Aconselhamento Pastoral para Mulheres vítima de Violência

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O ACONSELHAMENTO PASTORAL PARA MULHERES VITIMA DE VIOLÊNCIA


BRUNO CESAR TEIXEIRA .

O ACONSELHAMENTO PASTORAL PARA MULHERES VITIMA DE VIOLÊNCIA

1º Edição BELO HORIZONTE 2019


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ÍNDICE Introdução................................................................07 O Aconselhamento Pastoral...................................................................09 Violência contra a mulher...................................................................13

O Aconselhamento Pastoral para as mulheres vítima de violência Doméstica.................................................................................................... 19 O Aconselhamento Pastoral para o autor da violência Doméstica..................25

Conclusão.......................................................................................29 Referência......................................................................................33 Sobre o Autor................................................................................35


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INTRODUÇÃO

Este E-book trata de um tema de extrema importância para o ministério pastoral, como para os líderes que lidam diariamente com o ministério de aconselhamento. Nesta pesquisa é abordado o tema aconselhamento pastoral para as mulheres que são vítimas de violências praticadas por seus parceiros íntimos. A finalidade de debater o aconselhamento pastoral e a violência contra as mulheres é um assunto de grande importância para a Igreja, visto a dificuldade de encontrar material bibliográfico que discute o tema da violência contra as mulheres com o aconselhamento pastoral. Por este motivo, creio que este investigação será de grande valia para aqueles que estão envolvidos ou que pretende envolver no ministério de aconselhamento. Para realização deste estudo foi feita pesquisas em livros e site que tratam do tema aconselhamento pastoral e


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violência de gênero, fazendo um aprofundamento nas reflexões proposta pelos autores e muitas das vezes trazendo para o contexto de igreja. Este análise tratará da definição e importância do aconselhamento pastoral para os dias atuais, mostrando um quadro da realidade da violência contra as mulheres, no cenário brasileiro e depois mesclando os dois assuntos em uma exposição de como o conselheiro irá atuar no atendimento de mulheres vítimas da violência de gênero. Entender como o aconselhamento pastoral poderá atuar no atendimento das mulheres vítimas da violência de gênero trazendo não somente conselhos espirituais como conselhos que visam que a mulher vitima da violência possa ter a melhor atitude em relação ao autor da violência doméstica.


O ACONSELHAMENTO PASTORAL

O Aconselhamento Pastoral é uma prática muito comum dentro das igrejas evangélicas e é vista como uma função que se baseia nos princípios básicos da “psicologia interpessoal” uma vez que ela trata do comportamento humano em interação·, sendo assim uma prática em que se percebe o outro, com seus problemas e anseios, criando uma ligação afetiva entre o aconselhado e o conselheiro. O Aconselhamento Pastoral tem como um dos seus elementos chaves a premissa que Deus está no centro do aconselhamento por meio da sua palavra. ... A Bíblia é abalizada, relevante e exaustivamente suficiente para o aconselhamento. Deus na verdade, falou sobre cada questão básica da natureza humana e a respeito dos problemas do viver. Sua palavra estipula o alvo do aconselhamento, como as pessoas podem mudar o papel do conselheiro, métodos de aconselhamento, e assim por diante. Os cristãos possuem a única fonte determinada


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para a sabedoria no aconselhamento: O espírito Santo falando por intermédio da Palavra de Deus. O temor do Senhor é o principio da sabedoria, e a sabedoria é o único alvo digno do aconselhamento. (MACK ,1939, p.20)

Conclui se então que a pratica de aconselhar é uma relação de confiança em que o conselheiro, busca pela palavra de Deus, direcionar o aconselhado ao caminho de sabedoria, trazendo assim a solução dos problemas e a melhor visão de mundo. JAGNOW (2003) explicar que o ministério de aconselhamento possui diversas áreas de atuação e que a técnica de aconselhamento cristão envolve a sensibilidade do conselheiro e sua capacidade de receber e acolher o que o aconselhando está dizendo, podemos então perceber que o aconselhamento cristão vai muito além de dá conselho é uma prática de trazer a realidade da vontade de Deus para a vida da pessoa. JAGNOW (2003) explica que o aconselhamento cristão é uma área de estudo bastante abrangente, existindo um número estimado de mais 400 áreas, e por isto o autor considera impossível discutir todos


os elementos existentes no aconselhamento, contudo podemos ter ciências que existe princípios básicos do aconselhamento que MACK (1939) considera como a palavra de Deus e JAGNOW também considera como base de todo aconselhamento pastoral. O entendimento do que é aconselhamento pastoral e qual é a sua base levará o conselheiro a cumprir de fato o que seja um aconselhamento pastoral, baseado nos desígnios de Deus e não nas vontades pessoais para o ser que está sendo alvo da ação do aconselhamento.


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VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

A violência de modo geral é vista como tendo sua origem em Satanás·, então pode perceber entender que ao se tratar da violência contra mulher estamos lidando contra satanás, e o que a própria palavra de Deus afirma que a nossa luta não é contra “carne e sangue”, mas contra o diabo e seus aliados Ao se tratar da violência contra a mulher os autores afirmam que a violência praticada contra a mulher é uma realidade que tem atingido a sociedade por completo e que as Igrejas fazem parte deste contexto. A violência contra a mulher tem um impacto muito negativo na sociedade: “A violência praticada por parceiros íntimos causas vários Impactos negativos a população brasileira. Pesquisas realizadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras organizações apontam que a VPI contra


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a mulher causa inúmeros problemas para ela e seus filhos nas áreas da saúde física (como, por exemplo, ferimentos no rosto, pescoço, estômago e peito, problemas cardíacos, doenças sexualmente transmissíveis, aborto espontâneos etc.) e mental, depressão, ansiedade, baixa autoestima, síndrome do pânico, insônia, agressividade, entre outros. ’ (CARROLL & ANDRADE. 2010 P.16)

A violência contra a mulher atinge a sociedade e toda a sua camada, inclusive a igreja, sendo necessário que a igreja desperte-se para este problema que se é tão atual como nunca. No site da campanha

“Compromisso

e

atitude”

<http:www.compromissoeatitude.org.br> , encontramos dados do atendimento do número 180 que faz atendimento á mulher que sofre ameaça ou violência, do total de atendimento realizados pelo número 180 a Central de Atendimento á Mulher no 1º semestre de 2016, 12,23% (67.962) corresponderam a relatos de violência. Entre esses relatos, 51,06% cor-


responderam à violência física; 31,10%, violência psicológica; 6,51%, violência moral; 4,86%, cárcere privado; 4,30%, violência sexual; 1,93%, violência patrimonial; e 0,24%, tráfico de pessoas. Em pesquisa realizada pelo Instituto Avon em parceria com o Data Popular (Nov/2014) aponta que 3 em cada 5 mulheres jovens já sofreram violência em relacionamentos.Pesquisa apoiada pela Campanha Compromisso e atitude, em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República revela 98% da população brasileira já ouviu falar na Lei Maria da Penha e 70% consideram que a mulher sofre mais violência dentro de casa do que em espaços públicos no Brasil. Em uma pesquisa realizada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo traz um dado alarmante, nesta pesquisa afirma que 40% das mulheres que relataram ter sofrido violência doméstica foram de igrejas evangélicas, este dados mostra a importância da igreja esteja preparada para enfrentar


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o mal da sociedade chamada violência contra mulheres. A violência contra as mulheres atingem todos os níveis sendo que nível de escolaridade vai do ensino médio ao doutorado, atingindo todas as classes de mulheres como artistas, professoras, donas de casa e vendedoras. A violência é entendia como um ato de brutalidade, constrangimento e abuso, caracterizando relações que se baseiam na ofensa e na intimidação pelo medo e pelo Terror. O ato de violência contra as mulheres geralmente é ocorre dentro do lar e a este tipo de violência é denominado violência doméstica. No artigo “Violência Doméstica contra as mulheres e suas configurações”, afirma que o problema da violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, logo se conclui que em algum momento da vida pastoral o conselheiro irá lidar com mulheres que sofrem algum tipo de abuso ou ato de brutalidade de seus parceiros íntimos. Alves (2010) relata alguns fatores que aumentam a probabilidade de um homem abusar de sua


parceira como possíveis abusos sofridos pelo autor quando criança; tiver presenciado violência conjugal em sua casa, ter tido um pai ausente ou que rejeitasse a família. O autor informa que estudos culturais citaram que o controle masculino da riqueza e da tomada de decisões no interior das famílias e os conflitos conjugais como fortes indicadores de abuso doméstico. O autor acima citado revela que estudos demonstram que a violência contra as mulheres é mais comum onde os papéis de ambos os sexos são regidamente definidos e cumpridos, onde o conceito de masculinidade está associado á valentia, honra masculina ou dominação. Estes fatores ajudam o conselheiro a entender o comportamento do autor da violência contra a mulher como resultado complexo baseado em vivência passadas do autor, gerando assim uma atitude violenta contra a sua parceira.


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O aconselhamento Pastoral para mulheres vitima de violência domestica

O aconselhamento pastoral para as mulheres vitima de violência doméstica deve ter como foco persuadir a mulher a tomar a melhor decisão em seu relacionamento íntimo, para que a violência não avance, Marck define que a persuasão pode ser entendida como motivar o aconselhado a tomar decisões bíblicas que conduzem á mudança. Para este tipo de aconselhamento Carroll e Andrade alertam que em uma conversa inicial a mulher poderá revelar apenas uma pequena parte da realidade em que estão inseridos, por este motivo os autores aconselham que o conselheiro elabore perguntas claras que tenham como objetivo compreender se ela está procurando socorro concreto e imediato ou um acompanhamento de longo prazo para refletir sobre o relacionamento.


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O aconselhamento Pastoral para mulheres que sofrem de violência deve seguir alguns cuidados e um dos primeiros cuidados é proteção da vitima. “Quando o cuidado pastoral se direciona a mulher que sofre VPI (violência praticada por parceiro íntimo), o primeiro tema a ser tratado relacionar-se com sua segurança pessoal e familiar. “Quando reconhecemos os impactos negativos sofridos por famílias em que a VPI está presente; entendemos que a prioridade é deter os episódios de violência e proteger a vítimas” (CARROL &ANDRADE.2010 p.45)

De acordo Carrol e Andrade é muito importante que o conselheiro conduza as sessões de aconselhamento para que a mulher tenha consciência que está sofrendo violência e que esta violência não pode continuar, pois, pode resultar na perda da vida desta mulher. Carrol e Andrade definem que é necessário que o conselheiro pastoral precise ter em mentes três objetivos principais para atuar com mulheres vitimas de violência, sendo estes: Segurança para mulher e as


crianças, responsabilização do agressor e a restauração de pessoas e, se possível, relacionamento ou luto pela perda dos relacionamentos. Carrol e Andrade,dá algumas orientações para que o conselheiro possa de forma eficaz aconselhar a mulher vítima de violência, dentro dos conselhos que eles dão está que o conselheiro sempre deve acreditar na história apresentada. Lembrando que a história pode ser apenas a “ponta do iceberg”, em algumas situações envolve até outros tipos de violências e crimes. O conselheiro sempre deve enfatizar que a violência sofrida por ela não é culpa dela e que ela não merece maus-tratos e também mostrar para a vítima que a violência não é a vontade de Deus para a vida dela; o conselheiro deve buscar todas as informações sobre serviços que podem ajudar a mulher a se defender contra a violência sofrida, como centros de referência no apoio as mulheres que sofrem violência, unidades de saúde, delegacia de mulher, centrais de atendimento á mulher (Disque 180) e entre outros serviços.


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É muito importante que o conselheiro compreenda o seu papel como conselheiro e por isto deve sempre respeitar as escolhas que a mulher vítima de violência decidir, seja voltando ou não para agressor, não cabe o conselheiro esta decisão; o conselheiro também pode oferecer um plano de segurança para a aconselhada, como separar um pouco de dinheiro, cópias de documentos importantes para ela e os filhos, roupas que poderão permanecer escondidas ou sob os cuidados de uma amiga, caso ela decida sair de casa, o conselheiro pode ajudar a mulher a pensar como irá fugir de casa quando o agressor estiver violento, lembrando sempre que este plano de segurança é continuo. O sigilo no aconselhamento sempre foi algo imprescindível, por isto o conselheiro não deve dar informações sobre a mulher ou o lugar onde ela está para o agressor ou pessoas que possa passar adiante tais informações, sendo muitas vezes necessário não conversar sobre a situação com outros lideres da igreja, pois os mesmos intencionalmente ou não podem passar adiante tais informações. O conselhei-


ro deve ajudar-la a trabalhar qualquer preocupação ou temor espiritual sobre decisões futuras. Existe certas coisas que o conselheiro não deve fazer como minimizar o perigo, antes dever sempre está atento para a segurança da mulher aconselhada. Como conselheiro ele deve sempre orientar, apoiar e dar informações e nunca obrigar a mulher o que fazer ou dizer que ela tem de fazer, a decisão de mudança sempre é dela. O conselheiro ao escutar a história contada pela vitima da agressão não deve mostrar reação como de incredulidade, revolta ou raiva, mas também não deve mostrar passividade, ele deve deixar bem claro que existe uma preocupação em relação à violência que ela vem sofrendo. O conselheiro não deve culpá-la pela violência do parceiro, caso no período de aconselhamento perceber que ela esteja lançando sobre si uma carga de culpa, mas ele deve mostrar-la que a situação da violência é inaceitável e que não há motivos para que o parceiro seja violento.


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Não se deve jamais aconselhar os dois juntos, então o conselheiro não deve jamais recomendar que haja aconselhamento pastoral em conjunto. O conselheiro também não deve conversar com o marido para saber a versão dele, esta atitude pode colocar ainda mais a mulher em perigo. O conselheiro deve evitar conselhos simplistas como mandar a mulher de voltar para casa com apenas uma oração e orientação de ser submissão ao marido ou trazê-lo para igreja e ser uma esposa melhor. O conselheiro pastoral não está cuidado do crime da violência contra mulher, mas de uma vida que precisa de orientação espiritual para lidar com a situação de violência vivida. Carrol e Andrade enfatizam que o conselheiro pastoral nunca deve minimizar o perigo, contudo ele não pode nunca dizer o que ela deve fazer, mas sim orienta lá com informações e apoio.


O ACONSELHAMENTO PARA O PARCEIRO AUTOR DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.

O aconselhamento para as vítimas de violência causadas por seus parceiros íntimos às vezes pode combater tendo como foco não na vitima, mas sim o autor da violência, a este respeito Carroll e Andrade orienta algumas atitudes que o conselheiro deve fazer e o que não deve fazer no aconselhamento para o autor de violência doméstica, como não permitir que o autor de violência use desculpas de natureza religiosa para justificar o que ele faz com sua parceira. No aconselhamento deve enfatizar que o problema do comportamento violento é dele e ele é o único responsável pela violência, independendo da ação da parceira. O conselheiro deve deixa bem claro que aconselhado precisa decidir mudar e que só ele pode decidir a parar com a violência e mostrar a ele que como conselheiro você está decidido a ajudá-lo a parar com a violência.


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Caso no ato do aconselhamento do parceiro ele faça alguma ameaça a sua parceria, o conselheiro deve deixa a mulher ciente desta ameaça. Um trabalho de aconselhamento pastoral com autor de violência pastoral deve envolver oração com aconselhado pedindo a Deus que o ajude a parar com a violência, caso o ele for preso, o conselheiro deve visitá-lo e mostrar que tem interesse em ajudá-lo espiritualmente. Carrol e Andrade orientam que o aconselhamento para o parceiro autor de violência contra a mulher é necessário tomar certos cuidados como não encontrar com autor sozinho ou em particular, mas antes, marque um encontro num lugar público ou na igreja, não se deve aproximar-se a mulher e o autor da violência, a não ser que você tenha permissão da vitima e que ela esteja ciente que você vai falar com ele e que você tenha certeza que ela esteja protegida e não procure autor para confirmar a história da mulher, isto poderá agravar ainda mais o problema na relação.


De acordo com Souza, o conselheiro pastoral trabalha no sentido de trabalhar com pessoas e sistemas familiares, sendo que nestes encontros os conflitos, as angústias, e a dor são expostos pela pessoa durante os atendimentos, por isto é necessário que o conselheiro precise entender não somente os significados teológicos das palavras Angústias, dor e sofrimento, mas o sentido que o aconselhado (autor de violência) a dá.


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CONCLUSÃO A violência praticada contra as mulheres por seus parceiros íntimos é um problema que o aconselhamento pastoral pode auxiliar as vítimas no seu enfrentamento. A delicadeza que envolve este tema torna-se um desafio que os pastores não podem negar, pois a vida e a morte, da aconselhada, estão ligadas à forma que o conselheiro lida com a situação. As direções apresentadas neste E-book de maneira nenhuma esgotam o tema, contudo é um norteador para aqueles que trabalham com aconselhamento familiar e com as vitimas de violência. De fato, as orientações descritas neste artigo podem ser de grande valia para os conselheiros que lidam ou que vão lidar com mulheres vítimas de violência, visto que as estatísticas mostram um número crescente de mulheres que passam por este tipo de situação, ou seja, o conselheiro a qualquer momento pode lidar com uma mulher ou homem autor de violência.


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O fato é que existem poucas leituras especializadas em tratar a violência contra a mulher através de um atendimento pastoral, constituindo um campo ainda para explorar, ficou evidente durante a elaboração desta pesquisa a importância do preparo do conselheiro para que ele possa aconselhar de uma forma eficaz conduzindo a vitima a melhor atitude a ser tomada diante da violência. O grande “auxílio” da fé não pode de maneira nenhuma impedir atitudes corretas em relação ao problema, sendo necessário informar à mulher que existe uma legislação brasileira de proteção as mulheres vitimas de violência, como delegacias especializadas em crimes contra as mulheres, como também tantas outras estratégias que vão garantir a proteção de sua vida e de seus filhos, quando for o caso. A atuação do conselheiro no aconselhamento pastoral não é algo invasivo, mas é uma atuação à medida que a aconselhada permite que o conselheiro visualize a real situação, é muito importante entender que não basta apenas a boa vontade do con-


selheiro é necessário o querer da vitima em resolver o problema. A postura do conselheiro deve ser daquele que compreende a dor e os traumas vivenciados pela aconselhada e ao mesmo tempo ter uma neutralidade que não o leva a tomar uma atitude de defensiva no lugar da mulher, a ação deve sempre partir da mulher e isto nunca deve se esquecer. A igreja de uma forma geral precisa preocupar com os tipos de violência que seus membros têm sofrido e atuar de tal forma que a igreja combata a violência, para isto ações de conhecimento, debate e envolvimento serão necessário para o enfrentamento da violência contra as mulheres.


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REFERÊNCIAS CARROL, AILEEN SILVA. ANDRADE, SERGIO. Atequando?O cuidado Pastoral em contexto de Violência Contra a Mulher Praticada por Parceiro Íntimo. 1º Edição. Viçosa- MG. EditoraUltimato. 2010. JR,JOHN F MACARTHUR. A. Introdução ao Aconselhamento Bíblico –Um guia básico de princípios e práticas de aconselhamento- 1º Edição. São Paulo-SP. Editora Hagnos. 2004. FILHO, JOAO A. DE SOUSA. Violência tem solução?.1º Edição. Ed. Betânia. Belo Horizonte - MG. 2002. RITT, CAROLINE FOCKINK. Violência cometida contra a mulher compreendida como violência de gênero. http://www.ufrgs.br/nucleomulher/arquivos/artigo_ violencide%20genero acesso no dia 24 marc. 2017. ALVES,CRISTIANE DA SILVA VIEIRA. Violência domestica contra as mulheres e suas configurações. Editora Criciuma. 2010.


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Sobre o autor: Bruno César Teixeira é Teólogo (Centro Universitário Internacional), pós-graduado em Aconselhamento e Capelania (Faculdade Batista do Paraná), possui também MBA Executivo em Coaching (Faculdade Faveni), e desde 2010 tem liderado o JPM (Juntos por Missões), um ministério interdenominacional focado em alcançar vidas através de evangelismo e capelania. Contanto com autor pode ser feito pelo e-mail:

bruno.cesart@hotmail.com


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