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OPINIÃO
ESPAÇO DOS LEITORES
“País colônia de exploração é isto: para o empresário tudo, para a natureza e para as pessoas, morte e destruição! Sistema “capetalista” deu super certo” Bárbara Souza sobre a reportagem “Três anos: lentidão da Justiça gera sentimento de impunidade no caso Brumadinho (MG)” -“Gente, com Lula concorrendo, não vai ter segundo turno!” Kelli Campos sobre a postagem “Lula é o único candidato que venceria Bolsonaro no 2º turno, diz pesquisa Futura/ModalMais” -“Sensato!” Rafael Corrêa sobre nota “Prefeitura de Belo Horizonte adia volta às aulas para 14 de fevereiro” -“Viva! Parabéns pela grande e bela conquista. Viva a ciência e a mulher negra” Rosilene Reis sobre matéria “Nilma Lino é uma das vencedoras de prêmio nacional para cientistas mulheres” -“A Vale não vale nada” Roberto Miranda comenta artigo “Brumadinho: o crime se repetiu”, de Pedro Patrus -“O povo é que sofre com reajustes absurdos da passagem” Raquel Martins sobre o artigo “Santa Luzia (MG) aumenta preço da tarifa de ônibus de R$4,70 para R$5,50”, de Maya Santana
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O SUS na linha de tiro
João Paulo Cunha
Bolsonaro não é apenas negacionista em matéria de saúde, seus atos são também afirmativos e indicam, com todas as letras, o projeto de acabar com o SUS. A ausência de condução da política de combate à pandemia não se deu no vazio, na ignorância e na crueldade apenas, mas na ocupação de todos os espaços onde era necessário combater o Sistema Único de Saúde. Um projeto.
No entanto, foi exatamente o SUS a única barreira eficaz contra a necropolítica bolsonarista durante a pandemia da covid-19. Foi o que levou muita gente a celebrar o sistema e seus profissionais. Mas enquanto a resistência se estabelecia, o governo levava adiante seu propósito de aniquilar a estrutura construída por sanitaristas, pesquisadores, profissionais de saúde e movimentos sociais para conduzir a saúde pública brasileira. Com
O SUS foi única barreira eficaz contra a necropolítica bolsonarista Governo mentiu, atrasou, desmontou, desinformou e corrompeu
mais de 30 anos de história de luta, o SUS encontrou seu pior inimigo.
O saldo de mais de 600 mil mortes, a reiterada atuação anticiência, a suspeita de corrupção levantada pela CPI do Senado e o desprezo a suas atribuições constitucionais de defender o direito à vida, que ficam como herança macabra do atual governo, são a porta de entrada de um projeto ainda mais destrutivo. Não foi uma gestão incompetente e obscurantista, mas interessada de forma estratégica em mudar a lógica do direito à saúde, em favor da prestação de serviços no mercado.
Desde o início do governo, são atacados os princípios de universalização, integralidade e equidade do Sistema Único de Saúde, com acenos para o fortalecimento do segmento privado do setor e o que de pior existe em algumas corporações e entidades que sempre foram inimigas da saúde pública. Ainda antes da pandemia, vários programas foram desmontados e a máquina pública minada. A gestão anti-SUS sempre foi a política de saúde de Bolsonaro e acólitos.
O primeiro ministro da saúde do atual governo, Mandetta, anunciou o fim do Mais Médicos, combateu a Farmácia Popular e a política antimanicomial. Nelson Teich não tinha qualquer familiaridade com o SUS e seus valores. O general Pazuello e, atualmente, Marcelo Queiroga, mergulharam no mar do charlatanismo e do desprezo à vida em nome de uma incompreensível fidelidade ao horror.
O governo federal não comandou a política nacional, não investiu em testes nem no atendimento aos doentes. Atrasou a compra de vacinas e insumos indispensáveis, inclusive oxigênio, não informou a população e destroçou ou deixou destroçar os sistemas de informação.
Em suma, o governo federal fez sua parte na pandemia: mentiu, atrasou, desmontou, confundiu, desinformou, ideologizou, corrompeu. Matou centenas de milhares de brasileiras e brasileiros.
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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Declaração da Semana
Pais que veem orientações sexuais diferentes nos filhos, lidem com isso, acompanhem os filhos e não se escondam no comportamento de condenação
Papa Francisco
Números da Semana
571
denúncias de violação à liberdade de crença no Brasil foram feitas em 2021. Os dados são da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos.
Doação de sangue
Adair Gomez
O Ministério da Saúde e a Anvisa atualizaram, nesta semana, os critérios técnicos para a doação de sangue, devido ao risco de infecção por covid-19. A partir das novas orientações, quem teve covid-19 com ou sem sintomas deve aguardar dez dias para doar sangue. Profissionais de saúde que fizeram uso contínuo e correto de equipamentos de proteção individual (EPI), durante atendimento a pacientes com covid-19, podem doar. Além disso, pessoas com sintomas respiratórios sem teste de covid-19 devem aguardar 14 dias para doar. Mais informações, em abre.ai/ doacaosangue.
Pandemia em BH
Marcelo Camargo /Agência Brasil
A partir segunda (31), serão exigidos comprovante de vacinação e teste negativo para a covid-19 para a entrada em todos os eventos realizados em Belo Horizonte. O anúncio feito pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), na quarta (26), é para diminuir a circulação do vírus na cidade. Segundo o boletim epidemiológico de quarta (26), a ocupação dos leitos de enfermaria e UTI estão em torno de 82%. O prefeito ainda reafirmou a importância de evitar aglomerações e o uso correto de máscaras.
Unidades de saúde atingem capacidade máxima, reforçando a necessidade da vacinação infantil
ATENÇÃO Covid-19 é a segunda maior causa de óbito entre crianças de 0 a 11 anos
Ana Carolina Vasconcelos
Desde o início da pandemia do novo coronavírus, cerca de 1450 crianças brasileiras, de 0 a 11 anos, morreram devido à doença, segundo informações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-Covid),
“A maior causa de mortes entre crianças de 5 a 11 anos no Brasil ainda são as causas externas, como acidentes. A segunda causa é a covid-19, que supera todas as outras causas clínicas”, explica o médico de família e comunidade do Sistema Único de Saúde (SUS) e secretário geral do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte (CMS-BH), Bruno Pedralva.
No último domingo (23), a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig) anunciou que o Hospital Infantil João Paulo II, localizado em Belo Horizonte, atingiu a ocupação de 100% de seus leitos. A fundação informou ainda que a alta quantidade de demanda por internação é devido ao crescente número de crianças que apresentam sintomas de síndromes respiratórias.
A situação do hospital João Paulo II não é isolada. Nos últimos dias, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Centros de Saúde da capital mineira também atingiram a capacidade máxima de atendimento, devido à alta quantidade de pacientes com sintomas gripais e suspeitas de covid-19.
O Boletim Epidemiológico da Prefeitura de Belo Horizonte, da última quinta (27), informa que a ocupação de leitos de UTI, destinados a pacientes com covid-19, é
Rovena Rosa /Agência Brasil
de 83,2%, enquanto a ocupação de leitos de enfermaria é de 80,2%. “É uma situação de colapso. O atendimento das crianças começa nos Centros de Saúde e nós estamos com mais de 1400 profissionais afastados”, explicou o médico.
A prioridade deve ser a imunização das crianças
Para o vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais, Ederson, Alves da Silva, esse cenário reforça a necessidade da vacinação infantil. “Neste momento, a prioridade é a criança”, afirmou Ederson que acredita que, uma vez que os adultos já receberam as duas doses e estão recebendo as doses de reforço, o governo estadual deveria priorizar a imunização das crianças.
Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (26), o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PSD), praticamente implorou que as famílias levem seus filhos para serem vacinados. “Quero dizer como pai e avô: quem estiver me ouvindo, leve seus filhos, pelo lizar de informações mentirosas para atrasar a vacinação”, explicou.
Para médico, governo federal tem ações coordenadas para boicotar a vacinação de crianças
amor de Deus, para se vacinar”, declarou.
Um levantamento divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte demonstrou que foram vacinadas com a primeira dose aproximadamente 12400 crianças de 5 a 11 anos. A quantidade é baixa, uma vez que o grupo convocado pela prefeitura ultrapassa 26 mil crianças.
Bruno Pedralva acredita que esse cenário é fruto de ações coordenadas para boicotar a vacinação infantil, por parte do governo federal. “O governo Bolsonaro e o Ministério da Saúde fizeram sucessivas ações para boicotar a vacinação das crianças. Era possível termos começado há mais de um mês, deixando as crianças vacinadas para enfrentarem a onda da ômicron. Mas o governo preferiu uti-
Aulas presenciais adiadas para 14 de fevereiro
Na mesma coletiva de imprensa, Kalil também anunciou o adiamento do retorno de crianças de 5 a 11 anos para atividades presenciais escolares. Segundo ele, a medida foi tomada para que se tenha mais tempo para avançar na imunização do grupo. O retorno dos alunos de 5 a 11 anos, que era previsto para o dia 3 de fevereiro, agora será no dia 14.
Segundo o Boletim Epidemiológico da PBH, de quinta (27), o matriciamento de risco (MR) da capital mineira está em 68%. O índice, que mostra o nível de alerta para liberação de aulas presenciais, quando se encontra entre 51% e 80%, indica o retorno às aulas presenciais para crianças e adolescentes de até 18 anos de idade.
Atenção para a vacinação
Nesta semana, a Prefeitura de BH convocou crianças de 9 anos sem comorbidades para a vacinação contra a covid-19. Com o objetivo de manter a segurança das crianças, a vacinação infantil acontece em escolas municipais, das 9h às 16h. Ao todo, são 27 escolas com pontos de vacinação. Confira os endereços no portal prefeitura.pbh. gov.br .
Nos locais também acontece a aplicação de doses de repescagem para crianças de 5 a 11 anos, com comorbidades, deficiência permanente, indígenas ou quilombolas que ainda não se vacinaram. O público é convocado pelo município desde o dia 15 de janeiro.
Na sexta (28), é aplicada a primeira dose para crianças sem comorbidades nascidas de julho a dezembro de 2012 e que ainda tenham 9 anos na data da vacinação. É necessário levar o documento de identidade ou certidão de nascimento, CPF e comprovante de residência em Belo Horizonte. A convocação de outras faixas etárias não foi divulgada até o fechamento desta edição.