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A chaga do analfabetismo

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Ao divulgar o relatório da pesquisaAlfabetizaBrasildoMinistério da Educação (MEC), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas EducacionaisAnísioTeixeira(Inep) deu números a uma triste realidade conhecidaemaisumavezmensurada emtodaasuatrágicadimensão.Afinal, apenas 4 em cada 10 crianças do 2º anodoEnsinoFundamentalestavam alfabetizadasnoPaísem2021,resultadoaindapioremcomparaçãoa2019, quando mais de 6 crianças em cada 10 eram consideradas alfabetizadas.

O resultado remete à previsão dequeoBrasilaindalevaráalgumas décadasparaselivrardeumproblema crônico que continuará condenando geraçõesàssituaçõesdeexclusãoepreconceito.A manutençãodoanalfabetismoemníveisnãocondizentescomumanaçãoquesealmejadesenvolvida resulta do continuísmo de políticas educacionais ineficientes,sobretudonoEnsinoFundamental.

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A manutenção do analfabetismo em níveis não condizentes com uma nação que se almeja e desenvolvida resulta do continuísmo de políticas educacionais ineficientes níveis salariais para manter e atrair professoresdequalidadereconhecida.

Mais do que quitar uma dívida socialcomapopulação,oinvestimento maciço em projetos dirigidos à Educação Fundamental denotam a única estratégiacapazdegarantirumfuturo decrescimentoeconômicosustentável, pormeiodaformaçãodegeraçõespreparadas para os novos desafios tecnológicosedotadascomacapacidadede entender,cumprirdevereseexigiros plenosdireitosdecidadania.Omundo, cadavezmaisglobalizado,impõenovosdesafioseanecessidadedeações criativas, inovadoras e alicerçadas em novas tecnologias sustentáveis que garantirãomaiseficiênciaprodutivaem consonânciacomapreservaçãoambiental

Apesar de estar invariavelmente presente nas campanhaseleitoraiseconstarnarelaçãodeprioridadesestabelecidaspelaquasetotalidadedasadministraçõespúblicas,aEducaçãoBásicahámuitocarece depolíticascontínuasqueefetivamenteasseguremo acessoatodasascamadasdapopulação.Alémdisso, promovam a melhoria das condições estruturais e recursospedagógicose,principalmente,assegurem

Boqnews - 10 a 16 de junho/2023 - 2 redacao@boqnews.com

A negligência do Estado brasileiro já faz por exigir um maior envolvimento da sociedade civil, que deve também participar com propostas de aprimoramentodasbaseseducacionaisecontribuir com o acréscimo de investimentos privados para a ampliação da qualidade do ensino oferecido. Isso porque,apenasacobrançadaresponsabilidadeque cabeaosgovernostemsereveladoinsuficientepara resolverumproblemaque,afinal,interessaatodos os brasileiros, sem distinção. O desafio é enorme. Restasaberseteremosboavontadedasautoridades paramudarestarealidade.

JAIRO SÉRGIO & COLABORADORES @jairosacampos Mais notinhas

Projeto do túnel em Brasília

O presidente da Autoridade Portuária, Anderson Pomini, apresenta o projeto do túnel entre Santos e Guarujá na Comissão de Transportes e Infraestrutura da Câmara dos Deputados nesta terça (13). O objetivo é mostrar aos parlamentares a importância da obra, a maior em termos de infraestrutura do País para os próximos anos. Se sair do papel, será o primeiro túnel submerso no Brasil.

Dragagem

Durante coletiva à Imprensa na última terça (6), Pomini também ressaltou que a autoridade portuária pretende ampliar o prazo do contrato dos atuais 2 para 10 anos para agilizar o processo de dragagem no Porto de Santos. A meta é atingir o aprofundamento de 16 metros até chegar aos 17 metros necessários para acesso de grandes embarcações.

Impacto ambiental

Mas o processo também dependerá dos impactos ambientais, como a perda de faixa de areia nas praias de Santos. Assim, ocorrerão simulações matemáticas que ajudarão a defini-los. Para tal, a autoridade deve firmar parcerias com a Unicamp e o próprio INPH - Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias. Pesquisadores da Unicamp foram responsáveis pelos estudos de implantação das ecobags na Ponta da Praia.

Hora extra Como a gestão anterior da Autoridade Portuária apostava na privatização, cerca de 400 funcionários da empresa aceitaram o PDV - Plano de Demissão Voluntária. Dessa forma, faltam profissionais em diversos setores, obrigando alguns a trabalharem até aos finais de semana. A estatal irá promover concurso público, cujo edital está previsto para o próximo ano.

Projeto polêmico de volta

Após quatro meses da aprovação em primeira discussão, o projeto que homologa uma série de benefícios ao seleto e unido grupo de procuradores do Município, o PL voltou à pauta e quase foi votado. Mas diante de uma série de questionamentos de edis, como Benedito Furtado (PSB) e Débora Camilo (PSOL), foi retirado pelo líder do governo, Adilson Jr (PP). Breque nos pedidos Furtado apresentou cinco emendas ao projeto, com destaque para duas onde haverá necessidade de transparência nos pagamentos dos valores das sucumbências pagas aos procuradores e “que seja obedecido o limite previsto no inciso XI artigo 37 da Constituição”.

Com a retirada da pauta, a proposta deve voltar apenas no 2º semestre.

Grupo distinto No projeto dos procuradores, uma parte da sucumbência seria destinada ao complemento em até 10% ao limite do teto dos ministros - não pode superar 90,25%. Ou seja, pela proposta original, o seleto grupo poderá receber benefício de R$ 3.760,00 como auxílio-alimentação (seis vezes mais que os demais servidores) assim como de auxílio-saúde no mesmo montante, valores não deduzidos do Imposto de Renda. Sem contar férias e 13º.

Sondagem

Prefeito de Cubatão em três ocasiões, Nei Serra, 80 anos, tem sido sondado por partidos para voltar ao cargo nas eleições do próximo ano.

Na vitrine Legendas como Republicanos, MDB, Podemos, PT e PSD terão participarão importante no processo eleitoral em Santos, ainda que não estejam necessariamente na cabeça de chapa. A conferir

Quem Responde?

Será que... ao invés defender causas próprias, os procuradores de Santos não deveriam defender interesses da Cidade com o mesmo afinco?

“Vamos pegar nossos livros e nossas canetas, pois são as armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.”

GAUDÊNCIO TORQUATO twitter@gaudtorquato

Ponto de Vista

Bigalhas nas democracias

Atampadapanelademocráticafoi aberta.Eumaondadecalorseespraia pelosaresdacozinha.AguerradaUcrâniaampliaaquentura,deixandoveros pinosdasenormespanelasdaChinae daRússiae,emoutrocanto,alinhados, os buracos dos vapores que saem dos paísesdosterritóriossobabandeirada Otan. Daí emerge a hipótese que, há tempos, faz curvas nos penhascos democráticos: trocas de governos sob o pandemônio de rombos nos tesouros nacionais têm sinalizado a ascensão da tecnocraciaaocentrodopoderpolítico, contribuindo para mobilizar massas, atéentãoamorfas.

Abrigados nos vãos ideológicos, grupos de todos os matizes passam a agir como exércitos destemidos, tomando as ruas, questionando governantes açoitados desde a crise financeira de 2008 e acendendo a fogueira de figurantes e de algumas propostas, comoéocasodereformas.(...)

Não faltarão questionamentos à abordagem,bastandolembrarareceita brasileira: para enfrentar a crise prescreveuoacessodapopulaçãoaocréditoeconsumo.Ora,esteéoeixocentral dogovernoLulaIII.

Não se descartam otimistas previsões sobre a maior influência brasileira no mundo, a partir da posição de sua volta à mesa do G20 e da vontade do nosso mandatário-mor em dar o tom dor na orquestra das nações. E ninguém duvida que o patrimônio brasileironocampodamegabiodiversidade haverádeconferirgrandezaànação.

Urge analisar o segundo ator importante no quadro das democracias contemporâneas: o tecnocrata. De início, é oportuno lembrar que não há mais no planeta brilhantes estrelas da política.Opaineldahumanidadelocupleta-se de figurantes sem o glamour de líderes que marcaram presença na história.Quemselembradasliçõesde sabedoriaedotinodefigurasportentosascomoDeGaulle,ChurchillouMargaret Thatcher? As nações dispõem hojedequadrosfuncionaisdelimitado ciclo de vida política. Os conflitos do passado,cujosfocoseramageopolítica eaexpansãodedomínios,cedemlugar às lutas internas contra o dragão que devastaasfinançasecorróiriquezas.

É natural, pois, que o perfil do momento seja aquele treinado nos salões da tecnocracia. O termo vem a calharnestestemposdeinsegurança,eis queagregahabilidade(tekné)aopoder (krátos).Issoéoqueseesperados“solucionadoresdeproblemas”.

Afinal, o tecnocrata faz mal à democracia?Aperguntaestánoardesde aquedadoMurodeBerlim,novácuo deixadopelodesvanecimentodasideologias e pela pasteurização partidária. De lá para cá, governos esvaziaram seus compartimentos doutrinários, preenchendo-oscomquadrosburocráticos e apetrechos técnicos para obter eficiênciaeeficácia.Inaugurou-seocicloqueMauriceDuvergercognomina de “tecnodemocracia”, que sucede à democracialiberal.(...)

A política deixou de ser uma unidade autônoma, passando a depender de mais duas hierarquias: a alta administração do Estado e os negócios. Esse é o feitio dos modernos sistemas democráticos. O Brasil orgulha-se de terliquidadosuadívidaexterna.Hoje, credor do FMI, enterrou uma história pontilhada de excessos fiscais e monetários,desdeosprincípiosdoséculo passado,quandoimportavacaixõesde defuntos vindos da Inglaterra, prontinhos e estofados em veludo, para receber empresários decadentes e burocratas inescrupulosos. Mas continua apraticarmutretas.

O sonho de Campos Sales realizou-se, depois de lutar entre 1898 e 1902, para fazer o saneamento financeiroeestancarsuadívidaexterna.De lá para cá, quase tudo mudou. Pinço Fernando Gabeira, ao lembrar que, por aqui, a coisas andam a passos galopantes. Lula foi eleito nos mandatos anteriores com grandes margens. Elegeu-separaoúltimocompequena margem. Não percebeu, porém, que governa um Brasil rachado ao meio. Fatias do bolo são distribuídas no Centrão, cujo dicionário começa com na letra B, onde estão as bigalhas dos cofres. Isso mesmo, milhões de migalhasentupindoosdutos.

DESAFIOS AempreendedoradigitalLudmillaRossiapostanainovaçãocomoformademudançasnasociedade

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