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O ataque do tigre celta ao Brasil
Raquel Landim 25 de novembro de 2010 | 20h19
O blog participou esta semana de um café da manhã entre empresários brasileiros e irlandeses. O clima estava tenso. No dia anterior, o ministro de Negócios e Comércio, Billy Kelleher, tinha voltado às pressas para Dublin, depois de menos de 24 horas no Brasil. O governo irlandês convocou todos os membros do Parlamento que estivessem no exterior, porque corria o risco de ser destituído. A situação no ex-tigre celta é das piores. O país está sendo duramente atingido pela crise. E o roteiro é bem parecido com os Estados Unidos: a bolha imobiliária estourou, os bancos foram contaminados e a economia real está sofrendo. “Nossos parceiros comerciais espirram e nós ficamos resfriados”, descreveu Kevin Sherry, chefe do setor internacional da Enterprise Ireland – a agência governamental de promoção das exportações. O país, no entanto, pegou uma pneumonia. Para receber ajuda governamental, foi anunciado que todos os cinco maiores bancos da Irlanda serão total ou parcialmente nacionalizados, com participações que variam de 51% a 100% dependendo do tamanho da bomba que caiu sobre cada um. As autoridades irlandesas presentes no café da manhã em São Paulo faziam de tudo para garantir que a economia real está a salvo da catástrofe. Mas era difícil acreditar. CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE
Me impressionou, no entanto, a fibra dos irlandeses. Esse povo simpático, conhecido pela famosa cerveja Guinness, parece ter uma capacidade enorme de superação. Depois de descrever a situação de seu país com uma sinceridade pouco comum em terrras tupiniquins, o embaixador da Irlanda, Frank Sheridan, concluiu: “temos problemas, mas estamos aqui para fazer negócios”. Naquele mesmo dia, algumas negociações efetivamente saíram do papel. Uma empresa de internet irlandesa fechou um acordo com o grupo Decolar.com; uma fabricante de empilhadeiras vendeu máquinas para uma grande empresa brasileira; e uma fabricante de guindastes emprestou para testes seu produto para uma construtora. Os irlandeses estão muito acostumados a exportar – o que é sua fraqueza neste momento, mas também é sua força. Cerca de 85% de tudo que o País produz é vendido fora, já que sua população de 4,5 milhões de pessoas representa um quarto da Grande São Paulo. A questão é que esses embarques são concentrados em Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha. A ordem agora é diversificar e, mais uma vez, o Brasil aparece como alvo. Os irlandeses querem sair do buraco vendendo produtos para nós, para os chineses, para os indianos… Não falta disposição, nem profissionalismo. Tudo o que sabemos sobre:
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