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NO CANADÁ

A brasileira Letícia Labarca, que vive há 15 anos em Toronto, passou por esta experiência de ter um filho fora do Brasil e deu tudo certo. Ela conta que seu maior receio era conseguir um médico de confiança no país que tinha escolhido para morar. “No Brasil, as minhas amigas sempre me disseram que tinham o Whatsapp do médico. Eu escutava isso e achava engraçado, porque sabia que aqui no Canadá seria diferente!” – afirma. Além disso, Letícia relata que elas sempre diziam ter marcado a cesárea para tal dia e que no país estrangeiro não seria assim, pois o tipo de parto seria o normal. “No Brasil, crescemos com essa mentalidade que devemos ter cesárea por incentivo dos próprios médicos. Pode ser que isso já esteja mudando, mas aqui não é algo que a mulher tenha a opção de decidir!” – comenta.

O sistema de saúde no Canadá é público e igual para todos. “Você vai ao mesmo hospital que o prefeito e o primeiro-ministro. Isso é o comum aqui!” –conta. "Todas as minhas consultas médicas referentes ao pré-natal foram pagas pelo governo. Aqui nós pagamos muitos impostos e eles são revertidos para a saúde e educação, de maneira eficiente!” – afirma.

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O habitual no Canadá é que as pessoas tenham um médico de família, que atende a mãe, o bebê e o papai. “As consultas aqui são rápidas e é tudo muito objetivo, tipo Drive Thru. “Eu, o meu marido e o meu filho vamos a este médico para tudo. É como um clínico geral que nos atende para qualquer problema” – diz. Quando a brasileira descobriu que estava grávida, foi ao seu médico de família e ele pediu exames de sangue e fez um acompanhamento até o terceiro mês de gestação. “Para a minha surpresa não teve ultrassom neste período! Depois, ele me indicou uma ginecologista obstetra que pediu alguns exames e ultrassons, mas poucos! E esta médica, poderia fazer o meu parto, porém isso não era uma certeza” – relembra.

Para a surpresa de Letícia, a médica ginecologista era uma jovem chinesa e foi muito atenciosa com ela. Respondeu a todas as suas dúvidas e lhe tirou um pouco a impressão de que a consulta seria no estilo “vapt vupt”.

No Canadá, o hospital em que a gestante terá o seu bebê também é algo que ela não poderá escolher, pois isso vai de acordo com o estabelecimento onde a médica designada trabalha. Isso só será diferente num caso de emergência, quando a futura mamãe poderá se dirigir ao local mais próximo de sua casa. “O hospital da minha médica ficava distante uns 45 minutos da minha casa, o que me deixava bastante apreensiva caso tivesse as dores do parto no meio do caminho. Porém, isso não aconteceu, pois a minha bolsa estourou às 5h da manhã e, por volta das 7h, eu já estava na maternidade, mas sem contração e com um centímetro de dilatação. Depois disso, eles me deixaram ficar no hospital e me deram um comprimido para induzir o parto. Após mais ou menos três horas com cólicas intensas e com sete centímetros de dilatação, eles me deram a anestesia”- conta.

Outro fato curioso que aconteceu antes da 20ª semana de gestação da brasileira, foi quando a médica pediu alguns exames de sangue e, quando soube dos resultados, a chamou para uma consulta. Ao chegar lá, Letícia foi informada que havia uma alteração e o seu bebê poderia ter alguma síndrome, como a de Down. Devido ao fato de Letícia estar com 35 anos, os cuidados com as mulheres nesta idade, e acima desta, são maiores. Neste dia, a médica deu uma aula sobre todos os riscos que existem no caso de uma gravidez tardia. No Canadá as mulheres podem optar por fazer um aborto até a 20ª semana de gestação, caso o bebê tenha alguma síndrome. Porém, essa não seria a opção de Letícia, mesmo que seu filho tivesse alguma alteração. “Graças a Deus, meu filho Matthew nasceu sem síndrome e este episódio foi apenas um susto!” – recorda.

No Jap O

Ter um filho no Japão para a brasileira Meire Norie Alves Shibutani, que mora em Aichi Ken Nishio Kira, há 16 anos, foi uma experiência bem tranquila e muito agradável. Isso porque o sistema de saúde japonês é extremamente moderno e possui uma tecnologia de ponta no que diz respeito aos aparelhos e infraestrutura dos hospitais – o que dá muita segurança para as gestantes que vivem no país. “Aqui você paga o Hoken, que é um seguro saúde que permite utilizar as clínicas e hospitais do país”- conta Meire. Segundo a brasileira, de acordo com a renda familiar e a da idade do segurado, os pacientes pagam de 10% a 30% das taxas regulamentadas e o governo paga a taxa remanescente.

“O interessante no Japão é que a mulher tenha um seguro saúde no momento em que engravidar, pois os exames são muito mais caros. O governo ajuda com 420 mil yen, independente se a gestante tiver o seguro ou não. Os demais gastos são por conta dela!”- diz Meire. Além disso, ela afirma que o governo japonês ajuda e incentiva as mulheres a terem filhos no país.

Meire conta que há diferenças em ter um filho no Japão e ter no Brasil. “Tive meu primeiro filho no Brasil e foi bem diferente do que ter aqui no Japão. No Brasil, eu fui atendida na Maternidade São Paulo ao entrar em trabalho de parto. Chegando lá, eles me colocaram num quarto com outras mulheres, e me deram soro para ter as contrações. Então, furaram a minha bolsa e meu filho nasceu rapidinho, em menos de quatro horas” – diz.

Já do segundo filho, que nasceu no Japão, a brasileira relata que entrou em trabalho de parto e a levaram para um quarto bem equipado. “Colocaramme um soro e, depois disso, as contrações começaram. Porém, eles não me deram nada para acelerar o processo. Este realmente foi um parto normal, pois a bolsa estourou sozinha” – relembra.

Segundo Meire, o obstetra foi excelente e o fato de permitirem que o seu marido ficasse junto, durante todo o tempo, também ajudou para que ela ficasse bem mais tranquila.

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