo, como o Pentágono, quartel-general dos EUA, e o World Trade Center, o símbolo do capitalismo americano, e, imagina-se, a Casa Branca, sede de governo do homem mais poderoso do mundo. Este fracassou por heroísmo dos passageiros de seu voo, o de número 93 da United, que já sabiam do ocorrido com os outros três jatos e se atracaram com seus sequestradores, provocando a queda da aeronave na Pensilvânia antes de atingir seu destino final, que, alguns dizem, seria a Casa Branca. Foi o maior atentado terrorista da história, pois morreram cerca de 3.000 pessoas. Essa ação terrorista mu17
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dou o rumo dos acontecimentos, tendo motivado várias reações americanas, inclusive duas declarações de guerra: contra o Talibã, no Afeganistão, e o Iraque, sob o pretexto da existência de armas químicas em seu território. O que ficou claro mais tarde é que tais armas não existiam, tratando-se de um erro da Agência de Inteligência Americana, a CIA, o que forçou Bush filho a cometer um erro que custou caro aos americanos.
Por ocasião da morte de Osama Bin Laden, em 2/5/2011, quando do confronto da força militar estadunidense, na casa de seu refúgio no Paquistão, foi encontrado entre seus pertences projetos de planos de atentados, inclusive em seu notebook. Muitos com datas programadas para 11 de setembro de 2011. A mídia chegou a ter acesso, por exemplo, a informações de planos de atentados simultâneos à rede ferroviária americana. Digna de registro, uma grande preocupação das nações com poderio bélico nuclear é a segurança dessas armas, pois se caírem em mãos terroristas o mundo estaria numa situação muito delicada. Os fanáticos da linha de Osama Bin Laden certamente não hesitariam em usá-las contra seus “inimigos”. O pior de tudo é que o leque de países que dispõem de ogivas nucleares aumentou nas últimas décadas. Paquistão, Índia, Coreia do Norte e Israel já fazem parte desse grupo. Há também o Irã, que tem se esforçado em fazer parte desse clube atômico, o que tem sido uma grande dor de cabeça para os seus inimigos explícitos, como os EUA e Israel, e, evidentemente, para a ONU, que tem aplicado embargos e outras ações coercitivas. Que Deus nos proteja! Que Alá nos proteja!
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UMA GERAÇÃO DE ESPERTOS Os mais jovens não sabem o que significa ser igual ao “Gerson”. No ano de 1976, fez muito sucesso um comercial de cigarros da marca Vila Rica, cujo garoto propaganda era o Gerson, o cérebro da seleção brasileira da Copa de 1970. Uma das falas do comercial era: “Eu gosto de levar vantagem em tudo.” E isso pegou. Quando alguém queria dar uma de esperto ou tirar vantagem de algo, dizia-se que a pessoa queria “dar uma de Gerson”. Pegou porque é típico do brasileiro querer levar vantagem, incluindo aqueles que deveriam dar o exemplo, como os políticos e algumas autoridades. Tem sido uma verdade a “lei da vantagem” entre nós. Queremos tirar vantagem de tudo. Não pagar uma multa de trânsito, por exemplo, evitando sua lavratura mediante suborno. Suborna o fisco municipal, estadual e federal para levar algum tipo de vantagem. Assim é no seio de nossa sociedade. Quem pode afirmar com firmeza que isso não ocorre, ou melhor dizendo, quem discorda destas afirmações? Quem, mesmo involuntariamente, já não se viu envolvido em algo parecido, como, por exemplo, ter que subornar, mediante acharcamento ou algo pior... E a tal lei da vantagem evoluiu numa progressão geométrica, mais fortemente no meio político. Lá pelos idos dos anos 1960 o “por fora”, que ia para as mãos de políticos corruptos, girava em torno de 10%. Nos dias de hoje fala-se em 30% ou até mais. Exemplo: se um viaduto vai custar aos cofres públicos 1 milhão de reais, acaba na realidade custando 1 milhão e trezentos mil. É claro que não é uma regra geral, não seria imbecil de afirmar isto; há políticos honestos que, por sinal, sofrem muito por isso, pois a pressão é grande... O que fazer com essa “filosofia da esperteza”? Como se poderia mudar isso? Certamente dependemos da nova geração em formação, os homens que tocarão este grande país. Os futuros governantes, futuras autoridades constituídas, futuros empresários e, principalmente, os futuros líderes desta nação. Essa nova geração, as crianças atuais, nos surpreendem, por vezes, com algumas indagações inocentes, mas cheias de bons princípios, como por exemplo: “Você passou o farol vermelho”; “Não jogue papel no chão”; “Não 19
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fale palavrões”; e assim por diante. São coisas simples, mas de uma simbologia fantástica. É assim que se começa a ter um perfil de cidadão cônscio de suas responsabilidades perante a comunidade; é isto que devemos entender e é por isso que precisamos incentivá-los. Tem de haver uma mudança cultural. Enfatizar o que é certo e errado; o lícito e o ilícito; a honra e a desonra; o patriotismo e o impatriótico. Tudo depende de um esforço comum dos pais, dos governantes, dos educadores, das autoridades e até do empresariado. Todos têm uma cota de responsabilidade nesse processo. É preciso nos preparar para um Brasil melhor. Uma nação desenvolvida e – por que não almejar? – uma potência mundial. Está em nossas mãos começar a fazer isso acontecer. Em que você pode ajudar? Qual é a sua cota? Pense nisso.
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