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NO OLHO DO FURACÃO: QUAL É A SÃO PAULO EM QUE VOCÊ QUER VIVER? Eleitores vão às urnas neste domingo decidir o rumo da maior metrópole brasileira PÁG 8
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Editorial
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São Paulo, 28 de Setembro de 2016 - Especial Eleição www.brasildefato.com.br
É preciso defender os nossos direitos e nos informar
A poucos dias das eleições municipais, a população de São Paulo segue indecisa sobre seus candidatos. Num momento em que a sociedade brasileira vive intensos debates políticos, ainda permanecem muitas dúvidas e informações confusas sobre quem são os candidatos que querem governar nossa cidade – e também sobre o que está em jogo na relação do cenário nacional com o municipal. O que será da nossa aposentadoria? O que significa uma proposta de jornada de trabalho de 12 horas? O que já mudou e o que precisa melhorar na cidade de São Paulo? Por meio de mentiras, e discursos onde há mais convicção do que provas, está escondida a perda dos direitos conquistados no último período e, até mesmo, da possibilidade de decisão sobre os rumos do país. A sensação de confusão, claro, é grande. Como entender, por exemplo, a candidata Marta Suplicy, que já combateu a máfia do transporte em São Paulo e figurou como defensora dos interesses da periferia, agora, ser uma clara expoente de um partido que pretende congelar os gastos com saúde e educação e andar, lado
a lado, com a representação viva da corrupção brasileira: Eduardo Cunha? Há também os que tentam passar uma imagem de confiabilidade, como é o caso do candidato João Dória – mesmo estando envolvido em um processo já julgado de ocupação ilegal de terras públicas para seu patrimônio particular em uma mansão em Campos do Jordão. Sem contar o fato do candidato explorar a imagem de “trabalhador” quando, na realidade, sempre ocupou cargos de chefia por indicação e não passou pelos mesmos percalços que nós trabalhadores passamos em nosso cotidiano, pois precisamos do trabalho para sobreviver. É preciso defender os nossos direitos e nos informar. Conhecer bem os candidatos antes do voto é essencial para os rumos da cidade em que vivemos, temos nossas relações, trabalhamos e criamos os nossos filhos. A cidade mudou muito nesses últimos anos, é inegável que o clima é outro. Muito trabalho já foi feito, e é proteger os direitos de quem mais precisa é o único caminho para São Paulo continuar avançando sob a atual lógica da inovação e modernidade na gestão pública.
Artigo
A eleição em São Paulo e a ameaça do avanço da agenda neoliberal
Por Leidiano Farias*
As eleições municipais de 2016 têm a particularidade de ocorrerem num momento de profunda crise política e econômica. O impeachment, sem crime de responsabilidade, sofrido pela presidenta Dilma Rousseff se constituiu em um golpe parlamentar – que pavimentou a transição de um ciclo de governos progressistas para um ciclo liberal-conservador, a serviço do grande capital e dos interesses imperialistas estadunidenses. Nesta perspectiva, o governo Temer pretende: avançar na retirada de direitos dos trabalhadores para recompor as taxas de lucros dos capitalistas; privatizar as empresas estatais lucrativas; entregar o pré-sal ao capital estrangeiro; congelar por 20 anos dos investimentos em saúde e educação; disseminar os valores neoliberais, assim como o conservadorismo, abrindo espaço para o ódio e o preconceito contra as mulheres, gays e negros. É neste contexto que ocorre a eleição para a prefeitura de São Paulo. Assim, é primordial que os eleitores saibam a opinião de cada candidato em relação ao programa de restauração do neoliberalismo, marcado por seu caráter antinacional e antipopular.
Nunca é demais lembrar que os patrocinadores do golpe institucional, e destas medidas contrárias aos interesses dos trabalhadores, estão vinculados à direita partidária, como o PSDB do milionário João Dória, o PMDB de Marta Suplicy, o PRB de Celso Russomano, o DEM, o SD, o PPS e o PSD. Uma eventual vitória de João Dória colocará sobre o controle do PSDB o governo da capital e do Estado de São Paulo. Este é o pior dos cenários. A capital paulista ser governada por um representante dos interesses do grande capital terá como principal consequência o avanço de medidas privatizantes e impopulares. Além da diminuição dos investimentos nas áreas sociais e criminalização das lutas populares. A eleição de Russomano significaria uma aventura, pois o mesmo não tem um projeto para São Paulo. Se reduz à reprodução de valores conservadores e à retórica apelativa do “compromisso com o consumidor”. Já Marta Suplicy, mesmo tendo deixado importante legado social na sua gestão como prefeita, se filiou ao partido que liderou o golpe no Brasil, o PMDB. Portanto, pressupõe-se o alinhamento em sua eventual passagem pela prefeitura à
agenda neoliberal que o governo Temer está apresentando na esfera federal. Isso compromete sua trajetória política e seu compromisso com a democracia. Com erros e acertos durante sua gestão, Fernando Haddad (PT) continua sendo a melhor opção neste processo eleitoral em São Paulo. É sabida sua posição contrária à agenda de retrocessos neoliberais proposta pelo governo Temer. Também é inegável que Haddad priorizou investir na periferia de São Paulo onde está a maior parte da classe trabalhadora, especialmente no que diz respeito às áreas da saúde e educação. É visível também a melhoria na qualidade do transporte público e sua capacidade de dialogar com os movimentos populares. No Brasil a disputa pelo direito à cidade, numa perspectiva popular, passa pela disputa da cidade de São Paulo, o centro do capital financeiro, uma metrópole com seus 12 milhões de habitantes. E, certamente, a atual luta eleitoral é um capítulo importante, pois determina o grau de compromisso do poder público na garantia de mais políticas sociais. *Leidiano Farias é militante da Consulta Popular
Expediente
w w w. b r a s i l d e f a t o . c o m . b r arte: Fernando Bertolo. Tiragem: 100 mil exemplares Distribuição sem fins lucrativos
Cidade
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Quem quer ser prefeito de São Paulo? Conheça um breve currículo dos principais candidatos a chefiar, nos próximos quatro anos, a maior capital brasileira com 12 milhões de habitantes:
Marta Suplicy
Fernando Haddad
João Dória
Celso Russomano
(PMDB)
(PT)
(PSDB)
(PRB)
Idade: 71 anos Vice: Andrea Matarazzo (PSD) Formação: Psicologia Profissão: Senadora Federal (PMDB)
Idade: 53 anos Vice: Gabriel Chalita (PDT) Formação: Direito e Ciência Política Profissão: Prefeito
Idade: 58 anos Vice: Bruno Covas (PSDB) Formação: Jornalismo e Publicidade Profissão: Empresário
Idade: 60 anos Vice: Marlene Campos (PTB) Formação: Jornalismo Profissão: Deputado federal
Candidata à prefeitura de São Paulo pela quarta vez, Marta Suplicy, 71 anos, começou sua trajetória política no PT, partido do qual desfiliou-se, rompendo com parte de sua militância, no ano passado. Eleita senadora em 2011, foi também deputada federal por São Paulo (1995-1999), e prefeita (2001-2005). Ex-ministra do Turismo e da Cultura dos governos Lula e Dilma, atualmente faz parte do PMDB, mesma legenda do deputado Eduardo Cunha, cassado por mentir em depoimento sobre possuir dinheiro ilícito em contas na Suíça, e do presidente Michel Temer, que assumiu após o afastamento, sem provas de crime, da presidenta Dilma Rousseff. Em 2016, enquanto senadora, Marta foi favorável e votou pela destituição de Dilma Rousseff. Entre suas propostas estão a revisão do programa Braços Abertos e a revogação do atual limite de velocidade nas marginais Pinheiros e Tietê.
Atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, 53 anos, é formado em Direito pela São Francisco-USP. Doutor em Filosofia, é professor da USP. Foi ministro da Educação dos governos Lula e Dilma, responsável pela implantação de Programas como o ProUni, Fies e as cotas nas universidades públicas. Foi secretário de Finanças na gestão de Marta Suplicy (2001-2005). Na prefeitura de São Paulo, Haddad criou o Bilhete Único Mensal e Semanal, implantou ciclovias e diminuiu os limites de velocidade nas marginais Pinheiros e Tietê, reduzindo o número de mortes no trânsito. Também é responsável pelo passe livre, antiga reivindicação estudantil. Criou as secretarias da Mulher, e da Promoção da Igualdade Racial. Instituiu a Controladoria-Geral do Município, que tem como função prevenir e combater a corrupção na cidade. Posicionou-se contrário ao impeachment de Dilma Rousseff.
Empresário com uma fortuna declarada de R$180 milhões, João Dória (PSDB), 58 anos, disputa uma eleição pela primeira vez. Não é, porém, novato na política, tendo sido secretário de Turismo da capital paulista na gestão de Mário Covas na prefeitura e presidente da Embratur no governo de José Sarney. Formado em Jornalismo e Publicidade, foi diretor de Comunicações da Band, colunista da revista Istoé e apresentador de programas de reality shows. Afilhado político de Geraldo Alckmin, esteve envolvido em denúncias de compra de votos durante as prévias do PSDB. Dono da maior fortuna entre os candidatos a prefeito em todo o Brasil, é membro-fundador da Lide Empresarial e defende o investimento mínimo do Estado. Dentre suas propostas, Dória Jr. quer vender para a iniciativa privada o Estádio Municipal do Pacaembu, o centro de convenções Anhembi, o Autódromo de Interlagos, além de defender a privatização dos corredores de ônibus. Pretende revogar a redução de velocidade nas marginais.
Disputando pela segunda vez a prefeitura de São Paulo, Celso Russomano ficou conhecido como apresentador de programas policiais e de defesa do consumidor. Está em seu quinto mandato consecutivo como deputado federal. Atualmente no PRB, foi filiado ao PFL (atual DEM), PSDB e PP. Russomano foi condenado pela Justiça Federal a dois anos de prisão por desvio de dinheiro público em 2014, mas a sentença foi convertida em penas alternativas. Ao assumir novamente o cargo de deputado o qual havia sido licenciado para concorrer nas eleições de 2012, ganhou foro privilegiado e o caso foi levado ao STF, que o absolveu, permitindo que participasse novamente do pleito em São Paulo. Na Câmara dos Deputados, votou a favor do impeachment de Dilma.
Brasil
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Foto: Lula Marques
Governo Temer propõe medidas que retiram direitos sociais Congelamento do orçamento destinado para saúde e educação e mudanças na aposentadoria estão entre as propostas do novo governo Por Rafael Tatemoto
O presidente não eleito Michel Temer (PMDB) deu uma declaração recente sobre a razão pela qual Dilma Rousseff (PT) teria sido afastada. Na sede da Sociedade Americana-Conselho das Américas, em Nova Iorque (EUA), o peemedebista afirmou que o processo de impeachment se consolidou, de fato, porque sua antecessora teria negado a implantação das ideias contidas no documento por ele elaborado e que foi batizado de “Ponte Para o Futuro”. “Sugerimos ao governo que adotasse as teses que nós apontávamos naquele documento chamado ‘Ponte para o futuro’. E, como isso não deu certo, não houve adoção, instaurou-se um processo que culminou agora com a minha efetivação como presidência da república”, disse Temer. A fala de Temer, se juntou a diversas manifestações sinceras de deputados defensores do impeachment que afirmaram que seu voto a favor do processo se dava pelo “conjunto da obra” de Dilma,
desprezando a necessidade de verificar a configuração de crime de responsabilidade para que um chefe de governo seja afastado no regime presidencialista. A menção de Temer à “Ponte para o Futuro” é um indicativo dos motivos que levaram à queda de Rousseff. O documento citado por Temer elenca uma série de medidas que, em tese, ajudariam o Brasil a se recuperar economicamente. Apesar de conter “futuro” no nome, o conjunto de ideias não é nenhuma uma novidade no debate público nacional. O conteúdo das propostas já vem sendo discutido no atual governo. Dois dos principais eixos são de grande interesse para os trabalhadores: a reforma trabalhista e a reforma da Previdência. Em relação à primeira, o governo vem defendendo a ideia do “negociado sobre o legislado”. Ou seja, negociações entre patrões e empregados poderiam, inclusive, retirar direitos já garantidos em lei. Além disso, a possibilidade de aumento da jornada de trabalho também está no conteúdo das, pouco transparentes, discussões. A tal ideia de “flexibilizar as leis
Essa história da idade mínima vai prejudicar justamente os mais pobres, que já começam a trabalhar muito mais cedo, e vão ter que trabalhar muito mais para se aposentar”, diz João Cayres, diretor da CUT nacional e secretáriogeral da CUT paulista.
trabalhistas”, na avaliação do atual governo, daria mais competitividade à economia nacional. Em português claro, a medida é mais simples: baratear a mão de obra. “O que realmente cria emprego é produção econômica. Por exemplo, você tem uma padaria e precisa de cinco funcionários para produzi mil pães por dia. Se ficar mais barato pagar o custo da mão de obra destes cinco empregados, com essa diferença você não vai contratar um funcionário a mais para ficar fazendo nada se você só vende os mil pães. Hipoteticamente, se você gastava R$ 10 mil com a mão de obra e passa a gastar R$ 8 mil, você vai incorporar este lucro excedente”, explica Sérgio Barata, advogado trabalhista. “A proposta de que a reforma vem para modernizar é pura ideologia, uma pura falácia. Ela é, na verdade, uma contrarreforma. O seu sentido essencial não tem nenhum sentido de modernizar nada, mas simplesmente de ampliar as formas de superexploração em todos os níveis e em todas as atividades”, afirma o professor de Sociologia da Unicamp Ricardo Antunes.
Para Barata, em um contexto de desaceleração da economia, governantes devem fazer uma opção política entre proteger os mais pobres ou os mais ricos. “O empresariado quer a reforma basicamente porque, no momento de recessão, ele quer aproveitar para reduzir o custo da mão de obra, garantir o aumento da margem de lucro e a manutenção da receita mesmo com a queda da produção. O que chamam de 'flexibilizar direito' é retirar ou reduzir alguma coisa do trabalhador. Não tem mágica. A outra opção seria reduzir tributos em cima da folha. E isso o governo não vai fazer”, explica. No campo previdenciário, Temer vem defendendo a fixação de uma idade mínima para aposentadoria – em 65 ou 70 anos. Para as entidades sindicais, a proposta penaliza os setores mais vulneráveis da sociedade. “Essa história da idade mínima vai prejudicar justamente os mais pobres, que já começam a trabalhar muito mais cedo, e vão ter que trabalhar muito mais para se aposentar”, diz João Cayres, diretor da CUT nacional e secretário-geral da CUT paulista.
Brasil
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Outras
medidas
Existem outras medidas que vão afetar os trabalhadores, mas de forma indireta, embora atinjam dramaticamente: as privatizações, que incluem, por exemplo, a Petrobras; o congelamento do gasto público, que significa o não investimento em infraestrutura reduzindo drasticamente os empregos na construção civil”, pondera Paula Marcelino, professora do departamento de Sociologia da USP. Foto: Rafael Neddermeyer
A política econômica de Temer, além das discussões trabalhistas, também carrega uma série de medidas que podem afetar profundamente a vida da maioria dos brasileiros. “Existem outras medidas que vão afetar os trabalhadores, mas de forma indireta, embora atinjam dramaticamente: as privatizações, que incluem, por exemplo, a Petrobras; o congelamento do gasto público, que significa o não investimento em infraestrutura reduzindo drasticamente os empregos na construção civil”, pondera Paula Marcelino, professora do departamento de Sociologia da USP. A entrega do Pré-Sal, por exemplo, pode significar o fim da ideia de investimento de 10% do PIB na educação, por meio de um fundo que agregaria os rendimentos da exploração do petróleo. Tal situação se agrava ainda mais se a PEC 241 for aprovada como quer o governo: investimentos nas áreas de saúde e educação serão limitados pelos próximos 20 anos.
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Corrupção
Foto: Antonio Cruz - Agência Brasil
O discurso de combate à corrupção teve bastante ênfase na defesa do impeachment de Dilma, ainda que nunca tenha sido encontrado qualquer caso em que ela estivesse envolvida. Os primeiros dias de Temer, entretanto, já demonstram que a ideia passou bem longe de qualquer questão de ética. Áudios vazados demonstraram que a direção do PMDB queria que Dilma saísse para que pudessem abafar a Operação Lava-Jato. Inclusive, alguns ministros já caíram por isso nos primeiros dias do governo enquanto interino. Mais recentemente, a Câmara dos Deputados tentou votar um projeto que perdoava políticos que tivessem realizado caixa-dois em eleições passadas. O projeto não passou, mas um dos nomes de peso do governo, Geddel Vieira, ministro da Secretaria de Governo, defendeu a proposta. Por enquanto, ele permanece atuando como um dos grandes articuladores de Temer.
Cidade
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Lâmpada LED ilumina o caminho e traz mais segurança para a periferia Mais barata, durável e sustentável, nova tecnologia já está presente em bairros de todas as regiões da cidade Da Redação
Uma nova tecnologia está iluminando a volta para casa e a saída para o trabalho dos trabalhadores que acordam cedo e voltam tarde nas periferias de São Paulo. Agora, em decorrência da instalação, há menos escuridão em ruas e vielas em bairros como Heliópolis, Jardim Ângela, Sapopemba, Brasilândia, Jardim Monte Azul, Jardim Helena, Lajeado e Raposo Tavares. As luminárias de LED são parte de uma nova estratégia de iluminação pública, promovida pela Secretaria de Serviços sob a gestão de Simão Pedro, para a capital paulista. As mudanças contribuem para o aumento da
segurança, já que a escuridão facilita a ocorrência de roubos e agressões, incluindo estupros. A medida também é importante para valorizar a convivência e melhorar a autoestima dos moradores dos bairros onde as praças e as ruas têm papel importante nas relações. “Deu uma renovada na aparência da rua”, conta Kaique Cândido da Silva, 20 anos, que mora no Parque Santo Antônio, próximo à Avenida Sapopemba. Entre as vantagens do LED, estão a economia e a sustentabilidade, já que a nova tecnologia gasta 50% menos energia e tem uma capacidade de iluminação maior do que as antigas lâmpadas de sódio ou mercúrio. Sua duração média é de 12 anos, frente a
Foto: Leon Rodrigues
tempo de cinco anos de vida útil das tecnologias usadas até então. “Antigamente era fácil de ver as luzes queimadas e sempre tinha uma turminha fazendo bagunça e se aglomerando onde estava escuro. As novas lâmpadas parecem que são mais resistentes, até agora nenhuma queimou”, observa o estudante. Para a advogada Tamires Sampaio, 22 anos, a iluminação LED aumentou a sensação de segurança entre as mulheres do bairro onde mora, em Guaianases. “Hoje me sinto mais à vontade em voltar um pouco mais tarde pra casa”, comenta. Tamires relata a sensação de insegurança vivida no bairro: “Tenho amigas que já forma as-
Hoje me sinto mais à vontade em voltar um pouco mais tarde pra casa” Tamires Sampaio, 22 anos, advogada e moradora de Guaianases
saltadas e sempre pediam para os pais ou namorados buscarem no ponto de ônibus”, conta. No total, o programa de iluminação com LED deve ultrapassar o número de 56 mil novas luminárias. Até agora, ao menos 200 mil moradores da periferia já foram beneficiados. O investimento feito pela prefeitura é estimado em 200 milhões de reais. A nova iluminação tem alcance equivalente a 24 quilômetros de extensão. A segunda fase do programa, que teve início no final de maio deste ano, está em processo nos bairros de Guaianases, Jabaquara, Iguatemi, parte do Grajaú, Perus, São Rafael, Socorro, Jaçanã, Itaim Paulista e Vila Curuçá.
WiFi Livre e abertura da Paulista ampliam apropriação do espaço público Da Redação
Lançado em 2013, o programa WiFi Livre SP contribui para uma melhor democratização do uso do espaço público ao oferecer acesso gratuito à internet em praças, parques e outros espaços em 96 bairros paulistanos. Com a iniciativa, qualquer pessoa pode conectar seu celular, notebook ou tablet e acessar a rede gratuitamente e sem necessidade de cadastro prévio ou fornecimento de dados pessoais. A internet livre e gratuita recebe em média 2,5 milhões de acessos mensais - até 250 usuários simultâneos conseguem acessar a rede sem prejuízo à qualidade da conexão.
Hoje, são 120 praças, parques e áreas públicas com o WiFi Livre, distribuídas por toda a cidade. São 23 pontos de internet gratuita na região central, 36 na zona leste, 28 na zona sul, 18 na zona oeste e 14, na zona oeste. Oferecida por fibra ótica, a conexão tem velocidade de 512 Kbps por usuário, suficiente para a navegação, utilização de redes sociais e para assistir vídeos e compartilhar fotos. Após uma fase curta de testes, desde junho de 2016 os paulistanos também podem utilizar a mais famosa avenida, cartão postal de São Paulo, como um novo local de lazer e de encontro, já que a via fica aberta para os pedestres e
fechada para a circulação de carros aos domingos, entre às 9h e 17h. A mudança é apoiada por 88% dos frequentadores da avenida, sentimento captado pela ONG Cidade Ativa em pesquisa de junho e julho de 2016. Segundo o Datafolha, a medida é apoiada também por 61% dos moradores da região. O resultado é a transformação da Paulista em um espaço em que é possível caminhar, utilizar as bicicletas (dentro e fora das ciclovias) e assistir às diversas apresentações culturais espontâneas que surgiram com a abertura da rua aos pedestres e ciclistas.
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Redução do limite de velocidade diminui acidentes e melhora congestionamento Medida atacada por adversários do atual prefeito, contribui para a queda de 38,5% nos acidentes com vítimas nas marginais Da Redação
A queda histórica no número de acidentes e a diminuição dos índices de lentidão no trânsito são os principais resultados da implantação de um novo limite de velocidade imposto nas marginais Tietê e Pinheiros e em outras importantes vias, de acordo com determinação do Programa de Proteção à Vida, realizado pela prefeitura de São Paulo. Alvo de polêmicas disseminadas por setores da mídia, recebendo até mesmo ações judiciais, a decisão da gestão do prefeito Fernando Haddad sobrevive e, com pouco tempo de implantação, já mostra resultados importantes. Um ano após a redução de velocidade para os carros, a quantidade de acidentes com vítimas caiu 38,5%, de acordo com dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A população também perdeu menos tempo no trânsito, já que as marginais apresentaram queda de 8,7% no índice de congestionamento, mesmo com o aumento de veículos em circulação nas vias, que passou de 7,8 milhões em 2014 para 8,1 milhões no ano passado.
As duas marginais eram conhecidas por uma triste estatística: a de vias como mais mortes em acidentes de trânsito da capital. No ano de 2014, antes da mudança, houve 40 casos de acidentes fatais na Tietê e 33 mortes na Pinheiros. A mudança, em sintonia com recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), recebe o apoio do médico Thiago Braga, 29 anos, morador da Vila Clementino. "Sou extremamente a favor. O benefício em reduzir os acidentes e os riscos a vida de passageiros e pedestres é prioridade em qualquer trânsito", afirma. Após as mudanças, a taxa de mortes no trânsito passou de 10,47 mortes para 8,26 por 100 mil habitantes. O número é mais próximo da meta recomendada pela ONU, de 6 mortes a cada 100 mil habitantes até 2020. Muito além do carro Em 14 de janeiro de 2009, a ciclista e ativista Márcia Prado, 40 anos, foi atropelada e morta por um ônibus na avenida Paulista, quando se deslocava para o trabalho em sua bicicleta. Até hoje, uma bike pintada de branco e coroada por flores marca o local do acidente, que atualmente já pode ser frequentado com mais segurança por ciclistas. Com trabalho realizado nos últimos dois anos, a cidade alcançou 414,5 quilômetros de vias destinadas às bicicletas – o que representa um crescimento de seis vezes em relação à antiga (quase inexistente) malha cicloviária da capital.
315
mortes evitadas e 10 mil feridos a menos em um ano.
O congestionamento caiu quase
9% nas Marginais.
SP tinha 10 mortes para cada 100 mil habitantes, hoje tem 8 ONU recomenda índice de 6 como meta.
66%
mais ciclistas com a implantação da ciclovia.
Mais de 420 km de faixas de ônibus; economia de cerca de 40 minutos nos trajetos.
O aumento permitiu que mais pessoas utilizassem um meio de transporte, gratuito e não-poluente, em detrimento do transporte individual. De acordo com pesquisa Ibope encomendada pela CET, o número de ciclistas subiu 66% em São Paulo. Outro incentivo para deixar o carro em casa está na melhoria para os usuários das linhas de ônibus. Nos últimos quatro anos, 423,3 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus foram implantadas, levando a uma economia média de 38 minutos no trajeto dos usuários de transporte público, de acordo com dados da CET. Atendendo a parte de uma reivindicação antiga dos estudantes, que mobilizou milhões de pessoas durante os protestos de junho de 2013, foi concedido em 2015, como contrapartida ao aumento da passagem de ônibus, o passe livre estudantil. Hoje a medida impacta a vida de mais de 600 mil estudantes. “O passe livre é a garantia da minha cidadania e do meu direito de ir e vir”, afirma a estudante universitária Nayla Tebas, 22 anos, que se desloca do Butantã, na zona oeste da capital, até Guarulhos, onde está localizado o campus da Unifesp onde estuda História da Arte. Nayla, que é estudante e atualmente não recebe salário, explica que a gratuidade no transporte é essencial para que ela continue na universidade. Sem o passe livre, ela calcula que gastaria cerca de 20 reais por dia para estudar.
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SÃO PAULO
DERRUBA AS GRADES:
avança o debate do direito à cidade e acolhimento das diferenças
Medidas de combate à corrupção, ampliação dos direitos sociais a grupos excluídos marcam a gestão do prefeito que está em busca da reeleição Da Redação
A gestão do petista Fernando Haddad já começou em meio à ebulição das manifestações de 2013, onde o direito à cidade estava pautado. De lá pra cá, setores da mídia tentaram reforçar as críticas, ao invés de privilegiar o debate, e o cenário nacional ajudou o conservadorismo a avançar ainda mais no ideário dos paulistanos. Diante disso, Haddad chega ao pleito tendo realizado um trabalho inovador – perante temas jogados para debaixo do tapete por administrações anteriores – e ocupando um lugar de destaque como referência nacional de uma boa administração: que ouve os diferentes atores sociais, realiza estudos aprofundados e desenha um novo formato de metrópole
baseado também em experiências de sucesso de capitais europeias. Para o cientista político Aldo Fornazieri, em artigo publicado recentemente, “a campanha de 2016 terá um componente geracional, de um embate entre o futuro e o passado, entre o moderno e o anacrônico” pontua. Em demonstração de sintonia com a perspectiva de urgência no combate à corrupção, foi criada, no primeiro ano de gestão, a Controladoria Geral do Município (CGM) que tem por finalidade ampliar a transparência e tornar a administração mais eficiente. O órgão já recuperou R$ 300 milhões oriundos de desvio de verba dos cofres da prefeitura. Com o combate à chamada “máfia dos fiscais” foram recuperados R$ 133 milhões; outros R$ 145 milhões são referentes ao desvio de verba ocorrido na administração de Paulo Maluf, na Operação Urbana Água Espraiada. A Controladoria também realizou auditorias em contratos firmados por secretarias e subprefeituras, só este trabalho permitiu uma economia de recursos públicos que já ultrapassa R$ 58 milhões.
A campanha de 2016 terá um componente geracional, de um embate entre o futuro e o passado, entre o moderno e o anacrônico”. Pontua o cientista político Aldo Fornazieri, em artigo publicado recentemente.
PLANEJAMENTO
URBANO
Após nove meses de debate com a sociedade – foram 12 audiências públicas promovidas pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano, 32 audiências chamadas por todas as subprefeituras, e 61 eventos abertos na Câmara Municipal – o Plano Diretor da cidade foi aprovado em junho de 2014. O documento orienta o planejamento urbano de São Paulo e aponta terrenos ociosos que devem ter a finalidade de moradias para famílias de baixa renda ou espaços e equipamentos públicos como parques, creches, postos de saúde. Além da admissão do plano diretor, há um conjunto de medidas que dá direcionamento claro de ações voltadas para a população que, de fato, mais necessita. “Uma das coisas mais bacanas da gestão do Haddad foi a criação de um departamento de Controle de Função Social da Propriedade dentro da prefeitura que notifica os imóveis que estão abandonados e tenta negociar com o proprietário para futuramente usar aquele
A impressão que tenho, até como cidadã, não só como profissional, é que a cidade foi devolvida para uso público. Opina a arquiteta e urbanista Joice Berth
imóvel como bem público”, opina a arquiteta e urbanista Joice Berth. Para Joice, andar nas ruas de São Paulo hoje tem outro significado: “A impressão que tenho, até como cidadã, não só como profissional, é que a cidade foi devolvida para uso público. Fazemos festa na rua, reunião de coletivos, tivemos o carnaval de rua. Houve um convite para que as pessoas voltassem a ocupar o espaço da rua”, comenta a urbanista.
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Direitos Humanos A atual gestão tem como mérito, reconhecido internacionalmente, o fato de ter tocado em feridas da cidade que nunca haviam sido enfrentadas – é o caso dos usuários de crack na região próxima da estação da Luz, conhecida como Cracolândia. A operação padrão de várias gestões seguidas era apenas tentar reprimir com policiamento, sem passar pelo cerne da questão: a retirada daquelas pessoas da condição de degradação. O programa Braços Abertos surgiu nesse contexto, na tentativa de recuperação dos usuários com um plano que eles mesmos ajudaram a construir. “Me pediam um teto, tratamento e trabalho”, relata Haddad ao ser abordado sobre a construção do programa. Assim, os beneficiários têm três refeições diárias, trabalham na varrição de ruas ganhando R$ 15 por dia, e dormem em hotéis da região. Do ponto de vista do resgate da autoestima, o relato mais motivador tem sido no sentido
Perfil do atual prefeito Fernando Haddad, 53 anos, é professor de Ciência Política na Universidade de São Paulo. Também pela USP, Haddad graduou-se mestre em Economia e doutor em Filosofia. É casado com a dentista paulistana Anna Estela Haddad desde seus 25 anos, e tem dois filhos. Haddad é descendente de imigrante libanês e, na juventude, dividiu os estudos com o trabalho na loja de tecidos de seu pai. Já trabalhou como analista de investimentos antes de ser aprovado como professor no corpo docente da USP, aos 34 anos. Seu primeiro cargo enquanto gestor público foi em 2001 como chefe de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico na gestão da então petista Marta Suplicy – à época, o desafio foi equacionar o desequilíbrio fiscal provocado pelas dívidas herdadas da gestão de Celso Pitta.
Em 2003, Fernando Haddad foi convidado para integrar a equipe do Ministério do Planejamento, em Brasília. Na função de assessor especial, formatou a Lei de Parcerias Público-Privadas, as PPPs, destinada a estimular empresários a investir em áreas consideradas estratégicas. No ano seguinte, foi promovido ao cargo de Secretário-Executivo do Ministério da Educação, na gestão de Tarso Genro. Desenvolveu então o ProUni, transformando em lei federal o programa de concessão de bolsas de estudo em universidades privadas para estudantes de baixa renda. Haddad assumiu o cargo de Ministro da Educação do governo Lula em 2005. Durante sua gestão, o MEC passou a ter um caráter ampliado, atuando das universidades até as creches. Em 2012, Haddad foi eleito com 55% dos votos tendo enfrentado o tucano José Serra na disputa.
da reestruturação das famílias, que haviam sido destruídas com a dependência química. O resgate da marginalização também ocorre em um outro público bastante vulnerável na cidade: as travestis e transexuais. O programa Transcidadania formou a primeira turma de homens e mulheres trans, que não tinham conseguido completar os estudos por conta do preconceito na escola e na família. Também houve o incentivo, por meio de bolsas de estudo, para que se formassem em cursos de capacitação profissional. Ainda no sentido de proteger os mais frágeis na estrutura social desta complexa metrópole, Haddad sancionou o projeto de lei que institui a Política Municipal para a População Migrante. Em 2014, foi inaugurado o primeiro Centro de Referência do Imigrante, local onde há acolhimento, possibilidade de tirar documentos, arrumar um emprego e ter um abrigo.
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Surfando na onda de legado em gestão petista, Marta Suplicy reaparece aliada a partido que não prioriza o trabalhador Ex-prefeita de São Paulo, Marta saiu do PT após 35 anos de filiação para candidatarse ao pleito municipal pelo PMDB, partido que capitaneou o golpe na esfera federal Da Redação
Marta Suplicy, candidata à prefeitura pelo PMDB, começou a campanha mirando em seu legado e no que ela classifica como “erros do passado”. Entre eles, está a criação de taxas para coleta de lixo enquanto ocupava a prefeitura. “Eu errei a criar uma nova taxa quando eu era prefeita. Eu errei ao falar o que eu não devia quando eu era ministra (...)”, afirmou a atual senadora em seu programa de campanha eleitoral na televisão. Aos 71 anos, Marta rompeu com o PT e com a maior parte de sua mili-
tância após 35 anos de participação na legenda ao filiar-se ao PMDB – partido que capitaneou o golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff – e ao votar, no Senado, a favor do processo de impeachment. Seu principal padrinho político atual é Michel Temer, um dos responsáveis por avalizar sua candidatura dentro do PMDB. Para a cerimônia de filiação, a própria Marta fez questão de convidar o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Principal ator dos escândalos de corrupção, Cunha teve o mandato cassado, em expressiva votação, por mentir em depoimento à CPI afirmando que não possuía contas na Suíça. As próprias autoridades suíças contribuíram na investigação apresentando as contas do deputado, onde há milhões de reais depositados ainda sem explicação de origem por se tratar de dinheiro de corrupção, de acordo com as investigações. Em recente entrevista à Folha de S.
Seu principal padrinho político atual é Michel Temer, um dos responsáveis por avalizar sua candidatura dentro do PMDB. Para a cerimônia de filiação, a própria Marta fez questão de convidar o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
Paulo, a ex-petista afirmou que “nunca se apresentou como uma pessoa de esquerda” e que não sente qualquer constrangimento em estar no PMDB – um partido com tantas denúncias de manobras políticas e corrupção. Marta foi alvo de um vídeo gravado pelo prefeito Fernando Haddad para a campanha em que ele indaga “de que lado eles estão” fazendo referência ao fato de, em frente às câmeras, Marta defender mais hospitais, mais médicos, mais educação e, por trás das câmeras nos bastidores da política, ser favorável ao corte em investimentos nessas áreas – proposta de Michel Temer, de seu partido. Em sabatina à Folha/Uol, Marta afirmou que votaria a favor aos cortes. “Se tiver que cortar saúde e educação a senhora seria a favor disso?”, pergunta o jornalista. “Então, se for à votação, eu votarei sim”, responde Marta. O candidato à vice de Marta,
Andrea Matarazzo é um quadro histórico do PSDB e também rompeu com seu partido, e filiou-se ao PSD para compor a chapa com a senadora. A princípio, o atual vereador Matarazzo tentou emplacar uma candidatura própria, mas perdeu a disputa interna entre os tucanos para João Dória em eleições prévias bastante conturbadas que terminaram, inclusive, em agressões físicas registradas nos diretórios onde os votos eram contabilizados. Assim, buscou abrigo no PSD, cujo principal expoente é o ex-prefeito Gilberto Kassab que deixou a prefeitura com rejeição recorde entre os paulistanos. Filha de uma família tradicional paulistana e formada em Psicologia, Marta ficou conhecida do grande público ainda na década de 1980, ao participar de um programa de comportamento sexual na televisão, o TV Mulher, na rede Globo e na TV Manchete.
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Candidato milionário quer vender patrimônio público de São Paulo Com declaração de bens em 180 milhões de reais, João Dória (PSDB) defende venda do estádio Pacaembu, autódromo de Interlagos, Anhembi, e corredores de ônibus em sua primeira candidatura Da Redação
Dória também é parte do Lide (grupo de Líderes Empresariais) que, na prática, é uma associação que congrega parte dos empresários mais ricos do Brasil.
Muito identificado com as parcelas mais ricas da sociedade paulistana e dono de um patrimônio pessoal declarado ao Tribunal Superior Eleitoral de 180 milhões de reais, o empresário João Dória Jr. (PSDB) disputa sua primeira corrida eleitoral em São Paulo. Com a maior coligação partidária desta eleição, formada por 13 partidos, Dória teve o maior tempo de televisão entre os candidatos para poder apresentar sua biografia e suas propostas. João Dória apresenta-se como um novato na política e utiliza suas credenciais como gestor de empresas para justificar uma possível boa administração da cidade. No entanto, seu envolvimento com o meio político não é recente: já foi secretário de Turismo e presidente da Paulistur entre 1983 e 1986 durante a gestão de Mário Covas. Também foi presidente da Embratur, entre 1986 e 1988, durante o governo de José Sarney. Sua candidatura, apoiada pelo governador Geraldo Alckmin, deflagrou uma briga interna dentro do PSDB, já que na legenda a maior parte do partido defendia a candidatura de Andrea Matarazzo, hoje candidato a vice-prefeito na chapa de Marta Suplicy pelo PMDB. Durante as prévias, houve denúncia de compra de voto para que Dória fosse eleito como o candidato do partido. Na semana passada, dirigentes e militantes que se identificam como "peessedebistas autênticos” lançaram manifesto de apoio à candidatura de Marta, o que preocupa parte dos tucanos.
Dória também é parte do Lide (grupo de Líderes Empresariais) que, na prática, é uma associação que congrega parte dos empresários mais ricos do Brasil. Em entrevistas, Dória cita a falta de diálogo com ‘invasores’ como trunfo de seu governo. Na última sexta-feira (23), o empresário foi condenado a devolver um terreno de 365m² que fazia parte de sua propriedade – uma mansão em Campos do Jordão – e que, na realidade, pertence a prefeitura. Na década de 1990, o empresário enveredou pelo meio televisivo por influência de seu pai, publicitário e marqueteiro político. Produtor de programas na Rede Bandeirantes e colunista da revista Istoé Dinheiro, Dória foi também apresentador do reality show “ O Aprendiz”, versão brasileira de um reality show apresentado nos Estados Unidos pelo também milionário Donald Trump, que é reconhecido por disseminar o ódio contra imigrantes e está concorrendo à presidência do país. Defensor do investimento mínimo do Estado, as principais propostas de Dória estão centradas na privatização de espaços públicos que são cartões postais da cidade – o estádio do Pacaembu, o centro de convenções do Anhembi e o Autódromo de Interlagos já foram citados pelo tucano. Ele também propõe que a resolução dos problemas nas áreas de saúde e educação sejam resolvidos com o viés da privatização. Defendeu, no início da campanha, uma proposta controversa: a população mais pobre teria a realização de exames e atendimento em hospitais privados de São Paulo durante o período das madrugadas, ao invés da prefeitura ampliar os investimentos em hospitais públicos. Caso seja eleito, já sinalizou que é a favor da revisão dos limites de velocidade nas marginais Pinheiros e Tietê – proposta considerada como irresponsável por especialistas, tendo em vista a redução do número de acidentes e da melhora no trânsito promovidos com a mudança.
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Entrevista
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Primeira com diploma universitário na família, a bolsista do Prouni Stephanie Ribeiro fala do empoderamento e das mudanças trazidas para população negra com o legado de Fernando Haddad como ministro da Educação e prefeito de São Paulo alunos revendo seus conceitos sobre o que é ser negro e a importância da cultura e dos sujeitos negros para a construção desse país. É preciso enfatizar também que a gestão do Haddad não só capacitou professores, mas buscou e, de certa forma, criou um material didático para essa finalidade. Isso, pra muitas pessoas, é pouco, mas é um passo bem considerável para desnaturalização do racismo institucional. Em relação às secretárias, além de significativo no fato de termos instituições pensando em prol das chamadas “minorias” – entendendo que, mesmo sendo maioria quantitativa, ainda somos minorias no acesso aos direitos – acho simbólico ver mulheres e/ou negros assumindo cargos de destaque nesses espaços. A gente tem que entender que políticas públicas para minorias se faz com o acesso destes aos espaços institucionalizados, pensando essas políticas. A representatividade é o mínimo que se espera.
Foto: Christian Braga
Você tem dito nas redes sociais que é "fruto da política do Haddad enquanto ministro", por quê? O Haddad desenvolveu o Prouni, eu sou aluna na PUC/Campinas pelo Prouni, estou no último ano. O impacto desta política, junto com as cotas, na minha trajetória é notável. Serei a primeira da minha família a ter um diploma universitário, ainda mais numa universidade de grande porte e destaque. As pessoas infelizmente desconhecem as ações do Haddad enquanto ministro da educação. Enquanto mulher negra, qual a sua opinião sobre a capacitação de professores para o ensino da história e cultura afro nas escolas da rede municipal e a criação da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e de Política para as mulheres? Capacitar professores é necessário para a real aplicação da LEI 10.639. Acredito que ter 30 mil professores capacitados na cidade de São Paulo é importante porque serão milhares de
Entrevista
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Como você avalia as candidaturas que querem extinguir estas secretarias? O que isso representa na prática? Representa a total despreocupação e falta de noção com a realidade do país e que está presente na cidade de São Paulo, onde a maioria dos pobres, que eles dizem se importar, tem cor e gênero definido. É sabido que as mulheres negras ganham os salários mais baixos, que as mulheres negras ocupam os piores locais de moradia dentro das próprias periferias e que as mulheres negras sempre são minorias nos espaços políticos. Então, na prática, estão ignorando essas mulheres e negando as possibilidades de inclusão do olhar delas e das políticas que impactem diretamente suas vidas. Quando estamos falando de iluminação LED nas periferias, estamos falando de impacto real para várias pessoas, mas principalmente para mulheres negras. Quando estamos falando do aumento do número de creches também. E acho que os
próximos passos para o Haddad seria ampliar isso, entender que a creche, por exemplo, é uma urgência. Mas existem várias outras formas de dignificar a existências e o viver dessas mulheres, que não passam pela naturalização da ideia de que elas trabalham e criam filhos apenas. Tenho a certeza que não é toda gestão que tem a capacidade para entender isso, e a partir do momento que eles [outros candidatos] querem extinguir as secretarias, nós temos a prova concreta desse fato. Me parece una forma de pensar muito atrelada ao governo golpista que na primeira chance que teve deu fim aos ministérios que pensavam políticas públicas com recorte evidentemente racial, de gênero e de classe. Qual a diferença de sentimento em andar nas ruas de São Paulo hoje em relação ao que a cidade era no passado? Eu acho que antes e pós o golpe de Estado, no governo legítimo da
Hoje eu ando nas ruas de São Paulo e não ando nas periferias, eu, enquanto negra, acesso bairros centrais, museus, restaurantes e até a noite paulistana e causo estranhamento porque não entendem esse lugar que eu ocupo. Ainda é difícil para muitos associar que eu, mulher negra, posso fazer escolhas de onde quero estar.
presidenta Dilma, as pessoas já falavam muito da polarização. São Paulo foi o centro de várias matérias sobre isso. Eu nunca acreditei em uma polarização política só neste momento histórico, a vida sempre foi polarizada para quem tem pele negra e/ou é mulher. São Paulo é, ao mesmo tempo, uma cidade que se gaba da sua diversidade, mas é também extremamente conservadora. São Paulo está avançando no debate sobre espaço público e a quem ele serve, para quem ele é pensado e como a gente tem que disputar estas narrativas e locais enquanto “minorias”. Então acho que estamos vivendo um momento de disputas – e isso não é ruim. Mostra que tem um lado querendo ter acesso ao que, por muito tempo, se pensou que era privilégio de todos e isso acontece em diversos campos: seja na educação, seja em qualquer espaço que podemos e queremos estar. Eu não duvidaria que o mote de alguns candidatos seria negar que esses avanços são
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importantes e alimentar ideias conservadoras; me assusta, que segundo as pesquisas, eles estejam em vantagem. Hoje eu ando nas ruas de São Paulo e não ando nas periferias, eu, enquanto negra, acesso bairros centrais, museus, restaurantes e até a noite paulistana e causo estranhamento porque não entendem esse lugar que eu ocupo. Ainda é difícil para muitos associar que eu, mulher negra, posso fazer escolhas de onde quero estar. E acho que é importante enfatizar que essa ascensão e possibilidade de escolher – onde vou e onde quero morar – só me veio após entrar na universidade, estudar pelo PROUNI, pelas cotas e ter um salto na minha vida, de uma menina negra e de origem pobre que tinha um avô pintor de paredes e que agora será arquiteta e urbanista pela PUC. É isso que eu quero que continue, quero que mais pessoas como eu consigam fazer escolhas, e para isso precisamos investir e criar oportunidades.
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Cultura
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Agenda Cultural Almodóvar no cinema do CEU
Julieta vive em Madri com sua filha Antía. Ambas sofrem em silêncio por conta da perda de Xoan, pai de Antía e marido de Julieta. Mas, quando a dor não aproxima as pessoas, ela separa. Quando Antía completa dezoito anos, ela abandona a mãe sem dar explicações. Julieta procura por ela de todas as maneiras, mas apenas descobre o quão pouco conhece sobre sua filha. JULIETA fala sobre a luta de uma mãe que vive uma incerteza. Mas fala também sobre destino, complexo de culpa e o mistério que nos leva a abandonar pessoas que amamos, a deletar pessoas de nossas vidas como se elas nunca tivessem representado nada, como se elas nunca tivessem existido. Elenco: Adriana Ugarte, Rossy de Palma, Inma Cuesta, Michelle Jenner, Darío Grandinetti, Emma Suárez, Daniel Grao, Nathalie Poza. Direção de Pedro Almodóvar.
A vida no circo Reunindo dez artistas circenses com e sem deficiência, o espetáculo Vida de Circo exibe, por meio de piruetas, saltos, números de danças e cenas com clowns, a magia do circo para o respeitável público no Teatro João Caetano, no centro de São Paulo. O espetáculo narra o cotidiano da vida circense
Imagens de uma guerra
28/09, às 17h20; Entrada gratuita. CEUs Butantã, Meninos, São Rafael, Jaçanã, Quinta do Sol, Três Lagos, Caminho do Mar, Feitiço da Vila, Jambeiro, Parque Veredas, Perus, Vila Atlântica, Paz, Vila do Sol.
por meio da história da cigana Lara e sua trupe. Os ingressos podem ser adquiridos uma hora antes do início da atração e custam 10 reais. 01/10, às 21h. Teatro João Caetano: Avenida São João, 473 - 6o andar, Centro. Ingressos: R$10
Com imagens capturadas por três dos maiores fotógrafos do século 20, a exposição “A Valise Mexicana: a redescoberta dos negativos da Guerra Civil Espanhola de Capa, Taro e Chim” está em cartaz até 2 de outubro na Caixa Cultural São Paulo. A exposição reúne cenas do cotidiano do sangrento conflito ocorrido entre 1936 e 1939, retratadas pelo olhar do húngaro naturalizado americano Robert Capa, da alemã Gerda Taro e do polonês Chim Seymour. Até 2/10. Caixa Cultural São Paulo: Praça da Sé, 111, Centro. De terça a domingo, das 9h às 19h. Grátis.
A Ditadura no cinema
Para sempre Cartola Autor de “O mundo é um moinho” e “As rosas não falam”, o sambista carioca Angenor de Oliveira (1908-1980), mais conhecido como Cartola, é o personagem principal da exibição em cartaz até 13 de novembro no Itaú Cultural. A trajetória do músico é retratada por meio de fotos, vídeos e alguns de seus manuscritos originais com letras e poemas. Na área audiovisual
da mostra, artistas contemporâneos como Rico Dalasam e Ellen Oléria, entre outros, recitam as melhores canções do sambista. Até 13/10. Itaú Cultural: Avenida Paulista, 149. De terça a sexta, das 9h às 20h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h. Entrada gratuita.
Baseado nos eventos transcorridos durante a Guerrilha do Araguaia, movimento armado contrário à Ditadura Militar ocorrido na década de 1970 na região norte do Brasil, o filme “Araguaya - A conspiração do silêncio” será exibido no dia 29 de setembro no Centro Cultural
da Penha, como parte da Mostra Ditadura no Cinema. Dirigido por Ronaldo Duque, o filme conta a história de um padre francês envolvido em meio ao conflito. 29/09, às 19h30. Centro Cultural da Penha: Largo do Rosário, 20 Penha. Exibição gratuita.
Variedades
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RECEITA
DADINHO DE TAPIOCA Ingredientes: 250g de tapioca granulada 250g de queijo coalho 500 ml de leite quente pitadinha de sal 1 pitada de pimenta branca
Modo de preparo:
Misture o queijo ralado e a tapioca ao leite bem quente, mexendo sempre. Acrescente os temperos e mexa até a mistura começar a firmar. Despeje em uma assadeira forrada com plástico (para facilitar o desenformar) e cubra com papel filme. Deixe resfriar em temperatura ambiente e leve à geladeira por de 2 a 3 horas. Corte em cubos e frite por imersão a 180ºC até dourar. Dica: Sirva com molho ou geleia de pimenta.
ZOdÍACO Áries Não permita que situações de um passado recente interfiram na sua vida amorosa. Seja prudente nas suas atitudes. Terá de controlar os seus impulsos. Os nervos estarão à flor da pele e poderão levá-lo a atitudes que prejudicam sua relação amorosa.
Touro Poderá ser levado a aceitar ajuda ou procurar apoio dos que estão por perto. Não seja egocêntrico. Caso seja apresentada uma proposta que o leve a mudar o rumo da sua carreira, pondere seriamente sobre ela. Deixe os acontecimentos fluírem na vida pessoal.
Gêmeos Na espera profissional, é necessário ser paciente para obter melhores resultados. No plano afetivo, esta semana será difícil de ultrapassar por responsabilidade será sua, pois terá tendência para ver tudo de forma pessimista. Alguns conflitos podem surgir fruto de uma economia doméstica mal gerida.
Câncer Os acontecimentos mais importantes da semana tendem em seu favor. Poderá ser surpreendido com alguns deles. Terá alguma tendência para envaidecerse e sentir orgulho dos seus pertences ou até mesmo da pessoa que partilha os seus dias. Lembre-se que pode ser considerado inconveniente.
Leão O bom astral em que você se encontra leva sua presença a ser desejada por todos ao seu redor. Grande estabilidade na vida familiar. Sentirá vontade de promover diversas atividades com os seus filhos ou demais familiares. A dedicação que prestará ao ser amado será largamente recompensada.
Virgem Os seus amigos poderão ajudá-lo a sentir algum desafogo em termos financeiros. Ofereça para si próprio algum tempo de lazer, pois tem trabalhado em demasia ultimamente. O seu parceiro poderá exigir mais da sua presença. Faça um fim-de-semana tranquilo a dois para relançar a relação.
Libra As suas relações afetivas serão mais centradas ao ambiente social, onde encontra maior segurança. Os casais recentemente formados poderão sentir necessidade de encontrar sua individualidade. Todos os projetos em que ambos se envolvam estarão favorecidos pelo destino. Consolide a sua relação amorosa.
Escorpião Liberte-se das influências dos outros e tome as suas próprias decisões. O ser amado vai reclamar a atenção que tem descuidado em lhe prestar. Seja mais razoável na forma como vive a sua relação amorosa, pois acabará por afastar de si a pessoa que mais ama. Quebre o gelo com uma noite romântica.
Sagitário Serão a calma e o equilíbrio na sua vida a dois que lhe darão a força para viver os próximos dias. Período excelente para início, relançamento ou consolidação de relações amorosas. Os seus pensamentos não estão de forma alguma orientados no sentido do trabalho. Deverá rodear-se de todos os cuidados para não cometer erros.
Capricórnio Se vive em comum com alguém nada fará derrubar a sua relação. Cultive o diálogo no seu relacionamento. Descubra uma vida a dois mais satisfatória e até excitante, ao dar ouvidos ao seu parceiro. É necessário dar atenção ao que se passa ao seu redor e ser diplomático.
Aquário A descoberta de um novo amor fará esquecer os problemas cotidianos e questões de âmbito profissional. Será um período forte em emoções, terá o desejo de viver noites mais tórridas. Quebre barreiras e tabus para dar uma nova cor a sua relação amorosa. Entrará num novo ciclo de vida profissional.
Peixes Algumas propostas familiares poderão interferir com os seus projetos profissionais. No plano afetivo: Abandone-se um pouco suas emoções. Alguns projetos familiares podem se concretizar de forma inesperada. Podem surgir novos métodos de trabalho e deverá ser persistente para poder se adaptar da melhor forma a novos objetivos.
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Apesar de intensos debates em torno da cultura do estupro, um em cada três brasileiros ainda culpa a mulher por casos de violência sexual. De acordo com a pesquisa Datafolha, publicada na quarta-feira (21), 33% da população brasileira acredita que a vítima tem culpa em caso de agressão sexual. O pensamento é ainda maior entre os homens: 42% afirmam que mulheres que não se dão ao respeito são estupradas. Segundo o estudo, 65% dos brasileiros temem o estupro, índice que sobe para 85% quando apenas as mulheres respondem. A crença que a vítima é responsável é maior entre os brasileiros menos escolarizados e de renda mais baixa.
Cidade
CÊ Viu? resUmo da QUiNZeNa
Não vai ter Educação Física, Temer? O debate sobre o futuro do Ensino Médio foi acalorado por polêmica ação do governo de Michel Temer, que mudou as regras e exigências, por meio de uma Medida Provisória – sem debate com alunos,
O fim de Brangelina
professores ou com a sociedade. O fim da obrigatoriedade de aulas de educação física, artes, sociologia e filosofia foi um dos pontos mais criticados. O governo recuou horas após a divulgação da decisão. Entre
as mudanças propostas, estão a flexibilização do currículo básico, incentivo para escolas em tempo integral e o fim da exigência do diploma na área em que os professores darão as aulas.
Racismo norte-americano Há poucos meses da eleição presidencial, os Estados Unidos enfrentam mais uma onda de protestos carregados de tensão racial, após a morte de um homem negro por policiais, desta vez na cidade de Charlotte, na Carolina do Norte. Keith Lamont Scott foi morto por um policial, também negro, durante
uma abordagem. A família alega que Keith estava desarmado. Os protestos sofreram repressão, com disparos de bombas e de gás lacrimogêneo. Os manifestantes carregavam cartazes com a frase “Black Lives Matter” (“vidas negras importam”) e pediam justiça para a família da vítima.
Chegou ao fim um dos casamentos mais midiáticos da última década. Citando “diferenças irreconciliáveis”, a atriz e cineasta Angelina Jolie, 41 anos, pediu divórcio do também ator Brad Pitt, 54 anos, após 12 anos de relacionamento e dois de casados. Entre as especulações sobre o fim do romance hollywoodiano, estão o conflito em torno da criação dos
seis filhos biológicos e adotivos do casal. No pedido de separação, Angelina Jolie requisitou a custódia das crianças, reservando a Brad Pitt o direito à visitação. O ponto final no relacionamento causou uma onda de lamentações nas redes sociais, com a hastag #Brangelina (junção do nome dos dois atores) figurando entre os assuntos mais comentados da semana.
Secura no inverno paulistano São Paulo viveu um dos invernos mais secos das últimas duas décadas. A estação, que terminou na quinta-feira (22), dando lugar à primavera, contrariou a previsão
do Instituto Nacional de Meteorologia, que indicava uma alternância entre dias secos e úmidos, com avanços de frentes frias que trariam chuvas acima da média. No
entanto, a cidade recebeu apenas 95,4 milímetros de precipitações – perante a média de 142,8 milímetros esperados para a estação mais fria do ano.