Órgao de expressom do Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano | Nº 15 · Inverno de 2012
Sem lugar a dúvidas vivemos umha etapa histórica caraterizada pola necessidade de deixar a casa e o silhom para somar-nos à luita operária e nacional. Nom som momentos de resignaçom, nem de espera. Tampouco é época de depositarmos votos de confiança nas corruptas e conciliadoras forças políticas e sindicais da esquerda sistémica. Como acertadamente prognosticou José Martí em plena guerra de independência cubana frente o imperialismo espanhol “É a hora dos fornos e só se verá a luz”. A brutal ofensiva do Capital contra a classe trabalhadora, a Naçom Galega e as mulheres semelha nom ter limites. Rajói, seguindo o caminho de Zapatero e Rubalcaba, já começou a aplicar exaustivamente o pacote de medidas ultraliberais que demanda o bloco oligárquico espanhol e reclama a troika. A única forma de fazer frente à ofensiva burguesa é mediante a luita organizada do povo trabalhador, empregando todas as ferramentas e mecanismos que historicamente permitírom quebrar as cadeias da dominaçom e a opressom. Fracassadas todas as estratégias reformistas alicerçadas na negociaçom e a procura de falsos consensos, só fica umha alternativa se nom queremos assistir à definitiva claudicaçom dos nossos direitos e conquistas, a derrota da nossa classe e da nossa Pátria. Nom nos enganemos. Sem fazer-lhes fronte, sem combate aberto e decidido, seguirám avançando e nós retrocedendo. Aproxima-se, pois, a nossa hora dos fornos. Nunca na nossa história nacional mais recente houvo tanta urgência da organizaçom popular em todos os seus ámbitos sob umha estratégia de luita prolongada. A inaniçom e o timoratismo provocárom marasmo, as traiçons sindicais e políticas do reformismo gerárom incredulidade e desconfiança nas massas.
A esquerda revolucionária galega tem umha dupla tarefa histórica que cumprir: demonstrar ao povo sobre o terreno e com a nossa prática que é possível um compromisso insubornável com a causa do Trabalho, a Pátria e as mulheres, mas também organizá-lo e movimentá-lo contra o desemprego e a precariedade laboral, contra os abusos do patronato, os baixos salários, a emigraçom da juventude, em defesa da sanidade e educaçom pública, contra a pobreza e exclusom social, em prol das liberdades, em defesa da nossa Pátria, cuja supervivência está cada vez mais ameaçada. No capitalismo e em Espanha nom há alternativa plausível. Só a Revoluçom Socialista permitirá recuperar as conquistas perdidas, sentar as bases da plena emancipaçom da classe trabalhadora e das mulheres, e poder construir umha Galiza plenamente soberana e livre. Nom há atalhos. Mais de três longas décadas de II restauraçom bourbónica constatam a fraude à que fomos submetidas pola cleptocrática casta política que nos governa em Compostela e Madrid. Temos que avançar com umha direçom clara, com umha folla de rota bem definida. Nom devemos descer do comboio até atingir a última paragem. Esta chama-se vitória e só será possível mediante a derrota do inimigo em todas as esferas nas que a dia de hoje é esmagadoramente hegemónico. Preparar-se para o pleno sucesso da viagem é um dever e umha necessidade. Poderemos fracassar mas nunca defraudar. A luz do lume libertador e os exemplos imortais de José Gomes Gaioso, Piloto, Moncho Reboiras, Abelardo Colaço, Lola Castro e José Vilar som os nossos guias. Nada temos a perder a nom ser as cadeias. Temos um mundo a ganhar.
Publicamos, traduzido para o nosso idioma, um magnífico artigo do comandante Jesús Santrich, integrante do Estado Maior Central das FARC-EP, em homenagem a Alfonso Cano.Esta brilhante e enternecedora peça literária, escrita nas montanhas insurgentes da Grande Colômbia, foi divulgada há umhas semanas pola guerrilha comunista e bolivariana. Introduzimos notas de rodapé explicativas sobre lugares, alguns modismos colombianos e referentes às mitologias clássica e indígena, para assim facilitar a compreensom e poder desfrutar da sua sublime prosa.
Com os olhos de Oriom2 há de olhar a aurora desde leste; e outra espada celeste protegerá-nos do ímpeto dos quásares, enquanto o touro do firmamento investe com lampejos vermelhos as sete pombas da galáxia: aonde irám as Plêiades com as suas asas de sombras incertas? Talvez face o mais íntimo retouço do Deus do infinito que é o tempo; face o calor mais paixonal das suas inúmeras e ingentes maos artesás feitas de espaço sem fronteiras, onde dormita a criaçom… os seus sonhos despertos, as suas andanças quietas, a sua imensidade constelar tam pequena frente ao além do insondável. Mas ali onde caiu o guerrilheiro, nessa diminuta montanha que pareceria nada frente a expansom do universo, estará gravado o raio cósmico de luz que fijo honras à sua morte. Ladram os cans da opressom sobre o corpo imóvel do combatente abatido, mas assusta-os a sua enigmática estampa de herói nom vencido. A insígnia de coragem enxuita em sangue, viaja num escorpiom de astros polas águas de Plutom5. Mas alçase o sol entre os penedos mais abruptos somando o alvor de mártir imolado, e o arco-íris de Bochica6 entinta a paisagem para que resplandeça nas horas de luto a barba antiga de Chimichagua, que chameja invicta entre a trovoada da rebeldia, enquanto os seus pássaros pretos levam a luz até o mais alto penasco da nossa obscura dor.
"Esta é umha mensagem de decisom: aqui nas FARC ninguém está desanimado, estamos absolutamente cheios de moral, de moral de combate!" Alfonso Cano
Quando for a alva dos séculos sem explorados, talvez como um cósmico furacám da cólera embravecida, o alento agitado dos pobres terá arrasado toda possibilidade de mais-valia. Acordaremos, entom, os adentros de cada alma adormecida polo caos, com os acentos relampagueantes dos trovons que ungem o peito húmido do céu, embora povoado ele ainda esteja das nuvens cinzentas e densas do outono que afligem a lua.
Já o tempo terá aberto suficientemente as suas portas enferrujadas sobre os seus gonzos de segundos submissos, e face o horizonte da paz justa terá cruzado com a sua fúria tempestuosa o silêncio dos oprimidos, deixando atrás de si as cruzes e ataduras; e na cavidade do universo sob a olhada imperecedoura de umha constelaçom de amores alçará-se o altar da humanidade libertada, iluminada por um facho de sol incomparável. No horizonte do mundo novo que vai nascendo, com um escudo de lua cheia sob o braço estará o guerreiro de Chirriaderos a empunhar na sua destra umha lança misteriosa, brilhante lança salpicada de pó dos luzeiros.
Com a sua morte, semeou-se mais nas nossas mentes; como com um redobre de lôstregos que estremece a existência, como o furacám de Lenine que descarrega trovos e granizo para que logo germine de outono cinzento a primavera, como raio de aurora clara, e os nossos mortos todos sigam com os seus traços de fogo esculpindo perante nós a via do martírio que encenda ao fim a primavera vermelha que trará a vida. Pergunta a Tirésias7, Camarada, o caminho certo para derrotar as sombras; pergunta a resposta para cada enigma da esfinge que devora as tuas entranhas … E se alguém chora polas tuas penas, como no poema de Bécquer, que o pranto chore sem que o choro acuda a nublar as pupilas… polo sacrilégio de arrojar a tu adarga lunar face o abismo. Só terám conseguido que as fértis zonas húmidas do Dorado devolvam
ao teu rosto a manigua e a trincheira de espelhos que resguardou por sempre o teu olhar.
Nom mais letras no papel, vamos à rua cantar o coro do seu credo libertário, com o bater arrebatado da ira do ofendido.
Da sua metálica efígie de titám ferido, verteu-se o carmim que tingira o ocre do páramo enrarecido; mas o rubi do seu peito torturado só pousa na terra para ascender cheio de decoro, na paixom do povo que se eleva desde a mais subterránea flama da gesta chibcha.
Com o leite de Bachué, com o sangue de Alfonso Cano, com a de Raúl Reyes e a de Jorge Briceño, com a de Iván Ríos e a de Mariana Páez… com o sangue dos pobres e de todos os nossos que caírom, moldaremos sem medos o barro da pátria que queremos e que faremos, desde os
1 Lugar a mais de 2.000 m do concelho colombiano de Suárez, no departamento do Cauca, no sudoeste do país, na denominda cordilheira ocidental (Andes), onde foi abatido Alfonso Cano polas forças armadas da oligarquia a 4 de novembro de 2011.
estrelas brilhantes e quentes, de espectro predominantemente azul. As Plêiades tem vários significados em diferentes culturas e tradiçons. O cluster é dominado por estrelas azuis quentes, que se formaram nos últimos 100 milhons de anos. Há uma nebulosa de reflexom formada por poeira em torno das estrelas mais brilhantes que acreditava-se a princípio ter sido formado polos restos da formaçom do cluster (por isto receberam o nome alternativo de Nebulosa Maia, da estrela Maia), mas hoje sabe-se que se trata de uma nuvem de poeira nom relacionada ao aglomerado, no meio interestelar que as estrelas estám atravessando atualmente. Os astrónomos estimam que o cluster irá sobreviver por mais 250 milhons de anos, depois dos quais será dispersado devido à interaçons gravitacionais com a vizinhança galáctica.
2 Oriom, (o Caçador), é umha constelaçom prominente, talvez a mais bem conhecida do céu. As suas estrelas brilhantes e visíveis de ambos hemisférios fam com que esta constelaçom seja reconhecida universalmente. É visível ao longo de toda a noite e durante o invierno no hemisfério norte, verao no hemisfério sul; é ainda visível poucas horas antes do alvorecer desde finais do mês de agosto até meados de novembro e pode verse no céu noturno até meados de abril, polo menos no hemisfério norte. Oriom acha-se perto da constelaçom do rio Eridanus e apoiado por os seus dous cans de caça 5 Plutom, formalmente designado 134340 Canis Maior e Canis Minor pelejando com a Plutom, é um planeta anao do Sistema Solar e o constelaçom do Touro. décimo objeto mais massivo observado diretamente orbitando o Sol. Originalmente 3 Um cuásar ou quásar (acrónimo em inglês de classificado como um planeta, Plutom é atualmente quasi-stellar radio source) é umha fonte o maior membro do cinturom de Kuiper. astronómica de energia eletromagnética, que inclui 6 rádiofreqüências e luz visível. Bochica (Escrito também Bóchica o Bozica), personagem muisca, organizador social e bemfeitor 4 As Plêiades (Objeto Messier 45) som um grupo na mitologia muisca. Também conhecido com o de estrelas na constelaçom do Touro. As Plêiades, nome de Chimisapagua. Em alguns casos assimilatambém chamadas de aglomerado estelar (ou se que Nemqueteba, Nemterequeteba e Bochica aglomerado aberto) M45 som facilmente visíveis a som a mesma personagem, dado que as suas olho nu nos dous hemisférios e consistem de várias descriçons físicas som idênticas.
instantes prístinos das que nos antecedêrom na luita até atingirmos os confins de umha revoluçom purificada; sem angústia na alma e com ousadia, para fazer a pira do comunismo. Bolívar com a sua espada, Manuel com o seu fusil, encabeçam a guarda equinocial dos valentes que dam as boas-vindas à aurora vermelha que logo abraça o porvir.
7 Na mitologia grega, Tirésias (em grego, Ôåéñåóßáò) foi um famoso profeta cego de Tebas -famoso por ter passado sete anos transformado numha mulher. Era filho do pastor Everes e da ninfa Chariclo. Certa vez ao ir orar no monte Citorom, Tirésias encontrou um casal de cobras venenosas copulando, e ambas voltárom-se contra ele. Ele matou a fêmea, e imediatamente tornou-se umha mulher. Anos depois, indo orar no mesmo monte Citorom, encontrou outro casal de cobras venenosas copulando. Matou o macho e tornou-se novamente um homem. Por Tirésias ter-se tornado tam ciente a respeito de ambos os sexos, ele foi chamado para decidir a questom levantada por ocasiom de umha discussom entre Zeus e Hera sobre se é o homem ou a mulher quem tem mais prazer na relaçom sexual. Mas ele sabia que a sua decisom iraria sobre ele o deus derrotado. Hera dizia que o homem é quem tem mais prazer, Zeus dizia que é a mulher. Tirésias decidiu a questom: "se dividirmos o prazer em dez partes, a mulher fica com nove e o homem com umha." Hera, furiosa por sua derrota, cegou Tirésias por vingança. Mas Zeus, compadecido e em recompensa por Tirésias ter dado a ele a vitória, deu-lhe o dom da mántis, a previsom. Uma versom alternativa do mito de Tirésias conta que este ficou cego ao ter visto Atena banhando-se nua numha fonte.
NÓS-UP realizou em Salvaterra de Minho VI Assembleia Nacional
Firmeza nos principios
Coesom política, unidade ideológica, mudança do modelo organizativo e renovaçom da direçom som os quatro principais eixos que caraterizam VI Assembleia Nacional da Unidade Popular realizada em Salvaterra de Minho, ao longo do sábado 17 de dezembro sob a legenda Firmeza nos princípios.
“O 'colchom familiar' a economia submersa e a falta de consciência de classe entre outros factores ajudam a manter a paz social e a limitar os protestos e as luitas” perante a grave situaçom laboral e económica saldada com o espetacular incremento do desemprego e da emigraçom.
A Assembleia Nacional estivo carregada de momentos emotivos como a saudaçom enviada da prisom polo veterano militante obreiro e sindicalista Telmo Varela. “Como preso político considero-me umha parte mais do movimento de libertaçom nacional, por tal motivo, desejo estar convosco num ato entranhável, sentido e importante para o futuro político do nosso país”.
Governo de Feijó aprofunda no neoliberalismo e espanholizaçom NÓS-UP considera que o governo de Feijó “responde ao já esperado e anunciado pola esquerda independentista e socialista galega, um roterio neoliberal em que achamos mais continuidades do que diferenças a respeito do bipartido anterior”.
Aprovaçom do Informe de Gestom Após discurso inaugural e as boas-vindas o Responsável Nacional de Organizaçom, em representaçom da Direçom Nacional sainte, Bruno Lopes Teixeiro, apresentou o Informe de Gestom do trabalho e intervençom realizada nos últimos dous anos pola Unidade Popular. O documento, dividido em duas partes, nom excluiu umha autocrítica polas carências e eivas a nível organizativo, junto com o reconhecimento dos acertos e avanços políticos experimentados, foi aprovado por unanimidade. O máximo órgao decisório da Unidade Popular aprovou a Tese “Galiza na crise do capitalismo”. O documento ratificado pola filiaçom afirma que “o sistema capitalista já demonstrou o seu fracasso histórico na hora de satisfazer as necessidades básicas da Humanidade e encara umha fase final em que confluem nom só as crises económicas, mas também a crise política da democracia burguesa, a gravíssima crise ambiental, a crise energética e alimentar, a crise cultural e de valores”. VI Assembleia Nacional considera que perante este quadro global de crise sistémica capitalista Galiza está “totalmente desprotegida perante os ataques neoliberais” e a carência de soberania fica agravada polo ressurgir da “ofensiva espanholista contra a Naçom Galega”.
Porém a VI Assembleia Nacional da organizaçom política de massas do MLNG denuncia agravamento das políticas neoliberais contra serviços públicos como “a sanidade, o ensino, as políticas de igualdade, as prestaçons públicas ou a promoçom do emprego”. Além de denunciar a privatizaçom definitiva das caixas de aforros galegas frente à nacionalizaçom que defendia a esquerda independentista, V Assembleia Nacional de NÓS-UP centrou boa parte da sua análise sobre os dous primeiros anos do governo de Feijó em avaliar o “descomplexado, aberto e planificado ataque ao galego que a Junta da Galiza desenvolve” pois o PP “abandona a política de deixar morrer lentamente o idioma e quer acelerar o processo de substituiçom lingüística, umha linha que também se relaciona com a crise capitalista e com a necessidade de eliminar toda resistência ao projeto de um imperialismo espanhol que sabe que se achegam tempos duros em que a luita de classes e as luitas nacionais irám agudizando-se”.
Resposta popular à ofensiva burguesa A Unidade Popular define-a como “tímida e inconstante”, pois as duas greves gerais realizadas a 29 de setembro de 2010 e a 27 de j a n e i r o d e 2 0 1 1 f ô r o m c l a ra m e n t e insuficientes. Para NÓS-UP o “potencial de luita conseguido
após décadas de sindicalismo nacional e de classe está limitado pola dependência política que a CIG tem a respeito do BNG”, que provoca a instrumentalizaçom da central para “favorecer os seus interesses políticos e eleitorais”. Eis as razons pola que a VI Assembleia Nacional de NÓS-UP considera que “conforme avance a crise do capitalismo fará-se mais evidente a necessidade de um sindicalismo nacional e de classe sem dependências partidárias do reformsimo autonomista”.
Aumento qualitativo da repressom contra a dissidência A Tese Política também analisou o incremento repressivo na Galiza contra o movimento popular porque a “burguesia pretende desativar os núcleos mais conscientes e combativos do povo trabalhador galego, evitar a radicalizaçom das luitas e a consolidaçom de alternativas revolucionárias, castigar de maneira exemplar as luitadoras e luitadores mais significativos e paralisar através do medo o conjunto da classe trabalhadora”.
Tarefas prioritárias Finalmente a primeira parte da Tese Política definiu as três prioridades fundamentais, reforçando assim os objetivos e as linhas de intervençom já aprovadas na V Assembleia Nacional realizada em Vigo em 2009. Intervençom planificada e permanente no sindicalismo nacional e de classe; seguir dando mais passos na introduçom do tecido associativo e nos movimentos sociais; e reativaçom e visibilizaçom da Unidade Popular como expressom do projeto revolucionário no campo de umha “esquerda nacional dividida e fragmentada”.
Crise capitalista e endurecimento do patriarcado A segunda parte da Tese Política aprovada na VI Assembleia Nacional analisou como a crise capitalista “trouxo umha agudizaçom das já de por si piores condiçons sociolaborais das mulheres”. O documento aprovado recolhe que “podemos
afirmar sem medo a equivocar-nos que as mulheres já estávamos em crise antes de que a oficial estourara lá polo verao de 2008, e que as medidas implementadas para supostamente sair desta situaçom (na realidade orientadas tam só na recuperaçom da taxa de ganho da burguesia) nom figérom mais que aprofundar as nefastas condiçons laborais que já vínhamos padecendo”. O documento realiza umha profunda e minuciosa análise das caraterísticas e situaçom sociolaboral das mulheres galegas, abordando o incremento de tendências prévias: precarizaçom laboral e temporalidade; contrato a tempo parcial como expressom da dualizaçom genérica do mercado laboral; segregaçom horizontal e vertical nas diferenças salariais; assim como a nova reforma laboral. Com destaque para a intensificaçom do trabalho feminino nom remunerado: reprodutivo e dos cuidados cujas conseqüências para as mulheres som o incremento do número de horas para fazer fronte às necessidades da família; diminuiçom do consumo em educaçom e formaçom; pioramento das condiçons de saúde; e agravamento das já de por si negativa situaçom das mulheres nas comunidades de origem emigrante. A VI Assembleia Nacional de NÓS-UP também analisou o enfraquecimento das políticas sociais e a reforma das pensons cuja conseqüência é o incremento da dependência. “A saída à crise com o objetivo de recuperar e aumentar a taxa de lucro da burguesia baseia-se num brutal ataque à classe trabalhadora no seu conjunto, no qual as mulheres jogamos um rol particular”. A organizaçom política de massas do MLNG denuncia o reforçamento em curso do patriarcado que pretende “deitar novamente sobre os ombros das mulheres milhares de horas grátis para o Capital sob umha fórmula de aparente naturalidade” para “reforçar e incrementar a dominaçom ideológica das mulheres com um duplo objetivo: a aceitaçom voluntária desta realidade de exploraçom”, mas também conseguir
umha “eficaz transmissom dos valores do capitalismo desde a chegada ao mundo da futura mao de obra, dado que a educaçom durante os primeiros anos de vida continua a estar nas maos das mulheres”. O documento finaliza com cinco medidas concretas que NÓS-UP deve implementar: denúncia das políticas económicas e sociais que aprofundam na desigualdade das mulheres; estabelecer umha tabela reivindicativa de medidas urgentes dirigida às mulheres; aplicaçom da transversalidade da análise feminista a todas as áreas de intervençom visibilizando os diferentes efeitos que causam sobre as mulheres; dotar a filiaçom de formaçom ajeitada para poder implementá-la; e finalmente aplicar “na medidas das nossas possibilidades e onde existirem condiçons, mecanismos, estruturas e procedimentos para a socializaçom das tarefas reprodutivas e de sustentabilidade da vida”.
Profunda modificaçom estatutária A grande novidade da VI Assembleia Nacional radica nas importantes mudanças estatutárias operadas. Partindo da premissa que na atualidade o MLNG se acha numha “nova andaina em que o norte do nosso compasso já nom é a ideia da ”unidade do independentismo”, mas a construçom de um movimento sociopolítico sob um programa tático e estratégico revolucionário”, a VI Assembleia Nacional aligeirou os Estatutos vigorantes que se mantinham praticamente intatos desde a Assembleia Nacional Constituinte de 2001 e aprovou um novo modelo organizativo que “permita adaptar a estrutura da organizaçom às novas necessidades”. A mudança estatutária suprime a Pe r m a n e n t e N a c i o n a l e r e d u z a s responsabildades concretas na Direçom Nacional para finalizar “de umha vez com umha conceçom esclerosada do que devem ser uns estatutos de umha organizaçom política”, com o claro objetivo de “eliminar retórica e dotar de maior autonomia os organismos executivos na hora de se organizarem internamente”. Umha das concreçons desta decisom foi a substituindo da figura de Porta-Voz Nacional por umha Porta-Vozia colegiada.
NÓS-UP acordou dotar-se de três figuras de implicaçom orgánica: filaçom, militáncia e colaboradores/as. Os novos Estatutos aprovados recolhem que “será reconhecida a figura de colaboradaora a toda simpatizante ou ativista da esquerda independentista que assim o solicitar e que nom estiver em condiçons de assumir os compromissos necessários para ser reconhecia como filiad@”. Neste último caso, poderam-se estabelecer acordos coletivos entre NÓS-UP e qualquer outra organizaçom da esquerda independentista para que “se reconheça a condiçom de colaboradores/as à totalidade da filiaçom dessa outra entidade”. Tal como recolhe o documento aprovado esta inovadora mudança pretende “integrar de umha forma orgánica nos debates políticos e ideológicos internos as achegas d@s companheir@s que ainda que militarem em organizaçons do MLNG nom fam parte diretamente da estrutura de NÓSUnidade Popular”, mas também para poder “ativar e optimizar os recursos de que dispom para recuperar a iniciativa política após ter passado por um período em que se tinha cedido grande parte do espaço público a iniciativas unitaristas que dérom o fruto que já conhecemos”.
Alargamento da Direçom Nacional A VI Assembleia Nacional de NÓS-UP escolheu nova direçom conformada por dezasseis pessoas encabeçada por Alberte Moço Quintela e Rebeca Bravo Domingo. A essa equipa haverá que acrescentar a incorporaçom d@s Responsáveis Comarcais durante o processo de renovaçom pósassemblear, assim como a Responsável Nacional da Mulher.
Ato de encerramento Após a leitura das resoluçons e da proclamaçom da nova Direçom Nacional, foi entre o eco das palavras de ordem “Avante já com a Unidade Popular!” que a companheira Rebeca Bravo realizou o discurso final. “E hoje é o dia em que podemos declarar com firmeza, que fazemos parte de NÓSUnidade Popular, organizaçom com plena capacidade para atingir a referencialidade do movimento político revolucionário. E
acho que falo em nome do conjunto deste, o nosso máximo órgao de decisom, quando digo que pomos a disposiçom do Povo Trabalhador Galego o meio para lograr a dignidade, para superar as etapas históricas caraterizadas pola opressom e dominaçom de quem vive da sua força de trabalho”. Rebeca Bravo foi enérgica na hora de manifestar a determinaçom de alargar a capacidade de luita. “Mostremos aos espanholistas, os fascistas, os machistas, a todos os fóbicos da diferença sexual, aos classistas, que se derom o festim de votos em Madrid neste 20 de novembro, que essas contas nom vam com nós! Somos galegas e galegos, trabalhadoras e trabalhadores que vamos mudar esta ordem político-social”. Com fortes e fechados aplausos finalizou o discurso para dar passagem ao canto da Internacional e do Hino da Pátria, com que, ao grito de “Independência!, Independência!” conclui VI Assembleia Nacional de NÓS-Unidade Popular.
Contra a ofensiva imperialista em curso A crise sistémica do capitalismo aviva as ânsias militaristas e agressivas das potências imperialistas hegemónicas contra os povos do mundo. Sete mil soldados do exército colombiano, com tecnologia militar cedida polos EUA e Israel, cercam e assassinam ao Comandante em Chefe das FARC Alfonso Cano a princípios de novembro; sete meses demorou o imperialismo baixo a direçom da OTAN em conquistar Líbia; EUA e UE querem tombar o governo sírio; Israel procura apoio internacional para iniciar ataque militar sobre o Irám; imperialismo europeu e ianque cooptam revoltas populares no Iémen imponhendo governos de transiçom fantoches. A VI Assembleia Nacional de Nós-Unidade Popular manifesta o seu rechaço ante os múltiples episódios de violência injusta protagonizados polo imperialismo nos últimos tempos e declara que a única
alternativa para fazer frente às futuras agressons é a defesa da soberania nacional e a luita revolucionária polo socialismo. Com a Colômbia insurgente e bolivariana Existe um muro de silêncio sobre a natureza terrorista do regime colombiano. Os enormes interesses económicos imperialistas deformam e manipulam até extremos inimagináveis a realidade. Décadas de assassinatos, extermínio, saqueio, expulsom de populaçom, roubo de terras, violaçom sistemática dos direitos humanos, seguem incólumes no presente, convertendo a Colômbia num Estado genocida e criminoso. A VI Assembleia Nacional de NÓS-UP manifesta o seu apoio e solidariedade internacionalista à luita popular e armada que desenvolve o povo trabalhador colombiano em prol da justiça social, a liberdade e plena soberania nacional.
Comunicado ao respeito das detençons de independentistas
Repressom espanhola fracassará na estrategia contra a Galiza insurgente
1- Primeira Linha manifesta solidariedade revolucionária com @s seis militantes independentistas detid@s nos últimos dias em diversos pontos da geografia nacional. Transmite a familares e amizades do Eduardo, Teto, Jessi, Cata, Antom e Maria o nosso apoio, ánimo e adesom nestes duros momentos. 2- Solicitamos a imediata liberdade de todos e todas e elas, à vez que exigimos das autoridades espanholas plenas garantias para a sua integridade psicológica e física. 3- A operaçom policial e mediática em curso pretende atemorizar a Galiza rebelde e combativa, a que nom se ajoelha docilmente nem se submete mansamente aos ditados do Estado imperialista espanhol. 4- Denunciamos o infame tratamento mediático desenhado polos gabinetes de imprensa do Ministério espanhol do Interior, baseado no linchamento das companheiras e companheiros detidos, assim como da família de Santiago e Eduardo Vigo, submetida a umha repugnante e cruel violaçom da sua intimidade por parte da direçom da TVG e dos “jornalistas” que, saltando os códigos de conduta da profissom, intimadárom e filmárom a imensa dor de quem tem os seus seres mais queridos nas garras do inimigo. 4- Esta nova operaçom repressiva enquadra-se numha estratégia contrainsurgente que
pretende eliminar os núcleos mais combativos e conseqüentes do povo trabalhador galego. Mas, perante a agudizaçom das contradiçons provocadas pola grave crise sistémica do capitalismo que golpeia com dureza nas condiçons de vida e de trabalho da imensa maioria do povo trabalhador, perante a agudizaçom dos mecanismos de opressom nacional que buscam exterminar o projeto nacional galego, é cada vez maior o número de compatriotas que acreditam que só fica o caminho da luita organizada contra Espanha e o Capital. 5- Porque após 30 anos de farsa autonómica, e uns poucos mais do regime emanado da operaçom de reforma do franquismo, as alternativas conciliadoras e reformistas fracassárom estrepitosamente. As dúzias de processos eleitorais burgueses só trouxérom mais dominaçom e exploraçom para a nossa pátria e a nossa classe. 6- A Pátria está à beira do abismo pola pressom assimilacionista espanhola; a classe obreira retrocedeu décadas em direitos, liberdades e condiçons; as mulheres padecem o reforçamento dos mecanismos de dominaçom patriarcal. Perante este panorama e frente ao apocalíptico futuro que nos querem impor, a Revoluçom Galega é a única saída viável para evitar a derrota da Galiza e do seu povo na maré
reacionária e neofascista exportada pola Uniom Europeia via Espanha. 6- A vaga repressiva deve ser respondida de forma unitária e maciça polo conjunto do movimento popular galego que nom se deixou vender por um punhado de euros nem polos flashes dos meios de (des)informaçom da burguesia espanhola. O nosso partido manifesta publicamente a sua total disponibilidade para participar na imprescindível resposta de massas a tanta intoxicaçom, manipulaçom e repressom. 7- A resistência e a luita obreira, nacional e popular é um direito dos povos livres com firme determinaçom a nom se deixar derrotar. Um setor do povo galego tem, temos, a firme determinaçom de combater sem trégua por um futuro de liberdade e emancipaçom. No caminho encontraremo-nos todas e todos os que consideramos que luitar é um dever. Pátria, Socialismo ou morte! Venceremos! Denantes mort@s que escrav@s! A luita é o único caminho! Viva Galiza ceive, socialista e feminista!
Comité Central de Primeira Linha Galiza, 4 de dezembro de 2011
Comunicado de Primeira Linha
Primeira declaraçom de 2012 de Primeira Linha ao proletariado, juventude, mulheres e conjunto do povo trabalhador galego Parafraseando Lenine, a verdade sempre é revolucionária. Eis porque, quando o novo ano se aproxima e o velho 2011 se esgota, as comunistas galegas nom podemos prognosticar que o 2012 vai ser bom para o proletariado, o conjunto da classe obreira e do povo trabalhador galego. Muito afastada da nossa intençom é pretender desenhar artificialmente um virtual cenário de ilusom e esperança sobre o final da grave crise capitalista que semana a semana vai mostrando a sua ferocidade com golpes permanentes, e cada vez mais duros, nas condiçons de vida e de trabalho das camadas populares galegas. O cenário que se enxerga no horizonte está caraterizado por mais, e ainda mais duras, agressons contra os direitos e conquistas atingidas nas últimas décadas de luita nacional, obreira, feminista e popular. O novo governo do PP vai aprofundar sem limites a via ultraliberal da derradeira legislatura de Zapatero, seguindo os ditames marcados por Bruxelas, Berlim e Washington. O seu resultado vai ser o incremento do desemprego, da precariedade e a eventualidade laboral, congelamento e rebaixas de salários e das pensons, incremento dos impostos para o conjunto do povo trabalhador, privatizaçom da sanidade e o ensino, cortes nos serviços sociais. As conseqüências serám aumento da pobreza, da miséria e a exclusom social, da emigraçom da nossa juventude e outros setores populares, reforçamento do patriarcado e do machismo. Seria umha irresponsabilidade por parte dos comunistas galegos transmitirmos à nossa Classe, ao nosso Povo e a nossa Pátria plena confiança no futuro imediato. Mas também seria agir de forma enganosa considerar que as cousas por elas próprias se vam poder “arranjar” com base no sacrifício coletivo, a austeridade e a apertar “todo o mundo” o cinto como a burguesia apregoa. Estas som as falácias que difunde a casta política cleptocrática que nos governa por meio dos seus meios de desinformaçom de massas para injetar anestesia no conjunto do povo e evitar o desenvolvimento dos imprescindíveis combates nacionais, obreiros e populares. Em 2011, ensaiárom com relativo sucesso umha via de escape por meio do denominado movimento indignado que permitiu à oligarquia ganhar tempo e reforçar a confiança de bem intencionados setores populares na possibilidade de reformar o sistema. Hoje, essa falsa alternativa que tanto entusiasmou a pequena burguesia simplesmente dilui-se. Porém, a bateria de medidas ultraliberais para desregularizar ainda mais o mercado laboral e destruir conquistas e direitos sociais, que vam aplicar de forma gradual nas vindouras semanas e meses, provocará inevitavelmente um incremento dos protestos e as luitas. Dependerá da capacidade de incidência da esquerda revolucionária, da auto-organizaçom obreira e popular, dos espaços unitários que atingirmos, dos avanços na batalha ideológica, do incremento da consciência, para que estes nom sejam cooptados polo sistema ou simplesmente esterilizados pola esquerda reformista e o sindicalismo pactista. Só a luita organizada e de massas permitirá podermos sentar as bases para construir um futuro fora do que nos tenhem preparado e desenhado. 2012 tem que ser um ano de luita e combate, de desenvolvimento organizativo e
incremento da consciência popular. Um ano de resistência e confronto. Um ano de aumento da entrega militante, de avanços tangíveis na construçom do partido comunista de vanguarda, de desenvolvimento da Unidade Popular, de expansom do MLNG.
Querem calar-nos e eliminar-nos Espanha e o Capital levam muito tempo preparando-se para este cenário de crise sistémica. O aumento da repressom e da manipulaçom mediática som consubstanciais a este negro panorama que nos querem impor os donos dos meios de produçom. Dependerá da nossa capacidade coletiva para nom nos deixarmos enganar, para acreditarmos na imensa capacidade da nossa classe unida e mobilizada, que consigamos avançar ou, ao contrário, retroceder ainda mais na via do marasmo e a desmoralizaçom. A repressom vai ser o pam nosso de cada dia; a intoxicaçom e as mentiras atingirám dimensons inimagináveis. Dependerá do desenvolvimento e da eficácia das ferramentas de contra-hegemonia popular para podermos contrarrestar o dano que nos podam impingir neste ámbito fulcral da luita de classes e do processo de libertaçom nacional e social de género.
complexos e recuperaçom da autoestima como galegos e galegas. Galiza deve subsistir à dupla ofensiva uniformizadora que padece. Dependerá da nossa capacidade coletiva de evitarmos a catástrofe a que Espanha e o Capital querem conduzir-nos. A alarmante perda paulatina de populaçom e o preocupante envelhecimento que carateriza as tendências demográficas em curso na nossa pátria exigem novas estratégias e sobretodo espaços na agenda política e social da esquerda independentista e socialista galega. Só a conquista plena soberania e independência, mediante a implantaçom de um Estado galego de caráter obreiro, poderá evitar que se cumpram os planos que tenhem traçado em Madrid.
As mulheres devem dirigente na luita
jogar
um
rol
Umha das conseqüências mais claras do processo de crise política e económica do capitalismo na nossa área geográfica é o endurecimento do Patriarcado. Sob a justificaçom da crise tem-se agudizado as já anteriormente piores condiçons sociolaborais das trabalhadoras galegas. Ligar as luitas sindicais e sociais no nosso específico quadro nacional é tam determinante como destacar a específica opressom que padece mais de metade da força de trabalho nesta sociedade. Sem as mulheres, nom é possível a Revoluçom.
Com @s combatentes galeg@s
Podemos evitar deixar-nos vencer 2012 nom vai ser um ano de felicidades e alegrias para as imensas maiorias sociais da Galiza e do resto do mundo. Sabemo-lo. Somos perfeitamente conscientes do que nos vai cair por cima. Mas nom devemos amargar-nos nem resignar-nos, nem dar nengumha batalha por perdida. E sim confiar em que podemos -nom só conseguirmos complicar-lhe as cousas ao capitalismo espanhol e internacional, mas evitar que fagam o que pretendem. Temos que converter o ano 2012 num pesadelo para a burguesia. Primeira Linha tem a firme determinaçom em implicar-se em todas aquelas luitas e iniciativas populares tendentes a parar os pés aos Amáncios Ortegas, Manuel Joves, Emílios Botins, Rajois, Rubalcabas, Bourbons e demais inimigos da classe obrfeira, da Galiza e das mulheres.
Um regime em crise A crise política do Regime, salpicado pola corrupçom generalizada que atinge a própria Casa Real espanhola, tem que ser aproveitada para aumentar ainda mais a sua deslegitimaçom. A partitocracia dirigida basicamente polo PP-PSOE é corresponsável da crise política que nos afoga e condena ao abismo. Despreender-nos dela é vital para conquistar a verdadeira liberdade e a emancipaçom.
Espanha pretende aumentar processo de espanholizaçom da Galiza A plena destruiçom e assimilaçom de Galiza na Espanha bourbónica é outro dos grandes objetivos que perseguem a casta política e o grande Capital para quem esta trabalha. 2012 deve ser um ano de resistência à destruiçom planificada da nossa língua e cultura nacional, de ofensiva na galeguizaçom de cada vez mais e maiores espaços sociais, de superaçom de
Nom queremos despedir este 2011 sem saudar a Galiza rebelde e combativa, toda a juventude, as mulheres e homens da classe obreira que luitárom nas suas respetivas trincheiras de combate contra as agressons em curso, e especialmente os e as presas políticas galegas, com especial carinho a Miguel Nicolás e Telmo Varela, encarcerados em Zuera (Saragoça) e em Topas (Salamanca). A todas elas, e a familiares e amizades, enviamos um saúdo comunista, patriótico e feminista. Saudaçom que fazemos extensível ao conjunto do movimento popular galego e a todas aqueles coletivos e organizaçons que luitam sem trégua e nom se resignam a ser meras expetadoras de atos alheios.
A luita é o único caminho e a insurreiçom a estratégia Nom cansaremos de transmitir, embora semelhe repetitivo, que só existe umha via para poder atingir com sucesso o luminoso horizonte da liberdade e a emancipaçom. Esta é a luita popular e obreira organizada. Mas sem estratégia definida está condenada ao fracasso ou a ser devorada pola lógica do Capital. Galiza e a sua classe obreira só poderám triunfar frente à dominaçom e à exploraçom a que nos vemos submetidas por Espanha e o Capital implementando umha estratégia insurrecional. 2012 deve assistir a avanços invisíveis, mas tangíveis, para mais cedo que tarde atingir essa alvorada sonhada. A Revoluçom Galega pola qual dérom a sua vida Benigno Álvares, Gomes Gaioso, o Piloto, Moncho Reboiras, Abelardo Colaço, Lola Castro e José Vilar. Antes mort@s que escrav@s! Até a vitória sempre! Viva Galiza livre, socialista e feminista! Viva a Revoluçom Galega!
Comité Central de Primeira Linha Galiza, 1 de janeiro de 2012
Edita: Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano Tiragem: 1.000 exemplares Encerramento de ediçom: 10 de fevereiro de 2012 Blogue: www.ccb-galiza.org Co-e: info@ccb-galiza.org
Reproduzimos extratos do prólogo redigido polo Che à ediçom cubana do livro do general vietnamita Vo Nguyen Giap, publicado pola Editora Política, Havana 1964.
Na luita, tem-se passado por três etapas que caraterizam, em geral, o desenvolvimento da guerra do povo; inicia-se com guerrilhas de pequeno tamanho, de extraordinária mobilidade, diluíveis completamente na geografia física e humana da regiom: com o decorrer do tempo, produzem-se acontecimentos quantitativos que, num dado momento, dam passagem ao grande salto qualitativo que é a guerra de movimentos. Aqui som grupos mais compactos os que agem, dominando zonas inteiras; embora os seus meios sejam maiores e a sua capacidade de castigar o inimigo muito mais forte, a mobilidade é a sua caraterística fundamental. Depois de um outro período, quando maduram as condiçons, chega-se à etapa final da luita em que o exército se consolida e, inclusive, à guerra de posiçons, como aconteceu em Dien Bien Fu, pontilha à ditadura colonial. No transcorrer da contenda que, dialeticamente, vai desenvolvendose até culminar, no ataque de Dien Bien Fu, em guerra de posiçons, criam-se zonas libertadas, ou semi-libertadas do inimigo, que constituem territórios de autodefesa. A autodefesa é concebida polos vietnamitas também num sentido ativo como parte de umha luita única contra o inimigo; as zonas de autodefensa podem defender-se elas próprias de ataques limitados, fornecem homens ao exército do povo, mantenhem a segurança interna da regiom, mantenhem a produçom e asseguram o fornecimento da frente. A autodefesa nom é nada mais do que umha parte mínima de um todo, com caraterísticas especiais; nunca pode conceber-se umha zona de autodefesa como um todo em si, quer dizer, umha regiom onde as forças populares tentem defender-se do ataque do inimigo enquanto todo o território exterior à dita zona fica sem convulsons. Se assim acontecesse, o foco seria localizado, atenazado e abatido, a nom ser que passasse imediatamente à fase primeira da guerra do povo, quer dizer, à luita de guerrilhas. Como já temos dito, todo o processo da luita vietnamita deveu basear-se no campesinato. Num primeiro momento, sem umha definiçom clara dos marcos da luita, esta fazia-se somente polo interesse da libertaçom nacional, mas aos poucos delimitavam-se os campos, transformavam-se numha típica guerra camponesa e a reforma agrária estabelecia-se no curso da luita, quando as contradiçons aprofundavam e, a um tempo, a força do exército do povo; é a manifestaçom da luita de classes dentro da sociedade em guerra. Esta era dirigida polo partido com o fim de anular a maior quantidade possível de inimigos e de utilizar ao máximo as contradiçons com o colonialismo dos amigos pouco firmes. Assim, conjugando acertadamente as contradiçons, é que o partido pudo aproveitar todas as forças emanadas destes choques e atingir o triunfo no menor tempo possível.
ligaçom que existe entre o partido e o exército, como, nesta luita, o exército nom é senom umha parte do partido dirigente da luita. Da estreita ligaçom que existe por seu turno entre o exército e o povo; como o exército e o povo nom som senom a mesma cousa, o que mais umha vez se vê corroborado na síntese magnífica que figera Camilo: “o exército é o povo uniformado”. O corpo armado, durante a luita e depois dela, deveu adquirir umha ténica nova, ténica que lhe permitirá ultrapassar as novas armas do inimigo e rejeitar qualquer tipo de ofensiva. O soldado revolucionário tem umha disciplina consciente. Durante todo o processo, carateriza-se fundamentalmente pola sua autodisciplina. Por sua vez, no exército do povo, respeitando todas as regras dos códigos militares, deve haver umha grande democracia interna e umha grande igualdade na obtençom dos bens necessários aos homens em luita. Em todas estas manifestaçons, o general Nguyen Giap assinala o que nós conhecemos pola nossa própria experiência, experiência que se realiza alguns anos depois de conseguido o triunfo polas forças populares vietnamitas, mas que reforça a ideia da necessidade da análise profunda dos processos históricos do momento atual. Esta deve ser feita à luz do marxismo, utilizando toda a sua capacidade criadora, para poder adaptá-lo às circunstáncias diversas de países, dissímeis em todo o que di respeito ao aspecto exterior da sua conformaçom, mas iguais na estrutura colonizada, na existência de um poder imperialista opressor e de umha classe associada a ele por ligaçons muito estreitas. Após umha análise certeira, chega o general Giap à seguinte conclusom: “Na conjuntura atual do mundo, umha naçom, embora seja pequena e fraca, que se alce num só homem sob a direçom da classe operária para luitar resoltamente pola sua independência e a democracia, tem a possibilidade moral e material de vencer todos os agressores, nom importa quais forem. Em condiçons históricas determinadas, esta luita pola libertaçom nacional pode passar por umha luita armada de longa duraçom -a resistência prolongada- para atingir o triunfo”. Estas palavras sintetizam as caraterísticas gerais que deve assumir a guerra de libertaçom nos territórios dependentes. Achamos que a melhor declaraçom para acabar o prólogo é a mesma que utilizam os editores deste livro e com a qual estamos identificados: “Oxalá que todos os nossos amigos que, como nós, sofrem ainda os ataques e as ameaças do imperialismo, podam encontrar em Guerra do povo, exército do povo, o que achamos nós próprios: novos motivos de fé e esperanças”.
Narra-nos também o companheiro Vo Nguyen Giap a estreita
Telmo, Miguel
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