Lionel BONAVENTURE /AFP
Baile de Favela Rebeca Andrade faz história com prata inédita na ginástica brasileira ESPORTE 15
MG Minas Gerais Belo Horizonte, 30 de julho a 5 de agosto de 2021 • edição 345 • brasildefatomg.com.br • distribuição gratuita MAURO PIMENTEL / AFP
POBREZA SE TORNA COTIDIANO DE 283 MIL FAMÍLIAS NA GRANDE BH
Considerando 46 municípios da região metropolitana, 21% da população vive com renda de até R$ 89 por mês, por pessoa. Na cidade de Moeda, por exemplo, quase metade dos 5 mil moradores é considerada pobres ou miserável é considerada pobre ou miserável. Em Funilândia e Inhaúma, cerca de 60% dos habitantes também estão nessa condição. Enquanto isso, empresários mineiros entram para a lista de bilionários da Forbes. A perda de renda, o desemprego e a baixa diversificação econômica estão entre os fatores dessa grave desigualdade I MINAS 5
Cinema drive-in
Brasil perde 30 mil indústrias
Aulas em Uberlândia
Mostra traz para a RMBH filmes que serão vistos de dentro do carro
Em seis anos, o país fechou 1,4 milhão de postos de trabalho no setor
Ensino híbrido causou contaminação de 17 educadores por coronavírus
CULTURA 14
BRASIL 9
CIDADES 4
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 30 de julho a 5 de agosto de 2021
EDITORIAL
Nosso sonho está mais atual que nunca Em janeiro de 2003, quando o Brasil de Fato nacional foi lançado, a leitura que as várias organizações envolvidas faziam era que seria necessário um jornal de esquerda, grande, que chegasse a todo o Brasil, para fazer a batalha das ideias. Começava ali um ano de muita esperança, era o primeiro mandato de um operário, de um partido de trabalhadores, e se imaginava que seria um momento de intensas mudanças, de muitas lutas. Sabemos hoje que os governos do PT foram perpassados por contradi-
ESPAÇO DOS LEITORES
“Aposto que tem dedo da mineração por trás” Bebel Lourenço comenta o artigo “Governo MG questiona registro das águas de Caxambu (MG) como patrimônio imaterial”, de Ana Paula Lemes de Souza -“A destruição da Vale continua sem resolver, as famílias sem suas casas, sem indenização. E o mais legal de tudo é o funcionalismo público estadual achando que o dinheiro que está colocando os salários em dia é uma peleja do governo. Só que não, é a Vale pagando o rodoanel e vai minerar debaixo do nosso nariz. A Vale dá ponto sem nó?” Rosangela Melo comenta a capa da edição 244 do Brasil de Fato MG. -“Essa cambada não dá uma folga” Leca Lobo comenta o artigo “Antibolsonarismo como doença infantil do antipetismo”, de João Paulo Cunha -“Fiquei tão mal com essa situação... meu Deus! Como chegamos a isso?! Putz! É desolador, desumano... Sua visão é muito real, meu amigo! Mais uma vez, parabéns pelo posicionamento, por seus atos, por sua partilha conosco. Eu adoro, sempre!” Denise Maria comenta a crônica “Nós vamos invadir sua praia”, de Rubinho Giaquinto
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Acreditamos que o jornalismo tem o papel de denunciar as injustiças para acabar com elas ções. São inúmeras as conquistas – que hoje fazem muita falta. Para citar apenas uma, o Brasil saiu do vergonhoso Mapa da Fome. Mas entre as contradições, está a ausência de reformas estruturais. Talvez, se algumas delas tivessem sido feitas, não estaríamos na situação em que estamos hoje. Não foi feita reforma agrária, tributária, urbana, não se mexeu na estrutura do Estado nem no monopólio/oligopólio dos meios de comunicação. E esse último tema afetou diretamente a história do Brasil de Fato. De 2003 a 2013, manteve-se firme o compromisso com a linha editorial de defesa de uma visão popular do Brasil e do mundo. Mas não foi possível o alcance que se pretendia, porque não se desconcentraram as verbas publicitárias e a velha e muito liberal mídia
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
comercial seguiu com sua batalha incansável contra qualquer forma de regulação. Em 2013, o projeto do Brasil de Fato passou por uma importante mudança, mas mantendo o mesmo farol. Naquele ano, as organizações envolvidas decidiram lançar projetos regionais, estaduais e fazer a disputa das ideias mais próxima do povo. Assim começamos o jornal impresso em Minas Gerais. Desde então, já são quase 350 edições, mais de 10 milhões de exemplares distribuídos gratuitamente em centenas de cidades do estado. Também já são mais de 300 programas de rádio, 500 episódios de podcast, perfis nas redes sociais, distribuição no WhatsApp e muita vontade de aprender e crescer cada vez mais. E no período em que celebramos oito anos em Minas é lançada uma página também no Distrito Federal, se somando ao RJ, PR, PE, BA, RS, RN,
Em oito anos, mais de 10 milhões de exemplares do BdF foram distribuídos em MG CE e PB. Então, mesmo em tempos tão duros, celebramos. Sabemos que o desafio é grande e que só aumenta. Mas por mais que seja difícil, é muito revigorante apostar nesse tipo de jornalismo. Que sabe que tem lado, mas nem por isso deixa de ser sério com a informação. Somos parciais sim: acreditamos que o jornalismo tem o papel não só para de denunciar as injustiças de todo tipo, mas para de acabar com elas.
PÁGINA: www.brasildefatomg.com.br CORREIO: redacaomg@brasildefato.com.br PARA ANUNCIAR: publicidademg@brasildefato.com.br TELEFONES: 31 9 8468-4731 e 31 9 8888-1817
conselho editorial minas gerais: Aruanã Leonne, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Ênio Bohnenberger, Felipe Pinheiro, Frederico Santana Rick, Helberth Ávila de Souza, Jairo Nogueira Filho, Jefferson Leandro, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, Jô Moraes, José Guilherme Castro, José Luiz Quadros, Juarez Guimarães, Laísa Campos, Marcelo Almeida, Makota Celinha, Maria Júlia Gomes de Andrade, Milton Bicalho, Neila Batista, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Robson Sávio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Talles Lopes, Titane, Valquíria Assis, Wagner Xavier. Edição: Amélia Gomes, Elis Almeida, Frederico Santana, Larissa Costa, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira Redação: Amélia Gomes, Bruna Bentes , Larissa Costa, Rafaella Dotta, e Wallace Oliveira. Colaboração: André Fidusi, Anna Carolina Azevedo, Débora Borba, Joana Tavares , Marcelo Gomes. Colunistas: Antônio de Paiva Moura, Beatriz Cerqueira, Bráulio Siffert, Macaé Evaristo, Eliara Santana, Fabrício Farias, Iza Lourença, João Paulo Cunha, Jonathan Hassen, José Prata Araújo, Makota Celinha, Moara Saboia, Portal do Bicentenário da Independência, Renan Santos, Rogério Hilário, Rubinho Giaquinto, Sofia Barbosa, Tarifa Zero Administração e distribuição: Paulo Antônio Romano de Mello e Vinícius Moreno Nolasco. Diagramação: Tiago de Macedo Rodrigues. Revisão Luciana Golnçalves Tiragem: 10 mil exemplares. Razão social: Associação Henfil Educação e Comunicação
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Declaração da Semana
Luedji Luna, cantora e compositora, em entrevista ao Brasil de Fato.
A primeira coisa que o racismo nos fez foi destituir a humanidade: não se ama coisa. Então, falar de amor, escrever sobre amor e cantar o amor é modo também de dizer que nós somos humanas
GERAL
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Números da Semana 500 mil
famílias em Minas Gerais não têm casa para morar, segundo relatório da Fundação João Pinheiro. No Brasil, o estado é o segundo com maior déficit habitacional.
Cadastro escolar 2022
Divulgação / PBH
A partir deste ano, o CPF será uma informação obrigatória na ficha dos candidatos a uma vaga na Rede Municipal de Educação de Belo Horizonte, seja na Educação Infantil, no Ensino Fundamental ou na Educação de Jovens e Adultos (EJA). O Cadastro Escolar para 2022 será realizado em agosto pela Secretaria Municipal de Educação. A medida tem objetivo de evitar a duplicidade de candidaturas e conferir mais segurança ao processo. Os responsáveis podem solicitar o registro do CPF no site da Receita Federal, ou nas agências dos Correios e da Caixa Econômica Federal. Mais informações em prefeitura.pbh.gov.br.
Fim do prazo do Fies
Agência Brasil
As inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) do segundo semestre de 2021 terminam nesta sexta (30). Podem se inscrever estudantes que participaram de alguma edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010 e que atingiram uma nota média acima de 450 pontos e não zeraram a redação. O resultado dos pré-selecionados em chamada única será divulgado no dia 3 de agosto. Mais informações em fiesselecaoaluno.mec.gov.br.
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CIDADES
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Professores denunciam contaminação de covid-19 em escolas de Uberlândia PANDEMIA Mais de um mês do retorno às aulas presenciais, 17 casos de covid-19 foram notificados nas escolas Divulgação / Semed Samonte
Débora Borba Após mais de um mês do retorno às aulas presenciais em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, professores da rede municipal denunciam condições do ensino que colocam em risco a saúde dos trabalhadores em meio à pandemia de covid-19. Desde o dia 14 de junho, os alunos podem optar pelo modelo de ensino híbrido, cuja presença é facultativa. Para os professores o retorno foi considerado obrigatório. O sistema híbrido prevê que as turmas sejam divididas em dois grupos de revezamento. Enquanto, em uma semana, metade dos estudantes vão para o ensino presencial, a outra metade segue o conteúdo à distância. Ao todo, são cerca de 70
mil alunos matriculados nas escolas. “O problema é que [o ensino híbrido] não está funcionando e a pandemia continua avançando. Temos 96% dos leitos ocupados. E é impossível estar em dois lugares ao mesmo tempo, se o professor está na escola, em sala de aula, como ele vai atender aos alunos que estão
em casa? E nas nossas escolas, sobretudo nas rurais, não há sequer internet”, critica o professor Ronaldo Ferreira. Proteção Os profissionais da educação receberam poucas máscaras, de péssima qualidade, segundo uma profissional que preferiu não se identificar. Segundo ela, nas es-
colas muitas salas de aulas são pequenas, sem ventilação, janelas altas, que às vezes estão emperradas, além do tamanho das salas, que não permite espaço suficiente para o distanciamento social. É comum, ainda, as escolas possuírem um único banheiro para todos os alunos.
Segundo professora, além de receberam poucas máscaras, salas são pequenas e mal ventiladas “Nas creches, na educação infantil e nas séries iniciais é impossível os profissionais da educação manterem o distanciamento ne-
cessário, já que é preciso trocar fraldas, dar banho, trocar roupas, amarrar um cadarço, dar colo para as crianças”, aponta a professora. Contaminação Ronaldo Ferreira, que leciona em duas escolas rurais em Uberlândia, relata que 17 profissionais testaram positivo para covid-19. Ele mesmo foi contaminado pelo e trabalhou uma semana inteira, sem saber que estava infectado. Ele descobriu após fazer um teste por conta própria. A prefeitura foi procurada para comentar sobre o processo de afastamento dos profissionais e dos alunos, e para atualizar dados referentes a novas infecções. No entanto, não houve resposta até o fechamento desta matéria.
Projeto minerário, a 7 quilômetros do Centro de BH, ameaça Região Metropolitana SERRA DO CURRAL Para ambientalista, solução é tombamento estadual, mas governo de Minas está na contramão da proteção ambiental Bernardo Dias /CMBH
Larissa Costa A Serra do Curral, símbolo de Belo Horizonte, é visada há pelo menos 60 anos por empreendimentos imobiliários e por mineradoras, como mais recentemente o megaprojeto da Taquaril Mineração S.A (Tamisa). A última notícia desse conflito ambiental envolve o dossiê produzido pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), documento que pede o tombamento estadual da Serra do Curral. Leônidas Oliveira, secre-
tário de Cultura e Turismo do governo de Romeu Zema (Novo), fez o pedido para que esse dossiê seja revisado.
O secretário alegou “irregularidades no contrato” do dossiê. Esse estudo feito pelo Iepha foi encomendado pelo
Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG).
há data prevista para discussão da pauta.
Histórico A Serra do Curral foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na década de 1960 e, em 1991, foi tombada também pelo município de BH. No entanto, para o MPMG, esses tombamentos não são suficientes. O tombamento deve ser votado no Conselho Estadual do Patrimônio Cultural (Conep), mas, com o pedido de revisão do dossiê feito pelo governo estadual, não
Manifestação popular A Tamisa pretende instalar o Complexo Minerário Serra do Taquaril a cerca de 500 metros de casas do bairro Taquaril, na Região Leste de BH, e a 7 quilômetros do centro da capital mineira. Dois abaixo-assinados, um em defesa da Serra do Curral e outro pelo tombamento estadual, estão abertos. Juntos, já contam com quase 100 mil assinaturas. Acesse o link em nosso site: www.brasildefatomg.com.br .
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MINAS
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Região mais rica de Minas, zona metropolitana de BH abriga grande bolsão de pobreza DESIGUALDADE Enquanto Rubens Menin entra para a lista dos bilionários do país, milhões de Alexsandra’s moram à beira da estrada Marcelo Gomes
Marcelo Gomes Apesar de ter o maior Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais, a Região Metropolitana de Belo Horizonte possui um enorme bolsão de pobreza e é palco de grandes discrepâncias econômicas. Nossa reportagem analisou os mais recentes dados do Ministério da Cidadania sobre pobreza em 46 municípios da RMBH. Ao todo, 50 cidades compõem a região. O estudo mostrou que, em 2020, existiam nela 283 mil famílias pobres e ou extremamente pobres. Para o Ministério, pessoas com renda menor que R$ 178 por mês são consideradas pobres. E quem vive com menos de R$ 89 mensalmente é considerado extremamente pobre ou mise-
rável. Estão nessas condições 21% da população dos municípios analisados. Muito ricos e muito pobres, lado a lado Os dados colhidos chamam atenção por mostrarem a enorme desigualdade econômica da zona metropolitana. A mesma região que abriga uma enormidade de po-
bres e miseráveis, possui o metro quadrado mais caros do país. No bairro Belvedere, por exemplo no extremo sul da capital mineira, vivem pessoas milionárias e até bilionárias. É o caso, por exemplo, de Rubens Menin, dono da construtora MRV e de outros negócios. Em abril de 2021, ele entrou na lis-
ta das pessoas mais ricas do Brasil, com patrimônio de aproximadamente R$ 11 bilhões, segundo a Revista Forbes. Enquanto Rubens entrava na lista dos mais ricos, Alexsandra Braga dos Santos conseguiu aos 44 anos seu primeiro patrimônio: a própria casa. Negra, moradora da cidade de Moeda, na RMBH, ela residia há sete meses debaixo de uma lona na beira da estrada. Com ela, vivem seu filho mais novo, Júnior, de 17 anos, três netos e o esposo, Ricardo Pacheco, de 37. Sem estudos, ela trabalhou a vida toda no setor informal e sempre morou de aluguel. Com a pandemia, Alexsandra e seu atual esposo perderam a renda. Assim, tornou-se impossível arcar com o aluguel. “Nessa épo-
ca, eu comprava cesta básica fiado para tentar pagar o aluguel. Mas não adiantava”, conta. Ela e sua família foram despejados. Sem ter para onde ir, não houve outra solução senão a beira da estrada. “Eu consegui comprar umas lonas. Montei uma casinha e vivi lá. Eu disse: ‘meu Deus, sempre passei por muita dificuldade, mas morar debaixo de lona na beira da estrada e com minha família... Nunca pensei que fosse passar por isso. De noite, eu tinha medo de botarem fogo ou alguém na estrada fazer algum mal comigo e com os meninos”, relembra. Hoje, Alexsandra está sendo auxiliada pelo grupo Um Gesto de Amor, que está se articulando para construir uma casa. A habitação não está finalizada, mas falta pouco.
Causas para a desigualdade entre cidades da RMBH Sandra Coutinho
A cidade de Moeda, onde vive Alexsandra, é a quinta entre as 46 analisadas onde há mais pobres e miseráveis. Lá, 44% dos cerca de 5 mil moradores estão nessa situação. Funilândia é o município da RMBH onde existem mais pobres e ou extremamente pobres, que são 61,5% dos habitantes da cidade. Em segundo lugar está Inhaúma, com 57,8%; em terceiro e quarto, respectivamente, está Bonfim (51,3%) e Taquaraçu de Minas (48%). Os municípios com as maiores taxas de pobreza são os menores em termos populacionais – eles têm menos de 10 mil habitantes. E são ainda os que apresentam pouca
diversificação na matriz econômica. A reportagem averiguou o perfil econômico dos municípios citados acima no banco de dados da Fundação João Pinheiro (FJP). Nessas cidades, cerca de 80% das riquezas produzidas originam-se do setor público e de serviços, predominando-se aqueles com baixo
valor agregado, como açougues, lanchonetes e padarias. De modo geral, ambos os segmentos não requerem mão de obra qualificada. Em razão disso, a renda da população tende a ser menor. Com a baixa diversificação da economia, a administração pública tem escassas fontes de arrecadação. Assim, as ci-
dades não conseguem investir em si mesmas para, por exemplo, expandir a educação e promover outros segmentos econômicos. Pode ocasionar a pouca diversificação econômica das cidades mencionadas e de outras da RMBH a concentração da indústria e serviços qualificados em Belo Horizonte, sobretudo, e em Betim e Contagem. “O problema maior da Região Metropolitana de Belo Horizonte é a concentração das atividades econômicas”, observa Roberto Monte-Mór, professor de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em economia regional e urbana.
“Hoje em dia, já existem iniciativas para desconcentrar, como a desconcentração do sistema universitário. Por exemplo, há PUC em Contagem, existe Institutos Federais de Educação (IFEs) implementados em cidades no entorno de BH. E há ainda relativa descentralização bancária”, analisa. O Plano Metropolitano da RMBH, documento que dá as diretrizes de como deve se organizar a região, prevê a regulação do uso do espaço urbano para fomentar essa desconcentração. Ou seja, a intenção é ordenar da melhor maneira possível as funções territoriais que cada pedaço da região metropolitana deve ter.
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MINAS
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OPINIÃO
Bolsonaro não é um palhaço, é um monstro João Paulo Cunha Nada pior que a naturalização do mal. De repente, o que parecia inaceitável se torna habitual. Há várias circunstâncias que contribuem para essa pacificação da revolta: a repetição, o inusitado da persistência do mal e a análise viciada da realidade. É o que explica que, hoje, se acredite que a covid-19 está relativamente controlada, diferentemente do que ocorria há um ano. Acompanham-se as curvas de morte em decréscimo sem olhar o que elas ainda sinalizam de ameaça real e imediata.
Com Bolsonaro a coisa segue mais ou menos o mesmo roteiro. Suas declarações se tornam, a cada dia, mais criminosas e, no entanto, parece haver certa complacência com a estupidez. O Centrão está dando as cartas, a corrupção marca presença em várias áreas e inclusive as duas coisas juntas. Em tal situação, parece mais fácil considerar o ex-capitão como uma figura polêmica, patética, limitada e incompetente, como cravaram pesquisas recentes. É preciso mudar a forma de reagir a Bolsonaro. Não basta explicitar seus limi-
É preciso mudar a forma de reagir a Bolsonaro tes e mesmo escarnecer de seus defeitos, ancorado em enquetes e opiniões de colunistas liberais e jornalistas da chamada imprensa profissional. Essa não deixa de ser uma continuidade da estratégia de normalização. Há um clima de “agora vai”, que apenas apazigua e amortece ações mais concretas.
A polarização entre economia e vida, que por algum tempo concentrou a análise do governo em relação ao controle da pandemia, se espalhou para outros setores da saúde pública. Isso parece ser um método: anunciar o pior, esperar a repercussão e consolidar o equívoco técnico ou desvio político como atribuição do governo. Recentemente, Jair Messias vetou projeto que obrigava planos de saúde a cobrir despesas com medicamentos orais para tratamento do câncer. Em sua justificativa do veto, alegou que a obrigatoriedade
da cobertura seria prejudicial às empresas. Uma ação desumana, inepta e destrutiva. O grande risco não está em ser governado por um palhaço, o que é vergonhoso para todos, mas perceber que temos um monstro na presidência. Não basta desconstruir Bolsonaro, como têm feito os neocorajosos da imprensa burguesa, fazendo a cama para a emergência ainda incerta da terceira via conciliatória. Para cada uma dessas figuras execráveis se exige uma ação política exemplar. Ao palhaço, o ridículo. No caso do monstro, há que se ir além. É preciso destruí-lo.
Prefeitura de BH rechaça fechamento de Centros de Referência em Saúde Mental CONTRADIÇÃO Denúncia feita pelo CRM não é compatível com a atual política de atenção à saúde mental Divulgação /Levante
Rafaella Dotta Uma nota pública do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Minas Gerais causou revolta na última semana. Divulgada no dia 24 de julho, o CRM informava que iria realizar uma “interdição ética” das atividades médicas em 16 Centros de Referência em Saúde Mental (Cersams) de Belo Horizonte. Os motivos alegados são a ausência de um diretor técnico médico, número insuficiente de profissionais e plantão noturno sem a presença de médico psiquiatra. Indignação A possível interdição dos Cersams causou uma onda
de comoção nas mais diversas entidades de saúde de Belo Horizonte. Uma nota conjunta de quatro coletivos médicos ressaltou que conselhos não podem realizar esse tipo de fechamento. Essa função compete à Vigilância Sanitária, nos termos da Lei 9.782.
Segundo nota do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Municipais de BH (Sindibel), os avanços obtidos pela Luta Antimanicomial são uma conquista democrática e “fizeram de BH uma referência de cuidado em liberdade para todo o Brasil”.
Cersams continuam abertos A Prefeitura de Belo Horizonte respondeu, à reportagem, que os Cersams continuarão funcionando normalmente. “O município não reconhece nenhuma das irregularidades apontadas”, informou. Ressaltou ainda que, de acordo com diretrizes do Ministério da Saúde, o financiamento de leitos psi-
Cersams fazem parte de uma rede de tratamento à saúde mental em liberdade
quiátricos está sendo revertido para custeio de equipamentos ambulatoriais, com uma proposta terapêutica integral e humanizada. Palavra de usuária “A primeira coisa que é importante dizer é que tem sim médicos no quadro profissional dos Cersams”, conta Laura Fusaro Camey, vice-presidenta da Associação dos Usuários de Serviço de Saúde Mental de MG. Na opinião de Laura, a denúncia do CRM tem como pano de fundo a posição da entidade contra o tratamento antimanicomial. Diferente do Hospital Galba Veloso, os Cersams fazem parte de uma rede de tratamento à saúde mental em liberdade.
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OPINIÃO
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Mídia NINJA
Rodrigo Marcelino
As pegadas deixadas por Vito Giannotti na construção do jornal Brasil de Fato
Alta na inflação dos alimentos Segundo a Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o índice de preços dos alimentos cresceu cerca de 40% em maio, comparado ao mesmo período de 2020, sendo o maior crescimento desde outubro de 2010. Os maiores aumentos se concentram nos cereais, com uma elevação de 35,7% em relação ao ano anterior. A forma como os capitalistas, em especial por meio dos processos de financeirização, estruturam os mercados das commodities agrícolas, leva necessariamente à perda da capacidade de formação dos preços internos dos alimentos. Nesta perspectiva, os preços serão formados pela dinâmica do mercado internacional e não por problemas ou vantagens do Brasil, por exemplo. Os preços deveÉ preciso repensar o modelo de produção de alimentos. riam ser formaPara isso, são necessárias políticas públicas que avancem dos por variáveis no fortalecimento da agricultura familiar, para que os preços domésticos sejam determinados por variáveis inter- internas” (não internacionais) nas. Para rompermos com a lógica da valorização financeira e especulativa sobre os alimentos, é essencial a realização de uma ampla reforma agrária, que seja popular, agroecológica e revolucione a forma de produzir alimentos no Brasil, rompendo com a lógica dos alimentos como commodities. No ano de 2020 tivemos a prova de que as supersafras e recordes nas exportações do agronegócio não se convertem em solução diante da fome e das desigualdades sociais. Ao contrário, segundo a Rede Penssam, o Brasil tem atualmente 19,1 milhões de pessoas passando fome e 106,8 milhões vivendo em insegurança alimentar. Que o direito à alimentação esteja acima dos interesses do mercado e que nenhum alimento seja tido como mercadoria. Matheus Gringo de Assunção é pesquisador do Observatório da Questão Agrária do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social.
Leia os artigos completos no site brasildefatomg.com.br Estes são artigos de opinião. A visão dos autores não expressam necessariamente a linha editorial do jornal Brasil de Fato
Rodrigo Marcelino é coordenador político do Brasil de Fato no Rio de Janeiro.
ACOMPANHANDO
Matheus Gringo de Assunção
Falar do nosso querido Vito Giannotti (1943 - 2015), passados seis anos de sua partida, segue sendo difícil. Acho que ainda demoraremos alguns anos para alcançar uma melhor dimensão da importância de Vito para a organização, para a formação e, principalmente, para a disputa ideológica da classe trabalhadora. Poderia resgatar a trajetória dele em sua terra natal, a Itália, a vinda para o Brasil e a vida operária. Entretanto, vou me ater à última grande paixão da vida do Vitão: o jornal Brasil de Fato. Das editorias, às retrancas, da diagramação às reuniões Era na distribuide pauta, a mão de Vito esta- ção do jornal que va presente em tudo o que o aquele velhinho Brasil de Fato foi e é. se transformava Mas era na distribuição do jornal que aquele velhinho se em um garoto transformava em um garoto. Vito levantava cedo e partia para distribuir jornal, com a intensidade e o ânimo de um adolescente que saía de casa para encontrar um grande amor. No último fim de semana, encontrei com um amigo que disse algo que não parou de ecoar em minha cabeça: “Quando olho no espelho, vejo a imagem de vários de meus companheiros que lutaram contra a ditadura. Ao olhar para eles eu sei que tenho que prosseguir, por mais difícil que seja”. A existência do Brasil de Fato é obra de muitas mãos. Muitas delas seguem conosco, vivas e atuantes. Outras nos foram levadas para sempre. Sigamos as pegadas de Vito Giannotti. Temos o dever de seguir adiante, por ele e com ele, porque o caminho Vito já abriu, a direção ele já apontou.
Na edição 342... Professores da rede estadual anunciam greve sanitária em Minas Gerais E agora... Categoria realiza greve por tempo indeterminado a partir do dia 2 de agosto Na quarta (28), o Sind-UTE/MG deliberou pela realização de greve sanitária por tempo indeterminado a partir da segunda (2). A ação acontece nas regiões onde houver a convocação presencial. O ensino remoto continuará a ser prestado aos estudantes. “A vacinação no estado não garantiu a imunização completa e os estudantes sequer têm um cronograma de vacinação. Essa greve se faz necessária para defender a vida”, afirma Denise Romano.
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BRASIL
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CPI da covid de volta: Flávio Bolsonaro ocupa vaga aberta por Ciro Nogueira e Randolfe pede sigilos da Precisa CORRUPÇÃO Agenda da próxima semana conta com oitivas do “reverendo” Amilton Gomes de Paula e de Francisco Maximiano, da Precisa Marcos Oliveira / Agênncia Senado
Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual A partir da semana que vem, a “tropa de choque” bolsonarista na Comissão Parlamentar de Inquérito da covid-19 vai contar com o reforço do senador Flávio Bolsonaro (Patriota), filho do presidente da República. A vaga do senador Ciro Nogueira (PP), que era titular da comissão e agora é ministro da Casa Civil, será ocupada pelo até então suplente Luis Carlos Heinze (PP), conhecido por sua defesa fanática do tratamento precoce e da cloroquina. Com isso, o filho “zero 1” do presidente da República entra no lugar de Heinze na suplência. Flávio terá a companhia dos bolsonaristas titulares Marcos Rogério (DEM), Eduardo Girão (Podemos), Jorginho Mello (PL), além dos suplentes Fernando Bezerra Coelho (MDB) e Marcos do Val (Podemos). Agressivo e provocativo, Flávio Bolsonaro, por diversas vezes, retirou a máscara do rosto, sob a justificativa de que não conseguia ler direito com o acessório. No depoimento da diretora da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, em que esteve presente durante toda a sessão, Flávio manteve a máscara corretamente e foi alvo de ironia de Alessandro Vieira (Cidadania). “Quero lhe parabenizar pela possibilidade da leitura, hoje, usando a máscara”, disse Vieira. Na ocasião, o senador Humberto Costa (PT) afirmou que Emanuela foi à co-
Para Randolfe Rodrigues, a quebra dos sigilos da Precisa Medicamentos é fundamental para as investigações da CPI missão para “apresentar a versão do governo sobre o processo” de negociações da vacina indiana. Depoimentos significativos Na primeira fase de funcionamento do colegiado, antes do recesso, Flávio Bolsonaro participou em momentos em que os depoimentos podiam causar estragos ao governo. Em algumas oitivas, sua presença também foi interpretada como forma de pressionar ou intimidar depoentes politicamente mais fracos, ou para defender aliados incondicionais que seriam acuados pela oposição. Flávio acompanhou depoimentos de Eduardo Pazuello, do ex-governador do Rio Wilson Witzel, ex-aliado de Jair Bolsonaro cujo depoimento
Presença de Flávio Bolsonaro em oitivas foi interpretada como forma de pressionar ou intimidar depoentes
preocupava muito o presidente. Também apareceu nas vezes do deputado Luis Miranda (DEM) e seu irmão, o servidor Luís Ricardo Miranda, e do suposto representante da Davati Luiz Dominguetti. Flávio Bolsonaro também esteve presente nas oitivas do diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Dias que teve prisão determinada pelo presidente da comissão, Omar Azis (PSD) - e no depoimento do consultor de Willian Santana, que confirmou irregularidades nas negociações da Covaxin. No depoimento de Fabio Wajngarten, Flávio Bolsonaro tumultuou a sessão. Irritado com o que classificou como “mentiras recorrentes” do ex-assessor de Comunicação da Presidência da República, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) pediu a prisão do depoente. O senador Flávio saiu em defesa do aliado, chamou Renan de “vagabundo”, provocando longo bate boca. Na trilha O senador Randolfe Rodrigues (Rede), vice-presidente da CPI da covid, informou em suas redes sociais ter solicitado à comissão a quebra dos sigilos
bancário, fiscal, telemático e telefônico do que chama de “complexo empresarial” de Francisco Maximiano, sócio administrador da Precisa Medicamentos. “É fundamental para as investigações da CPI o acesso às transações fiscais em favor de Maximiano”, escreveu o parlamentar no Twitter. Os alvos são a 6M Participações e BSF-Bolsa e Futuro. No retorno das sessões, a CPI programou para a terça (3) a oitiva do “reverendo” Amilton Gomes de Paula, apontado por supostos representantes da Davati Medical Supply como um “intermediador” de compra de vacinas pelo governo federal. Na quarta (4), a CPI prevê a presença de Francisco Maximiano, da Precisa, empresa que negociava a vacina indiana Covaxin e integrantes do Planalto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu a autorização para importação e distribuição do imunizante. Na sexta-feira (23), a empresa indiana encerrou o contrato com a Precisa.
Nossos direitos EVENTOS OU VIAGENS CANCELADOS PELA PANDEMIA PODEM SER REMARCADOS ATÉ 2022 Foi sancionada a Lei 14.186/2021, que estende até o dia 31/12/2022 o prazo para reagendamento de atividades culturais e de turismo. Pela nova lei, ingressos de eventos, pacotes de viagem, entre outros, que foram adquiridos em 2020 e 2021 e foram cancelados em função da pandemia, podem ser remarcados até 31 de dezembro de 2022, sem a cobrança de tarifa adicional. O prazo para que o reagendamento aconteça deve ser de até 120 dias após a comunicação do adiamento, ou 30 dias anteriores à realização do evento. A nova lei desobriga a necessidade do reembolso imediato de valores que já foram pagos, como forma de auxiliar na sobrevivência de artistas e prestadores de serviço de setores como a cultura e turismo, bastante afetados pela pandemia. Mas também visa a garantir o direito dos consumidores. Caso não ocorra a remarcação do evento ou serviço, os valores devem ser devolvidos. Jonathan Hassen é advogado popular
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BRASIL
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Quatro anos de ‘reforma’ trabalhista: da perda de rumo ao aumento dos excluídos MITO Lei foi criada prometendo gerar empregos, mas desemprego e insegurança cresceram José Cruz / Agência Brasil
De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílios (PNAD) Contínua, em 2020, a taxa média de desemprego foi de 13,5%, ante 8,5% em 2015. O total estimado de desempregados aumentou de 8,5 milhões para 14,8 milhões.
Vitor Nuzzi, da Rede Brasil Atual Aprovada há quatro anos, a Lei 13.467, da reforma trabalhista, foi aprovada prometendo gerar emprego e segurança jurídica. Os empregos não vieram e a lei continua sendo questionada, inclusive na Justiça. “As promessas eram falsas. Não é se flexibilizando, retirando direitos, que se dinamiza a economia”, afirma a desembargadora aposentada Magda Barros Biavaschi. Para o economista Marcio Pochmann, professor da Unicamp, há pelo menos cinco anos, o país perdeu a expectativa de voltar a crescer de maneira consistente. São quatro fases de recessão desde os anos 1990. “Iniciamos
2021 com a economia 7% menor do que era em 2014”, comenta. A reforma trabalhista foi, segundo ele, o maior ataque em décadas contra os trabalhadores. Desemprego e desalento A reforma trabalhista do governo Temer (MDB), na qual Bolsonaro votou a favor como deputado, foi apresentada com o discurso de que era
preciso “retirar a rigidez” da legislação, porque isso afastava investimentos e inibia o crescimento econômico. O que se viu, no fim das contas, foi o aumento do desemprego, da informalidade, do desalento, de terceirizados. Além dos atuais 14,8 milhões de desempregados, há também 76,4 milhões fora da força de trabalho, segundo o dado mais recente do IBGE.
Globalização e desindustrialização “Em 1980, o Brasil tinha a sexta maior indústria do mundo. Em 2021, a indústria brasileira está na 16ª posição”,
A taxa de desemprego saltou de 8,5%, em 2015, para 13,5%, em 2020
afirma Márcio Pochmann. Empresas foram vendidas ou fechadas e o sistema financeiro passou a prevalecer. “O empresário industrial se tornou um sócio dos juros, um rentista”. Em muitos casos, o Brasil deixou de ter produção própria para abrigar centros de montagem de produtos do exterior. O economista observa que, mesmo antes da Reforma Trabalhista, o país já continha uma grande massa de trabalhadores fora da formalidade do registro, composta por autônomos, trabalhadores por conta própria, desempregados”. Na segunda metade dos anos 2000, no governo Lula, o emprego com carteira assinada cresceu. Na última década, porém, a taxa de desemprego voltou a subir.
Brasil perde 30 mil indústrias em seis anos, mostram dados do IBGE ECONOMIA Falta de incentivo e crise econômica exterminaram 1,4 milhão de empregos na indústria Agência Brasil / EBC
Da redação, com informações da RBA Em 2013, o Brasil chegava ao maior número de indústrias registradas pela série histórica do IBGE. Depois disso, foi só queda. De mais de 334 mil Indústrias, caímos para 306 mil em 2019, o que representa quase 30 mil empresas fechadas em apenas seis anos. “Nós percebemos que, nos últimos anos, houve uma perda da competitividade da indústria, teve uma queda significativa da indústria da transformação. Um dos fatores é a questão
da própria perda de competitividade em termos internacionais, muito associado ao câmbio. O segundo elemento é a própria severidade da crise econômica. O Brasil enfrentou uma
crise econômica muito profunda a partir de 2014 e a indústria foi o principal setor que sofreu impactos dessa crise”, avalia Jefferson Mariano, analista socioeconômico do IBGE.
O fechamento de fábricas contribuiu para o aumento do desemprego. De acordo com o IBGE, 1,4 milhão de postos de trabalho foram perdidos no setor, entre 2013 e 2019. A crise também causou uma queda de salário do trabalhador industrial. Apesar de a indústria ter capacidade de oferecer salários mais elevados, ao longo dos últimos anos, os trabalhadores da indústria estão ganhando menos também”, aponta. Setor automotivo Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômi-
cos (Dieese) mostra que, na indústria automobilística, o baixo investimento em novas tecnologias e a crescente desnacionalização dos componentes automotivos têm sido os vilões da desindustrialização. “O governo tem condições de criar políticas públicas focadas, por exemplo, no setor automobilístico, que contemple essa transformação do veículo a combustão típico para novas fontes renováveis de energia, como o veículo elétrico”, defende o economista do Dieese Fernando Lima.
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MUNDO
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Presidente do México propõe a criação de um organismo para substituir OEA na região AUTONOMIA Andrés Manuel López Obrador defendeu a criação de uma nova aliança regional “que não seja lacaio de ninguém” Coletivo Wacha
Michele de Mello De Caracas, Venezuela O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, propôs a criação de um novo organismo que unifique os países da região e substitua a Organização dos Estados Americanos (OEA). “Não devemos descartar a substituição da OEA por um organismo verdadeiramente autônomo, que não seja lacaio de ninguém, mas um mediador de conflitos em matéria de direitos humanos e democracia”, afirmou durante a 21ª reunião de Minis-
tros de Relações Exteriores da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), realizada na
Cidade do México, no último sábado (24). A proposta foi apoiada pelo presidente boliviano, Luis Arce.
Ao todo 31 países participaram da reunião, enviando chanceleres, vice-ministros ou representantes especiais. Uma das decisões do encontro é aumentar o intercâmbio entre as nações para que sejam produzidas vacinas e medicamentos de maneira coordenada, com uma distribuição equitativa. Recentemente, o secretário geral da OEA, Luis Almagro, foi apontado como um dos apoiadores no golpe de Estado na Bolívia, em novembro de 2019, assim como promoveu sanções econômicas contra os venezuelanos.
Peru: Castillo assume presidência no dia do bicentenário da independência Neste 28 de julho, Pedro Castillo, do partido de esquerda Peru Livre, assume a presidência do Peru, no mesmo dia em que o país celebra 200 anos e sua independência. O presidente assume o cargo depois de uma eleição apertada, em que venceu com 44 mil votos de vantagem e demorou um mês e meio para ter os resultados homologados pela Justiça Eleitoral. Castillo promete realizar uma reforma na constituição, criar programas sociais para erradicar o analfabetismo no país e aumentar o investimento em educação para 10% do PIB peruano. ANÚNCIO
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Greve em defesa da vida dos profissionais da Educação, dos estudantes e das comunidades escolares!
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PANDEMIA
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Um resumo das principais notícias sobre a crise sanitária, que está longe de acabar
NÚMEROS O Brasil soma quase 554 mil vidas perdidas pela covid-19. Trata-se do segundo país com maior número absoluto de registros, atrás apenas dos Estados Unidos. A taxa de mortalidade no Brasil é 4,4 vezes superior à média mundial. Contudo, o país segue em tendência de recuo nos indicadores. A covid-19 se comporta em ondas de contágio. O avanço da vacinação, aliado a um momento de recuo da cepa dominante no país (gama), reduziram momentaneamente casos e mortes. Trata-se do momento de menor letalidade desde fevereiro. Entretanto, especialistas alertam que a pandemia não acabou e sequer se aproxima disso. Ao contrário, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou na última semana que o mundo se preparava para entrar em uma nova onda de casos e mortes. Nos últimos sete dias, o mundo registrou a maior porcentagem de alta nas mortes desde abril de 2020. Morreram 69.132 pessoas na semana que se encerrou em 19 de julho. No período anterior, foram 57.245, um aumento de 20%. “Estamos longe do fim da pandemia. Apesar dos enormes esforços dos estados para vacinar pessoas, outros milhões continuam não vacinados e, portanto, correm o risco de acabar no hospital”, afirmou o diretor da OMS na Europa, Hans Henri Kluge.
MUNDO A OMS aponta que uma das razões para a nova explosão de casos e mortes pela covid-19 no mundo é o abandono de medidas de isolamento social e proteção coletiva e individual, como uso de máscaras. Soma-se a isso a disseminação da variante delta, identificada pela primeira vez na Índia. A mutação do coronavírus é até 70% mais contagiosa e mais resistente às vacinas, especialmente em relação às primeiras doses. BELO HORIZONTE Na segunda (26), foram confirmados na capital mineira os primeiros casos da variante delta. A cepa foi identificada por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Os via-
jantes, que testaram positivo, voltaram do Reino Unido em 11 de julho e cumpriram o isolamento social em casa. Eles apresentaram como sintomas coriza e tosse. Além desses dois casos, outro foi registrado em Juiz de Fora. Rio de Janeiro, São Paulo e Distrito Federal já reportaram transmissão comunitária da variante delta. MINAS GERAIS Nesta semana, o estado foi o terceiro a ultrapassar a marca de 50 mil mortes pela covid-19 no país. O primeiro havia sido São Paulo, seguido pelo Rio de Janeiro. “É uma dor nunca antes imaginada. Minha solidariedade e meus sentimentos às famílias das vítimas. Estamos em luto, mas a luta pela vida do povo mineiro jamais cessará”, afirmou o deputado Agostinho Patrus (PV), presidente da Assembleia Legislativa.
VACINAÇÃO Até o momento, menos de 20% da população brasileira está imunizada com as duas doses de uma das vacinas disponíveis no país ou do imunizante de dose única. Em Minas Gerais 3,85 milhões de pessoas estão totalmente imunizadas. E em Belo Horizonte, 27,1% da população com mais de 18 anos está totalmente imunizada. TRABALHO REMOTO As denúncias por excesso de trabalho e aumento na jornada de trabalhadores em home office, aumentaram 4.205% durante a pandemia, de acordo com levantamento do Ministério Público do Trabalho (MPT). Há acusações também sobre tentativas de empregadores para burlar a lei e transformar celetistas em autônomos. Além do excesso de jornada, a falta de estrutura para trabalhar está entre os temas mais denunciados. Segundo os trabalhadores, há empregadores que não pagam pelo uso da internet, nem energia. Além disso, não oferecem equipamen-
tos como mesas, cadeiras, computadores, e todo tipo de material de escritório. Uma outra questão dentro do tema é a reivindicação ao direito à desconexão. “O trabalhador precisa se desconectar do trabalho após o fim do expediente. No home office, a fronteira entre vida pessoal e profissional quase deixou de existir, então eles são acionados por WhatsApp em horários incomuns”, diz Victor Pagani, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
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VARIEDADES
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DE OLHO NA MÍDIA
FIQUE
BEM Olá pessoal! Seguem as dicas da semana:
DESENVOLVA SEU LADO ARTÍSTICO
30 ANOS DO FNDC
CONHEÇA AS PAUTAS E A HISTÓRIA DA LUTA PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO No capítulo 5 da Constituição Federal do Brasil, no artigo 220, há um parágrafo que diz: “Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio”. Assim como quase todos os artigos da nossa Constituição (que ficou conhecida como “cidadã”), os artigos relativos à comunicação foram fruto de luta e pressão. Havia atuação aguerrida de várias organizações para influenciar na redação dos termos que definiriam o futuro do Brasil. No entanto, apesar de algumas demandas dos jornalistas e de outros grupos envolvidos no debate do tema serem incorporadas nos artigos, eles nunca foram regulamentados. Especialmente o artigo quinto, esse dos monopólios. Já imaginou se ele fosse colocado em prática? Como seria a comunicação no Brasil se não tivéssemos esse pequeno grupinho dono de quase tudo? “O capítulo da comunicação é o único que não foi votado, decidido nas comissões. As empresas criaram ali a ideia de que o direito à comunicação seria deles. E qualquer regulação seria censura. Esse embate é a nossa história. Passamos 30 anos tentando imprimir na área da comunicação aquilo que está em todas as áreas, que passa pela ideia de liberdades coletivas, de controle público”, lembra o jornalista e ex-presidente da Fenaj Celso Schröder, na live de comemoração pelos 30 anos do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, no dia 21 de julho.
FICA A DICA
A dica da semana é assistir a essa aula em que diversos coordenadores do FNDC lembraram das pautas e lutas que o Fórum tocou nos últimos anos. Está neste link: encurtador.com.br/nuIZ4. E acompanhe também o site e as redes do FNDC, que reúnem centenas de organizações em todo o país: fndc.org.br Um abraço!
Todos nós temos um lado artístico. Acontece que, com a falta de oportunidade e excesso de trabalho, poucos conseguimos despertar nosso lado sensível e contemplativo. E por isso, parece que a arte é um dom ou privilégio daqueles que nasceram assim. Bom, nada disso. Desenvolver o nosso lado artístico pode ser uma estratégia para descansar, concentrar, liberar emoções e até ficar mais saudáveis. Tenho visto muitas amigas que, durante a pandemia, começaram a pintar, bordar, fazer colagens... Tudo é válido quando o assunto é se expressar.
NÃO SABE COMO COMEÇAR?
Primeiro, tente tirar um tempinho para você. É difícil? Divida o trabalho doméstico com os outros moradores da casa. Que seja meia hora, mas que nestes tempo você possa explorar sua criatividade. Comece exercitando o olhar. Observe com cuidado imagens, filmes, pessoas, quadros. Busque pelos detalhes e se deixe levar. Não tente achar explicações racionais, apenas tente identificar qual é a sua sensação. Permita-se experimentar! E anote tudo.
NÃO EXISTE NINGUÉM QUE NÃO SEJA CRIATIVO
É evidente que algumas pessoas são mais criativas que outras, mas tudo é questão de treino. Como seres humanos, a criatividade faz parte da nossa cultura e história. Então invente, tente, experimente. Não há forma errada de criar. O processo criativo é mais importante que o resultado. Um beijo da Jana! Janaína Cristina escreve dicas de bem-estar e autocuidado
AMIGA DA SAÚDE Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Unico de Saúde I Coren MG 159621
Como conseguir respirar melhor neste tempo seco? A partir de quais sintomas, é hora de procurar um médico? Luiza Silva, 28 anos, atendente de telemarketing Para respirar melhor neste clima seco, um princípio básico é devolver a hidratação “roubada” pelo ar seco. O modo mais eficaz é tomar muito líquido e usar soro fisiológico no nariz sempre que sentir desconforto. Colocar uma vasilha com água no ambiente ou usar um umidificador elétrico ajudam bastante. O sintoma mais comum é o ressecamento das mucosas, com ardência e pequenos sangramentos eventuais nas narinas e rachaduras nos lábios. Nesse caso, é preciso aplicar o soro fisiológico nas narinas com mais frequência e usar algum hidratante labial. Os sintomas respiratórios como tosse, falta de ar, cansaço respiratório, sangramento nasal persistente ou febre recorrente já necessitam de avaliação médica, pois podem estar associados a infecções nas vias aéreas, o que é ainda mais preocupante considerando a pandemia de covid-19 em que vivemos.
Um abraço e até a próxima. Joana Tavares é diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
Se você tem alguma dúvida sobre saúde e vida saudável, manda um zap para mim! O número é (31) 9 8468.4731.
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www.malvados.com.br Separamos aqui uma combinação infalível para você conquistar o coração da sua parceira. Trata-se da junção entre limpeza e um bom jantar. Em outras palavras, a demonstração de
ESCONDIDINHO DE BRÓCOLIS COM BATATA DOCE E CENOURA
afeto e cuidado. Pode ter certeza que é a melhor declaração!
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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Apenas Animal como a Min3 nie (HQ)
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Líquido anestésico No caso 14 de
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Solução
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Prato italiano
Opõe-se à poesia (Lit.)
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Q Uma quinzena Feminino de "seu"
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S I T I O S E C H A C A R A S
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Aparar o Pequenas pelo da propriedades ovelha rurais
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Laços Profissional que trata dos pés
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Significado do "E", em IBGE Perversa Tabela das quatro operações (Mat.)
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O de janeiro inicia o ano
M N E T A R O S O E M S A T E G A R A R O A L E T T I S T I E N E C H B O U A D A S E L EV I S T A N Z E D I A M A S
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Um dos estados da matéria Respirar com dificuldade (?) marra: à força Arame em que se secam roupas
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© Revistas COQUETEL
Boa repuÓsmio tação; (símbolo) reconhecimento
A M O G A S Z O F N A V A R E S TA E M A T A B N O C A L Q U I S U
Estado da região Norte e sua capital Fundo (?) Internacional: FMI
Ingredientes • • • • • • •
1 maço de brócolis 3 batatas doces (600g) 1 cenoura 200ml de creme de leite 2 colheres (de sopa) de queijo Sal, pimenta e orégano (a gosto) Azeite (a gosto)
Modo de preparo 1. Separe os floretes do brócolis e coloque-os em uma forma untada com azeite. Tempere com sal, pimenta e orégano; 2. Em seguida, coloque no forno por aproximadamente 30 minutos. Cubra a forma com papel alumínio e, quando estiver quase assado, retire para dourar um pouco o brócolis; 3. Para fazer o purê, corte a batata doce em pedaços pequenos e deixe cozinhar com pouca água até que fique bem mole. Desligue o fogo e na própria panela amasse com um garfo e acrescenta o queijo e o creme de leite. Acenda novamente o fogo e misture bem por poucos minutos; 4. Em seguida, jogue o purê por cima do brócolis já assado. Volte ao forno por mais alguns minutos e deixe dourar.
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Cidades da Região Metropolitana de BH terão sessões de cinema drive-in DIVERSÃO SEGURA Mostra Noite de Cinema faz exibição de filmes nacionais em 16 cidades Divulgação
Festival apresenta palestras e arte sobre os “seres-rios” de Minas Redação
é preciso retirar ingresso antecipadamente.
As condições mais restritas da pandemia do coronavírus estão fazendo reaparecer, com mais força, um modelo de cinema: o drive-in. Esse tipo de diversão, que muitos de nós só vimos em filmes de Hollywood, vai agora estar em 16 cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, a partir de sábado, 31 de julho. A Mostra Noite de Cinema na Metropolitana é promovida pelo Coletivo Noite de Cinema. As sessões de cinema, em que o público assiste ao filme de dentro do carro, são gratuitas em áreas abertas de espaços públicos e privados. A cada dia são realizadas duas sessões de filmes curtas e médias metragens nacionais, de diferentes gêneros, buscando retratar a diversidade cultural brasileira. Em alguns locais, as sessões acontecem com marcação de lugares com distanciamento para o público. Para todas as exibições
Programação A estreia da mostra acontece em Sabará, no sábado (31), às 18h no Centro Administrativo Hélio de Aquino. Esta sessão terá o formato drive-in. A retirada de ingresso acontece pelo site www.sympla.com.br/sabara , e cada ingresso equivale à entrada de um carro com o máximo de quatro pessoas. Serão exibidos os filmes 4 bilhões de infinitos, Moleque, Melhor Som do Mundo, Dono de Casa e Impermeável Pavio Curto. A mostra acontece até o dia 5 de setembro. O projeto é realizado via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com patrocínio da Vallourec e apoio das prefeituras locais. Mais informações pelo site noitedecinema.com.br e pelo perfil do Instagram @noitedecinema.
Confira os locais e datas: Belo Horizonte Venda Nova (01/08), Rio Acima (07/08), Nova Lima - Jardim Canadá (08/08), Nova Lima - Centro (09/08), Contagem (12/08), Ibirité (13/09), Caeté (14/08), Santa Luzia (15/08), Vespasiano (19/08), Santa Bárbara (20/08), Barão de Cocais (21/08), Esmeraldas (26/08), Matozinhos (27/08), Pedro Leopoldo (28 e 29/08), Sete Lagoas (02/09), Brumadinho - Centro (03/09), Brumadinho - Distrito de Aranha (04/09) e Brumadinho - Distrito de Piedade do Paraopeba (05/09).
NOSSAS ÁGUAS Programação de 2 a 10 de agosto conta com diálogos, shows, exposição, lives e “cartografias” Redação “Seres-Rios: Festival Fluvial”. Como o próprio nome sugere, o evento online promovido pelo BDMG Cultural - Governo de Minas apresenta uma série de tecnologias artísticas e políticas para instigar reflexões sobre os rios e bacias hidrográficas mineiras. Assim como “para discutir a memória, a beleza, as dores e também o amanhã dos rios”. Durante os dias de festival, que vai de 2 a 10 de agosto, acontecem diálogos entre nomes importantes da área de preservação ambiental, shows, exposição, lives, mostra de filmes, programação infantil e a “cartografia”, que é o mapeamento de iniciativas e movimen-
tos comunitários nas bacias dos rios Doce, Jequitinhonha e São Francisco. O diálogo de abertura será em 2 de agosto (segunda-feira), às 19h, e tem como tema as “Políticas Cósmicas”. “Como viver sem o rio? Como viver com a Terra? Como viver no mesmo planeta?”, são as perguntas que Ailton Krenak, jornalista e escritor, da Reserva Indígena Krenak do médio Rio Doce (MG), e Marisol de la Cadena, antropóloga peruana, professora da Universidade da Califórnia de Davis (EUA) irão debater. A programação completa pode ser baixada no link www.seresrios.org. Mais informações nas redes sociais @seresriosfestival .
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Imagem da semana Rodolfo VIlela
ESPORTE
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REBECA ANDRADE É A 1ª BRASILEIRA A TER UMA MEDALHA OLÍMPICA NA GINÁSTICA ARTÍSTICA
Ricardo Bufolin / CBG
A imagem é do potiguar Ítalo Ferreira, nas águas da praia Tsurigasaki Surfing, no extremo leste japonês, ao fim da prova que o consagrou como primeiro campeão olímpico da história do surf. Na estreia da modalidade em Olimpíadas, o brasileiro garantiu o ouro ao vencer o japonês Kanoa Igarashi.
“Eu queria que a minha avó estivesse viva para ver isso. Sou muito feliz pelo que me tornei, pelo que fiz pelos meus pais. Sempre pedi para que esse sonho fosse realizado e ele aconteceu", declarou o brasileiro, filho de uma família humilde do município de Baía Formosa (RN).
MAYRA AGUIAR SUPERA NOVA LESÃO E CONQUISTA O BRONZE Júlio César Guimarães /COB
Reprodução
Nesta quinta-feira (29), a gaúcha Mayra Aguiar conquistou o bronze na categoria meio-pesado do judô, ao derrotar a sul-coreana Hyunji Yoon por ippon. Assim, a brasileira subiu pela terceira vez ao pódio olímpico (as outras duas foram em Londres 2012 e Rio 2016), igualando-se à jogadora de vôlei Fofão como a única mulher brasileira a conquistar três medalhas em Olimpíadas.
O feito ocorre após Mayra Aguiar superar uma grave lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, em novembro do ano passado, que a obrigou a passar pela sétima cirurgia em sua carreira. “Tive outras experiências de ter que erguer a cabeça. Voltar pra casa com uma medalha é muito importante. E eu consegui fazer isso”, disse.
“É uma menina que veio de uma origem muito humilde e está aí hoje, para ser a segunda melhor atleta do mundo”, comemorou Daiane dos Santos.
Caroline Oliveira Fazendo história, a ginasta de 22 anos, Rebeca Andrade, agora é a primeira brasileira a conquistar uma medalha na ginástica artística dos Jogos Olímpicos. Ao som de “Baile de Favela”, ela atingiu 57, 298 pontos com a sua apresentação solo nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão. A brasileira ficou atrás somente da estadunidense Sunisa Lee, que somou 57,433 pontos, e à frente da russa Angelina Melnikova, com 57,199 pontos. Antes de Andrade, Daniele Hypolito foi a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha em campeonatos mundiais, uma prata no solo de 2001. Já Daiane dos Santos foi a primeira campeã mundial, ainda em 2003. No próximo domingo (1º) e na segunda (2), ela ainda tem chances de conquistar outras medalhas, quando serão realizadas mais apresentações, de salto e solo, respectivamente. “Durante muito tempo, disseram que as pessoas negras não poderiam fazer alguns esportes, e a gente vê hoje a primeira medalha para uma menina negra. Tem uma representativida-
de muito grande por trás de tudo isso. É uma menina que veio de uma origem muito humilde, foi criada por uma mãe solo, como a Dona Rosa, aguentou tudo que ela aguentou, todas as lesões, e está aí hoje para ser a segunda melhor atleta do mundo”, comemorou Daiane Santos. Vitória da favela De um bairro pobre de Guarulhos, Vila Bonifácio, Rebeca Andrade levou o funk aos tablados de Tóquio, com a música “Baile de Favela”, do MC João. Ao finalizar a apresentação, a ginasta afirmou que levar “a cultura funk para o outro lado do mundo foi incrível”. Rebeca já passou por três cirurgias no joelho direito, entre 2017 e 2019, o que a deixou afastada dos treinos por muito tempo. Após a premiação, ela disse que, mesmo se não tivesse ganhado a medalha de prata, já teria feito história por chegar onde está. “Essa medalha não é só minha, é de todo mundo. Todos sabem da minha trajetória, o que eu passei. Se eu não tivesse cada pessoa dessa na minha vida, isso aqui não teria acontecido”, afirmou a medalhista.
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Brasil e Egito se enfrentam no sábado
Pelas quartas de final dos Jogos de Tóquio, as seleções masculinas de futebol do Brasil e do Egito se enfrentam neste sábado, ,31, às 7h (horário de Brasília). O Brasil classificou-
ESPORTES
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DECLARAÇÃO DA SEMANA A rquivo pessoal
Lucas Figueiredo /CBF
Quem passar pega o vencedor da partida entre México e Coreia do Sul. “É mata-mata e sabemos que, se errarmos, estamos fora”, adverte o atacante Richarlison, artilheiro da competição, com cinco gols.
-se como líder do grupo D, enquanto a equipe africana foi segundo lugar do grupo C, sem o craque Salah, que não foi liberado pelo Liverpool para jogar as Olimpíadas.
Seleção feminina A equipe da técnica Pia Sundhage e da atacante Marta entrou em campo às 5h desta sexta-feira (30), contra o Canadá, em partida valendo vaga na semifinal.
“Houve situações na seleção, nos clubes, de pessoas que não queriam ficar perto, que não queriam usar o mesmo banheiro! Aquele tipo de coisa que nos faz pensar: opa, voltamos à segregação!” Daiane dos Santos, ex-ginasta e medalhista de ouro em mundiais, comentando a discriminação que sofreu na Seleção Brasileira.
Gol contra A judoca Maria Portela foi prejudicada nas Olimpíadas. Contra a russa Madina Taimazova, a brasileira aplicou um wasari, na prorrogação. Para a arbitragem de vídeo, o golpe foi irregular. Depois, ela foi punida com um shido por falta de combatividade. Por que a russa também não recebeu o shido?
A seleção brasileira masculina de futebol conseguiu a vaga nas quartas-de-final dos Jogos Olímpicos, com duas vitórias e um empate na fase de grupos. Agora, o adversário será o Egito, no sábado (31), às 7h da manhã. Richarlison é o artilheiro, com cinco gols na fase de grupos.
A sorte está lançada
Correndo atrás
@ANDREFIDUSI
Gol de placa
HOMENAGEM A FELIPE SILVEIRA
Erros são antigos
Bráulio Siffert
Rogério Hilário
Fabrício Farias
Assustada com o péssimo início do América na Série A, a diretoria, enfim, se mexeu e contratou jogadores com um pouco mais de qualidade ou experiência de primeira divisão para dar nova cara ao time. O atacante Berrío, ex-Flamengo, e o lateral Patrick, ex-Sport, cheDecacampeão gam provavelmente para serem titulares. Os demais, Fabrício Daniel, Isaque e Chrigor, são apostas que precisam demonstrar a que vieram. Com esses reforços e o retorno de Ademir e Ribamar, recuperados de lesões, a torcida passa a ter mais esperanças de que o time se encontre e passe a vencer mais que perder. De toda forma, talvez ainda seja preciso reforçar o setor defensivo, que não tem passado segurança e tem levado gols evitáveis. .
O Galo segue em frente no Brasileiro, na Libertadores e na Copa do Brasil. Sou do grupo dos reticentes, acostumados mais aos infortúnios do que às glórias. Admito, no entanto, evolução na equipe, especialmente pelo desempenho de Hulk eÉ a estruturação da armação e deGalo doido! fesa. Ainda faltam atuações mais constantes e imposição da supremacia do elenco, decantada por muitos e não comprovada nas partidas disputadas nas três competições. Alguns pregam foco no Brasileirão, em busca do tão sonhado bi. Outros, nos mata-matas. Para mim, o que vier está bom. Os obstáculos são vários em todas as disputas. Ou seja, sabemos que as trajetórias do Atlético nunca foram fáceis. Que venham Athletico-PR, Bahia e River Plate.
Salve, nação celeste! Nesta sexta (30), temos um jogo importante contra o Londrina, adversário direto para sairmos do Z4. Além da perda dos pontos, em caso de derrota, há o impacto psicológico de mais um revés. Não é segredo que problemas do Cruzeiro vão LaosBestia Negra muito além da ausência de um time base e dos incontáveis erros de Mozart. Esta semana, o presidente Sérgio Rodrigues confirmou a impossibilidade de registro de jogadores, em função da dívida que temos com o Mazatlán, do México, pela compra de Riascos. Os desmandos acontecem há muitos anos, mas a diretoria insiste em fazer vista grossa para a situação, naturalizando erros do passado. Infelizmente, a cada rodada, já entramos em campo derrotados. Saudações!
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