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BRASIL 2, 5 E

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Há mais de 80 dias em greve, trabalhadores da Copanor estão há 3 meses sem salários

Luta contra a privatização

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GREVE HISTÓRICA Trabalhadores tiveram auxílios educação e funeral, cesta básica e outros benefícios extintos

Amélia Gomes

Mesmo sem salário, mais de 350 trabalhadores da Copanor, Copasa Serviços de Saneamento Integrado do Norte e Nordeste de Minas Gerais S/A, seguem firmes na greve da categoria que ultrapassa oitenta dias. A paralisação é a mais extensa registrada no estado em 2021. Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial compatível com a inflação de 2020, correção inflacionária, retomada dos benefícios e a garantia da estabilidade dos empregos.

Osvaldo Márcio Sampaio, coordenador do departamento jurídico do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Purificação de Água e em Serviço

A garantia dos empregos é o principal ponto de embate entre a empresa e os trabalhadores. A categoria afirma que além de evitar uma retaliação aos grevistas, a estabilidade é também uma forma dos trabalhadores lutarem contra a privatização da empresa.

É que em junho deste ano, o governador Romeu Zema apresentou o Projeto de Lei 2884/21 que impõe a regionalização do saneamento básico do estado. Ou seja, o governo estadual transfere para os municípios a responsabilidade de garantir o saneamento básico, a exemplo do que é proposto para a educação com o projeto Mãos Dadas.

Wagner Xavier, assessor do Sindágua, explica que

Reprodução /Sindágua

Garantia dos empregos é o principal ponto de embate entre a empresa e os trabalhadores

de Esgoto de Minas Gerais - Sindágua/MG, denuncia que a empresa tentou deslegitimar judicialmente a greve da categoria, buscando tornar a paralisação ilegal. No entanto, a tentativa foi rejeitada pelo Tribunal Regional do Trabalho e transformada em uma proposta de dissídio coletivo, que está em avaliação no tribunal.

O advogado denuncia também outras ilegalida-

Não é uma greve só econômica, é luta contra a privatização 350 trabalhadores da Copanor reivindicam reajuste salarial

des praticadas pela empresa. “O trabalhador que é disponibilizado para a atividade essencial [os grevistas estão fazendo escala mínima de atendimento], faz o serviço e a Copanor não deixa assinar a folha de presença. São situações surreais. Numa localidade com

o IDH tão baixo, a empresa não fornece sequer um pão para o trabalhador. Isso pode desencadear em um acidente grave, pois a maioria dos trabalhos realizados exigem muita força física”, alerta.

Além dos salários suspensos por causa da greve, neste mês de agosto os trabalhadores da Copanor (grevistas ou não) tiveram cortados benefícios como cesta básica e auxílio educação. Mesmo diante da situação, a categoria decidiu, em assembleia no último dia 27, por manter a paralisação. Os trabalhadores alegam que a empresa regrediu nas propostas apresentadas e agora oferece apenas a retomada dos benefícios em contrapartida ao fim da greve. E que seguem irredutíveis quanto à garantia da estabilidade de emprego dos trabalhadores.

Reprodução /Sindágua

na prática o PL implementa a privatização do serviço de saneamento, já que centenas de municípios, sobretudo os mais pobres, não vão ter condições de arcar com o serviço, entregando para a iniciativa privada. E por isso, a garantia da estabilidade dos trabalhadores da Copanor é algo tão decisivo nesta luta. “Eles precisam ter o fim da estabilidade para demitir os 411 trabalhadores que hoje estão na Copanor. Por isso que não é uma greve só econômica, ela está discutindo também a luta contra a privatização”, alerta Xavier.

O PL 2884/21, de autoria de Romeu Zema, que propõe a privatização do saneamento em Minas, está em avaliação na Comissão de Constituição e Justiça da ALMG. Mais de 60 entidades lançaram uma Carta Manifesto contra o projeto. Resposta da empresa

Por meio de nota, a Copanor informou a nossa reportagem que “foi mantida a última proposta apresentada em audiência, que inclui recomposição salarial de 3,58% (equivalente a 75% do INPC) e, também, reajuste no programa alimentação, de 5,5%, (percentual superior ao INPC)”. No entanto, o sindicato rejeitou a proposta.

Sobre a permanência da extinção dos benefícios, a empresa informou que “apresentou proposta de Acordo temporário, para fins de pagamentos dos benefícios suprimidos, enquanto perdurar a Ação de Dissídio Coletivo. No entanto, o Sindicato não aceitou a oferta”. Campanha de solidariedade

Para apoiar os grevistas, o Sindágua organiza uma campanha de solidariedade. Os valores arrecadados serão revertidos em cestas básicas, vale gás e outros auxílios para os funcionários da empresa. A categoria informa que não há quantia mínima para doação e qualquer valor é bem-vindo. A chave do PIX é o e-mail sindagua@ sindagua.com.br.

Grito dos Excluídos: protestos de 7 de setembro em MG pedem o impeachment de Bolsonaro

“BASTA” Lema desse ano é “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”

Divulgação

Redação

Já virou tradição que a data de 7 de setembro (Dia da Independência do Brasil) seja também dia de manifestação, e neste ano não será diferente. Com um novo fôlego por conta da conjuntura política do país, o Grito dos Excluídos acontece junto ao ato Fora Bolsonaro.

Em Minas Gerais, pelo menos 15 cidades já confirmaram protestos para a data. São elas: Barbacena (10h), Carmópolis de Minas (10h), Congonhas (10h30), Divinópolis (15h30), Governador Valadares (8h), Itabira (9h), Itaúna (9h), Juiz de Fora (10h), Ouro Preto (8h), São João del Rei (10h), São Lourenço (15h), São Sebastião do Paraíso (15h), Três Pontas (15h) e Uberaba (10h).

Já na capital mineira, Belo Horizonte, o protesto aconLarissa Costa

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) divulgou na quarta (1) em seu portal uma nota pública, denominada Manifesto pela liberdade, em que endossa o coro bolsonarista a favor das fake news e contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Na avaliação do professor Juarez Guimarães, do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a nota da Fiemg é “escandalosa” e o fato “é uma das páginas das mais vergonhosas” da entidade. “Ela parece dar um passo além no respaldo a uma tentativa de provocar um golpe de Estado através de manifestações violentas patrocinadas pelo governo Bolsonaro, que está no seu momento de maior crise e impopularidade”, comenta.

A nota vai em sentido contrário do posicionamento de outas entidades empresariais nacionais e mineiras. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) tem sinalizado a defesa pela harmonia entre os poderes, um manifesto, que teria sido

tece na Praça Afonso Arinos às 10h.

Pela qualidade de vida

Essa é a 27ª edição do Grito dos Excluídos, que, todos os anos tem por tema “Em defesa da Vida”, o lema é escolhido anualmente, sendo esse ano: “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda já!”.

As manifestações reivindicam o impeachment do presidente da República Jair Bolsonaro (Sem partido) e denunciam algumas de suas ações, como o possível envolvimento do presidente e de membros de seu governo em esquemas de propina na compra de vacina. O que acabou atrasando sobremaneira a vacinação no país.

Por outro lado, reivindicam políticas econômicas mais condizentes com o atual momento: tarifas de energia mais baixas, tarifas de água mais baixas, regulação e queda no preço da gasolina e queda no preço dos alimentos.

Requerem também que o governo federal pare a privatização de empresas estatais, pare com o sucateamento dos serviços públicos, além de outras demandas. “Acreditamos que é possível e necessária a construção de um outro modelo de sociedade”, escreve a organização do Grito dos Excluídos.

A Frente Brasil Popular, centrais sindicais, movimentos populares e partidos políticos também se somarão aos atos em todo país.

Manifestantes pedem fim das privatizações

Empresários, sindicatos e jornalistas mineiros repudiam nota bolsonarista da Fiemg

Reprodução / facebook

Federação lançou nota em favor de sites de fake news, na quarta (1). Mais de 200 empresários divulgaram manifesto oposto

assinado por 200 entidades, acabou tendo sua divulgação adiada.

Empresários e jornalistas

O manifesto bolsonarista da Fiemg vai em sentido contrário da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), que lançou, na quarta (1), uma nota em defesa da democracia que articula mais de 200 empresários e lideranças mineiros. O documento é denominado Segundo Manifesto dos Mineiros ao Povo Brasileiro. “A democracia não pode ser ameaçada, deve ser fortalecida e aperfeiçoada”, diz o texto.

Na quinta (2), o Sindicato da Indústria do Audiovisual de Minas Gerais (Sindav) e outras entidades integrantes da Câmara da Indústria da Comunicação e Audiovisual da Fiemg, lançaram uma nota de repúdio à manifestação da federação. No texto, afirmam: “não consideramos liberdade de expressão as ameaças contra o STF e seus integrantes e a atuação criminosa de redes de Fake News”, diz o texto.

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