Chegamos a este ponto num contexto social e político marcado pola dura crise que o sistema capitalista está a viver e que os governos espanhol e autonómico, em maos de PSOE e PP respetivamente e às ordens da burguesia, estám a fazer pagar à classe trabalhadora, às mulheres, à juventude e à naçom galega, um contexto que exige às organizaçons revolucionárias estarmos à altura das circunstáncias. O descontentamento social tivo ainda umha resposta popular mui limitada, concretizada nas greves gerais do 29-S e do 27-J ou expressada de maneira contraditória e desfocada polo movimento d@s indignad@s. A esquerda revolucionária galega ainda nom conseguiu ganhar confiança e apoios maciços das classe populares, de oferecer umha alternativa aos becos sem saída que oferece o reformismo.
Este é o contexto em que a militáncia de NÓS-Unidade Popular aceitou o repto de iniciar umha nova etapa à qual damos início com a necessária convocatória de umha manifestaçom independentista para o Dia da Pátria deste ano. Com efeito, este 25 de Julho decorrerám na capital da nossa Naçom três manifestaçons, expressom de três visons diferentes da realidade galega atual. A do reformismo regionalista do BNG, auto-reconhecido dique de contençom do mal-estar popular e, por tanto, cúmplice do sistema criminoso que padecemos; a do soberanismo de prática conciliadora com o Bloque; e a do MLNG revolucionário, a manifestaçom independentista, socialista e feminista que convoca NÓS-Unidade Popular. Superados polo tempo e as circunstáncias os debates sobre reformas estatutárias e os projetos de mínimos que nom questionam abertamente o sistema capitalista, é a nossa responsabilidade sermos capazes de dar à raiva popular umha saída política revolucionária. Temos mais experiência que há dez anos e temos, sobretodo, a mesma vontade de luitar sem descanso até atingirmos umha Pátria plenamente emancipada. Viva a Unidade Popular!
Contra a constituiçom espanhola Pág. 4
análise
Galiza pola Independência
reportagem
Dia da Galiza Combatente
Greve Geral Eleiçons Municipais Pág. 12
dossier
Porque, como lembrava o nosso porta-voz nacional, Alberte Moço, no ato político-romaria popular de 5 de junho em que celebramos estes dez primeiros anos de andaina, se algo merece ser celebrado é o trabalho e a vontade demonstrados durante este tempo polas companheiras e companheiros que militam e militárom na Unidade Popular, e que nos permitírom chegar até aqui apesar das dificuldades e da repressom que acompanham todo movimento revolucionário.
Além do mais, o regime, que sabe que este descontentamento social é o meio em que melhor se movem as organizaçons e movimentos que, como NÓS-Unidade Popular, ponhem em questom o sistema capitalista e as instituiçons impostas ao povo galego na Transiçom, está a endurecer a repressom com operaçons e castigos exemplarizantes contra os luitadores e as luitadoras mais entregad@s. O encarceramento dos obreiros e sindicalistas Miguel Nicolás e Telmo Varela pretende criminalizar a luita obreira conseqüente e impedir o crescimento da consciência de classe e nacional. Cumpre ter presente isto e denunciar e combater a repressom espanhola.
2001-2011 Dez anos de luita
Pág. 18
Telmo Varela Secretário-Comarcal da CUT de Vigo, atualmente preso na Lama
entrevista
Neste ano, a nossa organizaçom cumpre umha década de existência e de luita. Desde que em junho de 2001 a nossa Assembleia Nacional Constituinte, último passo do Processo Espiral, deu forma a NÓS-Unidade Popular, o povo trabalhador galego tem encetado múltiplas luitas nas quais a esquerda independentista e socialista galega estivo presente. Nas greves gerais e no movimento obreiro, nas mobilizaçons em defesa da língua, em defesa do território e do meio, no movimento feminista, na recuperaçom da memória histórica, argiculando candidaturas municipais de esquerda soberanista e anticapitalista... as e os militantes da Unidade Popular levamos dez anos mantendo em pé a bandeira da Galiza rebelde.
X Aniversário
Pág. 43
Bildu na voragem capitalista Iñaki Gil de San Vicente Pág. 45
internacional
editorial
reportagem
reportagem análise
X Aniversário análise
Cumprimos a primeira década de vida, desde a Assembleia Nacional Constituinte decorrida na capital da Galiza em Junho de 2001. O Cámpus Sul compostelano acolheu 5 de junho a jornada lúdica e formativa com que comemoramos os nossos primeiros 10 anos de vida como projeto poltíco. Para isso, contamos com um programa apertado que se desenvolveu ao longo de toda a jornada, a partir do meio-dia. Antes, o trabalho militante encarregou-se de montar a infra-estrutura necessária para a realizaçom desta festa de confraternizaçom independentista, socialista e feminista. Antes do jantar coletivo, um grupo de companheiros e companheiras amenizou a conversa com música tradicional galega. Gaitas e percussom do País pugérom a trilha sonora ao encontro da militáncia velha e da nova. Também de simpatizantes que quigérom acompanhar-nos neste dia especial dentro de umha trajetória de luita que, com toda a legitimidade, nos permite deter-nos um instante para lembrarmos coletivamente a nossa história como corrente política original e específica no espaço soberanista e de esquerda galego. Com um dia ensolarado e sem excessivo calor, após o jantar, a pausa foi acompanhada pola música de intervençom de José Constenla, que trouxo música de Suso Vaamonde, de Fujam os Ventos e Zeca Afonso. Ao longo da tarde, realizárom-se campeonatos de
Militantes e simpatizantes da esquerda independentista celebramos 10 anos de NÓS-Unidade Popular bilharda e de jogos populares (corda, corridas de sacos...), enquanto Servando Barreiro amenizava com música e jogos o grupo de crianças num espaço reservado para elas. Num outro espaço, as palestras e debates sucedêrom-se também durante a tarde. Xurxo Martínez Crespo apresentou a obra do comandante Soutomaior ‘24 homens e mais nada’, da Abrente Editora; o historiador Dionísio Pereira expujo o sentido e os conteúdos da sua investigaçom sobre o mundo do trabalho no mar da Galiza durante o franquismo, ‘Luita de classes e repessom franquista no mar (18641939)’. Carlos Solla e José Manuel Barbosa protagonizárom umha ‘Crónica da desfeita do património cultural’, tanto material como imaterial. Mais tarde, o historiador Bernardo Máiz, o sindicalista da CIG Óscar Peres Vidal e a militante de BRIGA Luzia Leirós debatêrom sobre os mecanismos de resistência e luita do povo trabalhador galego, com perspetivas histórica, operária e juvenil, respetivamente. O momento central da jornada correspondeu ao ato político decorrido no cenário principal da romaria conduzido por Xavier Moreda quem deu a conhecer as razons desta iniciativa e a validez do projeto da Unidade Popular, lembrando a Miguel Nicolás e Telmo Varela, atualmente presos na Lama e Villabona.
Um grupo de militantes e ex-militantes apresentárom breves testemunhos sobre a militáncia particular de cada qual ao longo da última década, incluídos companheiros e companheiras de recente incorporaçom à luita organizada em NÓS-UP. Fôrom lembrados as já falecidas Helena Talho, Ramom Muntxaraz e José Manuel Sanmartim Bouça “Martinho”. A seguir, o nosso porta-voz Nacional, Alberte Moço, dirigiu, em nome da Direçom Nacional, um discurso às pessoas congregadas, fazendo um breve repasso a esta década de trabalho militante, lembrando as companheiras e companheiros que tanto tenhem dado para a continuidade e avanço do projeto e anunciando as linhas mestras da atuaçom política nos próximos meses. A partir de sucessivas assembleias comarcais e nacionais e de discussons amplas da militáncia, Alberte Moço confirmou a validade da orientaçom anunciada no passado outono e que prevê, neste verao, avançar um passo mais na recuperaçom da iniciativa política de NÓS-UP e dos seus contornos políticos próprios, no quadro de um contexto de crise generalizada do capitalismo e de imprescindível ativaçom de estratégias de luita ampla e firme nos objetivos. Explicitando a disponibilidade da nossa organizaçom para a coincidência nas luitas concretas com outras corren-
tes políticas mais ou menos próximas em parte dos objetivos políticos que perseguimos, Alberte Moço afirmou a iniciativa própria prevista para este Dia da Pátria em Compostela: umha manifestaçom independentista, anticapitalista e feminista, convocada por NÓS-Unidade Popular. Depois do discurso do companheiro Alberte Moço, aplaudido pola militáncia e simpatizantes presentes, entre o som dos foguetes, Xavier Moreda deu a conhecer as adesons e saudaçons internacionalistas chegadas de Aragom (Puyalón de Cuchas), Argentina (Coletivo Amauta), Castela (Izquierda Castellana), Equador (MPD), Euskal Herria (Esquerda abertzale), Madrid (Iniciativa Comunista), Países Catalans (Endavant (OSAN) e MDT), Portugal (Política Operária), República Dominicana (Movimento Camañista), além do Movimento Continental Bolivariano. Depois de agraceder a assistência e desejar longa vida e sucessos políticos à Unidade Popular, a festa continuou. Um concerto com Ixion e Kave GZ, junto ao Rapu, prolongou-se até a meia-noite, concluindo umha jornada satisfatoriamente avaliada pola nossa organizaçom como parte do calendário político anual e do trabalho pola construçom de umha sólida corrente revolucionária e independentista na Galiza do século XXI.
reportagem
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X Aniversário
Intervençom de Alberte Moço no X aniversário da Unidade Popular
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Oferecemos a transcriçom do discurso de Alberte Moço, porta-voz nacional de NÓS-Unidade Popular durante o ato político do X aniversário. Companheiras, companheiros, boa tarde, Antes de começar a minha intervençom quero transmitir-vos em nome da Direcçom Nacional da Unidade Popular o nosso mais sincero agradecimento por nos acompanhardes na comemoraçom deste décimo aniversário do nascimento da nossa organizaçom. Quando as mulheres e homens que fazemos parte da direçom política pensamos na organizaçom deste ato, tínhamos claro que se algo é digno de homenagem na nossa intensa experiência militante dos últimos dez anos, se algo merece ser exaltado e celebrado é a abnegaçom, o duro trabalho, a constáncia e a vontade inquebrantável da militáncia revolucionária que levantastes este projeto e que hoje continuades a mantê-lo mais vivo do que nunca. Isto e a confiança, o carinho e o apoio de todas as amigas e amigos da Unidade Popular que, de umha ou outra forma, decidistes achegar-vos a este movimento, apesar dos inumeráveis obstáculos e seguides dando o que está na vossa mao para contribuir na construçom da ferramenta política de massas da esquerda independentista. Passados dez anos desde a nossa constituiçom, achamos que é o momento de fazermos balanço, de submetermos a crítica o percurso que nos trouxo aqui e tomarmos decisons a respeito do nosso futuro. Esta tarefa deve começar por compreendermos colectivamente o significado da Unidade Popular, o significado histórico deste projecto. Um projeto
que é fruto dumhas condiçons muito determinadas. Em concreto, de umha conjuntura a nível nacional marcada pola agudizaçom das contradiçons entre o regionalismo e umha esquerda independentista imersa ainda na endémica fragmentaçom que nunca deixou de padecer. Fôrom estes os catalisadores para a apariçom dumha força subjetiva que cada vez em maior grau pressionava na direçom da unidade orgánica das diversas correntes. O nascimento de AGIR, a consituiçom das APCs e finalmente o Processo Espiral fôrom conseqüência direta desta vontade que emergiu do seio do Movimento de Libertaçom Nacional Galego e que cristalizou, em Junho de 2001, na constituiçom da nossa Unidade Popular. Neste preámbulo do que hoje somos, aprendemos já umha liçom muito importante, umha liçom ante todo dialéctica: que a agudizaçom das contradiçons pode ter umha força esmagadora capaz de criar unidades a cada lado da trincheira, mas que nem por isso vamos ficar à margem das nossas próprias contradiçons internas. Naquele momento aprendemos isto após a impossibilidade de incorporar a totalidade da esquerda independentista a um processo que parecia ineludível, mas com o passar dos anos tivemos muitas outras ocasions para comprovar a validez desta aprendizagem. Assim botou a andar a Unidade Popular, com todos os olhos acima dela e todo por fazer. Fôrom anos de intensa acumulaçom de experiência nos quais sentamos as bases da nossa intervençom política presente.
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X Aniversário Foi o momento de enfrentarmo-nos a grandes mobilizaçons de massas nas sucessivas Greves Gerais, contra o as conseqüências do desastre do Prestige, na defesa do ensino público, ou contra a guerra imperialista. Tivemos que aprender a fazer trabalho político com os pés na terra, no ámbito municipal, no associativismo cultural, nos mais diversos movimentos populares e nos centros sociais, superando o consignismo estratégico em que nos criáramos e também tivemos que enfrentar as primeiras experiências eleitorais. Fôrom anos, em definitivo, de construirmos umha organizaçom capaz de pôr em movimento as heterogéneas forças com que contávamos e nessa tarefa recolhemos sucessos e fracassos a partes iguais, que ainda hoje estudamos como única forma de superarmos os erros do passado. Tenhem sido anos, muito especialmente, de desatar a batalha ideológica interna imprescindível para transformar umha soma de correntes e individualidades num autêntico movimento socio-político coeso e firme. Este elemento, omnipresente durante os nossos primeiros anos de vida, foi quiçá o que determinou o nosso devir posterior. Gradualmente, e graças ao incansável
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Luz Fandinho
José Dias Cadaveira, Iago Moreno, Anjo Torres Cortiço, Gema Branco, Lara Soto, Maurício Castro, Paulo Parga, Xavier Moreda, Alberte Moç tintas, foi incapaz de assumir a derrota e preferiu, antes de continuar a enfraquecer-se, abandonar o projecto. Falamos do ano 2005, quando o abandono da organizaçom por parte dum número significativo de companheiras e companheiros nos deixou, da noite para a manhá, diante dumha realidade nova: por um lado, o objetivo inicial da Unidade Popular de reagrupar a toda a esquerda independentista, pendente ainda desde os obstáculos do nosso nascimento, arredou-se ainda mais. Mas, por outro lado, sem termos tal intençom, posteriormente conseguimos o que levávamos anos procurando: umha organizaçom realmente coesa, um corpo militante unido, disposto a trabalhar ombro com ombro
Concha Roussia
trabalho de muitas das companheiras e companheiros que hoje nos acompanham, as posiçons socialistas e feministas de clara orientaçom revolucionária alcançárom e consolidárom umha evidente hegemonia no nosso seio. Parte da Unidade Popular daquela altura, situada em coordenadas dis-
e a seguir aperfeiçoando as nossas ferramentas organizativas, agora sim, com um claro programa independentista, socialista e feminista. E foi possível na adversa conjuntura política daquele momento, caraterizada pola agudizaçom da ofensiva fascista que criminalizou as organizaçons
revolucionárias e as luitas nacionais, com a implementaçom de políticas involucionistas como a Lei de Partidos. Fôrom anos duros, umha etapa difícil. Fomos submetidos ao apartheid político pola nossa coerência tática e estratégica, fomos condenados ao ostracismo por exercermos a solidariedade internacionalista. Foi umha das nossas travessias polo deserto que conseguimos superar. O Estado aplicou o primeiro grande ataque repressivo contra o nosso jovem movimento. É bem sabido que a repressom é umha inseparável companheira de viagem para todos os movimentos revolucionários que realmente som tal cousa e nós nom fomos umha exceçom, mas a chegada
Afonso Pindoulo das operaçons Cacharrom e Castinheira demonstrárom, por se alguém albergou dúvidas, que entre os planos de contingência do inimigo também se acha a repressom maciça e indiscriminada contra nós. O facto é que soubemos sobrepor-
nos a este lapso crítico e pouco depois destes acontecimentos NÓS-UP já tinha um plano de intervençom de longo alcance adequado à nova realidade interna e externa. Avaliamos naquela altura que o nosso sucesso passava por multiplicar a nossa capacidade de influência social e que para isso era imprescindível atingir um novo sujeito político mais amplo incidindo nas partes mais assumíveis socialmente do nosso programa. Umha parte significativa dos nossos esforços foi destinada a limpar o nosso país de simbologia fascista numha campanha de longo percurso e enorme alcance geográfico que será difícil apagar da memória do nosso povo. Em simultáneo, decidimos reforçar iniciativas impulsionadas previamente por nós
Kiko Neves como as Bases Democráticas Galegas e posteriormente Causa Galiza, que contavam com a virtude de gerar simpatias em setores importantes do soberanismo, ao tempo que se moviam num discurso facilmente digerível polas massas, apesar de nom concordarem exatamente com o nosso progra-
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reportagem
X Aniversário Capitalismo porque nos centros de trabalho cada vez é mais clara a noçom de que o trabalho assalariado nom tem umha versom aceitável, de que é sempre gerador de miséria, de incerteza e de submetimento. Nom é momento de se mostrar tolerante ante o esquecimento da luita das mulheres pola sua emancipaçom porque a reaçom machista se acha em plena ofensiva e porque a sobre-exploraçom feminina está a consolidar-se como a última saída para as necessidades expansivas do Capital. Hoje, companheiras e companheiros, nom há justificaçom para esconder a nossa aposta na independência nacional, porque está em jogo a nossa sobrevivência como povo e porque os eufemismos só nos achegam a quem é incapaz de assumir a necessidade de dotar a Galiza dum Estado obreiro. É desta perspetiva que assumimos a passagem a umha nova etapa, na qual por outro lado já estamos metidas até o pescoço, e é a partir desta perspetiva que devemos identificar as nossas tarefas. Algumhas delas som para nós como olhar e respirar, levamos cumprindo-as desde que existimos. Falo de estarmos presentes em cada expressom de rebeldia do nosso povo,
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ço, Ilduara Medranho, Sheila Fernandes e Bruno Lopes Teixeiro. ma estratégico. Nom descuidamos tampouco a nossa intervençom em multidom de movimentos sociais e o reforçamento do nosso modelo de movimento em rede, participando no sindicalismo de classe, nos centros sociais, no feminismo organizado, no movimento normalizador, no ecologismo e, em geral, em todos os espaços onde houvesse vontade de questionar o sistema. Embora nom tenhamos atingido boa parte dos horizontes que procurávamos, embora nom tenhamos conseguido avançar à velocidade desejada, embora ainda sejamos um movimento modesto e com enormes fragilidades, sim podemos dizer que acertamos em muitas cousas. Ninguém pode negar
Xurxo Martinez Crespo
cional, o patriarcado e a escravatura assalariada. Hoje, ante qualquer conflito social de certo calado podemos ter a certeza de que a esquerda independentista vai levar o seu discurso revolucionário às ruas sem medo ao enfrentamento. Acertamos em muitas cousas. Nom todas, porque apesar das liçons do passado, fomos incapazes de medir o peso das contradiçons internas que convulsionárom desde sempre o nosso movimento, entendido em sentido amplo. Confiamos, companheiras e companheiros, em unidades aparentes atrás das quais as facas continuavam a ser afiadas. Desouvimos as liçons dos primeiros anos e tomamos por um simples obstácullo secundário o clima subjetivo de desconfiança e beligerán-
Dionísio Pereira
que nos últimos anos fôrom operadas mudanças políticas na Galiza, nas quais a nossa marca é inegável. Hoje é assumido por qualquer galega ou galego com a mínima visom que existe neste país um movimento amplo e diverso situado à esquerda do regionalismo e que questiona a dependência na-
ses pré-existentes acelerou a crise sistémica do Capitalismo, golpeou-nos com suficiente força para nos fazer ver as inegáveis limitaçons estratégicas do caminho que tomáramos, o esgotamento palpável de determinadas iniciativas desenhadas para tempos de paz burguesa, mas inservíveis ante a expansom e radicalizaçom das luitas operárias. É por isto que, numha nova mostra de audácia coletiva, e com o garante da mais absoluta unanimidade, a esquerda independentista representada pola Unidade Popular decidiu dar um novo golpe de leme e recuperar a direçom certa à independência, ao socialismo e à aboliçom do Patriarcado. Hoje nom fai nengum sentido ocultar o nosso programa revolucionário detrás de
Calros Solla e Jose Manuel Barbosa
cia entre correntes. Esquecemos que os discursos de mínimos nom som necessariamente a base sobre a qual assentar os programas revolucionários, que podem ser a antessala da degradaçom política e ideológica. Por fortuna, a irrupçom da crise financeira que em sinérgia com outras cri-
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Bernardo Máiz, Óscar Peres Vidal e Luzia Leirós
reivindicaçons democraticistas porque o povo do qual fazemos parte está a deixar de acreditar na própria democracia burguesa e começa a compreender que o Estado nom é mais que o braço político da classe dominante. Hoje nom nos leva a nengum lado dissimular a nossa vontade de destruir o
em cada mobilizaçom, em cada conflito, em cada movimento nascido da negativa a baixar a cabeça ante o poder, venha de onde vinher. Falo também de alimentar e enriquecer um movimento amplo com expressons setoriais múltiplas e diversas, mas com um mesmo horizonte estratégico, falo
reportagem
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X Aniversário de continuarmos a desenvolver-nos do ponto de vista organizativo e convertermos as nossas organizaçons em ferramentas úteis e eficazes ao serviço da militáncia revolucionária, nunca ao contrário. Falo, em definitivo, de aproveitarmos o máximo da nossa experiência militante individual e coletiva passada para afrontar os reptos futuros. Porém, entre as nossas tarefas também se encontram outras que som novas para nós e que vam requerer que desenferrugemos à nossa capacidade de aprendizagem como figemos desde Junho de 2001 em diante. Temos a obrigaçom de converter a Unidade Popular na organizaçom de referência para o Movimento de Libertaçom Nacional Galego e para o Movimento Obreiro, temos a obrigaçom de livrar mais umha vez a batalha política e ideológica contra o regionalismo e contra o reformismo, temos a obrigaçom, companheiras e companheiros, de colocar em cada punho que se alce no nosso país a bandeira da revoluçom.
como sempre figemos. A partir das localidades, dos bairros e dos centros de trabalho, mas com clara perspetiva nacional e de classe. Complicam-se as cousas a Espanha e aos patrons porque vamos a sério. Vamo-lo fazer porque temos um programa e uns objetivos estratégicos definidos. Nom porque pretendamos ir contra o resto de forças e correntes da esquerda soberanista e independentista que tenhem outra visom e interpretaçom da realidade. Legítima, mas nom plenamente coincidente com a nossa. Como sempre defendemos, seguimos abertos a convergências honestas e respeitosas com a pluralidade ideológica. Na rua e nas luitas coincidimos e coincidiremos, mas nom por isso devemos submeter-nos a umhas dialéticas minimalistas que nom colmatam as nossas expetativas nem facilitam o desenvolvimento do genuíno projeto revolucionário socialista de libertaçom nacional e social de género que a classe obreira, a juventude rebelde, a Pátria e as mulheres necessitam.
Para cumprirmos esta tarefa nom valem já certos esquemas aplicados nos últimos cinco anos, hoje NÓS-Unidade Popular deve manter a iniciativa constante sem esperar por ninguém. É por isso que temos assumido com renovada vontade o papel de organizaçom dirigente em diversos ámbitos, é por isso, companheiras e companheiros, que NÓS-Unidade Popular vai convocar no próximo 25 de Julho um Dia da Pátria independentista, socialista e feminista.
Companheiras e companheiros, amigas e amigos, nom quero desaproveitar esta ocasiom para lembrar o Miguel Nicolás e o Telmo Varela, dous presos políticos, dous operários e sindicalistas galegos encarcerados por luitarem polos direitos da classe obreira e da Galiza. Para eles dous, assim como para o conjunto dos presos independentistas, reclamamos a imediata liberdade. Companheiras e companheiros, amigas e amigos vou concluir já mas quero compartir convosco umha reflexom pessoal. Som já dez anos durante os quais padecemos multas malheiras e calabouços; derrotas políticas, traiçons e enganos; enfrentamos polícias, burocratas sindicais e patrons... e este é o resultado, aqui estamos, aqui seguimos, a Unidade Popular procurando a forma de tingir o país de vermelho, dispostas a dá-lo todo outra vez porque só temos umha razom para existir: fazer a Revoluçom!
Sim, companheiras e companheiros, no Dia da Pátria vamos percorrer as ruas de Compostela e ninguém vai protestar porque levedes bandeiras vermelhas. Dentro de mês e meio temos na Alameda umha cita ineludível que requer desde já de todo o nosso esforço implicaçom, tadas e todos nós sabemos que nom vamos falhar. E isto é só o começo, tal e como temos decidido coletivamente, debatido até a saciedade e referendado em infinidade de assembleias, a Unidade Popular e o conjunto do nosso movimento temos a firme vontade de recuperar o papel mobilizador ao qual em determinado momento renunciamos. Vamos consegui-lo fazendo
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Servando Barreiro
José Constenla
Ixiom
Viva Galiza Ceive! Viva Galiza socialista! Viva Galiza feminista! Avante com a Unidade Popular! Rapu e KaveGz
Dez anos depois de instituída como data de referência no calendário das luitas populares galegas, o Dia da Galiza combatente foi dedicado nesta ocasiom a Lola Castro e José Vilar, militantes do EGPGC mortos numha noite de 1990 durante o desenvolvimento de umha série de ataques a interesses do narcotráfico no nosso país. Ligando o exemplo Lola e José com o de tantos e tantas compatriotas que durante o último século dérom a vida pola Galiza, NÓS-UP quijo também vincular aqueles anos de intensos ataques ao mundo do trabalho galego por parte do patronato e os governos espanhóis com a actual crise do sistema capitalista, que abre novas perspetivas para a luita das massas exploradas galegas contra Espanha e o capital. O ato político, apresentado pola companheira Noa Rios Bergantinhos, começou passadas as 13 horas, numha
ensolarada rua da Terra de Ferrol, no ponto onde cada 12 de Agosto as nossas companheiras e companheiros da Assembleia Comarcal de Trasancos homenageiam outro patriota galego caído na luita: Moncho Reboiras. A música das gaitas fundiu-se com a poesia e os discursos políticos num único anelo: dar novos folgos à mesma causa pola qual dérom todo tantos galegos e galegas ao longo da nossa história. O Hino do Antigo Hino da Galiza abriu o acto, enquanto as coloridas bandeiras da Pátria, vermelhas e feministas ondeavam empurradas polo vento mareiro ferrolano. Augusto Fontám, Belém Grandal, Ramiro Vidal, Igor Lugris e Luz Fandinho lêrom poemas escritos para a ocasiom e dedicados à patriota e ao patriota homenageados. A seguir, Carlos Garcia Seoane falou em representaçom da organizaçom
juvenil da esquerda independentista, BRIGA, fazendo um apelo à consciência e aos sentimentos da juventude trabalhadora para a luita radical pola independência nacional e o socialismo. A intervençom final correspondeu ao companheiro Alberte Moço, porta-voz Nacional de NÓS-Unidade Popular, que fijo um apelo à reflexom das e dos presentes sobre a importáncia do momento histórico que vivemos, numha crise sistémica de grandes dimensons que abre grandes possibilidades para a proposta revolucionária que a nossa organizaçom representa. Alberte Moço sublinhou que NÓS-UP assumiu a mudança de ciclo no seio do soberanismo galego de esquerda, que obriga a avançar na socializaçom da mensagem central do nosso movimento, somando contingentes de trabalhadores e trabalhadoras ao serviço
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Vinte anos depois, um ato político de NÓS-Unidade Popular no centro de Ferrol lembrou a luita de Lola e José
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Dia da Galiza análise Combatente
da Revoluçom Galega. As palavras do nosso porta-voz Nacional fôrom interrompidas por aplausos das pessoas presentes quando reclamou que a corrente política que representamos dê passos à frente enquanto tal, numha etapa histórica que vai exigir o melhor de cada um e cada umha de nós. No fim do discurso, as gaitas, os punhos e as vozes fundírom-se no canto coletivo do Hino da Internacional e, finalmente, do Hino Nacional da Galiza. Posteriormente ao ato político, o Centro Social da Fundaçom Artábria acolheu um jantar de confraternizaçom de militantes e simpatlizantes da esquerda independentista e das diferentes entidades que a integram, num ambiente de grande camaradagem e otimismo nos tempos de luita que aí venhem.
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NÓS-Unidade Po em Vigo o seu à Constituiço
4 Dezembro Passadas as 13 horas de 4 de dezembro de 2010 começou na central praça da Vila, baptizada polo espanholismo como da Constituiçom, o acto nacional convocado por NÓS-Unidade Popular para manifestar a oposiçom da esquerda independentista à carta magna espanhola e em prol da independência nacional. Sob ameaça de chuva, Abraám Alonso Pinheiro apresentou o acto lembrando o exemplo de entrega militante do independentista galego José Manuel Sanmartim Bouça “Martinho”. Abraám Alonso continuou agradecendo a Mini
e Mero a sua assistência e o seu contributo para o acto e para a luita de libertaçom nacional.
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O membro da Direcçom Nacional, que definiu a Constituiçom espanhola como “umha das cadeias que cumpre quebrar” deu leitura a umha breve notícia publicada hoje mesmo polo jornal espanhol El Mundo, que fai eco das declaraçons do Tenente-General do exército espanhol Agustín MuñozGrandes Galilea na passada terça-feira durante o discurso de entrada na Real Academia de Ciências Morales y Políticas. O militar espanhol e filho dum dos mais destacados generais da “División Azul”, afirmava
publicamente que “umha das causas da presente crise de consciência nacional é o egocentrismo autonómico, as tendências separatistas que vem nos exércitos
um muito importante obstáculo para os seus fins independentistas. Frente à unidade de Espanha que se reafirma na Constituiçom de 1978, aparecem os aventureiros do independentismo de algumhas comunidades da nossa naçom. O repúdio destes agorerios costuma exprimir-se em muitas conversas privadas. Contodo, o importante é que se afirme num solene acto académico que os exércitos, enquanto garantes da integridade territorial de Espanha
(art.8.1 CE), nunca consentirám semelhante fractura”. Novamente a música patriótica e combativa Mini e Mero deu passagem à intervençom de Luzia Leirós Come-
sanha em representaçom de BRIGA. Luzia Leiros afirmou na sua alocuçom que a “juventude trabalhadora foi e é gravemente prejudicada pola imposiçom desta constituiçom”. Recordou que hoje na Galiza a juventude trabalhadora galega sofre na sua pele umhas condiçons materiais de miséria, um índice de desemprego de 34% com a taxa de siniestraliedade mais alta do Estado espanhol,
além de cobrar os salários mais baixos. Em palavras da jovem dirigente, a juventude rebelde e combativa “é consciente da necessidade de esforçar-se, trabalhar e entregar o seu tempo e as suas melhores qualidades para combater todos e cada um dos golpes que o
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opular manifestou u rejeitamento om espanhola
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4 Dezembro análise Capital, Espanha e o Patriarcado lancem contra nós” afirmando que nestes tempos de crise e luita a “juventude independentista aposta numha nova jornada de Greve Geral” tendo que interromper o seu discurso antes os berros de “avante já a Greve Geral”. Luzia Leirós finalizou a sua intervençom
mostrando a disponibilidade da juventude revolucionária para luitar até a consecuçom de mha Galiza livre, socialista e feminista. Pola sua parte o porta-voz nacional de NÓS-Unidade Popular manifestou que “dá que pensar que um texto legal necessite ser legitimado dedicando-lhe um dia feriado anual, para além do bombardeamento sistemático e implacável
nos meios de comunicaçom a que já estamos afeitas”. A seguir, Alberte Moço afirmou que “nom podemos deixar de denunciar o nefasto papel histórico de um regionalismo que transitou da negativa a aceitar as imposiçons da Res-
tauraçom bourbónica para a aceitaçom como inevitável do actual quadro jurídico-político, reduzindo as aspiraçons emancipadoras do nosso povo a umha burda caricatura”. Alberte foi contundente denunciando o abandono de “um programa transformador para abraçar a perversa lógica do “peso em Madrid”, do “Estatuto de Naçom” e da sorridente foto oficial junto a Juan Carlos Primero”. O dirigente de NÓS-UP manifestou
a necessidade de “devolver ao nosso Povo a confiança em que a libertaçom nacional, a aboliçom do Patriarcado e a construçom do Socialismo som hoje tam possíveis como sempre e mais necessá-
rias do que nunca e, sobretodo, que o único caminho para avançarmos nestes objectivos é a luita organizada das trabalhadoras e dos trabalhadores” e para isso é preciso “o compromisso de dotar a Galiza de umha ferramenta de luita eficaz para defender os nossos interesses nacionais e de classe”. Alberte Moço finalizou a sua intervençom afirmando que “enquanto eles cantam as glórias do seu atrofiado simulacro de democracia, nós renovamos a nossa declaraçom de guerra contra a in-
justiça e a opressom que a Constituiçom espanhola institucionaliza”.
O ato-concentraçom política, silenciada pola totalidade dos meios de comunicaçom sistemáticos, finalizou com o canto do Hino Nacional e a queima simbólica de umha montagem em grande tamanho da Constituiçom espanhola. A jornada de reivindicaçom nacional findou com um jantar de confraternizaçom no Centro Social Lume!
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Contra a constituiçom espanhola, Galiza pola independência
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GZ pola Independência O facto de vivermos no seu interior dificulta-nos vermos na sua autêntica dimensom o caráter arbitrário e antidemocrático dos princípios e os preceitos que fundamentam a atual Constituiçom monárquica espanhola, filha de 40 anos de ditadura e da negaçom violenta das naçons presas desse cárcere de povo chamado Espanha. Com efeito, é importante destacarmos o facto incontestável de que a Constituiçom bourbónica actual é só umha concessom feita polos mesmos que protagonizárom umha das mais brutais ditaduras do século XX, responsável pola morte de milhares de pessoas: a ditadura franquista. A melhor prova do que dizemos é a absoluta impunidade que essa Constituiçom, aprovada meses depois da assinatura dos infames Pactos da Moncloa, outorgou a todos responsáveis do bárbaro regime franquista. Uns pactos e umha constituiçom que integrárom boa parte dos dirigentes do que tinha sido exemplar oposiçom antifranquista nos anos anteriores. O peso da propaganda sistemática provoca que importantes setores do nosso povo considerem normal esse facto, mas basta dar umha vista de olhos ao acontecido noutros processos similares para comprovar que nom é assim: No Uruguai ou na Argentina, por exemplo, produzírom-se processos judiciais, nem que fossem parciais, contra integrantes do aparelho de poder das respetivas ditaduras militares, que em muitos casos os sentenciou com pesadas condenas.
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N o caso do Estado espanhol, nom só nom houvo processos contra os criminais franquistas, como se produziu umha “continuidade natural” nos mesmos cargos políticos, administrativos, judiciais, policiais... dos próprios franquistas e dos seus filhos, desde a morte do ditador e até hoje. Também a aprovaçom da atual Constituiçom espanhola, continuadora da legalidade franquista e negadora da legitimidade republicana de 1936, foi umha prova da farsa em que se fundou o atual regime: a imposiçom da economia capitalista de mercado, a unidade sagrada e indivisível do Estado e a negaçom dos direitos nacionais de povos como o nosso, todo sob a tutela do exército e da Igreja Católica. As mais de três décadas que o povo galego tem permanecido, até hoje, sob domínio do regime pós-franquista certificárom as bases capitalistas, corruptas e patriarcais que caracterizam a mal chamada “democracia espanhola”, baseada na negaçom antidemocrática do direito do nosso povo à livre determinaçom e à independência nacional. Na atualiadde, os três partidos do regime atuantes nas instituiçons da autonomia galega, PP, PSOE e BNG, passam o tempo a discutir se mantenhem, restringem ou alargam a atual autonomia, num debate que nom vai além de umha maior ou menor descentrali-
zaçom administrativa. Nom som esses jogos de distraçom os que abrirám um futuro livre ao povo trabalhador galego. Por isso, e frente ao franquismo e à mascarada que se seguiu e ainda hoje subsiste, os setores que reivindicamos os direitos nacionais e de classe do nosso povo devemos sair à rua neste dia em que a classe dominante espanhola celebra a continuidade dessa farsa que denomina “Estado das Autonomias”. Em tempos de crise do sistema a nível mundial, como o que na atualidade atravessamos, é fundamental mantermos em alto o programa pola emancipaçom da Galiza, caminho à independência e ao socialismo, numha sociedade de homens e mulheres livres. Fora a Constituiçom espanhola! É essa necessidade que leva NÓSUnidade Popular e o conjunto da esquerda independentista galega a revindicar, frente a umha constituiçom negadora dos nossos direitos individuais e coletivos, umha verdadeira constituiçom democrática ao serviço da independência galega.
Viva Galiza ceive, socialista e nom patriarcal! Por umha Constituiçom galega, democrática e socialista! Direcçom Nacional de NÓS-UP Galiza, 6 de dezembro de 2010
Galiza pola Independência!
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30 anos de engano estatutário, nem um mais
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Engano estatutário
votar mas, apesar da nula legitimidade de um plebiscito em que só participou 28,2% das galegas e galegos (e no qual votou afirmativamente ainda menos) o novo Estatuto foi considerado legítimo polo regime e abriu as portas ao sistema autonómico e às suas instituiçons. O resultado da aplicaçom do quadro constitucional e estatutário para o nosso país só pode
A 21 de dezembro deste ano, cumpre-se o trigésimo aniversário do referéndum sobre o Estatuto de autonomia atualmente vigente na maior parte da Galiza. Ao abrigo da Constituiçom espanhola aprovada em 1978 e que marcava os estreitos limites que Espanha nos impunha, o nosso povo era chamado a votar um projeto de Estatuto cozinhado polo espanholismo e que contava com o rejeitamento do nacionalismo popular e ruturista da altura. O resultado foi umha abstençom de 71,8% da populaçom chamada a
ser qualificado de desastroso. Nestas três décadas, a Galiza nom viu resolvido nengum dos seus problemas estruturais e, ao contrário, foi afundando numha situaçom de crise nacional que pom em risco a continuidade material e simbólica da Naçom Galega. Os nossos setores produtivos sofrêrom umha agressom após outra,
sem que a Junta nem o Parlamento tenham servido para o evitarem. Especialmente desde a entrada do Estado espanhol na Uniom Europeia, a nossa língua nacional tem vivido um retrocesso acelerado, o território galego destruído sem contemplaçons, para benefício de uns poucos, os nossos direitos coletivos como povo negados e a nossa pertença forçada à monarquia espanhola reafirmada. Cumprírom-se por completo as prediçons do independentismo e de toda a esquerda nacionalista, que apostava na rutura democrática e na soberania nacional. Mas a direçom política do nacionalismo maioritário, representada desde 1982 polo BNG, foi-se integrando aos poucos no regime autonómico, no jogo reformista e eleitoralista, na procura de “peso em Madrid” e de mais competências, acabando por
plexos nem renúncias. Hoje, de novo, o independentismo socialista que NÓS-Unidade Popular representa quer denunciar e combater esta fraude. O Estado das Autonomias continua a ser a armadilha que Espanha nos impujo para evitar o reconhecimento dos nossos direitos e dar continuidade à economia de mercado e ao patriarcado. Nengumha reforma estatutária servirá para nos dotarmos do quadro necessário que permita a nossa sobrevivência como Povo e a construçom de umha sociedade justa e igualitária que supere o patriarcado. O recente processo de reforma do Estatuto da Catalunha exemplifica os limites que Espanha pode tolerar. Por isso nom podemos perder tempo em falsos debates sobre possíveis reformas que só serviriam para aprofundar e legitimar a nossa situaçom de dependência e de crise nacional. É tempo de apostarmos sem ambigüidades na Independência Nacional, na República Galega, como única alternativa para a sobrevivência da Naçom e para a superaçom de um criminoso capitalismo em permanente crise. Para esta luita, o povo trabalhador galego sempre contará com o compromisso e a determinaçom de NÓS-Unidade Popular. Nem Estatuto nem Constituiçom, Galiza pola Independência!
defender e legitimar o que antes combatia e por desmobilizar os setores mais conscientes do nosso povo. Só o independentismo tem mantido a chama da luita nacional, sem com-
Direçom Nacional de NÓS-Unidade Popular Galiza, 18 de dezembro de 2010
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Greve Geral 27-J
Após o 27-J, a luita deve continuar
NÓS-Unidade Popular valoriza positivamente a jornada de greve geral nacional decorrida 27 de janeiro. A greve, apesar do silenciamento mediático, do despregamento e repressom policial, e do boicote ativo do sindicalismo amarelo espanhol, tivo incidência em setores da indústria, transporte e dos serviços das principais cidades e comarcas do país. Também foi mui destacável a elevada participaçom obreira e popular nas manifestaçons convocadas, expressom do descontentamento e da oposiçom do povo trabalhador galego à reforma das pensons e à política antipopular do PSOE. Esta greve demonstrou mais umha vez a especificidade nacional da Galiza, a existência de dinámicas próprias e a maior combatividade da classe obreira galega. Existe umha base e força suficiente para continuar com a luita, fagam o que fagam os desacreditados “sindicatos” CCOO e UGT, cuja traiçom e cumplicidade com o poder ficou (de novo) patente depois do seu apoio à reforma das pensons, cozinhada com o PSOE e o patronato, e acordada em troca do mantenimento dos privilégios para a sua corruta casta de burocratas e liberados. Mas esta valorizaçom positiva nom deve fazer-nos esquecer que o modelo de sindicalismo imposto pola direçom da CIG impossibilitou um maior êxito da greve geral. O seu setarismo impediu umha resposta unitária e mais forte, aglutinando as múltiplas organizaçons sindicais, políticas e sociais que, como NÓS-UP, apoiárom a greve a participárom ativamente na mesma. As suas dúvidas e o facto de esperar pola decisom de CCOO e UGT retrassárom a campanha prévia da greve. A sua dependência política do BNG e a
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utilizaçom da greve para favorecer os interesses eleitorais dessa força política nas municipais de maio desvirtuou e rebaixou a combatividade desta jornada de luita obreira. Todos estes erros e eivas tenhem de ser superados para dar umha resposta acaída às novas agressons que a burguesia prepara. É necessário continuar com a dinámica de luita e mobilizaçom, procurando a unidade obreira e popular, para enfrentar as reformas e recortes deste neoliberalismo selvagem. Há que proseguir na luita, alargá-la, acumular mais forças para fazer frente à bateria de agressons já aprovadas, mas também às que previsivelmente pretenderám aprovar nos vindouros meses os governos de Compostela e Madrid, independentemente de quem ocupe a presidência. É preciso politizar e radicalizar as luitas, criarmos consciência e demonstrarmos que a soluçom a todos estes ataques nom está em nengum parlamento nem chegará através do voto a supostas “alternativas”. A única alternativa é a luita aberta contra o capitalismo, o patriarcado e Espanha, a construçom da República Galega e do Socialismo. Finalmente, queremos exprimirr a nossa solidariedade e apoio às pessoas repressaliadas pola sua participaçom ativa e combativa nos piquetes e, do mesmo jeito, denunciar a repressom do Estado espanhol e a utilizaçom da polícia ao serviço da burguesia para impedir o direito à greve das trabalhadoras e trabalhadores. E umha vez mais solicitar a liberdade de Miguel Nicolás Aparício. Direçom Nacional de NÓS-UP 1 de fevereiro de 2011
Os motivos alegados para as sucessivas contra-reformas laborais impostas nos últimos anos e, especialmente, a última aprovada por decreto do governo espanhol do PSOE, apresentam-se agora como monumentais falácias, com a publicaçom dos dados oficiais sobre desemprego e precariedade. É neste contexto de claro fracasso da receita neoliberal contra a crise que NÓS-Unidade Popular quer difundir a sua análise da situaçom atual, com o objetivo de ajudar a abrir vias de luita unitárias pola superaçom das causas estruturais da profunda crise que sofremos: 1. Esta democracia dos banqueiros, empresários e corruptos impujo à maioria, com a cumplicidade das cúpulas sindicais maioritárias espanholas, umha reforma que precarizou ainda mais o mercado laboral, reduziu salários, suprimiu ajudas sociais e carregou nas costas públicas as escassas indenizaçons por desemprego e por uns despedimentos que hoje som mais baratos que nunca. 2. Todo isso foi apresentado, meses atrás, como receita para frear a crise e promover a contrataçom e o emprego. Desde a sua aprovaçom no passado mês de junho, temos suficiente trajetória para poder afirmar que os parámetros sociolaborais nom deixam de piorar de mês para mês, ratificando a absoluta inutilidade das medidas impostas na última reforma laboral, com já tinha acontecido com as anteriores. 3. Assim, o desemprego subiu no último mês (0,39% relativamente a fevereiro) e a instabilidade continua a hegemonizar a paisagem laboral (só 9,8% dos contratos formalizados tenhem caráter indefinido). A juventude e as mulheres continuam a ser os seto-
res mais agredidos por umha crise capitalista que a reforma de junho nom detivo, porque o seu objetivo nom era esse e sim garantir que os de sempre mantenham os seus lucros inclusive num panorama de crise sistémica como o atual. 4. Agora sabemos que o desemprego atingiu no último mês o teito histórico de 249.246 desempregados e desempregadas, com umha taxa de cobertura de 70,4%, 3,3 pontos abaixo da existente no Estado espanhol, sendo 48% de caráter assistencial, segundo apontárom os sindicatos. Som dados oficiais, que sem dúvida a realidade deixa curtos, mas que indicam a gravidade da situaçom e a tendência negativa que a contrarreforma nom detivo. 5. Se vivêssemos numha democracia digna de tal nome, os responsáveis polas agressons aos direitos sociais e laborais da maioria, os que precarizam as nossas vidas com a escusa de combater a crise e nom fam mais que aprofundá-la, seriam processados e as
suas receitas neoliberais iriam parar ao lugar que lhes corresponde: o balde do lixo. 6. No entanto, o empobrecimento generalizado e o enriquecimento das cúpulas financeiras e empresariais nom só nom provoca mudanças nas políticas socioeconómicas, como ratifica a conveniência de aplicar novos “planos de ajuste”. A lógica infernal do capitalismo nunca se detém, se nom for pola açom das massas nas ruas, forçando umha mudança real contra os interesses dos banqueiros, empresários e dos partidos políticos e cúpulas sindicais ao seu serviço. 7. Em conclusom, NÓS-Unidade Popular, como parte da esquerda independentista galega, fai um apelo ao povo trabalhador galego para retirarmos legitimidade aos partidos do sistema (PP, PSOE, BNG, IU...) evitando entregar-lhe os nossos votos e fortalecendo as opçons da esquerda revolucionária e, quando nom existir essa alternativa, da abstençom em cada nova
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NÓS-Unidade Popular considera a ruptura com Espanha e o capital a única receita válida para deixar atrás a crise
análise Crise
convocatória eleitoral. Os partidos do sistema estám claramente ao serviço das diferentes famílias das burguesias espanhola e galega, nengum deles responde aos interesses da maioria, porque os interesses da maioria nom cabem neste sistema injusto. 8. A única saída virá imposta pola autoorganizaçom e a luita da maioria contra o capitalismo espanhol, pola pressom das massas que sofrem a crise, aumentando a luita sindical e política pola ruptura democrática e pola construçom de umha democracia socialista na Galiza, protagonizada de maneira ativa e participativa polo nosso povo trabalhador. Contra a crise, unidade e luita popular até derrotar o capitalismo espanhol! Pola independência, o socialismo e a libertaçom da mulher! Direçom Nacional de NÓS-UP Galiza, 4 de abril de 2011
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Eleiçons municipais
As votaçons do passado domingo dia 22 de maio confirmárom várias tendências palpáveis em relaçom ao panorama político-institucional galego, no quadro de um Estado espanhol que continua a marcar a evoluçom do voto na Galiza. Comecemos por dizer que a vitória do PP nom seria tal se fossem contabilizados na configuraçom das maiorias e minorias os votos nom emitidos, os nulos e os brancos. A abstençom, se bem foi seis pontos menor que há quatro anos, representa mais de 700.000 pessoas (30,52%), mais do que qualquer candidatura das apresentadas e milionariamente financiadas com dinheiro público e privado. O aumento dos votos nulos (de 0,88% para 1,71%, 27.463 votos) e dos brancos (de 1,62% para 2,35%, 37.808 votos) só pode ser interpretado como voto conscientemente contrário ao atual sistema. O descrédito da corrupta partitocracia e a carência de umha alternativa política revolucionária com dimensom de massas som factores a nom desconsiderar à hora de interpretar esta tendência ao incremento do voto protesto. Contodo, a prevista queda do PSOE e a sua substituiçom polo PP em quase todas as instituiçons que elegiam representantes é umha evidência que confirma o resultado das políticas anti-sociais dos primeiros, que assumírom o trabalho sujo de carregar na conta do povo trabalhador a mais profunda crise do sistema capitalista a nível mundial. Tal como já tinha feito o PSOE na década de 80 com a reconversom industrial, ago-
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NÓS-Unidade Popular avalia o resultado das eleiçons de 22 de maio ra voltou a servir de grande ajuda ao capital para aplicar políticas neoliberais extremistas que, se fossem aplicadas polo PP, teriam tido umha mais forte contestaçom social. No caso do nosso país, a Galiza, cumpriu-se essa tendência geral, se bem atenuada pola manutençom de importantes cámaras municipais com maioria PSOE-BNG (nomeadamente Lugo, Ourense, Vigo e Ponte Vedra), com perda de influência do
BNG nos três primeiros e do PSOE no quarto. O PP reafirma o seu domínio eleitoral incrementando 53.000 votos e, apesar da profunda crise e descrédito que o PSOE atravessa, só desce 66.000, o BNG perde 53.766 votos (de 315.279 para 261.513) em relaçom a 2007 e confirma o seu progressivo esmorecimento como alternativa ao bipartidarismo espanhol instalado na Galiza. Tampouco o tímido ascenso de IU (passando de 22.000 a
30.00 votos) consegue aglutinar o descontentamento do eleitorado de esquerda com as políticas das forças reformistas. Como dado positivo, convém destacar o absoluto fracasso da UPyD no nosso país. No caso da esquerda independentista, a apresentaçom de 11 candidaturas de algumha maneira vinculadas com umha ou outra corrente do espaço soberanista de esquerda
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Eleiçons municipais
supujo um facto sem precedentes que, junto ao resultado globalmente positivo, merece umha pequena análise específica. Seguramente haveria que distinguir, nessa tendência positiva de aumento, entre os casos em que nom havia precedentes (Salvaterra, Porrinho, Redondela, Compostela, Ames e Mugardos) dos casos em que a apresentaçom de listas derivou da recente ruptura no interior do BNG, que levou a que os coletivos afastados voltassem a se apresentar nos respetivos concelhos, agora sob novas siglas (Nigrám e Minho). Um terceiro grupo é o dos concelhos em que já existiam precedentes de candidaturas soberanistas de esquerda (Vigo, Cangas e Ponte Areias). No primeiro caso, o facto de todas as candidaturas ultrapassarem a barreira de 1%, e nalguns casos inclusive a dos 3,5%, deve ser avaliado muito positivamente. Também foi um resultado elevado o das candidaturas de Nigrám (3,5%) e Minho (4,62%), se bem aí a iniciativa correspondia a pessoas já integrantes destacadas das candidaturas do BNG em anteriores eleiçons. Isso matiza a consideraçom dos resultados, se bem conseguírom manter um número importante de apoios.
crementar o apoio nas urnas, polo que a avaliaçom do resultado deve ser negativa. A tarefa de dar dimensons de massas ao movimento independentista, de esquerda e feminista no campo eleitoral confirma-se como muito complicada, e nom só pola fragmentaçom do espaço, pois essa circunstáncia deve ter influído menos numha votaçom local como esta. Haverá que analisar essa realidade mais profundamente, para além dos obstáculos extra que enfrentamos polo discurso abertamente antisistema que representamos e do boicote total dos meios de comunicaçom do sistema. Essa análise é fundamental nom só para afrontar novos desafios no ámbito eleitoral, mas para ajudar a estender o projeto revolucionário que representamos no seio do povo trabalhador galego numha época de crise generalizada que abre novas oportunidades de crescimento e influência das forças revolucionárias. Finalmente, NÓS-UP quer transmitir os parabéns à esquerda abertzale e às companheir@s das CUP polos seus resultados no conjunto de Euskal Herria e no Principat de Catalunha respetivamente. Direçom Nacional de NÓS-UP
No terceiro grupo, a ACE mantivo a sua representaçom em Cangas (três representantes), apesar da ligeira perda de votos. Ponte Areias de Esquerda nom conseguiu avançar no seu número de apoios, apesar do pequeno avanço percentual. Em Vigo, a FPG conseguiu o pior resultado, obtendo a percentagem habitual inferior a 1% (0,39%).
Galiza, 29 de maio de 2011
Quanto às candidaturas em que NÓS-Unidade Popular participou de maneira direta, devemos avaliar positivamente os resultados de Salvaterra de Minho e do Porrinho, ficando acima de 1% na sua primeira participaçom eleitoral, ao mesmo tempo que constatamos a dificuldade existente para fazer crescer essa mesma base de apoio no caso de Ponte Areias. Neste caso, nom atingimos o principal objetivo de in-
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reportagem JA-
aná-
nálise
2001-2011
Dez anos de luita Nesta ocasiom, o dossier do Voz Própria é dedicado a fazer um percurso polos dez anos de Unidade Popular. Por meio de algumhas das imagens gráficas (cartazes, murais, fotografias) que fam parte da nossa história como organizaçom política plural e de massas do MLNG, mas também reproduzindo umha seleçom de posicionamentos e análises emitidas nesta década, queremos contribuir para manter viva entre a militáncia de recente incorporaçom e evitarmos o esquecimemto entre a mais veterana, a memória de luita coletiva que com acertos e erros, mas de forma constante e continuada, vem realizando NÓS-UP.
Breve introduçom Umha década nom é nada nas dinámi-
cas e processos sociais de umha luita do calibre que a esquerda independentista e socialista galega livra contra o capitalismo imperialista espanhol. Porém, cumpre, com a limitada perspetiva que permite a comemoraçom de dez anos de NÓS-Unidade Popular, realizar um balanço público autocrítico do que significou para a nossa história mais recente a andaina organizada emanada do Processo Espìral.
Do Processo Espiral à ANC Com a constituiçom a 3 de junho de 2001 de NÓS-UP, emerge umha nova ferramenta organizativa plural e de massas para ocupar um espaço tam necessário como orfo após a crise dos noventa.
DOSSIER CENTRAL
O seu nascimento marcou um antes e um depois na esquerda independentista, pois foi a mais séria tentativa para fechar um turbulento ciclo de inconstáncia organizativa e erráticas estratégias que impossibilitárom, durante as décadas prévias, o abandono do residualismo auto-satisfatório. Se bem a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) nom conseguiu o seu pleno objetivo, pola negativa a aderir de umha das partes que se tinha voluntariamente negado a fazer parte do Processo Espiral, sim conseguia unificar -de forma precária e inestável- o mais dinámico da militáncia e ativistas que naquela altura tinham a firme determinaçom de avançar abrindo umha nova fase. Mas o tom adquirido por alguns dos
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debates da ANC e irresponsáveis atitudes que questionárom princípios e partes do programa previamente consensualizados, fôrom um mal início que prognosticava as enormes dificuldades posteriores. Qualquer análise que pretender interpretar as causas da parcial implosom nom pode obviar que no plano subjetivo nom se dérom cristalizado as imprescindíveis doses de confiança mútua que permitissem facilitar a convergência de tradiçons políticas diferentes e a complementaçom de métodos e estilos de trabalho diversos. Na primeira metade dessa década, a Unidade Popular estivo imersa num constante debate político-ideológico, saldado no segundo semestre de 2005
reJA-
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com a auto-exclusom de umha das partes que tinha promovido a unidade orgánica da esquerda independentista, após o período de unidade de açom iniciado com o 25 de julho de 1999. A tensom dialética entre luita de classes, luita de libertaçom nacional e emancipaçom da mulher foi permanente, tal como se constatou nos debates da ANC e posteriormente na II Assembleia Nacional (Corunha, 21 e 22 de junho de 2003) e na III Assembleia Nacional (Ferrol, 2 e 3 de julho de 2005). O questionamento do pluralismo ideológico e do genuíno projeto de classe com as suas naturais políticas de alianças fôrom os outros dous principais focos de presom centrífuga que impedírom -por rigidezes e inflexibilidade mútuas- continuarmos a viagem no mesmo meio de transporte.
Nom podemos negar responsabilidades coletivas na hora de nom darmos mantido a unidade interna com base num programa de mínimos previamente pactuado, mas permanentemente questionado por umha prática e cultura política pouco respeitosa com a diversidade. Sem pretendermos analisar a fundo as causas que provocárom o abandono de um setor nada desprezível de companheiras e companheiros após a III Assembleia Nacional, sim queremos manifestar a nossa satisfaçom pola serôdia, embora bem-vinda, decisom de adesom às teses da estratégia da luita de libertaçom nacional e social de género, por umha das partes dessa corrente que mantivo posiçons refratárias, causando acalorados debates e apaixonados confrontos. A IV Assembleia Nacional (Teio, 1 de
DOSSIER CENTRAL
dezembro de 2007) e posteriormente a de Vigo (12 de dezembro de 2009) fôrom as da consolidaçom política e da coesom ideológica após umha revisom a fundo de alguns dos paradigmas vigorantes desde a ANC.
camente a sua génese, na metade da década de setenta do século XX. Fracassamos pois no objetivo de procurar convergências orgánicas (2001-2005) e posteriormente unidades de açom estáveis (2007-2010).
Principais carências A Unidade Popular nom atingiu a dimensom quantitativa aguardada, como tampouco a expansom territorial e a referencialidade desejada entre o povo trabalhador galego. Continuamos sendo umha organizaçom muito modesta, com fraca implantaçom e enormes dificuldades para acumular forças políticas e sociais à volta de um programa socialista e feminista de libertaçom nacional.
Mantemos dificuldades para manter plenamente ativadas as duas geraçons que conformam o grosso da militáncia organizada nas nossas fileiras.
Nom conseguimos superar a divisom e o fracionalismo endémico que carateriza a etapa mais contemporánea da esquerda independentista desde prati-
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As peculiares caraterísticas da nosa composiçom popular, com grande peso de trabalhadoras e trabalhadores com contratos precários e no desemprego, dificulta manter umha estável estrutura de quadros, assim como umhas finanças saneadas sem as quais é inviável avançar ao ritmo desejado e atender as necessidades que geram as dinámicas de expansom.
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Alguns acertos e contributos Embora a divisom siga sendo um lastro, muitas vezes mais sobredimensionada no plano psicológico-social que no ámbito mais estritamente da intervençom política, a esquerda independentista sim conseguiu umha tangível, embora insuficiente, acumulaçom de forças, que nom possuia na mudança de século. Somos um movimento pequeno, mas dinámico e com peso e certa referencialidade nalguns ámbitos sociais.
vimento da esquerda independentista. A política com maiúsculas foi assente como epicentro da nossa açom, embora ainda nom tenhamos atingido as metas marcadas nem desejáveis.
Conseguimos sentar as bases de umha nova cultura sociopolítica rebelde que, com umha prática transgressora, recolhe parte do melhor das nossas mais combativas tradiçons de luita política e social.
Contra vento e maré mantivemos como indiscutível o caráter genuinamente de esquerda anticapitalista do projeto revolucionário galego. Esta coerência estratégica tem-se batido permanentemente com toda forma de conciliaçom de classes e alianças com o autonomismo.
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Somos umha força caraterizada pola audácia política, com vocaçom permanente de superaçom, de quebrar com as rotinas e o acomodamento, com umha prática baseada na tensom militante, na entrega e no compromisso individual, que procura experimentar vias novas e nom deixar-se condicionar por conceçons arcaicas e obsoletas. Temos contribuído para a depuraçom do estrategismo e ideologismo que condicionava e hipotecava o desenvol-
O nosso persistente combate do culto à marginalidade e auto-isolamento serviu para depurar o nosso movimento de práticas alheias ao corpo social -o povo trabalhador galego- do qual fazemos parte e o qual queremos organizar para a sua emancipaçom.
Recuperamos o eixo antipatriarcal que o binómio APU-EGPGC introduziu na arquitectura ideológica do independentismo galego, aperfeiçoando-o ao longo da década. Com coragem e rigor, temos realizado as necessárias revisons e atualizaçons críticas da açom teórico-prática sobre a que se vinha construindo a esquerda independentista. A imprescindível
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ruptura com as inércias das heranças do autonomismo fôrom fundamentais para superarmos os dogmas do colonialismo como forma que adoptaria na Galiza a opressom nacional espanhola; ou a antidialética teorizaçom da ausência de burguesia autótone na formaçom social galega. Popularizamos e demos dimensom de massas à simbologia nacional que o autonomismo ou bem nunca empregou por cobardia, ou abandonou por complexos inconfessáveis. Desde o primeiro momento, empregamos os limites territoriais da Naçom Galega -nom as da Comunidade Autónomae, posteriormente, editamos (2003) o primeiro e único mapa nacional da Galiza, com o conjunto de territórios amputados polo espanholismo. Recuperamos e divulgamos com os mais variados soportes -entre os quais destaca a bandeira- o Escudo Nacional desenhado por Castelao em 1937, popularmente conhecido como Sereia. Ambos factores fundamentais para a construçom nacional da Galiza e ruptura com o universo simbólico espanhol que tem penetrado a fundo no seio do corpo social do conjunto do soberanismo.
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Defendemos com firmeza os princípios estratégicos do monolingüismo social e o reintegracionismo lingüistico, frente às vacilaçons que acompanham outras práticas.
Dez anos mais Somos um projeto emergente, em plena construçom, com enormes carências, mas também com grandes virtudes, mas fundamentalmente com suficientes energias e vontade para continuar avançando na luita. Às portas da 6ª Assembleia Nacional, NÓS-UP aposta na recuperaçom da visibilidade que tinha voluntariamente cedido a iniciativas que previamente promovêramos, mas com as quais já nom compartilhamos objetivos táticos. Apostamos num novo impulso que nos permita sermos umha ferramenta útil à Pátria, à classe trabalhadora e as mulheres galegas no caminho da Revoluçom Galega. As nossas portas estám abertas a todas aquelas pessoas que com honestidade estiverem dispostas a contribuir para umha Galiza livre, vermelha e lilás.
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ASSEMBLEIAS NACIONAIS
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VOZEIROS COMARCAIS
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Bom dia a todos e todas. Antes do reportagem Dia da Galiza mais, recebede umha saudaçom fraterna em nome da Direcçom Nacional Combatente de NÓS-Unidade Popular neste priJACOBEU meiro Dia da NOM Galiza Combatente. Quando a Direcçom Nacional de NÓS-Unidade Popular decidiu datar o 11 de Outubro como Dia da Galiza Combatente, fôrom basicamente três as razons para fazê-lo: Em primeiro lugar, com a olhada posta no País. Após 20 anos de autonomia dentro do quadro constituicional espanhol, a naçom galega como tal continua imersa num processo global de desestruturaçom materializado na destruiçom da sua base económica e material e na liquidaçom progressiva da língua e identidade nacionais. Esta realidade é tam visível e evidente que podemos aforrar desenvolver a sua demonstraçom. Unicamente assinalemos o facto de que o estátus político de comunidade autónoma espanhola -vendido em 1981 como panaceia aos problemas do país- só tem servido para a profundizaçom e aceleraçom desse processo de desestruturaçom. Parte inseparável e necessária do mesmo é, sem dúvida, a falta de autoestima nacional que o colonialismo tem injectado em galegas e galegos, o desconhecimento e a manipulaçom da nossa própria memória histórica e -desde esse estado de indefensom colectiva- a interiorizaçom dos tópicos, tam falsificados como degradantes e xenófobos, que o espanholismo atribui ao nosso povo e que operam como verdade nas consciências de milhares de cidadáns: mansedume, individualismo, falta de coragem, espírito de resignaçom, etc. Combater esta mentalidade autodestrutiva e paralisante e dignificar a condiçom de cidadáns e cidadás desta naçom, nom ressolve por si só a questom, mas deve ser um objectivo de urgência na agenda de trabalho da esquerda independentista: este resgate da nossa memória histórica e a assunçom de um imprescindível orgulho nacional som elementos fundamentais no processo de construçom nacional da Galiza. A celebraçom nacional do Dia da Galiza Combatente quer ser umha modesta achega nom partidista nesta luita p o l a
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Outubro 2001 memória histórica e a dignificaçom do país; sem esquecermos que esta batalha se ganhará tam só com um persistente trabalho quotidiano em cada recuncho do país, ou nom se ganhará. Em segundo lugar, existe objectivamente, tanto ao longo da nossa história como na actualidade, umha parte maior ou menor, mais massiva ou mais minorizada do nosso corpo social, que se nega sistematicamente a aceitar a imposiçom espanhola e a das classes dirigentes autóctonas -quando as houver-. Umha fracçom do país que, em distintas etapas históricas, mantém viva a perspectiva estratégica de umha Galiza libertada contra vento e maré. Dizem que nom se perde um direito enquanto houver alguém que o reclama. Quando em Junho passado constituíamos em Compostela esta emergente organizaçom de massas para a libertaçom nacional, sabíamos que nom partíamos de zero: desde os textos dos cronistas da Antigüidade, que nos falam de um povo combativo e de mulheres indomáveis, até a morte num operativo militar de Lola e José em 1991, ou a luita em prisom dos presos e presas independentistas em 2001, a nossa história foi a de um povo capaz de impulsionar as primeiras revoltas populares da Europa moderna, capaz de desenvolver resistências para enfrontar o processo de Doma y Castración del Reino de Galicia impulsionado pola Coroa de Castela. Um povo que, já bem entrado o século XIX, tinha militares insurgentes que afirmavam, de jeito provavelmente rudimentário, a existência da Galiza como sujeito de direitos nacionais. Esse mesmo povo sustivo política e materialmente desde 1936 umha guerrilha urbana e rural antifascista cujo último resistente caía em 1965, articulou desde a clandestinidade organizaçons nacionalistas de massas e desenvolveu, no último quartel do século XX, três projectos político-
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militares para a sua própria libertaçom nacional e social. Som demasiadas as evidências históricas contrárias como para falarmos da Galiza só como o país submisso e resignado de que nos fala umha História contada por outros. Existe umha terceira, evidente e última razom para datarmos em 11 de Outubro o Dia da Galiza Combatente: na madrugada dessa jornada de 1991, Lola Castro Lamas e José Vilar Regueiro, militantes independentistas e membros do Exército Guerrilheiro do Povo Galego Ceive, morriam ao fazer-lhes explosom acidentalmente um artefacto destinado a combater os interesses do narcotráfico na Galiza. Enquanto outros luitadores e luitadoras passárom à nossa História por direito próprio, sobre Lola e José semelha pairar um manto de silêncio e esquecimento. Manto que é a nossa obriga destruir para restituí-los ao lugar que se merecem. Nom vamos louvar aqui as suas pessoas. Os seus factos falam por si próprios e em todo o caso corresponderá fazê-lo a aquelas pessoas que os conhecêrom em vida e que compartilhárom com ele e com ela sonhos, militáncias e instrumentos de luita. A nós unicamente nos corresponde a homenagem, o reconhecimento político à sua generosidade e combatividade nesta luita que continuamos e, finalmente, o compromisso colectivo de que as suas vidas, como a de Moncho, as de Amador e Daniel, as de “O Piloto”, Zélia, “O Foucelhas”, Benigno Álvares, Alexandre ou os fusilados em Carral, nom cairám no esquecimento nem passarám a fazer parte das últimas expressons de rebeldia de um povo que existiu. Estas som as três fundamentais razons para impulsionar a existência e, num futuro próximo, a celebraçom popular, de um Dia da Galiza Combatente. Digamo-lo com claridade: estas três e mais nengumha. Nom está na nossa intençom consolidar umha data para um calendário reservado a independentistas com cartom de militante. Nom procuramos umha escusa para a autoafirmaçom partidista deste ou aquele projecto político com siglas. Finalmente, e reconhecendo a legitimidade e a validade de todos os métodos de luita no processo de Libertaçom nacional e social da Galiza, nom
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estamos a postular mecanicamente a traslaçom à cojuntura actual dos meios de intervençom política que outros galegos e galegas empregárom em contextos que nom som o presente. Nom quereria concluir a minha intervençom sem umha última anotaçom: a Galiza combatente, o país que se afirma a si próprio e que resiste, nom é um recurso épico ao passado para esquivar as dificuldades do presente. Existem hoje dúzias de exemplos ao longo do território nacional de como a cidadania galega se autoorganiza para a defesa dos seus interesses imediatos e estratégicos. Desde cada um dos conflitos vicinais hoje abertos até as permanentes mobilizaçons em defesa da dignidade do posto de trabalho, desde a insubmissom quotidiana e firme às tramas caciquis ao recurso às Greves Gerais, ou desde o anónimo trabalho de consciencializaçom e construçom nacional à nossa capacidade para sustentar e regenerar o movimento pola autodeterminaçom logo de cada fase repressiva, contam-se por centos as expressons de vitalidade e rebeldia deste país. Dessa vontade de resistência som hoje mostra os vizinhos e as vizinhas dos Prazeres, sustendo um conflito colectivo frente à ocupaçom policial da sua paróquia e a diária intervençom repressiva; os vizinhos de Merça, em situaçom semelhante, as fixas-discontínuas da conserva na comarca de Vigo, o povo de Camarinhas, os marinheiros de Bueu, Cangas ou A Guarda, etc., etc. Estes e muitos outros som exemplos reais e imediatos da capacidade deste país, como também o som as respostas contundentes e combativas do MLNG ao nom respeitar com a sua praxe a legalidade vigente. À aposta política que constituímos em 2 e 3 de Junho deste ano corresponde impulsionar e favorecer estas e outras expressons de um povo insubmisso que encara o seu futuro com optimismo. Só assi poderemos dizer-lhes mais umha vez aos espanhóis, e no nome dos e das que já nom estám, que continuam a ser uns imperialistas fracassados. Viva o Dia da Galiza Combatente!!! Viva Galiza ceive, socialista e antipatriarcal!!! Alexandre, Moncho, Lola e José, Presentes!!! A Luita Continua!!!
Os evidentes avanços a nível formal logrados polas mulheres nas últimas décadas estám muito longe de qualquer situaçom que se aproxime da igualdade real, por muito que os diferentes aparelhos de reproduçom ideológica do capitalismo teimem em transmitir o contrário. A nível laboral é umha evidência a discriminaçom da mulher sobre o homem em todos os sectores e terrenos. Porém, esta tradicional situaçom tem piorado em relaçom com as últimas décadas. O neoliberalismo, como fase actual do capitalismo, caracteriza-se por umha ofensiva machista e patriarcal cujas conseqüências mais evidentes som um incremento generalizado da exploraçom da força de trabalho feminina, o incremento da exploraçom sexo-reprodutiva, o reforçamento da exploraçom sexo-afectiva e o aumento da identidade grupal machista e sexista.
Na Galiza a igual trabalho, igual salário. Contra a discriminaçom laboral das mulheres
Março 2002
primeiras em padecer os expedientes de regularizaçom de emprego, o embaratecimento do despedimento, a descida de salários, o recorte de direitos, o deterioramento das condiçons laborais, a escravatura das ETT´s, os empregos lixo, os contratos em prática e a tempo parcial, a privatizaçom dos serviços públicos, na imensa maioria dos casos com a cumplicidade dum sindicalismo sob a hegemonia da ideologia patriarcal. A imensa maioria das mulheres que pertencemos às camadas populares sofremos umha discriminaçom de género claramente patente no mercado laboral. Na Galiza a taxa de desemprego feminino no último trimestre de 2001 ascendia a 17% frente a 9.3% da masculina. A precarizaçom laboral é muito superior nas trabalhadoras que nos trabalhadores. 17.2% das mulheres trabalhadoras estám ocupa-
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fundamentais da economia nacional como a conserva, indústria têxtil, alimentaçom, já sem abordarmos a situaçom dessas milhares de mulheres, umha parte das quais emigrantes, que em situaçom de escravatura ou semiescravatura devem prostituir-se para poderem sobreviver. Umha considerável parte d@s pobres do nosso país, dessas 350.000 pessoas que vivem com menos de setenta mil pesetas ao mês, está constituída polas mais de cinqüenta mil viúvas do rural que sobrevivem com penssons de 192 euros mês, e as 14.000 do mar com 288 euros. Todo isto num país onde a percentagem de populaçom de 65 ou mais anos é de 16.5%, agravada nas províncias de Lugo e Ourense onde já supera 22%.
Assim, se analisarmos a situaçom da imensa maioria das mulheres galegas, desse 90% que pertencemos às classes trabalhadoras, comprovaremos como a marginalizaçom, a discriminaçom, a sobre-exploraçom, as agressons sexuais,
fam parte da nossa crua realidade. As diversas reformas laborais impulsionadas desde 1982 polos governos do PSOE-PP tivérom e tenhem como principais vítimas as mulheres trabalhadoras, pois, entre outros objectivos, pretendem devolver-nos a “casa”. Como um dos sectores mais desprotegidos dumha sociedade, agravado no nosso caso pola opressom nacional que sofremos, somos as
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das a tempo parcial frente a 2.8% de homes, incrementando-se até 21.2% no sector privado. 78% d@s destinatári@s desta modalidade contratual som mulheres, supondo 32% do total da contrataçom feminina. As trabalhadoras galegas somos as pior pagas de todos os estados da Uniom Europeia, e as pior pagas do conjunto do Estado espanhol, 228 euros menos se nos compararmos com as trabalhadoras espanholas, e 625 euros relaçom com @s trabalhadores/as espanhóis/las. Realizamos parte dos trabalhos pior valorizados e poir pagos em sectores
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A todo isto temos que acrescentar as agressons sexuais e o maltrato (Unicef denunciou que 20% das mulheres do mundo sofre violência machista), a acossa sexual (duas de cada dez trabalhadoras do Estado espanhol tem padecido algum tipo de acossa no trabalho) que provoca entre muitas outras cousas que mais da quarta parte das vítimas abandone o seu emprego. Nom se trata exclusiva, nem fundamentalmente, de um problema vinculado com o nosso escasso peso político, senom à aliança simbiótica entre patriarcado e capitalismo, agravado num estrutura social sob a opressom colonial, totalmente irreformável senom vai enquadrada numha estratégia política que aposte sem ambigüidades por umha transformaçom radical da sociedade. Daí a necessidade que tem a esquerda independentista e o conjunto do MLNG de construirmos um movimento político revolucionário que combine os objectivos estratégicos da emancipaçom nacional e social de género.
20 de Junho Greve Geral. Paremos a ofensiva do PP. Luita obreira e nacional
Junho 2002
A classe trabalhadora galega deve demonstrar no 20 de Junho, -aderindo e participando activamente na greve geral-, a sua imensa capacidade de luita e mobilizaçom para poder parar e derrotar a política reaccionária da oligarquia espanhola. Há agora um ano, os principais sectores produtivos da Galiza ficavam praticamente paralisados por mor da greve geral nacional de 15 de Junho que embora exitosa nom se converteu, pola traiçom do sindicalismo reformista, no necessário ponto de arranque de
retire a reforma do desemprego aprovada por decreto há umhas semanas porque obriga os/as desempregad@s com subsídios a aceitar tanto empregos lixo quanto trabalhos distantes até 30 quilómetros ou duas horas da morada, com o conseguinte enfraquecimento do salário real que suporám os gastos em transporte e o aumento do horário laboral que implica o tempo de deslocamento, e com a possibilidade, no nosso caso, de que se nos obrigue a trabalhar no estrangeiro; facilita e embaratece ainda mais o despedimen-
Umha greve para atingir igualdade de direitos e salários entre as trabalhadoras e os trabalhadores, contra a ofensiva machista e patriarcal do capitalismo Umha greve polos direitos e contra a brutal criminalizaçom da mocidade galega. Umha greve contra a involuçom fascista do PP que me-diante a Lei de Partidos Políticos pretende ilegalizar as organizaçons populares e as forças políticas revolucionárias, independentistas e anti-capitalistas, ou median-te
umha ofensiva operária e popular contra o governo do PP, responsável da destruiçom das conquistas sociais e as liberdades democráticas. Para NÓS-Unidade Popular, esta greve persegue vários objectivos concretos: lograr que a grande burguesia espanhola
to; exclui o subsídio a colectivos em situaçom de precariedade; precariza ainda mais a contrataçom por meio do “contrato de inserçom”; obstaculiza receber prestaçom aos/às trabalhadores/as com indenizaçom por despedimento; transforma um direito conquistado numha esmola assistencial; estigmatiza os/as desempregados/as convertendo-os em preguiceiros, corruptos e parasitas sociais; pretende privatizar o INEM.
a Lei da Qualidadde do Ensino continuar com a privati-zaçom, espanholizaçom e destruiçom do ensino público. Umha greve contra a pobreza, a marginalizaçom e a exclusom social. Umha greve polos direitos nacionais da Galiza, contra a destruiçom da naçom galega polo imperialismo espanhol. O êxito do 20 de Junho só vai ser possível mediante a massiva participaçom da classe trabalhadora, a mocidade e as mulheres numha jornada de luita caracterizada pola combatividade e a firme vontade de paralisar todos os sectores produtivos do país. A esquerda independentista galega considera
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imprescindível desmascarar qualquer tentativa do reformismo e o autonomismo de encarar a greve como um mero facto pontual e administrativo que evite o conflito social e seja pactista e respeitoso com as medidas adoptadas polo PP para fazer fracassar a greve. O 20 de Junho deve ser umha grande vitória das classes trabalhadoras galegas, o início dumha estratégia de luita e mobilizaçom de massas, único mecanismo para poder evitar mais recuos nas nossas condiçons de vida e mais recortes nas liberdade e os direitos democráticos. Som horas de passar à ofensiva, radicalizar as luitas, dar-lhes sentido global, para podermos evitar que o grande capital continue a acumular ano após
ano mais lucros à custa do empobrecimento da classe trabalhadora e os sectores populares. O 20 J deve ser concebido como umha grande jornada de luita obreira e nacional polos direitos laborais da classe trabalhadora, contra o fascismo, polas liberdades individuais e colectivas da Galiza. Tod@s à greve geral! Adiante coa luita obreira e popular! Paremos o fascismo! Independência, socialismo e antipatriarcado!
Após mais de duas décadas de Autonomia, a situaçom da naçom galega e do seu povo trabalhador tam só tem piorado. Desde 1978, data da aprovaçom da Constituiçom espanhola continuadora do franquismo, nom se tem resolvido nengum dos problemas que padece o nosso povo: desemprego, precariedade laboral, acesso à vivenda, pobreza e exclusom social, -agravado nas mulheres-, perda de galego-falantes e espanholizaçom, destruiçom dos sectores estratégicos da economia nacional. Hoje, a Galiza e o conjunto d@s galeg@s somos mais pobres, mais dependentes, mais atrasados a respeito de Espanha e a UE que em 1980. Trabalhamos mais horas e ganhamos menos. A exploraçom, saque e marginalizaçom do país polo capitalismo espanhol e transacional é superior ao que padecíamos há vinte anos. A situaçom é tam grave que mesmo os índices estatísticos oficiais já nom podem evitar constatar que a convergência com Espanha e com a UE está cada vez mais longe de ser umha realidade. O actual Estatuto de Autonomia e a Constituiçom espanhola da qual emana, nom só nom fôrom aprovados pola maioria do povo galego, senom que som instrumentos legais impostos por um regime, a democracia espanhola, carente de qualquer legitimidade democrática ao ser continuadora directa da ditadura fascista, encabeçada polo rei imposto por Franco.
A Direcçom Nacional de NÓS-Unidade Popular quer fazer chegar à sociedade galega umha série de consideraçons em relaçom com os graves acontecimentos acontecidos na capital espanhola a 11 de Março de 2004. 1.- O ataque múltiplo com explosivos contra objectivos civis nos comboios de proximidades em diversas áreas de Madrid, que figérom por volta das duascentas mortes e ferírom várias centenas mais de pessoas, tivo umha natureza indiscriminada e atingiu grande número de trabalhadores/as, imigrantes e estudantes. Além da sua grande magnitude, nom se produziu qualquer aviso prévio, o que confirma que tencionava produzir o maior número possível de vítimas de maneira aleatória.
Espanha é a nossa ruína. AUTO DETERMINAÇOM Outubro 2003 A causa desta situaçom deriva da ausência de soberania do povo galego para decidir em liberdade e democraticamente o seu futuro, para poder governar-se em funçom dos seus interesses e necessidades. Espanha nega o legítimo direito de autodeterminaçom. Um direito permanente, inalienável e irrenunciável de qualquer povo para poder escolher o seu destino, decidir o seu futuro sem interferências externas ou limites para o seu exercício. A Espanha de Aznar, Zapatero, Llamazares, Amáncio Ortega, em plena ofensiva fascista, nega a nossa existência como povo diferenciado, conculca os nossos direitos elementares, nega que o povo galego e a Galiza somos o único sujeito e ámbito soberano de decisom. O capitalismo espanhol leva cinco séculos tentando anquilar-nos
2.- Os dados anteriores tornárom claro desde o primeiro momento o paralelismo entre o ataque de Madrid e os que nos últimos anos tenhem acontecido em Nova Iorque, Bali, Moscovo, Istambul e outros pontos ao longo do Planeta, todos eles efectivados por organizaçons da resistência árabe em países cujos Governos estám envolvidos em agressons contra povos árabes e/ou mussulmanos como o checheno, o iraquiano, o afegao, ou o caxemir, entre outros. Também o Estado espanhol tem participado e participa activamente em guerras e ocupaçons de territórios como o iraquiano na actualiade, que figérom e fam vítimas mortais a diário. Era e é Espanha por isso objectivo declarado das organizaçons armadas árabes de resistência. 3.- A ETA, organizaçom armada basca, apontada desde o primeiro momento como sendo responsável polo ataque do dia 11 de Março, nunca nos seus 40 anos de existência re-
utilizando todo o tipo de violência. Até agora, por mor da resistência colectiva, nom tem consumado o genocídio. Mas por primeira vez, na milenária história do nosso povo, está em perigo a sobrevivência de Galiza como naçom. Parte dos mecanismos defensivos que as classes populares galegas construírom ao longo da história para fazer frente à permanente agressom a que nos vemos submetidos por Espanha tenhem renunciado à luita. As suas elites vendêrom-se por um prato de lentelhas. O nacionalismo oficial, perante a ofensiva fascista, definitivamente optou por claudicar confomando-se com as migalhas da comodidade institucional e os privilégios que concede o regime. Defender, exigir e exercer no dia a dia o direito de autodeterminaçom é umha necessidade para podermos construir a naçom galega ao serviço das suas classes trabalhadoras. Sem
alizou um de características semelhantes, umha vez que os seus costumam ter objectivos militares claros e sempre avisa da colocaçom de artefactos em espaços públicos, o que neste caso nom aconteceu. Além disso, as dimensons da acçom do dia 11 ultrapassam em muito as de qualquer acçom armada da ETA. 4.- Apesar das evidências anteriores, a jornada do próprio dia 11 de Março activou-se umha campanha de linchamento contra o independentismo basco, acusando-o de estar por trás do ataque de Madrid “sem nengumha dúvida”, em palavras do ministro espanhol do Interior. Acebes chegou a chamar “miseráveis” aos representantes da esquerda independentista basca que declarárom em conferência de imprensa a sua convicçom de que a ETA nom tinha relaçom com a acçom armada na capital espanhola. A coro com Acebes, Aznar e o próprio rei espanhol, todos os responsáveis políticos institucionais apoiárom a tese oficial, dando por feita a origem basca do ataque e agitando as alienadas massas espanholas contra o bode expiatório basco.
reportagem
autodeterminaçom nom é viável umha sociedade justa e igualitária, nom é possível superar as desigualdades, as opressons que impom o capitalismo, nom há a mais mínima possibilidade de construir umha democracia socialista. As evidentes responsabilidades e a criminosa atitude das autoridades espanholas no afundamento do Prestige confirmam a imperiosa necessidade de sermos livres para decidirmos por nós próprios. Espanha é a ruína do povo galego. O povo trabalhador galego necessita por mera sobrevivência reivindicar e luitar pola autodeterminaçom e a democracia. A esquerda independentista organizada em NÓS-UP tem a firme decisom de continuar adiante luitando pola independência nacional, para construir umha sociedade socialista superadora do patriarcado.
JACOBEU NOM
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PAREMOS A INTOXICAÇOM FASCISTA. NÓS-UP perante os graves acontecimentos de 11 de Março em Madrid Março 2004
PSOE, IU, PNB, CiU, BNG, EA, Aralar, ERC e outras formaçons políticas do sistema figérom o jogo em todo o momento à táctica do PP, que desde o primeiro momento apontou para o Norte aproveitando as circunstáncias para assegurar a vitória eleitoral no próximo dia 14. Na Galiza, NÓS-Unidade Popular tivo ocasiom de comprovar o ambiente de excitaçom anti-independentista provocada polos meios e organizaçons do sistema, vendo proibido polos respon(continua na página seguinte)
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sáveis institucionais do local um acto reportagem PAREMOS A em prol da autodeterminaçom que ia decorrer no próprio dia 11 de Março INTOXICAÇOM numha sala de actos do cámpus uniJACOBEU NOM versitário de Ourense. FASCISTA. 5.- Quando já todo parecia dito e NÓS-UP perante comprovado, à tardinha do próprio os graves dia 11 começárom a trascender novos indícios da origem árabe dos ataques. acontecimentos Mas, apesar da reivindicaçom e outros elementos indiciários, o discurso oficial de 11 de Março nom mudou. Os meios demonstrárom mais umha vez a sua obediência aos diem Madrid tados políticos da oligarquia e a direita espanhola, e mantivo-se a “opçom análise basca” que tam bem serve aos inte-
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resses do Partido Popular, graças à conivência das restantes forças políticas institucionais. Entretanto, os meios de outros estados como Portugal falavam na noite do dia 11 já da origem islamista das acçons armadas, como “acerto de contas” árabe contra a implicaçom espanhola na coligaçom imperialista na guerra contra o Iraque.
pola realidade dos factos que nesta altura conhecemos, apesar dos insultos com que foi contestada por parte de indivíduos como José María Aznar, Eduardo Zaplana ou Miguel Ángel Acebes.
6.- Mais umha vez, a esquerda abertzale foi a única a manter umha certa
7.- Contodo, é previsível que o Estado espanhol e o Partido Popular con-
equidade e racionalidade nas horas que se seguírom ao ataque de Madrid, resultando também ser a única fonte fiável frente à intoxicaçom informativa cuspida polos diversos meios de comunicaçom e representantes políticos. A versom apresentada polos porta-vozes da esquerda independentista basca foi a única que acabou por ver-se confirmada
tinuem a promover a confusom nos próximos dias como melhor forma de favorecer a sua própria estratégia eleitoral, que lhe permita manter as rédeas do Governo espanhol graças à submissom das restantes forças políticas. Inclui-se entre elas a autonomista galega, o BNG, mais umha vez protagonista de um acto de servilismo simbolizado pola obediência com que cumpriu a ordem espanhola de mudar o horário da manifestaçom “contra o terrorismo” na Galiza para a fazer coincidir com a que o Governo do
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PP organiza na tarde do dia 12 em Madrid. Nom se admitem desvios nem de horário na unanimidade espanhola e reaccionária. 8.- Frente à manipulaçom generalizada e promovida por umhas instáncias políticas e económicas bem concretas, as controladas pola direita espanhola, e assumidas por umha oposiçom que nom existe; frente ao servilismo discursivo e factual com que o conjunto de forças políticas do regime servem os interesses da oligarquia espanhola e reaccionária; frente à mentira mil vezes repetida por uns e outros, pretendendo assim convertê-la em verdade; frente a todo isso, NÓS-Unidade Popular quer manifestar a sua mais enérgica condenaçom da suja estratégia com que o Estado espanhol e os seus servos políticos e mediáticos pretendem deslegitimar a luita independentista das naçons presas nesse cárcere de povos chamado Estado espanhol. Manifestamos também a nossa solidariedade com as famílias d@s trabalhadoras/es, imigrantes e estudantes mortos no dia 11 em Madrid, bem
como também com a esquerda independentista basca, vítima de um linchamento mediático só comparável com o acontecido em Julho de 1987 após a morte de um vereador basco do Partido Popular. 9.- Para além de todo o dito, e quanto ao próprio ataque de Madrid, lembramos a responsabilidade do Partido Popular e outros sectores do núcleo duro do Estado espanhol polo seu envolvimento na estratégia imperialista e genocida contra o povo iraquiano líderada polo Pentágono norte-americano ao longo de anos de guerra, bloqueio económico e umha nova guerra de ocupaçom que já causou muitos mi-
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lhares de vítimas inocentes no Iraque. A Aznar e companhia corresponde agora explicar qual é a segurança que dizia procurar e garantir com a implicaçom numha guerra criminosa como a que ainda hoje se prolonga na ocupaçom e rapina dos recursos do povo iraquiano. Se as forças ditas “da oposiçom” assumissem o papel opositor que dim representar, denunciariam desde o primeiro momento a responsabilidade do PP e dos aparelhos do Estado polo ataque do dia 11 de Março em Madrid, em lugar de alimentar os delírios espanholistas e reaccionários de incriminaçom compulsiva da resistência basca. Mas a realidade é que todas elas preferírom fazer o fim de campanha eleitoral que o Partido Popular necessitava. 10.- Pola nossa parte, e como força política unitária da esquerda independentista galega, NÓS-Unidade Popular continuará a luitar pola liberdade da nossa Pátria, a emacipaçom da classe trabalhadora e a superaçom do patriarcado, e a manter o combate
político contra o imperialismo espanhol e os seus cúmplices, confirmando também todo o nosso apoio à luita da resistência iraquiana e contra a ocupaçom desse país polas forças do imperialismo sob liderança ianque. Para o 14 de Março, frente o fascismo espanhol representado polo PP, e os seus cúmplices do PSOE, IU e o BNG; NÓS-UP reitera a necessidade de nom participar no processo eleitoral. A abstençom activa e consciente é a melhor arma da classe trabalhadora para denunciarmos a natureza antidemocrática do Regime, evitarmos mais retrocessos nos nossos direitos laborais e sociais, e defendermos a autodeterminaçom.
1- Após mais de um quartel de século da aprovaçom da Constituiçom espanhola, continuadora do franquismo e da qual emana a actual Espanha autonómica, as luitas nacionais impulsionadas polas diversos povos oprimidos polo Estado espanhol, nom só nom desaparecêrom, como mantenhem vigor e vitalidade. 2- A negativa a reconhecer o direito de autodeterminaçom da Galiza, Catalunha, Euskal Herria e de todos aqueles povos que assim o desejarem, tem sido e continua sendo um dos fios condutores das políticas das diversas forças que ocupárom a Moncloa. UCD, PSOE e PP aplicárom com tácticas diversas a mesma política centralista e antidemocrática. 3- O capitalismo espanhol acha-se numha situaçom de fraqueza, e consciente do irrecuperável golpe que para a burguesia significaria a independência dos povos oprimidos, interessada em manter a toda a custa o mercado denominado Espanha, optou nos últimos oito anos por aplicar um plano de choque para aniquilar as esquerdas independentistas. A involuçom da era Aznar com a aprovaçom de leis de excepçom que provocárom a ilegalizaçom de forças políticas e fechamento de meios de comunicaçom foi acompanhada por umha reforma laboral permanente, por contínuos ataques aos direitos da classe trabalhadora, por recortes das liberdades, no quadro de umha estratégica de carácter fascista. A mobilizaçom social da classe obreira, das mulheres, da juventude, mas também as reivindicaçons nacionais, fôrom determinantes para o seu fracasso. 4- Porém, a chegada do PSOE ao governo de Madrid nom tem suposto, nem vai supor, mudanças substanciais à hora de modificar as políticas neoliberais e centralistas aplicadas nas últimas três décadas de democracia burguesa espanhola. Zapatero tam só vai aplicar, com outro estilo e outro talante, idênticas “soluçons”. 5- O capitalismo espanhol necessita com urgência assegurar a estabilidade do regime. Por este motivo, após terem fra-
Nem Autonomia, nem Constituiçom: Autodeteminaçom. Decálogo a respeito do debate autonómico Agosto 2004 cassado as políticas de confronto directo do PP, apoia o pacto com as burguesias periféricas mediante um novo acordo autonómico que actualize o de 1979-81, baseado numha nova descentralizaçom administrativa emanada da previsível reforma constitucional que satisfaga as demandas das direitas catalá e basca, mas também as das elites autonómicas. 6- Para o sucesso deste novo acordo, deve desactivar algumhas das reivindicaçons do PNB, plasmadas no denominado Plano Ibarretxe, e realizar as mudanças oportunas, as reformas necessárias da arquitectura institucional do Estado que, sem questionar a sua essência, podam neutralizar as aspiraçons pseudoindependentistas de forças como ERC ou EA, e incorporar ao novo consenso as forças regionalistas de direita e diversos reformismos autonomistas. A nova Espanha plural que Zapatero incorpora da proposta de Maragall é a palavra de ordem do novo regeneracionismo autonómico do espanholismo consistente em mudar algumhas cousas para que todo siga na mesma.
manter os seus privilégios de classe. O exercício da autodeterminaçom tam só interessa objectivamente às classes trabalhadoras das naçons orimidas, mas também às do Estado opressor. 8- As forças políticas da oposiçom institucional ao governo Fraga, carentes de umha alternativa diferenciada e tangível à extrema-direita regionalista, à medida que se aproximam as eleiçons autonómicas, buscam desesperadamente títulos de imprensa para atingir protagonismo. Aqui devemos situar as propostas do BNG e do PSOE de modificar o Estatuto de Autonomia da Comunidade Autónoma Galega. PSOE e BNG nom questionam a situaçom de dependência da Galiza. Nom reclamam poder exercer a autodeterminaçom nacional. A popostas de Tourinho e Quintana nom som propostas soberanistas. Unicamente procuram praticar tunning autonómico. A Espanha plural é umha nítida aposta por negar a liberdade nacional da Galiza, Catalunha e Euskal Herria. A Espanha plurinacional é umha acomplexada e inconfessa defesa do estatus quo dum BNG que leva anos capitulando e buscando a melhor forma de encaixar no regime da monarquia borbónica. 9- Umha parte fundamental dos problemas que padece a classe trabalhadora galega só se podem resolver exercitando a autodeterminaçom. Sem que a Galiza se dote de um Estado próprio, nom podemos construir umha naçom
7- As burguesias nacionalistas desejam apenas umha maior descentralizaçom. Nom querem exercer a autodeterminaçom. Temem as conseqüências do reconhecimento deste direito na hora de
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reportagem
ao serviço das classes trabalhadoras e sectores populares. Nas naçons sem Estado, a autodeterminaçom é o instrumento para a transformaçom social. @s trabalhadoras e trabalhadores galeg@s nom podemos deixar-nos seduzir por frases sonoras e ocas promessas. Nos vindouros meses, vamos assistir novamente, vamos ver-nos bombardeados por umha bateria de enganos, jogos de artifício, propostas virtuais que tam só procuram os nossos votos para que todo siga igual. A unidade de Espanha é a principal arma com que conta a oligarquia para perpetuar e incrementar a exploraçom e dominaçom a que nos vemos submetidos como homens e mulheres do mundo do Trabalho. Por muita renda de camarinhas que nos queiram vender o BNG e o PSOE a nossa liberdade e emancipaçom nacional e social de género nom é possível no actual quadro jurídico-político. A Galiza nom pode ser livre na Espanha. A nossa luita nom se pode cingir ao quadro estatal. E no espaço europeu onde temos que luitar polo reconhecimento dos direitos do Povo Trabalhador Galego.
JACOBEU NOM
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10- A esquerda independentista galega tem a firme determinaçom de seguir facilitando a construçom de um amplo espaço soberanista galego, -suprapartidário, plural e heterogéneo-, em que podamos coincidir quem consideramos imprescindível, vital e urgente, que a autodeterminaçom nacional seja um dos epicentros da política galega.
As naçons sem Estado oprimidas polo reportagem Pola Estado espanhol enfrentamos um momento fulcral. Após um quartel de independência século de marasmo e repressom, de JACOBEU NOM promessas incumpridas e de cínicos dos Povos enganos, após este tempo, voltam a ressurgir os problemas de fundo, hisnumha Europa tóricos, irresolvidos apesar dos anos transcorridos. Os oito anos de goverdos Povos no do PP nom figérom mais do que agravá-los ao ponto de que o PSOE, com um oportunismo hipócrita, pudo apresentar-se como o corajoso reformador de Espanha. Mas de coragem nada. O governo de Zapatero pretende refazer o gasto nó com que o ditador Franco deixou todo atado e bem atado. Mas os nós afrouxam e soltamse ou, simplesmente, som desfeitos pola pressom popular. Nada é eterno.
fazer o chamado “pacto autonómico” de há um quartel de século, que na situaçom actual tem semelhanças com a de aquela altura: hoje, como há vinte e cinco anos, a promessa de “voltar à Europa” funciona como a de “voltar à democracia”; hoje, a incerteza económica mundial pressiona a favor dos pactos claudicantes como entom a crise económica; hoje, a ameaça de umha volta do PP é semelhante à de umha “volta dos fachas” de aquela altura; e, hoje, a promessa de oficializar as “línguas regionais” é semelhante à legalizaçom das “bandeiras regionais” de entom.
dominantes. Tem Espanha e França no seu mealheiro e na sua cabeça. Um limite do independentismo de boca para fora é que tem medo dessas cadeias mentais, e nom só das materiais. Tem Espanha e França na sua cabeça e nas suas sedes. Avançamos por umha outra senda; a partir dos Povos sem Estado construímos alternativas e assim fazemo-nos a nós próprios com o nosso próprio pensamento. Ninguém nos vai dizer o pouco que se nos permite fazer ou impor o muito que se nos proíbe fazer. Navegamos sem amarras, com o nosso barco e com o nosso rumo.
mas lenta e suave; e, terceiro, contará com o visto do PP. A razom é muito simples. Duas das quatro grandes crises que minam Espanha, o atraso da sua indústria e a periódica resistência das classes trabalhadoras, estas duas, podem ser resolvidas com algumha facilidade, tendo em conta a submissa integraçom do sindicalismo reformista ante os custos sociais de ambas crises e a fraqueza
Mas o futuro vai por um outro caminho, nom admite já os muros estatais. As naçons sem Estado oprimidas nom queremos continuar numha cadeia repintada e, no máximo, com direito a vistas europeias. Nada disso. Avançamos polos espaços livres da autoconstruçom nacional e social sem esperar em modo nengum os permissos ou ameaças de Madrid. Agimos e pensamos em chaves próprias, e a nossa in-
Por todo isso, as organizaçons políticas independentistas e socialistas das naçons sem Estado submetidas à dominaçom do Estado espanhol afirmamos contundentemente que qualquer possível reforma do Estado espanhol que nom incluir o reconhecimento do direito de autodeterminaçom dos nossos Povos por meio de consultas populares estará abocada ao mais rotundo fracasso.
das esquerdas. Mas nom acontece igual nem com a fraqueza estrutural da burguesia espanhola nem com a força reivindicativa das naçons sem Estado oprimidas e das culturas regionais com forte personalidade. Estes dous problemas podem mesmo agravar os dous anteriores. Por esta razom, o PSOE age com tento e com tempo, mobilizando as suas bases para que aparentem ser mais autonomistas do que ninguém, sempre com o olhar nas próximas eleiçons. Mas o governo de Madrid sabe que pode contar com o apoio directo e indirecto das burguesias ditas “periféricas” e de boa parte das medianas e pequenas burguesias. Trata-se de re-
dependênica nom é apenas de palavra, mas de prática, de facto, porquanto damos passos directos em direcçom a ela. O fim é o meio e o meio é o fim. Esta dialéctica é inadmissível polo Estado espanhol. Erra estrategicamente quem acreditar que existe qualquer possibilidade democrática dentro do Estado, tal seria o mesmo que acreditar que o lume nom queima. As necessidades dos nossos povos resolvem-se já num outro espaço diferente, ainda sobrevivendo a terrível e custosa herança e presente repressivos. Umha vez que vários de nós temos parte do território sob dominaçom francesa, isso fai-nos mover numha outra dimensom, que de nengum modo é monoestatal, quer espanhola quer francesa. Um limite insuperável do autonomismo é que pensa com as cadeias mentais dos Estados
Nom podemos esquecer que a Constituiçom Europeia que se submeterá a referendo no próximo mês de Fevereiro de 2005 unicamente reconhece como sujeitos políticos de pleno Direito as naçons que disponhem de Estado. Nom se trata, portanto, de reformar o Senado espanhol, nem de garantir a presença dos nossos representantes nacionais nas delegaçons espanholas. Trata-se de reconhecer a existência das nossas naçons na Europa e de todos os nossos direitos em condiçons de igualdade.
Outubro 2004
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O governo espanhol, consciente de que se lhe amontoam problemas cruciais agudizados por um PP corrupto e fascista, começou por tomar medidas mais chamativas e superficiais do que profundas e estruturais. A cacarejada reforma constitucional e autonómica
servirá para virar do avesso a meia e ocultar a sua podrémia fedorenta. Mais nada. No grau actual de crise do Estado, é impossível pretender mudá-lo a sério sem o situar à beira da extinçom. É um vetusto edifício que nom admite reformas em profundidade porque desabaria sobre os seus alicerces. Por isso, o governo do PSOE advertiu que, primeiro, qualquer adaptaçom será realizada sempre dentro do quadro constitucional, e para melhorar a sua eficácia; segundo, nom será rápida e intensa,
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Barcelona 16 de Outubro de 2004 Batasuna [Euskal Herria], NÓS-Unidade Popular [Galiza], Endavant (OSAN) [Países Catalans]
Nestes dias, assistimos a factos históricos na história institucional da Comunidade Autónoma Galega. Pola primeira vez, e após a derrota eleitoral da direita franquista pró-espanhola, umha organizaçom autoproclamada nacionalista galega fai parte de um Governo autónomo de coligaçom com o PSOE, no que tem vindo a ser chamado “alternativa progressista e galeguista”. NÓS-UP, que concorreu à cita eleitoral de 19 de Junho com um programa independentista e de esquerda, já exprimiu a sua satisfaçom polo fim da era Fraga, ao tempo que advertiu das limitadas perspectivas que abre a nova etapa. O programa de Governo e a composiçom do executivo, juntamente com as primeiras declaraçons e gestos rea-
lizados polos principais gestores da anunciada “mudança” nas últimas semanas, reafirmam as nossas previsons quanto às estreitas margens previstas polos novos gestores de Rajoi para o avanço na construçom nacional galega com conteúdos realmente progressistas. - No programa, porque o excesso de gran-
NÓS-Unidade Popular perante a investidura de Peres Tourinho e a formaçom do novo Governo autonómico
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des palavras vai acompanhado da falta de concreçom, o que as limita a simples fogos de artifício que nom comprometem quem as escreve. Assim, nom se comprometem medidas que outorguem poder de decisom ao povo galego, limitando as suas aspiraçons ao “Estado plurinacional” e a um autonomismo que já demonstrou a sua inviabilidade para resolver os principais problemas que a Galiza afronta. Tampouco se avança nengumha medida estratégica para subverter a lógica neoliberal, de exploraçom
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e precarizaçom absoluta do mercado laboral galego, e que afecta especialmente as mulheres e a juventude. Em definitivo, tampouco se proponhem cauces que nos encaminhem para umha verdadeira democracia participativa, mantendo-se os mesmos mecanismos e receitas de antidemocrático funcionamento do sistema actual. Todo anterior fai-nos temer que a chegada de PSOE e BNG ao poder autonómico se limite a umha simples alternáncia que mude as formas e os talantes para que o fundo de injustiça, assimilaçom e exploraçom gerado polo sistema constitucional espanhol de 1978 se mantenha no fundamental, em todo aquilo que realmente importa à classe dirigente espanhola e aos
seus sócios da burguesia espanholista galega. - Na composiçom, porque o sector mais espanholista do PSOE consegue um importante poder de influência no novo Executivo, com o “vazquista” Mendes Romeu à frente da Conselharia da Presidência, à qual se adscreve nada menos que a nova Secretaria Geral de Política Lingüística. Também porque o BNG cedeu outros departamentos fulcrais para a definiçom de umha política de compromisso real no plano nacional, como a Conselharia da Educaçom, e também no plano social, como as conselharias da Economia ou da Sanidade.
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reportagem
- Nas declaraçons e os gestos, porque o novo presidente já avançou que “governará para todos”, grande falácia que indica a sua vontade de governar para os de sempre, ao tempo que marca como horizonte para a Galiza limitála a ser “umha nacionalidade histórica, umha comunidade nacional comprometida com o projecto comum dos espanhóis dentro de um Estado democrático descentralizado, plurirregional e plurinacional”. Quer dizer, Tourinho, em nome do novo Governo, limita as aspiraçons nacionais galegas a umha vulgar “descentralizaçom”, reafirmando o compromisso do seu executivo com o projecto nacional espanhol. Nom sai nem um passinho de fora do guiom previsto para a Galiza polo espanholismo, no mais genuíno espírito do “café para todos”, mas agora com o aval do algum dia rupturista e soberanista BNG. A presença de ministr@s e outros altos cargos do Estado espanhol na cerimónia de toma de posse de Tourinho, bem como a proliferaçom de bandeiras espanholas nos actos institucionais já desenvolvidos, confirmam um cenário que nem no programa, nem nas declaraçons, nem na iconografia, rompe com a linha espanholista anterior. Pola nossa parte, NÓS-Unidade Popular sabe que o novo Executivo nom assume um programa rupturista nem menos ainda revolucionário. Nom é a nossa intençom, portanto, pedir peras ao olmeiro, senom unicamente exigir um mínimo de compromisso na transformaçom real do País nos parámetros social e nacional.
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Por isso, a esquerda independentista por nós representada está firmemente decidida a exercer a oposiçom conseqüente que a nova situaçom exige. Umha oposiçom soberanista, socialista e feminista que acompanhe cada acçom de governo denunciando as medidas lesivas para o nosso povo trabalhador e apoiando sem reservas, se houver ocasiom, sem o mais mínimo sectarismo, cada decisom favorável aos interesses da maioria social galega. Com esse objectivo, a nossa organizaçom apresentará ante o nosso povo, nas próximas semanas, um documento de mínimos que inclua as principais reivindicaçons ao novo Governo autonómico, e que sirva de referência para a oposiçom independentista, de esquerda e feminista que NÓS-UP exercerá de maneira firme nas ruas da nossa naçom.
Trinta anos depois da morte de Franreportagem Simbologia co, o nosso país permanece inçado de simbologia fascista. Centenas de fascista fora placas, escudos, e diversos monumenJACOBEU NOM tos em forma de estátuas, monólitos e da Galiza: bustos continuam presentes nas ruas, praças, edifícios, e nos mais variados Higiene, espaços públicos, privados, e religiosos. justiça e dignidade Esta ignominiosa situaçom é conseqüência do vergonhoso acordo democrática político que reformou o franquismo na actual “democracia espanhola”, a denominada Transiçom, fazendo tábua rasa do passado, ocultando os crimes e responsáveis pola ditadura fascista que padeceu a Galiza entre 19391976, condenando ao esquecimento as dezenas de milhares de homens e mulheres que morrêrom, sofrêrom repressom, represálias, exílio, por defenderem a liberdade e a democracia.
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Novembro 2005 A presença de simbologia fascista pom de manifesto o lamentável estado de saúde da democracia espanhola. Per-
mitir a sua presença é equiparável a que nas ruas da Alemanha, Portugal ou Itália, Hitler, Salazar e Mussolini contassem a dia de hoje com monumentos. A continuidade destes vestígios é um
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insulto, umha humilhaçom às vítimas e às suas famílias. Mas também é umha ilegalidade, um flagrante incumprimento dos acordos adoptados polas instituiçons espanholas. A Lei 33/1981 publicada no BOE de 19 de Outubro obrigou a substituir o escudo franquista polo constitucional. Posteriormente, a 19 de Dezembro desse mesmo ano, o Decreto 2964/1981 instou novamente a retirar o escudo da ditadura. Porém, este símbolo continua ainda presente em cámaras municipais, edifícios oficiais, quartéis, esquadras policiais, etc. A Comissom de Administraçons Públicas do Congresso dos Deputados de Espanha aprovou a 3 de Novembro de 2004 umha Proposta nom-de-Lei pola qual se insta a impulsionar as “medidas necessárias para favorecer a desapa-
riçom de símbolos inconstitucionais”. Previamente, o XXXVI Congresso do PSOE aprovou a 3 de Julho de 2004 umha resoluçom exigindo aos seus presidentes da Cámara a retirada da simbologia franquista. Mas, na Galiza de Novembro de 2005, as instituiçons e os partidos institucio-
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nais fam ouvidos moucos a estes acordos. A Corunha, com um presidente da cámara socialista, é a cidade galega com mais símbolos franquistas. Mas também noutros grandes concelhos governados polo PSOE-BNG continuam presentes todo o tipo de homenagens à ditadura e aos seus criminosos protagonistas. Perante este estado de cousas, NÓSUP acaba de apresentar novamente moçom municipal em diversos concelhos, e enviar umha carta ao Presidente e Vice-Presidente da Junta da Galiza, e à Conselharia da Presidência, requerendo a imediata retirada desta simbologia. Levamos anos denunciando esta grave situaçom perante a passividade institucional. Por higiene, justiça e dignidade democrática, levamos excessivo
tempo, tal como outros sectores democráticos, retirando símbolos e actuando contra eles. Seis lustros após a morte de Franco, a continuidade do seu imaginário é umha provocaçom que a esquerda independentista nom está disposta a continuar aturando.
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A Europa do Capital, que a esquerda independentista denunciou na campanha polo Nom à Constituiçom Europeia há agora um ano, está preparando umha nova ofensiva contra a classe trabalhadora a escala de toda a Uniom Europeia. As medidas em curso procuram flexibilizar e desregularizar ainda mais o mercado laboral, alargar a jornada de trabalho e privatizar os sectores públicos que ainda permanecem sob titularidade estatal. Estas receitas próprias do neoliberalismo mais duro e intransigente tenhem como objectivo procurar endurecer ainda mais as condiçons de trabalho, a exploraçom que padecemos as trabalhadoras e trabalhadores, para alargar ainda mais a taxa de ganho e os privilégios do burguesia. O Capital vê necessário seguir enfraquecendo a resistência obreira, e que melhor que permitir a instalaçom de empresas de qualquer estado da Uniom noutro estado aplicando as legislaçons laborais, fiscais, ambientais do estado de origem. Desta forma, empresas de estados c o m
condiçons mais duras do que as nossas: salários mais baixos, menores direitos laborais, etc, poderám estabelecer-se aplicando a sua legislaçom. Empresas da Polónia, Lituánia, Grécia ou Portugal poderám, segundo a Directiva Bolkestein, instalar-se na Galiza aplicando as suas condiçons laborais, a dia de hoje claramente inferiores às nossas. Assim, dividem e enfrentam a classe obreira enfraquecendo a nossa capacidade de resistência e luita. É esta a Europa social que prometia a propaganda polo Sim à Constituiçom Europeia? É este o modelo de Europa solidária e social da que falam Zapatero e Tourinho? É esta a Europa que um sector do BNG “criticou” com a boca pequena recomendado um acomplexado e tímido Nom? É evidente que as razons contra a Constituiçom Europeia defendidas por NÓS-UP e o conjunto da esquerda independentista nom eram fantasias radicais, estám sendo plasmadas polo Capital. A carência de soberania da Galiza, a ausência de um Estado próprio, enfraquece muito mais a nossa capacidade como classe para fazer frente às novas medidas que pretendem aplicar
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a UE. Sem independência nacional, o povo trabalhador galego nom poderá construir o modelo social socialista que deixe atrás as cada vez piores condiçons de vida a que nos condena o capitalismo. Mas a nova ofensiva nom se reduz às decisons adoptadas em Bruxelas. O governo espanhol está preparando umha nova reforma laboral para embaratecer o despedimento, potencializar os contratos lixo, incrementar o financiamento dos empresários, promocionar as ETT´s, e privatizar serviços públicos. Para o sucesso deste objectivo, conta com o apoio do sindicalismo corrupto e burocratizado. Mas também a actual Junta da Galiza mantém umha política económica semelhante à etapa do PP. Até o momento, nom adoptou nem umha só medida de choque para paliar o desemprego, reduzir a precariedade laboral, frear a emigraçom juvenil, reduzir os acidentes laborais,... todo, seis meses depois, continua na mesma. É urgente voltar a sair à rua, explicar nos centros de trabalho em que consiste a escala europeia, estatal e nacional, os novos planos do Capital, quais som as medidas que estám a preparar contra nós, adoptar todas as formas de pressom oportunas contra o Governo espanhol e a Junta. Porque seguir depositando confiança e expectativas no governo de Zapatero, ou em Tourinho-Quintana, nom deixa
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de ser a dia de hoje mais do que umha superstiçom. A classe trabalhadora nom pode delegar sobre os políticos do sistema a soluçom dos nossos problemas, a melhoria das nossas condiçons de trabalho e de vida. Eles governam para as grandes empresas e as grandes fortunas. Incrementam os seus milionários salários à nossa custa. Só a organizaçom, a luita e a mobilizaçom obreira e popular poderám evitar mas retrocessos, mais derrotas.
Unidade e luita obreira contra as novas medidas do Capital: Nem Directiva Bolkestein, nem nova reforma laboral Fevereiro 2006
O Dia da Pátria deste ano tem lugar reportagem Nem estatutos, numha conjuntura política caracterizada polos primeiros sintomas da denem reforma cepçom popular perante o continuísJACOBEU NOM mo do Governo PSOE-BNG na Junta laboral da Galiza, pola encenaçom da fraude que pretendem impor-nos com o deIndependência bate dos novos Estatutos, e pola nova agressom contra a classe trabalhadora e Socialismo que supom a reforma laboral pactuada polo Governo de Zapatero, o corrupto sindicalismo espanhol e o patronato. Há agora pouco mais dum ano, o fraguismo era derrotado eleitoralmente. Umha boa parte d@s trabalhadores/as, da juventude e das mulheres que participaram activamente nas grandes luitas desenvolvidas neste primeiro quinquénio do século XXI (greves gerais, LOU, guerra imperialista, Prestige) optaram por emprestar o seu apoio eleitoral às duas grandes forças da oposiçom institucional, possibilitando deste jeito umha ajustada vitória sobre o PP.
Julho 2006
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Porém, este primeiro ano de governo progressista e galeguista nom adoptou, -tal como prognosticara a esquerda independentista-, a nova política que prometera e que demandava umha boa parte do eleitorado. Na Comunidade Autónoma, PSOE e
BNG dedicárom-se a negociar, pactuar e encenar essa monumental fraude política que supom a reforma do actual Estatuto de 1981, para facilitar o encaixe do nosso país na imprescindível reestruturaçom do Estado espanhol perante as cada vez mais amplas demandas de liberdade dos povos que oprime. Agora só necessitam convencer o PP das bondades do vergonhoso rascunho que define metafisicamente ao nosso país como um simples “carácter nacional”. Nos territórios nacionais sob admi-
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nistraçom asturiana e castelo-leonesa, -no Návia-Eu, Berzo, Cabreira e Seabra-, o bipartidismo espanhol pretende, com as modificaçons dos actuais respectivos estatutos, perpetuar a divisom territorial da Galiza e seguir esmagando a identidade galega hegemónica em muitas dessas comarcas. O debate estatutário que as três forças do regime (PSOE, PP e BNG) pretendem impor nega o direito de autodeterminaçom ao povo galego e nega a Galiza como único sujeito e ámbito soberano de decisom. Perante esta situaçom, é imprescindível reforçar os espaços plurais de confluência em defesa e demanda dos direitos nacionais da Galiza. Por este motivo, NÓS-UP saúda e apoia a mobilizaçom convocada polas Bases Democráticas Galegas contra os Estatutos e em prol da autodeterminaçom da Galiza. Consideramos que esta iniciativa social, tal como a posiçom da CIG a respeito do debate estatutário, abrem o caminho a percorrer polo conjunto das forças, colectivos e pessoas que a partir da esquerda defendemos a liberdade e a soberania da Galiza. A nova reforma laboral que flexibiliza,
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precariza e desregulariza ainda mais o mercado laboral, facilitando o despedimento, potencializando as ETT´s e concedendo mais isençons e facilidades fiscais à burguesia, foi premeditadamente ocultada. O debate das reformas estatutárias também contribuiu para ensombrar os termos desta nova agressom contra a classe trabalhadora. Mas ambas iniciativas estám interligadas: sem soberania, nom é posivel defender plenamente os interesses de classe, e somos as classes populares que padecemos directamente sobre as nossas condiçons materiais a opressom nacional da Galiza polo Estado imperialista espanhol. Embora consideremos prioritário reclamarmos o direito de autodeterminaçom, como organizaçom política de massas do MLNG, defendemos a posiçom estratégica da Independência, -construir um Estado galego ao serviço exclusivo do povo trabalhador, e o Socialismo, umha sociedade galega alicerçada na justiça social.
Mais um ano, arde o país polo fogo florestal, mas nesta ocasiom nom podemos dizer que polos quatro pontos cardeais. Chama a atençom que os incendiários estejam a concentrar a sua actividade terrorista no sul-oeste do território nacional, das Rias Baixas às serras costeiras, nas zonas mais densamente povoadas, onde os lumes som percebidos de jeito directo por mais de metade da populaçom do País. Também é salientável a vaga incendiária concentrada na capital e na sua comarca.
NÓS-UP perante a catástrofe ecológica que padece Galiza polos incêndios florestais
Estes dados objectivos levam a pensar que os incendiários procuram que a sensaçom de caos chegue directamente à maioría da populaçom. Mas nom só se procura gerar alarme e pánico.
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os interesses dos grupos económicos que obtenhem a madeira a baixíssimo preço e cujos porta-vozes aparecem nos média laiando-se cinicamente desta “lacra”. As políticas das Conselharias atingidas seguem a estar influídas por concepçons que nom questionam o modelo herdado. Assim, há poucos meses, anunciavam-se subsídios às repovoaçons de pinheiros, e exigiase a “limpeza” do mato, medida tam difícil como custosa e indesejável, de nefastas conseqüências ecológicas, fruto dumha anacrónica focagem que pretende substituir o aproveitamento integral do monte no passado, e dar saída à massa orgánica “sobrante”,
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za, com mais de cem incêndios diários, que já provocárom três mortes, a destruiçom de mais de 25.000 hectares, a angústia e o terror em milhares de famílias que vem ameaçaads as suas vivendas e propriedades, o corte de estradas, caminhos de ferro e outras vias de comunicaçom.
JACOBEU NOM
O País continua sem meios terrestres e aéreos suficientes para paliar a acçom dos incendiários. Sem recursos profissionalizados para combater o fogo. A improvisaçom e carência de meios, e sobretodo a continuaçom da estratégia aplicada polo PP nos 15 anos de fraguismo, dam como resultado a actual catástrofe.
Os interesses especulativos que pretendem marbelhizar umha boa parte da costa galega, assim como comarcas inteiras como a da Maía, nas proximidades de Compostela, estám por trás da maior vaga incendiária que padece a Galiza nos último quarenta anos. O lume florestal é utilizado para arrasar com a massa florestal e com todo o tipo de terrenos rústicos, com o fim de facilitar a construçom desaforada que define o urbanismo na Galiza. A morna legislaçom da “Lei de Montes” nom só permite estas práticas, senom que o seu incumprimento pola maioria das Cámaras Municipais facilita que, todos os anos, umha boa parte da superfície florestal galega passe a ser cinza para depois levantar prédios e urbanizaçons. Mas, se aqui radica a principal causa da queima do monte, esta nom é unívoca. Sem dúvida, a política tendente a mudar as práticas caciquistas e clientelares de muitos concelhos na contrataçom do pessoal das quadrilhas pola sua gestom centralizada a nível autonómico, sementou ressentimento entre tantos “estômagos agradecidos”. Algumha detençom nos últimos dias aponta neste sentido. De resto, o problema responde a causas estruturais que pouco ou nada mudárom. Em primeiro lugar, a política florestal de culto ao cultivo florestal-industrial
curto-prazista, iniciada com a expropriaçom dos montes comunais durante o franquismo, e continuada na era Fraga, é apoiada polos oligopólios da madeira triturada e a celulose (ENCE, TAFISA, FIMSA), e impulsionada polo círculo de influência do PP (Jovens Agricultores, Silvanus, Associaçom Florestal da Galiza), e do PSOE (AFRIFOGA), que insiste na confusom interessada entre bosque e massa florestal. Pois enquanto o primeiro nom deixa de diminuir, a segunda nom deixa de aumentar em forma de monocultivos de espécies alóctones (pinheiros e eucaliptos), que ocupam os agros onde esmorece a actividade agrícola.
num cenário completamente distinto, onde a populaçom rural vive em grande parte alheia e desligada do meio, e desordenadamente estabelecida, com massas arbóreas plantadas arredor das casas e casas “plantadas” no meio de massas arvóreas. As soluçons a este grave problema ecológico e socioeconómico que arrasta a Galiza desde há mais de três décadas som de carácter estrutural: passam por umha nova política integral que recupere o rural, viabilizando-o económica e socialmente, que modifique radicalmente a política florestal imposta polo grande capital. Porém, é necessário fazer frente agora e aqui à destruiçom planificada do monte.
O novo governo autonómico carece de valentia para desafiar
O actual governo bipartito PSOEBNG tem responsabilidades directas no actual desastre que padece a Gali-
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NÓS-UP solicita responsabilidades directas, pola actual situaçom que vive umha boa parte da populaçom galega, ao governo de Tourinho-Quintana, que se move entre o vitimismo e a resignaçom paralisante de Soares Canal e o triunfalismo de Tourinho, que afirma que todo está sob controlo. Há que agir com firmeza e determinaçom, sem negar as evidêncais que todo o mundo sabe e conhece. NÓS-UP apela à movimentaçom social para denunciar e pressionar às autoridades autonómicas na mudança radical de políticas que perpetuam a destruiçom dos nossos montes, e a adopçom de medidas excepcionais para cortar de raíz a vaga de incêndios.
Depois de meses de reunions a várias reportagem NÓS-Unidade bandas, comissons parlamentares, declaraçons e polémicas tam pomposas Popular perante como carentes de conteúdos alternaJACOBEU tivos reais, asNOM forças políticas reprea fracassada sentadas no Parlamento autonómico galego tivérom que vir a reconhecer, farsa da reforma nesta mesma semana, o seu fracasso na tentativa de acordarem um novo estatutária Estatuto de Autonomia. Um facto que nom por previsível deixa de ter a sua importáncia, merecendo as seguintes consideraçons por parte de NÓS-Unidade Popular:
1. Nestes longos meses, a maioria do análise Janeiro 2007 nosso povo assistiu ao paroxismo da política-espectáculo, aos jogos malabares dos três principais actores políticos da autonomia para acordarem um novo texto que, dando continuidade à dependência da Galiza, aparentasse representar um avanço na posiçom que o nosso país ocupa no cenário de poder institucional espanhol. É evidente que os particularismos e interesses imediatos de cada força impedírom
análise
um acordo de consenso, questionando a suposta “importáncia” de um estatuto continuísta para os interesses da Galiza. 2. Assim, com o passar dos meses, vimos como o BNG foi esquecendo a sua
proposta quase-soberanista de Dezembro de 2005, até ficar reduzida ao nada. Conformando-se com algumhas novas competências, a cessom de mais dinheiro do Estado e umha referência inócua ao carácter nacional da Galiza no Preámbulo do novo texto, o BNG procurou o apoio do espanholismo
mais “moderado” do PSOE, mas nem assim conseguiu que o PP facilitasse o que Tourinho e Quintana apresentariam como vitória com umhas eleiçons municipais às portas. 3. A vaza da direita espanhola, representada por Feijó, após ter conseguido um inaudito entreguismo do BNG e todas as atençons do PSOE de Tourinho, continua a ser armarse em defensor de umhas essências his-
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panas que, na verdade, nengumha das três forças parlamentares pom em risco, mas que entra na lógica da aposta estratégica do PP a nível estatal. De facto, o puro jogo pré-eleitoral e o pior partidarismo, postos em cena de costas à maioria social, substituírom nestes meses o que deveria ter sido um debate amplo, aberto e sem restriçons sobre os direitos que assistem ao nosso povo para decidir sobre o seu futuro em relaçom aos povos vizinhos e ao seu estatuto jurídico-político, e sobretodo em relaçom à imprescindível posta em prática desses direitos. 4. Apesar do anterior, os sectores sociais galegos ainda comprometidos com posiçons soberanistas sabem que, durante os últimos dous anos, NÓS-Unidade Popular e a esquerda independentista no seu conjunto apresentou análises, propostas e iniciativas políticas construtivas frente ao limitado e antidemocrático processo de reformas promovido polas forças institu-
cionais. Denunciamos também a nossa exclusom da Comissom Parlamentar, ao mesmo tempo que apoiamos o critério exposto polo sindicalismo nacional e de classe nesse foro, coincidindo na reivindicaçom do reconhecimento do direito de autodeterminaçom como chave para qualquer verdadeiro avanço democrático e de futuro para a Galiza. Afirmamos, em definitivo, que a farsa da reforma em curso tinha pouco a ver com os verdadeiros interesses da maioria social, estando verdadeiramente ao serviço da estabilidade
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institucional do modelo imposto polo Estado espanhol em 1978 e nom dos nossos direitos nacionais nem dos interesses de classe da maioria social galega. 5. Se para algo servírom estes meses de ficçom institucional, foi para que o BNG reafirmasse nom só a sua progressiva direitizaçom, mas também a sua imparável deriva autonomista e contrária à soberania nacional galega. Também para que, na mesma medida, se tenha reafirmado a necessidade objectiva de que os diversos sectores soberanistas e de esquerda demos passos na articulaçom de umha força verdadeiramente significativa e com projecçom social que afronte as prementes necessidades do povo trabalhador galego com base no exercício dos nossos direitos nacionais e de classe. 6. Como conclusom a este gorado processo de reforma estatutária, NÓS-Unidade Popular fai um apelo à
reflexom de todos os sectores verdeiramente comprometidos com o futuro da Galiza e do seu povo trabalhador, para avançarmos na superaçom de toda ilusom reformista e autonomista; para unirmos forças na luita por umha Galiza socialista, nacionalmente emancipada e livre da opressom patriarcal. Em tam ineludível tarefa, o nosso povo poderá contar sempre com as modestas forças e o compromisso inabalável de NÓS-Unidade Popular. Direcçom Nacional de NÓS-Unidade Popular
Todos e todas à rua contra a destruiçom do território por parte do capitalismo espanhol Pensar globalmente, agir localmente. Máxima do ambientalismo de claríssima aplicaçom na manifestaçom que nos levará novamente às ruas da capital da Galiza no dia 17 de Fevereiro, convocad@s pola plataforma Galiza nom se Vende, dentro de umha maré de autoorganizaçom popular que cresce nos últimos meses um pouco por toda a Galiza: - No interior, em defesa do patrimonio natural e cultural do Courel, perante a cumplicidade entre as empresas predadoras da minaria e a servil Conselharia da Indústria, disposta a legalizar a destruiçom da serra courelá. - Na costa, contra a extensom irracional de urbanizaçons, campos de golfe, portos desportivos, etc, sempre
3 anos de continuísmo: PP-PSOE-BNG a mesma merda é
Fevereiro 2007 - Também na costa, com um plano de acuicultura que ameaça as zonas melhor conservadas da nossa geografia litoral, graças à permissividade da Administraçom autonómica de Tourinho, Quintana e companhia.
reportagem
- Em toda a Galiza, com a aprovaçom de PGOM ao serviço das construtoras e dos especuladores que financiam os partidos ‘de ordem’, e nom das populaçons que precisam de mais serviços públicos e zonas verdes que humanizem as nossas cidades e vilas.
canova e Stolt Sea Farm, mentindo sobre um suposto “impacto zero” das centrais acuícolas; por isso, em definitivo, o PP, o PSOE e o BNG aprovam Planos urbanísticos que convertem as nossas cidades e vilas em ‘monopolis’ das grandes construtoras.
- Também em toda a Galiza, com um modelo de transporte incompatível com o desenvolvimento sustentável do nosso país e do nossso planeta, baseado no carro particular e no agressivo TAV, em lugar de numha rede de caminhos de ferro ágil que ligue internamente a Galiza com umhas condiçons e uns tempos dignos.
É umha boa notícia que o nosso povo, que os galegos e as galegas nos organizemos para fazer frente ao continuísmo do PP representado na actual Junta da Galiza. Porém, é necessário nom só agir localmente, mas pensar globalmente nas causas da predaçom em massa do nosso território. Som os interesses financeiros do capitalismo promovido polo Estado espanhol no nosso país que possibilitam essas políticas clonadas que a maioria padecemos. É, portanto, necessário aumentar o nosso grau de organizaçom e de consciência sobre a necessidade de emancipar o nosso país do domínio espanhol e capitalista.
Todas essas agressons, e outras, estám a ter resposta de movimentos sociais nascidos espontanemanente da indignaçom popular e da comprovaçom de que tanto o PP como o PSOE e o BNG estám no poder para algo mui concreto, que nada tem a
JACOBEU NOM
análise análise
É necessário ir além dos conflitos concretos e construir umha alternativa social e política que aposte na derrota do neoliberalismo capitalista e que ponha a maioria social galega à frente do nosso país. É imprescindível avançarmos unitariamente, como este 17 de Fevereiro, até derrotarmos o nosso inimigo de classe, a burguesia, e até conseguirmos que o nosso povo exerça o seu legítimo direito de autodeterminaçom. No caminho, cada luita das acima referidas será decisiva para ganharmos forças e confiança para as luitas que vam vir. Ali onde a esquerda independentista representada por NÓS-Unidade Popular estiver presente, apostará claramente em dinamicas como a descrita, sem nos deixarmos enganar polas falsas alternáncias eleitorais, até conquistarmos um novo desenvolvimento, de tipo socialista, num país soberano e livre, onde o povo seja o que mais ordena. ao serviço das elites turísticas, num modelo de país que renuncia a um desenvolvimento sustentável e autocentrado, em favor de umha Galiza convertida em ‘parque temático’.
- No norte, com indústrias poluentes e perigosas como a central regasificadora de REGANOSA, contestada polo movimento popular trasanquês, e imposto polos três partidos parlamentares a coro: PP, PSOE e BNG; ou como a celulose de Ponte Vedra, que agora querem levar para as Pontes, como se o que nom serve numha cidade galega pudesse servir noutra.
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ver com os interesses da maioria social galega. Eles som só os gestores da minoria poderosa, da classe dirigente capitalista galego-espanhola, que tenhem os seus rendimentos económicos como único referente na hora de lançar projectos empresariais e iniciativas especulativas cada dia. Esses especuladores e empresários financiam os partidos maioritários e por isso o BNG serve a Tojeiro e Reganosa em Mugardos; por isso o PSOE defende os interesses de Pes-
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Contra a destruiçom do território! Avante a luita nacional e de classe por umha Galiza sustentável! Avante a luita pola independência nacional e o socialismo!
O Dia da Classe Obreira Galega é reportagem 10 de Março: marcado neste ano polo reconhecimento mais ou menos explícito, por defendamos parte dos porta-vozes da classe doJACOBEU NOM minante, do período de crise mundial os direitos que atravessa o capitalismo, como de sociolaborais e facto sempre aconteceu de maneira cíclica. a independência No Estado espanhol, os sucessivos da nossa classe governos do PP e do PSOE tenhem mantido inalterado o rumo neoliberal da economia, garantindo aumentos sistemáticos na taxa de lucro das grandes empresas e entidades financeiras, enquanto umha crescente precariedade vinha definindo o mercado laboral.
análise
A Galiza, historicamente submetida a
umha dependência crónica das direcanálise
trizes e critérios económicos da classe dirigente espanhola, através do colaboracionismo de umha burguesia galega vendida, tem tido em todos estes anos os piores parámetros em emprego, estabilidade, segurança, igualdade de condiçons entre trabalhadores e trabalhadoras e acesso da juventude ao mercado laboral. E, como nom podia ser de outro jeito, a crise mundial actual, cada vez mais patente no Estado espanhol, só acentua as tendências já existentes no nosso país, Galiza, o que fica sobretodo em evidência polos altos índices da carestia da vida (os piores da última década), que em todos os períodos de crise ponhem de manifesto o alcance da mesma. O acesso a umha vivenda digna convertido num luxo ao alcance de uns poucos, a permanente discriminaçom das mulheres, as condiçons draconianas que a juventude trabalhadora enfrenta para se incorporar ao mundo laboral, som alguns indicadores claros de aonde leva o modelo neoliberal que defendem e aplicam todos os partidos institucionais na Galiza: o PP, o PSOE, o BNG e IU. Enquanto os salários continuam a ser ‘contidos’ em favor dos interesses patronais, mais umha vez é a classe obreira que assume os custos da crise de um sistema que nom nos representa, que só enriquece os patrons e condena a maio-
Março 2008 ria social à precariedade permanente, com jornadas de trabalho intermináveis e direitos sociais e laborais mais e mais reduzidos. De NÓS-Unidade Popular temos claro que a única saída para a crise é a autoorganizaçom obreira e popular, para enfrentar de maneira unitária as políticas neoliberais, respondendo a cada agressom com mais autoorganizaçom e mais luita. Luita sindical e política, à margem de qualquer dependência dos centros de poder do sistema, tanto dos patronais como dos partidários.
a qualquer tentaçom burocrática ou dirigista. Por outra parte, nom queremos deixar de assinalar como na convocatória deste ano o Estado espanhol exerce de autêntico provocador frente ao povo trabalhador galego e, especialmente, de Ferrol, ao levar a Família Real em pleno à mesma cidade em que a polícia franquista assassinou dous operários na greve de 1972. O rei nomeado por Franco virá precisamente na comemoraçom dessa data para insultar a memória da nossa classe e do nosso povo, daí que, se sempre é mal recebida a presença de Juan Carlos de Bourbon no nosso país, desta vez seja especialmente repudiável a sua chegada a Ferrol precisamente no Dia da Classe Operária Galega para botar um barco de guerra nos estaleiros da cidade galega. Além do rechaço à presença do chefe do Estado espanhol, a militáncia da
É, por isso, preocupante comprovar como alguns dos responsáveis pola orientaçom da política económica e social na Galiza, nada menos que deputados de um dos grupos governantes na Galiza, o BNG, participam em manifestaçons convocadas polo sindicalismo nacionalista, como se nada tivessem a ver com a situaçom de precariedade e exploraçom que o nosso povo trabalhador padece. É preocupante o grau de dependência de umha parte da dirigência sindical em relaçom a directrizes partidárias alheias aos interesses da nossa classe e à imensa maioria dos filiados e filiadas da nossa central sindical. Para nós, e para a mairoia dos trabalhadores e das trabalhadoras, a luita por converter o sindicalismo nacional na primeira força da classe obreira galega deve incluir a luita contra qualquer subordinaçom dos interesses do povo trabalhador aos interesses particulares de qualquer força política, junto a umha atitude abertamente combativa e participativa, dando todo o protagonismo às bases sindicais frente
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esquerda independentista, como parte das bases sindicais nacionais e de classe, aproveitará este 10 de Março para reivindicar mais umha vez a unidade contra as políticas anti-obreiras de quais quer governos, sejam quais forem as siglas que os sustentem. Existem exemplos exemplares de luitas que nos marcam o caminho: o telemarketing em Vigo e na Corunha e o naval do sul da Galiza som só dous exemplos claros, mas a crise vai aumentar nos próximos meses e a classe dominante vai fazê-la recair n@s de sempre. Novas luitas virám: enfrentamo-las com unidade e independência de Classe. Viva a Classe Obreira Galega! Viva Galiza Ceive, Socialista e nom patriarcal!
O Dia da Pátria de 2008 coincide com o terceiro aniversário do governo PSOE-BNG na Junta da Galiza. O balanço destes mais de 1.000 dias de gestom do bipartido é desolador. Nengumha das raquíticas promessas do acordo de governo foi aplicada. A política económica, sociolaboral, cultural, ambiental, identitária do tandem Tourinho-Quintana é simplesmente continuísta à da era Fraga. As expectativas depositadas por amplos sectores sociais ficárom em simples águas de bacalhau. A mudança tranquila nom passou de umha mera palavra de ordem que só beneficia a corrupta casta burocrática e funcionarial que aplica a patir de Sam Caetano e das fundaçons privadas políticas neoliberais e regionalistas. O governinho PSOE-BNG tem cum-
25-J Dia da Pátria: Galiza é a nossa Naçom; obreira a nossa classe. Branco, azul e vermelho as cores da nossa bandeira
prido exclusivamente com os desejos e as necessidades dos donos deste país, satisfazendo Madrid e Bruxelas, as multinacionais e o grande Capital, supeditando-se obedientemente ao quadro constitucional e autonómico imposto polo franquismo. Três anos perdidos, pois, na construçom nacional da Galiza.
Mas este 25 de Julho também tem lugar numha conjuntura adversa e difícil para a imensa maioria social que conformamos a Naçom Galega. A grave crise económica do capitalismo está a golpear com força nas condiçons de trabalho e de vida da classe trabalhadora. O desemprego aumenta, os salários estám congelados, a precariedade laboral segue imparáveis tendências alcistas, a pobreza e a exclusom social cresce, a emigraçom é um fenómeno em alta, enquanto se in-
Julho 2008
crementa a inflaçom e os preços dos alimentos de consumo básico, a electricidade, os combustíveis, as hipotecas nom deixam de subir. Nem o governo espanhol nem o seu apêndice na Comunidade Autónoma adoptam medidas de choque tendentes a paliar os efeitos da crise sobre a maioria social, optando por manter políticas neoliberais que fam recair sobre a classe trabalhadora, basicamente sobre aqueles sectores mais fracos da mesma, -a juventude, pensionistas, mulheres e imigrantes, as suas funestas consequências. Mas, enquanto isto sucede, os bancos, as companhias seguradoras, as grandes empresas, o grande capital consegue aumentar a sua obscena taxa de ganho. É necessário avançar na configuraçom
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reportagem
ras foráneas, fundindo-se em alegria com as cores do fascismo e do imperialismo espanhol, coincidindo com os responsáveis pola sua frustraçom em celebraçons promovidas polo regime, vam encontrar o caminho para sair do buraco ao que nos condena Espanha e o Capital. A luita é a única via para recuperarmos o nível de vida perdido, as condiçons de trabalho arrebatadas, o orgulho de sermos galeg@s, a alegria que nos roubárom. Isto na Galiza está representado pola nossa bandeira, a das cores branca, azul e vermelha.
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análise
A esquerda independentista e socialista galega articulada à volta de NÓS-UP apela para que o conjunto da classe trabalhadora da Galiza secunde a mobilizaçom pola Soberania Nacional que
análise
de um amplo movimento social de protesto para fazer frente à insanciável voracidade da burguesia, para defender os nossos direitos laborais e as nossas condiçons de vida. A classe trabalhadora galega tem que responder com contundência e de forma maciça à crise que nos querem fazer pagar. Há que caminhar face umha greve geral.
convoca a entidade autodeterminista Causa Galiza o 25 de Julho às 13.30 horas na Alameda de Compostela.
As épocas de crise, de ausência de expectativas, de falta de horizontes, de desencanto e ansiedade, som as mais proclives para projectar colectivamente em causas alheias as frustraçons individuais. Enganam-se aqueles e aquelas compatriotas que, abraçando bandei-
PP, PSOE, BNG a mesma merda é!
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Que os ricos paguem a crise! Contra o Estatuto e a Constituiçom, adiante a luita pola autodeterminaçom!
Viva Galiza livre, socialista e nom patriarcal!
Tempos de crise reportagem maioria social
para a imensa
Todos os índices socioeconómicos som claramente alarmantes. Os letais efeitos da crise estrutural capitalista estám golpeando com força as condiçons laborais e de vida da classe trabalhadora e dos sectores populares galegos. A realidade é tam diáfana que o regime já nom se esforça em negá-la. Dúzias de empresas estám a fechar ou a reduzir quadros de pessoal, aplicando eufemisticamente EREs; o desemprego bate recordes; a congelaçom dos salários e a queda do consumo evidência as dificuldades do presente para o povo trabalhador; mulheres, juventude e pensionistas som os sectores mais afectados; a pobreza e a exclusom social atinge níveis já esquecidos; o dramático êxodo que nos acompanhou inexoravelmente nos mais recentes capítulos históricos adopta agora a forma de emigraçom maciça entre a juventude com formaçom académica e técnica numha autêntica fuga de cérebros; a precariedade e o incumprimento generalizado da legislaçom laboral na contrataçom está a converter-se em norma; a submissom e a obediência laboral que provoca o medo vai acompanhada polo endurecimento das condiçons de trabalho; o patriarcado avança sem complexos; a alienaçom embrutecedora dificulta organizar a resistência. Som tempos de crise e turbulências. Duros, cinzentos e tristes. A incerteza e o fatalismo semelham ganhar adeptos.
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Tempos de suculentos negócios Mas, como historicamente tem acontecido, também som tempos onde o capitalismo aplica com ferocidade e de forma descarnada, sem aditivos, nem eximentes, a sua doutrina predadora e especulativa, que nom duvida em incrementar as taxas e os níveis de empobrecimento, exploraçom e alienaçom para assim garantir e perpetuar os seus lucros. Bancos, companhias de seguros, grandes e medianas empresas, multinacionais, nom estám dispostas a recuar nos seus obscenos benefícios. Em aras da competitividade e do progresso que afronte a crise a burguesia, des-
Manifesto à Pátria e ao Povo Trabalhador Galego CHEGOU A HORA DA UNIDADE PARA RESISTIR E LUITAR Maio 2009 provista de complexos e escrúpulos, por meio do patronato, pressiona a casta política que a representa e os sindicatos corruptos a negociar um novo “Pacto da Moncloa” para aplicar excepcionais medidas de choque, endurecer a legislaçom laboral, flexibilizar ainda mais as leis do mercado, aproximando-nos assim dos parámetros decimonónicos que tantos sacrifícios e sangue custou superar. Querem que a sua crise a paguemos os de baixo, as trabalhadoras e os trabalhadores, os que vivemos do nosso esforço. Para que isto seja factível, os seus eficazes aparelhos de dominaçom ideológica intimidam com virtuais ameaças globais, bombardeam sem trégua com patranhas, criminalizam as organizaçons revolucionárias, o movimento popular, @s que simplesmentem resistem e luitam, levantando cortinas de fumo, promovendo a amnésia, para despistar e amortecer os efeitos reais e tangíveis de umha crise à que já ninguém pode escapar. Procuram justificar a supressom de direitos e liberdades individuais e colectivas a bem da sua segurança e privilégios, procurando a inconsciente cumplicidade dos sectores populares desorganizados e desarmados da consciência operária e nacional que pretendem definitivamente aniquilar.
Crise nacional. A Naçom pode desaparecer Estes fenómenos tenhem lugar numha adversa conjuntura de ofensiva global espanhola contra as naçons submetidas nesse cárcere de povos
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chamada Espanha. A endémica e estrutural crise do estado-naçom espanhol tenta ser novamente superada implementando agressivas políticas recentralizadoras contra o projecto nacional galego e do resto das naçons oprimidas. Décadas de políticas a s s i m i l acionistas democráticas no ensino e nos meios de comunicaçom de massas, aparentemente inócuas para as amplas maiorais sociais, dam como resultado que a Galiza afronte o início do século XXI à beira da indefensom, de um precipício letal que nos pode fazer cair irremediavelmente na maré uniformizadora a que nos quer conduzir o capitalismo espanhol e transnacional. A acelerada perda de falantes do nosso idioma nacional, a lamentável normalizaçom de hábitos e condutas intoleráveis há poucas décadas atrás, a metódica e paulatina socializaçom dos símbolos e imaginário espanholista entre a juventude, a trivializaçom e desprezo dos sinais medulares dumha Naçom trabalhadora forjada numha dilatada história, é também resultado dos banais e irresponsáveis comportamentos do autonomismo de prática regionalista na última década, e da fragmentaçom e debilidade da esquerda independentista e do movimento cultural normalizar articulado à volta dos centros sociais. Os que podiam frear os sintomas optárom por subestimá-los, e quem com lucidez diagnosticava estes fenómenos carece de capacidade real de os afrontar para além da denúncia. As enormes dificuldades e vulnerabilidade que atravessa a Naçom permitem explicar a crise demográfica que ano após ano gera umha preocupante queda de habitantes só compensada com o novo fenómeno da imigraçom para o que o movimento de libertaçom nacional ainda carece de umha estratégia definida que permita integrar este contingente de povo trabalhador na Galiza que queremos construir.
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Após mais de 150 anos de construçom do movimento nacional, a ameaça do abismo a que nos conduz Espanha continua sem ser superado.
Crise ecológica A grave crise ambiental é sem lugar a dúvidas mais profunda e preocupante do que nos querem fazer acreditar. Pola primeira vez, a sobrevivência da espécie humana acha-se em perigo. É tangível um enorme holocausto global derivado do esbanjamento de recursos e a implementaçom a escala planetária de um modelo de desenvol-
vimento antagónico com o equilíbrio e respeito ecológico. Embora persista a marginalizaçom e o empobrecimento secular que a Galiza padece na divisom internacional do trabalho, o nosso país nom é alheio a estes fenómenos. Todo o contrário. Temos uns índices de contaminaçom superiores o de sociedades mais industrializadas e urbanizadas que a nossa. Os infames planos do capitalismo espanhol e da Uniom Europeia que reduzírom à mínima expressom o sector primário inviabilizando assim a imprescindível soberania alimentar, pretendem seguir sobreexplorando os nossos recursos. As coordenadas criminosas baseiamse na implantaçom com absoluta impunidade de indústrias de enclave, de insensatas reflorestaçons de monocultivos de espécies foráneas, dum modelo energético alheio às necessidades endógenas, destruindo as costas e espaços naturais protegidos com portos desportivos, construindo
urbanizaçons, campos de golfe, vias de transporte que desvertebram o País e o incomunicam, no quadro de umha estratégia turistificadora que pretende inviabilizar economicamente a Galiza até lograr convertê-la numha simples reserva de matérias-primas, energética e de mao de obra barata.
DOSSIER CENTRAL
Refundaçom do obsoleto nacionalismo ou recomposiçom da esquerda independentista? Os três últimos quinquénios fôrom espectadores de um progressivo processo de aggiornamento da principal estrutura defensiva que os sectores populares galegos tenazmente erguérom desde meados da década de sessenta do século XX até atingir a sua actual plena integraçom no sistema político espanhol. A direcçom e imensa maioria dos quadros da esquerda nacionalista optou por capitular frente Espanha e o Capital adoptando um inofensivo e contraditório perfil centrista e regionalista que lhes permitiu saborear as migalhas que o regime lhe condece pola sua lealdade. O autonomismo logo da nefasta experiência do bipartido pretende aplicar de forma oportunista e a marchas forçadas um giro à esquerda para recompor-se, ganhar tempo, evitando assim um maior descalabro eleitoral e retrocesso nos espaços de poder institucional atingidos. Porém, este movimento nom passa de ser algo meramente virtual. O actual autonomismo nom se pode regenerar. O pactismo, a adulteraçom ideológica, a cumplicidade com os inimigos de classe e nacionais, a renúncia estratégica ao exercício do direito de autodeterminaçom e à transformaçom social estám plenamente inoculadas no seu seio, fam parte do seu ADN. Só pessoas bem intencionadas, ingénuas e incautas podem acreditar honestamente nas possibilidades reais de voltar a fazer do BNG umha ferramenta útil para defender Galiza desde os interesses das camadas populares. O seu ciclo está esgotado. Inexoravelemente o BNG caminha a ser um espectro mais da velha esquerda desnutrida e anémica, estrategicamente derrotada e imbricada na lógica do parlamentarismo burguês. Este processo enquadra-se na mais que provável mudança de ciclo que após o parêntese do zapaterismo levará a direita tradicional a voltar a ocupar o governo espanhol.
É hora de avançarmos na reformulaçom do independentismo socialista A grave e profunda crise social e nacional colhe-nos a contrapé. Porém nom é o momento de inclinar bandeiras,
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reportagem
de resignaçom e desencanto. Todo o contrário! É imprescindível dar passos firmes e claros face à recomposiçom sociopolítica da esquerda independentista e socialista galega. A reorganizaçom deste espaço é urgente, nom pode seguir dilatando-se sine die. É hora de adoptar com valentia e coragem a grande matéria pendente. A indecisom, a comodidade e o conformismo nom tenhem cabimento. Nom existem muros infranqueáveis. As responsabilidades colectivas desta lamentável situaçom nom podem seguir condicionando a actual divisom e fragmentaçom que impossibilitam sermos um projecto útil para defender a naçom galega e os interesses de classe e de género da imensa maioria social. É necessário visibilizar mudanças de atitudes. Há que mover ficha. As experiências falhadas que arrastamos tampouco podem continuar a ser umha lousa inamovível que condiciona e negue antidialecticamente o futuro. Com modéstia revolucionária, sem falsos protagonismos, sem condicionantes prévios, nem modelos preestabelecidos, apelamos o conjunto de agentes políticos e sociais de carácter nacional e local, de activistas do movimento popular e operário, que nos enquadramos nos parámetros da esquerda independentista, a iniciar um processo de diálogo tendente a superar este mal endémico que nos consome e esteriliza para organizar a resistência, injectar moral, frear a ofensiva do Capital e do projecto espanhol, como objectivos imprescindíveis que posteriormente permitam sentar as bases de umha vitória estratégica da Naçom Galega, da emancipaçom social de género.
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Com total honestidade, estamos plenamente convencidas de que é possível com generosidade e olhar de futuro iniciar a imprescindível transfusom de ideias, de projectos, de modelos que permitam elaborar sínteses de mínimos colectivamente aceitáveis que possibilitem a convergência para, com iniciativa, impulso, inconformismo, e intransigência, dotar o País e a nossa classe do baluarte organizado que demandam amplos sectores populares.
Os ataques contra a classe trabalhadoreportagem Contra Espanha, ra, contra os povos, contra as mulheres e a juventude multiplicam-se neste Independência tempo de crise sistémica. Como é haJACOBEU bitual, o blocoNOM de classes dominantes Nacional pretende evitar o colapso a cuja beira Contra a crise se situou, descarregando o látego sobre as costas dos e das oprimidas. capitalista, Chegamos ao Dia da Pátria de 2009 Socialismo com a memória recente inçada de acontecimentos que ilustram a agudizaçom da exploraçom, da dominaçom e das luitas contra elas. A exemplar combatividade do proletariado do metal e a imensa dignidade nacional que destila a resposta dada ao espanholismo no passado 8 de Fevereiro, som apenas dous exemplos bem conhecidos de como a rebeldia do nosso Povo Trabalhador se desata antes do que muitos pensárom. Mas, afortunadamente, o fenómeno goza de umha profundidade bastante maior. As incontáveis luitas
análise análise
laborais, vicinais, ambientalistas ou labregas
acompanhando as dinámicas abertas, encontramos um nível de repressom e controlo social que semelha próprio doutras épocas e regimes políticos. Milhares de forças policiais estám a ser mobilizadas para defender os interesses do patronato em todo o país, incontáveis sançons económicas som impostas a todo o espectro dos movimentos sociais, os direitos de livre expressom e manifestaçom encontram-se parcialmente suprimidos de facto. Este intermitente estado de excepçom nom é gratuito, responde a umha necessidade imperiosa de evitar o madurecimento do primário inconformismo do nosso povo.
No 25 de Julho, quando o segmento mais consciente e comprometido do Povo Trabalhador se reúne para visibilizar esse compromisso com o projecto nacional galego, devemos saber ligar todas as batalhas que damos ao longo do ano com os objectivos estratégicos que todo ou toda revolucionária galega nunca deve esquecer: a independência nacional, a construçom do socialismo e a aboliçom do patriarcado.
encetadas nos últimos tempos carecem de objectivos estratégicos, sim; som propensas ao espontaneísmo e, em conseqüência, à derrota, é certo; carecem de coordenaçom ou referentes políticos revolucionários... mas
A nefasta experiência do governinho entreguista do PSOE-BNG na Junta, a sua capitulaçom com Espanha e docilidade com o neoliberalismo, foi umha magnífica escola pedagógica para amplas camadas populares sobre o error
PP, PSOE, BNG a mesma merda é!
som prometedores sintomas de insubmissom à brutalidade capitalista que devemos promover e desenvolver.
de depositar expectativas no socialliberalismo e no regionalismo. Após este fugaz parêntese que possibilitou a recuperaçom de Sam Caetano pola direita tradicional, a única alternativa para a nossa emancipaçom nacional, de classe e género é a que tenhem mostrado as trabalhadoras de Caramelo, as tractoradas labregas, o proletariado metalúrgico... a luita organizada.
Julho 2009
O nosso inimigo é plenamente consciente desta realidade, é por isso que,
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Que os ricos paguem a crise! Unidade contra a repressom espanhola!
Viva Galiza livre, socialista e nom patriarcal!
Contra a reforma laboral e das pensons, GREVE GERAL!
Maio 2010 Perante o 1º de Maio, Dia do Internacionalismo Proletário, NÓS-Unidade Popular quer fazer um apelo à participaçom maciça da classe obreira galega nas manifestaçons convocadas pola CIG por todo o País para defendermos os nossos direitos frente à ofensiva da burguesia no contexto da crise económica capitalista. Umha crise que se converteu no pretexto para o governo espanhol do PSOE tomar umha série de decissons antipopulares que fam que o peso da crise económica recaia sobre a maioria trabalhadora. O mesmo governo que destina fundos multimilionários para ajudar a bancos em perigo pola crise financeira e para impulsionar o processo de concentraçom das caixas de aforro favorecendo os interesses de uns quantos empresários (para isto sim há dinheiro), também está a pactuar umha nova reforma laboral para embaratecer e facilitar o despedimento e recurtar direitos laborais atingidos após décadas de luita obreira. Por nom falarmos da proposta de reforma do sistema de pensons, com a que pretendem que trabalhemos até os 67 anos e que quotizemos 25 anos em lugar dos 15 actuais para “assegurar” um sistema de pensons que supostamente “corre perigo” no futuro. Devemos acrescentar o aumento de um imposto indirecto como o IVA, decissom que empobrecerá as classes populares mentres se evita umha reforma fiscal que se baseie nos impostos directos aumentando a pressom fiscal sobre os ricos e reduzindo-a entre as rendas mais baixas.
Os recurtes em gastos sociais, algo que na Galiza também favorece a política privatizadora do governo autonómico do PP em ámbitos como a sanidade, o ensino ou os serviços sociais. Mas para manter o exército espanhol participando na invasom e ocupaçom imperialista do Afeganistám, ou no Líbano, também há dinheiro de sobra. Mentres tanto, sindicatos corruptos e vendidos ao Estado como CCOO e UGT tam só fôrom quem de organizar manifestaçons para cubrir o expediente e aparentar que fam algo em defesa da classe trabalhadora, mas por detrás negociam com o governo espanhol e a CEOE a nova reforma laboral. Corresponde ao sindicalismo nacional e de classe representado pola CIG emprender este caminho, abandonando as atitudes vacilantes e a dependência política do reformismo autonomista representado polo BNG para fazer converger as múltiplas luitas laborais e sociais que se pruduzem na Galiza numha Greve Geral nacional que para a esquerda independentista é umha necessidade inexcusável neste contexto de constantes agressons da burguesia e de crise do sistema capitalista. Devemos parar os pés da burguesia e dos seus lacaios e demonstrar que o povo trabalhador galego nom está disposto a tragar com outra reforma laboral que só beneficia a quem provocárom esta crise. Que os ricos paguem a crise! Contra a crise capitalista, Independência e Socialismo!
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A ofensiva global que a burguesia esreportagem Dia da Pátria panhola desenvolve contra as conquistas e direitos da classe obreira nom 2010 pode ser desligada da aceleraçom das JACOBEU NOM que padece Por umha medidas espanholizadoras a Galiza, nem do incremento da marGaliza sem ginalizaçom e exploraçom laboral das trabalhadoras. espanholismo, O Estado espanhol pretende fazer capitalismo e recair sobre a classe obreira, sobre as mulheres e as naçons que oprime, machismo os custos do duro pacote neoliberal imposto polo seu submetimento às directrizes do FMI, do Banco Central Europeu e do governo alemám. O mesmo Estado que nega a existência do povo galego, o exercício do direito de autodeterminaçom, que criminaliza a luita pola independência, que pretende avançar no processo secular de assimilaçom lingüístico-cultural da Galiza, é incapaz de evitar que Berlim, Bruxelas e Washington determinem a sua política económica. É um governo prepotente e soberbo com os povos, mas completamente submisso e obediente com as potências imperialistas.
análise análise
A greve geral de 29 de Setembro atingiu no nosso país um importante apoio. A indústria e a construçom, o transporte e destacados sectores de serviços aderírom maciçamente à jornada de luita. A juventude, mulheres e pensionistas secundárom a convocatória. O elevado grau de apoio desmentiu os prognósticos de comentadores, as falácias dos inquéritos e as falsas apreciaçons das burocracias sobre a falta de condiçons para garantir o seu sucesso. A elevada participaçom nas manifestaçons e a combatividade exprimida desmentírom os discursos e práticas paralisantes em que estám instaladas as cúpulas sindicais. A classe obreira galega manifestou a necessidade e disponibilidade de luitar para frear as políticas neoliberais que implantam os partidos da burguesia e o patronato. Paralisou as fábricas e centros de trabalho, ocupou as ruas, denunciando o governo espanhol do PSOE e a Junta da Galiza do PP. Frente ao pactismo de CCOO e UGT, e o seguidismo da direcçom da CIG, o 29 de
Julho 2010 O povo trabalhador galego deve deixar de olhar para o exterior, tem que confiar nas suas próprias forças e recursos, nas suas capacidades. Tantos séculos de exploraçom e opressom, de esquecimento e marginalizaçom som mais que suficientes para sabermos que nada bom podemos esperar de Espanha. Temos que apostar na Galiza, definir
Setembro foi umha injecçom de autoestima colectiva sobre a capacidade de resposta e luita do conjunto do povo trabalhador galego. Constatou a imensa força e potencialidade da classe obreira unida e mobilizada com base em objectivos concretos e imediatos. Porém, foi insuficiente. Enquanto às poucas horas do sucesso da jornada o sindicalismo amarelo espanhol manifestou que carece de vontade para manter a luita, sentando os seus líderes nas mesas de negociaçom para novamente vender os interesses obreiros e populares, a resposta do governo e o patronato foi clara. Nom retira a reforma laboral e anuncia umha nova navalhada no sistema público de pensons, assim como na negociaçom colectiva, com o objectivo de desproteger e desarmar ainda mais a capacidade de defesa e luita do proletariado. Som necessárias, portanto, novas jornadas de luita. É preciso radicalizar a resposta obreira e popular. É imprescindível continuar a alargar e aprofundar o caminho aberto 29 de Setembro. A classe obreira galega está farta de promessas, de pactos, de negociaçons, de fotografias com os governos de turno e o patronato. Nom acreditamos neste sindicalismo
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o nosso futuro colectivo como povo, avançar na conquista de umha Pátria libertada. E a única classe objectivamente interessada em conquistar a independência e a soberania somos essa imensa maioria social que conformamos o povo trabalhador. A burguesia intermediária, a burguesia nacional e a pequena burguesia estám satisfeitas e conformes com o papel reservado à Galiza. No melhor dos casos, pretende atingir maiores quotas de autogoverno mediante o incremento de competências autonómicas que permita facilitar o sucesso dos seus negócios, mas nunca apostar na recuperaçom da soberania conculcada por Espanha. Conta com três grandes forças políticas para representar os seus interesses. PP, PSOE e o BNG cumprem correctamente essa funçom: som organizaçons interclassistas que, com matizes e ritmos próprios, perpetuam na Galiza a lógica do capitalismo espanhol.
mulheres e homens do mundo do Trabalho temos força mais que suficiente para dirigir e construir um movimento de libertaçom nacional de carácter socialista e antipatriarcal que vincule a emancipaçom de classe e género com a conquista da plena soberania e independência nacional. A unidade do povo trabalhador com base num programa reivindicativo anticapitalista, antipatriarcal e antiimperialista é a principal tarefa da esquerda independentista e socialista galega. Unidade para luitar por umha Pátria superadora do espanholismo, do capitalismo e do machismo. Eis o principal objectivo que o MLNG tem nesta conjuntura histórica: difundir e desenvolver o seu genuíno projecto revolucionário.
Viva Galiza Ceive, Socialista e nom patriarcal! BNG-PSOE-PP a mesma merda é!
A classe obreira nom pode confiar, nem a pode ter como aliada. Nós,
corrupto e entreguista. Tampouco no seguidismo disfarçado de retórica e ritualismo mobilizador. O êxito de 29 de Setembro contrasta com a posterior falta de iniciativa sindical. Desta nefasta prática deriva o reforçamento do lógico e entendível desprestígio e desconfiança das massas obreiras e populares com o sindicalismo realmente hoje existente. Da passividade sai reforçada a frustraçom e a desesperaçom, o descrédito da organizaçom obreira e o reforçamento das ideologias reaccionárias. Por isso é necessária mais umha greve geral. O sindicalismo nacional e de classe nom pode seguir atado às dinámicas alheias, nem aos cáculos eleitoralistas. Tem que acreditar exclusivamente na classe obreira galega e agir no seu quadro nacional de luita. Nom se pode adiar mais a decisom, nom se pode dilatar mais a data para iniciar desde já a sua preparaçom. A CIG tem o dever de convocar com o resto de organizaçons sindicais e sociais galegas umha nova greve geral de exclusivo carácter nacional. Há que parar o País. Há que golpear sem trégua a burguesia. Há que reforçar a consciência de classe. Mostrar que só a luita organizada é o caminho para mudar as políticas neoliberais implantadas polo PP e o PSOE, mas também polo BNG.
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Antes mort@s que escrav@s!
Que os ricos paguem a crise!, Na Galiza mais umha greve geral
Novembro 2010 Nom há vias intermédias: ou a negociaçom de mais privilégios para as burocracicas sindicais e as castas políticas, ou a luita organizada contra o capitalismo e as suas dolorosas políticas, que condenam o povo trabalhador galego a um futuro de exclusom social e miséria generalizada. Há que optar. Nom se pode continuar enganando a classe obreira. A esquerda independentista e socialista galega nunca tivo a mais mínima dúvida.
Viva a classe obreira galega! PP, PSOE, BNG a mesma merda é! Independência, Socialismo e Antipatriarcado!
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“Há mais motivos que nunca para luitar e sair à rua”
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Voz Própria entrevista Telmo Varela, Secretário-Comarcal da CUT de Vigo, atualmente preso na Lama Em dezembro de 2010 foi detido Miguel Aparício, filiado da CUT, e 9 de março deste ano, na operaçom “Codeso” da Guarda Civil. Tu és também detido junto com outra pessoa. Quais som os motivos das vossas detençons e da entrada em prisom? Bom, na Galiza há mais de 250 mil desempregadas e desempregados; duas mil famílias perdem a sua vivenda por ano, por nom poderem fazer frente às cargas hipotecárias; a juventude é a mais castigada polo desemprego, o seu futuro é incerto; as mulheres tenhem experimentado um retrocesso no seus direitos... O governo, para sair da crise, está a aplicar reformas laborais e económicas sobre reformas, o que vem ser o mesmo: apertar-nos o cinto mais e mais para que sejamos as trabalhadoras e os trabalhadores que realmente paguemos a sua crise. Sabem que o vamos passar muito mal, mas também sabem que se nos organizarmos e luitarmos, nom lhes vai ser tam fácil descarregar a crise sobre as nossas costas. Em definitivo, nom podem permitir luitas como a greve do metal ou como a da Greve Geral de 29 de setembro. Sempre que a classe obreira se dispom a organizar-se, em autênticas organizaçons de classe, é brutalmente reprimida e atacada, sem piedade, pola grande burguesia. Historicamente sempre tem sido assim e, até onde eu sei, a burguesia nom mudou. Está decidida a fazer o que for preciso para se perpetuar no poder e assegurar os seus privilégios e prebendas de por vida. Claro, nom podem prender-nos por sermos militantes sindicais, daí que nos queiram criminalizar em atos de sabo-
tagem. Com essa acusaçom, mandárom-nos para a cadeia, sem provas de nengum tipo, só por indícios e supeitas da Guarda Civil. Os meios de comunicaçom da burguesia, desde as primeiras horas, já te condenárom numha infame campanha de intoxicaçom e criminalizaçom, dando a conhecer a tua trajetória e anterior estadia em prisom. Quantos anos estiveste encarcerado e quais fôrom os motivos? Com a minha detençom corrêrom rios de tinta. A minha anterior militáncia nos GRAPO véu-lhes como umha luva para montaren todo o conto e apresentar-nos como obreiros mui perigosos aos quais há que manter fechados sob sete chaves.
“Sempre que a classe obreira se dispom a organizar-se, em autênticas organizaçons de classe, é brutalmente reprimida e atacada, sem piedade, pola grande burguesia” Os mass-media jogárom um papel determinante nesta guerra de prevençom. Porque lhe dérom tanto bombo? Simplesmente para incidir na opiniom pública e justificar o meu encadeamento. É significativo o facto de remontarem ao ano 1980 para justificar a operaçom contra o movimento obreiro de agora. Porém, Miguel Nicolás nom tem antecedentes e, em troca, também está
Telmo análise Varela preso, melhor dito, seqüestrado. Nom nos deixemos enganar, foi detido e mantenhem-no preso por ser um moço com iniciativa, pola sua generosidade, solidariedade e porque nom comungava com rodas de moinho. Porque outros “quatro” sindicalistas por um delito muito mais grave do que acusam a Miguel, no qual houvo feridos e correu o sangue, nom tivérom que pisar a cadeia?. Que justiça é esta! Quantos pesos e quantas medidas tem? Cevam-se com eles porque representa essa juventude com inquietudes e com esse espírito de luita tam necessário hoje em dia. Passei mais de 21 anos nas prisons do Estado espanhol, sempre longe da minha terra e dos meus. Nesses anos percorrim as piores cárceres, -inclusive estivem um ano na prisom de Ceuta. Para manter alguns dos meus direitos e a minha dignidade como pessoa vim-me obrigado a realizar numerosas greves de fame, algumhas delas de mais de 40 dias. Numha das cartas enviadas à opiniom pública assinada conjuntamente com Miguel, defendes a legitimidade e necessidade da luita combativa e sem trégua da classe obreira contra o Capital. Vamos ver. A burguesia nom fai uso de toda a sua força para nos combater? Sempre que umha luita se desmarca dos padrons impostos polos grandes sindicatos, bem pagos, e o patronato somos brutalmente reprimidos. Centenas de operárias e operários sabem de que estou a falar. Muitos deles ficárom com seqüelas para toda a sua vida. Da mesma forma a classe obreira está legitimada para se defender dos brutais
ataques da burguesia e deve empregar todos os métodos ao seu alcance. A prática tem mostrado avondo que toda aquela luita que se radicaliza consegue maiores resultados.
Na tua prática sindical com os setores mais conscientes e avançados do proletariado e a juventude sempre afirmaste a necessidade de superar as lmitaçons inerentes ao sindicalismo e adoptar um compromisso mais amplo e global. Com certeza, se realmente queremos quebrar as cadeias da exploraçom e atingir a nossa ansiada libertaçom nacional, é necessário um referente que guie o conjunto do povo trabalhador a alcançar esses objetivos. Para mim, a tarefa principal neste momento é a de dar forma a umha alternativa política independentista e de esquerda, que ligue com as camadas populares do País de maneira que se converta num referente político claro, honesto, honrado, com os pés no chao; que seja um exemplo a seguir em todos os aspetos e, em definitivo, com capacidade real de aplicar no futuro da nossa naçom, a verdadeira democracia proletária. O sindicato tem a tarefa de conseguir melhorias económicas e laborais para as trabalhadoras e trabalhadores, e despertar neles a consciência de classe. Mas o seu papel nom é o de dirigir o processo revolucionário, isso corresponde a outro tipo de organizaçom. Como som as condiçons e a tua vida na prisom? Que diferenças constatas no sistema carcerário espanhol atual e as das anteriores etapas nas quais já estiveste preso?
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Telmo Varela Em essência, o sistema carcerário de hoje em dia vem sendo o msmo que o de há vinte anos. Mas nisto a burguesia também aprendeu e tem polido algumhas cousas. Agora todas as prisons som por módulos. Isto que quer dizer? Pois que no interior de um macrocárcere há muitos pequenos cárceres, sem relaçom uns com os outros, onde o preso é submetido a um maior controlo e a umha maior pressom. Por exemplo, o complexo carcerário da Lama tem 15 módulos e os presos som classificados por módulos segundo a sua docilidade. Há módulos para presos de primeiro grau e para isolamento ou de castigo. Estas paredes estám impregnadas de sangue e de pánico. Som autênticos centros de tortura, os presos, só com ouvirem falar dos módulos 14 (de castigo) e 15 (primeiro grau), ficam arrepiados de horror. Agora está todo automatizado e com muito mais medidas de segurança; circuito fechado de televisom, megafonia para falar e escuitar, sensores, etc.
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No dia seguinte de eu entrar, já me notificárom que estava incluído no FIES (Ficheiro de Especial Seguimento). Isto quer dizer que tenho as comunicaçons orais e escritas intervindas e restringidas. Só podo escrever 4 cartas a semana, e tenho metade das chamadas telefónicas que tenhem outros presos. Com isto perseguem isolar-me do exterior, o que quer dizer que o que realmente lhes preocupa é a mensagem política e de resistência que podo transmitir. Além disto, ao estar incluído
que te apoia e se implica na vossa libertaçom? A solidariedade é um aspeto muito importante da luita. Nom é fácil ser solidário ou solidária, requer dumha aprendizagem como em outra faceta da luita. A sociedade, desde que nascemos, educa-nos em valores individualistas e egoístas. Por isso, o solidário ou solidária vai-se comprometendo neste
global está a provocar resistências e um incremento da luitas obreiras e populares. Na Galiza, acabamos de participar em duas greves gerais, mas este 1º de Maio a assistência às mobilizaçons foi mui baixa. Como sindicalista, que percepçom tés dos acontecimentos e que prognósticos farias? Discrepo com a pergunta. A crise do
“Se realmente queremos quebrar as cadeias da exploraçom e atingir a nossa ansiada libertaçom nacional, é necessário um referente que guie o conjunto do povo trabalhador a alcançar esses objetivos” labor na medida que se desprende da educaçom burguesa. Quando umha pessoa pratica a solidariedade, está a contribuir para que a luita avance, ao tempo que eles mesmos se tornam mais livres. Nom é nada fácil que o pessoal se implique nas campanhas de solidariedade, mas por pouco que se aproxime, contribui-se mais do que se pensa. Quero esclarecer que estou a falar de solidariedade, nom de caridade, que é um conceito bem distinto, e muita gente confunde. A solidariedade implica compromisso e libertaçom de um mesmo. Agora mesmo toca pelejar por sacarnos da cadeia, e a única maneira é incrementar a luita por todas as partes, estender a solidariedade a cada recanto do país. Só com a luita e as mobilizaçons, com umha vasta e potente solidariedade vamos parar a vaga repressiva. Nom fica outra!
capitalismo nom está a provocar a resistência que deveria. As medidas adoptadas polo governo imperialista espanhol som de umha intensidade mui profunda e nom obtivérom a resposta merecida, porque o movimento operário foi apanhado em cueiros. Na nossa Galiza, nom há um referente político claro, nem com a força capaz de se situar à frente do movimento obreiro e popular. Isto por um lado; polo outro, o sindicalismo de clase e nacional ainda é muito fraco, e para que a CUT nom ocupe o papel que lhe corresponde, a repressom fai o seu trabalho. Foi assim como começárom o desenho de criminalizaçom da nossa central sindical, tendo como conseqüências as multas administrativas sobre os nossos filiados e filiadas, a vigiláncia permanente e como ponto e seguido as detençons.
Há mais motivos que nunca para luitar e sair à rua, porém, a assistência às mobilizaçons do 1º de Maio foi mais reduzi“A toda a gente que nos apoia, quero transmitir que confio da que nunca. Parece na sua generosidade, e enquanto nom chegar o momento da umha contradiçom, libertaçom, a sua solidariedade é o nosso melhor alimento, dámas nom é tal. Os parnos forças, calor e ánimos para afrontarmos esta dura prova” tidos domesticados e os sindicatos vendidos nesse ficheiro, nom podo realizar nenA toda a gente que nos apoia, quero figérom do 1º de Maio um dia de fesgumha atividade cultural nem manual. transmitir que confio na sua generota, de caralhada, mas a gente nom está Só me fica passar as horas deitado no sidade, e enquanto nom chega o mopara caralhadas, está indignada, elimipátio, entre as drogas e as brigas. mento da libertaçom, a sua solidariedanando todo significado reivindicativo de é o nosso melhor alimento, dá-nos e de luita. Dá a impressom que aqui, Estás a receber umha ampla soliforças, calor e ánimos para afrontar da noite para a manhá, passou-se do dariedade na prisom. A CUT e o esta dura prova. A todas, estou imencapitalismo ao socialismo e já nom há Comité de Solidariedade a Apoio samente agradecido. Cada mostra de nada que reivindicar nem nada por que a Miguel e Telmo (CSAMT) estám solidariedade levo-a guardada no fundo luitar. a ocupar a rua, promovendo em meu coraçom. O 1º de Maio, enquanto existir o caVigo concentraçons mensais. Que pitalismo parasitário, nom pode ser queres transmitir a toda a gente A crise do capitalismo em escala um dia de festa, os obreiros e obreiras
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indignadas pola miséria nom tenhem vontade de andar de “procissom”. Já tenhem as processons das festas paroquiais para luzir as melhores roupas. Luita de classes, luita nacional ou combinaçom de ambos fatores com a incorporaçom da luita contra a opressom da mulher? Esta pergunta está respondida nela mesma. A Galiza é um país sem Estado próprio, portanto, nom pode haver libertaçom social sem libertaçom nacional e vice-versa. Em conseqüência, luita nacional e luita de classes tenhem que ir unidas. Nom pode existir umha autêntica luita por um objetivo sem o outro. O Comunismo continua a ser a única alternativa viável para a humanidade? Podia responder com um rotundo sim. Quer queiramos, quer nom, caminhamos face o comunismo. O próprio processo histórico mostra-nos que as sociedades tenhem evoluído de sociedades inferiores a sociedades mais avançadas. O sistema capitalista está a chegar ao seu fim, já nom tem capacidade de manobra para sair desta profunda crise. Entom, depois do capitalismo que nos fica? Nom vamos voltar ao feudalismo ou ao esclavagismo... nom teria sentido voltarmos para trás. Só nos fica olharmos para diante e, depois do capitalismo, só pode vir o socialismo. Esta sociedade de tránsito para o comunismo é a encarregada de criar as condiçons para dar passagem à sociedade mais avançada da história: o comunismo. Onde o homem e a mulher, por fim, estarám em pé de igualdade, serám livres e universais. Que mensagem queres enviar à juventude rebelde galega e à esquerda independentista e socialista galega? Eu nom som quem para enviar mensagem algum à juventude rebelde galega e menos ainda à esquerda independentista e socialista galega. Só podo dizer à juventude e ao povo galego em geral que a pior das atitudes é a indeferença, dizer “nom podo fazer nada, já me irei apanhando”. Com organizaçom e luita, há futuro.
Iñaki Gil de San Vicente Bildu irrompeu na luita sociopolítica num momento caraterizado por umha crise global, “nova” no sistema capitalista, que devemos separar analiticamente em quatro subcrises ou crises parciais: umha, a mundial capitalista; outra, a europeia; além disso, a estatal espanhola e, por último, a específica basca. Equivoca-se quem menospreze alguma delas e, sobretodo, quem nom
as interrelacione como subcrisis inseres em umha totalidade superior. Também erra quem reduza esta crise só ao estritamente económico e político, sem entender que som todos os pilares do capital os minados internamente. Por último, comete um grave erro estratégico quem achar que o capitalismo entrou numha nova fase histórica na que as suas forças repressivas, o
seu complexo industrial-militar, a crescente autonomia do capital financeiro, e as fraçons mais reacionárias e brutais da burguesia imperialista ocidental cederám pacífica e submissamente a sua propriedade e o seu Estado às classes e povos explorados. Os três erros básicos aqui expostos nom som novos na história das luitas sociais, mas agora nom podemos estender-nos neste problema crucial, pois que queremos e devemos estudar o contexto e as perspetivas de Bildu dentro desta realidade mundial objetiva e inquestionável, refletindo sobre alguns dos problemas mais sérios aos quais tem de fazer frente. Dentre vários, só temos espaço para estudar quatro: A primeira reflexom trata sobre a crescente gravidade da situaçom à qual tenhem de se enfrentar as eleitas e eleitos de Bildu nas instituiçons sob a sua responsabilidade. A crise em Hego Euskal Herria nom vem dada só pola sua dependência política, em todos os sentidos, do Estado espanhol, que também, como ao mesmo tempo polo efeito duplo da crise endógenas de umha economia industrializada muito dependente do mercando europeu e mundial, sobretodo na média e alta tecnologia, e da titánica resistência das forças conservadoras -UPN, PP, PSOE e PNV- para tomar medidas globais que acelerem umha saída justa e progressista. Ao invés, estas forças assumem conscientemente a direçom estratégica do capital financeiro-industrial da euro Alemanha e os seus aliados. Assumem-na tanto porque tenhem os mesmos interesses de classe como porque tenhem medo ao efeito
internacional
Bildu na voragem capitalista
internacional entrevista análise Euskal Alberte análise Herria Moço cumulativo que tenhem as pequenas conquistas sociais sobre a consciência social e nacional do povo trabalhador. Dada a gravidade da crise, tenhem muita importáncia as pequenas mas palpáveis vitórias sociais que podem obter mediante a luita municipal, sindical, foral, etc, e mediante os seus efeitos estimulantes nos movimentos populares e em toda a série de coletivos e grupos. As forças conservadoras e reacionárias conhecem perfeitamente esta dinámica e, apesar das suas diferenças, nom estám dispostas a ceder nas reivindicaçons fundamentais. À resistência que já está a encontrar Bildu se soma a relativa falta de formaçom de muitos dos seus eleitos e eleitas. Referimo-nos à formaçom adequada à gravidade da crise e da resistência do imperialismo espanhol e colaboracionista. Desde depois que sim tem muita gente formada na política autárquica e foral, mas há que ver até que ponto está já mentalizada teórica e politicamente das características da “nova” crise global do sistema. Umha cousa era luitar numha cámara municipal com recursos económicos ou com capacidade de recuperar depois de umha queda provisória de arrecadaçons, e outra muito diferente é saber que existe umha dívida municipal cronificada de maior ou menor tamanho, no meio de um retrocesso da capacidade arrecadatória. A política progressista que quer aplicar Bildu vai enfrentar-se logo à carência de recursos e à oposiçom reacionária. O voluntarismo valente serve num primeiro momento, mas mais cedo que tarde será urgente a necessidade de umha formaçom teórica e política adequada.
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internacional
internacional Euskal Herria
A dureza deste choque irá em aumento conforme a política social se reforce com umha outra política nacional basca ofensiva dirigida a recuperar direitos democráticos cerceados e perseguidos; com outra política cultura e lingüística que procure a recuperaçom e avanço do Euskara; com outra política ecologista e de qualidade da vida que limite o consumismo, e assim um longo et cétera. Na medida em que Bildu e a totalidade da esquerda abertzale fagam questom desta luita, aumentará polo lado espanholista e colaboracionista a dureza da sua oposiçom e dos seus contra-ataques. Nom pode ser de outro modo, porque a crise global reduz cada vez mais os possíveis espaços de negociaçom e pacto, obrigando cada bloco a reforçar as suas posturas se quiger seguir sendo fiel aos seus objetivos, ou se nom pode ceder mais. Há poucos anos existia umha muito superior margem de manobra municipal e foral porque havia mais dinheiro público, mais economia produtiva e a dominaçom espanhola nom precisava peremptoriamente aumentar a extorsom económica. Agora aquela fase de vacas gordas acabou e as arcas estám cada dia mais cheias de teias de aranha. É nestas condiçons que se confirma a tese marxista de que a política é a economia concentrada. A segunda reflexom trata sobre as dificuldades mais profundas que surgem quando se desenvolve em ponto anterior. Falamos da necessidade inevitável de estabelecer negociaçons com as empobrecidas “classes médias” e pequena burguesia nos povos, e com a burguesia nas Diputaçons. A dinámica política vista na reflexom primeira é impossível sem estes contactos. Ainda existem muitos trabalhadores assalariados que se consideram “classes médias”, e muitos autoemprgeados e autónomos, profissons liberais, etc, que se consideram pequena burguesia ou burguesia. Nos povos sobrevivem com maior ou menor dificuldade muitos lojistas e comerciantes, pequenos negócios e serviços de reparaçons, etc. Desde mediados do século XIX o mar-
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xismo acertou ao definir corretamente as dúvidas, temores e indecisons timoratas que ofuscam a fragmentária consciência destes coletivos, e a necessidade de integrar na luita revolucionária. Umha leitura atualizada dos quatro primeiros congressos da Internacional Comunista contribui-nos sugestons muito valiosas no atual contexto de auge do neofascismo e da reaçom em toda a Europa. Numha naçom oprimida isto é ainda mais óbvio. É sabido que o PNV e UPN tenhem um dos seus bastions mais sólidos nesta gente. Vam usá-las como “aríetes populares” contra Bildu. Desativar esta tática, atraí-los e impedir que girem à direita e à extrema-direita é umha necessidade para aumentar a solidez do povo trabalhador. Embora seja muito improvável que estes setores girem ao neofascismo, sim é seguro que o nacionalismo espanhol tentará endurecer o fanatismo imperialista das suas bases sociais, as mesmas que aplaudem as vitórias do futebol espanhol, por dizer o mínimo. O Estado mobilizará os seus recursos sujos, manipuladores e intimidadores, já o fai, para aparentar que “derrota democraticamente” a esquerda abertzale, a Bildu. Fazer do independentismo o projeto popular além de legítimo, sobretodo e fundamentalmente hegemónico em Euskal Herria é umha das tarefas estratégicas decisivas para derrotar a tática de pinça entre o colaboracionismo e o nacionalismo espanhol. A terceira reflexom trata sobre a inexorabilidade do contra-ataque espanhol, que tem a sua economia intervinda de facto, embora ainda nom de jure, polo imperialismo. A flamante independência nacional espanhola ficou reduzida a muito poucos ámbitos porque na realidade é um “protetorado económico”, é umha economia que depende do exterior. Apesar de todas as mensagens de tranquilidade que se enviam ao capital financeiro mundial e ao imperialismo, é sabido que a economia espanhola está a sofrer um derrubada produtiva causada, entre outras
razons, pola debilidade da sua burguesia industrial que durante o longo franquismo crescia sob o domínio dos grandes bancos, nom podendo assim desenvolver-se como em outros Estados agora bem mais sólidos. Historicamente a burguesia espanhola quase nom se preocupou com o desenvolvimento tecnocientífico industrial, preferindo os lucros imediatos embora muito inseguros e de curta duraçom, ao planejamento para criar umha economia potente. Nom podemos estender-nos agora nesta decisiva questo -o fracasso ou a extrema debilidade da revoluçom burguesa no Estado espanhol-, mas sim mostrar como a crescente debilidade produtiva espanhola multiplica as necessidades de explorar as classes e os povos oprimidos para compensar o retrocesso na hierarquia imperialista. É esta realidade objetiva, que se apresenta sob a forma de um nacionalismo imperialista exacerbado, que determina que se imponha a fraçom mais reacionária do bloco de classes dominante, a representada polo PP. Mas nom se trata só do choque geral e abstrato entre o nacionalismo espanhol e a identidade basca, mas também do confronto prático, diário e social de classe entre a opressom espanhola e a libertaçom basca. Dado que Bildu é a expressom pública da ascensom de massas do sentimento nacional basco progressista e independentista revolucionário, por isto mesmo, agudiza-se a irreconciliabilidade entre o imperialismo espanhol e a emancipaçom basca já que, no essencial, o que está em jogo nom é outra cousa que a propriedade privada espanhola sobre a zona de Euskal Herria que ocupa. Dado que Bildu se constituiu na primeira força no ámbito municipal, isto é, no nível do poder institucional mais próximo e direto do povo trabalhador, por esta imediata proximidade, a açom de Bildu é umha das mais perigosas para o capitalismo. As outras duas perigosas som a luita sindical e a luita dos movimentos populares e sociais. Existe, portanto, umha força de massas, popular e operária, na
qual Bildu ocupa um local decisivo na sua área. A quarta reflexom trata sobre como a crise e o retrocesso do euroimperialismo em escala mundial acelera o desenvolvimento deste choque de contrários. A implacável ditadura do capital financeiro-industrial esmaga a liberdade dos povos, e nom só dos oprimidos, nas também dos que tenhem Estados muito fracos, como o grego, o português, o irlandês, etc. Contra as forças centrífugas inerentes à financiarizaçom, erguem-se as forças centrípetas dos povos explorados que sentem na sua carne a traiçom das suas burguesias. Esta dinámica já demonstrada teoricamente desde a metade do século XIX, é agora mais atual do que nunca. As luitas dos povos explorados polo euroimperialismo é já luita de classes e ao mesmo tempo luita de libertaçom nacional de um “novo” tipo ali onde ditos povos som formalmente independentes mas estám prática e economicamente encadeados ao euroimperialismo. Membros da esquerda abertzale levam advertindo desde o Tratado de Maastrich de 1992 que a lei de centralizaçom e concentraçom de capitais -que junto à da sua perequaçom é o segredo último da atual quarta reordenaçom europeia-, provoca o aparecimento de novas opressons nacionais que se somam às clássicas. Naçons formalmente livres, como a grega, que tenhem o seu Estado “independente” padecem no entanto a dominaçom do capital financeiro transnacional. Esta realidade facilita a tomada de consciência das naçons que nem sequer temos um Estado próprio, e reforça-nos no nosso objetivo de o conseguirmos quanto antes, mas nom um Estado débil, covarde e vendido ao capital financeiro, mas consciente de si, como é o caso da Islándia. Aqui a tarefa de Bildu aparece no seu pleno sentido já que pode e deve ser um médio de avanço ao Estado basco, caso contrário defraudará o povo trabalhador.