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'Santos não pode perder a inovação tecnológica'

Em 2001, quando iniciou sua trajetória profissional em Santos, no litoral paulista, a empreendedora Ludmilla Rossi já vislumbrava os caminhos que a inovação traria para a sociedade.

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Na época, a internet no Brasil engatinhava e as redes sociais eram mínimas – MSN era uma exceção. Nem Facebook nem o próprio Orkut, nascidos apenas em 2004, eram realidade – este último desativado uma década depois.

Mesmo assim, a jovem acreditava no potencial deste segmento e na própria cidade, quando criou a MKT Virtual, criadora de sites – setor que também engatinhava à época. Sem espaço por aqui, ela buscou novas ares – no caso, a Capital paulista.

Mas, aos poucos, começou a fazer o caminho inverso – contrariando a tendência de outros jovens que deixaram a Cidade por falta de oportunidades. “Infelizmente, Santos expulsou muita gente em razão disso”, lamenta.

No mesmo período, já surgiam experiências de inovação espalhadas pelo Brasil, como o Porto Digital, de Recife. Fruto, aliás, da persistência de pesquisadores que acreditaram e apostaram em projetos inovadores.

Hoje, o polo emprega mais de 13.500 profissionais e é referência nacional, abrigando centenas de empresas nos mais variados segmentos. Assim, como seu equivalente em outro extremo do País, o de Porto Alegre.

Pandemia e desafios

Com a pandemia, porém, ficou evidenciado que o tradicional cenário de empregabilidade mudou – e também geográfico. Ou seja, o home-office integral ou parcial veio para ficar.

Foi assim que em abril de 2020 – quando a pandemia da Covid-19 registrava as primeiras mortes, mas a dimensão desta tragédia que levou a vida, somente no Brasil, de mais 702 mil pessoas, era um incógnita – quando Ludmilla começou a colocar em prática um antigo sonho.

Ou seja, criar um verdadeiro polo de ideias e projetos, onde a inovação é a palavra-chave, reunindo pessoas das mais variadas matizes econômicas, sociais, de gênero e raça. O fruto deste sonho se tornou real em dezembro de 2021 – ainda durante a pandemia –quando Ludmilla abriu o Juicyhub, localizado no Gonzaga, em Santos.

Tartarugas são soltas de volta ao mar

Depois de cerca de um ano de tratamento no Aquário de Santos, duas tartarugas marinhas foram soltas, na manhã da última quarta-feira (7) na Laje de Santos, numa ação que integra a programação da Semana do Meio Ambiente. Os dois animais são tartarugas-verdes (Chelonia mydas), uma das espécies mais comuns na região.

Ambiente criativo

No Juicyhub, a inovação e a criatividade unem gerações em busca de soluções conjuntas, tendo o ambiente tecnológico como polo de oportunidades

Ou seja: ‘uma plataforma que conecta cidades e pessoas para acelerar a nova economia fora das metrópoles’, como se apresenta logo na abertura do site da empresa.

O espaço colaborativo – e bem criativo – reúne mensalmente uma média de 1.200 pessoas, com uma comunidade efetiva de 150 profissionais de perfis distintos, mas com objetivo comum: inovar em busca de uma sociedade melhor.

“Vi que era uma janela de oportunidades”, enfatiza ao idealizar o seu sonho junto com seu sócio, Maurício.

“A iniciativa privada precisa destas faíscas”, acrescenta. Um ano e meio depois ela se orgulha dos resultados e já planeja ampliação para agregar novos serviços – e projetos inovadores.

Mudanças

A profissional cita estudos realizados nos Estados Unidos – não há trabalhos semelhantes no Brasil –que mostram que após a pandemia houve um movimento migratório das metrópoles para as cidades médias e menores.

E neste contexto, diante da proximidade com a Capital, San- tos, principal cidade do litoral paulista, reúne todas as condições para abrigar esta nova demanda. “Recebo diariamente mensagens de pessoas que têm nos contatado com a ideia de vir ou voltar para Santos”, destaca. Além de qualidade de vida e custo menor que as grandes metrópoles na região Sudeste, como São Paulo e Rio de Janeiro, a Cidade oferece facilidades de mobilidade urbana e outras características atraentes.

Não é à toa que apenas neste início de ano, quatro novas escolas particulares abriram sua portas, a maior parte na Ponta da Praia. Aliás, bairro que tem recebido cada vez mais moradores e empreendimentos de alto padrão.

Horizontes

No entanto, o desafio poderia ser potencializado – e agilizado – se a cidade apostasse na inovação como ferramenta para geração de empregos e negócios, ampliando horizontes nas mais variadas ideias.

Ou seja, não se limitando ao atendimento ao setor portuário, sempre lembrado em razão da Cidade abrigar o maior Porto da América do Sul – mas sem abrir mão de outras ideias inovadoras, como economia criativa, audiovisual, games e outras áreas, muitas vezes abandonadas ou ‘mortas’ por falta de incentivo e apoio financeiro.

“Perdemos janelas importantes. Isso não pode voltar a ocorrer”, alerta Ludmilla. Ela participou do Jornal Enfoque do último dia 1 de junho, onde destacou o potencial que a Cidade tem – e não pode perder – para fomentar ideias inovadoras e atrair investimentos no setor. “Santos é uma cidade incrível para a gente viver de forma digna, atendendo a todas as camadas sociais”, enfatiza.

Para se aprofundar em temas complexos, Ludmilla foi buscar nos livros conhecimentos sobre discussões atuais da sociedade. Estudou Sociologia, História do Trabalho, além da relação inovação com prosperidade.

“Eu fui mergulhar nestes conceitos para entender o que é espaço compartilhado, coworking e outros termos”, diz. Cita, por exemplo, que a inovação pode ser encarada de várias formas. Ou seja, foca na inovação como criadora de mercado, gerando prosperidade e um ecossistema mais frutífero para todos.

Mas, ressalta os impactos na inovação de eficiência, onde a proposta só interessa à empresa contratante, cujo objetivo central é substituir a mão de obra pela implantação da tecnologia. “Isso só interessa às empresas”, acrescenta Assim, como a inovação de sustentação, mas não há garantia que gere mais empregos e prosperidade coletivas.

Elas estavam com fibropapilomatose cutânea, que se apresenta como tumor benigno associado a um vírus, comum nesta espécie na fase juvenil que pode debilitar o animal e até causar a morte. No período que ficaram sob os cuidados dos profissionais do Aquário, as tartarugas passaram por cirurgia e, depois de sadias, tiveram liberação para soltura. Hoje, o Aquário conta com nove animais em tratamento, que estão em boa evolução pelo trabalho desenvolvido pela equipe técnica.

Desde 2019, já aconteceram nove solturas. Antes de retornarem ao mar, todas as tartarugas recebem uma anilha para que se possa fazer o acompanhamento e sejam obtidas informações, que ajudam em estudos para a preservação da espécie.

As tartarugas-verdes podem viver mais de 80 anos, porém estão na categoria ‘Quase Ameaçada’, que é quando a espécie ainda não está em perigo, mas corre o risco de entrar em extinção em um futuro próximo. Os principais fatores que trazem problemas a elas são a poluição do mar, alterações nos habitats devido ao desenvolvimento costeiro, mudanças climáticas e, em especial, interações com a pesca.

MEIO AMBIENTE

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