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Esportes
A (indecente) desigualdade de renda também afeta o futebol
Distância entre mais pobres e mais ricos só cresce na vida e no esporte
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Frédi Vasconcelos
No final de 2021, o site da emissora CNN Brasil divulgou o “Relatório de Desigualdade Mundial”, resultado de mais de quatro anos de trabalho de mais de 100 pesquisadores. Nele, está que: “Os 10% mais ricos da população global controlam 76% da riqueza mundial em 2021... Em contraste, os 50% mais pobres possuem apenas 2%. Os 40% médios, por sua vez, possuem 22%... Quando se trata de receita, os 10% mais ricos capturam 52% da receita global, enquanto os 50% mais pobres ganham apenas 8%. Os 40% in-
Mesmo o time mais rico do Brasil não é páreo para os europeus termediários perfazem 39%.”
Como parece que a maioria das pessoas desconhece ou não se escandaliza com esses números, é bom trazer a realidade para sua paixão, o futebol, onde a desigualdade fica também cada dia maior. Para ter ideia, o time mais rico do mundo na temporada 2020-2021, o Manchester City, sem a compra e venda de jogadores, faturou cerca de 3,5 bilhões de reais. Isso mesmo, com B, o equivalente a 3,5 mil milhões. Real Madrid, Bayern de Munique e Manchester United e Paris Saint-Germain também estão na lista dos que faturam mais de R$ 3
Divulgação bilhões. Significa que, por muito tempo, virão aqui no Brasil e no resto do mundo levar os melhores jogadores, inclusive as revelações do seu time.
O brasileiro, mais rico, o Flamengo, teve no ano passado faturamento recorde, de pouco mais de 1 bilhão de reais, seguido pelo Palmeiras, com 863 milhões. Se a concorrência com os maiores europeus é difícil para os dois, no Brasil, o fosso é praticamente instransponível até para times como o Corinthians, com a segunda maior torcida do país, e com faturamento na casa dos R$ 448 milhões. Ou São Paulo, antes considerado modelo de administração, mas que faturou pouco mais de R$ 400 milhões no ano passado.
Pior ainda para os times da série A mais pobres, com orçamentos inferiores a R$ 100 milhões/ano, ou para os da Série B, C, D ou os sem série, que não têm nem campeonato para disputar em boa parte do ano. A esses, como aos mais pobres no mundo, que ficam com 2% da riqueza, só sobra a esperança de que um dia a situação comece a mudar.
ELAS POR ELA
Fernanda Haag
Brasileirão
Chegamos à sétima rodada do Campeonato Brasileiro da série A1. Esta edição conta com 16 times, que jogam entre si na primeira fase, os oito melhores colocados se classi cam para o mata-mata, que começa nas quartas-de- nal. O atual líder do Brasileirão é o Palmeiras, com 19 pontos, o maior rival do Verdão, o Corinthians, vem em segundo, com 17, e completando o G8 temos, por enquanto: Internacional, São Paulo, Ferroviária, Santos, Atlético-MG e Flamengo. Já o temido Z4, os times que seriam rebaixados caso o campeonato acabasse hoje são: Cresspom, São José-SP, Esmac e Bragantino. Claro que ainda temos mais 8 rodadas até o nal da primeira fase e muita água vai passar embaixo dessa ponte. Já a artilharia do campeonato está nos pés de ninguém mais, ninguém menos, que a atacante Cristiane, do Santos. O Alvinegro praiano, aliás, é o time que mais balançou as redes no campeonato, com 19 gols. Continuem ligados porque tem muita bola pra rolar e seguiremos acompanhando!
Aqui é Coritiba!
Por Cesar Caldas
Voto de confiança
Por Marcio Mittelbach
Derrota amarga na Liberta
Por Douglas Gasparin Arruda
O retrospecto alviverde contra o Fluminense no Alto da Glória é amplamente favorável nas 22 partidas disputadas desde 1969: foram 12 vitórias, sete empates e apenas três derrotas. Na soma dos placares, 34 x 19 – expressivo saldo positivo de 15 gols para tão reduzido número de jogos. O Dia do Trabalhador será ocasião de se impor diante do atual campeão carioca. Pouco importa a supremacia tricolor neste ano ante seus rivais Flamengo, Vasco e Botafogo nos confrontos diretos. Há obrigação de fazer valer o mando de campo depois dos recentes bons resultados – 1 x0 Santos e 2 x 2 Atlético, em Minas. O Coxa tem mostrado evolução técnica e adequação tática. Sua torcida tem bons motivos para apostar em novo bom resultado. É hora de ao menos 75% de seus 40 mil sócios em dia com as mensalidades comparecerem ao Couto e incentivar o time do coração, respondendo à boa fase.
Sobre o empate sem gols diante do São Bernardo no último domingo não há muito o que se dizer. O jogo foi duro. A sensação que cou é que contamos com um time mais vibrante que o que terminou na última posição do estadual. Mais nada. O destaque que dá pra fazer é a presença e a energia da torcida tricolor. Com quadro atual de 4.803 sócios-torcedores, o tricolor recebeu no domingo 5.107 pessoas. É o terceiro maior público em estreias em casa por campeonatos nacionais nos últimos dez anos. Perde somente para o público da vitória sobre o CRB em 2019 (5.765 pagantes) e para o público do jogo de estreia em 2012, que terminou em 1 a 1 diante do Guarani (5.355). Esse comparativo nos permite dizer que sim. Se o time demonstrar competitividade e comprometimento, a torcida vai abraçar a causa e ser o décimo-segundo jogador. O voto de con ança está dado mais uma vez.
O último resultado do Furacão na Libertadores foi decepcionante. Não pela derrota em si, já que o Libertad em sua casa não é um adversário fácil. Depois de um primeiro tempo equilibrado, o Atheltico voltou para o jogo errando tudo. O resultado só não foi pior graças ao bom jogo do goleiro Bento. Mas, de todos os problemas, o maior foi Pablo. Vindo de uma péssima fase, o jogador entrou no segundo tempo e, mesmo ainda frio para o jogo, decidiu bater o pênalti que poderia ter alterado a história da partida. Não tinha como dar certo. Ele sabia dos riscos. Assumiu pensando apenas em si mesmo, já que a melhor opção para o clube seria a batida de Marlos. Errou e pode ter sacramentado sua passagem pelo Athetico, já que a torcida não vai ter nenhuma paciência com ele daqui para a frente.