AndrÊ François (foto-documentarista)
Por Bruna Zanuto
André François
BIOGRAFIA
-Nasceu em São Paulo -Começou a fotografar com 16 anos -Registrou diferentes povos na América, Europa e África -Tornou-se foto-documentarista -Por meio da fotografia, percebeu o mundo em que vive e o poder da imagem como agente transformador
-Isso tudo, o levou a criar com recursos próprios, em 1995, a organização sem fins lucrativos, ImageMagica.
www.imagemagica.org
PROJETOS DA IMAGEMAGICA -Escola do Olhar -Saúde e Cultura -CPF (Curso Profissionalizante de Fotografia) -Humanizando Relações -Hospital Pequeno Príncipe
“A imagem educa o olhar e o pensar.” (André François)
CUIDAR: UM DOCUMENTÁRIO SOBRE A MEDICINA HUMANIZADA NO BRASIL (2006)
-O livro Cuidar, foi iniciado em 2006 e ainda está em andamento -Síntese de 25 mil imagens fotografadas em diversas expedições pelo Brasil
-O livro documenta as várias formas com que a medicina humanizada se manifesta no país
“A arte da Medicina está em observar. Curar algumas vezes, aliviar muitas vezes, consolar sempre” (André François)
AndrĂŠ registra atitudes sensĂveis de grandes cuidadores.
As histórias retratadas de forma sensível promovem a reflexão entre o público geral, equipes de saúde e formadores de opinião.
André realiza documentários fotográficos há 20 anos e desde 2005 adotou o tema saúde como objeto principal.
Jéssica no Hospital Brigadeiro, São Paulo. Atrás tubos e aparelhos que ministram medicamentos
Raquel que sofre de câncer, está deprimida, pois teve que amputar a perna. No fundo Priscila, que já passou por isso e tenta confortar a amiga.
São Gabriel da Cachoeira, AM. Dentro do caixote, o corpo da pequena Eleoníse que foi encaminhada para Manaus e não resistiu. Ao lado a mãe, que trás o corpo da menina para enterrar na sua cidade e vai demorar 2 dias de viagem nesta embarcação.
Dona Margarida, ex-parteira, 73 anos e passou 27 anos com leishmaniose, sem tratamento, o que resultou uma ferida na face.
São Gabriel da Cachoeira, cidade conhecida como Cabeça de Cachorro, na Amazônia.
A CURVA E O CAMINHO – ACESSO À SAÚDE NO BRASIL (2008) -Retrata a saga de brasileiros em busca de acesso a tratamentos médicos -O tema chamou a atenção de André, enquanto produzia o documentário Cuidar -André passou novamente por todas as regiões do Brasil, acompanhou por meses o percurso de diversos pacientes
“Perceber o mundo em que se vive é o primeiro passo para modificá-lo” (André François)
Aos que morreram e sobreviveram no caminho.
Nas margens do Rio Preguiça (MA), um jovem com fortes dores de estômago, passa 40 minutos dentro AMBULANCHA até chegar no hospital mais próximo. Essas ambulanchas, chegaram na cidade há apenas 2 anos. Antes muitos morriam sem saber o que tinham.
Pari Cachoeira (AM) fica no meio da floresta Amazônica, uma área de ocupação indígena.
As tribos ficam a dias de dist창ncia de qualquer hospital.
Hå uma sala cirúrgica com equipamentos de ponta, abrigadas por paredes de lona e protegida do calor e da chuva por uma palhoça.
Centro de Atendimento dos Expedicionários da Saúde, organização não-governamental, que reúne médicos voluntários em expedições para levar atendimento às regiões afastadas da Amazônia.
Esses médicos expedicionários fazem procedimentos simples, como retiradas de hérnias e cirurgias oftalmológicas.
Isso tudo permite que os indígenas retomem sua rotina de caça e pesca, muitas interrompida pela doença.
Centenas de pessoas chegam aos Expedicionários da Saúde em busca de atendimento, a maioria de comunidades isoladas, que quase não mantêm contato com os brancos e nem com etnias vizinhas.
Essa jovem sofria preconceito em sua aldeia, por ser mãe solteira e ter uma mancha escura em boa parte do seu rosto. Segundo a tradição Hupda, marcas são estigmas. Com a cirurgia, eliminou a marca da jovem que voltou para sua comunidade para começar uma nova vida.
Essa senhora veio com o marido que ia fazer uma cirurgia de catarata. Ela está grávida, mas não sabia de quanto tempo. Os médicos descobrem que o bebê está em posição que exige uma cesariana. Ela foi transferida para um hospital em uma canoa com motor, viagem que demorou 14 horas.
O bebê nasceu saudável. Isso nem sempre acontece nessa região, onde muitas mães e bebes morrem devido à falta de recursos para esse tipo de intervenção.
Barra Velha (SC). Dona Cida, viúva, mãe de 5 filhos, ela corre atrás da vida do menino Allan, de 14 anos, que sofre de distúrbio renal e depende de vários medicamentos para sobreviver.
Eles moram num conjunto de casas de madeira, sobrevivem de latinhas que juntam, e de alguns bicos do pequeno Allan, que começou a trabalhar com 7 anos, e disse para a mãe: “Eu tenho esse problema, mas tu não quer que eu seja um inútil”.
Maria Lourdes, de 50 anos, luta contra o vírus HIV e um câncer no rim, tem 37 quilos e diz ter contraído o vírus do marido, com quem foi casada 20 anos e teve 2 filhos.
AndrĂŠ acompanhou um dia ela no hospital e disse que voltaria quando ela estivesse boa. Um mĂŞs depois de conhecĂŞ-la, ele liga pra filha de Maria Lourdes e descobre que ela morreu naquele mesmo dia do encontro.
André François conheceu o menino André em um Hospital de Goiânia e se comprometeu a acompanhá-lo até sua partida para o Pará. O menino ligou para ele 4 vezes um dia antes de morrer, mas o fotógrafo não retornou seu chamado, achando que teria mais tempo.
Agora, o fotógrafo vai até Goiânia levar os fotos do menino como um presente pra mãe.
ESCOLHER E VIVER – TRATAMENTO E QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS (2010) -Em 4 anos de registros na área da saúde, André encontrou diversos pacientes renais crônicos, acompanhou seu tratamento e seus desafios para fazê-lo
- A missão deste livro é contribuir com a divulgação deste tratamento e incentivar a doação de órgãos
Vit贸ria, 12 anos, nasceu com problemas neurol贸gicos. A doen莽a renal apareceu aos 8 anos.
Vitória está prestes a realizar o transplante de rim. O pai será o doador. As expectativas da família são altas.
Segundo os pais Sílvio e Maria, cuidar de vitória lhes dá várias lições. “Se a gente desistir, ela também desiste”, diz a mãe.
O carregamento de caixas com o material para diĂĄlise peritoneal sai de SĂŁo Paulo, rumo a uma longa jornada.
Guilhermina dos santos, mora em Parintins, uma ilha de 100 mil habitantes famosa pela Festa do Boi.
Em muitas mãos e braços, e depois de 2 semanas, as caixas finalmente chegam na moradia de Dona Guilhermina. Sem esse material ela teria que viajar 3 vezes por semana, atÊ Manaus, em um barco por 20 horas, sendo obrigada a mudar de cidade.
PROJETO VIDA -O contato com diversas entidades internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas), MSF (Médicos sem fronteiras), OMS (Organização Mundial da Saúde), mostra que esta não é somente uma questão brasileira.
-Daí surge a necessidade de André criar o PROJETO VIDA – um documentário sobre a saúde no mundo, que está em desenvolvimento.
http://andrefrancois.wordpress.com
André pediu a uma médica que lhe contasse a história mais emocionante que já tinha visto, a médica apresentou Dona Patrícia que estava chorando.
André: “Neste momento tive a CORAGEM ou COVARDIA de fazer um primeiro retrato desta incrível mulher”.
Quando ela percebeu disse: “Assim não, eu tô feia!”. André: “Mas a foto já tinha sido feita, respeitei seu pedido e acalmei meu dedo”.
RESULTADOS
Os resultados dessas reflexões geram mobilizações, fomento de grupos de humanização dentro de hospitais, utilização das imagens em aulas para profissionais da saúde, apresentação em congressos e festivais, mobilização de novas ações e recursos e mudanças em políticas públicas.
RECONHECIMENTO -As imagens de André sobre saúde foram incluídas na Coleção Pirelli-MASP de Fotografia -O livro A curva e o caminho recebeu o Prêmio da Fundação Conrado Wessel de Arte
-Premiado pela OMS (Organização mundial da Saúde) e OPAS (Organização Panamericana de Saúde) como o melhor projeto da América Latina na categoria “Comunicação e Saúde” -Reconhecida pela Fundação Banco do Brasil, Petrobrás, Unesco, Fundação Itaú Social, Ministério da Cultura
PĂ GINAS NA INTERNET: www.imagemagica.org http://andrefrancois.wordpress.com
Trabalho elaborado por exigĂŞncia da disciplina Fotojornalismo, sob a responsabilidade do professor CĂŠsar Mulati
Produção e apresentação de Bruna Zanuto, da IVº Etapa do curso de jornalismo da UNAERP