EDITORIAL
Prezado Leitor Estamos começando a instalar um vínculo de periodicidade com você. Já há quem envie e-mail ou scrap para o orkut perguntando pela nova edição. Isso muito nos anima. Afinal, a Revista Dinâmica existe em função de seu interesse. Já está na hora de agradecer aos milhares de leitores que estão acompanhando a nossa Revista desde a sua Primeira Edição no Novo projeto. É gratificante lançar-se uma Revista de cunho Cultural e de Entretenimento que tão rapidamente tenha conseguido firmar um bom numero de leitores. A cada edição este número vem aumentando, o que nos estimula a buscar caminhos cada vez mais interessantes. Esta quarta edição vem com bons temas, explorados por nossos colunistas que se esforçam em trazer informação, cultura e lazer numa formatação leve, atual e bonita. Além das colunas, você pode acompanhar seu colunista preferido no que ele postar em seu blog. Há sempre novidades no site da Revista Dinâmica. A seguir, citarei alguns dos temas desenvolvidos pelos nossos colunistas, não deixe de conferir cada um: Kiko escreve sobre a questão tão polêmica da Lei Seca. Liz, em sua coluna de Crônicas, ressalta o espírito Solidário do Povo Brasileiro. Já em sua coluna de Embates e Debates, explora o tema tão problemático dos Direitos Humanos. Liana e Fernanda exploram, com muita vivacidade, a questão da Música e seus profissionais. Além disso, Liana faz um interessante artigo sobre os programas da televisão. Oswaldo, em sua coluna de Tecnologia, nos dá uma verdadeira aula sobre o usos do FireFox, imperdível! Na coluna de Culinária, Tereza e Fernanda trazem uma novidade: reinvenção de pratos com as sobrinhas de geladeira. Além de serem saborosos, a coluna mostra a grande economia que se pode fazer. Na coluna de Educação, Tereza faz a análise da importância dos primeiros anos de vida de uma criança. Não deixe de ler, pode fazer a diferença entre uma criança feliz por uma educação adequada ou problemas futuros gerados pela desinformação sobre o desenvolvimento infantil. Na coluna do Mário Nitsche, os gigantes mitológicos, como Zeus, são assunto principal. Na coluna “Descontruindo a arte”, Chris Lopo fala sobre a magia do cinema. Como exemplo, temos o Wall-E. Esperamos que a Quarta Edição lhe traga prazer em sua leitura! Lembrando que a Revista Dinâmica vai se tornar mensal, a partir desta data. Então, não esqueça: a revista vai ter uma nova edição com grandes matérias e novidades a partir do primeiro dia de cada mês. Não deixe de conferir! Tereza Machado
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´ INDICE Editorial Cartas Colaboradores Crônicas e Contos Educação e Formação Desconstruindo a Arte Mitologia Tecno+ Embates e Debates Fazendo Direito Imagem e Ação MP2 Com Água na Boca
3 5 6 7 Brasil, um país solidário 8 A importância dos primeiros anos de vida da criança 11 O tempo e o vento: a produção de Wall-E 13 O gigante 17 As extensões da raposa 18 Afinal, o que são os direitos humanos? 20 Lei seca, ressecando a democracia 23 C’est la vie! 26 Você já fez download hoje? 28 Aproveitando as sobras saborosamente
Diretora de redação: Tereza Machado. Redatora-chefe: Fernanda Machado. Diretor de arte: Chris Lopo. Jornalista responsável: Thiago Lucas. Editores: Chris Lopo, Fernanda Machado e Tereza Machado. Projeto gráfico: Bonsucesso Comunicação. Diagramação: Chris Lopo. Imagens não creditadas: Jupiter Images. Projeto inicial: Antônio Poeta. Anunciantes: anunciantes@revistadinamica.com. O conteúdo das matérias assinadas, anúncios e informes publicitários é de responsabilidade dos autores. Website: www.revistadinamica.com 4 Revista Dinâmica
Próxima edição: 01 de setembro de 2008
CARTAS Caro leitor, A partir desta edição a Revista Dinâmica passará a ser mensal. Nós pensamos muito a respeito e decidimos que um prazo maior nos daria mais tempo para elaborar melhor os textos, tornando sua leitura ainda mais agradável. Muitas surpresas ainda estão por vir. Nosso site também vai sofrer algumas alterações, sempre visando melhorar cada vez mais o prazer da leitura. Até o próximo mês! Equipe da Revista Dinâmica
Participe enviando suas mensagens para o endereço contato@revistadinamica.com Envie seu nome completo, cidade e estado onde mora
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COLABORADORES
Mario Nitsche (marionitsche@revistadinamica.com) Curitibano, dentista por profissão, filósofo por opção. Publicou o livro Descanso do Homem em novembro de 2005.
Liz Motta (lizmotta@revistadinamica.com) Baiana e apaixonada por história. Especialista em políticas públicas, produz artigos sobre violência contra a mulher.
Liana Dantas (liana@revistadinamica.com) Carioca. Estudante de jornalismo. Começou cursando Letras e hoje pensa na possibilidade de vender cosméticos.
Fernanda Machado (fernanda@revistadinamica.com) Carioca. Cientista da computação e apaixonada por design. Trabalha em sua própria empresa de comunicação.
Kiko Mourão (kikomourao@revistadinamica.com) Mineiro de Belo Horizonte. Estudante de direito. Além de fazer estágio na área também trabalha com sua maior paixão: a música.
Oswaldo Grimaldi (oswaldo@revistadinamica.com) Paulista. Tem certificação Microsoft (MSCE) e dedica seu tempo livre a estudo sobre tecnologia e filmes de terror.
Tereza Machado (tereza@revistadinamica.com) Cearense. Professora universitária, consultora educacional e estudiosa das questões metafísicas.
Chris Lopo (chris@revistadinamica.com) Gaúcho. Trabalha com web design desde 1997. Hoje é, além de web designer, designer gráfico, ilustrador e tenta emplacar sua banda de rock.
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CRÔNICAS E CONTOS
Brasil, um país solidário A solidariedade está fora de moda? Liz Motta
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m tempos de assassinatos a torto e a direito, de roubos impunes e corrupção cínica a solidariedade anda em baixa. Está como se diz no mundo fashion: out; ou seja, não estão na moda. Solidariedade todo mundo sabe o que é, ou pelo menos pensa que sabe; solidariedade é o ato de ajudar, de socorrer alguém sem esperar retorno.
Embora em desuso, o povo brasileiro possui o epíteto de solidário: onde a desgraça bate logo o vizinho correr para ajudar. Engraçado que quando se trata de violência contra a mulher, o que para mim é uma desgraça, não aparece um vizinho “para remédio”, geralmente a desculpa é que “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Pois é, ninguém mete a colher, mas o agressor utiliza qualquer talher ou objeto para agredir as vítimas: faca, martelo, machado, bala (de revólver, não o doce), enfim, o que estiver ao alcance e cumpra o seu objetivo: ferir e/ou matar a vítima. Somos solidários de costa a costa brasileira: desde a fome do Nordeste aos desabrigados do Sul, somos ainda solidários com as famílias das vítimas da dengue e de desastres aéreos e terrestres e, ainda bem que somos. Fazemos passeatas e carreatas pela ética, pela moralidade, fazemos
manifestações pelo preço do pão e do leite, e procissões. Ah! Como gostamos de procissões, rezamos e pedimos a Deus por dias melhores, exaltamos os santos e pagamos promessas, afinal somos um país extremamente religioso e temente. Em verdade o brasileiro não fica parado, o ano todo e por vários motivos rezamos, reclamamos e reivindicamos. Triste é que em todas as situações citadas não encontramos um gesto, um grito, um apoio ou manifesto pelas mulheres agredidas e assassinadas. Os femicídios se tornaram uma constate, não lembramos o nome da última vítima e nem a localização do crime, tudo é muito impessoal e abstrato e, por desencargo de consciência, pensamos: se fosse na minha família seria diferente. Bobagem, toda e qualquer mulher sofre violências diárias, desde o passageiro inconveniente que se aproveita do balançar do ônibus para roçar seu corpo num corpo feminino até os xingamentos proferidos pelos condutores no trânsito: tudo é violência. Em maior ou menor grau esses atos rotineiros e banalizados vão minando os direitos humanos das mulheres e diluindo sua auto-estima.
solidário é importante, lembra que somos humanos e nos sensibilizamos com o próximo e sua dor. A solidariedade transforma e agrega, está além de ditames culturais e geográficos. Apesar de ser utilizada, hoje em dia, como predicado político e popularesco, ainda encontramos pessoas dispostas a ajudar longe das câmeras fotográficas e das manchetes televisivas. A solidariedade é um caleidoscópio de situações e julgamentos. Somos nós que valoramos quem precisa de ajuda e quando, e isso nos dá um enorme poder decisório e de controle da situação. Acreditamos que ajudando uns em detrimento de outros de acordo com nossa subjetividade estamos fazendo a coisa certa. Pode até ser, o brasileiro é solidário e vive numa democracia, com total liberdade de escolha dos seus atos solidários, e já que somos tão religiosos precisamos compreender melhor a máxima de Jesus Cristo: fazer o bem sem olhar a quem; portanto, sejamos solidários com as mulheres vítimas de violência. Entre quem e quem, todos e todas somos alguém.
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EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
A importância dos primeiros anos de vida da criança Com uma infância feliz e saudável, aos poucos a criança crescerá internalizando o sentimento de que é respeitando o outro que será respeitada
Tereza Machado
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criança antes da entrada na escola já possui uma vida de aprendizado que começa dentro da vida intra-uterina. O seu primeiro momento de vida, ao encher seus pulmões de ar e o choro decorrente, é sua primeira aprendizagem, encher pela primeira vez o pulmão de ar deve ser desconfortante. Daí para frente tudo e todos serão motivo de aprendizagem. Pensar que uma criança só começa seu processo de aprendizagem ao entrar na escola é ainda acreditar que a Terra é o centro do universo. Portanto, os Pais que se preocupam com o aprendizado de seus filhos devem estar atentos a tudo que fazem, falam que possa representar algo para a vida do bebê, da criança, antes mesmo dela ingressar na Escola. O que a Escola traz de diferença então em relação à Aprendiza-
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gem? Ela organiza, estrutura de forma coerente os conteúdos. A Escola sistematiza a aprendizagem. Na vida fora da escola a criança continua aprendendo tudo o que vê, ouve, através de sua forma de se comunicar, ela vai trocando e apreendendo o mundo à sua volta. Paulo Freire, nosso Grande Pensador Brasileiro dizia que a criança quando entra na escola já faz “a leitura do mundo”. Certíssimo, sim, ela já diferencia papéis, as pessoas, já usa um pequeno vocabulário, os meios de comunicação já a ensinaram números, letras, músicas. Sua memória já é trabalhada de uma forma global, embora não haja intencionalidade nesse ensinamento. Do nascimento até aos seis anos a criança tem o mais rápido desenvolvimento de que terá em toda a sua vida, tanto no plano físico, como no emocional. Entendendo melhor o que acontece antes da mesma entrar na escola, fará com que entendamos melhor nosso futuro pequeno aluno. A aquisição de conhecimentos nesta fase será o alicerce de novos conhecimentos, ou seja, o seu desenvolvimento cognitivo.
Crianças nesta faixa etária costumam deixar os adultos confusos: passam, sem transição, da calma à agitação, da meiguice à violência, do carinho à agressividade. Manifestam muitas vezes, seus sentimentos com excessos, através de reações físicas exacerbadas, tripudiam, cantam, pulam de alegria, jogam objetos, gritam. Num instante despendem grande energia e noutro se recusam a fazer qualquer esforço. Entre dois, três anos inicia a aventura fora da esfera familiar, inicia seu processo de construção da autonomia. A criança
Educação e Formação não se contenta em reproduzir os aspectos da cultura de seu meio, começa seu processo de organização pessoal.
• Desenvolvimento sensorial:
• Desenvolvimento afetivo:
- Olfato; inicialmente, reconhece o cheiro da mãe
A função da escola, neste momento, é a de fornecer experiências pessoais e culturais que organizem simultaneamente as emoções e as imagens intelectuais que lhes são associadas.
- Audição: reconhece a voz da mãe, começa a perceber os ruídos da casa
- Grande parte do desenvolvimento da criança está relacionada à afetividade. O seu crescimento somente será satisfatório, mesmo em peso e altura se a relação afetiva com sua mãe for de boa qualidade. Os pediatras costumam concordar que a melhor vitamina para que uma criança se desenvolva física e emocionalmente bem é o AMOR!
Grandes etapas do desenvolvimento
- Percepção visual: inicialmente dos rostos e depois dos objetos. As mãos das crianças são elementos indispensáveis ao seu conhecimento e ao seu progresso.
• Evolução da postura:
• Desenvolvimento da linguagem:
- 1 a 3 meses: cabeça ereta
- Não-verbal: os gestos têm grande importância, o sorriso, desde cedo exprime a satisfação, a agitação global pode traduzir a alegria, como também insatisfação, a partir de 12 meses começa a imitar gestos dos adultos, o que constitui um meio de interação eficaz (manda beijinhos, bate palminhas, estende os braços, aponta, etc.)
- 7/8 meses: postura sentada - 8/9 meses: começa a engatinhar - 10 meses: posição de pé, com apoio nos dois pés - 12/18 meses: primeiros passos, andar
- Verbal: é o principal meio de comunicação social. Entre o nascimento e os dois anos, a evolução é muito rápida. A vocalização ou balbucios dos primeiros sons não tem maior significado, a criança aprende a modular a intensidade dos sons que produz. A partir de seis meses, começa a repetir, voluntariamente, os sons que ouve. Depois, dos 7/8 meses, aparecem os “papa”, os “mama” que mais tarde serão o papai e a mamãe. Também pelo tom da voz do adulto , ela reconhece a proibição ou aprovação de seus atos. - Importância da instituição ou do ambiente familiar na construção futura da possibilidade da aquisição da expressão da criança.
• Motricidade: - Os dois primeiros anos de vida são marcados fortemente pela postura de pé e do andar. Nos anos seguintes haverá o fortalecimento das atitudes motoras em quantidade e qualidade. - 2/4 anos: pula em um só pé, anda na ponta dos pés - 5 anos: pular, trepar - 6 anos: faz tudo o que crianças maiores fazem , exceto a força. • Orientação espaço-temporal: - A criança destra ou canhestra fixa sua lateralidade por volta dos dois anos. Caso persista uma indecisão após os 5/6 anos, poderão aparecer dificuldades na linguagem ou na aprendizagem da leitura. Não se deve forçar uma criança a escolher a mão “certa” para escrever ou comer. Não existe certo ou errado, apenas uma questão de lateralidade. Se forçada, a criança poderá desenvolver, entre outros problemas, um tipo de gagueira. Se o problema já ocorreu a Escola, com certeza, através de sua equipe Pedagógica fará o encaminhamento da criança para um profissional Revista Dinâmica 9
Educação e Formação que poderá ajudá-la a se livrar de suas dificuldades. • Linguagem: - 2 anos: frases de 2 ou 3 palavras, emprega poucos pronomes e artigos, conhece cerca de 200 a 300 palavras. - 3 anos: diz seu nome e sobrenome, descreve uma figura, utiliza pronomes, passa a se distinguir dos outros por pronomes , aparecem os questionamentos (quando? Por quê?) Aparece mais fortemente o NÃO! - 4 anos: o vocabulário se enriquece com adjetivos e palavras de ligação como preposições ou conjunções. Enfim, prezado leitor, este artigo, da quarta edição da Revista Dinâmica tem o objetivo de trazer um conhecimento mais detalhado sobre o desenvolvimento da
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criança em geral.
que aprende.
É necessário que as famílias sejam orientadas sobre como se processa o desenvolvimento infantil, em seus primeiros anos de vida para que possam dar maior atenção a seus pequenos.
Algumas famílias ainda cometem, sem saber, um deslize sobre a educação de seus filhos ao colocarem “medo” nessa relação futura, quando a criança faz alguma má-criação, “você vai ver quando entrar na escola, a professora vai te botar de castigo”, “aí sim, quero ver o que você vai fazer”. E o que se vê? Crianças chorando copiosamente em seus primeiros dias na escola com muito medo. Claro que nem toda criança que chora em seus primeiros dias na escola tem medo da professora, mas algumas, infelizmente, são estimuladas a ter.
A entrada na Escola é um momento muito especial na vida da criança. Ela deve ser estimulada a gostar da escola, de estudar e brincar. Os pais precisam estar atentos às novas descobertas sobre Teorias de Aprendizagem que nos mostram que as crianças aprendem “brincando”. Assim, nunca cobrar da Escola que seu filho passa o dia brincando, pois é assim mesmo que ela irá aprender e gostar do
Vamos deixar nossas crianças serem felizes, dando-lhes uma infância feliz e saudável, mas colocando limites e regras, aos poucos ela crescerá internalizando o sentimento de que é respeitando o outro que será respeitada.
DESCONSTRUINDO A ARTE
O tempo e o vento: a produção de Wall-E
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“E se a humanidade fosse embora e esquecesse de desligar o último robô?” Chris Lopo
oi com este pensamento que Andrew Staton, diretor do filme e ganhador do Oscar de melhor animação em 2004 com Os Incríveis, começou a pensar na história do simpático robozinho catador de lixo que tomou conta dos cinemas mês passado. As idéias iniciais para o último longa da Disney, em parceria com a Pixar, começaram antes mesmo da existência do primeiro longa de animação, Toy Story, de 1995. O filme levou aproximadamente quinze anos para chegar aos cinemas.
Wall-E (a sigla de Waste Allocation Load Lifters - Earth Class, ou Empilhadeira de Lixo de Uso Terrestre), é o último robô em funcionamento de uma série de robôs criados pela empresa BNL (Buy N’ Large) para limpar a Terra enquanto os humanos saem para umas “férias”. Ele gosta de assistir filmes, colecionar qualquer coisa que pareça interessante e dançar, desenvolvendo uma personalidade única. De tempos em tempos a Axiom, nave em que os humanos se encontram, envia robôs para
vasculhar qualquer tipo de vida nos planetas próximos, incluindo a Terra. Após 700 anos um dos robôs denominados como EVA (Examinador de Vegetação Alienígena) encontra uma plantinha entre os apetrechos recolhidos por Wall-E. Aí começa a batalha dos humanos para voltar à Terra, já que as máquinas criadas pela BNL foram programadas para não deixar isso acontecer. Um filme como esse, que encanta qualquer pessoa, passa por um longo e entediante processo de criação. São feitos rascunhos, storyboards, animações com
objetos básicos, cenários, objetos complexos. E, depois de pronto, muitas vezes filme é refeito devido aos constantes avanços tecnológicos, possibilitando cada vez mais detalhes e aumentando o realismo. Nós vimos na telona apenas a quinta versão do filme. Como nunca mostram versões anteriores, é melhor os curiosos esquecerem porque é bem provável que nós nunca veremos alguma dessas versões. A parte técnica é a cereja em cima do filme. A Pixar criou um dos melhores softwares de renderização do mercado, o Render Man. Nele
Software Autodesk Maya
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Desconstruindo a Arte são criadas todas as texturas dos personagens e cenários. A modelagem dos personagens virtuais é feita no software Maya, da empresa AutoDesk.O Wall-E original era mais complexo, possuía mais elementos possíveis de animação, e isso acabava complicando ainda mais na hora de produzir as imagens finais. O filme é modelado e animado no
Maya e ganha as texturas no Render Man. São processos distintos e que tomam muito tempo. Cada vértice é controlado individualmente, significa que são necessários muitos cliques para fazer um personagem apenas abanar uma mão. Depois de os personagens montados e a animação feita, chega a hora de colocar as texturas. É nessa etapa que os personagens, que normalmente possuem apenas
cores básicas, ganham o aspecto do filme. As texturas e a iluminação são os processos que finalizam o filme. Lógico que estamos falando apenas da questão gráfica. Tem ainda a parte de efeitos sonoros, mas isso é assunto para uma outra edição.
Primeira imagem: rascunho inicial. Segunda imagem: fase de animação. Terceira imagem: animação pronta, com texturas e iluminação aplicadas.
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MITOLOGIA
O Gigante Ou para Porfírion, o Grande
Mário Nitsche
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auricio recebeu por e-mail a foto. Totalmente Falsa. Se esculpem “maravilhas” ajeitando-as. Mostrava um esqueleto imenso que teria sido encontrado no deserto na Arábia Saudita. Um gigante! Dois Homo sapiens ao lado dele davam uma idéia do porte do cara! Mas, – pensou ele – a história dos gigantes, – a mitologia envolvendo-os – é forte, brutal; tão grande e poderosa como eles o foram nos começos da caminhada do homem. Levantou-se, fez um cafezinho e começou a vê-los caminhando pesadamente sobre a jovem face da Terra... Recapitulou. Gostava do assunto. Eram os filhos da Terra, Géia, nascidos do sangue que corria da ferida do marido dela, Urano, quando foi castrado por Cronos. Os gigantes eram mortais; pelo menos poderiam ser mortos se feridos
por um deus e um mortal juntos. Porfírion por exemplo, era vulnerável, também, enquanto estivesse na terra onde nasceu. Mauricio sorriu ao imaginar que iria para a Bahia se fosse ele! E ficaria por lá. A história dos gigantes é totalmente dominada pelo combate sem trégAerado no Tártaro. Não se podia discordar de Zeus – pensou Mauricio deixando a xícara na mesa e indo até a janela olhar o dia – Artistas e deuses são temperamentais e disfarçadamente ou não, impositivos... Imensos. Força assustadora. Aterradores! Cabeleira espessa, barba hirsuta e pernas como corpos de serpentes. Um dos menores já faria a gente (fisicamente bem ou não) correr muito. Nasceram em Flégias, na Trácia. Logo após o nascimento – em vez de chorar fazendo manhas e procurar o peito da mãe – ameaçaram os céus lançando contra eles árvores em chamas e rochedos imensos. Eram
iconoclastas bem mais ofensivos dos que aqueles que a gente encontra em barzinhos, hoje em dia, com um uisquezinho na mão e idéias pseudoavançadas na cabeça. O Olimpo tremeu nas bases! Contra atacou. Adversários de peso vieram: Zeus em pessoa e Atenas, a deusa dos combatentes. O principal aliado: Heracles! Era o mortal necessário para cumprir a exigência do destino para a morte dos gigantes. Também entraram outros deuses em cena: Dioniso, Ares, Hefesto, Afrodite, Eros (que tirou umas férias do seu forte de menino sensual e partiu para a pesada mesmo), Poseidom e outros. Mauricio com um frêmito imaginou a cena! O combate travado na quase ilha de Palene, na Trácia, foi tremendo. Porfírion atacou Heracles e Hera. Mas Zeus insuflou no meninão um tremendo tesão por Hera – esposa dele, Zeus – e enquanto Porfírion tentava tirar as roupas da gata (Mesmo hoje em dia, pensou Revista Dinâmica 13
Mitologia Mauricio, tirar as roupas de uma deusa não é tão simples assim. No mínimo custa muito caro) foi fulminado por uma flecha lançada por Heracles. Mauricio quase morreu de rir quando imaginou que aqui no Brasil o resultado desse primeiro combate poderia ser outro! O nosso equivalente ao Heracles passou a noite num boteco comemorando uma promoção e chegou meio mal na batalha ou esqueceu o arco. Aqui, Zeus seria um deus traído! Não, pensou Mauricio... Sendo o diretor do Olimpo e sabendo da importância de se adaptar à cultura brasileira, ele teria usado um outro estratagema. Claro. Assim o grande Porfírion morreu
mesmo com uma seta certeira num dos olhos que olhou pela última vez a beleza de Hera... vestida. E olhe que Hera nunca contou direitinho o caso; creio que ela ficou... estimulada com aquele combate! Achou que Porfírion até que levava jeito... Não era tão feio assim! Entende... Aquela cabeleira... E o tamanho do bruto! Nossa!... Heracles e Hera também eliminaram Alcioneu. Não se sabe qual a estratégia usaram contra ele. Mauricio considerou que se fosse Zeus fixaria o olho bem aberto em Heracles e na deusa,... Esses combates aproximam demais as pessoas. E numa dessas...! Lembrou que nos documentos do Velho Testamento os gigantes
igualmente são mencionados. “Ora, naquele tempo havia gigantes na terra”. E, “e também vimos ali gigantes (os filhos de Enaque são descendentes de gigantes), e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos, e assim também o éramos aos seus olhos”. Continua “Estes quatro nasceram dos gigantes em Gates; e caíram pela mão de Davi e seus homens”. Olha só... Até lá eles perderam! Mas que fiquem gravados em uma placa de titânio – refletiu Mauricio - para sempre os nomes dessa turma de contestadores de estruturas, cujo pecado capital foi confiarem demais na sua força física para invectivar e atacar o “status quo”. Aqui estava o problema, bem aqui
Zeus e crianças. Estátua pertencente ao Museu do Vaticano.
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Mitologia o grande erro deles... Força não tem poder contra uma idéia torta gerada por um olimpo da vida. Principalmente o religioso! O mais perigoso de todos. As estruturas religiosas (novas, médias ou muito velhas) são perigosas e têm no seu âmago o culto ao medo e o ensino sistemático dele num clima de terrorismo por dentro da pessoa... São extremamente eficientes no abaixamento do indivíduo. São exímias em desenvolver o medo e o susto. Os olimpos são fortes. As armas manejadas por eles além de um Heracles, (uma arma viva) e doses pródigas de tesões (que fornecem um alvo excitado e paradão!) foram carros que corriam pelo céu e raios lançados com precisão cirúrgica! Assim não deu, cara! Mais um cafezinho e ele pensou na lista: Alcioneu, o próprio Porfírion (mas que ele morreu numa boa, Ah! Isso morreu!), Efialtes, Êurito, Clítio, Mimas, Encélado que fugiu, mas Atena atirou nele, nada mais nada menos que a Ilha da Sicília. Palas, que foi esfolado por Atena (que mulherzinha essa. No mínimo mandava no marido!) Políbotes; Hipólito, morto por Hermes, Gration, Agrio e Toas. Os outros cujos nomes se perderam no tempo, foram fulminados por Zeus e por Heracles. Sem querer falar mal... (longe de mim! Pensou ele) Mas quem sabe se a Hera não tenha “escapulido” um deles para alguma das ilhas gregas. Há tantas! Só para domesticá-lo é claro. Não seja libidinosos carinha! É, tem razão, a realidade é que os deuses gregos eram tomados por desejos ciclópicos! E com Revista Dinâmica 15
uma freqüência admirável... Mas, no fundo, a verdade é que os “Olimpos” da vida apodrecem por si mesmos. Matam-se a si mesmos. Adoecem, esvaziam-se, viram museus ruins com uma história triste, irrelevantilizam-se, competem uns com os outros; saem do mundo. Lutam entre si... Tornam-se finalidades em si! ... Mas enquanto o crepúsculo deles não vem, para encará-los, não é suficiente a força física e a aparência terrível e o entusiasmo jovial. Nem jogar árvores e rochas para cima. Nem cartas ou e-mails. Tudo isso cai, de volta, em cima do atirador! O que dá poder a um olimpo é quando se luta contra ele! Ele tira forças para si, para a luta, do âmago do adversário e se firma na sua estreiteza de visão e na sua base de medo e domínio. O bem intencionado que luta contra o Olimpo o mantém! Olhando longe na direção da Serra do Mar, Maurício considerou que a Terra aprendeu... Ela é sábia, forte e continua a guerra. E ela
mudou! Por isso o bom gigante, hoje em dia pode ser vivo, esperto, inteligente, sutil. Até elegante!... Bonito. Por que não? Não precisa ser feio! Precisa descobrir um jeito novo de pôr as suas convicções e força em campo... Não precisa lutar contra olimpos! Há lutas bem mais positivas... Com relação a eles é só ficar esperando para, elegantemente, colocar um epitáfio bonito na coisa antes tão forte... Um gigante de hoje sabe que o melhor ataque é deixar o olimpo vazio, ouvindo seus próprios conselhos, irrelevante, sem platéia e bons na arte de se entredevorar uns aos outros... “Na verdade”, pensou Mauricio desistindo de mais um cafezinho, “há uma maldição sobre o olimpo. Praga mais do que de madrinha! Dá própria Terra”. Pode ser essa a lição que a mitologia grega deixou. Ou descobriu. Maurício preferia pensar que foi uma sensacional descoberta.
Sentia-se leve e contente e começou a imaginar um bom epitáfio. “Aqui jaz um olimpo. Nasceu de uma idéia livre como o vento. Mas virou estrutura. A idéia voou longe... vento e livre. O olimpo, estéril, felizmente morreu”. “Ah! Não!... muito longo”, pensou... Daquele dia para frente ele se divertia procurando um epitáfio bom e curto. Às vezes MaurÍcio pensava em Porfírion também... Gostava dele. “Olha só”. Imaginou Mauricio. “Como um cara tão grande, numa batalha, achou jeito para começar a tirar a roupa de uma deusa de 1,75m de altura mais ou menos! Que coordenação motora do Porfírion! Que beleza!”. É..., Um tesão anima, borbulha, bota fogo e faz a gente fazer coisas que até os deuses duvidam. O garoto esqueceu até da guerra...!
Obrigado! Pensou ele. Descansem garotões! Aprendemos... Poucos de nós, mas aprendemos.
“Aqui jaz um olimpo. Nasceu de uma idéia livre como o vento. Mas virou estrutura. A idéia voou longe... vento e livre. O olimpo, estéril, felizmente morreu”.
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TECNO+
As extensões da raposa Extensões do navegador Firefox que facilitam seu dia-a-dia org/pt-BR/firefox/addon/189>
Oswaldo Grimaldi
O
melhor de usar o navegador Firefox é customizar da maneira que mais lhe agrada. Com essas dicas, vou mostrar algumas extensões bacanas do Firefox, que vai facilitar o seu dia a dia. “Junte a facilidade do Firefox e adicione alguns complementos, talvez você esqueça-se da existência do Internet Explorer.” Better Gmail 2: Para quem utilize o Gmail, essa extensão é uma mão na roda. Além de algumas modificações nos serviços do Gmail (esconder spams, forçar conexão segura, mostrar ícones entre outros) ainda é possível utilizar outros temas: Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/6076> DownThemAll: Já imaginou um gerenciador de download integrado? Sem ter que instalar mais um software na sua máquina? É exatamente isso.. Com certeza uma das melhores extensões da raposa. Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/201> FireFTP: Um FTP para instalar no Firefox. Simples e rápido esse,
aplicativo dá conta do recado. Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/684> Forecastfox: Hoje em dia, o clima muda rapidamente e o Forecastfox te mostra a temperatura do dia. Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/398> GdocsBar: Se você é fanático pelos serviços do Google, não deixe de utilizar essa extensão que possibilita o upload e a visualização dos seus documentos para o Google Docs. (O Google Docs está disponível em <http://docs. google.com>) Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/6363> Gmail Notifier: Se você não utiliza a barra de ferramentas do Google, mas utiliza o Gmail, essa extensão te avisa quando chega um novo e-mail.
IETab: Sabe quando você entra em algum site, mas ele não esta preparado para o Firefox? O IETab transforma seu Firefox em Internet Explorer. Algo me diz que você nunca mais irá usar o Internet Explorer. Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/1419> Piclens: Está cansado de ficar vendo as fotos do mesmo jeito? Essa extensão dá um visual caprichado em 3D nas fotos. Experimente! Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/5579> Read It Later: Essa é a extensão mais interessante que vi ultimamente. É um lembrete do que quer ler. Caso esteja vendo um site e quer ler mais tarde, basta dar um clique e pronto. Depois é só ver as mensagens arquivadas no navegador. Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/7661>
Acesse: <https://addons.mozilla. org/pt-BR/firefox/addon/173>
Para ver mais extensões, temas ou plugins, visite: <https://addons. mozilla.org/pt-BR/firefox>
Google Preview: Quer fazer uma busca no Google e ver uma miniatura da página? É fácil. Basta instalar essa extensão.
Você quer algumas razões para usar o Firefox? Visite o site e experimente:
Acesse: <https://addons.mozilla.
<http://br.mozdev.org/firefox/ porque> Revista Dinâmica 17
EMBATES E DEBATES
Afinal, o que são direitos humanos??
Conceitos embaçados sobre direitos humanos levam ao desrespeito pela vida Liz Motta
N
ão é incomum ouvirmos as seguintes perguntas: onde estão os direitos humanos? Cadê os direitos humanos? Geralmente segue-se um silêncio entorpecedor que acusa um conformismo ou ignorância diante de situações violentas vividas pela humanidade afora. Falamos em direitos humanos como se fala de acessórios. Se for humano, logo têm direitos. Será? Pela lógica e pela lei deveria ser assim, mas na prática cotidiana as coisas não funcionam desta forma. Para boa parte da população mundial os direitos humanos não fazem sentido, não existem ou simplesmente desconhecem seu significado. Os direitos humanos são aqueles essenciais, a partir do núcleo
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fundador do direito à vida que derivam do reconhecimento da dignidade de todo ser humano, sem distinção, e hoje fazem parte da consciência moral e política da humanidade. Os direitos humanos são ditos “naturais”, pois independem de uma jurisprudência específica para serem invocados e são universais, acima das fronteiras geopolíticas e geralmente abrangem os direitos da cidadania em cada país. Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos complete 60 anos em dezembro vindouro, o seu conceito e prática ainda permanecem embaçados, haja vista as várias guerras e atrocidades cometidas por e em vários povos. Em sentido filosófico os direitos humanos são tidos como direitos naturais, portanto divinos e inerentes a todos os homens e mulheres. Porém, há que se considerar as diferenças e desigualdades existen-
tes por toda a humanidade. Valores e paradigmas variam conforme a História e a cultura de cada nação, e este é o principal entrave para o exercício dos Direitos Humanos. Países que ainda conservam a pena de morte, por exemplo, são combatidos pelos grupos de defesa da vida, mas aqueles combatem alegando ser, a pena capital, do âmbito cultural ou legal e sendo assim, justificável para sua nação. Independente de culturas e leis, o ser humano tem direito a vida plena. Não existem um direito mais importante que o outro, todos merecem segurança, liberdade, alimentação saúde e todos os elementos necessários para garantir-lhe a sobrevivência. Gozar de todos os Direitos Humanos implica o exercício irrestrito da cidadania plena e consciente. Negar qualquer destes direitos a uma pessoa é negar sua condição de sujeito perante a sociedade e, para além, sua condição humana.
Embates e debates Para se viver em sociedade, interagindo através do processo socializador é necessário respeitar os Direitos Humanos, é respeitar as diferenças e acatar a diversidade. Assim como Hanna Arendt e Noberto Bobbio acredito que os direitos humanos não são ou estão cristalizados; ao contrário, estão em constate estado de reformulação para atender as necessidades
que surgem a partir do instinto de sobrevivência humana, os direitos humanos iniciam ou (re) conduzem processos de afirmação da dignidade humana nos momentos de reivindicações desta, sua por falta ou desprezo.
nem devemos separar as pessoas por cores, culturas ou sexo: afinal somos todos seres humanos, e essa é a única certeza que temos neste mundo em constante mutação de valores e princípios.
Enfim, respeitar o ser humano em sua essência e sua vivência é o referencial para o respeito dos Direitos Humanos. Não podemos
“Embora a Declaração Universal dos Direitos Humanos complete 60 anos em dezembro vindouro, o seu conceito e prática ainda permanecem embaçados”
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FAZENDO DIREITO
Lei seca, ressecando a democracia Princípios constitucionais desrespeitados pela nova lei de trânsito Kiko Mourão
M
uito tem se falado nas reformas no Código de Trânsito Brasileiro no que se refere aos novos níveis de alcoolemia estabelecidos. Embora exista o objetivo de evitar os muitos acidentes e mortes causados pelo consumo excessivo de álcool, combinado com a direção, uma série de desrespeitos aos princípios constitucionais está implícita.
Muitos não sabem, mas é uma forma de abuso a polícia parar todo e qualquer cidadão simplesmente por que este está trafegando pela via. O que nos parece é que o Estado quer mostrar pequenas ações para encobrir várias outras que não estão sendo realizadas. A febre das blitze, com várias notícias sobre pessoas presas é mais uma moda lançada pelo Estado, para que todos acreditem que realmente está se fazendo algo. Entretanto resta uma pergunta: Quem antes dirigia alcoolizado a ponto de não ter condições para dirigir, agora vai deixar de fazê-lo por causa da lei? 20 Revista Dinâmica
Como se define qual é o nível seguro de álcool no organismo para que alguém esteja em condições de dirigir? O álcool age de formas diferentes em diferentes pessoas. Há quem consuma várias latas de cerveja sem sofrer alterações que prejudiquem a direção. Já outras pessoas, com uma taça de vinho, se tornam incapazes de dirigir sem oferecer
sair com seus bens;”
risco a outrem. E além disso, ainda há o direito de locomoção, assegurado pela Constituição Federal de 1988.
Mas o que dizer de um trabalhador que depois do último dia de serviço da semana decide sair com os amigos ou a família para uma happy hour? Este cidadão pode realmente ser tratado como um bandido caso beba um ou dois copos de chopp? E quando aos verdadeiros bandidos que matam inescrupulosamente cidadãos que buscam agir sempre da maneira
(Art. 5º, XV, CF) “XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele
Não há razões para parar o cidadão de bem que trafega normalmente pela via. Ora, se o indivíduo não aparenta oferecer risco ao direito de outrem, não há que se utilizar de testes de alcoolemia para definir se ele está ou não em condições de dirigir. É óbvio que, como às vezes vemos em noticiários, os indivíduos que se encontram com a consciência completamente distorcida pelo álcool devem ser parados e neles deve se aplicar o que está previsto em lei. Há alguns dias o jornal mostrou um jovem tão alcoolizado que não conseguia soprar o bafômetro. Mostrou também um homem que não conseguia sequer andar e quando desceu do carro acabou caindo. Essas são pessoas sem a mínima condição de conduzir um veículo.
correta? Quando o Estado lança suas novas modas, os verdadeiros criminosos são esquecidos. Cada vez mais a lei tem restringido os direitos dos cidadãos de bem. Outro importante ponto a ser citado é o da interpretação da lei. O CTB nos diz o seguinte: “Art. 306. Conduzir veículo automotor, na via pública, estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 (seis) decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência:(Redação dada pela Lei nº 11.705, de 2008) Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Parágrafo único. O Poder Executivo federal estipulará a equivalência entre distintos testes de alcoolemia, para efeito de caracterização do crime tipificado neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)” Note-se que o artigo fala em influência de substâncias, inclusive o álcool. Como citado anteriormente, o álcool age de formas diferentes em pessoas diferentes. Logo, o que pode ser caracterizado como influência? Com certeza não é o teste do bafômetro pura e simplesmente. Estar sob a influência de alguma substância, neste contexto, é agir de forma perigosa. Citando novamente exemplos anteriores, o jovem que não conseguia soprar o
bafômetro e o homem que sequer conseguia ficar de pé estavam sob forte influência do álcool, representando risco aos direitos de outrem e à própria vida. E um cidadão que consome bebidas alcoólicas moderadamente e volta para casa dirigindo normalmente, como o faria se não tivesse consumido álcool? Pode ser considerado sob influência dessa substância? Entendo que não. Em Belo Horizonte virou notícia o caso do homem que deixou o carro na rua e foi para casa de táxi. No carro o aviso: “Lei é lei. Tomei umas e fui embora de táxi. Favor não rebocar.” À primeira vista nos parece cômico. E realmente é. Não se sabe se o homem estava em condições de dirigir. Mas um cidadão colocar um aviso desses e abandonar o carro de madrugada na Av. Afonso Pena em Belo horizonte leva à pergunta: A que ponto estamos chegando? Outro ponto que merece destaque é a garantia de que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Logo, as exigências que vem sendo feitas de que o indivíduo faça o teste do bafômetro, sob pena de retenção da carteira de habilitação, entre outras, são inconstitucionais. Tão inconstitucionais quanto a própria lei seca, que em todo o seu corpo fere diversas
garantias. É um ataque desmedido à democracia. Algo que sempre aconteceu mas que recentemente tem se tornado mais freqüente é que as leis estão atropelando os mais variados princípios constitucionais. E através de uma maquiagem de bom moço, o Estado acaba por fechar os olhos dos cidadãos para a inconstitucionalidade de suas leis. Dessa maneira, não há quem possa exigir as devidas revisões. Em sábias palavras o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Dr. Rizzatto Nunes disse o seguinte, em artigo sobre o mesmo tema: “Assim, se o indivíduo não está praticando nenhum delito, a autoridade fiscal ou policial não pode levá-lo preso. O crime pode estar sendo cometido tanto pela autoridade que lhe prende, como pela que não lhe solta. É possível, pois, processar a autoridade pelo crime de abuso.” O que se pode concluir a cerca da “Lei seca” é que apesar de seu teor defender a vida, sua aplicação fere os princípios da democracia. É perfeitamente aceitável uma fiscalização rigorosa para que sejam evitadas tantas mortes causadas por irresponsabilidade de determinados motoristas. Mas o que não pode acontecer é a restrição do direito de livre circulação, a abordagem de todo e qualquer cidadão como sendo um bandido e principalmente, a utilização da Lei Seca como máscara perante a mídia para esconder os numerosos setores falhos do governo. Revista Dinâmica 21
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IMAGEM E AÇÃO
C’est la vie! Naturalismo no plasma: o drama da sua vida na trama da sua tela
Liana Dantas
L
embra desta música: C’est la vie, A vida anda por aí ,Caminhando eu vou, Uma onda no céu, Uma estrela no mar, Por aí vou te encontrar amooooor! Uou! Não sabia que esta singela música cantada por Angélica em seu terceiro disco de 1990 iria me ser útil um dia. E ela junto a Van Gogh (nossa!,) ilustram muito bem o assunto. Vou ser repetitiva só um instantezinho ao falar que a forma de se ver e consumir cultura mudou bastante e cada vez mais que se inventa peripécias eletrônicas multifacéticas, a vida do ser humano ganha uma proporção de interesse maior. Isso quer dizer que quanto maior for o pixel da webcam, maior será a quantidade de informação da janela do vizinho? Esquizofrenias da colunistas a parte, a resposta é “sei não, mas a vida anda por aí”. E o que a televisão tem a ver com isso? Muita coisa. Um interesse maior de retratar os problemas da vida com detalhes sem ser uma atração de reality show foi uma grande sacada. A mais nova sensação neste perfil é a série americana Tell Me You Love Me, criada por
Cynthia Mort (que sobrenome, não?) exibida pela HBO. A HBO, para quem presta atenção nas suas chamadas um certo naturalismo e por que não “sacanismo” da vida. Não é o que você vê na novela, mas também não é nenhum sexyhot da vida, é a HBO. Tell Me You Love Me é uma série que retrata exuberantemente com fidelidade a realidade ou que se pode achar dela na tv. A trama envolve 3 casais com os conhecidos problemas de casal e mais ainda: problemas sexuais de casal. As cenas de sexo ganham vida e para quem está acostumado com edredons de reality show ou lençóis encobrindo partes, leva um susto: é um tal de órgãos genitais para cá, orifícios para o outro e sem meia-luz e sem edredrons. O casal de jovens - ela trabalha num restaurante como “chef ” e ele é professor - além usarem drogas, têm um conflito sobre a moça achar sempre que seu noivo está flertando e sempre mencionar isso nas conversas e DRs da vida. O cara é o maior sonso. Típico. Mas teve um dia que não agüentou a pressão e disse a ela que ele não era
o último cara com quem ela iria ter uma relação. Pra quê? Ela pirou. Cancelou o casamento. O outro casal mais trintão, a mulher quer engravidar a qualquer custo. O
marido tem cara desses indies de banda de rock que você encontra pela Lapa e ela parece mãe dele. Do nada, ela resolve fazer um bebê e obriga o tal indie a ter a mesma postura. Isso acontece, sei lá, sob o sol de meio dia e a cortina levantada? Enfim... E o terceiro casal, que deixei por último, é o mais conhecido de todos nós: casados há muito tempo, com filhos, não fazem sexo, o cara não quer falar sobre isso, mas é só esperar a mulher sair do quarto e se masturbar? Aí a mulher decide Revista Dinâmica 23
Imagem e ação ir a terapeuta sexual, a mesma que tem o marido com cara indie e quer engravidar! Para a minha surpresa, a vida da terapeuta sexual também é passada. Ela é uma senhora e nem por isso pouparam de exibir seu cotidiano, incluindo uma corriqueira relação sexual com o marido. Acredito que por ser perturbador, a série se torne interessante, ao mesmo tempo corre o risco de só ser interessante pelas cenas “reais” de sexo. Não sabemos se foi isso que fez a HBO cancelar a série, mas segundo a autora C. Mort, “dificuldades em achar uma direção a seguir para a série”. Conversando com coleguinhas que também assistem a série, Nelson Rodrigues foi um nome em comum para todos. Em qualquer aula de roteiro, teatro ou de literatura Nelson Rodrigues é citado como exemplo de um autêntico dramaturgo brasileiro. Este movimento “naturalista” das dramaturgias
devem muito a Nelson, que não era nem um pouco prolixo e ao mesmo tempo tinha uma densidade inexplicável. O público brasileiro se identifica e ao mesmo tempo repudia num tom Freudiano de que “a verdade dói”. Não pensem que estou sendo paga ao falar de A Favorita, porque não estou! A trama exibida pela Rede Globo possibilita ao espectador brasileiro um ritmo diferente, pois está acostumado com os takes exaustivos e intermináveis do Leblon, um novo olhar: não saber quem é a singela mocinha que atura todas as injustiças da trama e é humilhada até conseguir pegar o homem tão disputado no final e sair caminhando pelo Jardim Botânico e um fim bem grande escrito com musica da Laura Fabian ao fundo! Aff. Em A Favorita, que não tem este nome à toa, não se sabe quem
é bom ou ruim, justamente por não existir na chamada “vida real” ninguém inteiramente santo e ninguém inteiramente trevoso - com algumas exceções. Pelo que vejo, as pessoas estão de acostumando ainda ao ritmo mais energético. Minha mãe já perdeu vários pontos do tricô! Naturalmente a novela é provida de cenas constrangedores que às vezes me faze preferir assistir a Pantanal! O que salva é a falta de misteriozinhos idiotas, as questões são resolvidas de uma maneira inteligente no mesmo capítulo, sem deixar o dramalhão de lado, que não idiotiza quem assiste. Mas foi só elogiar na outra edição que a novela tomou um rumo de cenas de namoro de jovens casais chatíssimas! C’est la vie, acontece. Agradecimentos: Pedro Beck e Marcus Vogel
As atrizes Patrícia Pillar e Cláudia Raia, protagonistas da novela “A Favorita”
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Imagem e ação
NOTAS Jornal da Globo continua o mesmo, para o bem ou para mal. Mas não, não gostei do novo corte de cabelo da Cristina Pelajo. E alguém aproveite as férias de William Waack e o convençam que uma maquiagem anti-olheiras não tira pedaço. Eu também tenho duas enormes, mas nunca apresentei telejornal, tá? Brazil’s Next Top Model é muito melhor que o original, o American’s Next Top Model. Eu me divirto bem mais. Talvez, porque ainda estou tentando descobrir quem é a “Top” Fernanda Motta. A segunda temporada tem novidades no júri como Dudu Bertholini, estilista da Neon e da Cori, o maquiador Duda Molinos, o instrutor de passarela Naime Wihby e os veteranos da primeira edição, jornalista de moda Erika Palomino e o produtor Carlos Pazetto. A segunda temporada começa em 4 de setembro, exibido pela sempre Sony. Falando em Pantanal, agora exibido pelo SBT, está roubando audiência da Record! A Globo e SBT estão comemorando a queda da coleguinha. É o amor, programa exibido pela Rede Bandeirantes e apresentado pela Patrícia Maldonato resgata os amores perdidos das pessoas. E...? Água na Boca, novela exibida pela Rede Bandeirantes, já parou pra conferir? Se a resposta for sim me conta com foi essa experiência! Simpsons de manhã é brabo! Todos sabem que os Simpsons não são feitos para crianças apesar de serem um desenho animado famoso mundialmente. As manhãs da Rede Globo são marcadas de assuntos pesadíssimos para manhã e as crianças ainda não desceram para o play. Acho que o mundo já está estragado o suficiente, nem precisava exibir os Simpsons neste horário. A volta do Dedé atuando com Didi em a “Turma de Didi” emocionou a muitos. Eu não assisti, mas quem assistiu, disse que foi ótimo...
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MP2 Você já fez download hoje?
Fernanda Machado e Liana Dantas
N
ão, não responda agora! Está um bafafá esse negócio. Sim, porque é um negócio. Para alguns um negócio bom, para outros um negócio que incomoda. O download se tornou uma palavra, yin e yang, “tá ruim, tá ótimo”, sim e não, positivo e negativo - maldita para uns e benditas para outros. Só não vale ser hipócrita: todos um dia já fizeram um downloadizinho como já fizeram uma fézinha para ver se enricava de vez, como já clamou por Deus ou algum orixá! Para os músicos iniciantes ou não, o download é uma questão importante. “Acho fundamental a disponibilização online das músicas, pois é uma maneira rápida e eficiente de divulgação e além de ser uma alternativa contra a pirataria. Acho que é a evolução cultura da 26 Revista Dinâmica
Baixar arquivos de música de fontes oficiais está virando moda fonográfica.” disse Marcelo Sanchito, guitarrista das bandas Petit Gateau e Retrovisores. Na Inglaterra, os setores de música e de cinema pensaram numa forma de não saírem no total prejú e deram um susto nos principais provedores de acesso à internet. Ele serão obrigados a enviar cartas de advertência, igual as reclamações na caderneta da Tia Maricotinha, aos que fizerem trocas ilegais de arquivo. Como estamos de longe, achamos bonitinho e parece que funcionou, o governo assumiu uma posição, o que é ótimo, e prometeu estabelecer uma legislação sobre a situação. Em outubro de 2007, a banda inglesa Radiohead lançou seu cd In Rainbows todo em forma de downloads e você pagaria o quanto
quiser pelas músicas, ou não. João Marcelo Boscolli, sócio da gravadora hype Trama, caminhou também para downloads gratuitos para nós e pagos pelos patrocinadores. Um procedimento que a tv aberta sempre utilizou e serviu como direta inspiração para a gravadora lançar os discos inteiramente grátis. Chamados de “álbuns virtuais”, eles são um novo horizonte que se abre em meio à turbulenta crise da indústria fonográfica e ainda utiliza a ameaça, o download, a seu favor. É aquele famoso ditado: Se não puder vencer o inimigo, alie-se a ele! Um começo para a paz mundial. Tom Zé, como tropicalista que é, não ia ficar de fora! Lançou seu álbum virtual Danç-Êh-Sá no dia 20 de junho. E a Trama pretende lançar outros discos importantes da cultura nacional neste formato virtual 0800.
Artistas e bandas que crescem cada vez mais através da internet reconhecem seu valor: “Vejo as diversas formas que vem surgindo para oferecer conteúdo musical na web com muito bons e hospitaleiros olhos. Iniciativas como o ‘Album Virtual’, se apropriam de uma linguagem de consumo eficiente, que desonera o ‘consumidor’, garante feitura da obra e assegura a remuneração do artista/compositor na escala exata do interesse por seu ‘produto’. Ainda há que se aguardar os resultados práticos, mas o começo é um pé fincado bem no chão. E claro, não falamos apenas dos micro-indies. Ou Nine Inch Nails se arriscaria a tocar no Brasil hoje, sem o feedback de seus downloads ‘free’?” Leandro Zender, baterista da banda Hipgnosis Pink Floyd
Sessions. Sem querer querendo a democracia se alastrou pela rede, tanto que os nomes mais consagrados utilizam das mesmas ferramentas dos que estão começando a despontar na cena: “Acredito que não dê mais para ignorar o download. Em bandas como a minha, eles são uma forma de divulgação: nossas músicas são lançadas virtualmente, nosso EP está disponível para baixar gratuitamente. E assim cada vez mais cresce o número de pessoas que passam a conhecer nosso trabalho.” Carol Vaz, baixista da Private Dancers. Em relação à internet cabe aquele famoso ditado: Se não puder vencer o inimigo, alie-se a ele! Um
começo para a paz mundial. Agora responda, já fez seu download hoje? Nós, sim. Private Dancers: <http://www.myspace.com/privatedancersrio> Petit Gateau e Retrovisores: <http://www.myspace.com/bandapetitgateau> <http://www.myspace.com/osretrovisores> Hipgnosis Pink Floyd Sessions: <http://www.myspace.com/hipgnosispfs>
NOTAS O Rappa, após 5 anos, lança disco novo, chamado Sete Vezes. Eles estavam na mesma linha Los Hermanos: parados por tempo indeterminado. Parecia que o vocalista Marcelo Falcão iria fazer carreira solo e investir no troca-troca de namorada. Falando em Los Hermanos, Marcelo Camelo anuncia datas de shows da sua carreira solo. A turnê começa em setembro, dia 19 no Festival Coquetel Molotov, em Recife e no dia 21, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador. Em outubro, tocará em Juiz de Fora no Cine-Theatro Central, no dia 4, e em dezembro em terras cariocas, no Canecão, nos dias 13 e 14. Para conferir as faixas inéditas “Doce Solidão” e “Téo e a Gaivota”, poderia conferir em seu myspace: <http:// www.myspace.com/marcelocamelo>, mas parece que tiraram as músicas do ar. Irmão de Madonna desce a lenha na diva: “Mesquinha” e “falsa” são coisas básicas no livro “Life With My Sister Madonna” de Christopher Ciccone, irmão da cantora assumidamente gay e assumidamente contra seu marido, o cineasta Guy Ricthie. Pelo visto, Madonna não gostou nada disso!
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COM ÁGUA NA BOCA
Aproveitando as sobras saborosamente
S
Num mundo onde há pessoas que morrem de fome, temos a obrigação de não desperdiçar alimento, nem água
Fernanda Machado e Tereza Machado
abemos que por mais que seja calculada, toda refeição acaba sobrando alguma coisa que não poderá servir como nova refeição, pela pequena quantidade, mas que também não deve ser desperdiçada. Afinal, vivemos num mundo onde há pessoas que morrem de fome, em respeito a elas, senão podemos ajudálas, moralmente temos a obrigação de não desperdiçar alimento e nem água. Aqui em casa já há esse sentimento de reaproveitar alimentos sempre, ninguém joga fora o que sobrou do almoço ou do jantar, já sabem que haverá um reaproveitamento desta sobra que se transformará num novo prato. Haja criatividade! A primeira receita desta quarta edição será o que chamo o carro-forte do reaproveitamento de “sobrinhas”. Acho que este prato não perde para nenhum outro, não só porque é muito saboroso, mas também apresenta um lindo visual. Sabemos que o primeiro sentido que nos move em relação a comer é o visual, a gente olha, sente o cheirinho gostoso, pronto “água na boca!”
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Com água na boca Receita 1: Arroz maluco Ingredientes: - Sobra de arroz - Sobra de ensopadinhos - Sobra de frango ou carne desfiada - Sobra de farofa - Uma ou duas lingüiças - Dois ovos - Cebola, alho e duas colheres de azeite - Um cubinho de sabor frango ou legumes - Batata palha - Passas brancas ou pretas - Queijo parmesão - Salsinha bem picadinha Modo de Fazer: Faça um refogadinho com a cebola, o alho picado e o cubinho no sabor escolhido. Isto irá reacender o sabor do arroz. Coloque neste refogado a lingüiça cortada em rodelinhas. Deixe dourar, sem queimar e jogue os dois ovos, misturando delicadamente, sem mexer muito, para que fiquem pedaços grandes de ovos, Coloque o arroz, misturando sempre delicadamente. Aos poucos coloque todas as sobras que quiser, sempre misturando com delicadeza para não desmanchar os legumes. Quando estiver bem quentinho, apague o fogo. Coloque a batata palha e as passas. Escolha um bonito prato e arrume o arroz. Por cima, polvilhe o queijo ralado e a salsinha. Se quiser, pode ainda enfeitar com rodelas de tomate, azeitona picada e rodelas de ovo cozido. Para aumentar a quantidade do prato e também valorizá-lo, ainda podem ser acrescentadas uma lata de ervilha e outra de milho. Geralmente, serve-se como prato único, uma vez que já contém carne ou frango e legumes. Veja como será elogiada por sua criatividade, economia e pelo resultado do reaproveitamento de tudo que é sobrinha da geladeira. Receita 2: Farofa de banana Ingredientes: - Bananas que já estejam maduras demais - Farinha crua de mandioca. - Cebola, alho, salsinha. - Dois cubinhos do sabor preferido. - Um tablete de margarina. - Dois ovos. - Queijo parmesão Modo de Fazer: Numa panela funda, coloque o tablete de margarina com a cebola e o alho picadinhos. Antes de começar a dourar, coloque os cubinhos no sabor desejado. Coloque os dois ovos, misturando de forma a não bater demais os ovos. Coloque a farinha na quantidade que fique molhadinha, sem deixar que resseque demais. Coloque as bananas cortadas em rodelas, misture sempre delicadamente. Apague o fogo. Polvilhe umas duas colheres de sopa de queijo ralado e a salsinha picadinha. Estará pronta uma deliciosa farofa que acompanha muito bem uma feijoada.
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Bonsucesso Comunicação: “nós inventamos o pingo no “S”” Ou você acha que só o “i” e o “j” tinham pingo? Então você acha que já sabe tudo? Lógico que não! E nós também! Mas fazemos de tudo para ir além. Tudo com liberdade e criatividade. Então, basicamente temos: 1.
2.
3. O pingo no “S”
Nossa missão Levar sua marca a um novo patamar, através de estudos e utilização de diferentes meios, como a criação de web sites, desenvolvimento de identidade visual, material gráfico e audiovisual, facilitando o processo de comunicação entre empresa e cliente. Além disso, fazer parcerias com empresas que não tenham um setor de criação formado, mas que queiram atrair clientes em potencial e produzir trabalhos na área de design e publicidade. Nossos serviços Trabalhamos com mídia impressa, criação de peças gráficas para revistas, outdoors, comunicação visual e diagramação. Fora do papel trabalhamos com criação de sites dinâmicos, hotsites e conteúdo multimídia. E, finalmente, criamos conteúdo audiovisual, que vai desde peças publicitárias para TV até produção de documentários e vídeos musicais.
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