Brasil de Fato PR - Edição 135

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PARANÁ

Ano 4

Edição 135

22 a 28 de agosto de 2019

distribuição gratuita

www.brasildefato.com.br/parana

18ª JORNADA DE AGROECOLOGIA VEM AÍ Por alimentos saudáveis, sem veneno e um projeto nacional soberano. Evento ocorre entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro Henrique Kugler

Divulgação | Jornada

Leandro Taques

Onde acontece Educação e agroecologia juntos Shows gratuitos O que é agroecologia

p. 5 p. 6 p. 7 p. 8

Divulgação | Jornada

Cidades | p. 4

Brasil 6 Geral | p. 3

Editorial | p. 2

Mais de 500 dias de injustiça

Universidades estaduais na luta

Dallagnol sob suspeita

Vigília Lula Livre promove várias ações denunciando prisão política

Objetivo é derrubar projeto do governo estadual

Entenda por que procurador é alvo de críticas


Brasil de Fato PR 2 Opinião

Brasil de Fato PR

Paraná, 22 a 28 de agosto de 2019

As medidas Filosofia, anticorrupção política e lutas valem para quem? EDITORIAL

OPINIÃO

Divulgação

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eltan Dallagnol, coordenador públicos para manipulação midiátida operação Lava Jato, julga- ca, tentativa de uso de recursos ob-se acima da lei e abusa de sua fun- tidos na operação para instituição ção como autoridade no Ministério privada, acesso indevido a dados do Público Federal (MPF). As posições Conselho de Controle de Atividades do procurador federal demonstram Financeiras (Coaf), abafamento de que sobre os agentes da operação denúncias contra Flávio Bolsonaro, até grilagem de terLava Jato recaem as ras por sua família mesmas práticas que Como é possível na Amazônia durandizem combater. te a ditadura militar. A confusão sobre combater a Como é possível o que é público e prisuposta corrupção combater a suposvado, sobre o que é ta corrupção com legal ou sobre o que com práticas práticas ainda mais é político, sobre o abusivas e ilegais? abusivas e ilegais? que é investigar ou Medidas que visem a manipular, escancaram que a lei é aplicada de forma se- coibir o abuso de autoridade são esletiva e que diversas autoridades do senciais para garantir o mínimo da sistema judiciário violam o processo lisura de investigações. Não é somente a sociedade civil e legal para atingir objetivos particulaos políticos que devem caminhar na res. Os fins não justificam os meios. Denúncias e vazamentos seleti- linha da lei, autoridades do sistema vos, utilização da máquina e poder judiciário também.

SEMANA

Daniel Barbosa,

Militante do sindicato dos metalúrgicos do ABC

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989. O Brasil vivia após as lutas pela redemocratização a expectativa de uma eleição presidencial que culminou com a vitória de Collor de Mello, o presidente corrupto, que derrotou a Frente Brasil Popular, à época com Lula como candidato. No dia 21 de agosto daquele ano morria em São Paulo, aos 44 anos, o cantor e compositor baiano Raul Seixas. Depois de 30 anos suas músicas continuam atuais e em alguns aspectos surpreende a semelhança

com a atual conjuntura difícil que estamos vivendo. Temos um presidente que simplesmente quer “alugar o Brasil” e agora vivemos a necessidade de que nunca se vence uma guerra sozinho”. Raulzito nos ensina que é preciso “Tentar outra vez” e que a “vitória não está perdida”. A construção de um outro mundo possível será concretizada quando “Todo homem e toda mulher” conscientizarem-se que são uma “estrela”. Viva os “que sonham em serem livres”. E viva Raul Seixas.

EXPEDIENTE Brasil de Fato PR | Desde fevereiro de 2016 O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 135 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais. EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas e Laís Melo COLABORARAM NESTA EDIÇÃO Daniel Barbosa, Ednubia Ghisi e Mariana Sanchez ARTICULISTAS Fernanda Haag, Cesar Caldas, Marcio Mittelbach e Roger Pereira REVISÃO Lea Okseanberg, Maurini Souza e Priscila Murr ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Leandro Taques, Giorgia Prates, Gibran Mendes e Joka Madruga DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio e Robson Sebastian TIRAGEM SEMANAL 20 mil exemplares REDES SOCIAIS www.facebook.com/bdfpr CONTATO pautabdfpr@gmail.com IMPRESSÃO Grafinorte | Nei 41 99926-1113


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Paraná, 22 a 28 de agosto de 2019

CAMPANHA

Universidades estaduais lutam contra projeto do governo Para professores, texto fere autonomia universitária e diminui número de funcionários Ana Carolina Caldas

Ana Célia Pires Curuca Ana Paula Málaga Carreiro Ana Paula Schreider Anderson Moreira Anelize Miyuki Kanda Anna Carolina Lucca Sandri Antônio Junior Arandi Ginane Bezerra Jr. Beatris de Oliveira Souza Moreira Bernadete Ferreira Camille Rossato Bolson Carina Paccola Christian Marcello Mañas Clara Cunha Clarizete da Luz Queiroz Morais Clauir Luiz Santos Clovis Galvão Patriota David Deise Cristina de Lima Picanço Denilson Pasin Denise Filippetto Eduardo Andrade Colgan Pereira Jorge Eduardo Baggio Felipe de Moura Kiipper Felipe Diog Lourenço Fontana Fernando Cezar Toledo Martins Flávio Casas de Arcega Francis Mary Guimarães Nogueira Fredimir Alex Vasconcelos Glaucia da Silva Brito Helena Cantão Joana Tavares João Paulo Lacerda Rocha Mehl Jonas Bodenmuller José Ricardo Vargas de Faria

Júlio César Carignano Laís Melo Lara Sfair Leandro Taques Leticia Gatti Lia Bianchini Lucas Perucci Lucia Luciana Ludimar Rafanhim Luiz Aurélio Virtuoso Luiz Herrmann Maigue Gueths Manoel Caetano Ferreira Filho Manolo Ramires Marcelo Munhoz Marcos Aurelio Tavares Maria de Lourdes Tavares Gomes Maria Luisa Carvalho Marisa Stedile Mauro Negrette Garcia Naiara Bittencourt Naotake Fukushima Paula Zarth Padilha Nena Inoue Noemi Osna Carriconde Pedro Carrano Pedro Ivan Christoffoli Regis Clemente da Costa Roberto Antonio von der Osten Rodrigo Neves Samuel Zanello Milléo Filho Sandra Mancino Simone Aparecida Polli Sto Lat Filmes Suelyn Tosawa Ulisses Galetto Valdir Fonseca Vilma Rinaldi Bisconsini Wagner Dalla Costa Felix Waleiska Emília Fernandes Figueiras

Após mais de dois meses em greve, professores e técnicos administrativos das universidades estaduais do Paraná encerraram o movimento em 12 agosto. Porém, devem se manter mobilizados na luta pelo arquivamento do projeto que cria a Lei Geral das Universidades (LGU). O texto, apresentado pelo governo do Paraná e que deve ser encaminhado para votação na Assembleia Legislativa, propõe mudanças para distribuição de recursos entre as sete universidades estaduais. Na chamada “meritocracia”, quem seguir os parâmetros do governo receberá mais recursos. Além disso, o texto traz propostas de terceirização de

serviços e diminui o número de docentes em cada curso, o que, até hoje, por lei, é definido pela própria instituição. Segundo o professor Valter Soares de Camargo, presidente do SindiUnespar, a mobilização continua mesmo com a greve encerrada. “Estamos organizados para enfrentar mais essa batalha contra a LGU”, diz. Para ele, não há necessidade de mais uma lei para reger as universidades. “Existe lei mais do que suficiente e cito aqui a Constituição Federal, no seu artigo 207, e a Constituição Estadual, no artigo 180. A nova lei proposta pelo governo do Paraná fere o princípio da autonomia universitária garantido pela Constituição. Existe, inclu-

sive, na proposta do governador Ratinho Junior, a figura de um super-reitor para todas as sete universidades”, denuncia. Debora Bruel, professora da Embap - Belas Artes do Paraná - e do comando de greve, reafirma que professores, por meio do sindicato, já se posicionaram contra a LGU e que, até o final de agosto, os conselhos universitários apresentarão suas posições. “A categoria dos docentes entende que a proposta é muito próxima da do governo federal, que quer abrir brecha pra futura privatização do ensino público, abrindo caminho para que a gestão financeira fique nas mãos de organizações sociais e, mais tarde, cursos sejam cobrados etc.”

FRASE DA SEMANA

“Eu não sei se o Estado não consegue ou não quer” (prender quem matou Marielle). disse Mônica Benício, viúva da vereadora assassinada, ao visitar a Vigília Lula Livre, passados mais de 500 dias do crime ainda não solucionado. Mônica completa, “é terrível perceber que o Estado consegue prender um hacker, mas não consegue responder quem matou uma parlamentar eleita.”

Gibran Mendes


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Prisão injusta ultrapassa 500 dias Ato na Vigília Lula Livre reafirma a resistência contra a atual situação do país Ricardo Stuckert

Ricardo Stuckert

CARTA

Redação

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esde o dia 7 de abril de 2018, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi levado à superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, a partir de um processo político e não jurídico, milhares de pessoas iniciaram um dos maiores movimentos de resistência já vistos: a Vigília Lula Livre. No dia 20, foi realizado, naquele espaço, o ato político e cultural devido aos 500 dias de resistência e denúncia contra a prisão política do ex-presidente. Hoje, o espaço da “Vigília Lula Livre” é organizado em um terreno em frente à superintendência, e todos os dias realiza uma extensa agenda de atividades, em especial o bom dia, boa tarde e boa noite Lula. Ricardo Stuckert

ORGANIZAÇÃO POPULAR Uma das organizadoras desde o primeiro dia da vigília, Regina Cruz, presidenta da CUT Paraná, relembrou os dias de trabalho e organização. “Lembrar aqui o primeiro dia, 7 abril, quando estávamos aqui indignados com a prisão de Lula e fomos bombardeados. Sempre, desde o início, foi muita resistência. São 500 dias de denúncia, reunindo movimentos sociais do campo e da cidade, sindicatos e delegações de todo o Brasil e do mundo. Mas, quero destacar, essa gente que mudou sua vida para ficar aqui todos os dias, trabalhando por este espaço, lavando louça, recolhendo lixo, organizando atividades”, disse.

Comitê Praça Tiradentes O comitê Lula Livre Praça Tiradentes conta com integrantes da Vigília Lula Livre. Após recado do ex-presidente de que era preciso explicar ao povo o caráter político de sua prisão, o grupo integrado na maioria por mulheres organiza, desde maio, todas às sextas, das 18h às 19h, panfletagens e fazem o boa noite presidente Lula. “No início, as pessoas que passavam xingavam muito, chegaram a chamar de terrorista, mas agora conversando muitas pessoas dizendo que votaram em Bolsonaro, mas estão perdendo tudo. Estão arrependidas”, afirma Guelna Pedroso, integrante do Comitê. O grupo também circula pela região metropolitana de Curitiba, coletando abaixo-assinado e os chamados “faixaços”.

Pedro Carrano

Articula-se também com o grupo de advogados, que realiza protestos na frente do Ministério Público Federal (MPF), criticando o procurador Deltan Dallagnol, alvo de denúncias do site The Intercept pelo envolvimento político e favorecimento financeiro dos integrantes da Operação Lava Jato.

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Em agradecimento a todos os homens e mulheres que integram este movimento, Lula enviou uma carta lida durante o ato pelo advogado Manoel Caetano. Na carta, Lula diz que resiste com disposição, em grande parte, devido à existência da Vigília. “Não sei se estaria com essa disposição de luta se não fosse a coragem, a solidariedade de homens e mulheres que fazem da Vigília este espaço de democracia, dignidade e resistência ao arbítrio que tomou conta do nosso Brasil. Quero agradecer todos os bons dias, boas tardes e boas noites nestes 500 dias de isolamento. Queridos companheiros e companheiras, vamos continuar sonhando com um Brasil melhor. Nós já provamos que isso é possível,” diz um trecho da carta.


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Mais que uma jornada, é um projeto de soberania para o Brasil Num momento político complicado, jornada de agroecologia traz discussões sobre alimentos saudáveis, educação pública e um projeto para o país Frédi Vasconcelos

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m sua 18ª edição, que acontece em Curitiba, de 29 de agosto a 1º de setembro, a jornada de agroecologia tem diversos desafios. A troca de informações e conscientização sobre alimentação saudável, sem veneno, a defesa de um modelo alternativo ao agronegócio e às queimadas da Amazônia, que literalmente botam fogo no Brasil, estão no centro dos debates. Mas, no atual momento político, vários outros temas serão discutidos, como a situação do país desde o golpe contra a presidente Dilma Rousseff, a prisão de Lula, a perda de direitos dos trabalhadores, a estagnação econômi-

ca, a privatização e a entrega das riquezas do Brasil. “Como em outras edições, a jornada está muito sintonizada com o momento político que vivemos. Temos a luta contra os interesses do agronegócio, de privatizar a agricultura, a natureza e o conjunto dos recursos naturais, o uso de agrotóxicos e da ofensiva que o agronegócio impôs ao governo Bolsonaro. Mas um dos pilares fundantes é a discussão de um projeto soberano de país, de defesa da educação pública, recuperação da democracia, nossa soberania econômica, alimentar, educacional”, afirma Roberto Baggio, dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST.

Ju Adriano

Jornada ocupa o coração de Curitiba Praça Santos Andrade, Boca Maldita e Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) são locais marcados na memória e na história de Curitiba por grandes mobilizações e ações populares e também serão os palcos da jornada. Todas as atividades são abertas à participação do público em geral, de forma gratuita, sem necessidade de inscrição prévia. Confira o que acontece em cada local. Praça Santos Andrade Recebe a Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular e Culinária da Terra, em toda a extensão da praça. Em frente ao Prédio Histórico da UFPR será montado o palco onde acontecem dezenas de shows e apresentações artísticas. Uma das tendas montadas na praça terá o nome de “Wajapi” e vai realizar debates e ações ligadas ao tema dos agrotóxicos.

Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) O Teatro da Reitoria receberá a abertura da jornada, a partir das 18h, no dia 29, além de conferências e seminário. Entre as conferências confirmadas para este local estão “A ciência, as sementes e o alimento na construção do Projeto Popular e Soberano para a Agricultura”, com presença confirmada de Leonardo Melgarejo, vice-presidente para a Região Sul da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e de Janete Rosane Fabro, coordenadora da Rede Ecovida de Agroecologia pelo Estado do Paraná. O Pátio da Reitoria será ocupado pelo “Túnel do Tempo”, que nesta edição tem como tema “História da luta pela terra e a construção da soberania popular no Brasil”.

Boca Maldita Com o espaço “Conhecimento em Movimento: na rua pela educação pública”, que irá expor mais de 30 projetos de pesquisa extensão de universidades públicas, além de palestras, oficinas, shows e lançamento de livros. Para ter mais informações e ver a programação completa, acesse: www. jornadadeagroecologia. org.br/


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Educação e agroecologia, sempre juntas Ana Carolina Caldas

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m dos objetivos centrais da jornada é trocar informações e contribuir na formação de estudantes e do público em geral sobre a agroecologia. Além das várias palestras e oficinas com debates que se relacionam com as lutas pela terra, reforma agrária e a defesa da agricultura familiar, há também atividades como o Túnel do Tempo e o Espaço Conhecimento em Movimento, com muita informação e interação. O túnel do tempo é uma espécie de museu popular, em que estudantes do ensino fundamental e médio, vindos de assentamentos e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), apresentam a história da agricultura até chegar ao momento atual e à agroecologia. A atividade recebe a visita dos participantes da jornada e especialmente de escolas públicas da rede de ensino do PUBLICIDADE

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Paraná. Segundo o professor Vinicius da Silva Oliveira, da Escola Itinerante Valmir Motta de Oliveira, essa atividade é um processo pedagógico que envolve os alunos e alunas de forma bastante diferente. “Ela se dá de forma coletiva na sua elaboração pelos próprios alunos do campo e o resultado é uma exposição atrativa e bastante didática.” Conhecimento em Movimento No dia 30 de agosto haverá a abertura do Espaço “Conhecimento em Movimen-

Feira reúne 100 grupos de produtores no centro de Curitiba to – Em Defesa da Educação”, que será voltado para apresentar projetos de pesquisa e extensão das universidades públicas, com uso de linguagens diversas, como materiais audiovisuais, mapas, jornais, maquetes e intervenções artísticas. Segundo a coordenação do espaço, a concentração das atividades será ao longo de todo o dia na Boca Maldita. O dia ainda contará com uma atividade da APP-Sindicato, que lembrará os 31 anos de violência contra os professores na greve estadual de 1988.”

Evento será de 29 de agosto a 1º de setembro, com dezenas de atividades simultâneas Wellington Lennon

AGENDE-SE Dia 29 de agosto, quinta-feira 11h Abertura do Túnel do Tempo - “A história da luta pela terra e a construção da Soberania Popular no Brasil” Local: Pátio da Reitoria da UFPR Dia 30 de agosto, sexta-feira 14h Abertura do Espaço “Conhecimento em Movimento em Defesa da Educação Pública” PUBLICIDADE

Redação

Leandro Taques

Alimentos vindos de Cooperativas da Reforma Agrária, produção orgânica, produtos da Economia Solidária, livros, sementes e mudas crioulas, pratos típicos do Paraná. Esta diversidade de produções fará parte da Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular e Culinária da Terra, que vai ocupar toda a extensão da Praça Santos Andrade, Centro de Curitiba, entre os dias 29 de agosto a 1º de setembro. Participarão cerca de 100 coletivos de produtores. Ao todo estarão presentes 21 cooperativas do Paraná, a cooperativa central da reforma agrária do Rio Grande do Sul, a cooperativa central da reforma agrária de

Santa Catarina, aproximadamente 15 grupos quilombolas, indígenas e da agricultura familiar em geral. Outros 20 empreendimentos da economia solidária também vão integrar o espaço. Bernardete Cosme da Silva faz parte do grupo “As arteiras” – um dos 10 coletivos integrantes da Feira Permanente de Economia Solidária do Portão – e já participou da Jornada da edição de 2018. “A feira da Jornada ano passado já foi muito produtiva, muito para além da questão financeira, mas por toda a interação e relação com o campo. Desde que terminou a feira do ano passado a gente já começou a se envolver na construção da Jornada deste ano”, explica.


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Odair José, Tulipa Ruiz e dezenas de artistas farão shows na jornada Ednubia Ghisi A 18ª Jornada de Agroecologia terá quatro dias de muita música e comida boa, em pleno centro de Curitiba. O cantor e compositor Odair José é presença confirmada com um grande show em que apresentará seu novo álbum “Hibernar na Casa das Moças Ouvindo Rádio”, além de grandes sucessos da carreira. O artista é um clássico do popular-romântico-brega brasileiro e mantém um público fiel, que atravessa gerações. O show será dia 31, sábado, a partir das 20h. Tulipa Ruiz também sobe ao palco da Jornada, com show marcado para o dia 30, sexta, às 20h30. A artista vai apresentar músicas do álbum “Tu”, entre outras canções. Confira a programação:

29 DE AGOSTO | QUINTA-FEIRA 12h Banda Mãe Terra Grupo de música da ABAI Local: Praça Santos Andrade 15h Nhanderekó: uma história de todxs nós Peça de teatro com o Grupo Baquetá Local: Praça Santos Andrade 17h Taiobas Show de batuque, groove e rap Local: Praça Santos Andrade 18h Abertura da 18ª Jornada de Agroecologia Apresentação da Trupe dos Encantados Artista convidada: Raissa Fayet Local: Teatro da Reitoria da UFPR 20h30 Show do grupo “Mistura Popular” Local: Praça Santos Andrade

LUZES DA CIDADE Mariana Sanchez Gibran Mendes

Reverenciando abelhas Quanto veneno você meteu hoje pra dentro do corpo?, me pergunta a moça no restaurante a quilo onde vou. Difícil saber. Engulo a dúvida raspando na garganta enquanto ela insiste nas cifras. 5,2 litros por ano, mas pode ser mais, segundo o levantamento. 20% do agrotóxico vendido no mundo é consumido no Brasil. Ela vai jogando esses números dentro do meu prato neste dia de céu azul desprovido de perigos. Enquanto uma abelha rodeia meu suco de laranja, noto a moça hipnotizada. Estão desaparecendo. 500 milhões foram mortas nos últimos meses. Palco da chacina: os estados do agronegócio. As operárias do mel voando de flor em flor, as avionetas fumigadoras voando de soja em soja, espalhando venenos proibidos há décadas no mundo civilizado. 75% da nossa comida dependem das abelhudas, diz a moça, matematicamente. E lembra que, segundo Einstein, sua extinção legaria à raça humana quatro míseros anos de vida. Então ficamos ali, eu e ela, olhando com ternura aquela polinizadora rodear meu suco. E a tratamos como a rainha que, de fato, é.

30 DE AGOSTO | SEXTA-FEIRA 12h Semeadores de Sonhos Show com os músicos Susi Monte Serrat e João Bello Local: Praça Santos Andrade 13h Apresentação do grupo Mistura Popular Local: Boca Maldita

18h30 Ato em defesa da Educação Pública Artistas convidados: Guego Favetti, Rogéria Holtz, Luciana Worms, Ana Chã Praça Santos Andrade

15h O terreno baldio Peça de teatro com o Divulgação Grupo Olho Rasteiro Local: Palco na Praça Santos Andrade

20h30 Tulipa Ruiz Músicas do álbum “Tu”, além de grandes sucessos da carreira Local: Praça Santos Andrade

17h Fole Variado Grupo de forró pé de serra Local: Palco na Praça Santos Andrade

21h Show “Territórios” Grupo de MPB da UFPR Local: Teatro da Reitoria da UFPR

31 DE AGOSTO | SÁBADO 10h Chama Crescente Show de reggae Local: Praça Santos Andrade 12h Oswaldo Rios & Amigos Show de moda de viola Local: Praça Santos Andrade 14h Partigianos Show de músicas e hinos da luta mundial contra o fascismo Local: Praça Santos Andrade

Divulgação

14h15 Intervenção cultural com a “Bloca Feminista”: Ela pode, ela vai” Local: Boca Maldita 14h30 Visita dos atores Fábio Assunção e Guta Stresser À Feira da 01 DE SETEMBRO | DOMINGO 9h Folia do Divino Espírito Santo Salvas e cacuriás com as Caixeiras do Divino Espírito Santo de Curitiba 10h30 Radiola de Ficha CWB Show de forró pé de serra 12h Fandango Caiçara Baile de Fandango Caiçara com o Grupo Mandicuera da Ilha de Valadares 14h Encerramento cultural da Jornada

Marcus Leoni

Agrobiodiversidade Camponesa Local: Praça Santos Andrade 15h30 Madrecita y sin nombre Pablo Benedini, artista plástico argentino Local: Boca Maldita 16h Ita Canções Show de música com Itaercio Rocha Local: Praça Santos Andrade 18h Leões da Mocidade Bateria da Escola de Samba Leões da Mocidade de Curitiba Local: Praça Santos Andrade 20h Odair José Músicas do seu novo álbum “Hibernar na Casa das Moças Ouvindo Rádio”, além de grandes sucessos da carreira. Local: Palco na Praça Santos Andrade Divulgação


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O que é a agroecologia É a produção de alimentos, em pequenas e médias propriedades, sem a utilização de venenos (agrotóxicos).

Joka Madruga

É a reorganização da distribuição dos alimentos. Primeiro a família camponesa abastece a si mesma. Em seguida, prioriza a população local e regional. A partir daí, a produção que sobra é ofertada para abastecer as populações que estão a distâncias cada vez maiores num sistema de intercâmbio, em que uma região complementa com sua Leandro Taques produção as necessidades de outras regiões.

É uma forma de trabalho associativa no campo, em cooperação e solidariedade com as populações das cidades. Não admite a exploração do trabalho no campo nem a exploração da população da cidade com preços injustos.

É a luta pela reforma agrária para garantir trabalho, renda e a soberania alimentar para que cada pessoa no Brasil possa se nutrir com alimentação saudável.

Divulgação

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É garantir um ambiente saudável – as florestas com suas plantas e animais nativos, a água limpa e potável das fontes d’água e dos rios, a fertilidade natural da terra, a biodiversidade, a diversidade das sementes das plantas cultivadas e das raças de animais, a pureza do ar, a reciclagem da matéria orgânica.

Fique de olho e participe Da 18ª Jornada de Agroecologia Quando: De 29 de agosto a 1º de setembro Onde: Na Praça Santos Andrade, na reitoria da UTFPR e na Boca Maldita. Quanto: Todas as atividades são gratuitas. Mais informações: www.jornadadeagroecologia.org.br


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