FOLHA da ARCA Nº 20

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ARCA AMASERRA Nova Lima, 20 de dezembro de 2015

A lama, o Portal das Serras que nasce, o calor da conferência mundial para o clima, a arte que se une com a proteção da biodiversidade, os artistas que estão fazendo sua parte para proteger as serras e águas, está tudo nesta edição da folha da ARCA. Observamos, que estamos apenas começando a despertar para a alegria, a beleza e o sentido da vida, exigindo um equilíbrio entre os interesses das corporações empresariais e o das organizações sociais.

Que a leitura traga luz ao caminho para 2016!

Simone Bottrel

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AS PARCERIAS E O BOLERO

Foto: MARCUS DESIMONI / NITRO

O Programa de Desenvolvimento de Empresas e Organizações Sociais (PDEOS) finalizou o ano com um encontro, comemorando as muitas novas parcerias nas quais a ARCA e os demais integrantes atuaram.A Fundação Dom Cabral coordena o programa que ajuda a promover a gestão responsável junto às lideranças empresariais e comunitárias visando ao desenvolvimento do bairro Jardim Canadá em Nova Lima e região.

O crescimento da rede que vai se formando no PDEOS faz lembrar o Bolero de Ravel, no qual cada instrumento vai sendo aos poucos acrescentado, e, somando, a orquestra se fortalece, e culmina em grande euforia. É sucesso certo, afinal as atividades realizadas pelo grupo já beneficiam mais de 18 mil pessoas na região. Aplausos aos participantes!

Movimento Gandarela recebe o Grande Colar do Mérito Legislativo Em reconhecimento por suas contribuições à cidade de Belo Horizonte o Movimento Pela Preservação da Serra Gandarela recebeu a maior honraria concedida pelo Parlamento Municipal, o Grande Colar do Mérito Legislativo, por indicação do Vereador Daniel Nepomuceno. A cerimônia foi realizada na Câmara Municipal no dia 20 de outubro de 2015.

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ARTISTAS DA SERRA DA MOEDA Sonia Imanishi, ceramista, formada em comunicação A aprovação do Projeto de Lei (PL) 2.946/15 na ALMG foi visual, se encantou pela Serra um enorme retrocesso na legislação ambiental de Minas da Moeda. No atelier de Sonia Gerais e foi criticado por mais de 100 organizações sociais encontramos trabalhos que que formaram a “FRENTE CONTRA PL”, o projeto foi se inspiram nas ondas do proposto pelo governador em regime de urgência e, dentre mar e nos movimentos das muitas infelizes propostas, retira o Ministério Público (MP) águas, das cachoeiras e rios. do processo de licenciamento ambiental.

Mistura pintura em desenhos

sob esmaltes, baixos relevos e A ARCA participou diariamente da tramitação do PL formas de água. na Assembleia Legislativa e entregou em mãos ao relator Filha de japoneses também do projeto, deputado João Magalhães, uma proposta da trouxe consigo uma influência sociedade civil para reformulação do PL. E, infelizmente, nipônica em suas formas e nossa proposta sequer foi analisada, devido ao descabido desenhos. Junto com Erli regime de urgência imposto na tramitação.

Fantini, renomada ceramista

mineira, ministram cursos A FRENTE deve propor agora um novo projeto de de cerâmica em Palhano, iniciativa popular, desta vez, para ser votado com muita Brumadinho, ao pé da serra. calma, técnica, discernimento e ouvindo as organizações sociais, empresas e governo.

SOCIEDADE CIVIL ATROPELADA PELO GOVERNO DE MINAS.

PARA PENSAR EM 2015

Novas tecnologias apresentadas ao COPAM MG prometem, quase como mágica, acabar com as barragens de rejeitos e pilhas de estéril mas a matriz energética para a secagem da lama ainda não está desenvolvida, para atender às novas metas da Conferência do Clima de Paris - COP21. sonia.imanishi@gmail.com

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Igreja de Paracatu de Baixo, atingida pela lama da barragem de Fundão

CAMADAS

Paulo André Mendes Uma forma de compreendermos a passagem do tempo e dos fatos, de todas as histórias e lembranças, boas e más, enfim, da memória e mesmo da vida, é pensar que todas essas coisas vão se assentando em camadas. Lentamente, mas de forma contínua, com o passar dos segundos, dos minutos, das horas, dos dias, das semanas, dos meses e dos anos, vão se assentando as camadas de coisas que, enfim, acabam por se constituir a vida de cada um de nós.

Assim, as histórias e os tempos da infância, da juventude e da maturidade vão se sobrepondo em um leito que a cada dia se torna mais profundo, mas também mais rico, denso e complexo. É interessante pensar que essa forma de analisarmos e compreendermos a vida, e que obviamente se aplica às vidas de 04

todos nós humanos, se aplica também à vida do planeta Terra, que em última análise é o suporte físico das nossas vidas.

Não, desta vez eu não me ocuparei das nossas montanhas, nas quais podemos tocar com as mãos rochas antigas, muitas vezes velhas de dezenas ou até de centenas de milhões de anos.

Foram o clima (com a chuva, o sol, o vento e o gelo) e fenômenos como os terremotos que trouxeram essas rochas até o que hoje é a superfície da Terra.

Desta vez eu falarei das grandes bacias sedimentares. É nessas depressões da superfície terrestre que foram sendo depositados lentamente, com a erosão e o movimento das águas, toneladas de minerais, materiais vulcânicos, matéria orgânica, micro-organismos, resíduos...

Ocorre que todo esse material acaba sendo disposto em camadas ao longo do

modificando o antigo sistema fluvial.

Esse assoreamento foi tão grande que a camada por ele “construída” tem mais de 35 metros de profundidade! Depois disso, há uns 10.000 anos, o assoreamento foi interrompido. Formaram-se os lagos que ainda hoje estão lá, e o rio Doce se estabilizou em um novo leito.

Mas a estratigrafia também nos revela muito sobre a vegetação de cada época. No período desse grande assoreamento encontram-se resíduos de pólen de plantas típicas de cerrado e de campo, o que indica que o clima já foi mais seco naquela região.

foto: Ilana Lansky

tempo. Assim, bem como acontece nas nossas vidas, essas camadas nos mostram como vai seguindo a vida na Terra.

Há uma técnica de pesquisa que tem como objetivo exatamente compreender a história da Terra por meio das suas camadas sedimentares: ela se chama estratigrafia.

Recentemente tive acesso a um interessante relato sobre as pesquisas estratigráficas realizadas no chamado “médio curso” do rio Doce, em Minas Gerais. O médio rio Doce começa no encontro desse rio com o Piracicaba (na região central de Minas Gerais), e vai até a divisa de nosso Estado com o Espírito Santo. As informações foram organizadas pela geógrafa Ceres Moreira.

Segundo ela, há cerca de 10.500 anos atrás teve início um intenso processo de assoreamento nessa região,

Em seguida, em camadas que correspondem há uns 8.000 anos atrás, já surgem indícios de uma floresta típica de áreas menos úmidas. E depois a sequência de camadas vai mostrando evidências de florestas cada vez mais úmidas, até chegarmos às matas tropicais, similares às que estão hoje preservadas no Parque Estadual do Rio Doce.

Em camadas datadas de meados do século XIX (1850 em diante) começam a aparecer marcas mais fortes da ação humana. Menos pólen de árvores, e mais pólen de campos e pastos. Mais areia, resultante da erosão dos solos.

E então chegamos ao que é hoje a última camada. Um material argiloso, contendo metais variados e resíduos orgânicos, e que pela sua composição parece ter vindo de longe, das cabeceiras do rio. Também parece ter sido depositado de forma súbita.

Esta camada trágica e insana pertence ao ano de 2015, mas representa também algumas décadas que o antecederam.

Feliz Ano Novo! Ou melhor: Feliz Camada Nova!

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MICHELIN E O DEVER DA SUSTENTABILIDADE A Michelin é um exemplo de empresa que investe em sustentabilidade.

Dentre suas ações, estão incluídos: estações de tratamento de efluentes, controle de emissões de gases das caldeiras, instalação de filtros para a retenção de poeira, reciclagem de resíduos e eliminação correta de pneus usados.

ENERGIA LIMPA As instalações da empresa são monitoradas e otimizadas para consumir menos energia.

Algumas delas utilizam painéis solares e energia eólica.

RENOVAÇAO DA BORRACHA NATURAL O plantio de mudas é uma forma de agradecer a natureza a matéria-prima dela extraída.

O programa de reflorestamento tem como objetivo garantir a sustentabilidade do cultivo da árvore seringueira (Hevea). São realizadas pesquisas biológicas e agrícolas para melhorar a qualidade da borracha natural e combater as doenças nas árvores.

RECICLAGEM A preocupação não se limita apenas ao processo de produção de pneus, mas também na composição e descarte do material:Pneus usados podem ser 100% reaproveitados como material de preenchimento de paredes com isolamento acústico, soluções de drenagem e superfícies para parques desportivos.

NOVA LOJA MICHELIN NO JARDIM CANADÁ O Centro Automotivo Canadá se atentou a esse diferencial de qualidade e sustentabilidade da marca Michelin, o que resultou em uma parceria para oferecer pneus de altíssimo nível para os moradores da região, na loja recém inaugurada, no Jardim Canadá.

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CONFERÊNCIA DO CLIMA EM PARIS - COP 21

O acordo histórico sobre o clima ainda é comemorado pelos 195 países que concordaram em mudar, na direção de um desenvolvimento sustentável. Com metas ambiciosas, o documento determina que o mundo não pode aquecer mais do que 2º e com esforços para não esquentar mais do que 1, 5º C. Os países ricos se comprometeram com R$100 bilhões de dólares para um fundo verde do clima.

O presidente do Cibapar e Vice Prefeito de Brumadinho Breno Carone, participou da mesa de discussão sobre água e clima na Conferência do Clima em Paris.

Também prestigiou a apresentação do Programa da UNESCO ‘‘Águas nas Escolas”, na ocasião, Breno entregou a medalha “Águas do Paraopeba” para Blanca Jiménez Cisneros, diretora da Divisao de Ciências da Água da UNESCO, e secretária do programa Hidrologico Internacional, em reconhecimento pelo trabalho que ela vem desenvolvendo pela sustentabilidade e educação para as àguas.

Em evento com estudantes na Universidade de Sorbonne em Paris, ocorrido em 2 de dezembro, o Vice Prefeito apresentou a Bacia do Paraopeba e o Cibapar, explicou também sobre as barragens de rejeitos de minério e o abastecimento de água. Na ocasião a diretora de linguística da Universidade de Sorbonne, Isabell de Oliveira, foi homenageada, em nome do Cibapar, com a medalha “Águas do Paraopeba”.

CIBAPAR ENTREGA OS PLANOS DE SANEAMENTO BÁSICO O Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) foi entregue a 17 municípios da Bacia do Paraopeba em cerimônia no dia 11 de Dezembro, na ocasião todos receberam uma pasta com o Plano de Saneamento .

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EXPOSIÇÃO DE ARTES EM PROL DAS SERRAS E ÁGUAS At é d i a 2 0 d e Ja n e i ro 2 0 1 6 e s t a r á a b e r t a u m a e x p o s i ç ã o c o l e t i v a d e a r t i s t a s qu e d o a r a m s u a s o br a s p a r a a A R C A . O Ev e nt o d á c ont i nu i d a d e a o l e i l ã o d e a r t e b e n e f i c e nt e re a l i z a d o n o d i a 2 6 d e O ut u bro n a B i b l i ot e c a P ú b l i c a d e M i n a s G e r a i s , e t e v e i d e a l i z a ç ã o e c u r a d or i a d e Mon i c a S a r t or i c om p a r t i c ip a ç ã o d e 70 artistas.

Patricia Leite

O s f u n d o s a r re c a d a d o s v i s a m m e l h or a r a e s t r ut u r a p a r a a e x e c u ç ã o d e proj e t o s d a i n s t itu i ç ã o e m pro l d a s S e r r a s e Ág u a s .

Fatima Pena

Eymard Brandão

PORTAL DAS SERRAS O primeiro centro de informação para o visitante da ARCA, denominado Portal das Serras, está instalado estrategicamente entre importantes unidades de conservação no Sinclinal Moeda como: Parque Estadual da Serra do Rola Moça, Estação Biológica de Fechos e monumentos naturais das serras da Calçada, Moeda e Mãe d’Agua, especificamente na entrada principal da Serra da Calçada, (entre os condomínios Retiro das Pedras e Serra dos Manacás).

No Portal já estão disponíveis um estacionamento de Bike, doado pela Global Bicicletas, Iivros, mapas e exposição dos projetos e atividades da ARCA. Equipamentos de apoio aos ciclistas e caminhantes serão instalados em 2016.

O Portal está em fase de ambientação e convidamos a todos para participar com idéias e propostas. Este é nosso presente para você que cuida e curte a belíssima serra da Calçada/Moeda e seu entorno.

EXPEDIENTE: COORDENAÇÂO EDITORIAL: Simone Bottrel / PROJETO GRÁFICO: Guilherme Borja FOTOGRAFIA: Ilana Lansky / JORNALISTAS: Paulo André / ILUSTRAÇÃO: Mário Valle / CORREÇÃO: Evelyn Zajdenwerg e Maria Teresa Corujo Gráfica Formato, TIRAGEM: 4000 exemplares

DOE para nosso projetos acessando: www.arca.eco.br e click doar “pag seguro”. facebook: arcaamaserra.arca; twitter.com/amaserra; whatsapp: (31)- 984139494; fixo: tel(31) 32832984; e-mail:amaserra@gmail.com.

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