TFG - Work n' Wellness: Centro de Inovação

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Work n’ Wellness: Centro de Inovação

Bruna de Souza


Imagem: Nicole Autumn /Alterado pela autora


CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

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Work n’ Wellnes: Centro de Inovação

Buna de Souza da Silva Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Belas Artes, campus São Paulo, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Arquiteta e Urbanista.

SÃO PAULO 2021



CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Work n’ Wellnes: Centro de Inovação

Banca Examinadora: Dra. Lúcia Fernanda Pirró de Souza Orientadora

Me. Solimar Mendes Isaac Convidado Interno

Me. Ricardo Vasconcelos Convidado Externo

SÃO PAULO 2021


Imagem: Naú /Alterado pela autora


Aos meus pais Edson e Miriam, Que sempre estiveram ao meu lado e nunca pouparam esforços para que eu alcançasse meus objetivos



Agradeço A Deus por ter me dado forças nos momentos em que mais precisei e me ajudado a superar minhas dificuldades ao longo do curso. Aos meus pais Edson e Miriam, que com amor incondicional nunca mediram esforços para me dar todo o apoio e suporte durante minha formação. A minha avó Dirce que sempre me acolheu e aconselhou nos momentos de dificuldade. A minha tia Marta que desde pequena sempre me incentivou a me expressar através de desenhos, o que contribuiu para a escolha do curso de Arquitetura. Ao meu namorado Gustavo, que me apoiou com palavras de incentivo, e esteve ao meu lado durante os momentos em que passei realizando os trabalhos da faculdade. A todos os professores que contribuíram de alguma maneira para minha formação, em especial a minha orientadora Lúcia Pirró, por ter me proporcionado o aprendizado sobre a sustentabilidade na Arquitetura e Urbanismo. As amigas que fiz durante este período, em especial Bianca e Gabriella que estiveram ao meu lado desde a primeira semana do curso, e me proporcionaram momentos inesquiváveis. E a oportunidade de entre tantos cursos ter me encontrado, em Arquitetura e Urbanismo, e me identificado com a área de projetos sustentáveis e saúde do ambiente, a onde eu posso contribuir em favor do meio ambiente e do bem-estar da pessoas.

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Imagem: Kristina Krogh /Alterado pela autora


“ A tarefa da arquitetura é permitir que a humanidade viva em harmonia com o planeta terra” - Frei Otto



Resumo Este trabalho final de graduação propõe o desenvolvimento de um Centro de Inovação por meio do exercício teórico e de projeto. A partir de estudos sobre a Arquitetura Corporativa busca-se criar espaços de trabalho flexíveis e interdisciplinares. Com base nos conceitos de Edifício Verde e Resiliência Urbana procura-se criar estratégias projetuais que abrangem a escala urbana, do edifício e de seu interior e provoquem a diminuição dos impactos negativos ao meio ambiente e promovam o bem-estar de seus usuários. Palavras Chave: Centro de Inovação, Arquitetura Corporativa, Edifício Verde, Resiliência Urbana, Saúde do Ambiente

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Imagem: THE PATTERNS COLLETIVE /Alterado


Sumário 1. Introdução

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2. Conceituação 2.1 Arquitetura Corporativa 2.2 Edifício Verde 2.3 Resiliência Urbana

20 22 28 36

3. Contextualização do Local: Santo André 3.1 Caracterização da Região 3.2 Legislação

40 42 48

4. Referências Projetuais 4.1 Semaphore - Vicent Callebaut 4.2 Fazenda Vertical Urbana de Brightfood - Stefano Boeri 4.3 The Edge - PLP Arquitetura

50 52 54 56

5. Partido Arquitetônico 5.1 Programa 5.2 Diretrizes Projetuais para um Edifício Verde 5.2.1 Escala Urbana 5.2.2 Escala do Edifício 5.2.3 Escala do Ambiente

58 60 64 64 76 85

6. Projeto: Centro de Inovação

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7. Considerações Finais

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Referências Bibliográficas

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Imagem: Sabon HOME /Alterado pela autora


1.Introdução


Ao longo das décadas os espaços corporativos passaram por transformações intimamente ligadas ao sistema de organização industrial de cada momento. A princípio os projetos possuíam diretrizes que focavam na produtividade máxima, prejudicado a saúde e o bem-estar dos funcionários. Ao longo dos anos, por consequência da mudança dos sistema de organização industrial, os projetos de espaços corporativos passaram a ter diretrizes visando alguns critérios em benefício da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Atualmente esse conceito passa por um momento de inovação, buscando uma cultura corporativa colaborativa que incentiva a criação de networking, interdisciplinaridade e capacitação das pessoas. Além de ambientes que se preocupam com o impacto causado no meio ambiente e no bem-estar dos usuários. Este trabalho propõe a criação de um Centro de Inovação a partir da apresentação de um espaço de trabalho colaborativo que procura incentivar a interdisciplinaridade e capacitação dos usuários, além de da criação de um Edifício Verde, que contribua para a resiliência do bairro que está inserido. Em um primeiro momento são definidos os seguintes conceitos: Arquitetura Corporativa, abordando seu panorama histórico do ponto de vista da qualidade de vida no ambiente de trabalho, Edifício Verde e Resiliência Urbana onde são expostas as diretrizes que contribuem para a minimização de impactos negativos causados ao meio ambiente pelo espaço construído, e o que contribui para a criação de um Ambiente Saudável. Em seguida é apresentado o local escolhido, para o desenvolvimento do projeto na cidade de Santo André, mostrando a caracterização da região, a legislação e sua relação com o Parque Tecnológico existente na cidade. Posteriormente são expostos os projetos, Semaphore - Vicent Callebaut, Fazenda Vertical Urbana de Brightfood - Stefano Boeri, The Edge - PLP Arquitetura, como referências projetuais. O trabalho segue mostrando o partido arquitetônico, expondo os diferentes usos do Centro de Inovação, as diretrizes projetuais nas escalas Urbana, do Edifício e do Ambiente que agirão em beneficio da a saúde e bem-estar dos usuários e do meio ambiente. Por fim é apresentado o projeto desenvolvido a das diretrizes. 18


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Imagem: TREAND BOOK /Alterado pela autora


2.Conceituação 2.1 Arquitetura Corporativa 2.2 Edifício Verde 2.3 Resiliência Urbana


2.1 Arquitetura Corporativa A Arquitetura Corporativa surgiu no século XV com a criação de um edifício corporativo chamado Palacio Uffizi na Itália com a finalidade de desenvolver atividades burocráticas. Porém, no século XVIII essas atividades passaram a ser hierárquicas, o que contribuiu para a mudança do layout desses espaços, onde os cargos elevados possuíam salas privativas e confortáveis e os funcionários dividiam a área de trabalho compartilhada. Escritório Taylorista A criação dos ambientes corporativos sempre esteve atrelada ao sistema de organização industrial de cada época. Deste modo, em 1900, baseado no sistema Taylorista que era utilizado pela indústria, foi criado o Escritório Taylorista. Neste período o ambiente fabril era marcado pela concorrência das fábricas e o incentivo a eficiência e produtividade máxima dos funcionários. Sendo assim, segundo Fonseca (2004), o Escritório Taylorista possuía um grande salão aberto destinado aos funcionários de menor cargo, com mesas enfileiradas em uma mesma direção no sentido do supervisor, o que diminuía movimentações dos funcionários e aumentava o controle sobre os eles. Ao redor deste espaço eram dispostas as salas privativas dos gerentes, delimitadas por divisórias semi envidraçada. Esta segregação espacial reforçava a ideia de que os funcionários estavam sendo observados a todo momento. Aqueles que ocupavam cargos superiores ficavam em andares mais altos, em salas confortáveis e com boa insolação e ventilação. Figura 01 - Planta Edifício Taylorista Larking Building, 1906.

Fonte: Morais (2019)

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Figura 02 - Interior do Edifício Larking Building.

Fonte: Morais (2019)


Qualidade de Vida nos Ambientes de Trabalho Na década de 1930 arquitetos, designers de interiores e outros especialistas começaram a se preocupar com as inadequadas condições projetuais e ambientais dos locais de trabalho e ao longo das décadas de 40 e 50 dedicaram-se à análise de questões relacionadas às formas de trabalho dos indivíduos e como o ambiente poderia ser projetado de acordo com as demandas de seus usuários. Estes profissionais foram os pioneiros em responder às necessidades de melhor qualidade de vida nos ambientes de locais de trabalho. (SHOSHKES, 1976 apud FONSECA, 2004, p.23)

Morais (2019) afirma que em 1940 os avanço das técnicas construtivas na Escola de Chicago permitiram o surgimento de fachadas de vidro favorecendo a iluminação natural e o conforto térmico. Além disso, também permitiu a distribuição racionalizada dos pilares, o que contribuiu para a flexibilização do layout dos escritórios. Figura 03 - Interior do Edifício S.C Johnson, 1939.

Figura 04 - Interior do Edifício S.C Johnson, 1939.

Fonte: Morais (2019)

Fonte: Morais (2019)

Escritórios de Planta Livre Em 1950 o layout dos escritórios passou a ser discutido visando o bem-estar dos funcionários. Desta forma, foi criado o modelo de escritório com Planta Livre. Este modelo aspirava por um escritório panorâmico que tornasse o ambiente de trabalho menos monótono, além de possuir um enfoque maior na individualidade e comunicação rápida, onde as estações de trabalho eram dispostas de maneira orgânica e os chefes ocupariam o mesmo espaço dos funcionários, diminuindo a noção de hierarquia. No entanto, este modelo exigia mobiliário mais flexível e personalizável. (MORAIS, 2019).

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Figura 05- Planta do Edifício de Planta Livre Osram, 1962.

Fonte: Morais (2019)

Figura 06 - Interior do Edifício de Planta Livre Osram, 1962.

Fonte: Morais (2019)

Design de Mobiliário Em 1968 a Herman Miller lançou o Action Office II, uma linha mobiliária pensada para espaços corporativos de Planta Livre, sendo uma versão posterior a da linha inicial, que não foi muito difundida. Os moveis eram modulares e permitiam certa privacidade, além da possibilidade de personalizar a estação de trabalho. Acredita-se que a personalização do espaço de trabalho torna as pessoas mais produtivas. Figura 07- Modelo Action - Offices Herman Miller.

Fonte: Morais (2019)

Figura 08- Action Offices - Herman Miller.

Fonte: Morais (2019)

Síndrome dos Edifícios Doentes Em 1973 com a crise do petróleo as empresas realizaram corte de gastos e priorizaram a utilização eficiente dos espaços. Assim, as estações de trabalho em cubículos passaram a ser mais comuns, mantendo os funcionários isolados e permitindo uma menor interação entre eles. 24


As edificações corporativas passaram a ser completamente fechadas com sistema de ar-condicionado controlado por uma central. De acordo com Chavez (2002 apud FONSECA, 2004, p.27), esses fatos acarretaram a Síndrome dos Edifícios Doentes. Síndrome esta que é causada por conta da poluição do ar em ambientes fechados, podendo ocasionar um conjunto de doenças nos usuários do edifício. Trabalho Remoto Em 1990 as críticas à utilização de cubículos como espaço de trabalho, fizeram com que as indústrias de mobiliário investissem em linhas mais humanizadas, com foco na ergonomia. As empresas buscavam criar uma cultura saudável, a fim de atrair e manter os funcionários engajados. A chegada da internet e do celular neste período possibilitou a introdução do trabalho remoto e esta prática aos poucos começou a ser aderidas pelas empresas, com o intuito de reduzir a poluição, tráfego de veículos, custos com locomoção e aumentar a produtividade individual. Complexo Google Em 1998 foi fundado o complexo do Google, pensado para a criação de uma cultura corporativa que promove a qualidade de vida e a liberdade de seus funcionários. O complexo possuía sala de descompressão, espaço de descanso, serviços como café, choperia, salão de beleza, academia entre outros. Entretanto, acreditasse que este modelo, mesmo que replicado, deve estar alinhado com a cultura organizacional da empresa em questão. (MORAIS, 2019). Figura 09- Interior do Complexo do Google

Figura 10- Interior do Complexo do Google

Fonte: Morais (2019)

Fonte: Morais (2019)

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Coworking Por conta das possibilidades de trabalho remoto adotada por algumas empresas, muitas pessoas não se sentiam confortáveis de trabalhar em suas casas, fazendo com que elas procurassem por cafeterias como espaço de trabalho. Foi com a ideia de suprir a necessidade dessas pessoas, sendo elas autônomas ou funcionários, que em 2005 Brad Nuremberg criou o coworking. [...] identifica a ideia de coworking como um sistema de ambientes formalmente pouco estruturados como escritórios e bastante flexíveis quanto à agenda e horários. O autor acrescenta que são ambientes abertos a diversas possibilidades, tais como: a troca de recursos, informações e serviços; a tutoria; a formação de amizades, negócios e networking, entre outras eventualidades. (SPINUZZI, 2010 apud SOARES; SALTORATO, 2015, p. 3).

O Coworking passou a ser cada vez mais difundido entre pessoas autônomas e empresas que passaram a investir neste espaço para seus funcionários. O Coworking também trouxe um novo segmento para a Arquitetura Corporativa, visto que esses espaços, diferentemente dos escritórios corporativos, promovem a produtividade, formação de networking e interdisciplinaridade. Arquitetura Corporativa e o Coworking A Arquitetura Corporativa de maneira mais abrangente é entendida como “o ramo da arquitetura que projeta, estuda e analisa ambientes para empresas, com o objetivo de implementar ou realizar espaços personalizados para edificações corporativas” (BENCKE, 2015 apud BOSA, 2017, p.27). Porém, este segmento da arquitetura se mantém atrelado ao sistema de organização industrial vigente. As transformações advindas da tecnologia e da 4° Revolução Industrial que estamos vivendo interfere diretamente no comportamento humano e no modus operandi do ambiente corporativo.

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“As atuais exigências de economia de tempo, de agilidade na comunicação e de aumento da produtividade, aliadas às facilidades introduzidas pela internet e outros avanços tecnológicos, mudaram o conceito de espaço corporativo e se transformaram em grande desafio na área da Arquitetura Corporativa” (ABASCAL, 2008 apud SANTOS, 2014, p.86).


A Arquitetura Corporativa vem passando por um período de grandes mudanças que tiveram início em 2018. O aumento da tecnologia permitiu que trabalho remoto e híbrido (alternância entre o trabalho remoto e presencial) se tornassem cada vez mais presentes. Segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ainda em 2018, quase 4 milhões de brasileiros já desenvolviam suas atividades remotamente. O aumento do trabalho remoto e híbrido possui ligação direta com o crescimento de espaços de coworking, visto que as pessoas não se sentem confortáveis em trabalhar a todo o momento em suas casas. Elas buscam nos coworking um lugar com infraestrutura adequada para cumprir suas atividades, havendo no Brasil, durante o ano de 2018, um aumento de 25% no número de espaços dedicados à esta atividade. No início de 2020 a pandemia de COVID-19 ocasionou a aceleração deste crescente movimento, que já era existente, quanto ao trabalho remoto e híbrido. Hoje é possível identificar três formatos de atividades no pós-pandemia: o trabalho tradicional, remoto e híbrido. Segundo a empresa de serviços imobiliários comerciais CBRE (2020), no pós pandemia 67% dos funcionários têm o modo de trabalho híbrido como o estilo de trabalho preferido e 28% desejam o modo de trabalho totalmente remoto. A pesquisa também aponta que 73% das empresas entrevistadas preveem apoiar o modelo de trabalho híbrido, além de incluir espaços flexíveis em sua estratégia corporativa a longo prazo. A alta adesão pelo trabalho remoto, não resulta no fim dos escritórios e da Arquitetura Corporativa, mas sim um novo começo que permite a renovação do papel do escritório. Embora os coworking estivessem crescendo muito até o início de 2020, ocorreu uma desaceleração devido pandemia COVID-19. A chave da resiliência corporativa para enfrentar o período pós-covid é o investimento em espaços de coworking, sendo eles localizados em pontos estratégicos, a fim de atender vários colaboradores. Além disso, possuir um ambiente interno pensado para promover a produtividade dos usuários, criação de rede de networking e interdisciplinaridade. Por fim, a implementação de tecnologias que contribuem para a saúde e o bem-estar dos usuários. Tendo em vista uma demanda crescente por alguma forma de trabalho à distância, seja ele híbrido ou totalmente remoto, as características citadas são de suma importância para suprir as necessidades dos funcionários. 27


2.2 Edifício Verde O presente trabalho adota o conceito de Edifício Verde proposto pelo World Green Building Council, que entende o Edifício Verde como uma construção que busca reduzir seu impacto ao meio-ambiente e melhorar qualidade de vida dos usuários. O edifício verde é um edifício que em seu projeto, construção ou gestão buscar reduzir ou eliminar os impactos negativos, criando impactos positivos no clima e meio ambiente. Edifícios verdes preservam os recursos naturais e melhoram a qualidade de vida”. (World Green Building Council, 2021).

De acordo com o World Green Building Council, os edifícios vedes se caracterizam por: • Uso eficiente de Recursos Hídricos, que explore maneiras de melhorar a eficiência e o gerenciamento de água potável, sistema de coleta e armazenamento de águas de chuva para o uso interno e a drenagem das águas pluviais. • Uso de Energia Renovável com baixa emissão de carbono. • Medidas para reduzir a poluição e os resíduos sólidos, implementando sistema de reciclagem e reutilização. • Boa qualidade do ar interno utilizando estratégias de ventilação e evitando materiais e produtos químicos que criam emissões nocivas ou tóxicas. • Considerar o ambiente que o projeto está inserido gerando benefícios econômicos e sociais para as comunidades do lugar. Além de garantir uma boa mobilidade urbana diminuindo o impacto gerado pelos automóveis ao meio ambiente. • Considerar todas as etapas do ciclo de vida do edifício desde projeto até reforma e eventual demolição buscando diminuir os impactos ambientais, garantido o uso de materiais éticos e sustentáveis. 28


• Considerar a qualidade de vida dos usuários promovendo saúde e bem-estar assegurando que as pessoas se sintam confortáveis, proporcionando temperatura interna agradável, boa qualidade do ar interno, incorporando luz natural e fornecendo uma bom isolamento acústico. • Criação de estruturas resilientes adaptado às mudanças climáticas, inundações, e, terremotos ou incêndios, além de flexíveis e dinâmicas antecipando possíveis mudanças que sejam necessárias ao longo do tempo e evitando a necessidade de demolir, reconstruir ou renovar evitando que os deíficos se tornem obsoletos. • Preservação da natureza no ambiente urbano, garantindo a recuperação de espaços com terra poluídos e criação de novas áreas verdes. Além de tornas as áreas urbanas mais produtivas, trazendo a agricultura para cidades. Benefícios dos Edifícios Verdes O World Green Building Council agrupa os benefícios dos edifícios verdes em três categorias: ambiental, econômica e social. Os benefícios ambientais estão ligados ao clima e ao meio ambiente, sendo o resultado da redução dos impactos negativos, como menor uso de água e energia e aumento dos impactos positivos como com geração da própria energia ou aumento da biodiversidade. “Os edifícios verdes que alcançaram a certificação Green Star na Austrália têm gerado 62% menos emissões de gases de efeito estufa do que os edifícios australianos.” (World Green Building Council, 2021). “Edifícios verdes certificados pelo Indian Green Building Council (IGBC) economizaram de 40% - 50% em energia e de 20 – 30% em economia de água, comparados com os edifícios na Índia.” (World Green Building Council, 2021). Os benefícios econômicos incluem a redução de custos através da eficiência energética e hídrica, e geração de empregos. “Medidas globais de eficiência energética poderiam economizar cerca de 280 a 410 bilhões de euros em gastos com energia (e o equivalente a quase o dobro do consumo anual de eletricidade dos Estados Unidos).” (Comissão Europeia, 2015 apud World Green Building Council, 2021) 29


“A indústria de construção verde do Canadá gerou US$ 23,45 bilhões em PIB e representou quase 300.000 empregos em tempo integral em 2014.” (Green Building Council, 2016 apud World Green Building Council, 2021). 10 Os benefícios sociais estão ligados ao bem-estar dos usuários dos edifícios Funcionários de escritórios verdes com boa ventilação registram um aumento de 101% nas avaliações cognitivas (função cerebral). (Harvard T.H. Chan School off Public. Health, 2015 apud World Green Building Council, 2021). Pesquisas sugerem que melhor qualidade do ar interior (baixas concentrações de CO2 e poluentes, e altas taxas de ventilação) podem levar a melhorias no desempenho de até 8%. (Park e Yoon, 2011 apud World Green Building Council, 2021). Escritórios e os Edifícios Verdes Segundo o World Green Building Council, os edifícios verdes de escritórios buscam gerar impactos que estimulem a produtividade das pessoas, gerando efeitos econômicos positivos. Esse impacto pode ser medido por fatores que podem avaliar o grau de eficiência das estratégias implantadas, sendo eles: a saúde dos ocupantes - medidos por meio de problemas como dores de cabeça, problemas de visão, irritação na pele, fadiga, estresse, depressão, problemas cardiovasculares, dores nas costas e problemas respiratórios - o bem-estar - medido por fatores como saúde física, mental, produtividade - e os aspectos financeiros - medidos por taxas de produtividade, abastecia, presidencialismo, rotatividade/retenção de pessoal, receitas, custos médicos, queixas médicas, reclamações físicas, eficiência da tarefa e prazos cumpridos. Em 2014 o World Green Building Council lançou um manual especificando fatores que devem ser levados em consideração e possíveis estratégias de design que devem ser adotadas em busca da saúde, bem-estar e produtividade nos escritórios em edifícios verdes, sendo eles: 30


Figura 11- Oito objetivos de um escritório verde e saudável.

Fonte: World Green Building Concuil. (2021)

Qualidade Interna do Ar e Ventilação A qualidade interna do ar envolve aspectos como taxas de poluentes, CO2, aramos, ventilação, taxa de ar puro e umidade. O World Green Building Council (2014), afirma que as baixa concentração de CO2 e outros poluentes somadas a taxas de ventilação geram um aumento na cognição dos trabalhadores. Isso ocorre pois a troca de ar promove a renovação de oxigênio e diluição de poluentes. Quando feita por ar-condicionado proporciona taxas maiores de ar puro em relação a ventilação natural. Apensar disso o uso de ar-condicionado deve ser equilibrado com estratégias de ventilação natural, para atenuar o gasto de energia. Uma análise abrangente feita por Mellon (2004 apud World Green Building Council, 2014, p.21) concluiu que a ventilação natural ou o condicionamento de modo misto poderia diminuir de 0,8 - 1,3% os gastos com saúde, 3 - 18% de ganhos de produtividade, e 47 - 79% de gastos com energia. Quanto a minimização de fontes de poluentes, é necessário a ventilação e exaustão de salas de impressão, fotocopiadoras e impressoras laser, que emitem ozônio. A vegetação interna localizada juntos aos ambientes de trabalho também contribuem para uma melhora na qualidade do ar, pois retêm poluentes específicos retidos nele. 31


Conforto Térmico Um espaço que possui um bom conforto térmico, proporcionam temperatura confortável, que pode ser controlada pelos funcionários. Visto que de acordo com Corney (2004 apud World Green Building Council, 2014, p.24) 6% dos funcionários têm queda em seu desempenho quando o escritório está muito quente e 4% quando está muito frio. A temperatura interna do ar, velocidade do ar, umidade relativa, as roupas dos funcionários e as atividades praticadas no ambiente são os fatores que interferem na qualidade do conforto térmico. O conforto térmico do ambiente interno pode ser melhorado, por meio do conforto adaptativo, inserindo-se um modelo que permite o controle da temperatura interna pelos próprios funcionários dos escritórios. Existem sensores que permitem a monitorização e registo da temperatura, humidade e iluminação. Este modelo é mais difícil em ambientes de plano aberto, porém somado a uma boa estratégia de ventilação de modo misto, pode resultar em temperaturas internas agradáveis e um menor consumo de energia. Uma prática que interfere no conforto térmico dos ambientes de trabalho é o incentivo aos trabalhadores a se vestirem confortavelmente com roupas respiráveis e casuais. Existem também diferente sistemas de resfriamento e aquecimento do ar, como os “chilled ceilings”, no Brasil chamados de vigas de resfriamento, sendo uma solução que permite a troca de calor através processos radiativos e convectivos, proporcionando conforto térmico, eficiência na refrigeração e economia de energia. Luz Natural e Iluminação Escritórios saudáveis devem ter acesso a luz natural e controle próprio das luzes elétricas, sendo levados em conta fatores como quantidade, qualidade, brilho e luz natural para analisar as estratégias de iluminação de um edifício verde. Para as luzes elétricas em escritórios é recomendado iluminação de 300-500 lux, que variam de acordo com o espaço do escritório, a onde a luz mais elevada é colocada nos espaços para cumprir tarefas. A luz do dia deve ser priorizada, o que contribui na economia de energia, além de 32


permitir que as cores sejam vistas com mais precisão. Ao projetar para maximizar a luz natural, deve se avaliar o ganho de calor do edifício, qualidade visual e variações na disponibilidade da luz do dia em diferentes estações e climas. Dispositivos apropriados de sombreamento sendo internos ou externos podem ser utilizados para reduzir o ganho de calor do edifício, e proporcionar um melhor visualização dos usuários.

Acústica e Ruido A criação de ambientes com qualidade acústica é avaliada de acordo com o barulho de fundo, privacidade e vibração sonora. Segundo Kim 2012 apud World Green Building Council, 2014, p.33) espaços de trabalho silenciosos demandam o uso de materiais que reduzem 66% do ruido dos funcionários têm queda de rendimento com distrações de barulhos. A qualidade acústica é essencial para uma experiência satisfatória e produtiva em um escritório. Os níveis de som de fundo precisam encobrir as distrações, mas sem gerar estresse. Em escritórios de planta aberta é recomendado que os ruídos externos atinjam no máximo 45dBA, e em escritórios privados 40dBA, sons mais altos que esses podem se tornar uma distração. Para alcançar este equilíbrio, o grau de ruído externo é o primeiro a ser considerado, os escritórios que dependem de aberturas de janela para ventilação, recebem a entrada de ruido e poluição do tráfego. No futuro, uma mudança para veículos eléctricos pode reduzir este problema. No momento a vegetação pode desempenhar um papel significativo na suavização do ruído. Layout de Interiores Escritórios Saudáveis possuem layouts feito no modelo de trabalho baseado em atividades, salas de reunião amplas, mobiliário ergonômico, e espaços flexíveis que promovam a interação entre os funcionários. O que faz com que eles se sintam sobre o controle sobre sua carga horaria. Além do incentivo a um estilo de vida saudável, apoiando o exercício físico com escadas visíveis e apelativas, percursos de pedestres e armazenamento seguro de bicicletas.

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Biofilia A criação de vistas de natureza nos escritórios, por meio de pátios, átrios com árvores e plantas é uma solução em ambientes urbanos onde há um elevado nível de sol como no Oriente Médio, Mediterrâneo, América do Sul e África, além dos tetos verdes que aumentam a biodiversidade e reduzem o efeito de ilha de calor urbana o que reduziria o ganho solar e a necessidade de arrefecimento adicional. Um escritório biofílico promove a ligações entre o local de trabalho e a natureza, podendo contribuir para diminuir os ruídos. Ver e Sentir Escritórios Saudáveis buscam por formas, cores, texturas e materiais que tragam aconchego, calma e evoquem a natureza. O recurso visual é o maior fator de satisfação no ambiente de trabalho. A concepção do ver e sentir precisa ser combinada com uma estratégia de iluminação de baixa energia e a escolha de materiais, em particular a sua cor, que é afetada pela forma como a luz é experienciada. Obter o design certo exige que seja levado em conta as tendências, e reações psicológicas pessoais e do tipo de atividade realizada em determinado escritório. Localização e Acesso Escritórios Saudáveis possuem acesso a transporte, rotas de caminhada e bicicleta seguras e variadas opções de alimentação, o que contribui para melhorar a saúde, bem-estar e a produtividade das pessoas. Locais próximos as redes de transportes públicos evitam os deslocamentos de carro, o que diminui o estresse com o trânsito, o consumo de combustíveis fosseis e a emissões de gases com efeito de estufa. Construções Verdes e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável O World Green Building Coucil apoia os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU. São 17 metas que estabelecem um desafio para a humanidade, ligada ao crescimento econômico, mudanças climáticas, e fim da pobreza e desigualdade. Acredita-se que a construção verde pode contribuir para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Foram eleitas 9 metas ligadas a criação de escritórios sustentáveis. 34


Figura 12- Como os podem contribuir para os objetivos do desenvolvimento sustentável

Fonte: World Green Building Concuil. (2021)

Ferramentas de Classificação Verde As ferramentas de classificação de edifícios verdes, também conhecidas como certificação, são usadas para avaliar e reconhecer edifícios que atendam a certos requisitos ou padrões verdes. Esses certificados estabelecem padrões que, por sua vez, elevam a ambição de códigos de construção e regulação governamentais. As ferramentas de classificação podem ser aplicadas ao planejamento e projeto, construção, operação e manutenção, reforma e eventuais fases de demolição de um edifício verde, e também podem diferir no tipo de edifícios, como casas, edifícios comerciais ou mesmo bairros inteiros.

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2.3 Resiliência Urbana Este trabalho adota o conceito de Resiliência Urbana posposto por Silva no artigo Cidades Resilientes: novos rumos para uma cidade do futuro, que entende a Resiliência Urbana como a capacidade que uma cidade tem de lidar com ameaças. “A resiliência urbana é a capacidade que uma cidade tem de resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se da exposição às ameaças, produzindo efeitos de maneira oportuna e eficiente, o que inclui a preservação e restauração de suas estruturas e funções básicas. Ou seja, resiliência urbana é um termo que está vinculado aos conceitos dinâmicos de desenvolvimento e crescimento urbano.” (SILVA, 2014)

Contexto Ambiental No contexto ambiental, Silva entende a Resiliência Urbana como a capacidade que uma cidade tem de restabelecer seu equilíbrio com o meio ambiente.

“No contexto ambiental, a resiliência é a aptidão de um determinado sistema que lhe permite recuperar o equilíbrio depois de ter sofrido uma perturbação. Este conceito remete para a capacidade de restauração de um sistema. Atualmente, o meio ambiente é fortemente influenciado pelas atividades humanas, e isto se dá pela dependência dos sistemas sociais em relação aos recursos e aos serviços providenciados pelos ecossistemas”. (SILVA, 2014)

No cenário ambiental a ONU (2018) descreve uma cidade resiliente como uma cidade que: “planeja e age para preparar e responder aos riscos naturais provocados pelo homem, de início súbito e lento, esperados e inesperados para proteger e melhorar o desenvolvimento seguro das pessoas, ganhos, fomentar um ambiente de investimento e impulsionar mudanças positivas”. Sendo assim a ONU determinou três principais características para uma cidade resiliente, sendo elas: a persistência para que as cidades se antecipem e se preparem para enfrentar impactos atuais e futuros, a adaptação, pois um local adaptável considera não apenas riscos previsíveis, mas também aceita os atuais e futuros problemas e incertezas, e e a inclusão, 36


, pois um cidade inclusiva centra-se nas pessoas, protegendo cada pessoa de qualquer impacto negativo. A ONU também apontou dados que justificam a importância de criarmos cidades resilientes: “em 2050 70% da população global viverá em cidades, o que exigirá 60% de novos assentamentos urbanos. O que configura uma excelente oportunidade para a criação de cidades resilientes. Até 2040 a demanda global por energia e água crescerá respectivamente cerca de 40% a 50%. 97% das cidades de países em desenvolvimento não atendem aos padrões de qualidade do ar.” (ONU,2018)

Neste contexto é possível ver como as cidades são vulneráveis a impactos severos que podem ser naturais ou causados pelo homem e a importância da criação de planejamento responsável e sustentável. Além disso , é necessária uma gestão urbana rigorosa para mitigar a capacidade de regeneração das cidades e resistir a essas tenções naturais, visto que o conceito de resiliência urbana está ligado à questão da qualidade de vida urbana, bem estar e segurança dos cidadãos. Fundação Rockfeller A fundação Rockfeller foi fundada em 1913, nos Estados Unidos, e tem a função de promover a saúde pública, ensino a pesquisa e a filantropia. Com o objetivo de incentivar cidades ao redor do mundo, a fundação criou um quadro com 12 objetivos para as cidades se tornarem resilientes. Esses objetivos estão divididos em 4 categorias: Saúde e Bem Estar • A saúde e o bem-estar de uma cidade resiliente está ligada a: diminuição da vulnerabilidade social, indicada pela eficiência das necessidades básicas de uma cidade, a diversidade de empregos, facilidade de financiamento de estudos, formação de profissionais competentes e apoio a empresas. Por fim, devem ter conexão com os serviços de saúde que são oferecidos a população, além de ter boas instalações e serviços integrados. 37


Economia e Sociedade • A sociedade está ligada a criação de uma comunidade ativa, que está envolvida e participando das decisões da cidade, além de oferecer segurança a seus habitantes, aplicando as leis e prevenindo crimes. O outro ponto é a importância de ter uma economia sólida com boa gestão das finanças, diversos fluxos de receita e capacidade de atrair novos negócios e criação fundos de emergência. Infraestrutura e Meio Ambiente • A infraestrutura e meio ambiente estão ligadas a uma boa gestão urbana que segue planos ambientais e aplica regulamentos de planejamento para utilização do solo, favorecendo a diversidade de serviços e a criação de mobilidade, a partir da implantação de diversos sistemas de trasporte acessíveis e multimodais. Liderança e Estratégia • Uma liderança e estrategia eficaz diz respeito a confiança entre governo, empresas e sociedade civil, além de proporcionar um ambiente que promova um desenvolvimento integrado entre estratégia e planos que são regularmente revistos e a atualizados. O grau de importância de cada uma dessas estratégias varia de acordo com o contexto urbano. Porém, são a base de uma cidade resiliente, o que permite que seja possível lidar com as circunstâncias adversas. Cada objetivo também pode ser categorizado com uma adjetivo, que é capaz de distinguir uma cidade resiliente das demais. O quadro pode ser utilizado para facilitar o entendimento de resiliência dentro de uma cidade, além de permitir a identificação de pontos que devem ser melhorados e precisam de mais atenção e investimentos.

38


Figura 13- Quadro Cidades Resilientes

Figura 13- Quadro Cidades Resilientes

Fonte: Fundação Rockfeller (2015)

39


Imagem: Asurela /Alterado pela autora


3. Contextualização do Local: Santo André 3.1 Caracterização da Região 3.2 Legislação


3.1 Caracterização da Região Localização Figura 14: Mapa deLocalização

Região do grande ABC

Estado de São Paulo

Cidade de Santo André Fonte: Elaborado pela autora com base no Google Maps, 2021

O local escolhido é o Bairro Jardim, situado em Santo André no Grande ABC, considerada Região metropolitana de São Paulo Capital. Este é um bairro consolidado, composto predominantemente por edifícios residenciais e um comércio local. No entanto o terreno se encontra na parte do bairro que está em expansão, identificada pelo plano diretor como uma Zona de Reestruturação Urbana. O caráter de reestruturação se deve ao fato de que por muito tempo esses espaços foram ocupados somente por industrias, sendo que hoje muitos deles são terreno vazios ou com industrias desativadas. Na década de 1970, a cidade passou por uma concentração industrial, devido aos incentivos fiscais desta região e a existência da ferrovia que facilitava o acesso ao porto de Santos. 42


Porém, na década 1990 as industrias começara a migrar para o interior de São Paulo ou para outros estados, devido aos incentivos fiscais e a expansão das rodovias. Hoje a região ainda possui algumas industrias, porém com uma diminuição significativa, o que resultou em terrenos vazios e industrias desativadas nesta região. Figura 15: Local de Intervenção

1

4

2

5

6

3

Fonte: Google Earth, (2021) 1

Shopping

3

Parque

2

Hoteis

4

Industrias

5

Terreno Loteado

6

Terreno Loteado

Intervenção

O terreno escolhido para a realização do projeto, situado na Av. Industrial, está sendo loteado. Embora ainda não conste nos mapas, o presente trabalho considera este loteamento e a criação da R. Dr Rubens Awada, que se encontra no meio no loteamento. Figura 16: Terreno de Intervenção

Fonte: Google Earth, (2021)

43


Mapa de Hidrografia e Áreas Verdes Figura 17: Mapa de Hidrografia e Áreas Verdes

Fonte: Elaborado pela autora com base no Siga Santo André, (2021)

O terreno está inserido junto a duas áreas verdes principais, sendo uma delas uma pequena praça e a outra o Parque Celso Daniel que possui diversos espaços de lazer como lagos, pistas de caminhada e complexo esportivo. A parte do Rio Tamanduateí, que se encontra descanalizada e poluída, está junto a Avenida dos Estados e passa próximo ao terreno. 44


Mapa de Hipsometria Figura 18: Mapa de Hipsometria

Fonte: Elaborado pela autora com base no Cidade Brasil (2021)

A área de intervenção se encontra próxima ao Rio Tamanduateí, o que faz com que o terreno e as áreas adjacentes possuam baixas altitudes e pequena variação de declividade, apenas 10m, o que justifica o terreno ser plano. As áreas mais distantes possuem maior altitude e maior variação de declividade. 45


Mapa de Uso e Ocupação Figura 19: Mapa Uso e Ocupação

Vazios

Fonte: Elaborado pela autora com base no Siga Santo André, (2021)

46

A área de intervenção não possui um uso predominante. No sentido oeste a região é mais consolidada com predominância de uso misto e gabarito alto, com edifícios residenciais, restaurantes e comércios . No sentido leste existe a predominância do uso residencial de baixo gabarito. A área de intervenção está localizada em uma região que possui alguns terrenos vazios, uma pequena concentração industrial e uma expansão no número de edifícios comerciais e residenciais de alto gabarito.


Mapa de Mobilidade Urbana Figura 20: Mapa Uso e Ocupação

Fonte: Elaborado pela autora com base no Siga Santo André, (2021)

A região possui uma boa mobilidade no âmbito de transporte público, estando próxima a estação da CPTM que liga Ribeirão Pires ao Brás. A avenida a onde o terreno se localiza é uma via arterial primária, que possui ligação direta com duas vias metropolitanas, sendo uma delas a Av. dos Estados que permite acesso direto à cidade de São Paulo.

47


3.2 Legislação De acordo com o plano diretor de Santo André (2004), “ a Zona de Reestruturação Urbana caracteriza-se pela predominância de uso misto, carência de equipamentos públicos e incidência de edificações não utilizadas e terrenos subutilizados ou não utilizados”. O plano diretor também pontua que os objetivos desta zona são: “ reconverter e implantar novos usos e atividades, inclusive o habitacional, requalificar a paisagem, estabelecer um controle ambiental eficiente e valorizar e proteger o patrimônio cultural”. Taxa de Ocupação: De acordo com o plano diretor, a zona de reestruturação urbana não residencial deve ter uma Taxa de Ocupação de até 75%, equivalente a 18.738m² visto que a área total do terreno é 24.985m². A projeção de edifício possui área total de 8000m², cumprindo a taxa de ocupação exigida. Coeficiente de Aproveitamento Segundo plano diretor, a zona de reestruturação urbana não residencial possui o Coeficiente de Aproveitamento de até 3,00, equivalente a 74.955m² visto que a área total do terreno é 24.985m². A área total do edifício é de 40.000m², cumprindo o a taxa de coeficiente de aproveitamento. Taxa de Permeabilidade A taxa de permeabilidade minima descrita pelo plano diretor é de 20% o que equivale a 4997m². A área total permeável adotada pelo projeto é de 6.611m², o que cumpre a taxa de permeabilidade exigida e reforça a criação de espaços mais permeáveis. Gabarito O plano diretor permite um gabarito máximo de 30 pavimentos por se tratar de uma zona de reestruturação que busca crescimento vertical. O projeto em questão cumpre isso, pois possui apenas 14 pavimentos. Recuos Os recuos exigidos pelo plano diretor são de frente no minimo 15m, fundos 4m e laterias 2m. O projeto segue a todas as exigências do plano diretor, e propõe a criação de fruição pública dentro do terreno e uma praça. Por conta disso possui recuos frontal de 100m , lateral 24m e 4m e fundo de 24m. 48


Vagas de Garagem O plano diretor determina que edifícios em Zona de Reestruturação Urbana devem considerar no máximo 1 vaga a cada 100m². O presente trabalho considerou durante a elaboração do projeto, 1 vaga a cada 105m, totalizando 550 vagas de garagem. Parque Tecnológico de Santo André: O parque Tecnológico de Santo André foi criado com o objetivo de atrair investimentos de novas empresas para o município e ampliar o suporte ao desenvolvimento tecnológico das empresas da cidade, para que aumentem seus níveis de competitividade e com isto possam fortalecer seu posicionamento no mercado local, nacional e mundial, conforme seus objetivos estratégicos. O parque é comandado pelo governo da cidade, entidades representativas da sociedade e universidades, faculdades, escolas técnicas e centros de pesquisa, que juntos atuam para o desenvolvimento tecnológico, promoção da inovação e da competitividade na região. A partir do Parque Tecnológico e sua rede, as empresas e a sociedade em geral conseguem acessar uma ampla infraestrutura e serviços estabelecidos e em constante evolução para o desenvolvimento de iniciativas que promovam a inovação e a competitividade. A região conta com polos tecnológicos e arranjos produtivos importantes. São destaques o polos Químico e Petroquímico, Automotivo, Cosmético, o APL de ferramentaria e metal mecânico, o APL Têxtil, o Polo de Tecnologia de Informação e Comunicação, além de uma forte presença de startups e empresas de tecnologia representados pelo ABC Valley. A prefeitura de Santo André possui um plano para a criação de um centro de inovação que abrigue este Parque Tecnológico que até então é somente virtual, e realiza seus eventos na prefeitura de Santo André. O espaço pretende abrigar coworking, espaços para cursos, treinamentos e eventos. O presente trabalho busca criar um projeto que também consiga suprir as necessidades do parque tecnológico de Santo André. 49


Imagem: Mandarin Stone /Alterado pela autora


4. Referências Projetuais

4.1 Semaphore - Vicent Callebaut 4.2 Fazenda Vertical Urbana de Brightfood - Stefano Boeri 4.3 The Edge - PLP Arquitetura


4.1 Semaphore Autor: Vicent Callebaut Local: Estrasburgo, França. Data: 2018 O projeto é uma utopia ecológica, com 8.225m² da Soprema empresa de tecnologias voltadas à sustentabilidade na construção civil, na cidade de Estrasburgo, na França. O edifício foi inspirado na biomimética, e busca estimular o trabalho em equipe, bem-estar dos funcionários e à agricultura urbana. Com o projeto buscou-se encontrar o equilíbrio perfeito entre o homem e a natureza. O interior do edifício é flexível e adaptável, onde todos os funcionários do mesmo departamento poderão trabalhar em equipe sem um layout e lugares predefinidos. Desse modo, existem espaços reunião integrados ao layout, permitindo momentos de privacidade quando necessário. A circulação vertical foi projetada como um grande átrio para ser naturalmente iluminada e ventilada, com espaços para encontros informais. Buscando uma integração com a natureza, o edifício possui terraços verdes escalonados, hortas urbanas, estufas e pomares. Para compensar o consumo de energia e produção de carbono, o projeto inclui a plantação de novas 10.000 árvores, arbustos e espécies nativas da região, diminuindo uma enorme quantidade de gás carbônico e combatendo o efeito de ilha de calor. Dessa forma, recupera-se água da chuva para uso das águas cinzas produzidas pelo edifício. Além disso, foi incorporado ao projeto um sistema fotovoltaico e térmico na cobertura, um parque eólico vertical e uma mini usina de biomassa. Os materiais utilizados na construção serão escolhidos para otimizar a qualidade do ar e as condições de conforto no interno do edifício. O projeto se relaciona com o presente trabalho por sua forma, com suas curvas, terraços escalonados e átrios que permitem a entrada de luz natural. Além de se tratar de espaços corporativos criados de maneira flexível, para estimular o trabalho em grupo. O projeto relasiona-se a este trabalho também por meio de suas estratégias que visam a saúde e bem-estar dos usuários e a diminuição de impactos negativos sobre o meio ambiente como :reuso de água, sistema fotovoltaico e térmico na cobertura. 52


Figura 21: Imagem Externa Edifício Semaphore

Fonte: Archdaily (2018) Figura 22: Imagem Interna Edifício Semaphore

Fonte: Archdaily (2018) Figura 23: Imagem Externa Edifício Semaphore

Fonte: Archdaily (2018)

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4.2 Fazenda Vertical Urbana de Brightfood Stefano Boeri Autor: Stefano Boeri Local: Xangai Data: 2021 O projeto explorou uma nova forma de produção dentro de área urbanas, combinando vegetação, produção de alimentos em uma estrutura de 110 mil metros quadrados. O edifício ecológico oferece espaços comerciais e de escritórios. O projeto é uma resposta à crise planetária dos últimos anos, como resultado da expansão da urbanização, o que reduz as área de produção e destrói os de espaços de vida de animais e plantas. Com base nisso, o projeto explorou uma nova forma de produção e vida urbana, propondo uma solução que atenda à demanda por alimentos nas áreas urbanas. A vegetação nas varandas incluirá frutas e vegetais, cultivados em um retiro especialmente projetado a 45° para sul. As condições climáticas de Xangai e a variação sazonal das safras forçaram os arquitetos a projetar 12 estufas em terraços para garantir o crescimento saudável da vegetação. As estufas serão feitas de material de membrana de ETFE, um material transparente e totalmente reciclável. Para mais segurança e privacidade, arbustos e pequenas árvores são plantados na fachada norte do prédio. Este projeto foi escolhido para este estudo, pois é um edifício que aborda as quentões de resiliência urbana, preocupação com o crescimento das cidades, a maneira com que os alimentos são produzidos e as questões ambientais. Além da criação dos espaços de vegetação em terraços, fazendo com que as pessoas que estão dentro do edifico tenham o contato com essa vegetação e possam usufruir da mesma.

54


Figura 24: Imagem Externa Edifício da Fazenda Urbana de Brightfood

Fonte: Archdaily (2021)

Figura 25: Imagem Interna Escritórios da Fazenda Urbana de Brightfood

Fonte: Archdaily (2021) Figura 26: Imagem Externa Terraços da Fazenda Urbana de Brightfood

Fonte: Archdaily (2021)

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4.3 The Edge - PLP Arquitetura Autor: PLP Arquitetura Local: Amsterdã Data: 2015 O The Edge é um edifício de escritórios, com um átrio de 15 andares todo envidraçado que atua como uma grande janela, permitindo a entrada de luz natural, contribuindo para diminuição do uso de energia. O edifício também possui captação de água da chuva, que é armazenada no subsolo para uso dos banheiros, descarga e rega das plantas nos jardins internos e externos. O Layout foi pensado para as pessoas terem a flexibilidade de trabalhar de onde quiserem, tendo qualquer grau de interação social que desejarem, com a ajuda de um aplicativo móvel podem se encontrar, procurar uma mesa vazia tranquila e ajustar os níveis de temperatura e luzes às suas preferências. A tecnologia também foi projetada para gerenciar o uso de energia, conscientizando os usuários sobre a quantidade de energia que eles usam. O projeto é um novo conceito para o ambiente construído, priorizando o conforto, a saúde e a produtividade de seus usuários, sendo considerado o edifício de escritórios mais sustentável do mundo. O edifício foi premiado com a maior classificação já registrada pelo Building Research Establishment (BRE), alcançando a certificação Building Research Establishment Environmental Assessment Methodology (BREEAM) para nova construção de ‘Outstanding’ e uma pontuação de 98,36 %. A relação principal deste projeto com o presente trabalho são as questões aplicadas ao projeto visando a qualidade de vida dos usuários e sustentabilidade. As estratégias criadas durante a concepção do projeto, e as tecnologias empregadas que buscam a diminuição dos impactos negativos ao meio ambiente. Além disso, auxiliou no desenvolvimento do programa de necessidades com a criação de diversos ambientes de trabalho.

56


Figura 27: Foto Interna do Atrio do Edifício The Edge

Fonte: Archdaily (2015)

Figura 28: Foto Externa do Edifício The Edge

Fonte: Archdaily (2015) Figura 29: Foto Interna do Atrio do Edifício The Edge

Fonte: Archdaily (2015)

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Imagem: Daniele Girardi Archtteto /Alterado


5. Partido Arquitetônico

5.1 Programa 5.2 Diretrizes Projetetuais para um Edifício Verde


5.1 Programa Público Alvo No que diz respeito a espaços de trabalho, o projeto tem como público alvo pessoas autônomas ou funcionários de empresas, que buscam um local de local de trabalho flexível, além dos que procuram um espaço para expandir seus conhecimentos, ampliar sua rede de networking, impulsonar a carreira e negócios. Os espaços comerciais tem como público aqueles que moram e trabalham nesta região. Já a fazenda urbana é direcionada aos restaurantes e mercados deste bairro, pelo fato de estar em expansão. Usos: Fazenda Urbana A fazenda urbana foi pensada como uma maneira de oferecer alimentos orgânicos para os usuários do edifício, restaurantes e mercados desta região, contribuindo em tornar o bairro mais resiliente, oferecendo alimentos saudáveis, resultado de uma agricultura sustentável. Centro de Eventos O Centro de Eventos possui auditório e espaço flexível para feiras, workshops, exposições entre outros eventos. O espaço também foi pensado para abrigar eventos que acontecem na cidade e no Polo Tecnológico de Santo André. Coworking O Coworking possui espaços de trabalho flexíveis, que proporcioname ambientes que foram pensados para oferecer uma boa qualidade de vida no trabalho, bem estar, além de contribuir para a produtividade dos usuários.

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Incubadora de Empresas A incubadora de Empresas foi pensada para ter espaços flexíveis para cursos, workshops e palestras, além de espaços de estudo compartilhados que permitem mentoriais e proporcionam troca de conhecimento.


Figura 30: Diagrama de Usos

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Comércio Centro de Eventos Fazenda Urbana Coworking Incubadora de Empresas Administração Terraços

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Tabela 1 : Programa de Necessidades Uso

Setor

Comercial

Centro de Eventos

Administração de Serviços

Educacional Fazenda Urbana Produção

Apoio a Produção

Acesso Áreas Tecnicas Trabalho Compartilhado

Trabalho Privado

Coworking

Salas de Reunião

Convivio

Bem-Estar

Incubadora de Empresas

Áreas Tecnicas Educacional

Subsolo

Tratamento Carga e Descarga

Banheiros Administração Circulação Área Total Computavel Terraços Área Total do Edifício

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Áreas Permeavies

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

Ambiente Restaurante Café Mercado de Produtos Organicos Foyer Auditório Copa Espaço para Eventos Vestiário Copa Depósito Descompressão Sala de TI Central de Controle Sgurança Áreas de Trabalho Sala de Reunião Laboratório Sala de Estudos Exposições Espaço Multiuso Atelier Gastronomico Herbário Estufa Experimental Áreas de Cultivo Aquoponia e Hidroponia Carga e Descarga Laboratorio Brerçario Insumos Depósito Camera Fria Colheita Controle de Qualidade Compostagem Encaixotamento Gerador Depósito de Maquinario Recepção Depósito de Correspondencia Armários Sala de TI Deósito de Materiais de Escritório Mesas de Trabalho Compartilhado (Espaço Aberto) Mesas de Trabalho Compartilhado (Espaço Fechado) Plotagem Sala Privadas Flexiveis 30 modulos de 10m² Estudio de gravação de podcast 2 Estudio de Foto e Video 2 Sala Video Conferencia 4 pessoas 4 salas Sala Video Conferencia 8 pessoas 2 salas Sala Video Conferencia 12 pessoas 1 sala Sala Video Conferencia 20 pessoas 1 sala Sala Brainstorm 10 pessoas 1 sala Sala de Reunião + Copa 20 pessoas 1 sala Louge Brainstorm 10 Louge Conversação 10 Lounge Reunião em Grupo 10 loundges Cabines de Ligação 10 cabines Bar Sala de TV e Video Game Sala de Yoga e Meditação Sala Bem-Estar Sala Saúde Médica Academia Copa e Refeitório Recepção Sala de TI Depósito de Mobiliario Espaços Flexiveis para cursos e workshops Área de Estudos Estacionamento Tratamento de Agúa Tratamento de Lixo Depósito para Craga e Desacrga da Fazenda Urbana Depósito para Craga e Desacrga do Centro de Eventos

Área (m²) 800 200 800 300 750 60 800 30 40 15 60 15 70 40 300 60 300 300 250 200 150 100 500 2700 800 100 230 350 90 100 180 350 125 200 125 70 130 15 15 20 10 20 800 500 20 300 40 40 112 122 84 140 70 180 280 150 280 50 100 250 100 180 80 300 200 15 10 800 2000 2000 12000 500 500 700 700 540 640 7300 43853 13820 57673

% do total

m² por pessoa

Total de Pessoas

3,12%

1,5m² por pessoa

1200 pessoas

3,31%

775 pessoas

13,83%

7m² por pessoa

200 pessoas

7,72%

7m² por pessoa

460 pessoas

8,36%

1,5² por pessoa

1000 pessoas

1 vaga a cada 100m² 25%

0,93% 1,10% 12,65% 3600 pessoas 23,96% 100,00%



5.2 Diretrizes Projetuais para um Edifício Verde Figura 31: Diagrama de Diretrizes para um Edifício verde

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

64


65


As Diretrizes Projetuais propostas para a criação de um Edifício Verde pretendem criar um projeto que abrange três escalas projetuais em busca de uma comunidade sustentável e um ambiente focado na saúde e bem-estar dos usuários. Este capítulo irá abordar cada estratégia projetual detalhadamente, sendo elas: Escala Urbana • Impulsionar o Crescimento Econômico por meio de estímulos a empresas e profissionais; • Localização e Acesso, oferecendo uma boa mobilidade urbana; • Áreas Permeáveis, criando áreas além da exigida; Restauração da Biodiversidade, desenvolvendo paisagismo com espécies nativas da Mata Atlântica; • Iluminação Externa Autossuficiente, com postes de energia fotovoltaicos; • Agricultura Sustentável, produção de alimentos orgânicos; • Coleta e Tratamento de Lixo gerado pelo edifício; Escala do Edifício • Sistema Estrutural Misto: concreto e aço, gerando economia de concreto; • Iluminação natural e uso iluminação inteligente; • Conforto Térmico: ventilação natural, uso de elemento na fachada que permite a proteção solar e uso de vigas frias; • Acústica: elemento de fachada que permite a reflexão sonora, uso de barreira acústica e forro absorvedor; • Compensação da pegada de carbono por meio da vegetação ; • Energia Limpa, uso de painéis fotovoltaicos na cobertura e na fachada; • Aproveitamento das águas plúvias;

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Escala do Interior • Ambiente que promove saúde e bem- estar; • Design Ativo: ayout pensado para maior movimentação interna; • Design Biofílico promovendo a integração com a natureza.:

5.2.1 Escala Urbana Impulsionar o Crescimento Econômico O crescimento econômico é considerado um dos 21 objetivos de desenvolvimento sustentável estabelecidos pela ONU. “Promover políticas orientadas para o desenvolvimento que apoiem as atividades produtivas, geração de emprego decente, empreendedorismo, criatividade e inovação, e incentivar a formalização e o crescimento das micro, pequenas e médias empresas, inclusive por meio do acesso a serviços financeiros.” (ONU - Organização das Nações Unidas, 2015)

O presente trabalho busca Impulsionar o Crescimento Econômico nesta região, como base no tópico 8.3 citado acima. Os usos abrigados pelo edifício como Centro de Eventos, por exemplo: Incubadora de Empresas e Coworking, e a ligação do mesmo com o Polo Tecnológico de Santo André tem como objetivo impulsionar empresas e carreiras por meio do empreendedorismo, inovação e criatividade, contribuindo para o crescimento econômico desta região. Localização e Acesso De acordo com o artigo Health, Wellbeing & Productivity in Offices publicado pelo World Green Building Council (2014), os escritório saudáveis devem possuir acesso a transporte, rotas de caminhada e ciclofaixas. Locais com boa mobilidade urbana , próximos as redes de transportes públicos ,evitando os deslocamentos de carro, o que contribui para diminuir o estresse , o cosumo consumo de combustíveis fósseis e emissão dos gases do esfeito estufa, do fato de que rotas realizadas a pé e de bicicleta contribuem para a saúde. 67


O edifício está localiza a 15 minutos andando e 3 minutos de bicicleta da estação de Trem, Prefeito Saladino (Linha Turquesa da CPTM). O projeto criou uma conexão entre o empreendimento e estação de trem através da rua posterior do terreno, criando uma ciclo faixa e uma rua mais caminhável. Desse modo, ocorreu uma uma conexão com o Parque Celso Daniel localizado na Av. Industrial (frontal do terreno), por meio do canteiro central existente na avenida. Figura 32: Mapa com Acessos Propostos

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Áreas Permeáveis Em relaçãp às áreas permeáveis são espaços com vegetação a onde existe absorção direta de água da chuva pelo solo. Esta absorção contribui para aliviar o sistema de drenagem público urbano, diminuindo as enchentes e enxurradas, permitindo a implementação de sistema de captação de água da chuva para reuso. Esta área quando possui uma boa cobertura arbórea contribui para o equilíbrio climático, diminuindo os efeitos provocados pelas ilhas de calor.

68


O plano diretor de Santo André determina que 20% do terreno seja destinado a áreas permeáveis. O projeto propõe a criação de uma praça na frente do terreno que possui 32% a mais de áreas permeáveis. Figura 33: Diagram com Áreas Permeáveis Áreas Permeáveis

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Restauração da Biodiversidade A conservação da biodiversidade é essencial para o meio ambiente, pois assegura a diversidade de organismos vivos que mantém o equilibro da natureza e de tudo que ela oferece. A proteção da vida terrestre é considerado um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. “Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade.” (ONU - Organização das Nações Unidas, 2015) Embora o projeto não esteja localizado próximo a florestas ou áreas de preservação, a praça foi criada na frente do edifício para abrigar algumas especies nativas da Mata Atlântica como pau-ferro, ipê-amarelo, macacá da serra, ipê-rosa, mulungu entre outras. Esta diretriz busca restaurar e promover a biodiversidade, a fauna e flora urbana. 69


Tabela 2: Tabela de Arvores Propostas para o Projeto TIPO

REPRESENTAÇÃO

NOME POPULAR

NOME CIENTIFICO

ALTURA

DIAMENTRO

JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

FLOR/ FRUTO JUN JUL AGO

SET

OUT

NOV

IMAGEM

DEZ

DETALHE

OBSERVAÇÕES Polinizador principal: abelhas Decídua: perde as folhas no outono e inverno

Aceroleira

Malpighia emarginata

4M

3M

Amoreira

Morus nigra

8M

8M

Ipê‐Amarelo

Handroanthus chrysotricha

30M

6M

Polinizador principal: abelhas Decídua: perde as folhas no outono e inverno

Ipê‐ Rosa

Handroanthus heptaphyllus

30M

12M

Polinizador principal: beija‐flor Decídua: perde as folhas no outono e inverno

Jabuticabeira

Myrciaria trunciflora

9M

3M

Polinizador principal: abelhas Decídua: perde as folhas no outono e inverno

Manaca‐da‐Serra

Tibouchina mutabilis

5M

4M

Principal Polinizador: Beija‐flor Semi‐Decídua: folhas caem parcialmente durante todo o ano.

Mulungu

Erythrina falcata

15M

8M

Polinizador principal: abelhas Decídua: perde as folhas no outono e inverno

Pau‐Ferro

Caesalpinia ferrea

30M

10M

Polinizador principal: abelhas Semi‐Decídua: folhas caem parcialmente durante todo o ano

Areca

Dypsis lutescens

6‐12M

4M

Possui perido de frutificação incerto Perene: Folhas não caem durante todo o ano

Palmeira Fenix

Phoenix roebelenii

4M

2M

Perene: Folhas não caem durante todo o ano

BC

ARVORES

BC

BC

BC

BC

BC

Polinizador principal: abelhas Decídua: perde as folhas no outono e inverno

BC

BC

BC

BC

BC

BC

BC

BC

BC

BC

BC

BC

BC

PALMEIRAS

Fonte: Elaborado pela autora, 2021 Tabela 3: Tabela de Arbustos e Forrações Propostas para o Projeto TIPO

CHAVE

REPRESENTAÇÃO

NOME POPULAR

NOME CIENTIFICO

ALTURA

DIAMENTRO FLOR/ FLORAÇÃO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

IMAGEM

DETALHE

OBSERVAÇÕES

LIMU

Barba de Serpente

Liriope muscari

0,4M

0,7 M

Perene: Folhas não caem durante todo o ano

AXCO

Grama São Carlos

Axonopus compressus

0,1 a 0,15 CM

Perene: Folhas não caem durante todo o ano

OPJA

Grama Preta

Ophiopogon japonicus

20 CM

Perene: Folhas não caem durante todo o ano

IRHE

Iresine

Iresine herbstii

1,2M

2,5 M

Polinizador principal: insetos e passáros Perene: Folhas não caem durante todo o ano

FORRAÇÕES

TIPO

ARBUSTOS

NOME POPULAR

ALTURA

DIAMENTRO FLOR/ FLORAÇÃO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ

IMAGEM

DETALHE

OBSERVAÇÃO

AGAPB

Agapanto

Agapanthus

0,6M

0,6M

Polinizador principal: beija‐flor Perene: Folhas não caem durante todo o ano

ALPU

Alpinea

Alpinia purpurata

1,8M

1,2 M

Polinizador principal: abelhas Perene: Folhas não caem durante todo o ano

STRE

Avê‐do‐ Paraiso

Strelitzia reginae

1,2M

1,5 M

Polinizador principal:pássaros Perene: Folhas não caem durante todo o ano Polinizador principal: beija‐flor Perene: Folhas não caem durante todo o ano

ALIM

Bromêlia Imperial

Alcantarea imperialis

1,5M

1,5 M

IRPS

Bromêlia Imperial

Iris pseudacorus

0,8M

0,1M

Polinizador principal: abelhas e borboletas Perene: Folhas não caem durante todo o ano

COTE

Dracena Vermelha

Cordyline terminalis

2M

1,8 M

Perene: Folhas não caem durante todo o ano

Fonte: Elaborado pela autora, 2021

70

NOME CIENTIFICO


Figura 34: Planta com Especies de Arvore

Figura 35: Planta com Especies de Arbustos e Forrações

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Iluminação Externa Autossuficiente O uso de uma iluminação externa autossuficiente representa o uso de postes de luz que possuem um sistema de captação de energia solar. Sendo assim, o projeto adotou a escolha de um sistema de iluminação que consiste em um poste de luz com um placa fotovoltaica que capta a luz solar durante o dia, transforma em energia, que fica armazenada em uma bateria para ser utilizada a noite. Este sistema contribui para a diminuição do uso de energia não renovável. Figura 36: Sistema do Poste de Energia Fotovoltaica

Figura 37: Detalhe Área de Iluminação do Poste de Energia Fotovoltaica

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

71


Agricultura Sustentável A agricultura sustentável é o meio de produção que gera alimentos saudáveis sem a utilização de pesticidas e adubos químicos, garantindo a conservação dos recursos naturais. Promover a agricultura sustentável também é considerada um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo (ONU - Organização das Nações Unidas, 2015)

Um dos usos do edifício é uma Fazenda Urbana que foi pensada para praticar uma agricultura sustentável. Por meio da produção de alimentos orgânicos ,tem o objetivo de abastecer o próprio edifício, mercados e restaurantes do seu entorno, o que contribui para a saúde desta população, visto que os alimentos livres de pesticidas e adubos químicos são mais nutritivos e possuem menor risco de gerar problemas a saúde. Em vista disso a distribuição dos alimentos da Fazenda Urbana para restaurantes e mercados em seu entorno garante que os alimentos foram produzidos e conservando os recursos naturais, além de diminuir os deslocamentos com transporte gerando menos poluentes. Figura 38: Mapa com Restaurantes e Marcado a menos de 500m do Edifício

Fonte: Google Mpas alterado pela autora, (2021)

72


A seguir serão explicados os três tipos de produção existente na fazenda, e quais alimentos foram pensado para cada produção. • Hidroponia A Hidroponia se caracteriza por ser um sistema de cultivo que não precisa de terra. As raízes das plantas ficam imersas em uma solução nutritiva de água e fertilizantes, esta solução fica em um reservatório e é bombeada de acordo com a necessidade. A luz de LED pode ser utilizada na produção hidropônica, segundo Rocha (2017) a luz de LED permite o aumento do número de folhas, e contribuem para melhor formação do sistema radicular, o que permite maior adsorção de nutrientes . Figura 39: Sistema de Cultivo de Hidroponia

Fonte: Uferg, (2020).

Figura 40: Fazenda Urbana na Sede do Ifood em Osasco

Fonte: BeeGreen , (2021)

Figura 41: Alimentos para Produção em Hidroponia

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

• Aquaponia A Aquaponia é um sistema de cultivo que une a hidroponia ao cultivo de peixes (a tilápia é o peixe mais indicado para o processo), onde os peixes ficam localizados em um tanque abaixo da produção. Quando se alimentam e respiram eles produzem amônia, este componente é toxico para os peixes, porém nutritivo para as plantas. As plantas absorvem esses componentes, e a água rernona para o tanque dos peixes. 73


Figura 42: Sistema de Cultivo de Aquaponia

Fonte: Alexa Gaspar, (2019) Figura 43: Alimentos para Cultivo em Aquaponia

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

• Cultivo em Vasos Algumas frutas foram pensadas para serem plantadas em vasos, não só na fazenda mas também nos terraços do edifício, para que os usuários possam ter acesso. Foram selecionadas somete frutas que permitem o cultivo dentro de vasos. 74


Figura 44: Frutas para Cultivo em Vasos

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Será realizada a compostagem, para produzir o substrato orgânico para os sistemas de cultivo que necessitarem. A relação da fazenda com o lixo produzido no edifício e a compostagem serão explicadas na próxima diretriz. Coleta Seletiva e Tratamento de Lixo A coleta seletiva consiste na separação do lixo de acordo com seu devido uso, evitando a disseminação de doenças e diminuindo a emissão de poluentes tóxicos que contaminam os solos, água e rios. A comercialização de recicláveis pode gerar empregos e renda o que contribui para um cidade resiliente. O edifício possui uma estação de coleta e tratamento de lixo onde, o lixo reciclável é separado em diferentes categorias, sendo mandado para as estações de coleta de Santo André, a unidade mais próxima do edifício está localiza a 15 minutos de carro. O Semasa - Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André possui uma rede de estações de coleta, que recebem o lixo reciclável e posteriormente enviam para cooperativas. O lixo orgânico produzido no edifício também é separado nesta estação de tratamento e levado até a fazenda urbana, onde é realizado o processo de compostagem. A compostagem consiste na separação de restos de alimentos como cascas e restos de frutas, verduras e legumes, que são colocados sobre um minhocário. As minhocas fazem a decomposição do alimento o que resultada em um substrato orgânico rico em nutrientes. Figura 45: Ciclo da Compostagem

Fonte: World Wide Fund for Nature (2020)

Figura 46: Como Funciona uma Composteira

Fonte: Welington Jhon

75


5.2.2 Escala do Edifício • Sistema Estrutural: O sistema estrutural escolhido para o projeto foi um sistema misto que consiste em vigas e pilares de aço e laje grelha de concreto, usando um sistema chamado de Slim Floor. A laje grelha de concreto foi escolhida por ser capaz de vencer um vão de 20m e fazer formas curvas existentes no projeto. As vigas e pilares em aço foram escolhidos pelo fato de o aço ser uma matéria prima renovável, fazendo com que as vigas e pilares possam ser reutilizados, diferentemente do concreto. O sistema Slim Floor utilizado na estrutura consiste no apoio de lajes grelha em vigas metálicas, o que permite uma diminuição do uso de concreto no edifício. As conexões da estrutura entre concreto e aço são feitas por meio de pinos de aço que são soldados nas vigas de concreto. Figura 47: Detalhamento de Estrutura

É

Fonte: Elaborado pela Autora (2021).

76


Figura 48: Detalhamento 01 - Conexão entre viga e laje

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Figura 49: Detalhamento 02 - Conexão entre viga e pilar

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Os pilares em estrutura metálica são revestidos com anéis de MLC (Madeira Laminada Colada). O elemento de fachada consiste em um elemento em estrutura metálica fixado a uma floreira de concreto , que contorna toda a laje. Esta estrutura metálica da fachada possui duas placas inclinadas sendo a de baixo uma chapa metálica e a de cima um painel fotovoltaico. Figura 50: Elemento de fachada

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Figura 51: Detalhe 03 - Conexão entre painel solar e fachada

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

Figura 52: Detalhe 04- Conecxão entre viga e Fachada

Fonte: Elaborado pela Autora (2021)

• Iluminação: O projeto buscou a criação de estratégias que permitissem uma a entrada de luz natural, utilizando vidro em todos os pavimentos, e criando vazios internos. A grande entrada de luz foi pensada para impedir a desregulação do ciclo circadiano. Segundo Weatherspoon (2019) o ciclo circadiano é o ciclo biológico de 24h no qual os seres vivos se baseiam, ele está ligado a incidência de luz solar e é responsável por regular horário do sono, apetite, temperatura corporal, níveis de hormônio, estado de alerta, pressão sanguínea e metabolismo. A desregulação deste ciclo pode causar ansiedade diurna, depressão, menor desempenho no trabalho 77


maior propensão a acidentes, falta de agilidade mental, aumento do risco de diabetes e obesidade. Muitos favores impedem a desregulação deste ciclo, porém um deles é a exposição a luz natural. Busca-se também a implementação de sistema Vive de iluminação inteligente, da empresa Lutron. O sistema permite que cada usuário do coworking e incubadora de empresas consiga controlar por meio de aplicativos a sua intensidade de iluminação de acordo com seu conforto e produtividade, além a relógios que controlam a demanda de energia de cada usuário e um sistema de gestão de análise predial. Figura 53: Sistema de Iluminação Inteligente Vive

Figura 54: Sistema de Gestão de Iluminação Inteligente Vive

Fonte: Lutron (2021)

Fonte: Lutron (2021)

Conforto Térmico As diretrizes que buscam o conforto térmico do edifício procuraram estratégias de ventilação e proteção solar. A criação de varandas no entrono de todos os pavimentos impede a incidência direta do sol sobre os ambientes. As fachadas Nordeste, Noroeste e Sudeste que tem mais incidência de sol possuem elementos de fachada com floreiras. Figura 55: Diagrama de Insolação

78

Fonte: Elaborado pela Autora (2021).


O edifício possui vazios internos que permitem a ventilação passiva. Segundo a plataforma Projeteee (2021) a ventilação passiva pode ser ventilação cruzada ou efeito chaminé, em que o ar mais frio faz pressão sobre o ar mais quente que tende a subir e ser eliminado do edifício. Figura 56: Diagrama de Insolação e Ventilação

Fonte: Elaborado pela Autora (2021).

Outra estratégia é o uso de vigas frias, onde o ar interno é resfriado através do resfriamento da água. O sistema consiste em uma pequena entrada de ar primário e a outra parte de ar interno, ambos são resfriados por serpentinas de água fria. De acordo com o Word Green Building Council (2015), as vigas frias possuem a vantagem de alcançar a mesma temperatura que um ar-condicionado comum atingiria com uma pequena quantia de água e gastando menos energia. Outra vantagem é que, por usar pouco ar externo, faz com que a qualidade interna do ar seja mais saudável. Figura 57: Diagrama de funcionamento de vigas frias

Fonte: Fred Betz (2012)

79


• Conforto Acústico: O edifício está localizado a frente da linha do trem, segundo o Souza (2021), um trem emite em média 80 db. Sendo assim foram adotadas as seguintes estratégias para promover o conforto acústico do edifício. A criação de uma barreira acústica da parte posterior do terreno, com 4m de altura, segundo Amarilla (2019) a barreira acústica é capaz de deter até 23db, o que ainda resultaria na emissão de 55db. Levando em conta a distância da barreia até o edifício, o que contribuiria para a diminuição deste valor, o elemento de fachada teria um papel refletor neste caso. O uso de forro absorvedor na área externa permitiria que quando os raios sonoros fossem refletidos pela fachada seriam absorvidos pelo forro, contribuindo para sua dispersão e diminuindo sua intensidade até chegar no interior do edifício. Figura 58: Diagrama de Confoto Acústico

Fonte: Elaborado pela Autora, 2021.

• Energia Limpa: Garantir Energia Limpa é considerado um dos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU (2015), que tem como objetivo aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global, diminuir a produção de CO2. 80


O Projeto buscou utilizar a energia fotovoltaica, por meio de painéis solares presentes na fachada e na cobertura. De acordo com estimativas realizadas através do software Solergo, foi possível determinar os painéis da cobertura voltados para a fachada norte, o que proporciona o seu máximo rendimento, sendo 44,28 kwh/mês. Os painéis solares da fachada estão localizados na fachada nordeste e noroeste , por conta disso possuem uma diminuição em sua eficiência que foi estimada em 30 kwh/mês. Considerando um consumo mensal do edifico de 300.000 kwh/mês, e uma economia com as placas de 53.237 kwh/mês, o edifício teria uma economia de energia de 17,7%. Tabela 04: Tabela de Geração de Energia Fotovoltaico

Pavimentos 1 Pavimento 2 Pavimento 3 Pavimento 4 Pavimento 5 Pavimento 6 Pavimento 7 Pavimento 8 Pavimento 9 Pavimento 10 Pavimento 11 Pavimento 12 Pavimento 13 Pavimento 14 Pavimento Total Pavimentos Cobertura Total de Energia Gerada

N° de paineis por pavimentos na fachada Rendimento por pavimento ( 1 painel - 30kwh/mês) 143 4290 kwh/mês 143 4290 kwh/mês 110 3300 kwh/mês 98 2940 kwh/mês 87 2610 kwh/mês 87 2610 kwh/mês 67 2010kwh/mês 67 2010kwh/mês 56 1680kwh/mês 48 1440kwh/mês 35 1050kwh/mês 35 1050kwh/mês 48 1440 kwh/mês 48 1440 kwh/mês 1072 32.160 kwh/mês N° de paineis por pavimentos na fachada Rendimento por pavimento ( 1 painel - 44,28kwh/mês) 476 21.077,28 kwh/mês 53237,28 kwh/mês

Fonte: Elaborada pela Autora (2021)

Figura 59: Diagrama de Insolação Painéis Solares da Fachada

Figura 60: Detalhe Painéis Solares da Cobertura

Fonte: Elaborado pela Autora, (2021)

Fonte: Elaborado pela Autora, (2021.)

81


Os painéis fotovoltaicos da fachada foram pensados para serem fixados em um e elemento em estrutura metálica, no qual eles ficam inclinados. Os painéis escolhidos foram da marca CSEN, pois possuem uma tecnologia de painéis coloridos, o que permitiu a escolha de painéis brancos que compunham melhor a estética da fachada. O painel solar recebe uma película que contêm a cor e permite a penetração dos raios solares não alterando sua eficiência. Figura 61: Painel Fotovoltaico com pelicula de cor

Fonte: CSEN (2014)

Figura 62: Fachada com Painel Fotovoltaico Branco

Fonte: InHabitat (2014)

• Emissão de CO2: A concentração de CO2 interfere diretamente na qualidade interna do ar e na saúde das pessoas, podendo gerar problemas respiratórios e cardiovasculares. Sua emissão pode vir de diversas fontes, como por exemplo durante a produção de energia nas usinas hidrelétricas ou durante a queima de combustíveis fosseis como o petróleo. Plantar árvores e outros tipos de vegetação é um meio de compensar a emissão de CO2, pois durante o processo de fotossíntese a vegetação absorve a luz, água e CO2, para manter suas funções vitais, diminuindo sua concentração na atmosfera e melhorando a qualidade do ar. Figura 63 : Diagrama de como as arvores estocam carbono

Fonte: Jornal NH, (2021).

82


O cálculo de emissão de CO2 leva em conta diversos aspectos, o projeto em questão levou em consideração a emissão de CO2 liberada durante a produção de energia. O edifício consumirá uma média de 300.000 kwh/mês, levando em conta que 17,7% serão compensados por uso de energia limpa, teremos 246.763 kwh/mês, consumidos de energia não renovável. Sendo assim de acordo com a instituição SOS Mata Atlântica, esta quantidade de energia liberará 82,74 toneladas de CO2 na atmosfera. Para compensar esta liberação a instituição indica plantar 520 mudas de arvores. O projeto criou uma área verde e considera 150 mudas de arvores o que compensaria 28,8% de CO2 emitido. Além disso o projeto buscou outras diretrizes em busca de melhorar a qualidade interna do ar como o uso floreiras em volta de todos os pavimentos e a plantação de mudar frutíferas nos terraços diminuindo a concentração de CO2. O projeto também criou um espaço para carregamento de carros elétricos no subsolo, buscando o incentivo para utilização de carros que não utilizes combustíveis fosseis. Figura 64 : Detalhe da vegetação nas varandas

Fonte: Elaborado pela autora (2021)

Reuso de Água Em busca de implementar o sistema de reuso de água no edifício, todas os terraços e praça possuem piso drenante, camada de assentamento, base permeável manta impermeabilizante e um contrapiso com inclinação. Isso permite que a água penetre sobre o piso e seja levada até o tudo de queda que leva ao reservatório que está no subsolo, lá a água é filtrada e bombeada para o jardim para irrigaçao e para o reservatório superior para das bacias sanitárias do edifício. 83


Figura 65 : Diagrama com sistema de tratamento e uso de águas pluviais

Fonte: Elaborado pela autora (2021).

Para o seguinte cálculo foi consideração a NBR 5626: Instalação Predial de Água Fria. Sendo assim o gasto médio mensal do edifício seria de 2.940.412L/mês. Considerando a informação Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) de que no mês na cidade de São Paulo chove 110mm, e a área permeável do empreendimento é de 15.000m², seria possível captar 1.650.000 L/mês. Levando em conta que o consumo de água com irrigação representam 17,7 % do consumo do edifício. E que segundo Deboita (2014), o consumo das bacias sanitária represente 30% do consumo total. Totalizariam 47,7% do consumo, que poderia ser abastecido pela captação de águas pluviais, o que equivale a 1.281.993L/mês. Sendo possível captar 1.650.000 L/mês, seria viável suprir o consumo de água de irrigação de bacias sanitárias do edifício. Tabela 05: Tabela de Consumo de Água

Uso Restaurante Mercado Auditório Coworking + Imcubadora + Fazenda Jardim + Fazenda Total Fonte: Elaborada pela Autora

84

L/dia 25 por refeição 5 por m2 2 por lugar 50 por pessoa 1,5 por m²

n° pessoas/ m² 380 400m² 700 lugares 1680 pessoas 13,8811m²

Consumo (L) 9500 2000 1400 84000 20.717 117616,5


5.2.3 Escala do Interior • Ambientes que promovem saúde e bem-estar: A criação desta diretriz tem o objetivo de diminuir questões ligadas ao estresse e ansiedade que são muito comuns do ambiente de trabalho e prejudiciais a saúde. De acordo pesquisa feita pela empresa de recrutamento Talenses, no Brasil 49% das pessoas já tiveram crise de ansiedade e 44% já dizem ter sofrido esgotamento mental devido ao estresse profissional (síndrome de brunout). Segundo a OMS para cada US$ 1 investido em ações que promovem melhorias de bem-estar mental nos colabores de empresas US$ 4 são percebidos com ganhos no aumento de produtividade. . Em busca que promover a saúde e bem-estar nos ambientes de trabalho, o cowrking o centro de inovação buscam o invetivo a um estilo de vida saudável, apoiando o exercício físico, e momentos de relaxamento, pensado nisso foi desenvolvido um pavimento que possui academia, sala de yôga e meditação, spa com espaço para massagem e sala para promover exames de rotina a criação desses ambientes junto ao espaço de trabalho foi pensada • Design Ativo: O design ativo é criação de um design de interiores que integre atividades físicas no ambiente, sendo um meio de ajudar a evitar o sedentarismo, sendo uma parâmetro ser seguido para ambiente corporativos de edifícios verdes de acordo com o World Green Budilgn Conuncil. Sendo assim , o layout do ambiente corporativo foi pensado criando diversas possibilidades de ambientes de trabalho, sendo elas formais e informais o que estimula a movimentação dos usuários e a troca de ambientes, fazendo com que permaneçam mais ativos ao longo do dia. 85


Figura 66 : Layout corporativo OSF

Fonte: OFS (2018).

Foi utilizado como base, para a criação de diferentes ambientes de trabalho os layout propostos pela empresa de mobiliário corporativo OFS. Por meio da combinação de diferentes tipos de mobiliário são criados diversos ambientes de trabalho.

• Design Biofílico: O design biofílico é criação de estratégias que promovam um maior contato do usurários com a luz natural e elementos da natureza. De acordo com o estudo do The Human Spaces (2015), sobre o impacto do design biofílico no ambiente de trabalho se destacam como efeitos positivos o aumento do bem-estar, produtividade e criatividade. O projeto buscou a criação de estrategias de iluminação natural, como descrito anteriormente, e uma relação com elementos da natureza, com todas as fachadas envidraçadas voltadas para varandas que posse um arvores frutíferas e flores, o que permite um contato direto, em todos os ambientes com a vegetação. Outro elemento natural é a madeira que está presente no forro e no revestimento dos pilares.

86


Figura 67: Benefícios das Plantas

Fonte: Urban Planters (2021).

87


Imagem: Fiandre Architecture Surfaces /Altera-


6. Projeto Centro de Inovação


Implantação Térreo cota 750.0

90


Diagrama de Acessos

Circulação Vertical Circulação Horizontal

91


Planta Subsolo cota 741.0

20

20

20

20

20

01

A /

i=20%

i=20%

/

B

741.0

20

A' /

20

02

20

02

03

20

05

04

06

/

B'

1.ESTACIONAMENTO 2.ÁREA DE CARGA E DESCARREGAMENTO 3. DEPÓSITO ESPAÇO DE EVENTOS 4. DEPÓSITO E TRATAMENTO DE LIXO 5. TRATAMENTO DE ÁGUAS PLÚVIAIS 6. DEPÓSITO DA FAZENDA URBANA

0

92

5

10

25


i=20%

20

20

20

20

i=20%

Planta Subsolo cota 745.5

20

/

B

20

745.5 A /

01

i=20%

02 i=20%

03

A' /

20

20

20

/

B'

1.ESTACIONAMENTO 2. BICICLETÁRIO 3. CARREGAMENTO DE CARROS ELÉTRICOS

0

5

10

25

93


Planta Mezanino cota 753.25

94


Planta 1° Pavimento cota 758.0

95


Planta 2° Pavimento cota 762.5

96


Planta 3° Pavimento cota 767.0

97


Planta 4° Pavimento cota 775.0

98


Planta 5° Pavimento cota 779.5

99


Planta 6° Pavimento cota 784.0

100


Planta 7° Pavimento cota 788.5

101


Planta 8° Pavimento cota 793.0

102


Planta 9° Pavimento cota 797.5

103


Planta 10° Pavimento cota 802.0

104


Planta 11° Pavimento cota 806.5

105


Planta 12° Pavimento cota 811.0

106


Planta 13° Pavimento cota 815.5

107


Planta Cobertura cota 820.0

108



Corte AA'



Corte BB'



Vectorworks Educat Corte Detalhado

02 03 04

01 05

det 1

det 2 06

07

08

11 09

12

10

det 3

det 4

114

DETALHE 1

Vectorworks Educat ELEMENTO D

DETALHE 2


tional Version

21 20

19 18

17 16 15

14 13

01.FLOREIRA 01.FLOREIRA 02. MANTA IMPERMEAVEL E ANTIRAIZ 19 02. MANTA IMPERMEAVEL E ANTIRAIZ 03. BASE PERMEAVEL 18 03. BASE PERMEAVEL 04. SUBSTRATO ORGANICO 04. SUBSTRATO05. ORGANICO ELEMENTO DE FACHADA METALICO FACHADA METALICO 05. ELEMENTO DE 06.VIDRO COM ISOLAMENTO ACÚSTICO 06. PEÇA DE ACABAMENTO 07. PISO DRENANTE 07. LÃ DE ROCHA FORRO DE = DEMADEIRA ASSENTAMENTO 08.+CAMADA FORRO ABSORVEDOR 09. BASE PERMEAVEL 08.VIDRO COM ISOLAMENTO ACÚSTICO 17 10. MANTA IMPERMEAVEL 09. PISO DRENANTE 11. VIGA METALICA SLIM FLOOR 10. CAMADA DE12. ASSENTAMENTO 16 LAJE GRELHA 11. BASE PERMEAVEL 13. CONTRAPISO 12. MANTA IMPERMEAVEL 14 PISO FLUTUANTE, = LÃ DE ROCHA + CONTRAPISO 13. VIGA METALICA SLIM ELEVADO FLOOR 15. PISO 14. LAJE GRELHA 16. PILAR METALICO 15 15. CONTRAPISO 17. REVESTIMENTO ACM DO PILAR 1416. PISO FLUTUANTE, = LÃ DE ROCHA + CONTRAPISO 18 FORRO MINERAL 13 17. PISO ELEVADO 19. SISTEMA DE VIGA FRIA 18. PILAR METALICO 19. REVESTIMENTO DO PILAR EM MLC 12 20. FORRO COM REVESTIMENTO DE MADEIRA 11 21. SISTEMA DE VIGA FRIA

s Educational Version tional Version DE FACHADA

DETALHE 3

DETALHE 4

115










Mercado de Produtos Orgânicos



Fazenda Urbana



Auditório



Incubadora de Empresas



Coworking



Coworking



Imagem: Yin Yang /Alterado pela autora


7. Considerações Finais


As discussões sobre a geração de impactos positivos ao meio ambiente e a saúde do ambiente construído tem se tornado cada vez mais presentes nos projetos de arquitetura e urbanismo, o que resultou ao desenvolvimento do presente trabalho. A partir da elaboração deste projeto foi possível compreender sobre como as diretrizes sustentáveis podem impactar positivamente a qualidade de vida das pessoas e gerar impactos positivos meio ambiente. A apresentação das diretrizes em diferentes âmbitos expôs seu impacto nas escalas urbana, do edifício e de seu interior. Abordoado aspectos para criação de uma cidade resiliente, que desenvolve a agricultura urbana, um edifício que busca minimizar seus impactos negativos gerados ao meio ambiente e que promova a saúde e bem estar de seus ocupantes. E um ambiente corporativo que estimule a produtividade de seus usuários. O desenvolvimento do trabalho, me permitiu aprofundar diversos conhecimentos sobre sustentabilidade em diferentes escalas de projeto. Contribuindo para minha forçação enquanto arquiteta, me possibilitando uma visão mais ampla e abrangente sobre a sustentabilidade, arquitetura e urbanismo.

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