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Moradia | 2 e

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Casos de Covid-19 voltam a subir no Paraná, governo não altera medidas

Máscaras e quarta dose para maiores de 40 anos são propostas defendidas por especialista

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Ana Carolina Caldas pretende recuar na flexibilização. Em Curitiba, de segunda feira (16) Os boletins divulgados pela Se- para a quarta-feira (18), houve aucretaria de Estado de Saúde (Se- mento de casos ativos, de 7.614 para sa-PR) demonstram que o número 9.452. Mas, por enquanto, o número de contágios pelo coronavírus vem de óbitos e internações se mantém aumentando consideravelmente. em queda. Esse é um dos dados que Há duas semanas, a média móvel vem baseando as decisões de conde novos casos era de 787 casos/dia, tinuar o monitoramento, mas sem aumento de 13,9% em relação aos alteração no combate à transmissão. 14 dias anteriores. No boletim da Em nota, a Sesa disse que a vaciquarta-feira, 18, foram registrados nação é a medida mais eficaz para 2.614 casos. Apesar desse aumento, conter o aumento de casos e evitar a Sesa diz que continuará se pau- óbitos. “A pasta reforça a necestando pelos dados de óbitos e in- sidade de vacinação ainda dentro ternações e, por isso, o governo não das outras etapas, como, por exemplo, a segunda dose (1,3 milhão de faltosos) e dose de reforço (4,3 milhões). Lembrando que a vacinação diminui o risco de agravamento da doença, que leva a internamentos e pode se agravar para óbito.” diz o comunicado.

Quarta dose para maiores de

40 anos Para o professor Emanuel Maltempi, coordenador do Comitê de Enfrentamento à Covid da UFPR, a alta de casos era esperada, principalmente devido ao inverno. “Nessa época temos aumento grande de casos de doenças respiratórias. Co-

“Vacinar crianças contra Covid-19 ajuda a prevenir hepatite grave”, diz pediatra

Vice-diretor do maior hospital pediátrico do Brasil fala sobre a doença

Ana Carolina Caldas

Aproliferação de casos de hepatite grave de origem desconhecida entre crianças ainda é um mistério para cientistas. O último boletim da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 29 de abril, afirma que “a etiologia dos casos segue sob investigação.” Até agora, os exames descartam casos de hepatite viral conhecida. Já são 348 casos prováveis em 21 países, sendo que 26 crianças precisaram de transplante de fígado e três foram a óbito. No Brasil, foram notificados 47 casos, três no Paraná.

Para esclarecer sobre o tema, o Brasil de Fato Paraná conversou com o vice-diretor do Hospital Pediátrico Pequeno Príncipe, o médico infectologista Dr. Victor Horácio de Costa Júnior, confira:

Vacinar crianças contra a Covid ajuda a prevenir essa hepatite grave. Então, as crianças precisam ser vacinadas”

Brasil de Fato Paraná - Três casos con rmados dessa hepatite (ainda sem causa de nida) no Paraná e mais 42 no Brasil. Como vocês vêm acompanhando essa doença.

Victor Costa Júnior - É ainda uma hepatite que tem se demonstrado extremamente rara. É importante lembrar que no mundo apenas cinco países têm mais de 5 casos descritos dela. mo Covid 19 é uma doença respiratória, haverá aumento. Acho que o pico deve ser em junho ou julho, mas deve perdurar alto número de casos até agosto. Se a imunidade conferida pela vacina for alta até lá, deveremos ver aumento de número de casos, mas número de mortes, embora mais alto, não explodirá. No entanto, qualquer morte evitável deveria ser inaceitável. Em minha opinião, a quarta dose deveria ser ofertada para aqueles acima de 40 anos, independente de comorbidade, e se incentivar fortemente a vacinação das crianças.”

Reprodução

Já existe estudo que confirme ou chegue perto do que está causando essa hepatite mais grave? Há

relação com a Covid-19? O que a gente sabe até o momento é que o Sarscov-2, o vírus da Covid-19, pode ficar como um colonizador no intestino das crianças e, a partir daí, essa criança tem uma carga maior do coronavírus no intestino. Ela, pode então, por exemplo, contrair quadro de infecção de vias aéreas superiores por um Adenovírus 41, essa associação vai trazer uma resposta imunológica que pode causar inflamação no fígado. Até o momento é o que sabemos.

Que tipo de prevenção é possível

para essa hepatite? Uma das prevenções é a vacina contra a Covid, pois a gente sabe que o coronavírus está relacionado a essa forma mais grave. Vacinar crianças contra a Covid ajuda a prevenir essa hepatite grave. Então, as crianças precisam ser vacinadas. A gente, inclusive, espera, com muita expectativa, que a Anvisa libere a Coronavac para crianças menores de 5 anos. Pois, até agora, o que temos observado na literatura mundial é que 83% dos casos dessa hepatite são em crianças nessa faixa etária, portanto não vacinadas.

Câmara pode cassar Renato Freitas, mas absolveu acusados de rachadinha, peculato, corrupção, assédio sexual e racismo

Parlamentares denunciados por crimes tiveram seus mandatos salvos na casa

Giorgia Prates

Gabriel Carriconde

Após o Conselho de Ética votar pela cassação, o destino do vereador Renato Freitas (PT) será definido no plenário da Câmara de Vereadores. E o que manda não é a culpa ou não, mas quem tem maioria na Casa, dominada pela base do prefeito Rafael Greca e de perfil conservador. A votação estava prevista para a quinta (19), mas foi suspensa por liminar na Justiça que manda, antes da decisão, fazer sindicância e avaliar se o relator do pedido de cassação no conselho, Sidnei Toaldo, enviou e-mail com ofensas racistas.

Mas, caso Renato seja punido com a pena máxima, será rompida “tradição” de não cassar nenhum parlamentar. Nem mesmo o ex-presidente da casa, João Cláudio Derosso, acusado de corrupção e que, posteriormente, perdeu o mandato na Justiça Eleitoral. Peculato, assédio sexual, racismo, corrupção e rachadinha, houve de tudo e ninguém foi punido com cassação, principalmente porque boa parte dos acusados pertencia ao bloco majoritário da Câmara. O que se quer mudar, agora, por Renato ter participado de manifestação antirracista na Igreja do Rosário e fazer parte da minoria, de oposição. Conheça alguns desses casos anteriores julgados pela Câmara:

Derosso, dinheiro para a empresa da esposa

João Cláudio Derosso, ex-vereador, presidiu a Câmara de Vereadores de 1997 a 2012. Foi base dos ex-prefeitos Cássio Taniguchi, Beto Richa e Luciano Ducci. Em 2012, escândalo revelado na imprensa mostrou que contratou agência de publicidade pertencente a Cláudia Guedes (esposa dele à época), de 2006 a 2011, pagando cerca de R$ 34 milhões em verba pública, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE). Derosso foi julgado no Conselho de Ética da Câmara e investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito, sendo inocentado. Só foi afastado da presidência da Casa após articulação da base de vereadores da oposição, e posteriormente cassado pela Justiça Eleitoral por infi delidade partidária. O TCE condenou ainda Derosso, e os demais envolvidos no escândalo, a devolverem o dinheiro para os cofres públicos.

Giorgia Prates

Racismo ou justiça?

Para o professor de sociologia da UFPR Ricardo Oliveira, o caso de Renato Freitas é emblemático justamente pelo histórico de ausência de punições a vereadores. “Desde que eu pesquiso a instituição, soube que a Câmara Municipal já teve acusações de rachadinhas, peculato, corrupção, nepotismo, tráfi co de infl uência, assédios de todos os tipos, funcionários fantasmas, e muitos outros problemas. Nesta situação inédita do vereador Renato Freitas, também passa o racismo estrutural e institucional’’, comenta.

A turma das rachadinhas Assédio sexual, fraude e racismo

Em 2017, o Ministério Público do Paraná denunciou cinco parlamentares por prática de rachadinha, pegar o salário dos funcionários de seus gabinetes, muitos destes fantasmas. Katia Dittrich, Thiago Ferro, Rogério Campos, Geovane Fernandes e Osias Moraes foram acusados, mas nenhum chegou a ser punidos pela Casa. Com a ex-vereadora Katia Dittrich, os próprios membros de seu gabinete a denunciaram para a Comissão de Ética, mas ela recebeu “apenas” pena de 30 dias de suspensão de mandato. Katia foi presa graças a uma denúncia do MP acatada pela Justiça, que a condenou a cinco anos e seis meses de prisão, mais multa e perda do mandato. Os demais sequer tiveram seus casos analisados pela Câmara. Professor Galdino, ex-vereador, em 2016 foi acusado pela sua colega, vereadora Carla Pimentel (PSDB), por agressão e assédio sexual. O caso ocorreu numa discussão dentro do plenário. A vereadora abriu boletim de ocorrência contra Galdino, que acabou sendo punido com 30 dias de suspensão pela Câmara. Já o vereador Zé Maria, em 2015, foi acusado de racismo pelo parlamentar Mestre Pop, quando em uma sala anexa ao plenário ouviu dele ofensas racistas: “Sabe por que preto entra em igreja evangélica? Para poder chamar o branco de irmão”, teria dito. O pedido de cassação foi arquivado na Câmara. E, em 2016, o vereador Pastor Valdemir Soares (PRB) teve que renunciar após ter sido fl agrado fraudando o sistema de votação da casa.

Giorgia Prates

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