A45
ID: 65338607
19-07-2016
Tiragem: 25772
Pág: 35
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 15,68 x 30,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Lisboa Mistura. A lusofonia a partir do Intendente Música. Cinco dias de concertos e conversas, a tomar o pulso à eletrónica e ao hip hop nacional no "festival que não é festival". Começa hoje
O ensaio da OPA, Oficina Portátil das Artes, que abre os concertos amanhã, às 21.00 UNA SANTOS
O primeiro encontro de rape hip hopnacional com selo Sons da Lusofonia foi há 18 anos e estavam lá os músicos Valete e NBC que voltam este ano ao Lisboa Mistura, com Virgtd, Maze, Fuse, Sir Scratch e Bob da Rage Sense, para um concerto na quinta-feira, às 21.30, no Largo do Intendente, coração deste "festival que não é festival", segundo o seu diretor artístico, o saxofonista Carlos Martins. -ftabalhamos com os bairros há muitos anos, não são só aqueles três ou quatro dias, e queremos que o Lisboa Mistura seja todo o ano", acrescenta o músico ao DN. É isso que quer ver refletido no concerto de abertura, amanhã, às 21.00, no palco principal do Largo do Intendente, com a OPA-Oficina Portátil de Artes, um projeto pedagógico com urna década que reúne jovens de diversas origens e bairros de Lisboa, acompanhados pela primeira vez por banda e DJ. Este é o resultado de várias residências artísticas dirigidas pelo músico Francisco Rebelo, dos Orelha Negra. "O pilar deste projeto é trazer jovens da periferia ao centro", afirma Carlos Martins. Antecipando o concerto, hoje, entre as 18.00 e as 19.00, a escola Restart abre as portas na Rua da Almargem, 10, para o ensaio. É o dia do arranque oficial do programa, com live graffitti entre as 17.00 e as
20.00, na UnderdogsArt Store, no Cais do Sodré-Glue e Mosaik, colaboradores de Vhils, constroem a obra, o som é de DJ Kwan. Na sua 11.1 edição, este ano, o Lisboa Mistura quer estar"mais próximo do som de Lisboa, de Portugal e dos países que falam português", avança Carlos Martins, lembrando que se comemoram 20 anos da associação Sons da Lusofonia, nascida seis meses antes da CPI.P (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). "Queremos valorizar a criação do novo modelo da lusofonia", explica o diretor artístico sobre a programação de 2016, defendendo uma estratégia de integração baseada no entendimento cultural. Na sexta-feira, às 21.00, entra em cena o coletivo sul-africano Batuk, cuja vocalista é a artista moçambicana Manteiga. Têm um primeiro disco, Música da Terra (editado em maio) no alinhamento e para o concerto trazem a percussão de Gueladjo Sane, da Guiné-Bissau. Às 22.15, apresenta-se Konono N.01. um concerto baseado no disco Konono meetsBatida (de abril de 2016, gravado em Lisboa), e colaborações da cantora Selma UamussP e MCAF Diaphra. No sábado, às 21.00, o palco é dos Retimbrar, um grupo do Porto, "que representa a música que se faz em Portugal, fora de Lisboa", diz Carlos Martins. E às 22.15 juntamse todas as latitudes da lusofonia: Waldemar Bastos (Angola), Kimi
Djabaté (Guiné), André Cabaço (Moçambique), Tonecas Prazeres (SãoTomé), Jenifer Solidade e Khaly Angel (Cabo Verde), Leo Minaz e Alexandre Frazão (Brasil), Carlos Barretto, Mário Delgado, Carlos Martins (Portugal). As conversas
Lisboa Mistura faz-se também de conversas. Hoje, às 19.00, no Largo da Severa, fala-se sobre o Som de Lisboa, e a palavra é dada a Marlon Silva (I)) Marfox), Maria Reis (Pega Monstro ), Camané, Gabriel Ferrandini e o jornalista Mário Lopes (moderação de Pedro Gomes). Amanhã, também às 19.00, mas na Casa Independente, juntam-se António Brito Guterres, António Contador eTeresa Fradique para falar sobre música pós-colonial de Portugal - do irromper do hip hop nos anos 1990 às manifestações do afio-house do presente, com moderação do jornalista e crítico do Público,Vítor Belanciano.
O Lisboa Mistura, de entrada livre, sofreu este ano uma alteração do calendário, passando de junho para julho. "Ainda não entendemos muito bem a mudança, mas havia a ideia de que havia muitas coisas dedicadas à mistura nas Festas Ida cidade)", justifica Carlos Martins. O festival é organizado com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC).
Página 45