CRIANÇAS AUTISTAS TAMBÉM CONSEGUEM APRENDER?

Ao receber um laudo médico com o diagnóstico de Autismo muitas famílias entram em “choque” e passa pela fase da insegurança, do medo, dos questionamentos e da análise de possibilidades. É comum achar que o autismo é uma barreira em relação ao desenvolvimento global da criança, digo global, por se referir aos aspectos relevantes onde a criança está inserida. Porém como afirmado acima, este diagnóstico não deve ser encarado como uma barreira, mas sim como um norte para a estimulação correta a esta criança, pois dentro do espectro encontramos sim muitas dificuldades, mas não limitaçãoes, afinal, quanto mais esta criança for estimulada mais ela será desenvolvida, além de que mesmo com laudo médico e as características deste transtorno “cada caso é um caso” e deve ser analisado e estimulado de acordo com a realidade de cada indivíduo.

Mas então, o que é Autismo? O transtorno do espectro do autismo (TEA) ou Autismo, como é mais conhecido, é um transtorno neurológico caracterizado pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos por comprometimento da interação social, da comunicação verbal e não verbal e comportamento restrito e repetitivo. É uma condição geral para um grupo de desordens complexas do desenvolvimento do cérebro, antes, durante ou logo após o nascimento. Embora todas as pessoas com Autismo partilhem essas dificuldades, o seu estado irá afetá-las com intensidades diferentes. Assim, essas diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis ao longo do desenvolvimento, o que é comum que os sinais geralmente desenvolvem-se gradualmente, mas algumas crianças com autismo alcançam o marco de desenvolvimento em um ritmo normal e depois regridem.

E quais acompanhamentos necessários para estimular o autista de forma correta?

Acompanhamento com alguns profissionais da área, tais como- Neuropediatra, Fonoaudiólogo, Psicólogo, Psicopedagogo, Terapeu

ta Ocupacional e Terapeuta ABA (Applied Bahavior Analysis) com sua equipe.

E quais estratégias para facilitar seu aprendizado?

- Manter o ambiente físico organizado; - Realizar uma programação

das atividades (trabalhar com antecedência, prepará-lo para o que vai acontecer); - Tamanho do ambiente físico (que o deixe seguro e tranquilo); - Número e acesso a pontos de luz (ambiente sem muitas portas- elas não tem noção de perigo, sem janela se possível, sem muitos picos de luz, luz comum sem cores); - Sem muitos desenhos na parede que possa distrair (figuras apenas específicas ao qual estará usando como apoio de comandos); - Local da banca dentro da sala (sempre coloca-lo sentado na primeira banca

próximo ao professor); - Criar rotina escolar e em casa de estudo; - Espaço definido para colocar objetos; - Identificação de objetos que promovam a independência e a organização (associar figuras, pois são muito visuais); - Adaptação de materiais didáticos (fazer uso de recursos que faciitem seu aprendizado- recursos alternativos (figuras, cores) com uma linguagem simples e objetiva); - Usarletra defôrma/bastão(conhecer+/escrever-).

Estas são algumas das informações a respeito do Autismo. É um campo amplo de oportunidades e descobertas. Os autistas podem não saber nossa linguagem, mas tem nos ensinado a aprender, pois este processo é constante e o aprendente é um desbravador interno e externo de conhecimento, ele consegue se redescobrir e agregar aprendizados até então ocutos nas lacunas do dia a dia. A palavra desta matéria é:

NINGUÉM IGNORA TUDO. NINGUÉM SABE TUDO. TODOS NÓS SABEMOS ALGUMA COISA, TODOS NÓS IGNORAMOS ALGUMA COISA. POR ISSO APRENDEMOS SEMPRE. (PAULO FREIRE)

Cada pessoa com Autismo é única e todas podem aprender, por isso a importância de manter uma vida estimulada com foco, objetivos e metas. Para alguns uma vida regrada é uma vida “chata” e “prisioneira”, mas para o autista significa segurança e independência. Uma vez que aprende a seguir as regras ele consegue seguir cumprindo-as, e com excelência.

Lays Leite Pedagoga, Psicopedagoga Clínica, Hospitalar e Institucional (CRPp- 568)