Bruno Alves da Silva
Projeto de livro ilustrado
A caรงada Bruno Alves da Silva
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Projeto: A caçada
Objetivo
O
objetivo é, através de um projeto lúdico desenvolvido em função do conceito com o suporte escolhido, fazer uma correlação
entre tipos antigos e novos de pintura sobre paredes, além de relacionar possíveis temas e passar uma mensagem para as crianças que lerem o livro.
Projeto editorial
O
livro seria dividido em diversas ilustrações de estilo simples e rabiscado. A ideia seria compilar imagens e fotografias de pintura rupestre pré-histórica ao redor do mundo e fornecê-las a um ilustrador, que irá reproduzi-las unificando seu estilo gráfico. Simulará com giz e objetos grossos de pintura as formas sólidas e poderosas da pintura rupestre, impressa sobre papel texturizado, para que pareça uma única pintura feita através do tempo em uma parede de caverna. No total de 26 páginas, 13 em cada verso, o ilustrador teria algumas páginas onde teria de refazer a arte, e outras onde poderia criar as suas a partir do mesmo estilo. Do outro lado, far-se-á a mesma coisa com pínturas e stencil de muro contemporâneo, reproduzindo sobre o papel texturizado — desta vez simulando um grande muro — de forma a também
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manter a continuidade no verso do livro. Um poema será escrito sob o tema de caça e caçador — as pinturas rupestres são simbólicas como treino, como “feitiço” e histórias de caçadas e caças do homem pré-histórico, da subordinação da natureza ao homem. As pinturas e stencil nos muros de hoje, por outro lado, correntemente fazem críticas ao sistema estabelecido e à violência. O contraponto é feito entre a caça do animal pelo homem, da humanidade sobre a natureza, e entre a exploração e “caça” do homem pelo homem, tendo essa modificação de eixo como uma mensagem de denúncia aos impulsos destrutivos da humanidade. O poema será, portanto, dividido em um verso por página, fazendo essa ligação entre caça e caçador de lá, caça e caçador de hoje, e como trouxemos esta herança de “caçadores” e ela nos prejudica até hoje.
U
m diferencial gráfico que gostaria de implementar seria o livro não ser composto de páginas cortadas e costuradas, mas uma longa página dobrada em forma de sanfona, para que cada quadro subsequente da história apresentasse a continuidade no fundo e assim passar a impressão de que a história é contada em uma enorme parede de caverna / muro. Em um dos lados, teríamos o começo na caverna, e depois teríamos o contraponto no muro ao virar para ler o verso da folha. Quando passasse para a próxima página, o leitor, caso fique incomodado com o tamanho, poderia ir dobrando a anterior. Assim evitamos o “corte” da história e passa uma sensação de continuidade que combina
conceitualmente com o estilo de apresentação do livro. Além disso, é interessante a impressão de texturas sobre as diferentes silhuetas, como que para simular que de fato aquilo foi pintado com um material diferente do suporte. O livro foi concebido como um projeto pequeno e quadrado, de 13 x 13 centímetros, e duas capas duras sem lombada serviriam como suporte para que o livro fosse, como uma sanfona, aberto. O papel foi concebido como ArjoWiggins Natural Plus 150g/ m². Seriam feitos em duas camadas para manter a consistência e a diferença de cores. Uma camada seria afixada sobre a outra, assim dando a impressão de um papel único e contínuo. O tamanho final aberto seria, portanto, 169 x 13 cm.
Bruno Alves da Silva
Projeto gráfico
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Projeto: A caçada 6
Contexto do projeto
C
om programas de governo voltados à educação e bibliotecas escolares que fazem compras de livros infantis através de editais, pode-se notar que existe uma demanda para este tipo de livro, ainda mais dos tipos que contém um conteúdo de certa forma educativo ou passível de ser usado em sala de aula. Através de uma simulação de um conceito de arte importante para geografia, história e principalmente artes durante o ensino básico, pode servir como uma maneira lú-
dica de se ensinar, e tem portanto o perfil de venda para o governo. Qanto à produção e possibilidade tecnológica, há livros que já funcionam no estilo “sanfona” de formato, como o livro da V&R Editora chamado “A rosa e o espinho, que apresenta sanfonado entre duas capas dura o texto de um pequeno livro, com uma história em cada verso da página; apontando assim a possibilidade técnica e tecnológica de realizar um livro neste formato.
A
lém da publicação em livrarias, temos como projeto de comercialização a possível venda para o governo através do programas de compras de livros para as escolas. Como
a pintura rupestre é abordada nas aulas de artes, geografia e história, também as mesmas que em algumas escolas fazem a conscientização civil das crianças, o projeto teria o perfil para adoção escolar.
Bruno Alves da Silva
Estratégias
Profissionais envolvidos
N
a produção gráfica, após as ilustrações e projeto estar prontos, é necessário o fornecimento do papel texturizado necessário para compor o miolo do livro. Sobre este papel será impresso o con-
teúdo, mas é necessário também que o papel tenha as dimensões necessárias para que seja impresso seu miolo. Após isso, é preciso dobrar adequadamente o miolo e fixar as capas-duras, impressas, às folhas de guarda.
Estilo gráfico
O
estilo da ilustração será formas majoritariamente sólidas e simples, na simulação unificada de uma pintura rupestre / de muro. O ilustrador escolhido a priori para execução das ilustrações é o capista e ilustrador Rafael Nobre. Como mostram as referências, Nobre, além de ter um domínio de formas sólidas em sua ilustração, também é bastante proficien-
te em projetos mais estilizados, assim podendo dar uma cara própria ao projeto gráfico de “A caçada”.
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Projeto: A caçada 8
Versão digital
A
versão digital do livro “A caçada”, a princípio, consiste em um software de animação como o Adobe Flash. Nesta animação, teríamos a inteiridade da parede da caverna, ilustrada como no texto, exposta a frente do leitor ou da criança. O ideal é que o aplicativo fosse disponibilizado para tablets e aplicativos com tela de toque, pois a ideia é que a pessoa possa atravessar o livro deslizan-
do com o dedo pela parede da cavena - e, depois, do mural - tendo acesso às ilustrações e aos versos do poema. Ao mesmo tempo, haveria um botão que poderia mostrar, então, qual era a arte original na qual o artista se baseava para criar a sua versão, com o nome do local onde a arte (no caso das pinturas rupestres, onde as fotos são melhor catalogadas) foi encontrada, e possíveis links de acesso.
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AN EX O A
Imagens que ser達o ilustradas
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AN EX O B
Poema utilizado como texto
Projeto: A caçada
Frente A caça corre livre, corre caça O caçador corre, corre à caçada Quando caça caçada não corre, morre Caçador que caça e não corre, nada Bicho se correr o bicho pega, Bicho se ficar o bicho come Bem fosse o comum, apenas mais um Bicho aqui não caça, caçador o homem Pois homem tem que caçar a caça Se quer sobreviver ao mundo de então Mundo animal, sem fim, sem igual Deixa na parede sua marca de mão
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Mas agora acabou mundo outro A caça corre livre, corre caça Acabou, o homem faz o show
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verso
Cara a cara não tem graça Já foi lança, é fuzil Já foi rede, é canhão Já foi mangue, é sangue Marca de sangue no chão Caça não corre, parou de fugir Quando a caça e o caçador são iguais Caçador correu, o homem venceu Aquela caçada não existe mais
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A NEX O C
Ligação entre textos e imagens
Projeto: A caçada
Texto A caça corre livre, corre caça O caçador corre, corre à caçada Quando caça caçada não corre, morre Caçador que caça e não corre, nada Bicho se correr o bicho pega, Bicho se ficar o bicho come Apenas o normal, este mundo animal Animal aqui não caça, caçador o homem Pois homem tem que caçar a caça Se quer sobreviver ao mundo de então Mundo animal, sem fim, sem igual Deixa na parede sua marca de mão Mas agora acabou mundo outro A caça corre livre, corre caça Acabou, o homem faz o show Cara a cara não tem graça
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Ilustração Imagem 1 do Anexo A Imagem 2 Imagem 4 Imagem 3 Imagem 6 Imagem 7 Animais correndo desenfreados Imagem 9 Animal atingido com uma lança, caído no chão, em marrom Imagem 5 Imagem 8 Imagem 10 Imagem 12 Stêncil de pessoas fugindo de tiros Imagem 11 Imagem 14
Já foi lança, é fuzil Já foi rede, é canhão Já foi mangue, é sangue Marca de sangue no chão
Imagem 13 Imagem 15 Imagem 19 Imagem 17
Caça não corre, parou de fugir Quando a caça e o caçador são iguais Caçador correu, o homem venceu Aquela caçada não existe mais
Imagem 16 Imagem 18 Imagem 20 Imagem 21
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