Edição 368 do Brasil de Fato MG

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OPINIÃO

Belo Horizonte, 28 de janeiro a 3 de fevereiro de 2022

O SUS na linha de tiro João Paulo Cunha

ESPAÇO DOS LEITORES “País colônia de exploração é isto: para o empresário tudo, para a natureza e para as pessoas, morte e destruição! Sistema “capetalista” deu super certo” Bárbara Souza sobre a reportagem “Três anos: lentidão da Justiça gera sentimento de impunidade no caso Brumadinho (MG)” -“Gente, com Lula concorrendo, não vai ter segundo turno!” Kelli Campos sobre a postagem “Lula é o único candidato que venceria Bolsonaro no 2º turno, diz pesquisa Futura/ModalMais” -“Sensato!” Rafael Corrêa sobre nota “Prefeitura de Belo Horizonte adia volta às aulas para 14 de fevereiro” -“Viva! Parabéns pela grande e bela conquista. Viva a ciência e a mulher negra” Rosilene Reis sobre matéria “Nilma Lino é uma das vencedoras de prêmio nacional para cientistas mulheres” -“A Vale não vale nada” Roberto Miranda comenta artigo “Brumadinho: o crime se repetiu”, de Pedro Patrus -“O povo é que sofre com reajustes absurdos da passagem” Raquel Martins sobre o artigo “Santa Luzia (MG) aumenta preço da tarifa de ônibus de R$4,70 para R$5,50”, de Maya Santana

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Bolsonaro não é apenas negacionista em matéria de saúde, seus atos são também afirmativos e indicam, com todas as letras, o projeto de acabar com o SUS. A ausência de condução da política de combate à pandemia não se deu no vazio, na ignorância e na crueldade apenas, mas na ocupação de todos os espaços onde era necessário combater o Sistema Único de Saúde. Um projeto. No entanto, foi exatamente o SUS a única barreira eficaz contra a necropolítica bolsonarista durante a pandemia da covid-19. Foi o que levou muita gente a celebrar o sistema e seus profissionais. Mas enquanto a resistência se estabelecia, o governo levava adiante seu propósito de aniquilar a estrutura construída por sanitaristas, pesquisadores, profissionais de saúde e movimentos sociais para conduzir a saúde pública brasileira. Com

O SUS foi única barreira eficaz contra a necropolítica bolsonarista mais de 30 anos de história de luta, o SUS encontrou seu pior inimigo. O saldo de mais de 600 mil mortes, a reiterada atuação anticiência, a suspeita de corrupção levantada pela CPI do Senado e o desprezo a suas atribuições constitucionais de defender o direito à vida, que ficam como herança macabra do atual governo, são a porta de entrada de um projeto ainda mais destrutivo. Não foi uma gestão incompetente e obscurantista, mas interessada de forma estratégica em mudar a lógica do direito à saúde,

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente com edições regionais, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, no Paraná e em Pernambuco. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

Governo mentiu, atrasou, desmontou, desinformou e corrompeu em favor da prestação de serviços no mercado. Desde o início do governo, são atacados os princípios de universalização, integralidade e equidade do Sistema Único de Saúde, com acenos para o fortalecimento do segmento privado do setor e o que de pior existe em algumas corporações e entidades que sempre foram inimigas da saúde pública. Ainda antes da pandemia, vários programas foram desmontados e a máquina pública minada. A gestão anti-SUS sempre foi a política de saúde de Bolsonaro e acólitos. O primeiro ministro da saúde do atual governo, Mandetta, anunciou o fim do Mais Médicos, combateu a Farmácia Popular e a política antimanicomial. Nelson Teich não tinha qualquer familiaridade com o SUS e seus valores. O general Pazuello e, atualmente, Marcelo Queiroga, mergulharam no mar do charlatanismo e do desprezo à vida em nome de uma incompreensível fidelidade ao horror. O governo federal não comandou a política nacional, não investiu em testes nem no atendimento aos doentes. Atrasou a compra de vacinas e insumos indispensáveis, inclusive oxigênio, não informou a população e destroçou ou deixou destroçar os sistemas de informação. Em suma, o governo federal fez sua parte na pandemia: mentiu, atrasou, desmontou, confundiu, desinformou, ideologizou, corrompeu. Matou centenas de milhares de brasileiras e brasileiros.

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