Público Porto ID: 60044711
07-07-2015
Tiragem: 33425
Pág: 14
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 11,12 x 31,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
O Open House Porto atraiu muita gente e sobretudo “não-arquitectos” Arquitectura Rita Neves Costa Ainda não existem números oficiais, mas a organização do Open House Porto acredita ter superado as expectativas Mal se fala do evento, Nuno Sampaio não esconde a alegria de uma primeira edição bem-sucedida. O director executivo da Casa da Arquitectura e organizador do Open House Porto assegura que as expectativas foram superadas e que “a forma como o público acedeu” é de louvar. “Apenas 20% das pessoas eram arquitectos ou estudantes de arquitectura”, garante Nuno Sampaio. As diferentes hierarquias e estatutos sociais foram a garantia de que o Open House era isso mesmo: uma “casa” de portas abertas a todos. As perguntas e dúvidas de muitos estrangeiros dominaram as visitas e houve quem pretendesse até, de imediato, adquirir alguns imóveis. “Tivemos o caso de um investidor chinês que queria comprar uma casa particular no centro da cidade do Porto”, refere o organizador. De entre os sítios mais visitados, o terraço da Câmara Municipal do Porto, o Palácio Marques Gomes, em Gaia, e o Farol de Leça, em Matosinhos, foram os preferidos do pú-
blico. O Farol registou “uma adesão inacreditável”, onde foi necessário proceder a algumas alterações nas visitas, para não correr o risco de as pessoas ficarem à porta. A organização adaptou-se, regularizou os tempos de espera e aumentou o número de visitas programadas, sendo que a ajuda dos voluntários, especialistas e autores dos projectos se revelou indispensável. “Após terminarem uma visita, tinha de se começar outra logo a seguir”, explica Nuno Sampaio. Cerca de 100 voluntários responderam afirmativamente ao opencall do evento e alguns já garantiram presença numa próxima edição. “O meu primo também pode vir?” foi uma das frases que Nuno ouviu de um dos voluntários. “Houve instituições que aceitaram o convite, algumas casas particulares rejeitaram e muitas não responderam”, reconhece. No entanto, há a recordar o caso de um casal que foi passar o fim-de-semana fora e deixou a sua casa à mercê de um arquitecto e do Open House Porto. Uma situação que, por si só, demonstra “o interesse genuíno dos ‘não-arquitectos’” pelo projecto. Para 2016, ainda não é possível adiantar quais os lugares a visitar, mas a possibilidade de ter um cor-rupio de pessoas a percorrer algumas das maiores referências da arquitectura urbanística em Portugal já é quase uma garantia. RITA FRANÇA
O terraço da Câmara do Porto foi um dos sítios mais visitados