Novos olhares e desafios

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Novos Olhares e Desafios da Complexidade na Arquitetura

PROF. DR. BRUNO MASSARA ROCHA - www.territorios.org/rede


INTRODUÇÃO EPISTEMOLOGIA E ARQUITETURA


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INTRODUÇÃO: EPISTEMOLOGIA E ARQUITETURA

DO QUE SE TRATA EPISTEMOLOGIA E ARQUITETURA > Análise da natureza do trabalho do arquiteto a partir de: . métodos: estrutura lógica do projeto e das tomadas de decisão; . processos: mecanismos operacionais, de progressão; . valores: princípios culturais, artísticos, sociais e ecológicos; > Todo corpo de conhecimentos que funda a prática de projeto > EPISTEMOLOGIA DE PROJETO: é evolutiva, está sempre abrindo possibilidades de incorporação de novos saberes; REVOLUÇÃO EPISTEMOLÓGICA A PARTIR DA SEGUNDA METADE DO SÉC. XX


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PARTE I A COMPLEXIDADE E OS DESAFIOS DE TRABALHAR COM A INCERTEZA


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COMPLEXIDADE E OS DESAFIOS DE TRABALHAR COM A INCERTEZA

PROBLEMAS COMPLEXOS “em um mundo imprevisível, improvisação, evolução e inovação são mais que um luxo, são uma necessidade” (Fischer et Giaccardi, 2004)

> Não há como antecipar completamente os problemas de um projeto, nem mesmo as possíveis formas de apropriação de espaços e objetos por parte dos usuários > Pode um projeto ser integralmente pré-planejado? > Revela-se uma consciência emergente de um pensamento projetual mais flexível e experimental, que busca novos métodos para operacionalizar a incerteza;


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COMPLEXIDADE E OS DESAFIOS DE TRABALHAR COM A INCERTEZA

UM PENSAMENTO QUE EVOLUI > Ao contrário de um controle rígido e determinado temos sequências de decisões em constante experimentação, inferindo a melhor direção em cada etapa; > Não é uma sequência fechada e linear de procedimentos, mas uma configuração estrutural que progressivamente evolui de modo recursivo e integrado; processo autoreferenciado. Por ex. imagens repetidas em espelhos paralelos


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COMPLEXIDADE E OS DESAFIOS DE TRABALHAR COM A INCERTEZA

O MÉTODO DE REFLEXÃO-EM-AÇÃO “cada decisão de projeto é parte de um processo contínuo de conversação com a situação problema” nne, Paris o b r o S a n a músic voluem e s o x e l s comp los a m e l Prob solvêe r e d esforço

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(Schön, 1983)

Estudou

> É um sistema de relações estruturado em rede. O objetivo não é resolver diretamente o problema, mas desenvolver um sistema que consiga acompanhar a evolução do problema em busca de coerência; > Idéia de PERFORMANCE: como no jazz, há um esquema estrutural de referência que orienta as variações e adaptações. > São situações abertas à incerteza;

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Relações com o Design Th


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COMPLEXIDADE E OS DESAFIOS DE TRABALHAR COM A INCERTEZA

RELAÇÕES COM O JAZZ > CONCEITO BREVES SOBRE A IMPROVISAÇÃO NO JAZZ; . performances operacionalizadas por redes de relações temporárias; . tensão constante: expressão individual e a coesão coletiva; . o processo de criação é: informal, negociável, se reinventa, é participativo e socialmente constitutivo; “a improvisação consiste na variação, combinação e recombinação de um conjunto de elementos dentro de um sistema que delimita e dá coerência para a performance” (Schön, 1983, p.55)


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PARTE II UM OLHAR IMPROVISACIONAL ORIENTADO AO PROJETO


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UM OLHAR IMPROVISACIONAL ORIENTADO AO PROJETO

IMPROVISAR E PROJETAR, QUAL RELAÇÃO? > é preciso superar a idéia de racionalidade e objetividade no projeto e planejamento (tradição e determinação técnica e científica) > Ref: Comparing Paradigms for Descrining Design Activity (Dorst & Dijkhuis, 1995) The Science of the Artificial (H. Simon, 1969) . princípios científicos . ciência clássica . positivismo . racionalidade técnica . problemas: entidades estáveis, descritivas e passíveis de generalização

The Reflective Practitioner (D. Schön, 1959) . pensamentos não-científicos . mais intuitivos e mais experimentais neas e â t n o p rtas es e . construcionismo b o c s de s . unicidade dos problemas acidentai . processo de projeto como conversação

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UM OLHAR IMPROVISACIONAL ORIENTADO AO PROJETO

IMPROVISAR E PROJETAR, QUAL RELAÇÃO? “Projetistas fazem uso de uma variedade de tipos de conhecimento, do científico, relativo às propriedades dos materiais, ao inefável, derivado da aprendizagem, experiência, erros e acertos, etc., que permitem arquiteto saber se uma determinada solução de projeto ‘pareça’ correta ou incorreta” (CROSS; NAUGHTON; WALKER, 1981, p. 198) > é um processo de aprendizado constante, uma educação continuada; > desenvolvimento de uma consciência simultânea entre: . o entendimento do problema e . suas possibilidades de transformação; EXISTE UMA DUALIDADE PARADOXAL ENTRE DISCIPLINA E INDISCIPLINA, QUE TAMBÉM É MATÉRIA-PRIMA PARA A COMPLEXIDADE


PARTE III AS DEMANDAS POR: ADAPTAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, HIBRIDAÇÃO


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AS DEMANDAS POR: ADAPTAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, HIBRIDAÇÃO

A DEMANDA POR ADAPTAÇÃO > Precursor na Arquitetura: Christopher Alexander - Notes on the synthesis of form (1964) > Adaptação nas formas projetadas: implica em avançar sobre a noção de arquitetura como forma para arquitetura como sistema; > SISTEMA: modelo de ordenação de estruturas com ênfase no intercâmbio, ou seja, estruturas que interpretam o contexto e reagem conforme esta interpretação; > FEEDBACK: conceito cibernético essencial para a adaptação; estar em interação com: . ambiente, usuários, temporalidade, contexto, clima, etc.


DROP CITY ARIZONA, 1966 Fonte: Dropciitydoc (site) A comunidade DropCity situava-se no sudeste do estado americano do Colorado. Foi fundada por Gene Bernofsky, JoAnn Bernofsky, Richard Kallweit e Clark Richert em meados dos anos 1960 e teve um períodode duração de sete anos. Os princípios construtivos foram inspirados na técnica artística droppings, recor- rente nas vanguardas artísticas como, por exemplo, nas obras de Jackson Pollock. Os mais diversos tipos de materiais,

em sua maioria sucatas, eram aplicados às estruturas geodésicas inspiradas em Buckminster Fuller. A implantação de várias unidades “lançadas” sobre um amplo terreno vazio traduzia o sentido da proposta. Havia uma intenção transgressiva dos valores sociais e econômicos da sociedade norteamericana que recorre em inúmeras propostas arquiteturais e artísticas nos anos 1960


HOW TO BUILD YOUR OWM LIVING STRUCTURES KEN ISAACS, 1974 Fonte: ISAACS, 1974 (capa)


HOW TO BUILD YOUR OWM LIVING STRUCTURES KEN ISAACS, 1974 Fonte: ISAACS, 1974, pg.31


HOW T KEN I O BUILD YO SA U Fonte ACS, 197 R OWM L IVING 4 : ISAA CS, 19 ST R U CTUR 74, pg ES .07


HOW TO BUILD YOUR OWM LIVING STRUCTURES KEN ISAACS, 1974 Fonte: ISAACS, 1974, pg.68


HOW TO BUILD YOUR OWM LIVING STRUCTURES KEN ISAACS, 1974 Fonte: ISAACS, 1974, pg.94


HOW TO BUILD YOUR OWM LIVING STRUCTURES KEN ISAACS, 1974 Fonte: ISAACS, 1974, pg.76


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AS DEMANDAS POR: ADAPTAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, HIBRIDAÇÃO

A DEMANDA POR PROGRAMAÇÃO > TECNOLOGIA NUMÉRICA: operadoras da programação na arquitetura > Em uma cultura modelada pela tecnologia numérica, o arquiteto dispõe de mecanismos para analisar e propor novos modos de criar, distribuir, acessar, compartilhar, remixar, produzir, projetar conteúdos e objetos materiais e imateriais diretamente saídos da cultura do software; > Programação: criar sistemas interativos, configurar e parametrizar softwares e hardwares, controlar sistemas de fabricação digital, agenciar redes e plataformas colaborativas, visualização de dados, simulações complexas, etc. > Linguagem Digital: agenciam nova forma de raciocínio não-linear, coletiva, compartilhada, um pensamento mais dinâmico, adaptativo e experimental;


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AS DEMANDAS POR: ADAPTAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, HIBRIDAÇÃO

A DEMANDA POR PROGRAMAÇÃO > Permite a emergência de movimentos como: do-it-yourself, do-it-with-others, opensource, openhardware; > cultura projetual mais cibernética, distribuída, encadeada e recursiva; > A idéia tradicional de um projeto como composição dá lugar a uma síntese dinâmica de relações; > Greg Lynn: sistemas maleáveis - programado para responder às contingências do contexto; > Não se desenha o projeto, mas os princípios operativos que vão gerar uma forma potencial - Projeto torna-se Metodologia


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AS DEMANDAS POR: ADAPTAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, HIBRIDAÇÃO

A DEMANDA POR PROGRAMAÇÃO > o PROGRAMA, tradicionalmente compreendido como a primeira etapa de um processo de projeto, torna-se o próprio ato de projetação ; > No computador o PROGRAMA é um conjunto complexo de regras e funções; > Na arquitetura o PROGRAMA é um sistema de relações e interdependências comunicacionais = Princípios Operativos “pela primeira vez na história o arquiteto é demandado a projetar não o objeto em si, mas os princípios pelos quais ele é gerado e variado ao longo do tempo” (NOVAK, 1991, p. 2).

> Abordagem METAPROCESSUAL ou METAPROJETUAL - sua base é a colaboração


ELETRIC MOBILE HOME MICHAEL WEBB (ARCHIGRAM) Fonte: Jencks, Silver, 2013, p.52


CYBERNETIC TOWER NICHOLAS SCHOFFER, 1963 Fonte: Urbagram 1963 (site)


THE FUN PALACE CEDRIC PRICE, 1961 Fonte: INTERACTIVE ARCHITECTURE (site)


A CIDADE ESPACIAL YONA FRIEDMAN, 1958-62 Fonte: YONA FRIEDMAN (site)


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AS DEMANDAS POR: ADAPTAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, HIBRIDAÇÃO

A DEMANDA PELO HÍBRIDO A pergunta não é “o que fazer de novidade”, mas “o que fazer com isso”? (BOURRIAUD, 2009, p. 9).

> A produção de singularidades a partir do preexistente é tão ou mais importante do que a criação de novas informações; > HIBRIDIZAR = PÓS-PRODUZIR = apropriação de objetos e formas culturais existentes e em circulação como ponto de partida para a criação de novos repertórios e novas versões; > “Micropirataria”: Para Flusser (2007) cada objeto (e espaço) produzido pelo humano tem um programa (conjunto de “possibilidades prescritas”), e a pós-produção age no sentido de desprogramá-lo e, em seguida, reprogramá-lo;


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AS DEMANDAS POR: ADAPTAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, HIBRIDAÇÃO

A DEMANDA PELO HÍBRIDO > A configuração do Híbrido desafia a cultura da acumulação, a predominância da novidade e da busca heroica pelo inédito e pelo sublime (BOURRIAUD, 2009); > O quê a HIBRIDAÇÃO tem a ver com a TECNOLOGIA = TUDO!

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> O exemplo do Deejay (DJ): personagem central na cultura contemporânea

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“[...] consiste em mostrar seu itinerário pessoal no universo musical e encadear esses elementos numa determinada ordem, cuidando da construção de um ambiente (ao vivo, com o público, que reage aos seus movimentos) [...] seu estilo revela-se na capacidade de habitar uma rede aberta e na lógica que organiza as ligações” (BOURRIAUD, 2009, p.39). > ENCONTRA-SE EM CURSO UMA REDEFINIÇÃO DOS MODOS COMO NOSSA CULTURA É PRODUZIDA

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AS DEMANDAS POR: ADAPTAÇÃO, PROGRAMAÇÃO, HIBRIDAÇÃO

A DEMANDA PELO HÍBRIDO > Há um desejo em driblar estratégicas de controle e oferecer mecanismos mais democráticos de acesso a serviços, informações, bens e produtos: . opensource, código-livre, creative commons, shareware, opendesign > ERIC VON HIPPEL (2005): destaca processos significativos de inovação postos em prática por profissionais e amadores dispostos a criar, difundir, cooperar e desenvolver mutuamente sistemas e produtos complexos; > Denominados processos bottom-up ou emergentes: são metodologias cujas interações paralelas entre agentes locais dão origem a padrões de nível global (JOHNSON, 2003, p.14)


INVENTOS AMBULANTES GABRIELA PEREIRA, 2004 Fonte: PEREIRA, 2004, pg.73

FOUND HACKS THOMAS LOMMEE, 2013 Fonte: The Openstructures [site]


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MÁQUINA AUTODESTRUIDORA JEAN TINGUELY, 1961 Fonte: TATE [site]

ARTISTA EM PROCESSO JEAN TINGUELY, 1961 Fonte: Les Carnets D’Eucharis METAMATIC 17 JEAN TINGUELY, 1959 Fonte: PIXGOOD [site]


READYMADE - BICYCLE WHEEL MARCEL DUCHAMP, 1913 Fonte: WIKIART

PARANGOLÉ HÉLIO OITICICA, 1964 Fonte: translinguistic other [site]

HAPPENING JEAN JACQUES LEBEL, 1966 Fonte: Lebel, 1997


THE DARK ATTIC ROOM ALLAN KAPROW, 1963 Fonte:KAPROW, 1966


HANNOVER MERZBAU KURT SCHWITTERS, 1927 Fonte: HENRI, 1974, pg. 10


MUTANTTRUMPET BEN NEIL, 1990 Fonte: WANDS, 2007, p.128

MONOGRAM COMBINE ROBERT RAUSCHEMBERG, 1955 Fonte: Rouschemberg Foundattion [site]

COMPRESSION CESAR BALDACCINI, 1966 Fonte: The red List [site]

ENVIRONMENT CLARENCE SCHMIDT, 1970 Fonte: Historical Society of Woodstock [site]

MAGNET TV NAM JUNE PAIK, 1965 Fonte: Media Art Net [site]



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