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OPINIÃO
Belo Horizonte, 13 a 19 de agosto de 2021 Reprodução / EBC
José Josivaldo
Farsa da crise hídrica reforça: preço da luz é um roubo
Experimenta depender de ônibus Entra e sai ano. legislaturas e governos começam e terminam. Saturno vai e volta, algumas vezes. O transporte desta cidade continua ruim. Todo político entrou ao menos uma vez em uma estação do MOVE e disse, com cara séria e voz grave, que não era possível aquela situação, que ele iria resolver o problema. E os nomes para descrever o problema variam: lotação, caixa-preta, falta de gestão, corrupção. Dá para elaborar. Com um sistema de cálculo da tarifa baseado em índices ligados à inflação e não aos custos reais de operação, a passagem sempre aumenta. Isso é um fato. As empresas cortam custos reduzindo linhas, Se tem multa, as demitindo trocadores ilegalmente, diminuindo a oferta de viagens, e nada, absolutamente nada disso, teve im- empresas não pagam pacto algum na redução da tarifa. Com a atual situação de pandemia, a precarização foi escancarada. Os empresários, sem vergonha alguma, só aprofundaram o problema. Corte de viagens, sumiço de linhas, redução drástica da oferta quando mais precisamos de espaço para respirar. E assim vamos. Se tem reclamação, as empresas não ligam. Se tem multa, as empresas não pagam. Na Praça da Savassi, para ficar em apenas um exemplo da rica zona sul de Belo Horizonte, há ponto de ônibus em que há painel eletrônico de propaganda, mas não há painel eletrônico que mostra em quanto tempo o ônibus vai passar. Nos bairros então, nenhum desses painéis deu as caras. Se você quer recarregar o seu cartão, não pode ser no ônibus porque não tem mais cobrador. Nos pontos específicos, que são poucos e quase todos no centro, só em dinheiro vivo. Por que não dá para recarregar o cartão em qualquer banca de jornal? Por que não tem painel eletrônico em todo lugar da cidade? Daí alguém queima uns pneus, fecha uma avenida e todo mundo corre para gritar bandidos. Experimenta depender de ônibus. Annie Oviedo é passageira de ônibus e integrante do Tarifa Zero BH
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José Josivaldo é da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
ACOMPANHANDO
Annie Oviedo
Com o discurso de seca na região sudeste, camufla-se a realidade para justificar aumentos abusivos nas contas de luz do povo brasileiro, Permitindo aos empresários lucrar muito mesmo em período de pandemia da covid-19 e com a crise hídrica. O governo Bolsonaro e os agentes empresariais que controlam o setor elétrico nacional afirmam que há uma crise de escassez hídrica que levou ao esvaziamento dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Segundo seus argumentos, a região sudeste passa pela pior seca dos últimos 91 anos. Para lidar com essa realidade, o governo Bolsonaro publicou a MP 1.055, de 28 de junho de 2021, que prevê ações emergenciais e regras excepcionais para o uso Conta de luz dos recursos hidro energé- aumentou 17% ticos. Na mesma lei, autorizou que os custos sejam ressarcidos por meio da conta de luz da população. Ou seja, o povo vai pagar a conta. Para evitar desgastes políticos, aterrorizam a população brasileira com campanhas publicitárias cuja mensagem é que estamos sendo castigados pela falta de chuva. Estes empresários estão recebendo dinheiro cobrado nas contas de luz via bandeiras tarifárias. Após fala do ministro de Minas e Energia, a Aneel autorizou aumento de 52% na bandeira vermelha, patamar 2. A cobrança passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh. Isto representa 17% na conta de luz dos consumidores residenciais: sendo que o povo vai pagar R$ 2,5 bilhões por mês. O responsável pela situação atual é o governo Bolsonaro, o sistema financeiro e empresas transnacionais que tomaram conta do sistema elétrico nacional. É necessário construir uma nova política para o setor energético nacional, com soberania, distribuição da riqueza e controle popular.
Na edição 337... No lugar de combater, Bolsonaro promove a pandemia ... E agora Associação indígena denuncia Bolsonaro por genocídio no Tribunal Penal Internacional de Haia Na segunda-feira (9), Dia Internacional dos Povos Indígenas, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) protocolou um comunicado no Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão de Justiça das Nações Unidas (ONU), para denunciar o governo de Jair Bolsonaro por genocídio. A denúncia tem 86 páginas com documentos oficiais que comprovam a execução de uma “política anti-indígena explícita, sistemática e intencional”, incluindo durante a pandemia.