FOLHA DA ARCA Nº 19

FOLHA

ARCA AMASERRA

Nova Lima/ MG, Agosto/ 2015/ Ano 8/ No 19

Subimos ao alto da Serra da Moeda e foi tão rica a experiência que pensamos em convidar o leitor a caminhar por ali. Nós mostraremos as trilhas e contaremos histórias.

Vem conosco pedalar aqui, ser mais criativo, renovar forças e proteger este paraíso.

Simone Bottrel

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Nova Lima, 30 de Agosto de 2015

maio/junho | 2012 | Ano 5 | no

ARCA AMASERRA

CONDOMÍNIOS EM MUTAÇÃO Retiro das Pedras

Municípios mineiros ganham Plano Municipal de Saneamento Básico

“Esperamos que o Retiro das Pedras seja um exemplo de sustentabilidade” — estas são palavras da presidente do Condomínio Retiro das Pedras, Sra. Claudia Baeta. Ela ressalta que o Retiro foi o primeiro condomínio horizontal da América do Sul, inovou na segurança e inspirou outros condomínios na região.

O Retiro abriga duas estações de tratamento de esgoto. À sua época, o rateio condominial, possibilitou a implantação do projeto, cujo gerenciamento foi entregue à COPASA. “Não mediremos esforços para inovar, melhorando a qualidade da água que sai destas ETEs. Faremos um estudo para buscar uma solução efetiva, evitando poluir o ribeirão receptor”, acrescenta a presidente.

Segundo a Sra Claudia, o Retiro das Pedras conta com 15 brigadistas que passam por constantes treinamentos, nossos equipamentos são sempre vistoriados e estamos adquirindo outros, ampliando ainda mais a prevenção e o combate a incêndios.

Através de uma iniciativa do Cibapar junto ao Ministério Público de Minas Gerais, 17 cidades da bacia do Rio Paraopeba receberão o Plano Municipal de Saneamento Básico, determinado por Lei Federal, até o fim de 2015.

“O Condomínio já possui um serviço de coleta seletiva de resíduos e pretende ampliar a campanha de coleta incluindo incentivo à transformação do lixo orgânico em adubo para horta e jardins, é um de nossos sonhos”, Claudia conclui.

O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) conforme a Lei Federal 11.445 de 2007, terá que ser concluído, até o final de 2015. O CIBAPAR identificou a carência dos municípios pertencentes à bacia de recursos técnicos e financeiros e buscou meios para angariá-los. Para o presidente do Consórcio, o vice-prefeito de Brumadinho, Breno Carone, o PMSB será desenvolvido para auxiliar os municípios. “O saneamento básico é necessário para garantir o bem estar da população e o uso sustentável dos recursos naturais”, destacou

Para o promotor e coordenador Regional das Promotorias de Justiça de Meio Ambiente das Bacias dos Rios das Velhas e Paraopeba, Mauro Ellovitch, mais da metade dos municípios mineiros não tem o Plano Municipal de Saneamento Básico. “A atual crise de abastecimento de água pela qual o Brasil passa é o exemplo pefeito dos reflexos da falta de políticas sérias e integradas para garantir a quantidade e a qualidade dos recursos hídricos, independentemente de fenômenos naturais”, disse. O promotor Mauro ressaltou ainda que “este Plano é o instrumento essencial para a concretização de ações efetivas”.

Os 17 municípios da bacia que estão sendo contemplados são: Bonfim, Brumadinho, Congonhas, Conselheiro Lafaiete, Cristiano Otoni, Florestal, Igarapé, Jeceaba, Maravilhas, Mateus Leme, Mário Campos, Pequi, Queluzito, Rio Manso, São Brás do Suaçui, São José da Varginha e Sarzedo.

O Plano Municipal de Saneamento Básico O PMSB diagnostica os problemas de saneamento, identifica demandas de expansão e melhorias dos serviços, estuda alternativas de soluções, bem como define indicadores que possibilitam acompanhar a evolução da prestação dos serviços rumo a universalização.

Para o presidente do CIBAPAR essa conquista trará além de benefícios, com o sistema de saneamento que contempla as populações urbanas e rurais, e a melhoria da qualidade da água e nos índices de saúde pública. Breno acrescentou que “com as condições adequadas para a população, conseguiremos diminuir o número de doenças e levar desenvolvimento social, cultural, econômico e ambiental para os municípios”.

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ENTREVISTA

O CIBAPAR apresentou um projeto para captar recursos, derivados de ação compensatória da Petrobras, para a elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico em municípios da bacia. O projeto foi aprovado no final de 2014.

Foto: Ilana Lansky

COORDENAÇÂO EDITORIAL: Simone Bottrel / PROJETO, EDITORAÇÃO GRÁFICA: Evelyn Zajdenwerg e Guilherme Borges / FOTOGRAFIA: Ilana Lansky e Fernanda Mann Azevedo / JORNALISTA: FernandaMann Azevedo, Paulo André / ILUSTRAÇÃO: Mário Valle / IMPRESSÃO: Gráfica Formato

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Nova Lima, |152012 de Agosto de 2015 maio/junho | Ano 5 | no

EMPRESAS E O AMBIENTE

Quem faz diferente no Sinclinal Moeda

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O FUTURO CHEGOU

normal do sistema Bela Fama são necessários 9.000 litros por segundo, sobrando 6.000 litros. E hoje esta captação precisa socorrer, com manobras na rede, áreas de Belo Horizonte que eram atendidas pelos sistemas do rio Paraopeba – cujas represas estão vazias. Isto gasta muita água. E também não Elaborado nos anos 1990 pelo geólogo João podemos secar o rio das Velhas em Bela Fama.

Alberto Pratini de Moraes, o relatório foi, O rio das Velhas vai aguentar? Os responsáveis à sua época, o mais amplo documento a precisariam agir logo, e em várias frentes. respeito dos impactos da mineração sobre o Isto inclui, por exemplo, fiscalizar melhor Quadrilátero das Montanhas e das Águas e o uso da água e garantir a preservação sobre a importância ambiental dessa região. dos mananciais. Mas o Estado trabalha ao erdeu-se no tempo e desapareceu da memória – mesmo para aqueles que acompanham de perto os debates ambientais – o dia em que foi apresentado, na sede do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, o relatório Pratini.

É interessante rever hoje esse material e observar a ênfase dada à questão dos aquíferos e das águas subterrâneas neles acumuladas. No documento recomendavase a preservação desses sistemas, capazes de absorver e guardar as águas das chuvas, para depois fazer a sua liberação de forma lenta, mas contínua, em nascentes e córregos.

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so de produtos descartáveis para troca constante, é assim o lucro das empresas. A preservação ambiental consiste na ordem reversa, aumentando-se a vida útil daquilo que já está em uso, o que evita o desperdício. É nessa linha de raciocínio que a Total Flex Seminovos cuida e disponibiliza seus carros.

A empresa presa pela preservação ambiental em todo o processo de revisão e manutenção dos veículos, gerando mais tempo de utilização dos carros e maior qualidade ecológica durante esses anos. Localizada no bairro Jardim Canadá, a agência apresenta uma conceituação diferenciada no mercado.

Foto: Ilana Lansky

com o meio ambiente durante o processo de limpeza e manutenção dos veículos”, explica Edilon José da Silva, um de seus fundadores.

A empresa utiliza a água coletada da chuva para limpeza. Tem coleta seletiva inclusive dos óleos e filtros, que são recolhidos por empresas certificadas. A regulagem precisa do carro, evita o desperdício de combustível ou a geração indevida de emissões de gases poluentes, o alinhamento usa o sistema 3D de alta precisão, o que gera menor gasto dos pneus. “A máquina de limpeza geral foi escolhida a dedo, sendo a que menos utiliza produtos químicos no mercado”. ressalta Edilon. A arquitetura Quando adquirido em uma locadora do grupo, ecológica permite a entrada de luz natural. o carro vem com um acompanhamento de toda sua vida, realizado por um centro automotivo. Parte do cuidado com o meio ambiente, envolve Isso potencializa a conservação do ativo. investimento no bem estar dos profissionais assim são constantes os cursos do Senai para Além disso, nos comprometemos em utilizar treinamento dos funcionários em varias áreas. o que há de mais moderno para colaborarmos 04

Hoje isso parece um tanto óbvio para aguém medianamente informado e que tenha algum bom senso, mas nos anos 1990 ainda não era assim. O cenário era mais confortável, tanto pelo lado da demanda (menor), quanto pelo da oferta (chuvas mais abundantes).

As minas de ferro a céu aberto, que tanto destroem os aquíferos e as nascentes, eram bem menores – a China ainda não era uma compradora. Nem se falava, por exemplo, em minerar a Serra da Gandarela.

contrário – quer a anistia de multas ambientais e ignora as ameaças aos mananciais.

Pretendem anistiar multas no valor de R$ 140 milhões, emitidas entre 2011 e 2014.

O valor seria suficiente para meses de manutenção do sistema ambiental de Minas.

E os mananciais? Foi descoberto um grande desmatamento clandestino nas margens da Lagoa dos Ingleses. Em uma audiência pública, o professor Paulo de Tarso Castro, da UFOP, destacou a importância ambiental da lagoa e dos aquíferos ao seu redor, na Serra da Moeda.

Sem multas para os que degradaram, sem cuidado com os mananciais. Apenas a contratação de uma empreiteira para as obras de um novo sistema de captação, no rio Paraopeba. Mas para captar qual água se não existem estudos hidrológicos consistentes para garantir a eficiência de tal ação!

Na época, nos informavam que por décadas O relatório Pratini tentou nos prevenir. O não teríamos problemas com o abastecimento futuro chegou. de água na região de Belo Horizonte.

Hoje tudo mudou, e o cenário é crítico. Paulo André - Jornalista colaborador da ARCA A vazão atual do rio das Velhas em Bela Fama, a captação para Belo Horizonte, é de 15.000 litros por segundo.

E ao longo do ano, com a seca, ela irá diminuir . Só para o funcionamento

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Nova Lima, 15 de Agosto de 2015 o maio/junho | 2012 | Ano 5 | n

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SERRA DA CALÇADA

Meio dia de um domingo nublado, em um percurso de 1,5 km na Serra da Calçada, cruzaram-se mais de noventa pessoas. De crianças a idosos, uns ciclistas, outros corredores, caminhantes, atletas, fotógrafos, pesquisadores observadores de pássaros e aviões planadores, todos desfrutam desse espaço que se tornou referência em preservação ambiental vinculada à qualidade de vida. Nesse jardim natural a céu aberto que recebe quem gosta de esporte, ar puro ou cultura, com suas pinturas rupestres, forte e muralhas Situada há 20 km de Belo Horizonte, o Monumento Natural Serra da Calçada é uma unidade de conservação ambiental de Nova Lima. Monumento tombado pelo Estado de Minas Gerais, incorpora uma área verde de aproximadamente 3.800 ha e insere-se no Sinclinal Moeda, onde vivem importantes espécies da fauna e da flora, muitas endêmicas e ameaçadas de extinção. Seus frequentadores vêm de países diversos, de muitos estados brasileiros e de todo o entorno do Sinclinal Moeda.

Say Hi, Be Nice

PEDALE e CAMINHE

Utilização e compartilhamento de trilhas com segurança, lazer e respeito ao meio ambiente.

O objetivo atual é aperfeiçoar a utilização de seus espaços orientando a todos sobre como compartilhar seus caminhos de maneira respeitosa e sustentável. Uma campanha educativa da ARCA, cujo título em inglês, “Say hi, be nice”, diz “seja legal, diga oi”, visa incentivar ciclistas e caminhantes a adotarem uma postura respeitosa e segura no uso das trilhas.

Projeto Trilhas

Foto fundo: Ilana Lansky

Para tanto, a ARCA, em parceria com a Associação dos Condomínios Horizontais, uniu-se aos ciclistas e antigos frequentadores da região, Fred Lanna e Christian Wagner e aos colaboradores Mountain Bike BH, o Centro de Apoio ao Ciclista - CAC. Também com o apoio da Federação Mineira de Ciclismo, do Parque Estadual Serra do Rola Moça e dos órgãos de Nova Lima: Codema, Contur, Concidade para, juntos, iniciarem o Projeto Trilhas que visa organizar sua utilização de maneira estruturada promovendo a manutenção, sinalização, recuperação e educação nos percursos, indicando graus de dificuldade e fornecendo informações úteis de segurança e de respeito ao meio ambiente. Seu modelo segue padrões internacionais e todos são convidados a participar da iniciativa. Para maiores informações entre em contato: trilhas@arcaamaserra.com.br

“Ninguém gosta do que não conhece. Permitir que as pessoas tenham esse contato com a área do parque, através da prática esportiva, faz uma enorme diferença na proteção ambiental. Os praticantes têm sensibilidade e atuam como guarda-parques denunciando incêndios, coleta indevida de espécies nativas, ajudando nos desafios que a gestão precisa lidar”, explica. Apenas em 2014 o parque recebeu 18 mil visitantes agendados”, completa.

O Rola Moça vai disponibilizar, ainda, um mini curso aos ciclistas orientando-os em relação à própria segurança, à utilização da trilha e sobretudo, à proteção do meio ambiente. Após o curso, o ciclista recebe uma carteira que dá direito ao uso das trilhas.

Trilhas vedadas para veículos automotores na Serra da Calçada O Ministério Público de Minas Gerais – MP/ Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turísticoas Prefeituras.

(Municipais de Brumadinho e Nova Lima, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico IEPHA) e a Polícia Militar de

Meio Ambiente, fizeram uma parceria para alertar sobre a proibição da prática de trilha com veículos automotores na Serra da Calçada. Fazem parte da campanha educativa placas de advertência, cercamento e as fiscalizações sistemáticas da Polícia De acordo com o MP, a prática do esporte offroad, ou trilhas com veículos automotores fora das estradas, inicia uma série de processos erosivos nos caminhos abertos, gerando desequilíbrio ambiental, colocando em risco a rara vegetação e mutilando a paisagem. Fazer trilha com veículos automotores em unidade de conservação ou em local protegido por lei ou ato administrativo, em razão de seu valor paisagístico, histórico, cultural ou arqueológico, constitui crime contra a flora e contra o patrimônio cultural. O veículo utilizado, como moto ou jipe, pode ser apreendido por ser instrumento do dano.

O Conjunto Histórico e Paisagístico da Serra da Calçada é patrimônio cultural do Estado de MG e foi tombado por meio da Deliberação n.º 4 de 2008, do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural. Seja também um agente protetor. Proteja, denuncie e divulgue irregularidades. A Serra é para todos que a preservam!

Fernanda Mann Azevedo - Jornalista

Toda essa estruturação visa garantir mais qualidade e segurança àqueles que utilizam as trilhas, além de divulgar e incentivar a prática de esportes e o contato com a natureza, explica Fred Lanna, diretor de esportes da ARCA. “A ideia é manter um espaço onde todos se sintam bem vindos e tenham uma estrutura de apoio, educando-os em relação à própria segurança, à consciência ambiental, cultural e ao compartilhamento da trilha”, completa.

O Conselho do Parque Estadual Serra do Rola Moça, após solicitação da ARCA e ACH atualizou seu regimento e passou a permitir a prática de ciclismo como atividade não só permitida, Fotos: Fernanda Mann Azevedo

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Nova Lima, 15 de Agosto de 2015

2º. Fórum do Observatório Clima e Recursos Hídricos

Com o objetivo de analisar a situação climática da região e seus

impactos na disponibilidade da água e consequentemente de energia, aconteceu dia 18 de Agosto de 2015 o 2º. Fórum Clima e Recursos do Hídricos do Observatório do Jardim Canadá e região. Esta foi uma iniciativa da Fundação Dom Cabral – FDC e da Associação dos Condomínios Horizontais – ACH. O evento teve a participação de cerca de 30 instituições locais entre sociedade civil, empresas, representantes do governo. Diversas ações foram definidas envolvendo educação, pesquisa e planejamento, e muito trabalho há por fazer.

Foto: Ilana Lansky

LANÇAMENTO LIVRO SERRA DA MOEDA A comunidade de protetores da

serra comemora o Lançamento do livro Serra da Moeda Patrimônio e História, ocorrido no dia 17 de Agosto de 2015.

Organizado por Alenice Baeta e Henrique Piló, a obra foi patrocinada pela Gerdau por meio de um termo de ajustamento de conduta. Seus capítulos, ricamente ilustrados e escritos por pesquisadores renomados, perpassam pelo patrimônio Foto: Alenice Baeta (Organizadora/ Co-Autora), Evelyn Zajdenwerg, arqueológico, espeleológico e Ilana Lansy (ARCA), Simone Bottrel (Co-Autora, ARCA), Jeanine ambiental. Tratam da história Barallion (ARCA) e Henrique Pilo (organizador/ Co-Autor). pré-colonial, indígena, dos patrimônios culturais da serra da Moeda e de seu entorno. Para a ARCA esta publicação é ferramenta fundamental para a continuidade de suas ações em prol da proteção da serra da Moeda.

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