Abrente nº66

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Vozeiro de Primeira Linha

www.primeiralinha.org

Ano XVII • Nº 66 • Segunda jeira • Outubro, novembro e dezembro de 2012

Jornal comunista de debate e formaçom ideológica para promover a Independência Nacional e a Revoluçom Socialista Galega

Chegou a hora de tombá-los

Editorial Nas últimas semanas, confirmado com factos concretos dia após dia, constatamos sem lugar a dúvidas que o capitalismo fracassou como modo de produçom histórico. Nom só representa um sistema que nega sistematicamente a satisfaçom das necessidades mais básicas dumha maioria social (alimentaçom, vivenda, educaçom, sanidade, etc.), como chega mesmo a forçar o extermínio da espécie humana. O capitalismo mata. Esta expressom nom é umha simples afirmaçom metafórica, está suficientemente contrastado que a própria realidade pode superar a ficçom. E em períodos de crise sistémica como o que estamos a viver, torna mais que evidente tal afirmaçom, demonstraçom empírica dum sistema genocida cujos indicadores de pobreza, exclusom social, desemprego, desnutriçom, etc, nom param de aumentar de maneira escandalosa e obscena. Porém, as crises sistémicas do capitalismo nom se produzem pola avarícia dum grupo de pessoas com um afám desproporcionado de acumulaçom de riquezas. Produzem-se por umha razom objetiva intrínseca ao mesmo sistema, no qual aquelas se inserem. É o próprio limite que impom a valorizaçom do capital, entendido este como umha relaçom social que procura a sua circulaçom constante. No entanto, há pessoas que assumem subjetivamente essa avaliaçom objetiva do capital e tentam evitar que nos momentos de crise se poda deter esse processo. Como? Recorrendo às doutrinas neoliberais mais selvagens e mais ortodoxas, como as que atualmente estám a implementar organismos omnipotentes como a troika formada

polo FMI, BCE e a CE, que estám a impor as mais draconianas condiçons de vida para o povo trabalhador dos diversos países do nosso ámbito geográfico mais próximo. Sob a lógica da austeridade económica e a contençom do défice orçamentário, os governos lacaios dos estados mais castigados pola implosom sistémica obedecem submissos aos ditados de tam seleto triunvirato, sem questionarem a perda da sua soberania e confirmando a formulaçom de Marx no Manifesto Comunista, segundo a qual “o governo dum Estado nom é mais que um comité para gerir os negócios comuns da burguesia”. Em que se traduz a tam cacarejada contençom do défice? Assistimos nos últimos meses a um imparável ascenso dos índices de desemprego a respeito do mesmo período do ano passado, à expulsom de parte da juventude à emigraçom, à perda de direitos sociais, à reduçom das prestaçons económicas para @s desempregad@s, à supressom do atendimento sanitário gratuito para jovens nom emancipad@s, ao incremento das taxas universitárias dificultando acesso ao ensino, etc. E os que tanto apelam à austeridade económica comungam com a mesma ladainha? Com a revelaçom de cada vez mais novos casos de corrupçom, está mais que contrastado que nom. Empresários que procuram concessons públicas contornando o protocolo oficial estabelecido, subornando o político de serviço carente de escrúpulos que obvia o exercício dumha prática coerente com o que deveria ser o serviço público. As operaçons Orquestra, Area, Carioca, Campeom, ou a mais recente, Pokemon,

só demonstram umha parte da dupla moral que guia os membros da classe política cleptocrática que ocupa as instituiçons deste sistema hegemonizado por umha corrupçom sem limites.

Resposta popular na atual fase da crise

Analisando a concreta conjuntura política e social a cinco anos do início oficial da crise do sistema capitalista, pode-se confirmar a grave deterioraçom das condiçons de vida do povo trabalhador. Vemos o grande retrocesso de direitos laborais adquiridos em anos de luita operária e popular, que som varridos a golpe de decreto em todos os ámbitos do mundo do trabalho; assim como a perda da proteçom social ou o constante aumento do descrédito popular em relaçom à classe política dos partidos do regime. Som todos esses fatores que apelam à mobilizaçom ativa do povo trabalhador em defesa das conquistas sociais históricas. Assistimos nos últimos meses a um lento, mas progressivo, incremento da mobilizaçom popular que nom se ergue para atingir novos direitos, pois o objeto das mobilizaçons é a defesa do que já foi conquistado com a força da nossa classe no tira-puxa histórico entre exploradores e explorad@s. Este aumento da mobilizaçom popular percebe-se facilmente a pé de rua, desde as reinvindicaçons de corte setorial ante umha problemática concreta, até as massivas mobilizaçons como as da passada greve geral de 14 de novembro, que proporcionam umha visom mais geral do conjunto do conflito social. Paralelamente ao aumento da mobilizaçom social ante os efeitos da cri-

Sumário 3 A degeneraçom das modernas organizaçons sindicais. Umha aproximaçom à colaboraçom obreiro-patronal (V) Daniel Lourenço Mirom

4 Resultados das eleiçons autonómicas som intranscendentes para a luita de classes Carlos Morais

5-6 A ‘Syriza galega’ e a vigência do princípio de auto-organizaçom nacional Maurício Castro

7 CUP-AE: é a hora do povo Joan Teran

8 A greve, instrumento de luita da classe obreira Vladimir Ilich Uliánov Lenine


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