Abrente 59

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Vozeiro de Primeira Linha

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Ano XVI • Nº 59 • Segunda jeira • Janeiro, fevereiro e março de 2011

Jornal comunista de debate e formaçom ideológica para promover a Independência Nacional e a Revoluçom Socialista galega

Conjura de canalhas Editorial O enganosamente denominado “Acordo Social e Económico para o crescimento, o emprego e a garantia das pensons”, assinado a 2 de fevereiro polo governo espanhol do PSOE, o patronato e o sindicalismo corrupto e entreguista, nom foi nengumha surpresa. Era visto! Cándido Méndez e Fernández Toxo levavam meses preparando esta nova traiçom à classe obreira e ao povo trabalhador. A rotunda negativa a convocar greve geral para frear umha das maiores agressons contra as conquistas sociais nas últimas décadas prognosticava este desenlace suficientemente anunciado. As três mentiras do enunciado nom ocultam o engano promovido por quem deve ser caracterizado como integrante do projeto reaccionário do patronato e os partidos burgueses. CCOO e UGT há muito tempo deixárom de ser sindicatos de classe para se transformarem em duas gigantescas empresas com milhares de assalariados com um objectivo prioritário: conter a rebeldia, domesticar e neutralizar os sectores operários e populares, procurando incorporá-los na lógica derrotista da conciliaçom. Cada dia parecem-se mais com o sindicalismo peronista argentino: imensas maquinarias burocráticas dirigidas por enriquecidos cleptómanos sem escrúpulos que, combinando a gestom de fabulosos subsídios estatais com a direcçom de um opaco holding de empresas. Fam parte das elites do regime burguês ao qual devem estar eternamente agradecidos. Nom podemos desconsiderar que cada umha destas duas “centrais sindicais”-empresas foi subsidiada com mais de cem milhons de euros o ano passado segundo as informaçons oficiais. Ao que há que acrescentar as mais variadas ajudas e negócios sujos em que investem as suas elites. Ainda está fresco o escándalo imobiliário IGS-PSV que, incompreensivelmente, só provocou a queda de Nicolás Redondo em meados dos noventa. A greve de 29 de setembro foi convocada sem o mais mínimo entusiasmo. Inicialmente condicionados pola sua base social basicamente procuravam frear o enorme descrédito que arrastam promovendo umha greve de baixo perfil que nom buscava parar o governo amigo. Mas posteriormente à campanha promovida por setores do PP e do PSOE contra os “liberad@s” e delegad@s sindicais, optárom por apostar no seu sucesso para evitar que o regime juancarlista modificasse os acordos da Transiçom que reconhecem a sua representatividade como

interlocutores sociais, e os enormes privilégios emanados dos Patos da Moncloa de 1977. A burocracia via perigar a perpetuaçom do seu estátus e inclinou-se por apresentar um pulso ao governo. A elevada adesom da greve geral nom agradou aos seus líderes que rapidamente optárom por reconduzir a situaçom reincorporando-se a mesa de negociaçons, e atingindo mais dinheiro público para comprar consciências e seguir vendendo a classe obreira. Eis porque nom continuárom com a luita e polo que nom se somárom à greve geral nacional de 27 de janeiro. CCOO e UGT som inimigos da classe obreira, som sindicatos amarelos, simples apêndices do Capital. Há pois que combatê-los sem trégua. E ainda menos deve surpreender a política neoliberal que está aplicando Zapatero. Ao contrário de CCOO e UGT, o PSOE nom atraiçoa ninguém. Tam só aplica o seu verdadeiro programa ao serviço do imperialismo alemám e norte-americano, seguindo instruçons da grande burguesia espanhola tal como acordárom na sua refundaçom em Suresnes em 1974. As comunistas galegas e galegos sempre manifestamos que o PSOE mais cedo que tarde estava obrigado a retirar a máscara, aplicando o seu verdadeiro programa neoliberal e espanholista. Só a pseudo-esquerda burguesa e o autonomismo depositavam expetativas no novo talante do socialismo espanhol. Foi a pequena burguesia urbana quem contribuiu a construir o falso mito de um novo PSOE de sensibilidade social e cultura democrática, alimentando o medo à volta da direita representada polo PP. Mas o PSOE de Zapatero sempre foi e é o mesmo da época de Felipe González. O PSOE da corrupçom, do ataque sistemático à classe trabalhadora e às conquistas populares, da negaçom do direito de autodeterminaçom, da repressom e corte de liberdades, do intervencionismo subimperialista sob a batuta ianque. O PSOE está a aplicar umha política económica, laboral e social idêntica à do partido de Rajói e Feijó. A única diferença é que o PP teria mais dificuldades para a sua implementaçom. A ofensiva contra as conquistas operárias, populares e sociais, plasmadas na última reforma laboral e no aumento da idade de reforma, está a aplicar-se de forma simultánea com o incremento de cada vez mais intensas pressons e declaraçons hiper-recentralizadoras com as que o espanholismo pretende

Sumário 3 Cuba: Socializar e democratizar! Narciso Isa Conde

4 Um olhar à actual ofensiva ideológica e repressiva do Capital Carlos G. Seoane

5-6 As incendiárias. Barricadas lilás nas ruas de Paris

Noa Rios Bergantinhos

7 A soluçom do desemprego na Colômbia segundo Juan Manuel Santos Jesús Santrich

8 XV Jornadas Independentistas Galegas Saída revolucionária à crise capitalista Miguel liberdade


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Nº 59 Janeiro, fevereiro e março de 2011

Editorial

alterar os acordos da Transiçom. O “café para todos” já nom lhes vale. Agora procuram umha reestruturaçom administrativa involucionista para fazer frente às demandas de libertaçom nacional dos povos que o Estado imperialista espanhol oprime e explora. Mas nom vamos ser nós, da Galiza e do comunismo galego, que marquemos o programa de luita e os passos a dar para que o proletariado espanhol se dote de ferramentas de combate que superem os modelos reformistas e jacobinos imprescindíveis para quebrar o bloco de classes oligárquico espanhol. A nossa prioridade, sem desatender modestamente os nossos compromissos internacionalistas, está centrada em construir um partido comunista combatente que contribua para a emancipaçom da classe obreira galega e a libertaçom da nossa Pátria com um programa genuinamente antipatriarcal. Eis a coerente trajetória dos quinze anos que este 1º de maio cumprimos. Sabemos que a tarefa é gigantesca e complexa, mas nom avalizamos nem duvidamos sobre a cada vez maior vigência e necessidade de contar com um forte e implantado independentismo socialista nos centros de trabalho e ensino, nas ruas do nosso País. A luita ideológica é fundamental para poder avançar. Um projeto insurgente como o que estamos cincelando nom se constrói conciliando com o reformismo, nem procurando o seu aplauso e simpatia.

Ao contrário! Só mediante o confronto podemos avançar, desmascarando e enfraquecendo toda forma de colaboracionismo e capitulaçom. Nom temos hipotecas nem dívidas com ninguém. A nossa independência política é plena. O movimento demonstra-se andando. A Revoluçom Galega é o nosso objetivo. Todas as nossas energias e recursos, a nossa intervençom tática e setorial só se supedita à criaçom de condiçons subjetivas que possibilitem o êxito de um processo insurreccional. Poderemos ser aculnhad@s de maximalistas e fantasiosos por aqueles que levam décadas atolados em processos eleitorais, enganado o nosso povo com promessas incumpridas, com avanços inexistentes. Mas nom nos importa! Nós só temos que dar explicaçons à classe obreira e à Pátria. A crise crepuscular do capitalismo está golpenado com força na Galiza. O incremento do desemprego, a queda do poder aquisitivo e aumento da pobreza e exclusom social, a emigraçom da juventude, a precarizaçom dos contratos, coincide com o reforçamento dos mecanismos para disciplinar a classe obreira. O resultado é umha complexa situaçom na que embora cada vez seja maior o mal-estar, este ainda nom está suficientemente madurecido para cristalizar em revoltas e explosons sociais. Diferentemente doutras latitudes planetárias, aqui ainda há um enorme colchom social e ideológico que impossibilita traçar com precisom as causas e os responsáveis pola crise económica.

A atitude vacilante da direcçom do sindicalismo nacional e de classe maioritário, e a sua hipoteca com o regionalismo social-democrata, contribui para moderar e apagar a resposta obreira e popular. Apostam exclusivamente em respostas ordeiras e orgánicas. Nom toleram a mais mínima expressom de coerência na luita e combate obreiro. Condenam sem paliativos a resistência proletária. A combinaçom de diversos fatores interligados permitem explicar porque o resultado da greve geral nacional de 27 de janeiro ficou a meio caminho. As dúvidas e contradiçons internas e a morna orientaçom que a direcçom da CIG imprimiu à jornada evitando paralisar serviços, comércio e hotalaria, incidir nas vilas e cabeceiras de comarca, para nom confrontar os setores intermédios a que se dirige o BNG, nom se pode dissociar da ocupaçom policial e do silenciamento mediático. Tampouco se pode subestimar os enormes limites e insuficiências de um modelo de sindicalismo que nom ideologiza a enorme estrutura de delegadas e delegados, nem favorece a participaçom ativa da filiaçom na açom sindical da central. Todo isto impossibilitou que a jornada atingisse o sucesso desejado. Porém, constatou a existência de um setor qualitativa e quantitativamente importante que nom se submete à lógica da resignaçom imperante e que cumpre radicalizar seguindo a orientaçom dos povos trabalhadores da Grécia, Tunísia ou o Egipto.

*** O XXX aniversário do autogolpe de estado de 23 de fevereiro voltou a ser novamente aproveitado polo regime da II Restauraçom bourbónica para reforçar essa enorme falácia da Coroa como garante da democracia. Todas as forças com representaçom institucional em Madrid participárom na farsa que tam só procura reforçar um regime que nom momento em que esteja questionado pola imensa forças das naçons oprimidas, da classe trabalhadora e das mulheres, nom duvidará em agir como as estruturas de dominaçom que os povos do norte de África e do Oriente Médio estám conseguindo fazer cair. Em 1981 dérom um autogolpe de estado para restringir ainda mais as conquistas nacionais e sociais atingidas nos anos prévios. Que nom som capazes de fazer numha situaçom em que virem os seus privilégios realmente ameaçados? O tsunami que percorre a Tunísia, Egipto, Bahrein, Iemem, Líbia... é reve-

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lador do enorme cinismo com que agem Espanha e as potências centrais da UE em política internacional. Exigem a Cuba, Venezuela ou Irám respeito polos direitos humanos, mas permitem que os governantes dos países aliados violem, reprimam, espoliem com extrema dureza os seus povos. Os negócios do petróleo, da energia, das armas prevalecem sempre sobre os direitos humanos para o imperialismo. A posiçom face o regime líbio é completamente diferente a que mantivérom com Mubarak ou Ben Ali. A crueldade do aparelho de dominaçom de Gadaffi nom é qualitativamente diferente das monarquias feudais do Golfo Pérsico aliadas dos EUA. Som os povos que tenhem que conseguir a sua libertaçom sem ingerêncais externas. Da Galiza rebelde e combativa saudamos e apoiamos as insurreiçons populares que percorrem o Mediterráneo ameaçando a estabilidade do Estado terrorista de Israel e o imperialismo ianque e europeu.


ATUALIDADE

Narciso Isa Conde

Nº 59 Janeiro, fevereiro e março de 2011

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Cuba: Socializar e democratizar!

A atual orientaçom do processo cubano é preocupante pois se afasta da socializaçom e a democratizaçom da Revoluçom

Cuba -além de suas conquistas quanto a educaçom, saúde, cultura, soberania, desportos, consciência anti-imperialista e anticapitalista, desenvolvimento científico- levou a cabo “a expropriaçom dos expropriadores”, isto é, a erradicaçom da propriedade privada capitalista em favor do Estado revolucionário. O problema foi que essa expropiaçom nom foi um ato de curta duraçom para entom socializar progressivamente os meios de produçom, distribuiçom, serviços, cultura, ideologia, comunicaçom, produçom científica... Nem, em definitivo, estivo acompanhada de um sistema político democrático-participativo e de um poder popular e cidadao com organizaçons sociais autónomas com papéis diferenciados do Estado. Apesar da forte “cubanidade” desse processo revolucionário e do constante esforço por limitar a sua “sovietizaçom”, com o passar dos anos foi influído pola bipolaridade mundial (EUA-URSS) e impregnado do “modelo” euro-soviético, caraterizado polo estatismo, o planeamento burocrático centralizado, o estagnamento dos órgaos de poder popular, a fusom Estado-partido-organizaçons de massas, o verticalismo político e a escassez de liberdades políticas e cidadás.

Para onde mudar? Esse “modelo” já em crise, ao que todo indica, nom oferece possibilidades de auto-transformaçom de cima, para além de uma espécie de pacto entre estatismo, privatizaçom, economia de mercado e descentralizaçom administrativa; o qual que tem seu principal referente no chamado “modelo chinês”. Para ir mais além, isto é, para a socializaçom e a democratizaçom, é imprescindével umha forte pressom popular de fora das instituiçons e das bases da sociedade. As reformas “sinófilas” na Cuba atual -recolhidas nas propostas apresentadas ao próximo VI Congresso do PCC- tendem a combinar estatismo modernizado com neoliberalismo e keynesianismo social: capitalismo de Estado, áreas privatiza-

das (com reintroduçom da exploraçom do trabalho assalariado); descentralizaçom empresarial, cooperativismo em pouca escala, despedimentos em massa programados, abertura ao conta-proprismo (sem perspetivas claras de socializaçom), novo sistema de impostos e economia de mercado (sem políticas nem metas precisas quanto à sua substituiçom por uma economia de equivalências). Prevê, ainda, prolongar o monopólio do poder estatal polo partido comunista e nom precisamente para socializar e democratizar, mas para reger esse processo de reformas sem democracia participativa. O facto de que essas orientaçons se estejam a executar antes da sua aprovaçom no processo congressual é um dado indicativo de que se trata de uma determinaçom da direçom do partido e do Estado cubanos, para além de qualquer convite formal à sua discussom. Claro, que em Cuba - sobretodo na sua populaçom exilada ou emigrante- há quem nom concorde com com essa “via atenuada” de restauraçom capitalista, propugnando a privatizaçom total, o neoliberalismo extremo, a “democracia” made in EUA e a anexaçom polos Estados Unidos. Inaceitável para patriotas e socialistas. Mas em Cuba estám também os/as que expressam o sentir da parte mais revolucionária e consciente da sociedade, propugnando a socializaçom progressiva do estatal e a democratizaçom políticoinstitucional. A socializaçom assim proposta remete para converter em propriedade social democraticamente gerida umha grande parte dos meios, empresas e entidades estatais sob controlo burocrático. Equivale a abrir caminho à autogestom operária e popular, à cooperatizaçom de áreas estatais, à cogestom Estado-Comunidades de trabalhadores e trabalhadoras, às empresas usufruídas coletivamente, aos planos de associaçom para microempresas individuais e familiares, à cooperativizaçom do conta-proprismo, ao planeamento democrático-participativo, ao intercámbio em funçom do valor real

servaçom para futuras geraçons da saudável reproduçom de seu meio natural.

Debate crucial

Raúl Castro

das mercadorias e a processos de integraçom continental e mundial nom subordinados ao capitalismo central e aos imperialismos. Esta visom nom descarta desde já, nem o contaproprismo puro e simples, nem os co-investimentos temporários do Estado cubano sócio doutros estados ou de certos capitais privados do exterior (bem regulados e precisada a participaçom das comunidades de trabalhadoras e trabalhadores na gestom e nos lucros dessas empresas); embora se objete a política de portas abertas às chamadas “zonas especiais” de exploraçom de mao de obra barata, às concessons de bens imóveis e de recursos naturais ao capital estrangeiro e a autorizaçom em larga escala da exploraçom do trabalho alheio. Harmónica com essa visom da econo-

mia, vai da mao a proposta de um sistema de meios de comunicaçom de caráter social, nom sujeito a censura de Estado (embora o Estado-governo poda ter os seus próprios meios); a libertaçom de partidos políticos e movimentos sociais da tutela estatal; o livre exercício de iniciativas e posicionamentos desses atores no plano nacional e internacional, e uma política migratória que garanta os direitos universalmente reconhecidos. Quanto amim, figem questom de impregnar a socializaçom e a democratizaçom de políticos que acelerem a superaçom da cultura androcéntrica, o adulto-centro, o racismo, a homofobia, a discriminaçom sexual em todas as ordens, a xenofobia, o ecocidio e todas as modalidades de opressom que conspiran contra à existência e o bem-estar da humanidade e contra a pre-

Opino que este é um debate crucial sobre um processo e um tema medular para a nossa América e o futuro imediato do socialismo. Porque Cuba pós Batista foi um referente da subjetividade revolucionária e a sua afectaçom seria um golpe de conseqüências negativas incalculáveis e porque o capitalismo atual dá mais que nojo. O debate deveria ser feito com a maior profundidade e amplitude possíveis, sem intoleráncia, sem desqualificaçons, sem estigmatizaçons, sem temas tabus, a partir de factos e realidades. Insistir a partir da revoluçom nos debates sobre os socialismos necessários e possíveis, e os capitalismos impugnáveis (que som todos), nom equivale a negar méritos históricos no acidentado batalhar a favor desse sonho realizável; porque se em termos de civilizaçom humana vivemos o ocaso do capitalismo (após padecer a crueldade de sua pré-história e de sua história por mais de cinco séculos), quanto ao socialismo mal vivemos no século XX a sua tortuosa e frustrada pré-história, iniciando-se agora, no XXI, o abrente da sua história. Cuba revolucionária merece honras e a direçom histórica do processo que se iniciou com o assalto ao Moncada (1953), é digna do maior respeito a seu heroísmo e de um estrito respeito pola verdade histórica; o que nos exige assumirmo-la com os seus acertos e erros, inseparáveis das suas grandes façanhas e suas valiosas conquistas. A essência do problema é como ultrapassarmos a crise do capitalismo em direçom socialista e como fazermos o mesmo com o esgotamento do modelo estatista-burocrático, sem cairmos no terreno lamacento da privatizaçom e das reformas pró-capitalistas. E, nessa ordem, à revoluçom cubana apresenta-se hoje um desafio inevitável. Narciso Isa Conde fai parte da Direcçom do Movimento Continental Bolivariano


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Reforçamento da dominaçom ideológica burguesa O actual desastre social e económico demonstra o fracasso do modo de produçom capitalista para garantir a satisfaçom plena das necessidades inerentes ao ser humano, posto que só procura satisfazer a necessidade do benefício. A agudizaçom extrema das contradiçons da economia de mercado determinam umhas condiçons objectivas de falência sistémica recolhidas em inúmeráveis estatísticas nas quais a militáncia anticapitalista nos apoiamos para nos armarmos de argumentos no combate ideológico e assim poder aumentar a massa de oposiçom diante desta ordem social injusta. Pode parecer que em ocasions nos movamos como peixes na água, porque os números cantam a inviabilidade do sistema e o povo trabalhador vai ser mais permeável a um discurso libertador do jugo capitalista. A realidade é outra bem diferente. O capitalismo sabe das suas contradiçons, reconhece-as publicamente mediante os estudos estatísticos que fam as suas próprias instituiçons mas, porque o povo trabalhador nom compreende ou nom chega a ver estas contradiçons e se organiza com o objectivo de construir umha sociedade nova, socialista? A maquinaria ideológica do Capital procura constantemente readequar-se perante a necessidade de manter os seus lucros, para o qual precisa reforçar periodicamente os seus mecanismos de opressom e dominaçom, adormecendo a consciência do povo trabalhador, ofensivas periódicas mediante a introduçom de enganos inconscientes em todas as esferas da nossa vida que impidam o despertar de qualquer tipo de resistência. Uns dos grandes partícipes em fazer mover esta maquinaria som os meios de comunicaçom da burguesia. Constituem os grandes alto-falantes da falsa consciência necessária para que @s dóceis explorad@s reproduzam a sua informaçom de maneira acrítica contribuindo para a criaçom de estados de opiniom legitimadores da situaçom de privilégio social para a classe exploradora.

Carlos G. Seoane

A actual crise capitalista internacional bate com dureza nos elos fracos das economias de mercado, demonstrando a hierarquizaçom das potências e sub-potências nacionais que representam os interesses das burguesias respectivas. O brutal impacto da crise capitalista no Estado espanhol, com umha economia sustentada na especulaçom imobiliária, financeira e fortemente dependente dos subsídios da Uniom Europeia, torna visível a fraqueza e submissom de umha sub-potência imperialista, como é a espanhola, aos ditados do grande poder do dinheiro representado polo FMI e o Banco Mundial e às grandes potências imperialistas centrais, os EUA e a Alemanha. O enquadramento da Galiza de segunda década de século XXI na periferia do centro capitalista mundial determina um desenvolvimento próprio das contradiçons do modo de produçom hegemónico na nossa formaçom social: o capitalismo no início do seu declinar. A repercussom da crise capitalista na Galiza provoca que a classe trabalhadora galega esteja a pagar com o seu esforço o insaciável desejo de lucros do capitalismo espanhol. Os principais indicadores sociais assim o revelam: o número de desempregad@s alcançou o seu máximo histórico com o início de 2011 -entre @s que destaca 27% de jovens menores de trinta anos que se vem privad@s do seu direito ao trabalho e tenhem que procurar na emigraçom umha saída para se dotar dumhas mínimas perspectivas de futuro-, o aumento de preço dos produtos básicos com a conseqüente perda de poder aquisitivo o qual provoca que mais da metade das famílias galegas declarem dificuldades para chegar a fim de mês, o aumento de pobreza e exclusom social, e umha longa ladainha do que poderíamos denominar condiçons objectivas dumha realidade em que o Capital se dispom à ofensiva contra o Trabalho para evitar o progressivo retrocesso da sua taxa de lucro.

Nº 59 Janeiro, fevereiro e março de 2011

OPINIOM

Um olhar à actual ofensiva ideológica e repressiva do Capital

A militáncia da nova Galiza rebelde deve preparar-se para saber enfrentar a possibilidade de novos cenários repressivos

O movimento popular erige-se num dos principais elementos a combater polos mass media enquanto tem a capacidade para questionar a abafante dominaçom ideológica. É paradimático o tratamento do movimento operário na grande campanha mediática desenvolvida desde Setembro do passado ano, que punha como objectivo a deslegitimaçom da actividade sindical para declarar inoportuna a necessidade de criar “crispaçom social” nestes momentos de crise em que “há que arrimar o ombro”, “apertar o cinto” ou “ser exemplo de austeridade”. Os ataques à figura do “liberado sindical”, o linchamento mediático d@s trabalhadores/as que controlam o tránsito aéreo ou o questionamento do direito à greve som alguns dos mísseis disparados polos media para bombardear às massas com umha opiniom favorável aos interesses da patronal. Por outra parte, é igualmente exemplar o tratamento que vem recebendo nestes últimos meses o movimento independentista, especialmente na imprensa de corte espanholista instalada na Galiza -comandados por La Voz de Galicia, El Correo Gallego ou Xornal de Galicia-, com motivo dos recentes ataques a sedes de partidos e sindicatos espanhóis, escritórios de emprego ou entidades bancárias no nosso país. Estes meios de clara inspiraçom sensacionalista procuram fabricar notícias espectaculares que contribuam progressivamente para justificar a execuçom de umha eventual operaçom policial repressiva de importante magnitude, para o qual precisam estender a criminalizaçom e estigmatizaçom de centros sociais, organizaçons juvenis e políticas da esquerda independentista. Demandam constantemente às forças policiais e judiciárias para que actuem com diligência sem que seja necessário que cumpram rigorosamente com os protocolos estabelecidos polas suas próprias leis (intervençom da linha telefónica, seguimento policial pessoalizado, etc.)

Endurecimento repressivo Quem optar por denunciar toda esta rede de falácias destinada à dominaçom ideológica da massa explorada e passe a desafiar directamente o sistema com umha praxe revolucionária verdadeiramente conseqüente, vai deparar com a repressom. A repressom, como arma de classe, é inseparável da luita de classes. Pode-se es-

entre outras novidades repressivas, a consideraçom de grupo terrorista ao integrado por mais de duas pessoas que reiterem na execuçom de faltas ou delitos que alterem a ordem constitucional, ou aquela que abre a ambigüidade da definiçom de associaçom ilícita em que nom é necessária a existência de forma jurídica algumha da associaçom em questom e, além do mais, permite apoiar-se no critério de umha suposta “natureza intrinsecamente delitiva”.

Que fazermos diante desta ofensiva?

Rubalcaba, máximo responsável político da repressom espanhola

tabelecer que na luita de classes da Galiza de 2011, a classe exploradora erige-se em sujeito atacante mediante a actual ofensiva brutal contra as principais conquistas sociais do povo trabalhador, quem se torna em sujeito resistente, a desenvolver um papel defensivo perante os embates da burguesia e os seus principais valedores. A contínua deterioraçom das condiçons materiais de existência do povo trabalhador e o accionar de forças rebeldes e combativas que procuram despertar da subjectividade revolucionária do povo explorado, demonstram umha lenta, mas progressiva, radicalizaçom da luita do movimento popular. O aumento gradual do nível repressivo tem-se manifestado explicitamente desde os centos de sançons administrativas que castigárom @s grevistas do metal e da construçom do sul da Galiza durante a negociaçom dos seus convénios laborais, passando pola enorme ocupaçom policial das nossas vilas e cidades durante todo o ano Jacobeu que provocárom graves problemas para o livre tránsito polas nossas ruas, até o forte dispositivo policial

que cobriu corpo a corpo @s grevistas em 27 de Janeiro passado que deixou um total de 16 detidos entre a própria jornada de greve geral e durante os dias posteriores. O Estado dispom de mecanismos para se adaptar à realidade em que tem de actuar, polo qual a categorizaçom de repressom de baixa intensidade nom deve continuar a ser empregada polo movimento popular, porque pode desprezar, e inclusive obviar, o nível de endurecimento repressivo que pode ser quem de aplicar. A declaraçom em Dezembro do passado ano do estado de alarme realizada polo governo repressor do PSOE demonstra claramente até onde se pode chegar apoiando-se na sua venerada Constituiçom perpetuadora da economia de mercado e do cárcere de povos. Na nossa memória fica gravada a imagem do estamento militar tomando parte num conflito laboral no qual os media se encarregárom de ganhar a opiniom pública. A recente reforma do Código Penal caminha na mesma direcçom de se adaptar a novas realidades de luita travadas polo movimento popular e nas quais salienta,

A militáncia revolucionária acha-se ante um cenário muito adverso como parte principal desse sujeito de resistência colectiva à ofensiva ideológica e repressiva do Capital, mas nunca as condiçons objectivas fôrom tam boas como para argumentar o nosso ódio por esta ordem social que nos explora e oprime. Temos de nos manifestar intransigentes na batalha de ideias diária contra as diversas expressons de opressom e dominaçom ideológica da burguesia, quer venham directamente do seu aparelho propagandístico ou por meio das diferentes versons do revisionismo. Há que desenvolver umha praxe revolucionária coerente com o nosso discurso, demonstrar umhas convicçons muito firmes para nom cair nos grandes erros e traiçons dos reformismos que se instalárom na lógica do sistema. @s militantes da nova Galiza rebelde devemos preparar-nos para saber enfrentar a possibilidade de novos cenários em que a forças repressivas executem os planos desenhados nalgum escritório da Audiência Nacional espanhola ou nalgum gabinete de qualquer jornal da burguesia. Adquirir hábitos “saudáveis” de segurança militante torna imprescindível e necessário, para o qual devemos interiorizar a repressom como mais umha companheira de viagem, evitando cair na magnificaçom desta ou no vitimismo. No nosso pensamento revolucionário e no nosso agir está a resposta à actual ofensiva sistémica. Devemos bater com força quando pudermos e estender a solidariedade activa quando tentem bater sobre nós. Eis a dialéctica da luita entre exploradores e explorad@s. Carlos G. Seoane fai parte do Comité Central de Primeira Linha


Dous som os motivos que trazem a estas páginas um artigo sobre a Comuna de Paris de 1871 no seu 140 aniversário, e ambos tenhem a ver com a necessidade da recuperaçom e o conhecimento da nossa história no contexto da crise atual. Numha sociedade altamente narcotizada e alienada como a ocidental, na qual a saída para a crise por meio do pacto social substituiu a luita obreira nas mentes de amplos sectores populares, resgatar do esquecimento imposto factos históricos de indubitável valor exemplarizante torna-se mais necessário do que nunca. Dentro desta amnésia colectiva a que fomos condenadas e condenados cumpre um significativo papel o silenciamento e a ocultaçom sistemática das luitas das mulheres pola sua emancipaçom, mais ainda se estas pugérom em prática roles considerados de uso privativo dos homens como a prática da violência revolucionária. A Comuna oferece-nos um bom exemplo disto. A história do feminismo, como qualquer outra, nom é asséptica nem alheia aos interesses de classe e nacionais de quem a realiza, e tem havido um interesse consciente de apagar aquelas luitas feministas que estavam estreitamente ligadas às luitas socialistas ao longo do século XIX e XX. A maioria dos estudos, artigos e obras de divulgaçom do feminismo assinalam a Revoluçom Francesa como ponto de partida do feminismo moderno, entendido como a tomada de consciência coletiva por parte das mulheres da sua situaçom de opressom e discriminaçom. Até aí concordamos. O que nom se justifica é o salto que se realiza desde este episódio inaugural até o nascimento do movimento sufragista na Inglaterra e nos EUA na viragem de século, passando por alto significativas experiências como a de Comuna. A mesma pirueta histórica repete-se no século XX com a ocultaçom consciente das conquistas que as mulheres atingírom na Revoluçom de Outubro e o silenciamento maioritário de figuras chave como Clara Zetkin ou Alexandra Kollontai. Estas linhas pretendem deitar um pouco de luz sobre um episódio que fai parte por mérito próprio da história da luita pola liberdade protagonizada polas mulheres que nos precedêrom.

Noa Rios Bergantinhos

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OPINIOM

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As incendiárias. Barricadas lilás nas ruas de Paris

A Comuna de Paris As palavras que melhor caracterizam o que significou esta breve experiência revolucionária exprimiu-nas Karl Marx ao pouco tempo de se ter produzido, definindo-a como a primeira tentativa por parte do proletariado de tomar o céu por assalto. Foi a demonstraçom prática de que era possível construir umha sociedade baseada na igualdade e a justiça, e por isso caiu sobre ela de forma interesseira umha lousa de silencio e esquecimento. O contexto em que se dérom as condiçons para que nascesse a Comuna foi a queda do II Império Napoleónico como conseqüência da derrota francesa na guerra franco-prussiana de 1870, a proclamaçom da República e a conseguinte capitulaçom da Assembleia Nacional, novo órgao do governo francês controlado por representantes da burguesia e dos monárquicos ruralistas. O povo de Paris, altamente proletarizado como conseqüência do importante auge da indústria durante todo o século XIX, que estava armado pola necessidade da defesa da cidade perante o exército prussiano, rejeita a capitulaçom do governo e as imposiçons marcadas por Bismarck. Quando Thiers -dignatário francês encargado de assinar a paz com a Prússia- pretenda desarmar a Guarda Nacional -composta por milhares de parisienses pertencentes maioritariamente à classe trabalhadora- e entregar Paris às tropas prussianas, estourará a revoluçom. Fôrom as mulheres parisienses as primeiras a alertar na cidade da presença do exército francês que pretendia levar os canhons apostados nos pontos estratégicos, concentrando-se por milhares enfronte do exército, quem recusa disparar sobre o povo, ao tempo que muitos destacamen-

Petroleuses: Ilustraçom na imprensa burguesa da altura no que se acusa às mulheres de incendiar Paris

tos da Guarda Nacional fam prisioneiros os seus comandantes. Após várias horas de confusom e indecisom, o governo decide abandonar Paris e ordena a retirada do exército a Versalhes, nas proximidades da capital. Nos dias posteriores, o Comité Central da Guarda Nacional convocará eleiçons, em que ganhará por esmagadora maioria a esquerda. Nascia assim a Comuna de Paris, que adoptará como símbolo da emancipaçom da humanidade a bandeira vermelha, legando também para o futuro o hino da nossa classe, a Internacional. Será a primeira experiência dum governo obreiro que apesar da sua brevíssima duraçom (de 26 de março a 28 de maio de 1871), ensinou, em palavras do Lenine, ao proletariado europeu a formular de forma concreta as tarefas da revoluçom socialista1, experiência que se tornaria muito útil para a seguinte revoluçom que estava por chegar e da que ele mesmo faria parte. A burguesia francesa apenas tardou

a colocar-se do lado contrário à Comuna, chegando a acordos com a burguesia prussiana para libertar parte das tropas que ainda estavam presas por causa da guerra e assim poder conseguir a rendiçom de Paris. Todos e cada um dos contributos da Comuna alcançam assim mais valor ainda, pois fôrom postos em prática numhas condiçons de guerra civil e de sítio militar da capital francesa por parte dos exércitos das burguesias francesa e alemá.

Louise Michel vestindo fato da Guarda Nacional

O efémero da duraçom da Comuna contrasta enormemente com a quantidade de medidas promulgadas nesses dous meses: aboliu-se a pena de morte, o exército permanente e o serviço militar obrigatório; aboliu-se também o trabalho noturno dalgumhas profissons; reduziu-se a jornada laboral chegando a propor a jornada das 8 horas; legalizárom-se os sindicatos; tornou-se electivo o cargo de juiz; projetou-se a auto-gestom das fábricas; implementou-

-se a sanidade pública; a educaçom tornou-se gratuita; o salário dumha pessoa que integrasse o governo nunca poderia superar o salário médio obreiro; estabeleceu-se a liberdade de imprensa; etc. No referente a medidas que afectavam a situaçom das mulheres a Comuna nom foi menos prolixa: instituiu a igualdade entre os sexos; promulgou-se a separaçom da Igreja e do Estado em todos os ámbitos da sociedade (nacionalizando todos os seus bens); as escolas passárom a ser mistas; as mulheres faziam parte da Guarda Nacional como expressom do povo em armas; criárom-se infantários ao lado das fábricas; etc. No decreto de 8 de abril estabelecia proteçom para as viúvas e crianças dos cidadaos mortos na defesa de Paris, reconhecendo benefícios para as crianças, legítimas ou nom, e para as mulheres, esposas ou companheiras em unions de facto. Estas medidas conseguírom-se graças à enorme participaçom das mulheres no processo revolucionário, as quais nom tardárom em organizar-se para defender os seus direitos específicos. Mas esta importante participaçom das mulheres nesta experiência revolucionária nom se poderia entender sem conhecer a história anterior mais imediata. Nom foi por acaso que fora nessa mesma cidade em que umha centúria antes tivera lugar o nascimento do feminismo moderno. As mulheres das classes populares, setor especialmente afetado pola fame, os problemas de abastecimento e a miséria, eram na maioria das ocasions as primeiras a organizar diversas formas de protesto contra o poder estabelecido. Assim detonou a Revoluçom Francesa de 1789 que trouxo como conseqüência a tomada de consciência política das mulheres como grupo oprimido, as quais se organizariam em clubes e associaçons para reivindicar os seus direitos políticos em igualdade aos homens. O preço imediato a pagar por tal ousadia foi a cadeia, a prisom e mesmo a morte, e no longo prazo a instauraçom dumha das legislaçons mais misóginas e reacionárias que se conhecem: o Código Napoleónico, lei civil que consagrava a minoria de idade permanente das mulheres, assim como o seu obrigatório enclausuramento no lar. Mas com todo nengumha luita se produz em vao, a semente estava botada e só era questom de tempo que abrolhasse. E nom demorou muito, pois na revoluçom de 1848 a participaçom das mulheres trabalhadoras francesas foi um facto incontestável e de magnitude muito importante. Mas haverá que aguardar até a Comuna para observar os melhores resultados dum século cheio de luitas. Durante a breve duraçom da Comuna as mulheres ultrapassárom com ousadia e coragem os estreitos limites que a sociedade lhes impunha. Além de desempenharem tarefas que se consideravam próprias do seu sexo, como a assistência às pessoas feridas, a educaçom ou o fornecimento de alimentos nas barricadas, elas mesmas se organizárom em cooperativas, associaçons e sindicatos próprios, como o Comité de Mulheres para a Vigiláncia, o Clube da Revoluçom Social ou a Uniom das Mulheres para a Defesa de Paris e Ajuda aos Feridos2. Esta última organizaçom fazia especial fincapê em três aspetos: a necessidade da educaçom das mulheres, a sua integraçom no mundo do trabalho produtivo e a organizaçom da defesa de Paris. Dedicárom nom poucos esforços a suprimir a influência clerical da vida familiar, pois consideravam que na educaçom e na integraçom no mundo laboral se encontravam as chaves para a liberdade das mulheres, em consonáncia com as reivindicaçons feministas da altura. Dentro das funçons do Comité Central, órgao máximo da 1 Os Ensinamentos da Comuna, 1908 2 Entre suas fundadoras estám algumhas filiadas à Internacional: Nathalie Lemel, Aline Jacquier, Marcelle Tinayre e Otavine Tardif. passa à página 6


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OPINIOM

Vem da página 5

Uniom composto na sua maioria por operárias, tinham as responsabilidades pola questom social e outra pola orientaçom política. Importantíssima foi o seu labor na propaganda contra as campanhas difamatórias do governo de Thiers com o intuito de desmoralizar as mulheres parisienses, o qual, empregando o conceito de “mae amantíssima e pacífica”, lançou um manifesto a favor da paz e do armistício em 6 de abril, ao qual respondêrom do Comité Central das Cidadás afirmando que (...) hoje, umha conciliaçom seria umha traiçom. (...) Paris nom recuará, porque ela conduz a bandeira do futuro (...). Estas proclamas publicavam-nas em jornais feitos por mulheres como La Sociale ou Le Journal des Citoyennes. As mulheres da Comuna luitárom para exigir os seus direitos em igualdade aos homens na defesa de Paris, para o qual tivérom que vencer nom poucas reticências dos seus companheiros. Nom duvidárom em pegar nas armas e situar-se nas barricadas cotovelo com cotovelo em defesa da sua liberdade. O caso mais conhecido é o da revolucionária Louise Michel, primeira mulher a vestir um fato da Guarda Nacional, mas há multidom de mulheres anónimas que dérom a sua vida luitando pola Comuna. Houvo um batalhom da Guarda Nacional formado exclu-

As incendiárias. Barricadas lilás nas ruas de Paris sivamente por mulheres e as estimaçons falam-nos de que chegou a haver perto das 10.000 obreiras luitando nas barricadas, constatando-se em nom poucos casos que fôrom as últimas a abandonar as posiçons perante o avanço das tropas de Versalhes. Um dos casos mais badalados foi o dumha communard de quem desconhecemos o nome, que ficou sozinha defendendo a barricada da rua Rivoli após a morte do resto do seu destacamento, mas que nom hesitou em içar a bandeira vermelha aguardando a morte com dignidade enquanto se achegava o exército. A repressom desatada polo exército da burguesia contra a Comuna de Paris na tristemente conhecida como Semana Sangrante, marcou um ponto de viragem na luita de classes da idade contemporánea, tanto pola sua ferocidade como polo seu alcance. As mulheres nom ficárom fora desta repressom. O número de assassinadas e assassinados chegou a 30.000, com milhares de execuçons

arbitrárias a pê de barricadas -metralhadas e mesmo espancadas- nas quais as tropas de Versalhes nom reparárom em assassinar qualquer pessoa suspeita de conivência com a Comuna. A este número há que acrescentar 40.000 pessoas mais apresadas ou deportadas a Nova Caledónia e outras colónias onde as esperavam trabalhos forçados. Houvo um interesse especial em demonizar as mulheres que tinham participado na luita, acusando-as de lhe terem prendido fogo a Paris durante a sua retirada: as denominadas como les petroleuses, as incendiárias. Numerosas amostras gráficas na imprensa burguesa da época som fiel testemunho da tentativa de criminalizar aquelas corajosas mulheres para que nom servissem de exemplo a nengumha outra mulher que ousasse rebelar-se contra a sua opressom, exploraçom e dominaçom. A Comuna de Paris foi derrotada, mas só do ponto de vista militar, nom do político nem do histórico. A sua lembrança serviu desde há cento e quarenta anos para estimular a luita pola emancipaçom coletiva da humanidade. A palavra de ordem Comuna ou Morte ressoa ainda nas nossas consciências. Noa Rios Bergantinhos fai parte do Comité

Retrato de Communards no que se aprecia umha significativa mudança de roles

Central de Primeira Linha

LIVROS Domingo Rodríguez Teijeiro Presos e prisións na Galicia de guerra e posguerra 1936-1945 Vigo, Ed. Galaxia, 2010, 315 páginas

Néstor Kohan Marx en su (Tercer) Mundo. Hacia un socialismo no colonizado Caracas, El perro y la rana, 2009/2010, 406 páginas

Sophie Heine Oser penser à gauche. Pour un réformisme radical Bruxelas, Éditions Aden, 2010, 226 páginas

O livro realiza umha aproximaçom dos diversos tipos de centros de reclusom (cárceres e campos de concentraçom) estabelecidos na Galiza polo regime fascista espanhol nos seus primeiros anos, baseando-se principalmente na informaçom tirada da documentaçom oficial produzida polas próprias prisons e polos organismos administrativos que as controlavam. Ao longo da obra, o autor apresenta aspetos como a evoluçom do sistema carcerário e da legislaçom relacionada com o mesmo, os diferentes modelos de prisons que o regime cria para dar cabimento ao enorme número de pres@s, a precariedade e duras condiçons de vida nas mesmas, o ámbito concreto dos campos de concentraçom e da exploraçom laboral d@s pres@s ou os números globais de pres@s polític@s nesta primeira etapa do franquismo (indicando estimaçom de 50.000 pessoas só entre 1936 e 1940, nom só galeg@s, mas também doutras naçons e territórios, com destaque para @s asturian@s). Salienta como os objetivos do sistema carcerário franquista face @s prisioneir@s polític@s eram a vontade de vingança e extermínio e a repressom planificada, destruir e anular tanto sua a vontade como a sua ideologia, infundindo-lhes a ideologia do regime e procurando o seu arrependimento e a “reintegraçom” na sociedade aceitando o novo regime. Como podemos comprovar, nada diferente do que pretende o regime monárquico atual a respeito d@s pres@s polític@s. Umha dura realidade à qual os homens e mulheres reprimidas respondêrom em muitos casos com a sua rebeldia e a sua resistência passiva e ativa, que os levou a organizarem protestos, a negarem-se ao doutrinamento, a realizarem sabotagens e fugas, a manterem formas de comunicaçom com o exterior evitando a censura e à reorganizaçom política dentro das cadeias. (Anjo Torres Cortiço)

A editora estatal venezuelana El Perro y la Rana editou recentemente, pola primeira vez na Venezuela, o livro de Néstor Kohan Marx en su (Tercer) Mundo. Isto supom que a obra terá umha grande difusom em amplas massas que agora estám a realizar a denominada Revoluçom Bolivariana. Precisamente, o livro foi redigido para isso, para ser arma de combate, para superar as teorias mecanicistas e naturalistas, pondo o sujeito coletivo como eixo principal do marxismo. Néstor Kohan realiza umha crítica radical à construçom epistemológica do Materialismo Dialético e do Materialismo Histórico, historizando-o e rompendo a falsa ideia do marxismo-leninismo como bloco compacto, a-histórico e aplicável universalmente sem mudanças através da aplicaçom-deduçom. O livro fai um retorno a Marx e a Lenine, ressaltando a importáncia da dialética dentro da teoria marxista e, portanto, elevando a conceito principal a categoria praxe. Há também em Marx en su (Tercer) Mundo umha volta ao Gramsci nom deturpado, ao definir o Marxismo como filosofia da praxe e nom da natureza nem da evoluçom determinada e absoluta das forças produtivas. Este é um excelente livro pedagógico, necessário para socializar e construir hegemonia a partir do Marxismo. E estas virtudes nom som conseguidas a partir da vulgarizaçom teórica e metodológica ao jeito dos “Manuais”, pois estamos perante um livro de barricada, feito ao fragor da luita comum da humanidade oprimida. Nom há outra forma de criar teoria revolucionária a nom ser praticando revoluçom, pois tal como nom se pode pensar sem intervir, é impossível socializar teoria sem ser um reflexo das necessidades e anelos dos e das militantes revolucionárias. Esta obra é um guia para a açom escrita na e para a América Latina, porém, as suas análises e conclusons som universais, pois simplesmente determinam o imenso poder da prática humana e a construçom da hegemonia como necessidade. A sua filosofia da praxe devolve ao marxismo o seu caráter subversivo, nom-neutral e anti-académico, para o converter numha poderosa arma que os poderosos devem temer. É necessária a maior difusom de Marx en su (Tercer) Mundo e mais obras como estas na Venezuela, na Galiza e lá onde se travarem luitas contra o capital, pois a teoria está pronta já para se converter em força material. (Miguel Cuba)

Ousar pensar à esquerda. Sim, mas haverá quem considere que o mais premente é pôr fim às divisons e aglutinar as correntes de progresso. Embora também sejam muitos os que acham impossível mudar a sociedade sem umha ideologia analítica e prescritiva, pois a luita de clases nom é estritamente social, vai junto aos conflitos políticos e ideológicos. Neste livro vê-se de resgatar tres filosofemas que, ao serviço de fins particulares, perdêrom a sua significaçom radicalmente emancipadora: liberalismo, cosmopolitismo e reformismo. O primeiro reduziu, ao defender umha teoria económica única, o conflito ao plano cultural e identitário. O cosmopolitismo permitiu justificar a ultrapassagem das soberanias económicas e políticas. O reformismo mudou-se em chapéu do lento esmorecer dos estados sociais. E frente aos que rejeitam em bloco estas ideias por antiliberais, antipatriotas e antirrevolucionárias, a autora deseja abrir um debate acima da doxa dominante e tratar de refundar as devanditas tradiçons. Trataria-se de tirar das garras da direita uns ideais para um novo horizonte de avanço com vistas a umha democracia real, que nom pode obviar a economia. Nom se pode recolher em tam curto espaço a polémica que gerou por fundamentar um pensamento político nos direitos do homem (o velho humanismo!) e por tachar Marx de economicista e determinista. Certamente, a autora replicou que a sua crítica nom se referia a Marx, mas a interpretaçons dominantes do marxismo. E quanto ao idealismo ligado à defesa dos Direitos Humanos como discurso ocultador, como falsa consciência, di que nom tem nada a ver com as suas teses, que som materialistas, pois umha ideologia alternativa nom se formula de modo etéreo, tem de reflectir as realidades sociais, económicas e políticas, tem de estar ancorado na realidade. Longe da filosofia da autora atribuir um poder de acçom aos ideais de justiça social, identidade nacional, et cetera, e descuidar a luta de classes como motor da história. Como reconhecem os seus críticos, o ensaio está documentado, é pluriverso, com força argumentativa e de obrigatório debate. (Domingos Antom Garcia Fernandes)

WEB www.csamiguel.blogspot.com O Comité de Solidariedade e Apoio a Miguel é o organismo constituído por umha quinzena de entidades e organizaçons solidárias com o jovem trabalhador Miguel Nicolás Aparicio, detido e em prisom desde o passado mês de dezembro com base em arbitrárias acusaçons em relaçom a umha série de ataques a instalaçons do INEM na comarca de Vigo. O objetivo do Comité é dar a conhecer a situa-

de denúncia do caso de Miguel. No blog dá-se pontual informaçom de cada iniciativa popular do Comité, com textos, imagens e vídeos, servindo igualmente para recolher fundos de apoio económico contra a repressom que sofre o jovem viguês preso na prisom da Lama. çom de Miguel, preso sem ter conhecimento concreto das acusaçons que pesam sobre ele, e reclamar a sua imediata e incondicional liberdade. O caso, claramente enquadrado na perseguiçom política

do Estado espanhol contra a dissidência operária, popular e nacional galega, provocou a resposta coordenada em forma de Comité, que entre outras atividades, mantém na rede um blog informativo e

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Jesús Santrich

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internacional

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A soluçom do desemprego na Colômbia segundo Juan Manuel Santos

As FARC-EP infringírom em 2010 mais de quatro mil baixas às forças militares da oligarquia

Na Colômbia nom existe controlo algum que permita estabelecer as possibilidades reais em termos econômicos dos programas que os candidatos às altas magistraturas prometem durante suas campanhas, incluindo as promessas que costumam escuitar-se durante as campanhas presidenciais. Assim, qualquer um pode desbocar-se em demagogia e enganos frente aos seus eleitores. A recente reuniom de janeiro de 2011 do Estado Maior do Bloco Martín Caballero das FARC-EP analisou alguns problemas relacionados com esta verdade. As reflexons realizam-se em momentos em que, como em todo o país, na Costa Caribe, a profunda crise humanitária derivada da guerra imposta polo regime, se agrava em proporçons ainda nom bem quantificadas como conseqüência da terrível onda invernal que causou desastres como a ruptura do Canal do Dique, a inundaçom de mais de um milhom de hectares cultivados, a destruiçom de moradias em mais de 30 mil unidades… e, enfim, a geraçom do ao menos o 70% dos danos e pessoas atingidas de todo o país, os quais no seu conjunto poderiam somar nom menos de 2,5 milhons de vítimas. Frente a esta realidade, o EMB prevê a ascensom do protesto social e a necessidade de estar à altura da conduçom, enfrentando com realismo a demagogia governamental desmobilizante que fala de reformas inverossímeis ou enganosas dentro de umha política guerreirista e de esbanjamento militar, como a Lei de restituiçom de terra e a de reparaçom de vítimas, a de geraçom de emprego e primeiro emprego, a de construçom do milhom de moradias, etc. Com um orçamento que esquilma o investimento social real, engrandece o endividamento e fai prever ajustes fiscais e tributários que

farám mais lamentável a vida dos colombianos.

Olhemos algumhas das promessas de Juan Manuel Santos Isto precisamente é o que até o momento ocorre com as promessas eleitoreiras de Juan Manuel Santos, quem primeiramente a ofereceu e parece manter-se em isso, a criaçom de 2 milhons quatrocentos mil empregos e a formalizaçom de 500 mil mais; como quem diz, o estabelecimento de quase três milhons de novos empregos formais. A partir deste longo bocejo de ilusionista falou Juan Manuel das famosas “cinco locomotivas do crescimento” das quais manaria a concretizaçom das suas miragens: minas, agro, infra-estrutura, moradia e inovaçom, ciência e tecnologia, colocando quotas específicas de geraçom de emprego a cada umha das descompostas máquinas. O único certo até o momento, sem contar os estragos ainda nom quantificados do inverno, é que o período presidencial de Uribe, segundo os mesmos números enganadores do DANE, é que a taxa de desemprego numha época de alta ocupaçom como o foi o trânsito de ano 2009 a 2010, até fevereiro era de 12,8%, o qual nom melhorou durante o curso do ano que acaba de culminar. Por entom, a populaçom ocupada foi 18,9 milhons; a desocupada 2,7 milhons, e a inativa 13 milhons de pessoas, com o detalhe de que durante aquele período móvel de transiçom a maior participaçom de ocupaçom se registava no chamado “trabalho por conta própria (43,5%); isto é trabalho em atividades sem estabilidade laboral nem

garantias sociais nos espaços de informalidade como comércio, hotelaria e restaurantes, nos quais se ocupavam 27,1% do total dos trabalhadores. 2010 foi sem dúvida um lapso em que o que se registou foi uma tendência à precarizaçom do mercado de trabalho colombiano, ao ponto que o DANE expressou que de cada 100 trabalhadores ocupados, 58 som informais (11 milhons aproximadamente); o que equivale a que mais ou menos 63,4 por cento da populaçom economicamente ativa (13,7 milhons de pessoas que vendem a sua força de trabalho) trabalha em condiçons de precariedade. Porém, Santos trata de dar base à sua ilusom expressando com um programa de bolsas para que a juventude posponha a sua entrada ao mercado laboral, com a mudança das isençons tributária ao capital por isençons a quem crêem emprego e eliminando aportes parafiscais que encarecem a mao de obra, poderia-se coadjuvar a baixar o desemprego, como se no primeiro caso a maioria dos jovens que acedem à U nom tivessem que trabalhar nom só para pagar as suas matrículas, como também para sobreviver eles e as suas famílias; ou como se a lei 50 de reforma laborais já nom tivesse marcado umha nefasta experiência de “flexibilizaçom” que se converteu em sobre-exploraçom sem gerar emprego verdadeiro de nengum tipo. Geralmente as isençons de um ou outro tipo nom som mais do que benefícios para os capitalistas e nom soluçons para os quase 2.700.000 desempregados que di o DANE existem em Colômbia e que coloca ao país no nível da mais alta taxa de desocupaçom da América Latina, facto que nom variou nem ainda se consideramos o cacarejado e falso crescimento eco-

nômico que se diz se produziu durante o governo de Uribe. Segundo o Plano do presidente Santos a ideia é colocar o nível do desemprego por embaixo de 9% no ano 2014 e de 6% no 2020. Referirá-se Santos à conservadora percentagem média do desemprego estrutural que costumam medir os experientes considerando que nunca está por abaixo de 7 e 8%? Ou se referirá ao conjunto da precariedade laboral que se come vivos aos 13.7 milhons de pessoas que integram a populaçom economicamente ativa?, referirá-se aos 11 milhons de informais dos quais falou o DANE? Santos deveria tomar em conta que o famoso crescimento econômico de Uribe e no que o mesmo estabelece as suas esperanças para projetar as falácias do 2014 e do 2020, deu-se basicamente no capítulo da grande mineraçom e outros menores, onde desafortunadamente nom se gerou nem se gerará maior quantidade de postos de trabalho, que além disso existe a experiência de que o crescimento mineiro implicou umha revaluaçom do peso que subiu o custo da mao de obra em arredor de 40%. De resto, cada dia regista-se um aumento da populaçom em idade de trabalhar sem que existam projeçons claras de ocupaçom de ficar cessante. O único que se enxerga, segundo o discurso vende pátria neoliberal e da chamada “segurança inversionista” espalhado por Uribe e endeusado por Santos é um atrativo para as grandes trasnacionais mineiras que quase em nada contribuiriam para resolver a grave situaçom do desemprego precário e a informalidade ou desemprego disfarçado. Do Bloco Martín Caballero, reiteramos a nossa insistente busca de umha saída dialogada ao conflito político e social armado que

padece a Colômbia. Isso terá que passar por encontrar soluçons a estes e aos antigos problemas que sofre o povo colombiano, o qual só se conseguirá mediante a luita decisiva, construindo umha nova alternativa política que junte forças e propósitos em pos da democracia em justiça, liberdade e paz.

Situaçom militar do conflito A data do accionar militar das FARC no ano 2010 -sem relacionar os partes que culminam com SDR, ou Se Desconhecem Resultados- estabelece a execuçom da mais de 2.300 açons militares ou choques armados do que produzirom 2.075 mortos nas filas do exército, a polícia e os paramilitares, 2.242 feridos e 21 desaparecidos, para um total de 4.338 baixas nas tropas oficiais, além de 75 helicópteros avariados, 1 derrubado, 19 avionetas e um aviom impactados, bem como 11 lanchas artilhadas e 2 barcos, mais um sem número de prisioneiros que fôrom deixados em liberdade sem contraprestaçom algumha. Em contraste, o general Álvaro Valencia Tovar, porta-voz da institucionalidade do regime, informou recentemente sobre 2.516 baixas mortais, 2.242 feridos e 21 desaparecidos dentro das forças do regime, que somariam um total de 4.779 baixas, o qual indica a necessidade inadiável de procurar soluçons urgentes ao desangre nacional, enquanto avança incontrolável a grande crise sistémica do capitalismo que exige o passo, através da luita generalizada, de um novo ordem social, mais justo, em democracia verdadeira e liberdade. Juramos vencer e venceremos! Jesús Santrich é integrante do Estado Maior Central das FARC-EP


Jornal comunista de debate e formaçom ideológica para promover a Independência Nacional e a Revoluçom Socialista galega

Edita: Primeira Linha. Redacçom: Rua Costa do Vedor 47, rés-do-chao. 15703 Compostela. Galiza. Telefone: 616 868 589 / www.primeiralinha.org Conselho de Redacçom: Comité Central de Primeira Linha. Fotografia: Arquivo Abrente. Correcçom lingüística: Galizaemgalego. Maqueta: ocumodeseño. Imprime: Litonor S.A.L. Encerramento da ediçom: 8 de março de 2011 Correspondência: Rua Costa do Vedor 47, rés-do-chao. 15703 Compostela. Galiza. Correios electrónicos: sgprimeiralinha@primeiralinha.org / primeiralinha@primeiralinha.org / Tiragem: 3.000 exemplares. Distribuiçom gratuíta. Permite-se a reproduçom total ou parcial dos artigos sempre que se citar a fonte. Abrente nom partilha necessariamente a opiniom dos artigos assinados. Impresso em papel reciclado. Depósito Legal: C-901-1997

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