EDITORIAL
Amigos Leitores Eis que se cumpre a rotina de editoriar mais uma edição da Revista Dinâmica, a Sexta! Quanto prazer em fazê-lo! Este prazer é sempre renovado pela dinamicidade de nossos bons colunistas. Queria facilitar esse editorial, focando numa só coluna, mas não dá. Todos merecem destaque nessa edição. Não deixem de ler e prestigiar a coluna do Kiko Mourão, falando sobre a importância das eleições. Vote consciente! Dia 5 de outubro é o dia para valer seu papel como cidadão. A coluna de Liana Dantas, com sua personagem “Maísa Silva”, a cria do SBT, está imperdível! O que falar de Contos Mitológicos sobre as Sereias que povoam o universo mitológico de nosso Mário Nitsche? Dessa vez, Mário nos surpreende, guarda em seu artigo uma espetacular novidade. Duvidam? Só lendo para saber. Está frio? Alguma vontade de tomar algo para esquentar? Ah, “Com Água na Boca”, traz uma dica para vocês. Confiram ainda as outras colunas, estão bem variadas. Na coluna de Educação, há o debate sobre o Capital Intelectual, Desconstruindo a Arte fala sobre as telas que valem milhões. Nossa cronista, Liz, em “Por que os sinos dobram?”. Saúde e Beleza alerta par o sério problema das alergias. A coluna de Tecnologia nos oferece dicas preciosas sobre Certificação Windows, a coluna de Música traz suas dicas e análise do que se vê e ouve pelo mundo artístico. Enfim, caro leitor, mais uma edição ao seu dispor, na intenção que seu entretenimento lhe traga também o conhecimento que permeia cada texto. Há um trabalho silencioso de pesquisa e construção de cada texto. É o mínimo que podemos fazer em respeito a você. A equipe de designers capricha em cada edição para emoldurar o trabalho dos colunistas. Estarão anunciando uma novidade para a próxima edição. Aguardem, eles são muito criativos, surpreendem ao restante da Equipe Dinâmica. Sempre. Participe da comunidade da Revista Dinâmica no Orkut. Boa leitura, prazer em recebê-lo. Tereza Machado
Revista Dinâmica 3
´ INDICE Editorial Colaboradores Crônicas e Contos Educação e Formação Desconstruindo a Arte Mitologia Tecno+ Embates e Debates Fazendo Direito Imagem e Ação MP2 Saúde e Beleza Com Água na Boca
3 6 7 Por quem os sinos dobram 9 Capital intelectual: moeda futura de uma Educação sem sucesso? 12 Tela de ouro 14 A sereia e a verdade 17 O caminho para ser certificado 19 Até que a morte os separe? 21 Eleições 2008 24 A verdadeira filha de Silvio Santos 27 A piece of Britney 30 A alergia e as drogas de uso comum 32 Nem só de pão vive o homem...
Diretora de redação: Tereza Machado. Redatora-chefe: Fernanda Machado. Diretor de arte: Chris Lopo. Editores: Chris Lopo, Fernanda Machado e Tereza Machado. Projeto gráfico: Bonsucesso Comunicação. Diagramação: Chris Lopo. Imagens não creditadas: Jupiter Images. Projeto inicial: Antônio Poeta. Anunciantes: anunciantes@revistadinamica.com. O conteúdo das matérias assinadas, anúncios e informes publicitários é de responsabilidade dos autores. Website: www.revistadinamica.com
Próxima edição: 01 de novembro de 2008
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COLABORADORES
Mario Nitsche (marionitsche@revistadinamica.com) Curitibano, dentista por profissão, filósofo por opção. Publicou o livro Descanso do Homem em novembro de 2005.
Liana Dantas (liana@revistadinamica.com) Carioca. Estudante de jornalismo. Começou cursando Letras e hoje pensa na possibilidade de vender cosméticos.
Kiko Mourão (kikomourao@revistadinamica.com) Mineiro de Belo Horizonte. Estudante de direito. Além de fazer estágio na área também trabalha com sua maior paixão: a música.
Tereza Machado (tereza@revistadinamica.com) Cearense. Professora universitária, consultora educacional e estudiosa das questões metafísicas.
Priscila Leal (priscila@revistadinamica.com) Carioca. Atriz e estudante de danças. Apaixonada pelo estudo da filosofia, da anatomia humana e de tudo que constitua o ser humano e suas possibilidades de expressão.
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Liz Motta (lizmotta@revistadinamica.com) Baiana e historiadora. Especialista em políticas públicas, produz artigos sobre violência contra a mulher.
Fernanda Machado (fernanda@revistadinamica.com) Carioca. Cientista da computação e apaixonada por design. Trabalha em sua própria empresa de comunicação.
Oswaldo Grimaldi
(oswaldo@revistadinamica.com) Paulista. Tem certificação Microsoft (MSCE) e dedica seu tempo livre a estudo sobre tecnologia e filmes de terror.
Chris Lopo (chris@revistadinamica.com) Gaúcho. Trabalha com web design desde 1997. Hoje é, além de web designer, designer gráfico, ilustrador e tenta emplacar sua banda de rock.
CRÔNICAS E CONTOS
Por quem os sinos dobram Criança tem algo de divino, carrega nos olhos uma delicadeza angelical. Criança é poesia em forma de gente
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Liz Motta
ão há nada mais lindo e prazeroso do que vermos crianças brincando, rindo, ou ainda saltitando ao sabor da inocência. É como se a gente voltasse no tempo e, junto com aquelas crianças, colasse nossas miniaturas ao lado delas para brincar e se divertir também. Criança tem algo de divino, carrega nos olhos uma delicadeza angelical. Criança é poesia em forma de gente. São todos os sentidos fazendo ciranda de mãos dadas: é o comer com as mãos, falar com os olhos, sentir com a boca, ver com os ouvidos e, tudo isso, ao mesmo tempo, agora. No século XIX não existia a terminologia criança, apenas adultos pequenos. Imaginem que criança não era tratada como criança; não na concepção de criança que temos hoje. Criança, naquele tempo, trabalhava tanto quanto os adultos, mas ganhava menos; cuidava dos irmãos/irmãs e cedo casavam. Criança não ia a escola, não sabia ler ou escrever, mas sabia contar quantos sacos de grãos seriam necessários para encher uma carroça e quantos litros de leite eram suficientes para produzir manteiga.
Criança carregava peso e lavrava a terra como seus pais. Criança também era punida nos rigores da lei, se roubasse se matasse. Ainda bem que isso já se tornou História... Será? Qual a diferença das nossas crianças contemporâneas e as do passado, não tão longínquo? Criança hoje é chamada de criança, mas vive como adulto. Basta darmos uma passada nas lojas infantis do shopping para constatarmos isso: roupas insinuantes, estojinhos de maquiagem, celulares, relógios, calças e camisas de corte arrojado, mas sem qualquer conforto ou mobilidade para as peraltices. Se tivermos oportunidade de irmos a um aniversário infantil não encontraremos mais as princesas, fadas ou super-heróis que inundavam os temas de bolos e bolas. Acho que a idade média de validade do ser criança vai do nascimento até uns 2 anos, nem um dia a mais. Se sairmos às ruas o impacto é maior ainda, crianças vendendo balas no sinal ou baleadas no chão, criança embriagada, criança drogada. Se tivermos estômago seguiremos um pouco mais até dobrar a esquina da insanidade, não é longe,
essa esquina às vezes fica ao lado da nossa casa. Lá encontramos crianças espancadas, estupradas e, não raro, assassinadas brutalmente; como o caso dos irmãos na Grande São Paulo e tantos outros que surgem todos os dias. Criança hoje vai à escola, mas não gosta muito dos bancos escolares; gosta mesmo é de usar o espaço para passar as balinhas (não confundir com doces), para flertar, namorar, ficar e, claro, não perder o auxílio mensal do Estado. A professora não é mais a “tia” ou a “mestra”, tornou-se um entrave para a “pegação” ou os “negócios”; e obstáculos devem ser derrubados, exterminados. No passado, como já disse, criança não ia a escola porque não tinha escola ou ler e escrever não ajudava em nada a sobreviver. Hoje tem escola, mas ler e escrever continuam sendo supérfluos. No passado, meninas casavam cedo, pariam cedo; hoje muitas meninas engravidam dos seus próprios pais e avôs. Meninos, no passado, vestiam calça e portavam faquinha ou canivete para ajudar nos afazeres. Hoje meninos e meninas carregam armas brancas e de fogo para assalRevista Dinâmica 7
tar e matar. Hoje temos psicólogos, pedagogos, herbiatras e tantos outros profissionais imbuídos em desmistificar a álgebra infantil, em auxiliar pais e mães a transcender a subjetividade dos miúdos. Contamos com tecnologias que nos ajudam a monitorálos, mesmo que a quilômetros de distância de nós e, se nada disso der conta, podemos contar com o cartão de crédito, amigo fiel e subserviente, sempre disposto a
realizar os desejos dos pequenos e aliviar nossa consciência por não termos tempo para orientá-los, já que estamos muito ocupados em fazê-los parecer com adultos prematuros. Pensamos que assim eles sobreviverão mais fácil e, mais fácil, alcançarão o sucesso. Não estou sendo anacrônica, mesmo porque, como dizia Marx: “a História só se repete como farsa”; mas o que aconteceu neste curto espaço de duzentos anos? Em que
Crônicas e contos lugar do tempo houve essa subversão de valores? Como resgatar a pureza e a poesia no olhar das crianças? Fomos capazes de unir mundos, de combater a peste, de subir até o espaço e de cortar os céus. Conseguimos nos comunicar em tempo e espaço real sem a matéria, clonamos alimentos e bichos. Quase semi-deuses, fizemos tanto, mas ainda não aprendemos a lidar com as nossas crianças e nem a preservar sua infância.
“Quase semi-deuses, fizemos tanto, mas ainda não aprendemos a lidar com as nossas crianças e nem a preservar sua infância.” 8 Revista Dinâmica
EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO
Capital intelectual: moeda futura de uma Educação sem sucesso? É urgente se articular o mundo do trabalho coma Escola, vislumbrar que é necessário valorizar a função do Intelectual Orgânico, como chamava Gramsci Tereza Machado
É
relevante que se faça uma análise da Educação atual no Brasil. Seus resultados mostrados em gráficos, revistas e jornais, dão a visão de um fracasso tão fragoroso que é difícil apontar por onde devemos recomeçar.
falava-se com clareza da figura do Professor. Hoje as campanhas Salariais falam de forma globalizada em Profissionais da Educação. Não irei me alongar no porquê desta mudança, mas tenho minhas convicções que esta mudança de nomenclatura tem muito do fator político embutido.
Há tempos que se ouve falar em Capital Intelectual. São publicados artigos nos jornais de Profissionais de várias áreas profissionais levados para fora do país por outros países que valorizam esse Capital Intelectual e que o remuneram de acordo.
Nas décadas de sessenta e setenta, o Magistério era a profissão valorizada para as “mulheres”, havia um consenso entre pais, namorados, noivos e maridos: lugar de mulher é em casa, fora disso só se for Professora. As Escolas Normais até a década de sessenta só aceitavam mulheres, mesmo quando abriram as portas para os homens, a grande maioria do contingente masculino não aceitou ser Professor Primário, o preconceito rezava que era profissão feminina.
O que acontece na área de Educação, que é o que mais nos interessa no momento? O Profissional da Educação já começa perdendo em sua nova denominação, antes
O que se via era que os poucos homens que faziam concurso para as Escolas Normais
A questão não é simples, são muitos os elementos do Processo-Aprendizagem envolvidos.
Também não é fácil apontar de que lado está o ponto mais vulnerável.
Públicas tinham o objetivo de fazer da futura carreira apenas um degrau em suas vidas. Assim que se colocavam melhor, abandonavam o cargo. Poucos eram aqueles que se mantinham na função. Aí está uma dimensão filosófica de uma época: a função de Professor Primário era eminentemente feminina. Mas a remuneração era bastante satisfatória. Na década de setenta, chegava a ser o piso do Professor Primário concursado de cinco salários mínimos, o que daria atualmente em torno de dois mil e trezentos reais. Bem
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diferente do que é oferecido nos concursos atuais. Hoje, diferente dos anos setenta, o salário não atrai mais os jovens que querem ingressar no Ensino Médio ou Técnico. Há uma evasão de uma grande parte do Capital Intelectual para outras áreas que remuneram melhor. Não adianta apenas se falar em vocação e amor à Educação. O custo de vida acaba por moldar as vontades, as vocações em prol de um salário melhor que defina um patamar social de acordo com o investimento na Educação Profissionalizante. Tristemente, já houve Presidente da República que dissesse que “Quem não dá para nada, vai ser Professor”. Claro que isso foi num contexto, sabe-se que é um recorte, mas não é menos triste, pelo menos para aqueles Professores que se orgulham de serem bons profissionais e que, apesar de tudo, continuaram investindo em sua Formação Profissional. O uso de uma Tecnologia da Informação fez com que o Professor tivesse que buscar novos caminhos, novas aprendizagens. Não dá mais para lecionar com “cuspe e giz”. Faz-se necessário aprimorar o manejo de um Laptop, Data Show, além de outros equipamentos mais conhecidos, como televisão, vídeo, DVD, Retroprojetor, etc. Além do uso da Tecnologia da Informação, o Professor precisa atualizar-se constantemente, não só em conteúdos, mas também em 10 Revista Dinâmica
uma nova Didática que dê conta de um alunado mais exigente, mais participativo e, por vezes mais indisciplinado quando não encontra uma aula capaz de surpreendê-lo. Não dá para separar o modelo econômico do processo educacional. Vive-se inserido no Capitalismo. Este, historicamente, possibilitou, na maioria dos países do chamado Terceiro Mundo (ou Países em Desenvolvimento, se assim preferirem), um antagonismo entre escola e trabalho. Segundo a Professora Célia Frazão Soares Linhares, em seu artigo “Trabalhadores sem trabalho e seus professores: um desafio para a formação docente”, este antagonismo
“(...) avança atualmente, verticalizando exclusões múltiplas que, na instituição escolar, vêm sendo camufladas como formas de ‘inclusão’. Multiplicamse, entre nós, os trabalhadores sem estudo, os cidadãos sem cidadania. (...)”. Está-se numa espécie de encruzilhada na Educação, os últimos resultados preocupam a todos os profissionais da área, mas a sociedade respalda a educação ministrada nas escolas públicas como mostrou a pesquisa de uma revista de grande circulação nacional, onde quase 90% dos pais consultados aprovavam a educação que seus filhos recebem nas escolas,
Educação e formação apesar do péssimo resultado em testes que mediam a eficácia do ensino, através do Ministério da Educação. Não dá para ficar muito tempo observando esta cena, sem correr o perigo de deixar de ser um mero expectador para ser omisso em relação ao problema. Os profissionais da área atingida têm que se capacitar e qualificar mais. A Educação Continuada não é força de lei, tão somente, é uma exigência dos tempos globalizados. Somente com um Capital Intelectual de qualidade, atuante, crítico e bem remunerado ter-se-á a condição de “virar a mesa”. Mais uma eleição, mais projetos sobre a Educação, quantos deles serão viáveis, quantos deles foram executados por uma equipe de professores que estejam dentro de uma escola, na sala de aula? Planos mirabolantes que saem de gabinetes com ar-condicionado e bem longe das salas de aula parecem não promover a Educação ao seu lugar de destaque no tripé de sustentação de uma Nação: Saúde, Educação e Habitação. A sociedade tem que ser alertada sobre os graves prejuízos da má educação de hoje, que futuro terá esta Nação, na mão de quem irão parar as funções de responsabilidade e de decisão? Quem irá legislar sobre a Educação? Quem dirá o quanto vale esta Classe? Ah, dá para ter saudade de idealistas que planejavam para as estrelas, pensavam alto, vibravam com cada
Educação e formação mudança obtida, sofriam com as derrotas, mas não se deixavam vencer, que saudade de Paulo Freire e Darcy Ribeiro. Suas idéias continuam atuais, talvez por não se ter conseguido realizá-las como deveriam. É urgente se articular o mundo do trabalho coma Escola, vislumbrar que é necessário valorizar a função do Intelectual Orgânico, como chamava Gramsci. Enquanto o Professor estiver quase que envergonhado de se dizer Professor, porque isso representa dizer que é um assalariado pobre, em vista do salário que recebe, não se pode esperar muito da Escola enquanto Instituição. Claro que não está se defendendo apenas a questão salarial da classe de Professores. Mas sem dignidade, tranqüilidade para pagar suas
contas, salário que permita pagar cursos de atualização, que futuro poder-se-á esperar? Talvez um bom início de mudança seria a criação de um Conselho Regional de Magistério, assim como têm os advogados, dentistas, engenheiros, arquitetos, médicos e outras profissões. Por que não os Professores? Até quem sabe poderse-ia chegar à força da credibilidade da carteirinha da OAB conferida através de uma prova após a conclusão do curso de Direito. Os Professores precisam de novos desafios, mas que possam agregar valores à sua carreira. Este artigo será encerrado com um pensamento do Padre Vieira, antigo, mas pertinente e atual: “Se quereis profetizar o futuro, consultai as entranhas dos homens sacrificados”.
Alguma dúvida de quem é o sacrificado? Alguém que não está bem pode dar o melhor de si, mas este “melhor de si” é o que se necessita em termos de um País que está buscando o desenvolvimento a passos acelerados? O Pré-Sal está aí, durante estes trinta anos seguintes ter-se-á mão-de-obra especializada para assumir as funções necessárias? Este capital Intelectual será formado sem passar pela Escola Básica e pelas mãos dos Professores da Educação Básica? Fica a pergunta. Tem-se que pensar na saída, está-se no meio de um processo educacional, muitos serão os caminhos que poderão ser trilhados, mas sem uma injeção de ânimo e valorização do Professor pouco irá adiantar novas reformas educacionais que já vêm sendo anunciadas. A UNESCO, através de um de seus delegados, disse certa vez: “O Brasil é o país que tem as mais belas leis de ensino no Mundo e os piores resultados!” Quando foi que essa frase foi dita? Há vinte anos, dez anos ou ontem? Mudanças já!
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A indústria da arte que movimenta milhões
Chris Lopo
T
ratada como o fenômeno da arte contemporânea, a artista plástica Beatriz Milhares ganhou páginas de jornais e revistas recentemente por causa de um feito inédito: seu quadro, “O Mágico”, foi vendido por mais de 1 milhão de dólares, um feito inédito para um artista brasileiro ainda vivo.
sobre a morte pode muito bem se tornar comercialmente interessante. Em agosto do ano passado, Damien vendeu uma obra, “Pelo amor de Dios”, um crânio cravejado de diamantes, pelo valor de 100 milhões de dólares. Cifras tão longas eram, até bem pouco tempo atrás, exclusividade de artistas que não conheceram o sucesso em
Beatriz é carioca, trabalha 6 horas por dia em seu ateliê e produz uma média de 10 quadros por ano. Sua versatilidade faz com que também produza sob encomenda, usando seu toque pessoal na decoração de vários ambientes pelo mundo. Damien Hirst, também artista plástico, se intitula desde o início da década de 90 como líder do “Young British Artists”, ou Jovens Artistas Britânicos. Impulsionado pelo apoio do colecionador Charles Saatchi, alcançou o sucesso rápido, mostrando que a sua visão 12 Revista Dinâmica
Então o dinheiro acaba indo diretamente para o bolso do artista, diferente do modo como a brasileira trabalha, o modo tradicional, vendendo suas obras para galerias de arte.
Divulgação
DESCONSTRUINDO A ARTE
Tela de ouro
Extendendo um pouco o campo artístico, isto é mais ou menos o que está acontecendo com os músicos. A cada dia, mais e mais artistas saem das grandes gravadoras e abrem suas próprias, para ter controle total de todo o material e, principalmente, da entrada de dinheiro.
vida. Suas obras recebiam valor e admiração após sua morte.
Esta independência tem seus prós e seus contras. Antigamente as grandes gravadoras decidiam o que ia fazer sucesso e o que ficaria no ostracismo. Hoje este controle está, cada vez mais, nas mãos dos músicos. É o modo de como as coisas vão se adequando à nova realidade.
Mas as histórias de Damien e Beatriz se assemelham apenas por aí. O artista britânico vende sua arte diretamente para colecionadores.
Esperamos que, em breve, nossas “Beatrizes” também ganhem sua independência e comecem a faturar alto.
Beatriz Milhares
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Desconstruindo a arte
Divulgação
“Pelo amor de Dios”, obra de Damien Hirst que consiste em um crânio cravejado de diamantes
Ovelha conservada dentro de uma caixa de vidro, um dos trabalhos mais polêmicos de Hirst
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MITOLOGIA
A sereia e a verdade A história de uma sereia chamada Ella Mário Nitsche
A
sereia que conheci em São Francisco do Sul causou uma discussão sobre a beleza. Ela foi descrita como feia. O que é a beleza? Prefiro pensar como Ibsen: “a beleza é o acordo entre o conteúdo e a forma”. O nome dela é ELLA. Ela existe. Ella estava lá sobre rochas terríveis e perigosas no Mar Mediterrâneo, litoral meridional da Itália, com algumas amigas, há milhares de anos no dia que o grande guerreiro passou com seu barco. Ele estava amarrado ao mastro, ouvindo e vendo-as. Seus homens tinham tampões enormes de cera entrouxados nos ouvidos e não olhavam para as meninas. Ulisses ouviu-as no canto mavioso onde havia a promessa do céu, do gozo sem fim, do cartão de crédito sem limites e sem débito na conta e um paraíso aqui na terra por entre os encantos dos seus braços torneados e lindos... Foi encantado por elas e Ella sentiu que ele a queria. Ele Gritou aos seus homens que o desamarrassem, que tocassem o barco para a glória e a maravilha das rochas onde Ella morava. Debatia-se, xingava... Os marujos não o obedeceram e o barco continuou, saindo do sítio das rochas para o mar e o seu destino.
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Ella ficou desconcertada. Quem era ele? Uma crise de identidade cresceu e materializou-se em perguntas existenciais. Quem era Ella, de onde vinha e para onde ia? A vida era aquilo? Ficar atraindo marujos para as rochas e ver no rosto deles o espasmo e o horror de um fim sem glória num grande engano? O que era a morte afinal? Por que se morre? Para onde iam? Ella saiu e zanzou pelos mares sozinha, imersa não na água, o seu meio, e sim no meio de perguntas sem respostas e após milhares de anos veio a São Francisco do Sul. Seu rosto parecia feio, sim, pelos anos cheios de questões essenciais. Sem supermercados, Jornal Nacional, grife, políticos, corrupção e livre da escravidão da moda – e outras coisas idióticas pseudo-importantes – ela arcou com pontos de interrogação fundamentais no seu mar. Abandonou a arte de atrair homens para a morte e passou a pensar nela, a morte... um fim? Que fim? E do que? Ella estava em crise. E assim nos encontramos em um lugar mágico em São Francisco do Sul. O onde é segredo. Comecei contando para Ella quem foi o grande homem
que ela viu. Ulisses. Um herói. Um dia Ulisses partiu com seus homens à Tróia para resgatar uma linda mulher que abandonou o marido feio, chato, que passava horas e horas nos negócios de estado. Helena fugiu com um cara inteligente pelo qual se apaixonou. Foi amor. Havia também o fator político e econômico. O motivo real! Um grande exército foi reunido e Ulisses era o coração dele. Uma longa guerra. Cansaço. No fim os gregos estavam desanimando e Ulisses inventou aquela do imenso cavalo de madeira. O presente de grego... onde ele entrou com alguns bons de briga. Lá fora todos fingiram ter ido embora. Alegria geral dentro dos muros. À noite o cavalo deu às sombras, um punhado de guerreiros que abriram os
Ilustração: Fernanda Machado
Mitologia portões imbatíveis da cidade. Ulisses foi o primeiro a descer e o toque dos seus pés no solo proclamou a
sentença de morte de Tróia. Ella ficou pasma. - Mario... To vendo que ficar numas rochas atraindo homens para a morte não é tão horrível assim... Até é light. Eles ficam felizes por um tempo e decidem segundo seus desejos... vocês se matam muito mais e melhor e com uma frieza assustadora... e por nada! Que medo, pô! - Ella, eu gosto do Ulisses, sabe! Inteligente. O rei “mandava” no exército, mas ele “liderava” o exército. Estrategista e homem de frente. Era amado pelos seus soldados e respeitado por todos. E foi ele que levou para Tróia o maior guerreiro de todos os tempos: Aquiles. - Por favor, me conte mais sobre ele! – Seus olhos brilhavam. - Há um aspecto nele que eu admiro acima de tudo,
Ella. Ulisses estava aberto a experiências novas, conhecer o novo, o “um pouco mais para lá...” mas tinha o bom senso de tomar alguns cuidados para não ser levado pela voragem da novidade. - Como isso? - Veja. Ele passou por vocês lá nas rochas, no Mediterrâneo. Ulisses queria saber como era o canto das sereias, como alguém se sentia envolto nele. Mas deu uma ordem fundamental: Ser amarrado ao mastro e de jeito nenhum ser obedecido sob o encantamento! Assim ele aprendeu, passou, entendeu os limites dele e não morreu. E você o viu. Mais ainda, Ella, ele a ajudou a pensar!
- Sim – disse ela extasiada, - eu o vi... cantei para ele! – Quer que eu cante pra você, Mario? - Não, Não... Deixe assim. Muito obrigado! Vamos ficar no papo que tá muito bom. Sei que tem uma voz bonita... valeu. – Um frio passou pela minha espinha, mesmo que Ella parecia tão indefesa... - Tudo bem. Faz tempo que não canto... – Ela fez um bico daquele tamanho! - Não se preocupe. Ella, um pouco antes dos anos 60 um gênio deu alguns passos, “um pouco mais para lá”, como Ulisses. Chamava-se Aldous
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Huxley. Ele estudou e fez experiências com uma droga chamada mescalina. Escreveu um livro famoso: As Portas da Percepção. O céu e o inferno. Nossa. Bombou! A mescalina era semelhante a uma outra droga que ganhava espaço na época: o LSD. Huxley influenciou a cultura hippie que nascia e depois um número enorme de intelectuais. Mas, no usar a droga, ele pediu para ser monitorado por um amigo psiquiatra. “Amarrou-se ao mastro”. Passou pelas rochas, Ella, como Ulisses o fez. Milhares seguiram o caminho do Huxley... sem estarem atados ao mastro e deram com suas vidas nas pedras.
- Medroso. Não pensa. Homo TVsapiens... Tem sua cabeça feita por uma mídia. Não decide em conseqüência disso. É decidido de fora. Não comunica emoções. Fraco espiritual e fisicamente. O pior. Só vê o que está há dois palmos do seu nariz e imagina que o que vê ali é o mundo. Extremamente manipulável... Não valoriza nenhuma das perguntas que fizeram você nadar pelos mares em busca de respostas...
- O que é uma droga?
- Ella, quase todos passam muito tempo de um dia na frente de uma Coisa quadrada, pequena onde se pode ver de tudo. Ouvir música, ver dramalhões, crimes, políticos, amenidades, guerras, cores, pornografia e coisas boas. Tudo misturado. A pessoa pode chorar, rir, se irar, ser santa, se excitar, matar e morrer. A Coisa empresta uma vida artificial ao indivíduo; forma opiniões nele que são previamente decididas por outros... e tudo isso com o cara sentado, olhando fixamente a Coisa, comendo ou bebendo dentro de uma sala anos a fio.
- É um liquido que você toma ou põe no seu corpo que te afeta e te deixa meio longe, vendo coisas, sentindo coisas não daqui... e o exagero nele enlouquece e mata. - Vejo e sinto a vida sem precisar do liquido! Só preciso do mar... - Melhor... – Sorri para ela - Sabe, Ella, o Ulisses, com sua coragem, equilíbrio, raciocínio, criatividade e “o um passo além”, deveria ser o exemplo para o ser humano atual. O modelo para o homem do século XXl... O desafio é ser um Ulisses, aquele que busca, que pensa, que vai. Ella, o herói é o que pensa! Olhei longamente para aquela criatura ímpar à minha frente. - Você nem sabe, de um modo geral como o homem é hoje em dia, Ella. - Me diga. 16 Revista Dinâmica
- Não sei o que é um TVsapiens. É uma doença? Comecei a rir.
- Que horror, Mario. Vocês são infelizes e mandados. Eu estou feliz! Tenho o mar inteiro para olhar, ver, sentir e hoje aprendi coisas maravilhosas! - É mesmo? Que bom. Fico contente... Bem, chega, Ella... Já falei demais. Sua vez, fale. Ouvi contos magníficos de outra dimensão próxima à nossa. Pou-
Mitologia co entendi e muito senti apenas. Mas o papo foi bom para ela que mudou! Ficou mais bonita e livre de pensamentos sombrios. Terminei depois a história de Ulisses. Sua volta, a luta em sua terra para liquidar o bando que estava na casa dele de olho na sua esposa, bens e vinho. Quando mencionei que depois ele viveu muitos anos ao lado de sua linda Penélope, Ella chorou. Veja só. Ela sorriu. - Vou indo. Obrigada de coração. Vou voltar a cantar... sozinha, tá! Tem umas rochas bem longe daqui. Cantar de alegria! - Ótimo, Ella. Veja bem se não tem um pescador ou marinheiro por perto. Rochas e mar podem ser perigosos para alguém que se distraia com a beleza... E Ella foi para o mar. Quero voltar a São Chico para caminhar, escrever, rever algumas pessoas que conheci e a minha discípula... Combinamos de falar um pouco mais sobre o “ir um pouco mais além” de um jeito construtivo. Nunca tive uma discípula sereia antes! A vida é uma grande aventura mesmo. P.S. Com relação a notícia ventilada nos livros especializados, que as sereias devoravam os marujos mortos, Ella ficou muito braba. Nossa, a galega quase surtou! Ela disse que os tubarões já faziam essa limpeza e bem. Elas somente cantavam e atraíam os marinheiros... a parte limpa, artística e estética do projeto.
TECNO+
O caminho para ser certificado As certificações e seu valor dentro do mercado de trabalho
Oswaldo Grimaldi
A
lgumas pessoas tem me perguntado: vale a pena investir numa certificação?
Vale cada centavo investido. A certificação lhe fornece um aprofundamento técnico e teórico, alem de prático. Hoje temos certificações diversas, como as da Cisco, Linux, Microsoft, dentre outras. Eu, por exemplo, me especializo em produtos Microsoft. No momento estou terminando minha certificação MCSE (Microsoft® Certified Systems Engineer), que é voltada para redes e me instrui a administrar desde uma simples rede de pequeno porte até a arquitetura e desenvolvimento de uma rede de grande porte. É um curso relativamente rápido e dinâmico, dividido por módulos, com conteúdo abrangente. Cada módulo tem a duração média de duas semanas, com 4 horas de estudos por dia. No MCSE, o curso é dividido em oito módulos. Maiores informa-
ções estão disponíveis no site da Microsoft: <http://www.microsoft.com/brasil/certifique/certificacao/mcse> Para se tornar um MCSE, você precisa passar em oito provas, com acerto mínimo de 70%. Cada prova tem o valor de R$80,00 e a inscrição deve ser feita através da Prometric, Centro de Aplicação de Testes, e a prova será feita em um centro de treinamento de acordo com sua escolha. Com a chegada do Windows Server 2008, quem já tem o MCSE do 2003 pode fazer um upgrade para a nova versão. Até o fechamento dessa matéria, não localizei escolas que estejam lecionandos os novos cursos. Hoje o preço de uma certificação
se torna mais acessível, comparado com o valor de 10 anos atrás. Na primeira certificação que fiz (Win2K - MCP), paguei quase três mil reais. Hoje, o custo é de menos de dois mil reais para o MCP 2003. A Formação do Windows Server 2008 passou a se chamar MCITP (Microsoft Certified IT Professional), que está dividido em Server Administrator e Enterprise Administrator, praticamente como o antigo MCSA & MCSE. A mudança conta ainda com a Certificação Microsoft Certified Technology Specialist (MCTS), para que cada aluno possa se especializar em determinada área no Server 2008, que está dividida em: • MCTS: Windows Server 2008 Active Directory Configuration Revista Dinâmica 17
Tecno+ • MCTS: Windows Server 2008 Network Infrastructure Configuration
mcts/windowsserver/2008/transition>
• MCTS: Windows Server 2008 Applications Infrastructure Configuration
Assim que conseguir passar nas provas, farei a MCT (Microsoft Certified Trainer), para ministrar aulas.
Para maiores informações quanto a upgrades do MCSA ou MCSE para a nova versão do Server da Microsoft, consulte: <http://www. microsoft.com/learning/mcp/
Gostaria de salientar que qualquer tipo de certificação não elimina um diploma de faculdade e esse conjunto certificação + faculdade te torna um profissional ainda mais
gabaritado. Agora que você leu esse texto, poderá decidir se realmente vale a pena uma certificação. Procure se especializar em algo que realmente goste e se identifique, e descubra o tipo de certificação que mais lhe agrade. Espero que essa experiência que passo hoje, se torne a sua amanhã, e terei grande satisfação em trocar experiências. Para maiores informações: <http://www.microsoft.com/brasil/certifique>
“Gostaria de salientar que qualquer tipo de certificação não elimina um diploma de faculdade e esse conjunto certificação + faculdade te torna um profissional ainda mais gabaritado.”
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EMBATES E DEBATES
Até que a morte os separe? Lei Maria da Penha (11.340/2006): cumpra-se! Liz Motta
No mês de setembro a Lei 11.340/2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, completou 2 anos em vigor. Foram dois anos de ajustes, adaptações e com um saldo parcialmente positivo para a sociedade brasileira, mas principalmente para as mulheres.
Entretanto, muito ainda há que se fazer para que erradiquemos a violência contra a mulher; no Brasil, mesmo sendo o país pioneiro na implantação de uma lei que pune a violência doméstica, existe uma discrepância tremenda quando nos deparamos com os números que envolvem a Lei. As regiões Sul e Sudeste estão primeiro lugar em número de serviços prestados à mulher vítima de violência, enquanto que as regiões Norte e Nordeste são carentes em vários tipos e quantidade de serviços. Um exemplo claro da desproporção em atendimentos à mulher nas regiões brasileiras fica clara quando apresentamos o Estado de São Paulo com 126 delegacias da mulher contra 10 no Pará ou Tocantins. Existem estados que contam apenas com uma DEAM, como é o caso de
Roraima e Amapá. (Fonte: SPMPR) A questão não está mais na instância da feitura de uma lei que coíbe os crimes de VD, mas na execução da mesma. A Lei Maria da Penha encontra obstáculos quase intransponíveis que ameaçam seu cumprimento, retardam a condenação dos réus e, infelizmente, alimentam a impunidade. Um destes obstáculos é a escassez das Varas e Juizados Especiais para tratar estes crimes juntamente de profissionais adequados para a aplicação da Lei. Mais uma vez os números ilustram uma realidade desanimadora, enquanto na Bahia os grupos de mulheres lutam pela implantação da Vara Especial, São Paulo conta com 20; assim como a Bahia outros estados sofrem a ausência deste importante órgão no processo de punição dos criminosos. (Fonte: SPM-PR) É preocupante, também, as denúncias Brasil afora de juízes que não estão cumprindo a Lei e con-
claman-
do as partes envolvidas para a reconciliação; outros defendem que as Medidas Protetivas de urgência venham corroboradas por provas como fotos e testemunhos. Mas se a MP é de urgência subentende-se que a mulher correr risco imediato em sua integridade física ou risco de morte e na maioria das vezes não há tempo ou condições para fotos ou dissuadir pessoas a testemunhar a agressão, já que ainda vigora o ditado “em briga de marido e mulher não se mete a colher”.
Em contrapartida, houve um aumento no número de denúncias, talvez por as mulheres se sentirem mais seguras pelo amparo da Maria da Penha. Atualmente elas não podem mais entregar pessoalmente a intimação ao agressor, o que faz uma grande diferença. Em muitos casos, antes da Lei, ao levar a intimação, a mulher era assassinada ou espancada novamente. Revista Dinâmica 19
A denúncia, não pode ser mais retirada exceto diante do juiz. Antes moeda de barganha, a denúncia era utilizada por agressor ou vítima para ameaçar ou prometer a paz infinita. Obviamente um artifício frágil, pois as denúncias, quando retiradas, eram esquecidas abrindo espaço e precedente para novas
agressões e femicídios. A denúncia ainda é a maior aliada no combate a violência contra a mulher e o cumprimento da Lei Maria da Penha é fundamental para a punição dos agressores e para salvaguardar a vida das vítimas e suas famílias. Violência
Embates e debates contra a mulher é crime, viola os direitos humanos. Uma vida sem violência é um direito de todas as mulheres. Conheça como eram tratados os casos de violência contra a mulher e como ficou depois, com a Lei 11.340/2006. (Fonte: SPM/PR)
ANTES DEPOIS x Não existia lei específica sobre a violência x Tipifica e define a violência doméstica e familiar doméstica contra a mulher. contra a mulher e estabelece as suas formas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. x Não tratava das relações entre pessoas do x Determina que a violência doméstica contra a mesmo sexo. mulher independe de orientação sexual. x Nos casos de violência, aplicava-se a lei x Retira desses Juizados a competência para julgar 9.099/95, que criou os Juizados Especiais os crimes de violência doméstica e familiar Criminais, onde só se julgam crimes de “menor contra a mulher. potencial ofensivo” (pena máxima de 2 anos). x Esses juizados só tratavam do crime. Para a x Serão criados Juizados Especializados de mulher resolver o resto do caso, as questões cíveis Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, (separação, pensão, guarda de filhos) tinha que com competência cível e criminal, abrangendo abrir outro processo na vara de família. todas as questões. x Permitia a aplicação de penas pecuniárias, como x Proíbe a aplicação dessas penas. cestas básicas e multas. x A autoridade policial fazia um resumo dos fatos x Tem um capítulo específico prevendo e registrava num termo padrão (igual para todos os procedimentos da autoridade policial, no que se casos de atendidos). refere às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar. x A mulher podia desistir da denúncia na x A mulher só pode renunciar perante o Juiz. delegacia. x Era a mulher quem, muitas vezes, entregava a x Proíbe que a mulher entregue a intimação ao intimação para o agressor comparecer às agressor. audiências. x Não era prevista decretação, pelo Juiz, de prisão x Possibilita a prisão em flagrante e a prisão preventiva, nem flagrante, do agressor (Legislação preventiva do agressor, a depender dos riscos Penal). que a mulher corre. x A mulher vítima de violência doméstica e x A mulher será notificada dos atos processuais, familiar nem sempre era informada quanto ao especialmente quanto ao ingresso e saída da andamento do seu processo e, muitas vezes, ia às prisão do agressor, e terá que ser acompanhada audiências sem advogado ou defensor público. por advogado, ou defensor, em todos os atos processuais. x A violência doméstica e familiar contra a mulher x Esse tipo de violência passa a ser prevista, no não era considerada agravante de pena. (art. 61 do Código Penal, como agravante de pena. Código Penal). x A pena para esse tipo de violência doméstica e x A pena mínima é reduzida para 3 meses e a familiar era de 6 meses a 1 ano. máxima aumentada para 3 anos, acrescentandose mais 1/3 no caso de portadoras de deficiência. x Não era previsto o comparecimento do agressor x Permite ao Juiz determinar o comparecimento a programas de recuperação e reeducação (Lei de obrigatório do agressor a programas de Execuções Penais). recuperação e reeducação. x O agressor podia continuar freqüentando os x O Juiz pode fixar o limite mínimo de distância mesmos lugares que a vítima freqüentava. entre o agressor e a vítima, seus familiares e Tampouco era proibido de manter qualquer forma testemunhas. Pode também proibir qualquer tipo de contato com a agredida. de contato com a agredida, seus familiares e testemunhas.
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FAZENDO DIREITO
Eleições 2008
Kiko Mourão
E
Olhos abertos para que nossa boca não seja fechada
m vésperas de um dos maiores eventos da democracia, não podemos deixar de falar sobre ele, a eleição. Está chegando o dia em que muitos brasileiros deixarão suas casas por alguns momentos para escolherem os representantes que governarão suas cidades pelos próximos quatro anos. Em períodos eleitorais são muito comuns as propagandas orientando ao eleitor que não venda o voto, que estude o histórico do candidato, enfim, que vote consciente. Então, neste artigo o foco será desviado para o Direito e não para a política, se bem que Direito e política estão intrinsecamente ligados.
sistema de cooperação mútua. Ele arrecada tributos da sociedade e os reverte em benefício da própria sociedade. Isso ocorre pelo menos na teoria. Já na prática eles não são devidamente aplicados e compõem um sistema doente. Os tributos ainda são vistos, injustamente, de forma odiosa. Mas a questão não está no pagamento de tributos. Não é o momento em que ocorre a transferência de riquezas dos indivíduos para o Estado e sim o momento em que o Estado aplica os recursos arrecadados. Os recursos brasileiros são mal empregados e, para cobrir os rombos orçamentários, mais e mais tributos são criados.
O Estado funciona como um
O que a política tem a ver com
isso? São os prefeitos, vereadores, deputados, senadores, governadores e o presidente que cuidam de nosso dinheiro. As pessoas que escolheremos no próximo dia cinco são as que administrarão os tributos e aplicarão os mesmos pelos próximos quatro anos em nossas cidades. Não é preciso falar em compra de votos e propagandas irregulares. O eleitor já está cansado de duas coisas, uma delas é de saber que um candidato que se presta a comprar votos não merece a confiança do eleitor. A outra, é ver propagandas políticas nas quais os candidatos apenas atacam os adversários. Ora, por que não usar o espaço para apresentar as propostas? Talvez por falta de propostas. Ou ainda pelo simples gosto pela Revista Dinâmica 21
baixaria eleitoral. O eleitor deve ter muita atenção ao escolher o seu candidato. Para ajudá-lo nessa escolha, muitas ferramentas são úteis. Por exemplo, o site da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou uma lista que vem sendo chamada de “ficha suja”. Esta lista mostra a relação de candidatos em todo o país que respondem a ações penais de improbidade administrativa e eleitoral. E não são poucos os candidatos que respondem, inclusive alguns a vários processos. Para saber se a sua escolha é realmente o melhor para a sua cidade vale a pena fazer uma visita ao site
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<http://www.amb.com.br> e clicar em uma opção que se encontra ao lado direito do monitor: Nomes dos candidatos que respondem a processo.
Fazendo direito ainda e um possível rombo nos orçamentos públicos.
Outro destaque fica com as promessas de campanha. O eleitor deve saber identificar quais são Nenhum dos candidatos pode viáveis e quais são ditas de maneira ser condenado, visto que ainda irresponsável para conseguir votos não houve trânsito em julgado de daqueles que, por pouco entendisentença. Mas os eleitores sabem mento, acreditam nas promessas. muito bem se a escolha poderá Alguns candidatos prometem alteafetar a cidade negativamente ou rar setores que nem mesmo são de não. E importante pensar que serão competência do município. Como quatro anos administrando os seria isso possível? É por isso que tributos de nossas cidades. Quatro o eleitor deve manter-se em alerta anos nas mãos de quem é acusado durante as eleições, afinal, como de improbidade administrativa é dizem as divertidas propagandas um longo tempo. Se as acusações do TRE (Tribunal Regional Eleitoforem verídicas, é um tempo maior ral): quatro anos é muito tempo.
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IMAGEM E AÇÃO
A verdadeira filha de Sílvio Santos Não tem para ninguém: Maísa Silva, apresentadora-mirim, é um patrimônio televisivo aos 6 anos de idade! Liana Dantas
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la tem 6 anos e fala, age e gesticula como uma pessoa de 25 anos! O máximo da precocidade televisa. O que é Duda Little ou Simony perto de Maísa Silva? Também, esses pais colocam logo este nome - da cantora mais dramática ever da história, a menina tinha mesmo de nascer adulta! “Quem são esses pais” é a mais nova frase do momento depois de “o petróleo é nosso” ! Para quem viu os vídeos da infanta no youtube - resumos dos bordões e situações malucas passadas em seu programa Sábado Animado, do SBT, sabe do que estou falando. Ela tem uma criticidade e um senso de humor afiadíssimo, que dá medo. Qualquer dia desses, ela vai substituir Arnaldo Jabor nos comentários no Jornal Nacional ou Jornal da Globo, porque ela é muito melhor. O episódio mais intrigante dos vídeos é quando Maísa ri do menino que fala via telefone que quer ganhar um “Preisteichan” (video-game Playstation) de prêmio. Maísa não perdoa e corrige com a língua batendo no palato: “Pllllllaystaion”. A ligação estava
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ruim e o menino não ouviu a correção da adulta-mirim e continuou a torcer, enquanto girava uma roleta (porque tudo no SBT tem roleta!) pelo seu “Preisteichãn”. Como Maísa não é criança mesmo, ela também torceu... e torceu pelo “Preisteichãn!”,”Preisteichãn!” ,”Preisteichãn!” do menino, morrendo de rir com seus cachinhos pulantes da dificuldade de pronúncia do coleguinha. A Xuxa vai mal... Essa é uma das frases identificadas da música “Planeta Xuxa” ao contrário - são famosas as seqüências das músicas de Xuxa ao contrário, nunca comprovadas, mas sempre divertidas. Mas desta vez, realmente, a Xuxa vai mal! A pessoa não está entendendo que já virou item de festa Ploc e que nenhuma criança hoje em dia tem conexão alguma com sua persona? Esse “encosto Michael Jackson” que Xuxa pegou me assusta. Parece que ela grudou um chip na cabeça com frases “só quero
fazer coisas de criança” e então ela fala quem nem criança, pensa que nem criança, gesticula que nem criança. Trocou de corpo com Maisa numa cirurgia feita em sua (ex) casa em Vargem Grande? Vai saber. O mais perturbador é que ela declara gostar tanto das crianças que apresenta o programa com decotes de tchutchuca mostrando os mililitros conquistados: Michael Jackson perde! Aliás, só onde ela consegue ganhar é na bizarrice, pois Maisa já desbancou a “Rainha Louca dos Baixinhos” no ibope! Foi um evento: Maísa e Sílvio
Sandy e a Abravanel-mirim dispara: “Ai que chato, viu?”. Como não posso afirmar que a comunicação está no sangue de Maísa “Sílvia” e que ela herdou de seu pai (eu ia dizer avô, mas, resolvi ser gentil), Sílvio Santos? Ela só pode ser a verdadeira herdeira Abravanel e não precisamos de mais provas para isso. Em que família do planeta uma criança já nasceria lendo, falando e rindo da cara dos outros? Foi tudo muito bem cuidado. Ela surgiu como
mais uma criança pentelha do programa do Raul Gil, para não levantar nenhuma suspeita e depois tudo correu metricamente natural e ninguém percebeu que já estava tudo planejado para a futura dona das tardes de domingo. Coisa que nem a Hebe conseguiu - mais uma prova! No futuro será Maisa a perguntar “Quem quer dinheiro?”. Só que em seguida ela vai falar “Então vão trabalhar bando de pelancudas”! Ou algo parecido.
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Imagem e ação Santos debochando de Xuxa em pleno domingo. A pirralha falante mais uma vez deu um show de sarcasmo quando ela viu que estava na capa da revista “Conta Mais” e soltou na maior: “Conta mais? Ai que vergonha!”. A platéia adora e gargalha. Como se não bastasse, Maisa começa a ler a matéria e em voz alta e faz alguns comentários como: “Coitada da Xuxa, gente”, ou “Xuxa perdeu no ibope... Ah, mas eu gosto dela!”. E o melhor é quando citam que a apresentadora Olga Bongiovani compara ela a
Maisa Silva, 6 anos
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O Emmy vai para...
O Emmy não vai para...
Lugar nenhum. O Emmy parece uma mistura de especial do Roberto Carlos com VMB (Vídeo Music Brasil), o que resulta obviamente no Prêmio Multishow - ui!
Os programas novos: Brothers. Nada mais que Supla e seu irmão, João Suplicy, no intervalo do supletivo ou curso técnico para balzaquianos fazendo coisas inúteis aos Sábados, 18h, na Rede TV!.
Aliás o grande ranço da tv são as premiações, que também podem ser chamadas de “coisas que não dão em nada”. Os produtores de elenco acham que as misturas vão resultar num sucesso estrondoso e... não dão, tá? Alguém avisa aos fofos. O máximo que acontece é o telespector mudar de canal e depois ser obrigado a ver a cena nas reprises contínuas do evento. Mas a Tina Fey ganhou 4 prêmios no Emmy Awards do último dia 21 pela sua série 30 Rock, da NBC - e isso só confirmou que os estadounidenses estão ficando um pouquinho mais inteligentes. O que um “11 de setembro” não faz com uma nação? Uma loucura. O momento bafão sob bafão mesmo foi na hora do melhor prêmio para “atriz comediante”! A mágoa rolou solto: a cada close dado na cara das concorrentes quando Tina, vencedora, agradecia no palco era de morrer! A “America Ugly Betty Ferreira” foi a mais magoada. Eu, fiquei passada e ela, incrivelmente “ugly”.
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E o mais novo do SBT, chamado Olha Você. Eu acho muito bem que poderia se chamar “Se enxerga”! Só pelo elenco: Claudete Troiano (ressuscitada), Ellen Jabour (por quê?), Alexandre Bacci (pra quê?) e Francesco Tarallo (hein?). Nossa, muito bicarbonato de sódio para não deixar o estômago morrer. A atração tenta emular um mix de “Hoje em dia” da Record com “Video Show” da Rede Globo, mais aquela breguice de programa americano, como “Good Morning America”, da ABC, de causar pancreatitie crônica! Só que o programa “Olha Você” começa depois de todos os programas vespertinos que existem, para fazer uma espécie do que o “Video Show” agora faz mediocrimente: resumos sobre os próprios programas da emissora, uma espécie de auto-publicidade que não acrescenta em nada. O que me deixa muito intrigada é um programa desses ser aprovado por Silvio Santos - que tem alma de camelô e sabe que isso mais esse elenco “vergonha alheia” não venderiam bem em nenhuma barraca! “Se enxerga” seria ou não mais apropriado?
2 coisas que precisam ser ditas sobre a tv nacional aberta, fechada ou meia-lua Ana Maria Braga, (Mais Você, Rede Globo) precisa de um GPS urgente e Ingrid Guimarães (Mulheres Possíveis, GNT) é uma mala incondicional. 26 Revista Dinâmica
A piece of Britney
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Liana Dantas e Fernanda Machado
VMA (Video Music Awards), premiação da MTV americana aos “melhores” videoclipes do ano, em diferentes categorias, aconteceu em Los Angeles, no dia 7 de Setembro. Após a desastrosa performance de Britney Spears no ano passado, ela apareceu na festa sem provocar escândalos, o que é novidade ao se falar de Britney, já que seu último disco, Blackout, foi marcado por escândalos e mais escândalos: saídas na noite sem calcinha, raspagem de cabelos, aparições dopadas e batidas em carros estacionados, afundadas em cafeína. Tudo isso resultando na perda da guarda dos filhos. Faturando os principais prêmios da noite (Melhor Videoclipe
A volta da cantora na maior premiação da MTV Feminino, Melhor Videoclipe Pop e Melhor Videoclipe do Ano) com “Piece Of Me”, Britney foi considerada a grande estrela do show. Especula-se, no entanto, que os prêmios recebidos pela cantora foram de consolação, já que ela nunca recebeu nenhuma estatueta anteriormente. A premiação também pareceu mais uma versão atual de “Porta da Esperança”, com ajuda a artistas desconhecidos e/ ou propositalmente esquecidos pelo grande público, do que um show para celebrar os melhores videoclipes do ano.
acabou parecendo um andróide e não muito surpresa no momento em que seu nome era anunciado como vencedora. Fez uma linha blasé - ou era efeito dos remédios, passando por insossa, que não é muito seu estilo. Realmente, fazendo menção a sua música, tivemos só “um pedaço” de Britney no evento. Mas, convenhamos que para um evento aparvalhado como esse, ela estava no ponto!
Comentário: A cantora parecia levemente dopada - ou ela sempre foi assim e nós que não havíamos percebido? Nessas de querer se mostrar uma pessoa equilibrada, Revista Dinâmica 27
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We love you, Josh!
O grande foco do Emmy Awards, premiação da televisão dos Estados Unidos, que ocorreu no dia 21 de setembro, onde a atriz e roteirista Tina Fey ganhou 4 prêmios pela sua série 30 Rock não foi a tv e sim a música! O cantor Josh Groban, cantor norte-americano com cara de bobão e preferido de celebridades como Oprah Winfrey, abalou as estruturas do evento, fazendo os espectadores que estavam babando de sono e tédio, acordarem. Josh Groban cantou um pout-pourri dos temas dos seriados norte-americanos de diferentes épocas em número super bem produzido, ensaiado à beça e pasmem! - sai natural como se ele estivesse escovando os dentes! Com sua técnica vocal indiscutível, ele surpreendeu a todos, mostrando uma faceta bem-humorada não muito conhecida (por sua famosa cara de bobão já citada), cantando temas como o da série “The Fresh Prince of Bel-Air”, que tinha o Will Smith como papel principal e que a música-tema era um hip-hop cantando pelo mesmo. J. G. tirou de letra e fez até um charme antes de cantar, botou a mão na cabeça numa espécie de “Ai meu Deus, e agora?”.
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De fato, numa espécie de pesquisa interna feita por nós, foi um dos únicos momentos que conseguiu prender a audiência de fato. Tanto que existe um vídeo deste momento no youtube que já foi visto por milhões de pessoas. O pessoal da produção deveria até fazer uma faixa de agradecimento a ele por isso. Nós fizemos a nossa: Thank you, Josh!
Josh Groban no Emmy
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Irreal, expectativas... Este ano, o VMB (Vídeo Music Brasil) premiação de música da MTV Brasil, acontece no dia 02 de outubro, no Via Funchal (São Paulo) e duas atrações internacionais participarão do evento: Ben Harper e Bloc Party. A band inglesa Bloc Party, com seu vocalista Kele Okereke, chegado aos bafões - o último, pelo menos o último que nós sabemos, foi quando ele acusou o John Lydon, do Sex Pistols, de racismo. Lydon deve ter ficado muito abalado, pois vai ser estrela de um comercial de margarinas da marca “Country Life”. Nós preferimos não comentar. Fora quando ele falou mal de Jack White (White Stripes e Raconteurs) aos quatro ventos, acusando Jack White de só querer vender discos e não discutir temas políticos. E o cantor norte-americano Ben Harper, chegado a assuntos políticos, só que mais discreto, é uma grande influência aos vários “cantores-surfistas” do mundo todo, que recentemente fez uma participação no disco da cantora Vanessa Da Mata com a música “Good Luck, Boa sorte” e vai repetir este duo na premiação. A cantora, no maior estilo “Meu amor, você me dá sorte na vida”, transformou a música num hit com a participação de Harper.
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O cantor aproveitou a vinda e fez duas apresentações no festival About Us, que aconteceu em Manaus e São Paulo.
Bloc Party
Ben Harper
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SAÚDE E BELEZA
A alergia e as drogas de uso comum E quando a incompatibilidade surge diante do prometido “milagre estético”? Priscila Leal
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alergia é uma resposta do sistema imunológico a um fator, ou a uma combinação de fatores externos. O sistema imunológico é responsável por defender o organismo de estímulos “não reconhecidos” pelo corpo. Assim, o processo alérgico é como um “grito de socorro”, um alerta de que algo está errado, na realidade, uma intolerância do organismo a uma determinada circunstância. Há muitos tipos de hipersensibilidades. De fato, se pensarmos em todas as possibilidades de combinações genéticas entre os seres humanos, eis aí também o número de possibilidade de hipersensibilidades: praticamente infinito. Os desencadeadores desse processo podem ser fatores “ambientais”, como clima, poeira, animais e etc.; substâncias ingeridas, como alimentos e drogas ou substâncias de contato externo, como é o caso do látex. Há ainda as alergias psicossomáticas, normalmente cutâneas e respiratórias, que representam manifestações de repulsa do corpo diante de impressões psicológicas não reveladas.
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Não pretendo, no entanto, abordar a Alergia em todas as suas variações, senão me ater a um ângulo específico: as reações alérgicas às substâncias de finalidade estética. A automedicação não é novidade e, muito embora haja atualmente recursos, informações e estudos que respeitam a individualidade biológica, esta é ainda uma prática tão comum como no tempo da vovó. As receitinhas caseiras se proliferam e certamente se modificam com o boca a boca, logo quando chegam aos nossos ouvidos nem de longe correspondem à sua versão original. Sem contar com o nosso irresistível “pitaco” pessoal: lá diz para tomar 1 xícara do tal chá ao dia e você logo pensa “Ah, uma xícara é muito pouco! Que mal pode haver em duas xícaras?” Hum! Esquecemos que as combinações alimentares ou de ervas são, acima de tudo, combinações químicas, as quantidades e especi-
ficações têm sua razão de ser. E no que se transformaria esse artigo se eu me propusesse a falar das indicações alopáticas aleatórias? De certo, teríamos aqui uma monografia! Os pacientes são muito mais que meros pacientes, são extensões dos consultórios médicos. Um analgésico que é ótimo, uma vitamina maravilhosa, um “remedinho” de nome difícil, mas que é “tiro e queda” para abaixar a pressão arterial, e por aí vai... Quase consigo ouvir “Menina, que beleza de comprimido!” Ai! Santa Ignorância, se afastai de nós! Vivemos num mar de opções e promessas farmacêuticas. São tantos cremes anti-ruga, anti-celulite, anti-todo-mal; shakes que substituem refeições... Tudo disponível na prateleira mais próxima da sua casa, ou às vezes nem sair de casa você precisa, está tudo à venda na TV. Qualquer menina de 15 anos
Saúde e beleza pode comprar o creme anti-ruga (indicado para mulheres acima de 30 anos) na revista com a consultora. Que maravilha de solução! Será que diante de tantas soluções para todo mal, alguém se dá ao trabalho de pensar se somos tão generalizados assim para que um produto (químico, diga-se de passagem) possa cair como uma luva em todas as pessoas?
Fica aqui uma dica para tentar escapar dos problemas que os “milagres” podem trazer: Não deixe de fazer os testes de reações adversas que os produtos sugerem. O chamado “teste cutâneo” ou “prova de toque” é a utilização do produto em pequena quantidade com o objetivo de observar a reação do organismo. Quando o produto não indica esse procedimento é porque
possui um objetivo muito específico, logo, não o utilize sem a devida orientação médica. É o mínino de responsabilidade que devemos ter com nosso corpo. Afinal, depois do “estrago” já feito, não há indenização no mundo que devolva a saúde ou a beleza uma vez danificadas, certo?
“Será que diante de tantas soluções para todo mal, alguém se dá ao trabalho de pensar se somos tão generalizados assim para que um produto (químico, diga-se de passagem) possa cair como uma luva em todas as pessoas?”
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COM ÁGUA NA BOCA
Nem só de pão vive o homem... Drinks leves e saborosos que, saboreados moderadamente, não fazem mal a ninguém Caderno de Receitas da Vovó, acreditam? Não? Pois é, os vovôs e vovós também gostavam de tomar Fernanda Machado e um drink que pudesse acrescentar Tereza Machado um calorzinho aos dias mais frios.
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migos e amigas, convenhamos, nestes dias mais frios do ano, uma “bebidazinha” não faz mal a ninguém. Há os que apreciam um bom vinho e dele fazem sua bebida predileta. Os médicos cardiologistas recomendam um cálice de vinho tinto por dia, segundo eles são benéficos os resultados dessa prática para o coração, pois o vinho possui propriedades antioxidantes. Estas receitas foram retiradas do
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Fáceis, leves, saborosas e sem o perigo de deixar ninguém tonto, a não ser que repitam muitas vezes os drinks.
É tão bom receber um elogio por algo gostoso que se oferece às visitas. Experimentem! Além do charme conferido a um encontro entre amigos, todos foram unânimes em elogiar a idéia de se servir um drink em vez de servir uma bebida já pronta. Foi o diferencial do encontro.
O bom da bebida é a parcimônia com que se degusta. O excesso de qualquer alimento ou bebida pode levar a conseqüências desastrosas.
Vejamos duas receitas bem fáceis de se fazer. Começaremos pelo Alexander, que já teve seu lugar de destaque em festas de casamento e outros eventos.
Julgamos que nossos leitores poderão apreciar essas receitas que darão um toque especial à uma reunião de amigos, por exemplo, em suas casas.
Caso você goste da idéia de se passar receitas de drinks ou de canapés para acompanhá-los, escrevanos. Ficaremos atentas aos pedidos e procuraremos atender.
Com água na boca
RECEITA 1: Alexander
Ingredientes: 1 lata de creme de leite A mesma medida de gim A mesma medida de licor de cacau 5 colheres (sopa) de açúcar 1 colher (chá), rasa, de raspas de limão Modo de Fazer: Bater todos os ingredientes no liquidificador Acrescente gelo picado e sirva logo após
RECEITA 1: Meia de seda
Ingredientes: 1 lata de leite condensado A mesma medida de licor de cacau 1 colher (sopa) e meia de pasta de amendoim Modo de Fazer: Bater tudo no liquidificador Servir com gelo picado
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Bonsucesso Comunicação: “nós inventamos o pingo no “S”” Ou você acha que só o “i” e o “j” tinham pingo? Então você acha que já sabe tudo? Lógico que não! E nós também! Mas fazemos de tudo para ir além. Tudo com liberdade e criatividade. Então, basicamente temos: 1.
2.
3. O pingo no “S”
Nossa missão Levar sua marca a um novo patamar, através de estudos e utilização de diferentes meios, como a criação de web sites, desenvolvimento de identidade visual, material gráfico e audiovisual, facilitando o processo de comunicação entre empresa e cliente. Além disso, fazer parcerias com empresas que não tenham um setor de criação formado, mas que queiram atrair clientes em potencial e produzir trabalhos na área de design e publicidade. Nossos serviços Trabalhamos com mídia impressa, criação de peças gráficas para revistas, outdoors, comunicação visual e diagramação. Fora do papel trabalhamos com criação de sites dinâmicos, hotsites e conteúdo multimídia. E, finalmente, criamos conteúdo audiovisual, que vai desde peças publicitárias para TV até produção de documentários e vídeos musicais.
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