Brasil de Fato PR - Edição 300

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Esportes | p. 8

Duas torcidas

Clássico em Curitiba volta a ter atleticanos e coxas-brancas

PARANÁ

Cultura | p. 7

Rita Lee eterna

Lembre fases de uma das maiores cantoras de todos os tempos

Cidades | p. 4

Contenção de cheias

Medida solidária ajuda comunidade em Curitiba

Editorial | p. 2

Estatais são do povo

É urgente reverter a privatização de empresas públicas

Ano 7 Edição 300 11 a 17 de maio de 2023 distribuição gratuita brasildefatopr.com.br

300 edições com os fatos do Brasil, do Paraná e do mundo

BDF-PR comemora 7 anos ao lado dos trabalhadores Brasil | p. 5

Reprodução

Fotos: Giorgia Prates

Eletrobras e Copel para o povo!

Em meio ao processo de resistência de setores da sociedade paranaense, na tentativa de impedir a privatização da Copel, o presidente Lula declarou, em Londres, que o governo vai contestar os termos da privatização da Eletrobras.

Lula disse não concordar que a União tenha 43% das ações da companhia e que fique limitada a, no máximo, 10% do poder de voto. Além disso, um mecanismo obriga o governo federal a pagar um preço cinco vezes maior por ação caso opte por recomprá-las –, o que também é contestado.

No caso da Copel, o processo de privatização segue o mesmo modelo aplicado na Eletrobras. O governo do Estado do Paraná, mesmo sendo sócio majoritário da companhia, terá, no limite, 10% das ações de voto da empresa.

Além disso, com a privatização, a Copel deverá se desfazer de ativos importantes, como as hidrelétricas de Foz do Areia (a maior usina do Rio Iguaçu) e Salto Caxias. Cabe destacar que essas usinas estão com seus custos de investimento amortizados.

A energia, e em particular a eletricidade, pode ser importante instrumento de indução do desenvolvimento. Seja numa estratégia de industrialização, de diminuição do orçamento doméstico, do custo de vida ou mesmo de desenvolvimento regional. Infelizmente, o governo Ratinho Jr. opta por seguir na contramão, entregando o patrimônio público construído com décadas de esforço de toda sociedade. A resistência deve aumentar!

SEMANA

EXPEDIENTE

O dia da vitória dos trabalhadores contra o nazifascismo

opinião

Valerio Arcary

Professor titular no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), militante da Resistência/Psol, e autor de O martelo da história, entre outros livros

Hoje é 9 de maio. Em 1945 foi o dia da rendição do exército alemão diante da URSS. A Segunda Guerra Mundial foi a mais dramática, trágica e perturbadora guerra da história. O seu desenlace definiu a segunda metade do século vinte.

De um ponto de vista marxista, não pode ser resumida a uma disputa interimperialista pela hegemonia no mundo ou pelo controle do mercado mundial, embora tenha sido isso, também. Um enfoque essencialmente economicista para explicá-la ignora o mais importante. Não só em função da invasão alemã da URSS, em 1941, e a ameaça de restauração capitalista e colonização que ela preparava, o que, já por si, a diferenciaria qualitativamente da Primeira Guerra Mundial. A conquista militar da Rússia era o

símbolo da imposição de uma derrota histórica à classe trabalhadora mundial.

Não se deve desprezar a importância que teve o nazifascismo como expressão da contrarrevolução contemporânea. O nazifascismo lutou, furiosamente, pelo domínio mundial.

uma ditadura mundial, a destruição das organizações dos trabalhadores, o novo Reich exigia a escravização de povos inteiros, como os eslavos, e o genocídio de outros, como os judeus e os ciganos, além da repulsiva misoginia e homofobia. O horror.

O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição Especial Nº 300 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

história

gime mais avançado conpublicana burguesa. E

Pela primeira vez na história ocorreu um combate implacável entre potências imperialistas em torno de dois regimes políticos. De um lado, o regime mais avançado conquistado pela humanidade, ou pela civilização, à exceção do regime de Outubro nos seus inícios, a democracia republicana burguesa. E de outro lado, o mais degenerativo, o mais aberrante e regressivo, o nazifascismo.

vo, o nazifascismo. Porque seu projeto

Porque seu projeto político ia muito além do esmagamento da revolução socialista na Alemanha:

9 de maio é dia de celebrar a vitória da URSS sobre o nazifascismo.

Oxalá sejamos poupados de uma nova guerra mundial.

EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano

REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORAM NESTA EDIÇÃO Valerio Arcary

ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires REVISÃO Lea

Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete

Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO

Juliana Santos DIAGRAMAÇÃO Vanda

Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian CONTATO pautabdfpr@gmail. com

REDES SOCIAIS

/bdfpr

@brasildefatopr

Paraná, 11 a 17 de maio de 2023
Brasil de Fato PR Desde fevereiro de 2016 FALA POVO
editorial
Agora é sua vez! Comente uma de nossas matérias e apareça aqui no BdF Paraná
Reprodução 2 Opinião

Google e Telegram chantageiam brasileiros

O avanço do projeto de lei das fakes news (PL 2630) mostrou que as plataformas de redes sociais não são imparciais nos conteúdos aos usuários. Google (Facebook e WhatsApp), Twitter e Telegram utilizaram seus canais para atacar o projeto e ainda inviabilizar a voz daqueles que defendem a regulação desses meios. A interdição do debate levou o governo federal e o STF a atuarem contra o lobby que tenta impedir qualquer tipo de controle do que é postado e compartilhado na rede.

Após o Google, o Telegram enviou mensagens aos seus usuários com uma série de mentiras contra a proposta. A atitude levou à ameaça de bloqueio da rede social se não recuasse. O Telegram recuou e admitiu: “A mensagem anterior do Telegram caracterizou FLAGRANTE e ILÍCITA DESINFORMAÇÃO atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais”.

A campanha de desinformação também foi criticada pelo ministro da Justiça Flávio Dino em audiência no Senado. “Se todas as atividades humanas têm regulação, por que só as plataformas digitais que não?”, questionou o ministro.

Rita Lee, uma das maiores cantoras e compositoras brasileiras, que morreu na última terça (9), escreveu em sua autobiogra a a frase acima, que queria como seu epitá o.

O faz-tudo de Bolsonaro

O tenente Mauro Cid, o faz-tudo de Bolsonaro durante a Presidência, esteve envolvido no caso das joias da Arábia Saudita, que tentaram contrabandear e liberar, possivelmente na tentativa de golpe de 8/1 e, agora, no caso da falsificação de documentos (cartão de vacina) de Bolsonaro e da família do próprio Cid. Por conta desse último caso encontraram em seu celular mensagens sobre o envio de remessas de dinheiro para o exterior em valores que chamaram a atenção dos investigadores.

Dinheiro de onde?

Nas buscas na casa de Cid por conta da falsi cação do cartão de vacina, já foram encontrados 35 mil dólares e 16 mil reais em espécie. Lembrando que com qualquer valor acima de 10 mil reais a pessoa tem de explicar a origem do dinheiro. Agora, com as remessas para o exterior, uma das hipóteses é que havia a possibilidade de fuga caso as coisas esquentassem por aqui, mas a prisão chegou antes. Falta saber se mais alguém próximo planeja ou planejava ir para o exterior com a prisão se aproximando.

Dino no Congresso

Praticamente toda semana o ministro da Justiça, Flávio Dino, tem sido convocado para sabatinas no Congresso Nacional. As tentativas de deputados e senadores de extrema direita de encurralá-lo ou constrangê-lo têm rendido vários memes nas redes sociais. Principalmente em suas respostas a Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Mas o espetáculo deve continuar, Dino a rmou que tem mais de 50 novos requerimentos para sessões de comissões do Congresso.

EDITAL DE CONVOCAÇÃO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

O Presidente da Cooperativa de Processamento Alimentar e Agricultura Familiar Solidária de Antonina - Cooper Cachoeira, com sede na Comunidade do Cachoeira, s/n, Zona Rural, Antonina/PR CNPJ: 26.504.099/0001-52 – IE 9076499621, no uso das atribuições que lhe confere o Estatuto Social, convoca os Senhores associados, cujo número para efeito de quórum, e de 147 (Cento e quarenta e sete) nesta data , para reunirem-se em Assembleia Geral Extraordinária, a realizar-se no dia 26/05/2023 (vinte e seis de maio de dois mil e vinte e três ), na sede da Agroindústria , localizada na comunidade do Cachoeira, s/n, Zona Rural, Município de Antonina, em primeira convocação, às 13:00 horas, com a presença de dois terços dos associados; em segunda convocação, às 14:00 Horas, com a metade mais um (50%+1) dos associados; ou ainda, em terceira e última convocação, às 15:00 horas, com a presença de no mínimo dez (10) associados aptos para deliberar a seguinte ordem do dia: 1- informe da Filiação e desfiliação de sócios; 2- Apresentação, discussão e aprovação do Relatório da Diretoria, referente a Prestação de Contas do Exercício Social encerrados em 31 de dezembro de 2023;

Relatório de Gestão; b) Balanço Geral; c) Demonstrativos de Sobras e Perdas; d) Parecer do Conselho Fiscal; e) Plano de Atividade para o Exercício seguinte; 3- Destinação das sobras apuradas ou rateio das perdas do exercício; 4- Eleição e posse de 1/3 novo Conselho Fiscal; - 5 Definição de proposta de assistência técnica em cooperativismo do IDR/PR.; 10 - Assuntos Gerais.

PAULO MARCINIUK / CPF:633.291.749-00

PRESIDENTE

Paraná, 11 a 17 de maio de 2023
“Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa”
FRASE DA SEMANA
JOGO DO PODER Por Frédi Vasconcelos
Geral 3
Repçrodução Repçrodução

Movimento Contra Enchentes cria bacia de contenção em comunidade

Redação Ao avaliar a situação, o movimento, em conjunto com técnicos da área, identificou uma solução imediata. Uma área, previamente destinada a um campo de futebol, seria adaptada para atuar também como uma bacia de contenção durante períodos de chuvas intensas.

Em resposta às crescentes preocupações com enchentes urbanas, o recém-formado “Movimento Urgente Contra Enchentes” tem se destacado pelas ações práticas para combater esse problema, ao lado das comunidades atingidas por enchentes e cheias. Conta com apoio de organizações como a Casa da Resistência, União de Moradores/as e Trabalhadores/as (UMT) e MTD.

Em menos de um mês de atividades, o movimento reuniu ativistas e técnicos, em conjunto com a ocupação Britanite, localizada no bairro Tatuquara, e iniciou um projeto considerado de impacto. Conversas da comunidade com a Promotoria das Comunidades do Ministério Público, na figura do promotor Régis Vicente Sartori e equipe, já haviam identificado o problema das cheias em um dos setores da área de ocupação.

Há apenas três semanas, o “Movimento Urgente Contra Enchentes” foi lançado com o objetivo de enfrentar os desafios crescentes desse problema urbano. “Rapidamente, a comunidade Britanite se envolveu com o movimento, destacando um problema crítico que enfrentavam durante as grandes chuvas que colocavam toda a comunidade em risco”, afirma o empreendedor João Paulo Mehl, idealizador da ação.

Mutirão No Primeiro de Maio, os ativistas organizaram um mutirão que deu início à construção da bacia de contenção. De acordo com os organizadores, a ação envolveu a participação da comunidade, demonstrando um senso de união e propósito compartilhado para enfrentar o problema das enchentes.

Em 9 de maio de 2023, graças aos esforços contínuos e à colaboração da comunidade, o Movimento Urgente Contra Enchentes conseguiu uma retroescavadeira para ampliar a escavação e acelerar a construção da bacia de contenção e do campo de futebol. Este projeto não só melhorará a infraestrutura de drenagem da comunidade, mas também proporcionará um espaço de lazer para as famílias.

SITUAÇÃO URGENTE

Os integrantes da iniciativa enfatizam que, embora reconheçam que a responsabilidade principal de gerir essas situações seja do poder público, situações de urgência exigem ação. Por isso, eles se mobilizaram para trazer uma solução imediata e efetiva ao problema das enchentes na comunidade.

Outras comunidades, em anos recentes, têm vivido o problema das cheias, caso do Parolin, Vila Harmonia (CIC – Barigui), Vila Maria e Uberlândia (Novo Mundo) entre outras. A ideia é que as iniciativas populares possam se unificar para evitar um problema sobre o qual a Prefeitu-

ra de Curitiba tem ciência, ocorre todo ano e, mesmo assim, não apresenta ainda solução.

“Essa iniciativa exemplifica como ações comunitárias, com o apoio de profissionais técnicos e políticos, podem promover mudanças significativas na gestão das enchentes urbanas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. A história da comunidade Britanite é um lembrete poderoso de que, trabalhando juntos, podemos construir cidades mais seguras, resilientes e sustentáveis”, reforça Mehl.

Jardins de chuva e iniciativa Mehl tem traba-

lhado com alternativas para enchentes a partir de soluções urbanas e nas comunidades. Um exemplo disso são os jardins de chuva.

“Os jardins de chuva são pequenos jardins construídos em áreas propensas a inundações, que ajudam a absorver e filtrar a água da chuva, evitando enchentes e minimizando os impactos negativos da impermeabilização da cidade. Esses jardins são projetados para serem funcionais e estéticos, tornando-se uma adição verde e atraente à paisagem urbana”, de acordo com o site https:// urgentecontraenchentes. terracoverde.eco.br/.

Paraná, 11 a 17 de maio de 2023
Com campanha de arrecadação de recursos, ação conseguiu maquinário para intervir no problema
4 Opinião
A ação envolveu a comunidade, demonstrando um senso de união e propósito compartilhado
4 Cidades
Pedro Carrano

Sete anos relatando os fatos no PR

BdF-PR teve 300 edições desde fevereiro de 2016, com notícias de qualidade e ao lado dos trabalhadores

Frédi Vasconcelos

OBrasil de Fato Paraná chega nesta edição ao seu número 300. São sete anos, desde o primeiro número, impresso em 4 de fevereiro de 2016. De lá para cá, muita informação ligada aos trabalhadores, à população mais necessitada e aos movimentos populares. A ideia sempre foi fazer jornalismo profissional, de qualidade, de distribuição gratuita e que tem lado. O lado dos trabalhadores.

Nesses anos, passamos por incêndio de comunidades em Curitiba, despejos, perseguição e morte de

FALA POVO!

Antônio Luiz Fermino, presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região

homossexuais e trans, perseguição a negros e mortes ocasionadas pela polícia na periferia. Discriminação a mulheres e perseguição de direitos de trabalhadores, na carreira pública e na atividade privada. Além dos ataques e tentativas de privatização do patrimônio público e de políticas econômicas de exclusão.

Na edição número 1, a manchete de capa já falava da tarifa de ônibus excessiva em Curitiba, dizendo que era irreal e injusta. De lá para cá, isso não mudou. Poucas famílias controlam o transporte público da cidade e que sempre estão ao lado de auto-

ridades responsáveis por uma das maiores tarifas do país. Além disso, mostrava como as multinacionais eram contra a regulamentação do Pré-Sal e chamava atenção para o dia da Visibilidade Trans.

No número 100, de 25 de outubro de 2018, a edição retratava a disputa do segundo turno das eleições de 2018, logo após as manifestações do “Ele Não” em todo o Brasil e, especificamente, no Paraná. Na parte cultural, o Samba do Absurdo e shows que marcariam a cidade de Curitiba. Além da disputa do campeonato Brasileiro em que o Paraná já lutava

Franciele Petry Schramm, jornalista

para fugir da lanterna, ainda na primeira divisão.

Já a edição 200, em 25 de fevereiro de 2021, tratava dos efeitos continuados da pandemia de Covid-19, com escolas voltando a ser fechadas e falava dos principais assuntos do jornal nos cinco anos passados. Aliás, vale lembrar que durante toda a pandemia o jornal continuou a ser feito, só que distribuído de maneira virtual. Assim que a pandemia diminuiu, voltaram as edições impressas.

Acesse todas as edições feitas e recorde um pouco dessa história

https://issuu.com/brasildefatopr

Parabéns, as 300 edições do Brasil de Fato Paraná são um marco histórico. O Sindicato sempre acreditou nesse projeto, um projeto que vai organizar e transformar a sociedade paranaense. Longevidade a esse projeto.

Pude aprender muito sobre jornalismo com o BdF-PR. Numa das primeiras coberturas para o jornal fui a uma manifestação de servidores municipais contra um pacotaço de Greca que retirava direitos. Enquanto os vereadores votavam a proposta, a polícia atacou os manifestantes com bombas de gás, balas de borracha, com bastante pessoas feridas. Isso mostra a prática do BDF de estar junto dos trabalhadores.

Tadeu Veneri, deputado federal (PT)

Daniel da Silva e Richard Rodriguez, líderes da ocupação 29 de janeiro

Gostaríamos de expressar nossa gratidão ao jornal Brasil de Fato. Sempre presente dentro das ocupações, o jornal tem mostrado a realidade que enfrentamos diariamente, como os alagamentos causados pela falta de limpeza do fundo de vale que corta nossa comunidade.

Graças às reportagens do Brasil de Fato, ganhamos voz e deixamos de ser esquecidos. Agradecemos profundamente ao jornal por nos ajudar a expor as dificuldades que enfrentamos e a lutar pelos nossos direitos como cidadãos. Esperamos que nossa comunidade possa finalmente receber a atenção que merece e que as autoridades tomem as medidas necessárias para garantir uma vida digna e segura para todos.

Padre Joaquim Parron, movimento SOS Vila Torres

Estou passando aqui para agradecer o jornal Brasil de Fato, que tem sido uma ferramenta de mobilização de lutas nas periferias de Curitiba e de todo o Brasil. Nesse momento em que celebramos este momento importante, quero agradecer todas as pessoas que contribuem para manter acesa essa luta por uma sociedade justa e fraterna e solidária. Deus abençoe vocês.

Professora Josete, vereadora de Curitiba (PT)

Gostaria de parabenizar toda a equipe do Brasil de Fato Paraná pelas 300 edições do jornal, que é um importante instrumento para a classe trabalhadora e para os movimentos sociais. Que venham mais 300 edições.

O jornal Brasil de Fato chega ao seu número 300, histórico para um jornal no Paraná e no Brasil, numa mídia independente que não defende fake news, não defende mentiras e não depende de patrocinadores que digam o que pode ou não pode falar. Espero que os próximos 300 números sejam tão bons quantos esses anteriores. Vida longa aos que fazem do jornalismo um espaço para a democracia.

Paraná, 11 a 17 de maio de 2023
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Divulgação Divulgação Divulgação Divulgação Divulgação Divulgação

Imigrantes relatam dificuldades para conseguir trabalho em Curitiba

Wilner Rosier (acima) saiu do Haiti há cerca de 13 anos, com destino ao Brasil. Desembarcou em São Leopoldo (RS), migrou para outras cidades do país e se fixou em Curitiba (PR). Helenys Guzmán (abaixo) saiu da Venezuela há quatro anos, também com destino ao Brasil. Atravessou a fronteira por via terrestre e passou pelos estados de Roraima e Paraíba antes de se fixar na capital do Paraná. Um imigrante chegando ao Brasil pelo Sul, outra pelo Norte, em épocas diferentes, compartilham a mesma experiência difícil no mercado de trabalho brasileiro: preconceito, baixos salários, subemprego.

Wilner conta que já trabalhou, entre outras funções, como cuidador de idoso, repositor de supermercado, garçom. Mas as dificuldades para ser aceito em um emprego foram constantes. “[O patrão fala] você, preto, não dou trabalho. Também não dou trabalho porque não fala português”, relata. Em todas as funções, Wilner diz ter trabalhado “só para comer”, recebendo salários baixos, insuficientes para custear todas as contas do mês.

Helenys relata uma experiência parecida. Professora de Matemática, era diretora de escola na Venezuela. Desde que chegou ao Brasil, trabalhou como faxineira de condomínio, ajudante de cozinha, auxiliar administrativa. “Eu nunca pensei que iria trabalhar com outro negócio que não fosse aula. Minha vida era escrever, falar. Como troca essa forma de trabalhar? Mas a gente precisa de trabalho, tem que ter uma renda”, diz. Apesar das similaridades entre português e espanhol, o idioma também foi um entrave para Helenys. “Muitos [patrões] não aceitam [imigrantes] porque não sabem falar português. Outras pessoas ajudam, têm paciência, mas não são todos os chefes de trabalho que aceitam imigrantes por essa dificuldade”, conta.

Um lar nos movimentos populares Diante das dificuldades no Brasil, Wilner fala que “quase desistiu”. Os ventos começaram a mudar há pouco tempo, em 2020, quando ele se integrou à ocupação Nova Guaporé II, no Campo Comprido. Hoje Wilner constrói a própria casa, apesar das constantes

ameaças de despejo que moradores da ocupação sofrem.

“Entrei na ocupação e a vida começou a melhorar. Não pago aluguel. Com o dinheiro que entra eu consigo pagar as contas. Se tiver que pagar aluguel, o salário não dá pra viver. Imagina, você paga R$ 800 de aluguel e ganha R$ 1.200. É muita coisa e ainda tem água, luz, comida”, conta.

Helenys, por sua vez, reencontrou-se com o ofício de ensinar a partir de uma rede de padarias comunitárias, em um projeto do Centro de Formação Urbano Rural Irmã Araújo (Cefuria). Depois de passar por um processo de formação para aprender sobre panificação, hoje coordena uma padaria comunitária composta apenas por mulheres venezuelanas. “Agora sou professora. De professora de matemática para professora de panificação”, diz.

Política pública De acordo com dados do Subcomitê Federal para Acolhimento e Interiorização de Imigrantes em Situação de Vulnerabilidade, Curitiba é a cidade brasileira que mais recebeu imigrantes venezuelanos desde 2018. São 5.986 venezuelanos acolhidos na capital paranaense. Do Haiti, são 6.185 em Curitiba.

Para atender de forma adequada a população que chega na capital vinda de outros países, tramita na Câmara de Curitiba um projeto de lei que institui a Política Municipal para a População Imigrante. A iniciativa é dos vereadores Giorgia Prates (PT), Professora Josete (PT) e Angelo Vanhoni (PT). Está entre as ações prioritárias do projeto “promover o direito do imigrante ao trabalho decente.”

Paraná, 11 a 17 de maio de 2023 PUBLICIDADE PUBLICIDADE
Lia Bianchini
Preconceito e baixas remunerações são constantes para quem quer recomeçar a vida no Brasil
Arquivo Pessoal
6 Brasil
Arquivo Pessoal

Sociedade 13 de Maio Cultura na feira Saúde mental importa

A Sociedade Operária Beneficente 13 de Maio está completando 135 anos e comemora com festa no dia 13 de maio de 2023, a partir das 20 horas, com artistas como Marquinho Sathan e Tempero do Samba, com participação de Babi Oeiras para garantir que a noite seja cheia de música, dança e muita diversão. Mais informações pelo telefone (41) 99924-8263.

Morre a rainha do rock, Rita Lee

No dia 12 de maio (sexta), a partir das 13h, acontece a roda de conversa “Função Materna e a Mãe Possível”. O evento vai debater formas de acolhimento e outras questões sobre a saúde mental materna. Será realizado na Vara Descentralizada da CIC e faz parte da campanha Maio Furta-Cor, que visa a sensibilizar a população sobre o sofrimento mental das mulheres frente às demandas da maternidade.

A Feira Afro da Zumbi terá apresentações com o grupo Tambor de Crioula “Raízes de São Benedito, formado por músicos experientes e que têm o objetivo de estudar e divulgar o tambor de crioula do Estado do Maranhão por meio de dança, canto e muita música. O show será no dia 21 de maio, às 16h40, e a feira acontece na Praça Zumbi dos Palmares, entre os bairros Capão Raso e Pinheirinho.

DICAS MASTIGADAS

Bolinho de arroz

A cada semana, publicamos receitas com produtos agroecológicos da rede colaborativa Produtos da Terra, da Sinergia Alimentos Saudáveis e da Rede Mandala. Parte dos ingredientes pode ser encontrada no site produtosdaterrapr.com.br

Ingredientes

3 xícaras (chá) de arroz Terra Viva; cozido; 1 cebola orgânica; ½ cenoura orgânica; salsinha e cebolinha picadas; 2 colheres (sopa) de azeite; 3 ovos orgânicos; ½ xícara (chá) de queijo parmesão ralado; 4 colheres (sopa) de amido de milho; sal e pimenta-do-reino a gosto; óleo.

Modo de preparo

Acantora, compositora e escritora

Rita Lee faleceu na segunda-feira (8) aos 75 anos de idade, em São Paulo. Ela deixa seu marido Roberto de Carvalho e seus três filhos Beto, João e Antonio Lee. Rita foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021, e morreu na segunda (8).

Considerada a rainha do rock nacional, Rita Lee iniciou sua carreira na década de 1960 como uma das primeiras mulheres a fazer sucesso nacional dentro do rock. Durante aproximadamente 60 anos de carreira, acumulou mais de 55 milhões de discos vendidos, a quarta artista mais bem-sucedida em vendas.

Ela compôs hits que embalaram gerações e seguem tocando nos rádios e celulares até hoje como Ovelha Negra, Mania de Você, Lança Perfume, Agora Só Falta Você, Baila Comigo, Banho de Espuma, Descul-

pe o Auê, Amor e Sexo, Reza, Menino Bonito, Flagra e Doce Vampiro. Apesar de ser considerada a rainha do rock, Rita Lee flertou com outros gêneros musicais, como o pop rock, disco, new wave, MPB, bossa nova e até mesmo eletrônica.

Em 2008, quatro anos antes de anunciar a sua aposentadoria, em janeiro de 2012, Rita Lee foi colocada como uma das 100 maiores artistas da música brasileira, segundo a revista “Rolling Stones”. Apesar de ter anunciado a sua aposentadoria, Rita Lee ainda fez algumas apresentações nos anos posteriores. Em 25 de janeiro de 2013, ao se apresentar no Vale do Anhangabaú, como parte dos shows de comemoração dos 459 anos da cidade de São Paulo, a cantora disse “Daqui eu não saio”, referindo-se à cidade onde nasceu.

“Com esse show abre-se a celebração de meus 50 anos trabalhando com música; participei de algumas bandas; tenho trezentas composi-

ções; já fiz 1 bilhão setecentos e dezenove milhões e setenta mil shows; entre outros figurinos já me vesti de noiva, boba da corte, presidiária e Nossa Senhora Aparecida; há 36 anos sou casada com Roberto de Carvalho meu maior parceiro musical e pai dos meus 3 filhos”, afirmou. Pouco depois, em entrevista à revista “Marie Claire”, em abril de 2013, disse que “para envelhecer com dignidade, a mulher tem de ter desapego. É muito complexo!”.

Na ocasião, disse que estava “gostando” mais de si. “É o meu processo de envelhecer com dignidade, ver os pontos bons, afastar mágoas que tinha comigo mesma. Eu me perdoei de tudo. Estou me achando legal. Roberto sempre me fala: ‘Pô, se ache legal. Você é legal, é bonita!’. Então, estou aqui, tem umas pelanquinhas, umas rugas, mas estou bem. Tem uma hora que ou você entra na sala de espera da morte ou vê a vida de forma mais leve. Resolvi torcer a favor.”

Refogue a cebola em uma frigideira e transfira uma tigela grande, junte o arroz cozido e misture. Na frigideira, refogue a cenoura ralada, acrescente a salsinha e a cebolinha. Desligue o fogo, junte ao arroz e misture bem. Acrescente o queijo ralado, tempere com sal e pimenta-do-reino. Adicione os ovos e, por último, misture bem o amido de milho. Passe um papel toalha para limpar a frigideira e leve ao fogo médio. Quando aquecer, regue com óleo para cobrir todo o fundo. Adicione duas colheradas da mistura de arroz e achate levemente. Deixe espaço entre os bolinhos para não grudar. Deixe cozinhar por cerca de 2 minutos e vire com uma espátula para dourar o outro lado por igual. Sirva os bolinhos ainda quentes.

Paraná, 11 a 17 de maio de 2023
Flicck | CarolMendonça Caroline Oliveira, Redação BDF São Paulo
Ela foi diagnosticada com câncer de pulmão em 2021 e faleceu aos 75 anos
Cultura 7
Reprodução

Após pressão das torcidas, AthleTiba terá duas torcidas na Arena, no próximo domingo

Definição ocorreu após audiência na Alep com torcedores organizados

Após alguns jogos sem a presença das duas torcidas nos estádios Couto Pereira e Arena da Baixada, no próximo domingo, 14, o clássico AthleTiba deverá ter a festa completa com a presença de rubro-negros e alviverdes. A definição ocorreu na terça-feira, 9, após uma reunião entre as torcidas organizadas Império Alviverde e Os Fanáticos, juntamente com a Secretaria de Estado de Segurança Pública, polícias militares e civil, Ministério Público (MP), e a presença da deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT). Após confusão dentro do Couto Pereira entre atleticanos e coxas-brancas no setor visitante no clássico do ano passado, a ideia de “torcida única” voltou a ser aplicada com a anuência do MP, órgãos de segurança e as diretorias de Coritiba e Athletico. Durante audiência na Assembleia

ocorrida na última semana organizada pela deputada Ana Júlia, as torcidas organizadas criticaram a proibição dos visitantes estarem presentes aos clássicos.

Para a parlamentar petista, o argumento de que a torcida única ajudaria no

combate à violência não se sustenta. “A imposição da torcida única acontece há mais de dois anos e é fruto da alegação infundada de que essa medida combate a violência nos estádios. Passados dois anos, a conclusão é uma só: torcida única não contri-

bui para a segurança em dias de jogos”, afirmou em suas redes sociais.

Durante a reunião o tenente-coronel Paulo Siloto, comandante do Bpchoque, afirmou que responsabilidades serão divididas em relação à segurança do clássico.

Para o tenente, a definição seria uma espécie de “voto de confiança”. “Essa é uma chance que as forças de segurança estão dando para as torcidas organizadas, um voto de confiança para que tenhamos um domingo tranquilo tanto no entorno do estádio quanto nos lugares mais afastados, evitando qualquer conflito”, destacou. Em nota, as torcidas organizadas comemoraram a decisão e defenderam o direito de o torcedor poder acompanhar seu time do coração livremente e com segurança.

Para o dia do clássico, que começa às 16h no próximo domingo, os horários dos ônibus terão alterações para as duas torcidas. A do Coritiba poderá circular até às 14h30, após este horário somente torcedores do Athletico poderão embarcar nos ônibus, evitando confrontos em terminais e pontos da cidade.

Parada dura contra o Vasco

Na vice lanterna do Campeonato Brasileiro, com o ataque menos eciente, o pior saldo de gols e sem nenhuma vitória em quatro partidas, o Coritiba enfrenta nesta quinta-feira (11/5), às 19h, no Alto da Glória, a equipe do Vasco da Gama. Conforme esta coluna já a rmava na semana passada, o adversário cruzmaltino integra o sexteto de times contra o qual é imprescindível conquistar quatro pontos na competição, para o cumprimento dos objetivos de permanecer na Série A (principal) e ir à Sul-Americana de 2024 (secundário). O alviverde já falhou em Salvador, por não ter trazido um obrigatório empate diante do Bahia. Não pode naufragar novamente contra o Gigante da Colina em pleno Couto, onde tem retrospecto negativo no confronto direto. Isso torna duríssima a missão, a ser cumprida custe o que custar, sob pena de tornar o cenário ainda mais sombrio.

A bomba começou a explodir, enfim

Não queria ter que escrever sobre o assunto, mas desde o começo deste ano meu incômodo com os sites de apostas e toda a cultura problemática envolvida nisso só aumentou. E, agora, chegou no limite. Já era claro desde o princípio, quando os sites de aposta se tornaram os maiores patrocinadores dos clubes e campeonatos no Brasil. Em qualquer roda minimamente crítica de comentaristas de boteco, o papo sempre levou para a preocupação com o cenário, visivelmente trágico. E agora a bomba começou a explodir. De partida, o Furacão já afastou dois jogadores: Bryan García e Pedrinho, que vão car de fora até que as investigações avancem. E é só o começo. Não há muita saída: ou os times começam a compreender o tamanho do problema ou o campeonato inteiro cará comprometido. Previsível. Triste.

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