O Pedroso entrevista Francisco Manrique
Compostela, estado policial
Solidariedade com as luitas de Urbaser, Multiusos, Aquagest e Tangueiro
Ano XI • nº 40-41 •Janeiro-Junho de 2010
vozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela
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oPedro o
Socorrista despedido da empresa Xade depois de participar na recente greve por um convénio galego dos desportos
Análise
o g i m i n i : o h l a g Bu a r o d a h l a b a r t e s s a l c da
Compostela como capital da Galiza está habituada a ver como as suas ruas e praças acolhem anualmente centenas de protestos laborais, sociais e políticos. Como cidade em que está situada a sede central do governo e as instituiçons autonómicas nom é alheia a ver como umha boa parte das luitas populares aproveitam esta condiçom para exprimirem as suas reivindicaçons. Como cidade universitária viveu durante décadas a permanente conflituosidade de um vigoroso movimento estudantil que soubo transferir as suas demandas dos recintos das faculdades às principais artérias da urbe. O que sim tem sido menos habitual nos últimos anos é a confluência de umha série de conflitos laborais em empresas compostelanas. Multiusos do Sar, Aquagest, Urbaser e O Tangueiro tenhem alterado a artificial pax social que aparentava umha idílica conciliaçom de classes numha cidade com umha importante tradiçom sindical. Trabalhadoras e trabalhadores de Compostela e comarca tenhem-se visto conduzidos a lui-
tarem polos seus empregos, para evitar mais retrocessos nas suas condiçons laborais. Sem lugar a dúvidas o conflito do grupo de empresas O Tangueiro, composto polas padarias Churume, Vázquez Carollo e Pablo, todas elas sociedades limitadas, -que no encerramento da ediçom do Pedroso ainda persiste-, exprime a verdadeira natureza do tecido empresarial compostelano. O que semelhava ser umha empresa “modelo” é paradigma a pequena escala do capitalismo voraz e mafioso que caracteriza a burguesia local. O Tangueiro, ao igual que maioria da hotalaria, nom só paga tarde e mal impondo condiçons laborais anacrónicas, mas carece de escrúpulos para se enriquecer a qualquer preço deixando na rua com salários em atraso mais de setenta trabalhadoras e trabalhadores entre padeiras/os, distribuidores/as, pasteleiras/os e empregadas. Tal como tem denunciado o quadro de pessoal, a empresa deixou de pagar aos provedores, à Segurança Social, as pólizas Continua na página 2
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de seguros, os salários e as dívidas contraídas em electricidade e consumo de água entre outras muitas, embora ingresse mensalmente um quarto de milhom de euros, quando o volume das nóminas nom atinge os 70 mil. Ante este cenário a greve tem paralisado a 100% umha das principais empresas de distribuiçom de pam da cidade e comarca, -com presença em Padrom-, para pressionar umha soluçom ajeitada ao conflito que passa polo pagamento das nóminas atrasadas e a continuidade de umha empresa viável para assim garantir a continuidade da totalidade dos postos de trabalho em perigo. O seguimento e apoio à greve tem sido total na fábrica, na distribuiçom, e nas seis lojas de pam com que conta a empresa. A CIG adverte que de nom ser assim só “fica a possibilidade de que o empresário reconheça que leva meses provocando um incremento das dívidas de forma artificial com o objectivo de levar a empresa ao fechamento. Umha manobra que interpretam pretende evitar fazer frente a grande parte dessas dívidas. Só assim se entenderia que todos os ingressos obtidos durante estes últimos meses nom se destinassem a fazer nengum tipo de pagamento nem se depositassem nas contas da empresa”. Um conflito com mais de um ano de antiguidade O atrasso no pagamento das nóminas arrasta-se de há mais de um ano, mas o conflito começa em 2007, ano em que se iniciou um processo paulatino de despedimentos encobertos. Naquela altura O Tangueiro contava com cerca de um cento de assalariadas e assalariados em nómina. Mas há uns meses o patrom apresentou por surpresa um ERE sem antes informar o quadro de pessoal nem a representaçom sindical que pretendia fechar qua-
tro centros de trabalho e o despedimento encoberto de mais de 20 trabalhadoras, umha boa parte das empregadas, ao finalizar o expediente. Mas tal como foi demonstrado o ERE nom se sustentava porque as contas apresentadas pola empresa eram feitas em base a previsons e nom à situaçom económica real da empresa. Negativa empresarial a negociar e fechamento patronal A empresa nom só nom nega a viabilide económica de O Tangueiro, mas exigiu que as trabalhadoras e trabalhadores continuassem nos seus empregos sem receberem o salário para contribuírem ao saneamento. Ante esta atitude a CIG com o apoio maioritário das trabalhadoras e trabalhadoras iniciou a luita convocando greves, mobilizaçons e realizando denúncias públicas do que está a acontecer numha empresa mui popular na cidade. Diversas manifestaçons de trabalhadores e trabalhadoras do Tangueiro tenhem percorrido a cidade para denunciar os abusos patronais e reivindicar umha imediata soluçom ao conflito que pom em perigo o futuro de setenta famílias, e que passa polo controlo e fiscalizaçom das contas da empresa por parte do quadro de pessoal. Após diversas jornadas de greve a empresa optou polo fechamento patronal, umha decisom ilegal que foi denunciada pola CIG perante a Conselharia do Trabalho. Solidariedade da esquerda independentista NÓS-Unidade Popular manifesta o seu apoio incondicional ao conjunto das trabalhadoras e trabalhadores de O Tangueiro na suas justas reivindicaçons e solicita da Câmara Municipal de Compostela umha declaraçom institucional
de apoio às setenta famílias afectadas e umha condena sem paliativos da atitude empresarial. Justa greve dos trabalhadores de Urbaser O conjunto do quadro de pessoal de Urbaser, a empresa concessionária de recolha do lixo, estivo doce dias em greve para lograr umha série de demandas laborais. Contrariamente às mentiras de Bugalho e da empresa, os trabalhadores nom centravam as suas demandas em incrementos salariais. Procuravam que as pessoas contratadas para substituírem as pré-reformas continuem na empresa após cinco anos trabalhando, que se cubram as vagas por baixas e umha reorganizaçom da jornada laboral. Estas eram as três principais reivindicaçons que provocárom a greve. A intransigência de Urbaser a negociar, e basicamente a posiçom fura-greves e anti-sindical de Sanches Bugalho e Marta Álvarez-Santullano, impossibilitárom umha rápida soluçom ao conflito. Ambos agirom como o que realmente som, políticos ao serviço dos interesses patronais. Tentárom converter um problema laboral, -que conta com a compreensom e respaldo da imensa maioria da vizinhança, num conflito de ordem pública criminalizando e militarizando a greve. Em todo momento o PSOE por boca de Bugalho tentou manipular a opiniom pública difundindo ridículas falsidades sobre o conflito. A sáude pública da vizinhança nunca correu perigo, como tampouco estivo em jogo a sua segurança. Os responsáveis pola alteraçom das festas da Ascensom som exclusivamente Bugalho e Urbaser. O governo municipal só estivo preocupado por impor abusivos serviços mínimos para limpar a zona velha, por aparentar defender o “ornato” público,
polos turistas, desprezando assim as justas demandas dos trabalhadores e a opiniom maioritária de apoio da vizinhança de Compostela, tanto do núcleo urbano como das paróquias rurais, que vivimos aqui e pagamos os nossos impostos. Privatizaçom do serviço, origem do conflito O conflito de Urbaser deriva da privatizaçom da recolhida do lixo. As políticas neoliberais implementadas polo tándem PSOE-BNG com o apoio do PP provocam estas situaçons. A privatizaçom dos serviços municipais que os governos do PSOE e PSOE-BNG vinhérom a aplicar progressivamente nos últimos anos estám na origem deste conflito e no deterioro do serviço. A empresa com o apoio político da Cámara Municipal impujo serviços mínimos abusivos e a vigiláncia da polícia municipal. A contrataçom de TRAGSA para recolher o lixo é umha grave vulneraçom do direito a greve que deixa claro com quem está Bugalho e o PSOE. Avanços nas reivindicaçons laborais Finalmente, após umha exemplar luita onde fôrom queimados mais de um centenar de contentores e bloqueada a planta de Formaris, o quadro de pessoal de Urbaser logrou um sábado de folga ao mês e outro mais a partir de 2011. Som readmitidos os três trabalhadores despedidos, um incremento salarial equivalente ao IPC, 0,8%, e a criaçom de umha comissom de trabalho mista entre os trabalhadores e a empresa para negociar a promoçom interna para converter temporais em fixos. Também se logrou que Urbaser renuncie a exercer acçons judiciais contra os trabalhadores. NÓS-UP manifesta o seu apoio aos trabalhadores de Urbaser e solicita a municipalizaçom para assim melhorar o serviço e evitar mais retrocessos laborais entre o conjunto dos assalariados.
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e d i t o r i a l
Nestes anos conseguimos abrir um peque no oco na comunicaçom alternativa da cidade. O nosso cabeçalho nom pode, nem procura competir com os jornais da burguesia, mas nom é alheio para umha parte destacada da vizinhança dos bairros compostelanos. Logramos demonstrar que nom só era possível mas necessário que a esquerda independentista e socialista galega abandonasse a palavrada estratégica e actuasse sobre o terreno em que pretende incidir e transformar. Por este motivo estamos modesta mas sinceramente orgulhosas e orgulhosos da trajectória percorrida. Centos de páginas de quarenta números do Pedroso som o melhor expoente do modelo alternativo de cidade que defendemos. Um projecto completamente autónomo das forças políticas sistémicas, das suas prolongaçons mediáticas, dos grupos
A equipa de redacçom que edita o Pedroso considerava necessário informar das causa da ediçom deste número duplo mas também transmitir confiança às nossas e aos nossos leitores na firme determinaçom de continuarmos a editar um jornal de esquerda anticapitalista e independentista feito em Compostela e para Compostela.
As Festas da Ascensom Mais um ano vimos de viver, há uns dias, as festas da Ascensom na nossa cidade. E mais um ano, ao menos para mim, passárom sem pena nem glória. Isso nom quer dizer que nom estivesse Marcos Lopes Pena de festa, nem que nom desfrutasse das férias, mas fiquei excluído como público, mais umha vez, da programaçom da Concelharia da Juventude e Festas. E acho que nom fum o único. Vam algumhas razons: porque as festas estám no centro, e nos bairros nom há programaçom. Pola música: as últimas novidades nos 40 principales e grupos “alternativos” chegados das mais recônditas partes do Estado nom som do meu gosto. Por espanholada: zero presença do galego nos grandes eventos; o ano passado, no festival “rock na Ascensión”, com um programa de 11 bandas, nom houvo nem um grupo na nossa língua. O “tema do galego”, com efeito, leva-o outro departamento, aproveitando que este ano a Ascensom calha com a semana das Letras. Cultura? Nom, a concelharia gerida polo BNG considera que, imer-
Editorial >>
Temos noticiado as principais luitas da última década, denunciado os abusos do governo municipal e da Junta da Galiza, dos patrons e dos poderes fácticos da cidade, a corrupçom e o nepotismo, as cacicadas, a privatizaçom de serviços, os planos neoliberais disfarçados de progressismo, alertado sobre o incremento da pobreza, o desemprego e a precariedade laboral. Temos dado voz a quem habitualmente som negados ou condenadas ao ostracismo nos meios de comunicaçom burgueses, acompanhado as demandas dos movimentos sociais. Temos sido umha ferramenta à hora de armar ideologicamente e projectar socialmente a Compostela rebelde e combativa na sua perseverante luita contra o recorte de liberdades, o controlo social e a repressom policial. Temos mantido um insubornável compromisso na defesa da nossa língua e cultura, contra a homogeneizaçom e assimilaçom espanholista, frente a especulaçom, o urbanismo e as infra-estruturas selvagens, na construçom de umha alternativa global ao empobrecedor modelo de cidade em que em rasgos gerais coincidem plenamente PP-PSOE-BNG. Temos elaborado, recolhido, difundido de forma parcial mas também integral um projecto alternativo ao do pensamento único que pretende fazer da capital da Galiza um parque temático para o turismo, economicamente inviável, condenando a nossa identidade e cultura ao simples facto diferencial folclórico, fazer de Compostela umha cidade cómoda para umha minoria, desenhada para os ricos. Temos resistido Jacobeus, Cimeiras de Ministros de Justiça e Interior da UE, visitas reais, ocupaçons policiais, intoxicaçons jornalísticas e permanentes tentativas de criminalizaçom. Mas seguimos aqui com a mesma energia do primeiro número.
sas no ataque mais brutal contra a nossa língua das últimas décadas, nom há dinheiro para actividades. Assim, as apresentaçons de livros, animaçom à leitura, dança, recitais poéticos e conta-contos, famse com quartos do departamento de Normalizaçom Linguística. E o trabalho de normalizaçom nom se fai, evidentemente, como já sabíamos, mas nom está demais lembrá-lo. Além disto, as festas constituem um verdadeiro esbanjamento de dinheiro: 226.140 € em 2010. Quase 30.000 destes fôrom proporcionados polo Jacobeu, que bem sabe da capacidade para atrair turistas de umha festa bem montada. Grande parte da programaçom tem esse ar de mega-espectáculo que se instaurara na época de Fraga e Pérez Varela. Mas é dinheiro bem investido, porque mais gente na rua quer dizer mais consumo, e isso implica mais postos de trabalho, e de maior qualidade, como bem sabem, por exemplo, os e as empregadas de hotelaria da cidade. Da era fraguiana também vem essa visom folclórica da cultura tradicional: desfiles de associaçons do traje tradicional e demonstraçons de dança das escolas. Cultura enlatada de mostruário, mui afastada de qualquer participaçom popular. Na associaçom cultural em que milito, a Gentalha do Pichel, temos mantido conversas com o vereador de Festas, José Vaqueiro, para que parte das actividades da Ascensom -e parte do orçamento, claro- fosse
o p i n i o m gerido polo tecido associativo da cidade e assim organizar umhas festas mais participativas. A resposta foi, era de esperar, nom. Mas por sorte, o associacionismo em Compostela goza de boa saúde, e vem de organizar umhas Festas Populares alternativas às festas institucionais. Associaçons culturais, vicinais, ecologistas, de jovens, de estudantes, feministas, gastronómicas, desportivas, centros sociais, salas, bares com programaçom cultural, rádios livres, associaçons de comerciantes, agrupaçons musicais... organizárom organizámos- durante 15 dias um programa de festas feitas “de abaixo, descentralizadas e espalhadas polos bairros da cidade, que respondam aos interesses e necessidades da vizinhança, participativas e colectivas”. Embora meios de comunicaçom como La Voz de Galicia silenciassem desde o início este programa, muitas das suas actividades atingírom grande nível de público, o que supom um primeiro passo para a sua continuidade.
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O nosso jornal vem sendo editado de forma permanente e sem interrupçom desde há mais de umha década. Nom temos obviamente recebido a mais mínima ajuda institucional. O jornal financia-se com as colaboraçons de pequenos negócios que contribuem a fazer frente a umha parte dos custos de ediçom. Mas esta injecçom nom chega para cobrir as despesas da imprensom, pois o resto do processo é feito integra e gratuitamente por militantes. Ainda que continuemos com a ambiçom de reduzirmos a periodicidade e alargar a tiragem, actualmente o nosso objectivo é recuperarmos a cadência trimestral a partir do número 42.
económicos que as tutelam, tem sido a garantia da nossa absoluta e total independência, logrando assim editarmos um meio de comunicaçom feito por trabalhadoras e trabalhadores de Compostela dirigido ao conjunto da nossa classe.
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Cara leitora, caro leitor, pola primeira vez o Pedroso opta por editar um número duplo. Esperamos que seja a excepçom que confirma a regra. Há tempo que considerámos esta opçom, mas até agora tentámos safar com grandes doses de voluntarismo e imaginaçom umha decisom que agora já nom podemos evitar aplicar. As razons derivam das dificuldades económicas que o conjunto do mundo do Trabalho está a padecer polas agressons a que estamos a ser submetidos a causa da grave crise que atravesa o capitalismo. A classe trabalhadora perdeu poder aquisitivo e isto também influi negativamente nas finanças das organizaçons revolucionárias.
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Como umha ironia, no centro da nora da Alameda, este ano houvo um símbolo do dólar gigante. Será por dinheiro, deveu pensar quem desenhou essa iluminaçom. Será por vontade, dizemos nós.
Marcos Lopes Pena fai parte da Gentalha do Pichel
O Pedroso entrevista
Entrevista >>
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Francisco Manrique “Fui o único trabalhador que aderiu à greve do sector do desporto em XADE e, em menos de um mês, fui despedido. Já a tinham guardada” O que há detrás deste despedimento depois de nove anos de actividade sindical? O conflito vem de longe e tem o último episódio na recente greve de instalaçons desportivas. O meu despedimento é umha clara repressom sindical por parte da direcçom da empresa, representada nos directivos Santiago Quadrado e Antón Antelo. Fum o único trabalhador que aderiu à greve do sector do desporto em XADE e, em menos de um mês, fum despedido. Por cima, a empresa tem iniciado umha campanha para desacreditar-me como trabalhador, e o próprio gerente vai anunciando a quem quiger escuitá-lo que tem um
“Os que mandam na empresa som peons do PSOE que em nada se diferenciam da direita: som trepas e repressores. De facto, aqui temos muitos vendidos, do encarregado até o último “conserge”
Como vás reagir diante desta decisom da empresa que gere o Multiusos do Sar e de Santa Isabel? Hoje estamos a protestar frente às portas do Multiusos do Sar e já é a terceira semana, igualmente estamos repartindo propaganda relativa a este último abuso empresarial quase a diário entre as pessoas usuárias das instalaçons, recolhemos assinaturas para enviar ao presidente da Cámara, e outras acçons que se irám vendo nos próximos dias. Basicamente procuramos tornar visível o conflito
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dossier contra mim, suponho que com o objectivo de tapar os motivos reais do despedimento. E já resulta clarificador que tenham elaborado esse dossier, o que demonstra que vinham planeando o despedimento.
pois as empresas som vulneráveis à opiniom do público e os abusos nom costumam ser bem vistos. Paralelamente as advogadas do meu sindicato, a CIG, estám a preparar toda a parte jurídica da minha defesa. O importante é nom render-se frente a umha injustiça, ainda que fiques isolado. Como influiu a última greve no teu despedimento? Este despedimento nom é mais do que o último passo da perseguiçom da gerência desde que promovim as eleiçons sindicais em 2003. Nesta greve pedíamos e conseguimos uns salários de 1.000 €, rebaixamos a jornada a 38 horas, eliminar os horários irregulares para contratos menores e cubrir um 85% do salário em situaçom de baixa. Mas na nossa empresa já conseguíramos estas condiçons com os protestos de 2005 e agora cumpria participar por solidariedade, e assim o figemos. O facto de que estejamos frente a instalaçons públicas nom muda a situaçom? O grave é que isto se passe numha empresa presidida polo presidente da Cámara de Compostela, e supomse que as administraçons públicas devem velar polos direitos das trabalhadoras e trabalhadores e nom permitir que sejam despedidos por defendê-los. Mas tampouco há que esquecer que som os próprios trabalhadores que tenhem que defender os seus direitos, porque se estes nom se exigem, se nom se exercitam os direitos, vam-se perdendo. Ainda que a Galiza de hoje nom seja a Colôm-
“Grande parte do pessoal tem má consciência à hora de defender os seus legítimos direitos, pensam que devem algo a aqueles a quem estám a enriquecer”
Socorrista despedido da empresa Xade depois de participar na recente greve por um convénio galego dos desportos bia, onde assassinam um sindicalista cada semana, o medo a perder o emprego paralisa e divide as trabalhadoras e trabalhadores; superar esse medo e atingir a unidade é o nosso repto sindical. Qual é o papel do governo municipal PSOE-BNG neste conflito? É lamentável que estes governos deixem a gestom de muitos serviços públicos em maos privadas como fai a direita, pois as empresas privadas
Todo este trabalho sindical tem algumha plasmaçom política, permite-che alviscar expectativas de mudança social? No referido à minha experiência concreta nesta empresa nom, ainda que aqui influem vários factores: a capacidade de convicçom de quem lidera, a heterogeneidade de interesses do pessoal, a decepçom política com quem deveria ser o referente, o BNG, quando ocupou a área dos desportos, o contexto social pouco
“Para fazer autêntico sindicalismo e defender os direitos das trabalhadoras e trabalhadores há que estar disposto a arriscar o emprego” nom costumam valorar os direitos laborais e só procuram o lucro. Já bastante indefensom temos as e os trabalhadores frente aos empresários neste sistema como para que os que se fam chamar progressistas cedam aos capitalistas o pequeno espaço do sector público. Frente a esta força dos empresários só cabe opor a unidade dos trabalhadores para fazer-se respeitar, e quando a cobardia ou o individualismo nos divide temo-lo mui difícil. Para fazer autêntico sindicalismo e defender os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras há que estar disposto a arriscar o posto de trabalho. E a respeito do governo municipal há que lembrar que a nossa empresa foi criada do concelho embora seja gerida polo capital privado, que é quem se lucra. Grande parte do pessoal tem má consciência à hora de defender os seus legítimos direitos, pensam que devem algo a aqueles a quem estám a enriquecer. E os que mandam no dia a dia da empresa som peons do PSOE que em nada se diferenciam da direita: som trepas e ambiciosos, e nom tenhem remorsos à hora de reprimir a quem puder minorar o seu lucro, ou a sua posiçom.
tendente ao compromisso, etc. No trabalho sindical partes de problemas concretos e daí podes passar à extrapolaçom de valores e ideias políticas, mas nom é fácil tanto polas características da luita, que adoita ser desigual e o medo pesa, como pola influência do contorno, que nesta sociedade desincentiva o compromisso. Quero pensar que sim se reforçam determinados valores nas pessoas após a luita sindical, ainda que nas duas direcçons: uns positivos, de solidariedade e rebeldia, de busca da justiça, e também o individualismo, a cobardia e a mesquinhez nos casos reaccionários. De facto, aqui temos muitos vendidos, do encarregado até o último “conserge” Nesta empresa há muita gente metida directa ou indirectamente polo partido do presidente municipal, e isso lastra de partida. Suponho que fai falta um referente sólido, um trabalho constante e muita habilidade para sortear os obstáculos da direcçom da empresa. Mas nem por isso imos ocultar a nossa ideologia nem os nossos valores de esquerdas. NOTA DE O PEDROSO: no momento de sair à rua este número a empresa reconheceu o despedimento improcedente do trabalhador.
Compostela, estado policial
Greve do lixo Com posterioridade, já de volta na nossa cidade, o estalido da greve do lixo voltou fazer aumentar a presença policial cá. E mais umha vez o número de efectivos policiais nas nossas ruas acrescentou-se para garantir que a greve em Urbaser discorresse polo caminho traçado polo governo municipal, nom vaia ser que afinal os trabalhadores pudessem fazer a suficiente força como para ganharem o conflito. Nos próximos meses este dispositivo voltará a ser reforçado por volta do 25 de Julho, com especial cuidado
nos dias em que o monarca espanhol esteja na cidade, com o fim de evitar que qualquer casta de protesto popular poda incomodar a magna celebraçom da pompa prevista ou suje a imagem turística de Compostela. Possivelmente voltará a ser relaxado nos meses a seguir, para ser retomado no fim de Outubro com motivo da visita do máximo hierarca do catolicismo, e finalmente em finais de ano desmantelará-se o dispositivo. Em resumo, o dispositivo policial do Jacobeu nom existe para a protecçom e segurança dos habitantes de Compostela mas para todo o contrário. Dentro da planificaçom das actividades e pompas do ano jubilar as autoridades avaliam a maioria da populaçom da nossa cidade como um factor de risco a que há que vigiar e reprimir. Repressom que tem que ser especialmente contundente naquelas ocasions em que as reivindicaçons sociais e políticas dalgum sector organizado desta populaçom poda afectar a imagem da cidade como mercadoria turística. Esta é a ideia que temos que ter clara e pola qual a maioria dos habitantes de Compostela temos que estar em contra do aumento da presença policial. Umha cidade tranquila Na nossa cidade cada vez há mais polícia nom porque esta seja necessária para enfrentar um problema de criminalidade em aumento, de facto Compostela deve ser umha das cidades mais tranquilas e seguras do mundo. Muito polo contrário o único alvo real desse aumento da presença policial é conseguir um absoluto controlo social que bloqueie qualquer intento de dissidência dentro da planificaçom de umha cidade-museu ou cidade-parque de diversons. Em definitiva, o que tem que ter na cabeça qualquer vizinho ou vizinha de Compostela quando se ver num engarrafamento provocado por um controlo ou quando um “anti-distúrbios” lhe impida passar por umha rua em que se esteja a realizar um acto é que quem o governa considera-o como um criminoso em potência, um perigo social. É um erro pensarmos que se trata de cousas que nom vam connosco, que sofremos como efeito secundário. Muito longe disso tem a ver todo connosco, porque nós somos o perigo de que querem defender-se.
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O certo é que o aumento da presença policial nom supom para a maioria da populaçom mais que um entrave para o desenvolvimento normal da sua vida. Como exemplo evidente podemos tentar avaliar como os controlos aleatórios provocam só um aumento nas dificuldades de circulaçom numha cidade que de por si já tem suficiente, ao tempo que nom supom umha melhora das condiçons de existência para a maioria. Ou talvez lhe escapa a alguém que este aumento da presença policial tem como único alvo a blindagem da zona turística e das personalidades que visitem a cidade?. Porque seria questom de repassarmos as motivaçons das administraçons com responsabilidades no dispositivo e o uso que se está a fazer dele para cair na conta que este reforço policial nom esta destinado a melhorar a segurança nos bairros mas exclusivamente a reprimir qualquer mínima expressom de dissidência dentro do cenário jacobeu. Os melhores exemplos desta realidade tivemos ocasiom de vivê-los após o mês de Abril. Assim o momento de refluxo da presença policial em Compostela, que durante Abril e os começos de Maio voltou a uns padrons relativamente normais, véu coincidir com a realizaçom da cimeira de ministros da pesca da UE em Vigo. E curiosamente durante esse tempo na cidade olívica pudérom apreciar as bondades de um dispositivo em todo semelhante ao que vivemos cá no mês anterior. Seria que os índices de criminalidade aumentaram desmesuradamente em Vigo para que terem que ir lá centos de efectivos da polícia? Claro que nom, a nom ser que se tenha a maldade de considerar criminosos os integrantes dos governos da UE.
Análise >>
variedade de horários. Mas o tema nom se cingiu só ao controlo de carros mas os controlos preventivos sobre a populaçom civil fôrom experimentados por umha multidom de peons que tivérom a ideia de passearem nessas datas polas ruas próximas à realizaçom de qualquer acto com presença de autoridades, caso da inauguraçom na Praça do Pam do centro social Caixa Nova ou da visita dalgum ministro. Como é claro, também nom podemos esquecer que estas datas fôrom as eleitas para pôr em andamento o plano especial de segurança da catedral. Plano que supom toda umha série de limitaçons para o livre acesso a este edifício para além de contribuir com um novo elemento decorativo às magníficas praças barrocas que o circundam. Assim agora entre a magnificência das pedras que centenas de artesos lavrárom ao longo dos séculos destaca como um elemento quotidiano mais a presença das carrinhas azuis e os nom menos azuis fatos dos membros da UIP (Unidade de Intervençom Policial). Umha imagem curiosa e inquietante que as visitantes que venham neste ano poderám levar para os seus lares e que mesmo poderia ser incluída nos postais turísticos. E como sempre, todo isto dim-nos que se fai pola nossa segurança. Umha segurança da qual se nos fala habitualmente embora em momento algum se avalia como repercute realmente na vida da maioria dos habitantes da cidade.
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Durante o passado mês de Março, e em especial por volta das datas mais próximas às férias da Primavera, os vizinhos e vizinhas de Compostela pudemos comprovar in situ a que se referiam as autoridades políticas quando a finais do passado ano falavam do reforço do dispositivo policial por causa do Jacobeu. A suposta tranquilidade que para Bugalho e companhia supom a aplicaçom destas medidas especiais na realidade transforma-se na geraçom de umha sensaçom geral de insegurança e intimidaçom colectiva, que é a reacçom lógica de qualquer que ao se deslocar polo contorno urbano de Compostela topasse com dous ou três controlos policiais diários. E essa foi a realidade. Durante as últimas semanas de Março e a primeira de Abril umha das cenas mais repetidas na nossa cidade foi a formada polas carrinhas azuis e os homens fardados e armados que bloqueavam o tránsito rodado e paravam aleatoriamente alguns veículos para submetê-los a inspecçom. Umha cena que já conhecíamos doutros anos mas que neste aumentou em intensidade e adiantou-se no tempo. Assim, se em ocasions anteriores esta prática foi habitual à volta do 25 de Julho, e praticamente circunscrita às entradas e saídas da cidade, desta vez pudemos viver um ensaio geral já na Primavera do que nos aguarda no verao. Para além de podermos gozar da experiência nom só nas circunvalaçons da cidade, mas também em plena área urbana e numha ampla
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NÓS-Unidade Popular presente no 1º de Maio
NÓS-Unidade Popular secundou mais um ano a convocatória da CIG neste 1º de Maio, participando activamente na manifestaçom. A militáncia da esquerda independentista participou de maneira activa com faixa e cortejo próprio, repartindo a sua alternativa anticapitalista e
Compostela nom cumpre a normativa europeia sobre depuraçom das águas residuais
propostas concretas contra a crise, fazendo apelo ao sindicalismo nacional e de classe para que lidere a Greve Geral que derrote na rua as políticas anti-sociais que tanto o Estado como a administraçom autonómica pretendem implementar como resposta à crise.
Compostela é umha das 38 localidades do Estado espanhol que motivam a denúncia da Comissom Europeia perante o Tribunal de Justiça da UE por infracçom da normativa medioambiental comunitária. O estado espanhol já fora advertido em 2000, quando finalizou o prazo para dar cumprimento à directiva comunitária que obriga a implantar sistemas adequados de recolha e depuraçom de águas residuais nas zonas urbanas de mais de 15.000 habitantes. O Estado espanhol ainda foi apercebido em 2004 e 2008, sem resultado. O anúncio da denúncia foi acompanhado pola Comissom de declaraçons nas que se insiste em que “as águas residuais urbanas nom depuradas constituem um perigo para a saúde pública e som a fonte mais significativa de poluiçom em águas costeiras e interiores”. No entanto, o plano “E” e outros de investimentos em infraestruturas empregam os fundos em obras de mais do que relativa urgência, sobre todo comparada com a depuraçom das águas residuais dumha cidade do tamanho da capital da Galiza, cuja precariedade já analisavamos no Pedroso nº26.
Grotesca paródia do Jacobeu entre conflitos laborais Franco restaurou o Jacobeu Em 1937 Franco restaura a oferta nacional para reconhecer Santiago patrono de Espanha, declarando 25 de Julho como festa nacional, com a qual envia ano após ano centos de oficiais e soldados golpistas à praça do Obradoiro, imagem infelizmente repetida com a II restauraçom borbónica.
O chefe do patronato espanhol Gerardo Díaz Ferrán visitou Compostela no 4 de Maio para ganhar o ano jubilar. Dias depois fôrom os príncipes espanhóis quem honrárom o santo com a sua visita. Ambas nom passárom de um grosseiro show mediático de lavagem de cara e promoçom da operaçom mercantilista.
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Ainda, por petiçom de Franco, em 1938 Pio XI concede um ano santo extraordinário, no qual a oferta foi apresentada polo seu cunhado, Serrano Suñer, e o próprio Franco visita Compostela como peregrino.
O dirigente da CEOE, que carece de escrúpulos ao solicitar despedimento livre, mais recortes dos direitos laborais e aplaude as medidas neoliberais de Zapatero, acompanhado do chefinho do patronato autonómico António Fontenla, implorou que “Nos momentos de crise como os que atravessa Espanha queremos pedir ajuda, senhor San-
tiago, a pôr os nossos talentos ao serviço de quem nom os tenhem: dos desempregados, dos jovens que nom podem aceder ao emprego, dos empresários que sofrêrom e perdem as suas empresas, de quem nom regateiam esforços para mantê-las, de todos aqueles que perdêrom todo”. Um par de semanas depois era Filipe de Bourbom e Letícia quem acompanhados de Bugalho, Antom Louro e Feijó lográrom a indulgência plenária do Jubileu peregrinando de Lavacolha à catedral. Nem umha só palavra sobre o Tangueiro, Aquagest ou Urbaser. Pura propaganda alheia à realidade da maioria do povo trabalhador compostelano.
Será assim como a maquinaria propagandística franquista, com a orgulhosa colaboraçom da Igreja católica, relançará a ideia da tradiçom jacobeia, que irá já sempre associada à força do franquismo: a igreja baptizara a guerra civil como cruzada. Precisamente Fraga, um ministro de Franco, será quem avance na proposta do ditador e desenhe a celebraçom do Jacobeu e o Ano Santo Compostelano em 1993. Umha macro operaçom turistificadora, destrutora dos nossos recursos naturais e negadora da nossa língua e cultura própria, que se tem convertido em fenómeno económico mais do que religioso. (extracto de As mentiras do Apóstolo) editado pola Gentalha do Pichel (www.agal-gz.og/gentalha)
Nos últimos meses esta a aplicar-se timidamente a lei da memória histórica. Governos municipais de Vigo ou Corunha começárom retirada da
simbologia fascista que enche ainda boa parte do país. Em Compostela PSOE-BNG nom limpam as nossas praças e ruas do lixo franquista.
NÓS-UP solicita novamente a imediata aplicaçom da lei a Sanches Bugalho e Socorro Garcia Conde.
Editadas resoluçons da IV e V Assembleia Nacional de NÓS-UP
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Municipal >>
Governo municipal nom retira simbologia fascista
Bugalho insiste em conectar o Gaiás por meio de um teleférico Tal e como temos denunciado nestes dous anos o governo municipal continua a defender o disparatado projecto de unir a Cidade da Cultura com o centro de Compostela por meio da construçom de um teleférico. Contrariamente à opiniom da UNESCO Bugalho insiste em construir este aberrante e esbanjador projecto que
conta com o aval da Junta de Galiza. NÓS-UP considera insultante em plena crise económica e congelamento de salários e pensons, aumento do desemprego, empresas fechadas na comarca, que os três partidos do regime -PPPSOE-BNG- optem por investir 40 milhons de euros em construir um teleférico.
Os documentos aprovados na IV e V Assembleia Nacional de NÓS-Unidade Popular decorrida em Teio e Vigo em Dezembro de 2007 e 2009 estám editados por Ediçons Voz Própria. As resoluçons estám à venda ao preço de 4 euros na loja do nosso web e nos centros sociais da esquerda independentista como o Henriqueta Outeiro.
Pessoas e colectivos solidários com Cuba manifestam-se em Compostela Chegado o cortejo ao Toural, leu-se um manifesto que denunciou o show mediático criado à conta da morte de Orlando Zapata Tamayo e a dupla moral que se utiliza para julgar Cuba em comparaçom com casos de evidentes atentados contra os direitos humanos que se dam no mundo.
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oPedro o
Numerosos colectivos manifestárom-se no dia 18 de Abril em Compostela em solidariedade com Cuba, convocados pola Associaçom de Amizade Galego-Cubana Francisco Villamil, nesta ocasiom denunciando “a ofensiva mediática” contra o país caribenho. A manifestaçom percorreu as ruas do centro de Compostela, desde a Alameda até o Toural, a entoar palavras de ordem como “Cuba sim, ianques nom”, “Raul seguro, ao ianque dá-lhe duro” ou “Viva Cuba, Fidel e o Ché”.
Paremos eral b i l o e n e t o c a p e s s a l c a a contr a r o d a h l a b a tr As novas medidas anunciadas polo governo espanhol do recorte e congelamento dos salários do pessoal funcionário público, de congelamento das pensons, de supressom do cheque-bebé, de reduçom dos investimentos públicos, entre outras, som umha péssima notícia, formam parte do novo pacote neoliberal que vai implementar o governo PSOE. A Moncloa finalmente, tal como tinha prognosticado a esquerda independentista, cedeu às pressons da oligarquia, mas também deixou bem claro que se submete sem o mais mínimo pudor às directrizes da Uniom Europeia, do FMI e dos Estados Unidos. Umhas horas antes de anunciar esta agressom contra o mundo do trabalho a Casa Branca difundiu um comunicado informando que Obama tinha solicitado telefonicamente a Zapatero “a importáncia de que Espanha emprenda acçons decididas como parte do esforço de Europa por fortalecer a economia e criar confiança no mercado”. As forças políticas espanholas que negam o exercício do nosso direito de autodeterminaçom carecem de escrúpulos à hora de submeterem-se às decisons externas para acelerar a aplicaçom das primeiras medidas do plano de choque neoliberal que reclamava a burguesia. Zapatero voltou novamente a enganar a classe operária pois contrariamente ao que vem proclamando pretende que sejamos nós quem paguemos a crise capitalista. Uns dias antes pactuou com Rajói a privatizaçom das caixas de poupança e medidas de ajustamento neoliberais seguindo os ditados da CEOE. Com estas medidas Díaz Ferrán, António Fontenla, Amáncio Ortega, Jacinto Rei, Tojeiro, Jove, som quem voltam a ganhar. Após injectarem milhares de milhons de euros na banca, de ajudarem com subsídios públicos as grandes empresas, de anunciarem mais retrocessos nos direitos e conquistas sociais com umha nova reforma laboral, de aumentar o IVA, o PSOE retira a sua máscara deixando bem claro que vai ser a classe trabalhadora Vivemos neste 17 de Maio um novo Dia das Letras marcado polas sistemáticas políticas de agressom planificada a um dos principais alicerces da nacionalidade galega: a língua. Nom pode justificar-se, de maneira nengumha, que trinta anos de autonomismo tenham como resultado este fruto podre: umha comunidade linguística esfarelada, umha língua enfraquecida com uns níveis ínfimos de uso do galego, mas paradoxalmente coberto com muitos milhons de euros que em nada ajudárom à recuperaçom do mesmo. Nom pode justificar-se, mas pode, sim, explicar-se. Todos esses governos trabalhárom para fora do país, consolidando a presença e os interesses espanhóis na Galiza; e para fora da maioria social, favorecendo os interesses de umha burguesia cada vez mais afastada de qualquer compromisso com o país e a língua.
A luita é o único caminho! Adiante com a greve geral! BNG-PSOE-PP a mesma merda é!
As conclusons som claras: nom virám de fora as soluçons aos problemas da nossa comunidade linguística, nem virám da actual classe dominante os compromissos com a política linguística que necessitamos. Nengum governo burguês, nem sequer um coligado com o autonomismo, assumirá um programa verdadeiramente normalizador. Governe quem governar, devemos exercer os nossos direitos e reivindicar o único estatuto legal que garante o exercício dos mesmos: a oficialidade única do galego no conjunto da Galiza. Sendo imprescindível, nom chega com derrotar o PP: há que derrotar todas as políticas bilinguistas, vier de onde vinherem. Nessa luita estamos e estaremos as militantes de NÓS-UP e do conjunto da esquerda independentista galega.
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oPedro o vozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela
quem vai ter que pagar a bolha imobiliária, o selvagem capitalismo especulativo e depredador, o obsceno enriquecimento da burguesia. As medidas anunciadas polo governo do PSOE nom som mais do que o primeiro capítulo de um pacote mais duro que será anunciando de forma paulatina nos vindouros meses, provavelmente aproveitando a desmobilizaçom social da etapa estival. NÓS-UP considera urgente umha resposta contundente da classe trabalhadora galega a esta nova agressom. É imprescindível a imediata convocatória de umha greve geral contra a política económica do PSOE e da Uniom Europeia. A CIG nom pode seguir dilatando umha decisom inaprazável polas inconfessáveis hipotecas da sua burocracia aos cálculos eleitorais do BNG. Nom som horas de diálogo, pactos e negociaçons infames. É o momento de luitar, de ocuparmos as ruas, de demonstrar o enorme poder do proletariado e das camadas populares. Há que seguir o caminho marcado polos nossos irmaos e irmás gregas. Devemos iniciar umha vaga de luitas em base a um programa anticapitalista e anti-imperialista. Galiza e a sua classe trabalhadora precisam de independência e soberania nacional para superarmos a exploraçom e o saqueio a que nos submete Espanha e a Uniom Europeia, para quebrarmos com a economia de mercado e avançarmos face ao socialismo. Cada dia que perdamos em avançar nesta direcçom será irremediavelmente mais um dia de ansiedade, dor e sofrimento para o nosso povo trabalhador.
Conselho de Redacçom: Anjo Paz, José Dias Cadaveira, César Campos, Yasmina Garcia, Carlos Morais, Sérgio Pinheiro, André Seoane Antelo, Patrícia Soares Saians. Imprime: Tameiga • Edita: NÓS-Unidade Popular da Comarca de Compostela. Rua Quiroga Palácios, 42, rés-do-chao, Compostela · Galiza Tel. 695596484 • e-mail: nosup-compostela@nosgaliza.org • Correcçom lingüística: galizaemgalego Publicaçom trimestral de NÓS-UP da Comarca de Compostela • Distribuiçom gratuita. Permite-se a reproduçom total ou parcial dos artigos e informaçons sempre que se citar a fonte. O Pedroso nom partilha necessariamente a opiniom dos artigos assinados. O Pedroso nº40-41 · Janeiro-Junho 2010 • Tiragem: 5.000 exemplares • Depósito Legal: C-1002-01 • Encerramento da ediçom: 22 de Maio de 2010
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