Revista Portuária - Agosto 2013

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ÍNDICE

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8 LUGAR ABENÇOADO SANTA CATARINA TEM 11 CIDADES ENTRE AS 50 MELHORES PARA SE VIVER NO BRASIL, DE ACORDO COM A ONU

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AUTOPISTA LITORAL OS LUCROS AUMENTAM; AS OBRIGAÇÕES SÃO RELEGADAS

Quem disse que em Itajaí não se produz vinho? POIS É NA CIDADE QUE SE ENCONTRA A ÚNICA VINÍCOLA DO LITORAL DE SANTA CATARINA

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PERTO DO CÉU MAIOR EDIFÍCIO RESIDENCIAL DO BRASIL É INAUGURADO EM BALNEÁRIO CAMBORIÚ

www.revistaportuaria.com.br Revista Portuária também está na web com informações exclusivas Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publicação, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acontece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é encaminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: jornalismo@revistaportuaria.com.br 4 • Agosto 2013 • Economia&Negócios


EDITORIAL

ANO 15  EDIÇÃO Nº 162 AGOSTO 2013 Editora Bittencourt Rua Jorge Matos, 15 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88302-130 Fone: 47 3344.8600 Diretor Carlos Bittencourt direcao@bteditora.com.br Jornalista responsável: Leonardo Thomé – DRT SC 04607 JP jornalismo@revistaportuaria.com.br Diagramação: Solange Alves solange@bteditora.com.br Contato Comercial Rosane Piardi - 47 8405.8776 comercial@revistaportuaria.com.br Impressão Impressul Indústria Gráfica Tiragem: 10 mil exemplares Elogios, críticas ou sugestões direcao@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 240,00 Foto de capa: Ronaldo Silva Jr. A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

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O custo de um país atrasado respinga no seu bolso e na sua mesa

O

s produtos que você consome estão mais caros? O seu dinheiro já não é mais tão valioso como outrora? O seu poder de compra e consumo diminuiu? Para tais questionamentos, as respostas podem ser diversas. Podem. Mas, provavelmente, todas elas estejam ligadas a uma definição que não sai do noticiário tupiniquim há anos: o Custo Brasil. Este é a conjunção de altos impostos, problemas na infraestrutura, corrupção, burocracia e desaceleração econômica. Como se vê o tal Custo Brasil é a junção das principais mazelas do povo brasileiro e, sendo assim, essas moléstias somadas se traduzem em produtos e serviços mais caros para você, que trabalha de sol a sol. O Custo Brasil ajuda a elevar o preço de uma série de itens, que vão desde o arroz e feijão de sua mesa até o frete marítimo responsável pela importação e exportação do Brasil. O transporte de mercadorias pelo mar é o modal mais utilizado no país para comércio internacional, sendo responsável por 95% de tudo que é destinado a outras nações. Nesta edição da Revista Portuária – Economia & Negócios, você vai entender os motivos do famigerado termo ser o grande vilão na alta dos preços do frete marítimo e da estagnação da economia, o que acaba por encare-

cer quase tudo e ainda traz a tona um fantasma que andava sumido dos lares brasileiros: a inflação. Não deixe de ler também a entrevista perfil com o presidente do Porto Itapoá, Patrício Junior, carioca que dedicou a vida ao mar, primeiro na Marinha Mercante, depois no disputado mercado de navegação e logística. Você conhecerá um pouco da vida e do trabalho do principal executivo do terminal localizado no Norte do Estado, as curiosidades e o que ele espera do futuro. Não poderíamos esquecer o fato de que Santa Catarina é um oásis de desenvolvimento humano no Brasil. Nada menos do que 11 cidades barriga-verde estão entre as 50 melhores para se viver no país, num ranking onde índices como o de expectativa de vida, saúde e educação significam o sucesso dos municípios. A edição de agosto ainda mostra o quão imponente e alto é o maior edifício residencial do Brasil, localizado em Balneário Camboriú, e faz duas contagens regressivas de momentos que levarão o nome de Santa Catarina para o mundo: o início das obras da BMW, em Araquari, e a partida da Família Schurmann, de Itajaí, para mais uma expedição náutica ao redor do planeta. Além disso, o leitor vai encontrar notícias da indústria, da agropecuária e descobrir que Itajaí também produz vinhos. Boa leitura!

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Divulgação

Série X1 é um dos que pode ser fabricado em Araquari

Último passo antes das obras BMW DETALHA ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PARA INSTALAÇÃO DA UNIDADE EM ARAQUARI

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último passo para o início do sonho foi dado. Na noite do dia 1° de agosto, cerca de duzentas pessoas assistiram à apresentação do Relatório de Impacto Ambiental (Rima) feito pela montadora alemã BMW. A audiência pública aconteceu no auditório do IFC (Instituto Federal Catarinense), antigo Colégio Agrícola, em Araquari. “Potenciais ações de sustentabilidade e responsabilidade social são relevantes para a BMW. Queremos desenvolver a região de forma sustentável e ao longo do tempo”, disse a diretora de Relações Institucionais do BMW Group Brasil, Gleide Souza. A montadora vai instalar a nova fábrica em Araquari, na margem Oeste da rodovia BR-101. A área construída será de 500 mil metros quadrados, incluindo prédios, pátio de estacionamento para os carros produzidos e pista de teste. Gleide disse que Araquari foi escolhida dentre 25 lugares em todo o Brasil, dos quais 12 eram de Santa Catarina. Segundo ela, o fato de Santa Catarina ser o único estado brasileiro com cinco portos pesou bastante na decisão pelo município. A fábrica vai gerar mais de seis mil empregos - 1,4 mil empregos diretos e cerca de cinco mil indiretos. O investimento total pode chegar até R$ 1 bilhão, sendo R$ 600 milhões da empresa alemã e R$ 200 milhões de uma parceria entre o Governo do Estado e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Investimento que terá retorno em no máximo oito anos. Uma etapa posterior, que depende dos resultados de mercado, pode elevar em mais 6 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

R$ 200 milhões o montante de investimentos aplicado em território catarinense. O primeiro carro fabricado em Santa Catarina deverá ser entregue em no máximo dois anos. Somados todos os cinco primeiros anos da empresa em terras catarinenses, a previsão de faturamento da montadora atinge R$ 20 bilhões.

Audiência pública A audiência pública foi conduzida pelo presidente em exercício da Fatma (Fundação do Meio Ambiente), o diretor administrativo-financeiro João Pimenta. O consultor ambiental, gerente de projetos da Environ Brasil Engenharia Ambiental, Adrian Boller, relatou o estudo ambiental, seus impactos e as ações mitigadoras. Na segunda parte da audiência, aberta aos questionamentos, o público quis saber mais sobre a geração de empregos e o processo de desenvolvimento da região. De acordo com a diretora de Relações Institucionais do BMW Group Brasil, a montadora vai priorizar a contratação de mão de obra local. “Para nós, seria muito importante concentrar a mão de obra da fábrica com as pessoas de Araquari, mas o processo seletivo é aberto a todo o Brasil”, salientou. O lançamento da pedra fundamental para o início das obras deve ocorrer em novembro deste ano. A fábrica brasileira deverá começar a produzir em setembro de 2014. Inicialmente, a BMW planeja produzir 32 mil veículos por ano. •



Divulgação

A capital catarinense, Florianópolis, é a terceira colocada no ranking de qualidade de vida dos municípios brasileiros

LUGAR

ABENÇOADO SANTA CATARINA TEM 11 CIDADES ENTRE AS 50 MELHORES PARA SE VIVER NO BRASIL, DE ACORDO COM A ONU Que Santa Catarina é dos mais belos estados da Federação, todos sabemos. Que as praias catarinenses são das mais desejadas do Brasil, estamos cansados de saber. Agora, que mais de 20% das 50 cidades com melhor qualidade de vida do país são do Estado, isso não era sabido. Pelo menos não até ser divulgado, no apagar das luzes de julho, o Atlas do 8 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

Desenvolvimento Humano 2013, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O que ficou do levantamento é que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) catarinense é dos melhores do Brasil, pois são 11 cidades entre as 50 melhores para se viver no país.


Nelson Robledo

Itajaí é 56ª cidade do Brasil com melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

Florianópolis é a terceira no IDH-M. Entre as 10 primeiras colocadas, também aparecem Balneário Camboriú (5º) e Joaçaba (8º). O primeiro lugar ficou com a cidade de São Caetano do Sul (SP). O ranking leva em conta 180 indicadores diferentes, como educação, habitação, saúde, trabalho, renda e vulnerabilidade, obtidos através dos Censos 1991, 2000 e 2010. A capital catarinense conquistou 0.847 de nota. Balneário teve nota 0,845 de IDH-M, com expectativa de vida de 78,6 anos e renda média de R$ 1.625. A cidade está empatada com Vitória (ES). Já Joaçaba somou uma pontuação de 0.827. O IDH-M de São Caetanos do Sul, a campeã, é 0,862. Secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen, o Paulinho, aponta que os dados, divulgados no último dia 30 de julho, devem ser analisados historicamente. “O Estado que todo o país vê, hoje, como destaque em qualidade de vida de sua população, é fruto de um passado onde, ao longo de décadas, os governantes catarinenses, na sua média, acertaram na eleição das prioridades, investindo sobretudo na educação como base para o desenvolvimento social e econômico”, avalia. O político destaca ainda que, ao quantificar o tempo presente do estado e das cidades, a pesquisa aponta para

um futuro promissor. Ele lembra que a divulgação do IDH-M vem se somar a outras notícias extraordinárias sobre Santa Catarina, como a do ranking de Desenvolvimento dos Estados, realizado pelo Centro de Liderança Pública, Editora Abril e o Instituto de Inteligência da revista inglesa The Economist. Por dois anos consecutivos – 2011 e 2012 – o Estado aparece como líder nacional em sustentabilidade. “E possuímos uma estruturada cadeia produtiva, que hoje atrai investidores e empresas do mundo todo, como a BMW. Hoje, estamos no radar da economia mundial”, expõe Paulinho.

 As catarinenses do ranking  FLORIANÓPOLIS  BALNEÁRIO CAMBORIÚ  JOAÇABA  JOINVILLE  SÃO JOSÉ  BLUMENAU  RIO FORTUNA  JARAGUÁ DO SUL  RIO DO SUL  SÃO MIGUEL DO OESTE  CONCÓRDIA

0,847 0,845 0,827 0,809 0,809 0,806 0,806 0,803 0,803 0,801 0,800

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LUGAR

ABENÇOADO Entretanto, Paulinho ressalta, sempre haverá o que melhorar. “Temos que buscar mais e mais qualidade de vida; temos que inovar sempre para oferecer gestão pública à altura dos anseios do povo. As pessoas querem e merecem o melhor”, comemora o secretário.

Para o prefeito Piriquito, além de ser uma ótima notícia, o novo IDH-M de Balneário Camboriú aponta para uma cidade mais saudável, dinâmica, com melhor renda e educação

Itajaí subiu na pontuação

 As 50 primeiras do ranking

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Itajaí é 56ª cidade do Brasil com melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M). Entre 2000 e 2010, o IDH-M de Itajaí passou de 0,688 para 0,795, uma taxa de crescimento de 15,55%. O hiato de desenvolvimento humano – distância entre o IDH-M da cidade e o limite máximo do índice, que é um – foi reduzido em 34,29% na década. Desde o censo de 1991- quando o índice de Itajaí foi de 0,588 – até 2010, o incremento do IDH-M do município foi de 35,20% e o hiato de desenvolvimento humano, reduzido em 50,24%. Dentre os componentes do IDH-M de Itajaí, a educação é a dimensão que mais cresceu em termos absolutos – saltando de 0,407 em 1991 para 0,730 em 2010.

Balneário Camboriú também é destaque no ranking nacional do desenvolvimento humano Quinta colocada no ranking, O IDH-M obtido por Balneário Camboriú é considerado ‘’muito alto’’ em relação aos outros 5.565 municípios brasileiros. De acordo com o Atlas, entre os anos de 2000 e 2010, a taxa de crescimento médio anual foi de 6,28%, sendo que o crescimento médio das demais cidades do estado ficou em 1,02% e no país, em 1,01%. A expectativa média de vida no município passou de 70,1 em 1991 para 78,6 anos em 2010, e a renda média do trabalhador de R$ 791,69 para R$ 1.625,59. O índice de pobreza caiu substancialmente, passando de 9,78% e passou para 0,95%. A taxa de dependência por idade também se mostrou relevante. Em 2000, a cidade apresentava 43,48% de população dependente por consequência da idade, percentual que em 2010 se apresentou em 34,68%. Já o índice de envelhecimento evoluiu de 4,61% para 5,67%, o que remete para uma maior população com mais de 65 anos, porém mais saudável e ativa, em relação há 10 anos. Para o prefeito Edson Renato Dias (PMDB), o Piriquito, além de ser uma ótima notícia, o novo IDH-M de Balneário Camboriú aponta para uma cidade mais saudável, dinâmica, com melhor renda e educação. ‘’É uma grande redução de diferenças, que nos faz acreditar que nossa cidade se mostra um lugar cada vez melhor para se viver, com respeito aos cidadãos que por aqui passam, trabalham e vivem. É realmente uma notícia para se comemorar, mas não para nos deixar acomodados’’, observa o prefeito, indo na mesma toada de Paulinho. •


Leonardo Thomé

Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, é urgente o início do processo de implantação de novas pistas no sentido norte, esse mesmo que passa por Itajaí

Os lucros aumentam; as obrigações são relegadas

AUTOPISTA LITORAL SÓ EXECUTOU 17% DAS OBRAS PREVISTAS NA BR-101 NORTE, APONTA FIESC

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ara quem depende do transporte e da logística para sobreviver no voraz mercado econômico de hoje, especialmente no Norte de Santa Catarina, por coincidência a região mais industrializada do Estado, não é fácil

conviver com o descaso e desrespeito da Autopista Litoral Sul, concessionária responsável pela administração do trecho norte da BR-101, que margeia o Litoral, atende os portos e o caminho das empresas espalhadas pelos 382 quilômetros ad-

Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis

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BR-101

Filipe Scotti

Presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, durante coletiva de imprensa para apresentar o estudo

ministrados pela empresa, que se estendem de Palhoça (SC) a Curitiba (PR). O trecho é uma verdadeira mina de ouro para a indústria catarinense, mas não é rentável porque não há retorno dos responsáveis pela concessão. Que as obras de melhoria da rodovia não vinham sendo cumpridas qualquer motorista desavisado já teria percebido, afinal, apesar do trânsito complicado, não é difícil perceber que falta o mínimo de segurança, sinalização e respeito com o usuário, justo em algo que está sendo pago pela população dia após dia: os impostos e, sobretudo, os pedágios. Mas agora, depois de a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) ter contratado o engenheiro Ricardo Saporiti, consultor da entidade, para realizar dois levantamentos sobre a situação da BR-101 - nos trechos norte e sul -, ficou claro que os usuários da rodovia foram ultrapassados pela concessionária. Depois de vistoriar a 101 nos meses de junho e julho, o profissional apresentou o trabalho para a Fiesc, que elaborou e apresentou dois novos estudos sobre a situação da BR.

Resultado O primeiro estudo mostra que em cinco anos de concessão do trecho norte foram executadas somente 17,24% 12 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

das obras de melhoramento previstas em contrato. O trabalho sobre o trecho sul elevou a previsão da conclusão total da duplicação, incluindo as obras de arte, para o final de 2017. Os estudos foram realizados com o apoio do CREA/SC. O documento foi entregue no início de agosto ao Ministério dos Transportes, Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e bancada catarinense.

BR-101 Norte Embora só tenham sido executadas 17,24% das obras de melhoria previstas, em 2012 a receita da concessionária nos 382 quilômetros entre Palhoça e Curitiba com pedágio somou R$ 174,1 milhões, valor 11,1% superior ao registrado em 2011. No período, passaram 123 milhões de veículos pelas praças de pedágio. A tarifa, que em fevereiro de 2008, quando se iniciou o contrato de concessão, era de R$ 1,28, passou para R$ 1,70 em fevereiro de 2013. Isso contempla a variação da inflação pelo IPCA e as revisões que são feitas para assegurar o equilíbrio financeiro do contrato (considerando investimentos realizados pela concessionária e os valores pagos pelos usuários). O estudo sugere que nessas reprogramações que definem a tarifa, rea-



BR-101

Estatísticas PRF/SC Local

Nº acidentes com morte no local do acidente

Morro dos Cavalos

697 acidentes, com 19 mortes

Travessia Urbana de Laguna 743 acidentes, com 23 mortes Transposição do Morro do Formigão

485 acidentes, com 12 mortes

Contorno de Araranguá

889 acidentes, com 27 mortes

Em 16 meses

2.814 acidentes, com 81 mortes, no local

lizadas no âmbito do Programa de Exploração da Rodovia (PER), da ANTT, seja considerada a falta de cumprimento do contrato por parte da concessionária. Defende também que sejam exigidos os investimentos não realizados. Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, é urgente o início do processo de implantação de novas pistas no sentido norte (Florianópolis - Curitiba). “As atuais já estão saturadas e, em alguns trechos, como entre Joinville e Curitiba, o uso já é quase o dobro da capacidade”, afirma. Em relação à conservação, nos registros técnicos constam os resultados de análises feitas por empresa especializada, contratada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em que se deduz que as irregularidades do pavimento aumentaram muito desde abril de 2008. Além disso, a rodovia está apresentando sinais de degradação, por ausência de recuperações efetivas no período. O documento destaca que a Autopista tem optado frequentemente por aplicações de camadas de microrrevestimentos para melhorar provisoriamente as condições do asfalto, em vez de recuperar a estrutura do pavimento. Agora, depois disso, talvez você entenda melhor porque está parado no meio da tarde em algum lugar da rodovia perdendo tempo e dinheiro.

Esse é um trecho da BR-101 sul, perto de Tubarão, quase ao lado de Criciúma, duas cidades importantes na economia e prejudicadas por atrasos em obras na rodovia 14 • Agosto 2013 • Economia&Negócios


BR-101

Melhorias? Quase nada Quanto às melhorias na rodovia, os 30 quilômetros de terceiras faixas para ampliação da capacidade, previstos inicialmente para estarem concluídos até fevereiro de 2012, foram adiados para fevereiro de 2013. No entanto, somente agora, anos depois, as obras estão sendo iniciadas. A implantação da alça de contorno de Florianópolis, que deveria ter sido concluída em fevereiro de 2012, foi empurrada para fevereiro de 2015 e terá que ser revista por causa da construção de um conjunto habitacional na faixa de domínio do projeto original. Isso vai exigir alterações significativas no novo traçado, inclusive com a construção de seis túneis. São obras que exigirão grandes investimentos, os quais, apesar de solucionar parcialmente o problema de mobilidade na região metropolitana da Capital, ao desviar 18 mil veículos por dia do tráfego de longa distância, trarão impacto significativo na tarifa básica de pedágio e nas previsões orçamentárias. A previsão inicial de investimento no contorno era de R$ 343,2 milhões, mas deve aumentar bastante. O documento registra também que as constantes prorrogações das conclusões das obras das vias marginais e ruas laterais programadas para Biguaçu, Porto Belo, Itapema, Balneário Camboriú, Itajaí, Navegantes, Piçarras, Barra Velha, Joinville, Garuva e São José dos Pinhais, têm acarretado prejuízos significativos na fluidez do tráfego e insatisfação dos usuários, proprietários e empreendedores às margens da rodovia.

Duplicação total da BR-101 Sul só no final de 2017 A Fiesc também fez novo estudo sobre a atual situação do trecho sul da BR-101, que vai de Palhoça à divisa com o Rio Grande do Sul (238,5 quilômetros de extensão). A previsão é que a conclusão total da obra, inclusive com a construção das obras de arte pendentes, na melhor das hipóteses, será no final de 2017. Essa estimativa só será confirmada se as publicações dos editais de transposição do Morro dos Cavalos forem realizadas no quarto trimestre de 2013. Em novembro de 2012, estimava-se a conclusão da

obra no primeiro semestre de 2017. Ao fim do estudo ainda estavam sem liberação para o tráfego 20,5 quilômetros de duplicação, que corresponde a 8,6% da extensão global da duplicação (238,5 km), exigindo ainda investimentos estimados da ordem de R$1,2 bilhão, montante equivalente a 64% do total investido até aquele momento (R$1,9 bilhão). A disparidade entre o pequeno trecho em contraste com o alto valor se dá pela complexidade das obras de engenharia necessárias para a realização dos trabalhos, explicou Côrte

Laguna é um gargalo Em Laguna encontra-se a maior obra de arte contratada da duplicação do trecho sul. É a transposição da Lagoa de Cabeçuda e do Canal Laranjeiras, com extensão de 2.815 metros e prazo de conclusão de 1.080 dias, contados a partir de maio de 2012 e com conclusão prevista para maio de 2015. A obra é faraônica e caminha lentamente. As obras de duplicação do trecho sul tiveram seus contratos firmados a partir de novembro de 2004 e ainda estão pendentes de contratação as obras de transposição do Morro dos Cavalos (extensão de três quilômetros) e as de reforço e alargamento da antiga ponte sobre o Rio Tubarão (“ponte Cavalcanti”). Com Laguna, esses são os três principais gargalos de Palhoça a entrada de Torres (RS). O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, destaca que a entidade tem demonstrado, há muitos anos, sua preocupação com o ritmo de desenvolvimento e com os atrasos das contratações das obras remanescentes de duplicação da BR-101 sul. “Nossos estudos comprovam que a região Sul deixou de gerar, até dezembro passado, riquezas equivalentes a R$ 32,7 bilhões, somente com a perda de vantagem competitiva e o custo econômico proveniente do atraso da obra, sem considerar os custos sociais relativos aos acidentes e mortes na rodovia”, diz.

Contraponto A Revista Portuária entrou em contato com as assessorias de comunicação do DNIT, responsável pelas obras de duplicação do trecho sul, e Autopista Litoral Sul, concessionária do trecho norte, mas ambas informaram que vão analisar o estudo da Fiesc para depois se manifestarem. •

Economia&Negócios • Agosto 2013 • 15


Ocesc quer ampliar a capacidade de armazenagem de grãos em SC

A

insuficiência de armazéns é um de. Para tanto é necessário a abertura problema crônico que se manide linhas de financiamento através do festa a cada nova safra agrícola sistema de crédito rural com prazo de catarinense. A Organização das Coovinte anos para pagamento com juros perativas do Estado de Santa Catarina menores que os praticados no momen(Ocesc) quer o apoio do governo para to, para a construção de armazéns”. mudar essa realidade: a atual capacidaA falta de armazéns é um problede de armazenagem de cereais é de ma estrutural com profundos reflexos no pouco mais que 4 milhões de toneladas nível de renda dos produtores. Como para uma produção de 7,5 milhões de os armazéns disponíveis são insuficiengrãos, gerando um déficit de 40% das tes para receber e estocar a produção, necessidades. uma das alternativas para amenizar essa De acordo com o presidente dificuldade é a exportação dos produtos da Ocesc, Marcos Antônio Zordan, para outros países, especialmente o mio problema atinge as 53 cooperativas lho, para posterior importação de outros agropecuárias filiadas e seus 63.000 estados para atender as necessidades, Presidente da Ocesc, Marcos Antônio Zordan produtores rurais associados. Essas copois o Estado é grande consumidor de operativas dispõem de silos e armazéns grãos. Com esta operação Santa Catapróprios para 2,1 milhões de toneladas rina perde em arrecadação já que sobre de grãos o que, somadas às unidades terceirizadas (178 mil o produto exportado não incide ICM’s. Na internação de toneladas), totaliza uma capacidade total de armazenagem produtos de outros Estados é gerado crédito do imposto. do sistema cooperativista em 2,3 milhões de toneladas. A Ocesc constatou que o problema atinge a todos os O dirigente enfatiza que as cooperativas são, pratica- atores da cadeia produtiva. Com insuficiência de armazéns, mente, as únicas a investir: nos últimos anos elas destinaram o produtor é obrigado a vender o produto agrícola em plecerca de R$ 150 milhões de reais, ampliando a capacidade na safra, momento em que os preços estão naturalmente instalada em 250.000 toneladas. em queda em razão da alta oferta. A indústria também sofre Levantamento da Ocesc concluiu que são necessários prejuízos porque vê a matéria-prima ser exportada, saben42 novos armazéns em 41 cidades, operados por 22 coo- do que terá, mais tarde, que reimportá-la para o processo perativas agropecuárias com capacidade total de aproxima- industrial, pagando mais caro. Ao final, o consumidor pagará damente 520.000 toneladas, o que exigirá investimentos da mais pelo alimento – seja carne, leite ou cereais. ordem de 246 milhões de reais. O investimento é elevado, o retorno é muito lento Zordan resume a reivindicação do setor produtivo: e os encargos financeiros são altos em face da sua natureza “Precisamos estimular concretamente a ampliação da rede operativa. O sistema reivindica que o governo do Estado de armazéns através de linhas específicas de crédito para cubra 100% das despesas com juros dos financiamentos construção, compra de equipamentos e reforma de unidades para armazenagem, retomando o programa que existia no existentes, além de incentivar a armazenagem na proprieda- passado. •

16 • Agosto 2013 • Economia&Negócios



Fotos: Diogo Ramos

PERTO DO CÉU Maior edifício residencial do Brasil é inaugurado em Balneário Camboriú Quando teve início o boom da construção civil em Balneário Camboriú, em meados dos anos 90, poucos imaginavam que em tão pouco tempo a cidade abrigaria os maiores arranhacéus do Brasil. Mas foi o que aconteceu. No dia 27 de julho, o Villa Serena Home Club foi inaugurado oficialmente na capital catarinense da construção civil. O novo empreendimento da construtora Embraed, o Villa Serena, é o maior prédio exclusivamente residencial do país, segundo o Conselho de Edifícios Altos e Habitat Urbano (CTBUH), que é o centro de arranha-céus, sendo a principal fonte de informação confiável sobre edifícios altos. A edificação possui duas imponentes torres de 160 metros, divididas em 46 andares. A altura do edifício causa impacto. Mas não só ela. O hall de entrada é de imponência singular, com pé direto de 16 metros, o equivalente a quatro andares. A área de lazer e descanso parece um clube - disponível 24 horas aos proprietários. De acordo com a Embraed, 70% das unidades já foram vendidas, e a procura é grande. “Privilegiamos a altura e acabou se tornando o prédio residencial mais alto do país”, disse o empresário Rogério Rosa, dono da construtora.

Visual Segundo o engenheiro responsável pela obra, Ernandi Fey, o edifício tem peso aproximado de 65.000 toneladas, com um número de 164 apartamentos, sem falar da vista impressionante para o mar e às belezas de Balneário Camboriú e região, já que é possível avistar dos andares superiores Itajaí e Navegantes. “Para os blocos de fundação foi utilizado concreto préresfriado, ideal para grandes obras. A temperatura foi controlada 18 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

A festa do dia 27 de julho foi digna dos grandes empreendimentos da Embraed

O hall de entrada do edifício tem um imponente lustre que pesa mais de 450 quilos


nos primeiros sete dias, em seis pontos diferentes”, contou Ernandi.

Número 1 em altura Os 160 metros de altura do Villa Serena o colocam na honrosa primeira posição no ranking de maiores edifícios residenciais do Brasil. Ao menos pelos próximos meses. Sim, porque na construção civil de Balneário Camboriú é arriscado acreditar que o ranking das alturas se manterá inalterado por muito tempo. Afinal, Balneário Camboriú é a cidade brasileira dos arranha-céus e das grandes construtoras. Essa conjunção de fatores também valoriza – e muito – os empreendimentos na hora do cliente efetuar a compra. Comprar um apartamento no residencial Villa Serena requer um investimento que gira entre R$ 1,8 e 2,3 milhões, ou uma média de R$ 7.000 por metro quadrado. O mercado imobiliário de Balneário Camboriú é um dos que mais cresce em Santa Catarina. Dessa forma já existem projetos de outras construtoras para prédios ainda mais altos do que o atual maioral.

O ranking A lista dos prédios mais altos do mundo é feita pelo Skyscrapper Center, que reúne dados de arranha-céus pelo mundo e é um braço do (CTBUH). À frente do Villa Serena existem quatro edifícios mais altos no Brasil, três em São

O dono da construtora Embraed, Rogério Rosa (com microfone), entregando pessoalmente unidades já vendidas do maior edifício residencial do Brasil

Por dentro do gigante de concreto  160 metros de altura  20 mil toneladas de concreto  46 pavimentos, sendo que 41 são residenciais  60 mil metros quadrados  164 apartamentos  450 trabalhadores atuaram na obra  Período da obra de novembro 2007 a dezembro 2012  O edifício é o 18° maior da América do Sul  O edifício é o 3° maior do Brasil, entretanto, os dois primeiros, localizados em São Paulo, são condomínios de escritórios

 São sete espaços para festas, entre churrasqueiras, espaço gourmet e salões para até 150 pessoas

 O prédio tem salão de beleza, espaços de relaxamento com ofurôs e salas para massagem

 Para quem malha e não quer sair de casa, há três opções de academias, incluindo um estúdio de Pilates e sala para artes marciais  Entre a suntuosa decoração do ambiente, destaque para um lustre de 450 quilos e 5 metros de altura, o equivalente a quase dois andares, com 365 lâmpadas

 O prédio não fica na Avenida Atlântica, mesmo assim uma passagem leva até a beira da praia

Economia&Negócios • Agosto 2013 • 19


PERTO DO CÉU Paulo - Palácio W. Zarzur (170m), Edifício Itália (165m) e Altino Arantes (161m) - e um no Rio de Janeiro - Rio Sul Center (163m), porém, os concorrentes do Sudeste são todos edifícios comerciais, diferente da maioria dos gigantes do Litoral Norte catarinense. A lista do Skyscrapper diz ainda que três edifícios residenciais em construção em Balneário Camboriú poderão disputar o topo da lista quando estiverem prontos. O Infinity Coast Tower, com 240 metros, o Sky Tower, com 210 metros e o Alameda Jardins Residence, com 170 metros. Esses três edifícios são da construtora FG Empreendimentos, concorrente da Embraed no mercado de luxo.

Outras curiosidades Principais materiais utilizados  Aço:

2.000 ton

 Concreto:

23.000 m³

 Blocos Cerâmicos/Sical:

2,3 milhões

 Argamassa:

2.600 ton

 Cimento:

2.500 ton

 Pisos e Porcelanato:

47.600 m²

 Pastilhas de Porcelana:

44.000 m²

 Tubos de PVC:

41 km

 Conexões PVC:

13.500 un

 Fios e Cabos Elétricos:

520 km

 Tomada/Interrup/Disjuntores:

75.000 un

 Gesso:

13.350m²

 Tinta (Geral):

39.000 Latas

20 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

Cerimônia de entrega do Villa Serena reuniu a nata da sociedade do Litoral Norte catarinense

Vista de Balneário Camboriú a partir do heliponto do Villa Serena Home Club

Novo edifício de 82 andares deve ser lançado ainda este ano Durante coletiva de imprensa realizada pouco antes da inauguração do Villa Serena, o dono da Embraed, Rogério Rosa, anunciou que este ano pretende lançar o projeto de um novo edifício de 82 andares, com mais de 300 metros de altura, que será construído em um terreno localizado na Barra Sul, também em Balneário Camboriú. •



Quem disse que em Itajaí não se produz vinho? POIS É NA CIDADE QUE SE ENCONTRA A ÚNICA VINÍCOLA DO LITORAL DE SANTA CATARINA Fotos: Leonardo Thomé

Em 2013, os clientes que desejarem degustar e harmonizar os vinhos da Villa Prando tem a opção de, na própria sede da vinícola, desfrutar de um espaço preparado para grupos de até 35 pessoas 22 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

A

pesca, o porto, regatas internacionais e belas praias. Itajaí é conhecida por tudo isso, porém, o vasto interior do município esconde outras preciosidades que vão desde o trabalho árduo de agricultores, passando pela natureza intocada e chegando à produção de vinhos. Vinhos produzidos no Litoral? Exatamente. Pouco mais de 10 quilômetros distante do Centro, no alto de uma colina no bairro Itaipava, na zona rural da cidade, funciona a Villa Prando Vinícola. O local, resultado da história de vida e da dedicação do engenheiro agrônomo Honório Francisco Prando, é onde se encontram a qualidade dos vinhedos de altitude com a sensibilidade das terras litorâneas, segundo palavras do próprio Prando. Localizada no número 1224 da Alameda Mata Atlântica, os vinhos elaborados e engarrafados artesanalmente por Prando são degustados em grande quantidade por um número cada vez maior de apreciadores da bebida. Gente que se desloca de todo Brasil e até de países do exterior para experimentar a vinicultura praticada por Prando no Litoral Norte. Afinal, o vinicultor sempre prezou pela qualidade dos vinhedos de altitude, sem deixar de lado as peculiaridades únicas do litoral catarinense, ou seja, buscou na divergência dos contrários a mais bela harmonia. “Aqui elaboramos vinhos finos de alta qualidade, dentro da norma de rastreabilidade, com seleção rigorosa de vinhedos localizados nas altitudes do Planalto Catarinense, na região de São Joaquim, e também na Serra


gaúcha, na região de Guaporé”, conta o vinicultor, que costuma colher a uva manualmente nas parreiras serranas, escolhendo a dedo cacho por cacho. As variações da fruta que ele utiliza nos vinhos são Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Carmenère, Malbec e Chardonay – esta última usada nos vinhos brancos e espumantes -, também bastante procurados. Apenas a colheita da uva não é feita em Itajaí. Depois de colhida, a fruta é transportada sempre à noite da Serra para o Litoral. Chegando à Villa Prando, a uva vai direto para a maceração, que dura de 10 a 15 dias. Com 23 tanques de aço inox e outros tantos barris de carvalho – procedentes da França e dos Estados Unidos -, a bebida após esse período passa pela fermentação alcóolica em temperatura controlada dentro da vinícola. “A temperatura dentro da vinícola fica sempre entre 15 e 18 graus”, revela Prando. O gosto pelo vinho acompanha Honório Prando desde a mais tenra idade, na época de criança em Lacerdopólis, no Meio Oeste de Santa Catarina. A produção visando comercializar a bebida começou em 2009. Em 2013, os clientes que desejarem degustar e harmonizar os vinhos da Villa Prando tem a opção de, na própria sede da vinícola, desfrutar de um espaço preparado para grupos de até 35 pessoas. “Estamos aqui de segunda a sábado, em horário comercial, para receber pessoas para conhecer a vinícola e os nossos vinhos”, convida Prando, dizendo que para fazer degustação é necessário agendar horário pelo telefone (47) 3348-5710.

O gosto pelo vinho acompanha Honório Prando desde a mais tenra idade, na época de criança em Lacerdopólis, no Meio Oeste de Santa Catarina

O prêmio Os vinhos produzidos na Villa Prando custam entre R$ 22 a R$ 70. Para os apreciadores da bebida, uma visita guiada pelo próprio vinicultor mostra todas as etapas na produção do vinho. Tanta persistência já começa a render frutos para a Villa Prando. Neste ano, a vinícola foi agraciada com a medalha de ouro no Concurso Mundial de Vinhos, realizado no Costão do Santinho, em Florianópolis, e no qual os jurados eram todos estrangeiros, muitos oriundos de países que são tradicionais produtores de vinho, como Chile, Argentina e França. A vinícola venceu com o vinho Villa Prando Gracciato, um Cabernet Sauvignon amadurecido em barris de carvalho francês. “O nome Gracciato é alusivo à amizade. Ele apresenta cor intensa, viva, e harmoniza perfeitamente com pratos de sabor intenso, como carne de cordeiro e massas”, explica. •

Os vinhos produzidos na Villa Prando custam entre R$ 22 a R$ 70

A vinícola tem 23 tanques de aço inox e outros tantos barris de carvalho

Economia&Negócios • Agosto 2013 • 23


O Mundial não vem, mas quem sabe... AVANÇAM AS NEGOCIAÇÕES PARA SANTA CATARINA SEDIAR EVENTO PRÉ-COPA DO MUNDO 2014

A

s negociações para Florianópolis sediar o Seminário das Equipes, evento oficial da programação pré-Copa do Mundo 2014, entraram em uma nova etapa. O governador Raimundo Colombo (PSD) e o prefeito Cesar Souza Júnior (PSD) receberam, no dia 29 de julho, o diretorexecutivo do comitê organizador da Copa, Ricardo Trade; o diretor-geral da Fifa no Brasil, Ron Del Mont; e o representante do secretário-geral da Fifa no Brasil, Eric Lovey. O Seminário das Equipes será realizado em fevereiro de 2014 e receberá as delegações dos 32 países que participam do torneio, incluindo os técnicos das Seleções, além da mídia internacional. Durante três dias, os grupos serão orientados sobre questões envolvendo áreas como logística de transporte, segurança e infraestrutura durante os jogos oficiais. O Seminário das Equipes é considerado o segundo maior evento pré-Copa do Mundo, atrás apenas do sorteio dos grupos, programado para ser realizado em dezembro, na Bahia. “É um evento muito importante para o Estado. Junto às delegações, estarão representantes de toda a imprensa mundial e isso traz uma grande repercussão para Santa Catarina e para Florianópolis. Estamos empenhados e muito otimistas, achamos que o Estado vai ganhar a realização desse evento. Estamos prontos, Governo de Estado e prefeitura, para oferecer as condições necessárias”, afirma o governador Raimundo Colombo, destacando que o turismo catarinense tem James Tavares/SECOM

hoje uma participação de 12% no PIB do Estado. Confirmada a realização em Santa Catarina, o Governo do Estado e a prefeitura não investiriam recursos públicos, mas ofereceriam apoio logístico e de segurança para as delegações e para a imprensa. O governador lembra que as negociações para Santa Catarina sediar o evento começaram há dois anos. “O objetivo da Fifa é de que a Copa do Mundo não se restrinja às 12 cidades-sede dos jogos do Mundial”, acrescenta Ricardo Trade, do comitê organizador. Além da reunião com o governador Colombo e o prefeito Cesar, a comitiva fez uma primeira visita oficial em três hotéis pré-selecionados para sediar o evento: o Majestic Palace Hotel, na Avenida Beira-Mar Norte, no Centro; o Costão do Santinho Resort, no Norte da Ilha; e o IL Campanario Villagio Resort, em Jurerê Internacional, também no Norte da Ilha. O Seminário das Equipes pode ser realizado tanto em um único hotel, como ter sua programação dividida em mais de um estabelecimento. Nas próximas semanas, uma nova comitiva, desta vez composta por profissionais técnicos da comissão organizadora, voltará a visitar Florianópolis e os três hotéis pré-selecionados, avaliando a logística e a estrutura física disponível nos estabelecimentos. A expectativa é divulgar o resultado da seleção no final de outubro. O prefeito Cesar Souza Júnior lembrou que Florianópolis é hoje a terceira cidade do país em promoção de turismo de eventos, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro. A cidade conta com 28 mil leitos de hotéis. “Temos tradição em receber grandes eventos. A cidade sabe receber e recebe muito bem os turistas”, destacou. Paralelamente às negociações para sediar o Seminário das Equipes, Santa Catarina também está em tratativa para ser sede de treinamento de diferentes Seleções confirmadas no Mundial. •

O governador lembra que as negociações para Santa Catarina sediar o evento começaram há dois anos 24 • Agosto 2013 • Economia&Negócios


Economia&Negócios • Maio 2013 • 27


INDÚSTRIA DO CAMPO EXPORTAÇÕES DA AURORA CRESCEM 45% NO PRIMEIRO SEMESTRE

A

Coopercentral Aurora Alimentos, de Chapecó, obteve a média de 15 mil toneladas por mês em exportações de carnes no primeiro semestre deste ano: totalizou 92,9 mil toneladas em embarques de janeiro a junho, com incremento de 31% em volumes e crescimento de 45% em receitas (R$ 483,4 milhões). As exportações de carne de frango somaram 64.674 toneladas (aumento de 33,2%) e resultaram em R$ 333,7 milhões, com crescimento de 55,3% na receita. As vendas de carne suína da Aurora no mercado mundial subiram para 23.775 toneladas e 140,6 milhões de reais, com evolução de +16% em volumes e +25,6% em divisas. Também foram exportadas, no período, 3.399 toneladas de matéria-prima (R$ 5,2 milhões) e 1.115 toneladas de industrializados (R$ 3,7 milhões). De acordo com o presidente Mário Lanznaster, o segmento do frango registrou o maior crescimento, refletindo as recentes incorporações das plantas industriais do Frigorífico Aurora Guatambu, ex-Bondio (FAG) e Frigorífico Aurora Xaxim, O presidente Mário ex-Diplomata (FAX). Lanznaster observa Essa expansão da que o Brasil tem capacidade produtipoder competitivo va permitiu ampliar lastrado em sanidade, estrutura as exportações para de plantas industriais clientes já tradiciomodernas, preço, nais da Aurora e para qualidade e tradição novos que se incorde pontualidade poraram a carteira dos seus parceiros comerciais. Também contribuiu para que muitos avicultores pudessem permanecer com sua atividade produtiva, através desses frigoríficos. O gerente geral de exportação Dilvo Casagranda observa que, durante todo o primeiro semestre, o mercado mundial permaneceu estável, sem grandes alterações no consumo e com a oferta relativamente controlada. “No final do semestre, houve

26 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

certa retração do mercado doméstico e as empresas tiveram alguma dificuldade de escoar os volumes ofertados”, expôs. O crescimento do volume de matérias-primas está baseado, principalmente, nas exportações de carne mecanicamente separada (CMS) de aves que, anteriormente, as plantas incorporadas da Aurora utilizavam nos produtos industrializados. Agora, aproveitando um mercado que aquelas plantas já detinham, passou-se a exportar estes excedentes. De outro lado, no primeiro semestre de 2013 a carne suína continuou enfrentando dificuldades mercadológicas, o que inviabilizou crescimento mais expressivo. A Argentina continuou restringindo a liberação de licenças de importação: o Brasil exportava em torno de 3,5 mil toneladas por mês e baixou para mil. A Ucrânia, importante importador de carne suína brasileira, fechou temporariamente o mercado de março a junho. “Tudo isso resultou em um semestre extremamente difícil para as exportações brasileiras de carne suína”, salienta o gerente geral. “Todos os produtores sentiram as dificuldades de um mercado complicado para a carne suína, mas, felizmente, no final do semestre, o retorno das exportações para a Ucrânia e a oficialização da abertura do mercado japonês para as exportações de carne suína de SC animaram a cadeia produtiva,” diz. E conclui: “Mesmo assim, temos que ter os pés no chão, pois o mercado não está com crescimento de demanda. Em muitos deles sequer tivemos a recuperação das economias e das importações de carnes, o que faz com que os negócios aconteçam de forma lenta.”

Expressão Uma das poucas grandes empresas de Santa Catarina com capital 100% catarinense é a Coopercentral Aurora Alimentos. Entre as indústrias do segmento de carnes, é a terceira marca mais referenciada em todo o Brasil. Possui 20 mil colaboradores, abate 700 mil aves por dia (deve chegar a 1 milhão até o final deste ano) e 14,5 mil suínos diariamente. Processa 1,5 milhão de litros de leite por dia. Tem mais de 100 mil clientes em todo o Brasil e exporta para 60 países. Suas ações sociais e assistenciais atingiram 130 mil pessoas em 2012. •



Divulgação

Fernando Ribeiro Teixeira, Gerente Geral da ArcelorMittal Vega diz que a unidade de São Francisco do Sul é exemplo de qualidade e eficiência

INDÚSTRIA

ArcelorMittal Vega completa 10 anos de operação em Santa Catarina

A

ArcelorMittal Vega comemorou no último mês de julho 10 anos de operação. De acordo com a empresa, sua trajetória é marcada pela visão empreendedora, qualidade dos produtos, inovação e sustentabilidade - conceito que esteve presente em todas as etapas de construção do parque fabril. Desde a fabricação da primeira bobina, a empresa já produziu mais de 9 milhões de toneladas de aço e aumentou sua capacidade inicial de 800 mil para 1,4 milhão de toneladas por ano, com a operação da linha Galvanização 2, em 2010. Ao se instalar em São Francisco do Sul, a ArcelorMittal Vega criou um polo de negócios dinâmico, desenvolvendo empregados, contratados e fornecedores para as atividades do setor siderúrgico e capacitando-os com a forte política de segurança, saúde e meio ambiente adotada pelo grupo. Operando com avançados processos de decapagem, laminação e galvanização, a empresa é especializada na transformação de aços planos, recebendo a matéria-prima da ArcelorMittal

28 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

Tubarão, localizada na região metropolitana da Grande Vitória (ES). Os produtos são destinados principalmente a indústrias automobilísticas, de construção civil e eletrodomésticos. “Para o Grupo ArcelorMittal, a unidade em São Francisco do Sul é exemplo de qualidade e eficiência, alcançando logo no início da operação sua plena capacidade”, aponta Fernando Ribeiro Teixeira, Gerente Geral da ArcelorMittal Vega. “Nesses 10 anos de operação, nós estabelecemos uma forte relação com os clientes, pautada pela qualidade e tecnologia dos produtos. A nossa vantagem competitiva está no desenvolvimento de novas soluções, como os aços do programa S-in Motion. Além disso, o crash test, teste de colisão realizado nos veículos para determinar a segurança aos ocupantes, agora é obrigatório no Brasil”, acrescenta. A ArcelorMittal Vega gera cerca de 600 empregos diretos e 600 indiretos nas quatro empresas parceiras, que formam o Condomínio Vega. Em janeiro deste ano, com investimentos de US$ 10 milhões e visando o mercado au-


INDÚSTRIA

tomotivo, a empresa colocou em funcionamento um novo sistema de pós-tratamento na linha de Galvanização 1. Essa tecnologia permite que as montadoras tenham mais facilidade na estampagem das peças por diminuir o atrito entre a chapa e a prensa, aumentando a produtividade. Da sua produção total de aço galvanizado, a perspectiva da ArcelorMittal Vega é fornecer 20% com pós-tratamento até 2014.

Liderança tecnológica A adoção de aços leves e, ao mesmo tempo, de alta resistência pelas montadoras que desejam produzir veículos mais leves e seguros já é realidade na indústria brasileira. E para assegurar o fornecimento dessa importante matériaprima o Grupo ArcelorMittal desenvolveu um conjunto de soluções para o setor. Na área de aços planos, esses aços especiais - Advanced High Strength Steel (AHSS) - usado nas carrocerias, portas e chassis, permitem reduzir o peso de um veículo de passeio em até 20%, mantendo o mesmo custo de produção e fazem parte do projeto denominado S-in Motion. Por sua forte presença neste segmento, a ArcelorMittal Vega configura-se como importante braço tecnológico e produtivo, concretizando o projeto S-in Motion no Brasil. Além de garantir mais leveza aos veículos, o material aumenta os níveis de segurança, mantém o custo do produto final e contribui por gerar menos impacto ao meio ambiente, reduzindo até 6,2 gramas de CO2 por quilômetro rodado. O S-in Motion foi desenvolvido em diversos laboratórios da ArcelorMittal pelo mundo, consumindo um aporte total de US$ 150 milhões. Essa nova tecnologia já representa de 8% a 10% do volume total de aço consumido na produção de veículos no Brasil. A previsão é que o volume chegue a 25% em 2025.

Logística inovadora Por rodovia, ferrovia ou transporte marítimo, a ArcelorMittal Vega viabilizou um sistema inovador de logística, utilizando os três modais de forma estratégica para garantir a competitividade do negócio e a agilidade do fornecimento, tanto na recepção da matéria-prima, vinda do Espírito Santo, como no embarque do produto para o mercado. Outros benefícios desse modelo são a segurança no transporte e a

maior conservação da infraestrutura viária, além de evitar a emissão de gases poluentes, congestionamentos e acidentes nas estradas. O Sistema de Barcaças Oceânicas, constiAo se instalar em São Francisco tuído de quatro barcaças do Sul, a ArcelorMittal Vega e dois empurradores, funcriou um polo de negócios ciona como uma ponte entre o porto do Espírito dinâmico, desenvolvendo Santo e o de São Francisempregados, contratados e co do Sul, interligando a fornecedores para as atividades ArcelorMittal Vega e Ardo setor siderúrgico celorMittal Tubarão. Já os Vagões Bobineiros levam as bobinas beneficiadas aos Centros de Distribuição da empresa. Só em 2012, foram embarcadas da ArcelorMittal Tubarão para a ArcelorMittal Vega pouco mais de 1,7 milhão de toneladas de bobinas, via sistema de barcaças e navios. Para este volume, a empresa retira das estradas mais de 70 mil caminhões que, se enfileirados, chegariam à distância de 2,1 mil quilômetros, ou seja, a distância de São Francisco do Sul a Porto Seguro, na Bahia.

Transformação na economia Há 10 anos São Francisco do Sul, localizada no Norte de Santa Catarina é considerada a terceira cidade mais antiga do Brasil, ganhou uma nova atividade, diversificando o pilar econômico formado até então por movimentações portuárias, turismo e agricultura. Com o início das operações da ArcelorMittal Vega, em julho de 2003, a cidade de belas paisagens e monumentos históricos descobriu a vocação no ramo siderúrgico e hoje possui um polo de negócio dinâmico e privilegiado. A escolha por São Francisco do Sul para montar uma das mais modernas unidades de transformação de aços planos do mundo deveu-se a localização estratégica em relação às montadoras do Sul e Sudeste do país e do Mercosul e à proximidade ao porto, ferrovia e rodovia. Para a implantação da ArcelorMittal Vega foram investidos US$ 420 milhões, o maior investimento privado já realizado na história de Santa Catarina. Em 2010, a empresa colocou em operação uma

Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC Economia&Negócios • Agosto 2013 • 29


INDÚSTRIA

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nova linha, a Galvanização 2, com aporte de US$ 76 milhões.

Presença na comunidade Em sua história, a ArcelorMittal Vega promove diversas ações voltadas ao desenvolvimento local. Até 2012, a empresa destinou R$ 15,6 milhões para projetos sociais voltados às áreas de educação, saúde, cultura, desenvolvimento comunitário e meio ambiente em São Francisco do Sul. Entre os projetos com maior destaque estão a construção de unidades A satisfação dos de saúde e educação, colaboradores é a prova a revitalização do Cine cabal do bom trabalho Teatro XV de Novembro da empresa em Santa e do Museu Nacional do Catarina e no Brasil Mar, o Concurso Escolar, que desde 2001 mobiliza anualmente os mais de 6 mil alunos das escolas públicas de São Francisco para promover a conscientização ambiental, e o Panorama Cultural, que patrocina espetáculos de teatro, música e dança para a comunidade a custos subsidiados. A ArcelorMittal Vega investiu e acompanhou de perto a construção de seis unidades de Estratégia Saúde da Família (ESF), da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas e do Hospital Municipal Nossa Senhora da Graça, inaugurado ano passado. Essas estruturas proporcionam uma verda30 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

deira transformação no atendimento de saúde aos cidadãos e turistas de São Francisco do Sul.

Visão sustentável Do estudo da viabilidade ao início das obras e inauguração oficial, a empresa foi concebida por uma visão inovadora que levou em conta todos os aspectos do desenvolvimento sustentável. O sistema de gestão ambiental da ArcelorMittal Vega está baseado nos requisitos da norma ISO 14.001, realizando o reaproveitamento da água e monitoramento de chaminés e resíduos sólidos. A empresa reaproveita e comercializa 100% do óxido de ferro, um dos principais subprodutos que resultam da fabricação do aço, e recircula 98,8% de toda a água destinada às áreas fabris. O seu parque fabril, que forma o Condomínio Vega, é rodeado pela Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), inaugurada pela empresa em 2002 com a finalidade de preservar a diversidade biológica da região. A RPPN ocupa uma área de 760 mil metros quadrados de Mata Atlântica e conta com trilha, centro de educação ambiental, viveiro de mudas e horta medicinal. “O foco da ArcelorMittal Vega para os próximos anos é trabalhar para manter o market share, na faixa dos 34% a 37%, especialmente porque nossa capacidade instalada já está preparada para atender as demandas do mercado, crescendo no volume de aço fornecido, mas mantendo a estabilidade percentual de nossa participação no segmento”, conta o Gerente Geral da empresa. •


PORTOS

DO BRASIL

COMUNICAÇÃO APM Terminals lança novo modelo de Town Hall com participação do prefeito de Itajaí

APM Terminals Itajaí bate recorde de produtividade A APM Terminals – empresa arrendatária de dois berços no Porto de Itajaí – acaba de bater recorde de movimentação em operações com contêineres, trabalhando com três guindastes simultaneamente, sendo dois portêineres e um guindaste móvel de terra. Em 30 horas, foram movimentados 2.900 contêineres no navio CMA CGM Azure, o que equivale a 98 movimentos por hora. O recorde anterior foi de 95,14 movimentos por hora.

Paulo Hemmer

A participação do prefeito de Itajaí, Jandir Bellini, na reunião entre colaboradores e diretoria da APM Terminals, empresa arrendatária de dois berços do Porto de Itajaí, lançou um novo conceito para o Town Hall. Os encontros, que acontecem quatro vezes ao ano, passarão a contar com a participação de autoridades que não fazem parte do quatro de colaboradores do terminal. Inicialmente os encontros eram organizados para estabelecer um canal de comunicação direto entre o superintendente, Ricardo Arten, e o quadro de funcionários do terminal. Durante o primeiro encontro no novo modelo, ocorrido no dia 29 de julho, o prefeito apresentou os projetos e trabalhos que vem sendo realizados na área portuária no município. Outros assuntos também foram discutidos como a necessidade da ampliação da bacia de evolução para receber navios de até 336 metros de comprimento e a dragagem e aprofundamento do Rio Itajaí Açu. O convidado do próximo encontro será o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Jr.

Próximo convidado será o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos Jr, que falará com os colaboradores da empresa

O diretor superintendente do APM Terminals, Ricardo Arten, explica que o novo recorde é um fator importante para a redução dos custos portuários, além de confirmar a excelência operacional que é uma das marcas da APM Terminals em nível mundial. Com a eficiência comprovada, os armadores adquirem maior confiança no terminal itajaiense, tornando mais viável a atração de novas linhas e clientes à APM Terminals. Os equipamentos utilizados na movimentação dos contêineres conferem mais agilidade, segurança e eficiência às operações. Isto reflete a importância dos investimentos para o bom resultado das movimentações portuárias. •

Economia&Negócios • Agosto 2013 • 31


PORTOS

DO BRASIL

Divulgação Porto Itapoá

EM 2014 Porto Itapoá projeta ampliação da infraestrutura

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Porto Itapoá está entrando em uma nova fase do projeto, que prevê a expansão física e operacional do empreendimento. Hoje, o terminal tem capacidade para movimentar 500 mil TEUs. Com o projeto de ampliação do cais de 630 para aproximadamente 1.200 metros, e do pátio, de 150 mil m² para 450 mil m², o Porto Itapoá poderá movimentar até 2 milhões de TEUs por ano. Para aumentar a capacidade de movimentação de contêineres refrigerados, também serão instaladas 3.620 novas tomadas reefers. Atualmente, o terminal possui 1.380 tomadas, tecnologia que será ampliada para atender a crescente demanda de cargas refrigeradas do Sul do Brasil, região onde estão concentrados os maiores frigoríficos da

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América Latina. Além deste significativo avanço da infraestrutura do terminal, a área retroportuária também tem se tornado um grande centro de investimentos na região, atraindo investidores e empresários do ramo logístico de todo o mundo. São 12 milhões de m² disponíveis numa área de 8 km de rodovias que dão acesso ao terminal.

Renovação da frota Mais novo porta-contêineres em operação no serviço de cabotagem, o navio “Pedro Álvares Cabral”, que faz parte do programa de renovação da frota da Aliança Navegação e Logística, atracou no Porto Itapoá na noite do dia 25 de julho. O navio é o segundo de uma

série de quatro navios idênticos desse armador com capacidade nominal de 3.800 TEUs e 500 tomadas para contêineres refrigerados. O primeiro navio da nova frota da empresa, o “Sebastião Caboto”, já faz escala no Porto Itapoá desde março. Com investimentos de mais de R$ 450 milhões, a série de navios constitui um novo marco no serviço de cabotagem no Brasil. São equipados com a mais moderna tecnologia para a segurança da tripulação e da carga, e também para a redução do consumo de combustível. Como resultado, possuem os menores índices de emissão de gases de efeito estufa por tonelada transportada, aumentando ainda mais os benefícios ambientais do modal em relação ao transporte rodoviário.•



PORTOS

DO BRASIL

MOVIMENTAÇÃO Portonave cresce 18,8% no primeiro semestre

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Portonave divulgou a movimentação do mês de junho e o balanço das atividades do primeiro semestre de 2013. Pelo segundo mês consecutivo o Terminal Portuário de Navegantes bateu recorde de movimentação de contêineres: 64.027 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés). Na área de responsabilidade social, a empresa investiu em projetos e ações, como patrocínio para a construção do Centro Integrado de Cultura de Navegantes e parceria nos projetos do Espaço Contém Cultura. O plantio de 6 mil mudas de árvores para compensar as emissões de carbono dos caminhões Terminal Tractors e a conquista do Prêmio Empresa Cidadã 2013 da ADVB/SC, com o case Ecoponto, foram os destaques do semestre na área de responsabilidade ambiental. Somados os seis primeiros meses do ano, a Portonave movimentou 333.296 TEUs – um crescimento de 18,8% se comparado ao mesmo período do ano passado. Os números positivos vêm tanto da importação quanto da exportação. Mesmo com a unificação do ICMS, a empresa cresceu 17,5% nas importações e registrou recorde de importação de contêineres dry (seco). Foram importados 15.183 TEUs – 46,8% a mais se comparado com junho de 2012. A exportação de contêineres reefer também teve

excelente desempenho, superando o recorde do mês anterior. Em junho foram movimentados 9.351 TEUs – um incremento de 58,6% na comparação com o mesmo mês de 2012. As exportações totais cresceram 33%. Os dados contrariam o mercado nacional. As exportações brasileiras tiveram uma redução de 0,7% no primeiro semestre de 2013 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Para o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, os números são reflexo do trabalho eficiente e comprometido da equipe de mais de 900 funcionários. “Parte deste recorde, deste sucesso, devemos ao esforço dos nossos colaboradores que se dedicam a este projeto”, comenta Castilho. A chegada e operação dos novos equipamentos, a ampliação de serviços e acordos comerciais e o tamanho das embarcações são outros fatores que justificam este crescimento, segundo o diretor-superintendente operacional da Portonave, Renê Duarte.

Ações que merecem destaque  Novos equipamentos: A Portonave recebeu em abril três novos portêineres e cinco novos transtêineres para incrementar a frota de equipamentos do Terminal

Divulgação Portonave

34 • Agosto 2013 • Economia&Negócios


PORTOS

e aumentar a movimentação de cargas. A empresa adquiriu também um novo scanner que permite inspecionar até 150 caminhões por hora.  Responsabilidade social: Por meio do programa “Portonave de Todos, De Mãos Dadas com a Responsabilidade Social”, a empresa investiu em projetos e ações na cidade de Navegantes e região. Destaque na área cultural para a parceria com a Fundação Cultural de Navegantes para a construção do Centro Integrado de Cultura de Navegantes. Na área de saúde, a Portonave doou 80 cobertores ao Hospital de Navegantes. No Esporte, a empresa patrocinou os Jogos Escolares de Navegantes (JEN) com a doação de camisetas e material gráfico. Ainda, a Portonave é parceira do Instituto Caracol no Projeto Contém Cultura, com o repasse de R$ 90 mil neste primeiro semestre. O projeto está com matrículas abertas para as oficinas de arte.  Responsabilidade ambiental: A Portona-

DO BRASIL

ve promoveu a Semana do Meio Ambiente, em junho, com a doação de dois Ecopontos, doação de contentores e miniecoponto para a escola Eni Erna Gaya, doação de mudas frutíferas, nativas e exóticas e plantio de 6 mil mudas (5,5 hectares) de árvores nativas como compensação de 973,42 tCO2e (tonelada de dióxido de carbono equivalente), o que significa o total das emissões atmosféricas dos caminhões Terminal Tractors (TTs) da empresa, referente ao ano de 2010. Ainda, o Terminal destinou R$ 127.500 para a Unidade de Conservação do Parque Municipal de Navegantes e outros R$ 81.350 para o Parque Estadual Serra Furada.  Prêmio: A Portonave foi uma das vencedoras do Prêmio Empresa Cidadã 2013, da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil em Santa Catarina (ADVB/SC). A empresa conquistou a premiação na categoria Preservação Ambiental com o case Ecoponto. •

COMITIVA Produtores de soja do Mato Grosso vieram conhecer serviços do TESC voltados ao agronegócio Divulgação TESC

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terminal TESC de São Francisco do Sul recebeu, no dia 19 de julho, a visita de uma comitiva composta por representantes da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Mato Grosso (Aprosoja/MT), Movimento Pró-logística, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e Confederação Nacional da Agricultura (CNA), interessados em conhecer os serviços oferecidos pelo Terminal para o agronegócio. Eles também participaram de uma reunião técnica com representantes do TESC, do Porto de São Francisco do Sul e da BR-Agri, empresa que faz a logística dos grãos em contêineres. A equipe também visitará outros portos. No setor portuário, o TESC se destaca no transporte de grãos em contêineres e está localizado no Porto de São Francisco do Sul, eleito o melhor do Brasil em ranking feito pelo Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), que ouviu 189 profissionais de logística de 157 empresas. A pesquisa avaliou itens como calado, modais de transporte e acesso – quesito em que o TESC desponta como o único terminal catarinense que oferece transporte ferroviário de contêineres. Em março deste ano, o TESC realizou o maior embarque de grãos em contêineres em uma única escala: 137 contêineres estufados com soja, totalizando 2,7 mil toneladas, foram trans-

No setor portuário, o TESC se destaca no transporte de grãos em contêineres e está localizado no Porto de São Francisco do Sul

portados pelo navio “Sunny Oasis”, com destino a Port Kelang (Malásia) e Kaoshiung (Taiwan e China). O processo foi realizado em parceria com a BR-Agri, e a expectativa do Terminal é aumentar os volumes gradativamente, iniciando o ano com soja e terminando com milho. Os volumes movimentados no primeiro semestre de 2013 superam 44 mil toneladas ou cerca de 3200 teus. Para o segundo semestre, as previsões são mais otimistas, de acordo com o gerente comercial do TESC, Cláudio Flores.• Economia&Negócios • Agosto 2013 • 35


PORTOS

DO BRASIL

De acordo com Dividino, o documento permitirá que o Porto de Paranaguá volte a crescer de forma ordenada e em harmonia com a cidade e com o meio ambiente

VITÓRIA Ibama emite licença de operação do Porto de Paranaguá

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Ibama emitiu em fins de julho a licença de operação do Porto de Paranaguá. A licença 1173/2013 regulariza 10 anos de pendências ambientais do Porto, que teve licença até o ano de 2002. “Estamos muito contentes com a emissão desta licença porque ela representa um marco e uma vitória. Agora, o Porto de Paranaguá estará apto para viabilizar seus projetos de ampliação e melhoria, sempre em convergência com o planos e projetos da infraestrutura do estado”, afirma o secretário de infraestrutura e logística, José Richa Filho. A Appa firmou também um convênio com a Funespar para a criação de uma base de prontidão especializada no resgate e na despetrolização da fauna em caso de acidentes ambientais na área do complexo estuarino da Baia de Paranaguá. Tratava-se da ultima exigência não atendida dentro da lista de exigências do Ibama para a aprovação do Plano de Emergência Individual (PEI) e, por consequência, da emissão da licença de operação. “A obtenção da licença de operação do porto é extremamente importante porque estamos virando a página de uma situação irregular que perdurou por anos em Paranaguá. Isso só foi possível graças ao apoio de toda a equipe 36 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

técnica do Ibama e da Appa que entendeu a importância disso para o estado e para a nação ”, explica o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino.

Projetos Com a licença de operação, o Porto de Paranaguá tem o aval dos órgãos ambientais para desenvolver seus projetos de melhorias – como os projetos de acostagem, dragagem e ampliação. A licença de operação habilita o porto a realizar todos os demais licenciamentos necessários para a execução dos projetos estruturantes. De acordo com Dividino, o documento permitirá que o Porto de Paranaguá volte a crescer de forma ordenada e em harmonia com a cidade e com o meio ambiente. “Nós utilizamos o canal de acesso ao porto numa região sensível e temos a obrigação de cuidar do meio ambiente. Esta era uma determinação do governador Beto Richa, que déssemos total prioridade para a regularização desta situação. Com a licença de operação, o porto passa estar regular perante autoridades ambientais e permite alcançar importantes projetos de melhoria que já temos traçados”, finaliza Dividino. •


PORTOS

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TREINAMENTO Porto do Rio Grande realiza 3º Simulado do Plano de Emergência Individual

Superintendência do Porto do Rio Grande, através da Divisão de Meio Ambiente, Saúde e Segurança (Dmass), realizou, no dia 25 de julho, o 3º Simulado do Plano de Emergência Individual (PEI), com combate a vazamento de óleo. Durante o treinamento, foi desenvolvido o exercício de resposta, incluindo comunicações e mobilizações de recursos. O simulado, iniciado aproximadamente às 8h20min e finalizado às 11h, teve acompanhamento de fiscais ambientais do Ibama. O simulado começou com o avistamento da mancha (boia de sinalização) e logo após foram realizadas as comunicações aos setores da SUPRG responsáveis por atuar em emergência, como a Guarda Portuária, que faz o isolamento da área. Em seguida, a base de emergência foi acionada e o órgão ambiental foi informado do ocorrido. A partir deste momento, a equipe da Ecosorb, empresa contratada pela SUPRG, realizou

a contenção do derrame e a mitigação do impacto ambiental causado. Ao todo, 18 pessoas participaram do simulado. De acordo com o Chefe da Dmass, Alexandre Caldeirão Carvalho, a avaliação do simulado é positiva. “A emergência foi contida e o tempo de resposta está dentro do planejado. Mas a intenção é sempre melhorar esse tempo com a realização de mais treinamentos”, afirmou. Conforme ele, a equipe atuante é capacitada e habilitada para operar e os equipamentos foram considerados adequados e suficientes. De acordo com o Plano de Emergência Individual, a SUPRG deve realizar um simulado por ano, podendo haver outros de acordo com a solicitação do órgão ambiental. Para o Diretor Superintendente do Porto, Dirceu Lopes, a realização dos simulados mostra a preocupação do porto em atender todas as condicionantes ambientais. “O Porto do Rio Grande tem o compromisso com a questão ambiental. Estamos em permanente processo de melhoria e adequação para que possamos continuar sendo referência no cuidado com o meio ambiente”, destacou. O Porto promove, periodicamente, exercícios específicos envolvendo todas as áreas que direta ou indiretamente possam vir a atuar no combate às situações de emergência. Os exercícios buscam o envolvimento e a participação das partes interessadas na medida do possível e do aplicável. •

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UM GIGANTE EM

A APM Terminals Itajaí bateu dois recordes em menos de 30 dias. O recorde em movimentação foi registrado em uma operação que envolveu três guindastes, movimentando 2.900 contêineres em 30 horas, o que equivale a 98 movimentos por hora. Além do recorde em movimentação, a APM Terminals Itajaí também bateu o recorde de produtividade, completando mais de 44 movimentos por hora por portêiner, um número que pode ser comparado aos melhores padrões de terminais asiáticos. Os novos recordes podem reduzir os custos portuários, e ainda comprovam porque a APM Terminals leva a marca de excelência portuária a nível mundial.

www.apmterminals.com.br



Divulgação Porto de Itajaí

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O custo do frete marítimo tem sua relevância no fato de que 95% das importações ocorrem através da via marítima

VILÃO A soma de altos impostos, burocracia e problemas na infraestrutura, denominada de Custo Brasil, é a responsável pela alta no preço do frete marítimo e por conseqüência dos produtos que chegam à sua mesa

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urocracia, altos custos e desaceleração econômica. Elementos que somados acabam por impactar nas variáveis da economia, como a inflação, a desvalorização da moeda e o custo de serviços e produtos, por exemplo. Muitas são as variáveis que influenciam o preço do que chega à sua mesa. A alta do dólar, a escassez de uma safra, os problemas de infraestrutura do Brasil, o valor do frete marítimo. Este último, o transporte pelo mar, é o modal mais utilizado no comércio internacional. No Brasil, responde por aproximadamente 95% do que é transportado para outras nações 40 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

do globo. É pelo mar que chegam e saem as riquezas nacionais, logo tudo que envolve o comércio nos mares está sujeito aos humores do mercado. Com o frete marítimo não é diferente. É justamente ele um dos índices que influencia na alta dos preços do que você consome. Se o frete está caro, o que você consome na sua mesa e os produtos que você adquiri, também estarão. Pelo menos é isso que revela o estudo intitulado “Frete Marítimo e seu impacto na arrecadação tributária e na inflação”, do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT. De janeiro de 2009 a abril de 2013, o valor


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Leonardo Thomé

do frete marítimo teve um aumento de 82,11%, em dólar, passando de US$ 42,33 para US$ 77,09 por tonelada. O estudo do IBPT aponta que, do início de 2009 até o primeiro quadrimestre de 2013, a arrecadação dos tributos sobre a importação totalizou US$ 226,15 bilhões, ou seja, R$ 435,43 bilhões. Caso não houvesse aumento do custo do frete marítimo, a arrecadação tributária seria menor em US$ 5,51 bilhões, ou R$ 10,55 bilhões. O custo deste serviço interfere na base de cálculo dos tributos sobre importação e representa um impacto na arrecadação. De acordo com o presidente do Conselho Superior e coordenador de estudos do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, “os produtos importados estão cada vez mais presentes nas compras das famílias brasileiras, tanto pelo consumo direto de itens fabricados no exterior quanto pela utilização de insumos na produção de bens e serviços. O aumento no custo do frete marítimo impacta diretamente

Ponderado, professor Romeu alerta para o fato de que enquanto os gargalos de estrutura tomarem conta do Brasil, os custos extras da economia seguirão subindo

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Divulgação Porto de Itajaí

nos preços finais”. Para Amaral, o aumento está diretamente ligado à crise financeira internacional. “É uma compensação dos armadores. Com a crise econômica, houve uma diminuição nos preços do frete nos Estados Unidos e na Europa. Como no mesmo período houve um aumento no fluxo de importações no Brasil, as empresas compensam suas perdas aqui”, justifica. Existem apenas 16 empresas armadoras no mundo, que operam em portos ao redor do globo. Dessa forma, elas praticam essa política de compensação que Amaral considera bastante prejudicial ao Brasil. “É preocupante, pois não se tem controle sobre os preços do frete. Eles são definidos pelas empresas que, em uma posição privilegiada, por não serem vistas, não enfrentam pressão popular ao repassar o aumento para os seus preços”, argumenta. O IBPT apurou ainda que o aumento de 82,11% no valor do frete sobre as mercadorias importadas também se refletiu na inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que teve um crescimento de 1,82 ponto porcentual no período, sendo 0,75 ponto percentual somente no ano de 2012. O presidente-executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, disse que o reajuste no frete - anunciado pelas transportadoras marítimas no fim de 2012 42 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

- é extremamente prejudicial para o setor de frangos no país. “Essa é uma questão que afetará diretamente a competitividade do setor exportador brasileiro em um momento extremamente delicado para a economia mundial. Surpreende a todos a falta de sensibilidade desses transportadores, ao mesmo tempo em que causa estranhamento o alinhamento de preços’, reclama Turra.

Armadores Desde novembro de 2012, começaram a chegar aos clientes cartas com novos preços das transportadoras marítimas, que entraram em vigor já em 1º de dezembro ou no início de 2013. Chama atenção a coincidência de valores. Quase todos os aumentos são de US$ 1.500 por contêiner. Dos maiores armadores do mundo, apenas um deles apresentou tabela variável de U$ 600 a U$ 1.000 por contêiner.

“O Custo Brasil atrasa a economia e o desenvolvimento do Brasil” Pior que o preço dos armadores, só o Custo Brasil. O economista Manoel Antônio dos Santos, que é coordenador dos cursos de Comércio Exterior e Gestão Portuária na Univali, em Itajaí, afirma que esse custo está exemplificado nas más condições das estradas, na inexistência ou ineficiência das


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Divulgação ACII

Segundo Eclésio, os fretes internacionais não podem – ou não devem - ultrapassar 10% do valor da mercadoria

ferrovias, na falta de estrutura de muitos terminais, na lentidão do Brasil enquanto instituição. Assim, essa somatória de problemas gera um caos em diferentes pontas da engrenagem econômica do país. “Um exemplo é a falta de espaços para armazenagem de cargas, inclusive este ano foi um caos a safra de grãos, pois faltam armazéns e estrutura para atender a demanda global por mercadorias. E isso faz o Brasil andar para trás, muitas vezes”, expõe o professor Manoel, também conhecido como Maneca, para concluir o raciocínio. “O Custo Brasil atrasa a economia e o desenvolvimento do Brasil”. Eclésio da Silva, presidente do Sindicato das Agências Marítimas de Santa Catarina (Sindasc), não quis comentar os números da pesquisa do IBPT por não ter tido acesso a metodologia do estudo. De qualquer forma, ele confirmou que ocorreram reajustes nos fretes de cargas a granel, mas isso se deu em função de mecanismos internacionais e da variação das commodities, no caso fatores cíclicos. Entretanto, nas cargas conteinerizadas, Eclésio diz que os aumentos não foram nem perto de 80%. “O frete marítimo segue uma lei de mercado, ou seja, oferta e procura. Havendo oferta de espaço é natural que o frete tende a baixar, mas com oferta de mercadorias para serem transportadas, o contrário também acontece. Não se trata de perder ou ganhar, mas de ajustes que necessitam ser feitos. Os armadores vêm ao longo dos anos diminuindo a sua margem de resultados por conta de pressão sobre o frete”, analisa

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Eclésio, que é diretor de Relações Institucionais da Multilog e vice-presidente da ACII (Associação Comercial e Industrial de Itajaí). Com vasta experiência na área de navegação, o executivo ressalta que todo aumento na economia, de certa forma, impacta nas variáveis dessa mesma economia. “Isso tudo é controlado pelo mercado”. O frete marítimo é composto por variáveis diversas, que vão desde o aumento do combustível a nível internacional até a economia do país de onde partem ou chegam mercadorias pelo modal marítimo. “Ou seja, variação cambial, encargos locais, burocracia. Os valores dos fretes de exportação e importação nem sempre são semelhantes, como os reajustes também não o são. As variáveis passam também por demanda de tipo de carga. Exemplo: se o país é mais comprador do que vendedor, o frete de importação é, via de regra, mais baixo do que o de exportação, e vice-versa. Se há demanda por um tipo de equipamento, as reposições destes podem estar inclusas no valor do frete, e consequentemente este será reduzido. Portanto, algumas condicionantes podem fazer os fretes serem mais ou menos caros”, explica Eclésio. Condicionantes que também interferem no preço do frete rodoviário, como destaca o empresário itajaiense Rodrigo Vequi da Silva, diretor da VS Transportes, empresa com mais de 13 anos de atuação no mercado. Para Rodrigo, a economia desaquecida, o aumento do dólar, e a alta no preço dos combustíveis são os vilões do frete, tanto nas estradas como nas águas. “Só em 2013, o frete aumentou 5%. O cenário dos transportes nos últimos anos está sofrendo muito com as oscilações da economia, especialmente a brasileira, que já andou bem melhor”, observa Rodrigo. Coordenador do curso de Logística da Univali, o professor Romeu Zarske de Mello, explica que o Custo Brasil é a falta de investimentos em todos os setores da cadeia produtiva, o que faz com que partes importantes da cadeia sejam relegadas e, assim, o resultado é um país que caminha lentamente quando o assunto é ultrapassar antigos vícios e barreiras que nos acompanham desde a chegada dos portugueses há séculos. “Sem investimento em um sistema logístico, algumas partes da cadeia sempre terão prejuízos, o que acabará afetando de alguma maneira a economia como um todo”, diz Romeu.

O custo de um navio parado Um navio carregado com 4.000 TEUS (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés), se ficar um dia inteiro parado esperando para entrar em um porto, como aconteceu com frequência nos terminais graneleiros do Brasil em maio e junho, custa aproximadamente U$ 35.000,00 de afretamento/ dia. Portanto, é mais ou menos esse o custo dos armadores com 44 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

navios parados e atrasos na operação portuária. “Navios de cabotagem são embarcações de bandeira brasileira, mas não fogem muito desses números também”, revela Eclésio. Segundo o executivo, os fretes internacionais não podem – ou não devem - ultrapassar 10% do valor da mercadoria. Todavia, alerta, isso não é uma regra e sim um parâmetro. “Os custos dos navios estão demasiadamente altos. E isso reflete no frete. A competividade e a oferta de linha de navegação podem influenciar em quedas, embora não muito acentuadas, dos valores dos fretes”. Sobre o que poderia ser feito pelos armadores e governo brasileiro para equilibrar a balança do frete, aponta Eclésio, está a necessidade de haver uma diminuição dos custos portuários. “Não exatamente os custos de docas, mas da operação em si. E, mais diretamente, os terminais instalados em portos organizados, onde é compulsória a utilização de mão de obra avulsa, o que eleva os custos de operação, principalmente para navios full contêineres, como são a grande maioria dos navios, dotados de alta tecnologia operacional, e que necessitam de pouca interferência de mão de obra. Resumindo, precisamos é baixar o chamado custo Brasil”.

Importação de mercadorias A importação de mercadorias no Brasil tem importantes reflexos tanto na arrecadação tributária, quanto na

O que é?

O frete é a remuneração paga ao armador (dono do navio) pelo serviço de transporte de mercadorias. O valor de um frete marítimo pode ser calculado de forma global, com um preço único que cubra todo o transporte da carga, sem acréscimo de quaisquer adicionais; ou, pode ser cobrado um frete básico mais alguns adicionais para situações específicas.


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inflação. O custo do frete marítimo tem sua relevância no fato de que 95% das importações ocorrem através da via marítima. De janeiro de 2009 a abril de 2013, as importações brasileiras totalizaram US$ 620,76 bilhões, correspondentes a 515,60 milhões de toneladas, a um preço médio de mercadoria importada por tonelada de US$ 1.203,96.

Custo Brasil – situação do transporte de cargas A soma de altos impostos, dólar em alta e problemas na infraestrutura, denominada de Custo Brasil, é um conjunto de problemas estruturais, burocráticos e econômicos, que torna nossos produtos e serviços mais caros e menos eficientes, dificultando investimentos e o crescimento interno. De acordo com Marcelo Petrelli, presidente do Sindaesc (Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de Santa Catarina), o indicador é um resumo de tudo que incide sobre os preços de produtos e serviços realizados no país. “É uma maneira de medir o quanto nossos produtos e serviços perdem com atrasos, burocracia e falta de infraestrutura”, explica Petrelli. Não existe uma medida clara do que compõe o

Custo Brasil, mas percebe-se esse “custo” nas dificuldades enfrentadas pelas empresas com relação aos altos impostos e taxas; sistemas trabalhista previdenciário e fiscal complexos e pesados; infraestrutura deficiente (por exemplo: rodovias, portos); corrupção e impunidade em diversos setores da sociedade; déficit público; taxa de juros elevada; dentre outros. Para efeito de exemplo, a carga tributária que incide sobre a economia brasileira é de aproximadamente 40% do PIB (Produto Interno Bruto), uma das mais altas do mundo. De acordo com um estudo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), realizado em 2012, o Custo Brasil faz com que um mesmo produto agrícola seja produzido no Brasil com preço 36% maior do que nos EUA e Alemanha. Entre os componentes do Custo Brasil medidos pela Abimaq estão o impacto dos juros sobre o capital de giro, que na média gera custo 7,95% superior ao dos concorrentes internacionais, e preços de insumos básicos, cuja diferença de custos é de 18,57% entre a produção nacional e a americana e alemã. Outros fatores de custo adicional: impostos não recuperáveis na cadeia produtiva (2,98%), encargos sociais e trabalhistas (2,84%), logística (1,90%), burocracia e custos de regulamentação (0,36%), custos de investimento (1,16%) e custos de energia (0,51%). •

O frete é uma composição de várias parcelas a) custos fixos: compreendem a amortização do capital, juros, depreciação, impostos e seguros. São cotados, na sua maioria, em dólares americanos; b) custos variáveis da operação do navio: incluem os gastos com a tripulação, alimentação, água potável, combustível, manutenção e reparos da embarcação; c) custos portuários diretos: são aqueles relacionados à utilização dos equipamentos e instalações portuárias terrestres ou marítimas, embarque e desembarque de cargas; d) custos portuários indiretos: compreendem aqueles relacionados à contratação dos serviços de praticagem, rebocadores, etc.; e) margem de lucro: é a contribuição marginal que o serviço de frete contratado irá oferecer ao armador.

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PERFIL PATRÍCIO JÚNIOR

VIVÊNCIA O executivo carioca que conhece o mundo e adotou o Litoral catarinense

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Patrício explica que o Porto Itapoá está enquadrado em Santa Catarina não para disputar espaço com os outros quatro terminais portuários, mas sim para fazer parte da cadeia logística do Estado 46 • Julho Agosto2013 2013• Economia&Negócios • Economia&Negócios

m homem que sempre esteve ligado ao mar. Mesmo antes de ingressar na Marinha Mercante, há mais de 30 anos, Antônio José de Mattos Patrício Junior, carioca da gema, já convivia com as belezas litorâneas e marítimas do Rio de Janeiro (RJ). Cidade, aliás, que ainda está encrustada no sotaque, no senso de humor e na preferência futebolística do executivo, apaixonado pelo Botafogo. Na Marinha (Escola de Formação de Oficiais de Marinha Mercante – EFOMM, turma de 83), Antônio adquiriu o nome de guerra de Patrício. Oficial Patrício. Depois, ao entrar no concorrido e rico mercado marítimo precisou usar dois nomes. Foi então que o Junior se incorporou ao nome do Presidente (CEO – Chief Executive Officer) do Porto Itapoá, hoje com 52 anos, tendo como base familiar dois filhos botafoguenses, Caio e Victor, e a esposa Sonia. Patrício Júnior iniciou suas atividades em Itapoá em dezembro de 2010, seis meses antes do início das operações. Uma das características marcantes de seu perfil profissional, o que ficou claro em quase uma hora de conversa com a Revista Portuária – Economia & Negócios, é a sua incansável busca por competição, resultados, qualificação e excelência operacional. Essas características foram decisivas para que o Conselho de Administração do porto (formado pelas empresas Battistella, Aliança Navegação – Grupo Hamburg Süd, e


PERFIL PATRÍCIO JÚNIOR

LOGZ – Logística Brasil), escolhesse Patrício para assumir o cargo máximo da empresa. Mais de dois anos e meio depois de ter chegado a Itapoá, numa manhã fria e ensolarada de julho, Patrício recebeu a reportagem para uma conversa franca, em que a implantação do porto, as dificuldades trilhadas no caminho, a conquista da parceria com a menina dos olhos do governo estadual – a BMW -, a concorrência com outros terminais catarinenses e as condições naturais da Baia da Babitonga foram tônica do bate papo. Isso tudo é o lado profissional, óbvio. Pois o lado pessoal de Patrício também vai aparecer nesta entrevista perfil, onde você vai conhecer um pouco mais deste sujeito de voz grave e sorriso contido, que descontrai quando revela a idade, brinca com a rivalidade do futebol, mas fala sério se o assunto for o mercado de navegação e logística e seu trabalho à frente do Porto Itapoá.

Marinha O início da vida profissional de Patrício, aos 19 anos, foi um período nômade. Também pudera, durante 12 anos de Marinha Mercante, o executivo conheceu o mundo e sua

casa, naqueles tempos de Oficial, era em cada semana um porto e em quase todas as outras o navio. Rotina de bônus e ônus, este último representado pela distância dos familiares e da esposa. “Quando eu pisava em terra firme, com 20, 21 anos, contava para os amigos ‘antes de ontem eu dormi em Nova York, acordei na Filadélfia e dormi de novo em Miami’. Parecia ser grande coisa, mas para mim era simples. Claro, que isso tudo tinha um preço, que era a distância e saudade da família”, observa. Patrício conheceu mais de 100 países em seu tempo de Marinha. Ainda bem que na época as embarcações permaneciam por até duas semanas nos portos. Assim, foi possível conhecer um pouco mais de cada lugar por ele desembarcado, como a Itália. “Às vezes ia para Génova e ficava até duas semanas. Conhecia a Itália inteira. Dividia o serviço, tirava quatro dias de trabalho e 10 para conhecer a Itália, de trem. Então, ainda tinha um romantismo nessa época. Era diferente”, recorda. Durante o período na Marinha, nasceram seus dois filhos. Ele conta que na época as viagens eram mais puxadas. Um retorno para o Rio de Janeiro, por exemplo, levava de

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PERFIL PATRÍCIO JÚNIOR

Após aquisição da Sealand pelo Grupo APMoller-Maersk, Patrício passou a gerenciar as operações da MaerskSealand em São Paulo (SP). Em 2002 foi convidado pelo Grupo APMT a implantar o Ceará Terminal Operator (CTO), hoje APM Terminals Pecém, em Pecém, no Ceará. Após dois anos de consolidação do projeto, a APMT o deslocou para executar a transição do recém-adquirido Terminal de Contêiner de Aqaba, na Jordânia. Por lá era diretor executivo (CEO), e criou um verdadeiro case de sucesso entre os terminais da APMT no mundo. Patricio acabou ganhando a honraria do passaporte jordaniano diretamente das mãos do Rei Abdullah, da Jordânia. Aqaba se tornou, depois da gestão de Patrício, um dos principais terminais de contêineres do Oriente Médio. A partir de 2007 o executivo passou a ser o diretor comercial da APMT para as Américas, sediado no Panamá. Em 2010, um novo e importante desafio em sua carreira: implantar o mais novo terminal portuário da América Latina, Patrício, à direita, está envolvido diretamente com as necessidades e anseios de Itapoá e região o Porto Itapoá. Inicialmente atuou como Chief Commercial Officer – (CCO) e, em janeiro de 2012, assumiu como (CEO), posição que ocupa atualmente. Patrício afirma que os diferentes países, culturas e seseis a nove meses. Mesmo que seus rebentos tenham aprentores da navegação por onde passou lhe deram um lastro de dido a engatinhar no convés de um navio, Patrício decidiu conhecimento que hoje está a serviço de Itapoá e de Santa que 12 anos já era tempo suficiente de serviços prestados a Marinha do Brasil. “A minha esposa e os filhos iam juntos nas Catarina. “Você é uma pedra bruta e vai se lapidando, como o diamante. A experiência nos ensina, viagens algumas vezes, mas ainda assim as pessoas que trabalham com a gente sentia que era hora de estar mais em nos ensinam, então, tem coisas que só o terra firme”. nos tempo nos ensina, errando e acertando. ensina, as pessoas que Não só a experiência, mas a exposição a Mercado coisas diferentes, como as variadas emDepois da Marinha, o mercado. trabalham com a gente presas que passei”, avalia, acrescentando Patrício iniciou a carreira de executivo na nos ensinam, então, tem que no exterior fez uma rede de contatripulação de navios do armador brasileicoisas que só o tempo tos que até hoje lhe proporciona subsíro Aliança Navegação e Logística, onde dios para seu trabalho. ficou até 1995, um ocasional período de nos ensina,

“A experiência

errando e acertando.”

três anos trabalhando (relativamente) fixo na cidade natal. De lá para cá, ele teve a trajetória profissional focada na implantação, consolidação e administração de terminais portuários mundo afora. Sua primeira experiência no mercado foi como gerente de operações da Sealand no interior paulista, em Campinas (SP). “Na época, a Sealand era a segunda maior empresa do mundo na operação de contêineres e, dois anos depois, a empresa número um comprou a número dois”, comenta Patrício, que possui MBA em Administração Portuária pela Lloyds Business Academy e pela Universidade de São Paulo (USP), e Formação de Executivos, pelo IMD Business School, na Suíça.

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Itapoá para trabalhar; Balneário Camboriú para morar

Antes de ingressar no projeto Itapoá, Patrício se apaixonou por outra cidade litorânea de Santa Catarina: Balneário Camboriú. Que nas suas palavras “é o Leblon sem o resto do Rio”. E Balneário foi fundamental para que hoje o executivo esteja em Itapoá. Em 2009, depois de deixar a APMTerminals, Patrício foi convidado para trabalhar no Vietnã, no entanto, àquela altura, depois de tanto tempo perambulando pelo mundo, ele queria fincar o pé num lugar. Um lugar para chamar de seu. Algo que encontrou e não cansa de elogiar. “Balneário é tudo de bom, eu sou um apaixonado pela cida-



PERFIL PATRÍCIO JÚNIOR

Em junho de 2011, o cenário portuário catarinense ganhava um novo integrante, o Porto Itapoá

“A equipe e todo o

trabalho desenvolvido em Itapoá deixam nossos acionistas satisfeitos, tanto que em breve pretendemos quadruplicar o tamanho do terminal”

de. A cidade que eu escolhi”. Patrício, inteirado que estava do projeto Itapoá, especulou por que não viver entre essas duas cidades, unido o melhor de cada uma: a tranquilidade e as belezas de Itapoá com o charme e agitação de Balneário. Eis que veio o convite para ingressar no porto, aceito sem pestanejar, depois de um ano sabático, fruto do acordo de desligamento com a APMT. Hoje, cada um dos dois municípios habita um cantinho do coração do executivo. “Itapoá também é outra maravilha, guardadas as devidas proporções de não ter essa vida agitada. Mas Itapoá tem 32 quilômetros de costa, 16 mil habitantes, eu chego ao trabalho rapidinho, levo uma vida sossegada. Tá uma maravilha”, comenta Patrício, que fica em Itapoá de segunda a sexta, usufruindo, muitas vezes, seus finais de semana menos de 200 quilômetros ao sul.

Dificuldades iniciais Em junho de 2011, o cenário portuário catarinense ganhava um novo integrante, o Porto Itapoá. O início da operação, de um projeto longo que teve seu embrião plantado no início dos anos 90, não foi fácil. A metáfora usada por Patrício é a de que as dificuldades eram semelhantes à de um cachorro correndo atrás de seu rabo, sem nunca conseguir pegá-lo. “É 50 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

complicado você ter um projeto, apresentar um projeto e as pessoas dizerem ‘quando o projeto estiver funcionando, a gente investe’. O que a gente fez foi pegar o cachorro, parar o cachorro, endireitar o cachorro e dizer ‘agora vai pra frente cachorro... e o rabo foi atrás’. No momento que você faz isso, você tem um rumo”, analisa. Rumo que lá no começo tinha obstáculos no caminho, como a estrada que não estava pronta, a linha de transmissão inacabada, as licenças se arrastando por causa do trecho rodoviário não concluído, os investimentos que eram necessários para dar forma ao empreendimento e assim fazê-lo andar para frente. “Tivemos que investir na cidade, fazer toda uma parte política com a cidade, investir no entorno do porto, então, acabamos sendo um pouco malabaristas, mas a bola estava quente... daí alguém chegou com a borrifa de água, e o que nos fizemos foi esfriar a bola, e seguir levando-a para cima”, destaca, para dizer que foi difícil mas não novidade. “Sabíamos o que estávamos fazendo, e que não seria nada fácil”.

Equipe e natureza A natureza e a equipe são os maiores responsáveis pela forte competitividade do Porto Itapoá, aponta Patrício. Sem a dupla, muito do que o terminal alcançou até aqui não existiria. As condições naturais estão expostas na profundidade das águas que envolvem o porto - 14,0 metros no canal de acesso e 16 metros no cais -, na área mais protegida da baia, livre dos dejetos e do assoreamento,


Economia&Negócios • Julho 2013 • 51


PERFIL PATRÍCIO JÚNIOR

bem diferente da maioria dos terminais brasileiros, localizados em rios. “Esse é um diferencial nosso, que procuramos passar para o cliente como vantagem competitiva”. E os equipamentos modernos do porto? Para Patrício, equipamentos e softwares o dinheiro compra. O que faz realmente a diferença são as pessoas, a equipe. E essas têm de seguir algumas regras para alçarem voos mais altos na companhia. Regras que acabam por influenciar na produtividade de todos. “Aqui dentro todo mundo é obrigado a dar bom dia para o outro. Por que obrigado? Porque isso vira uma rotina de educação. No início é obrigatório, mas depois vira satisfação. Gentileza gera gentileza”, profetiza. O feedback que Patrício afirma receber com frequência é na palavra dos clientes: ‘o que faz a diferença no Porto Itapoá é o carinho e o respeito que vocês tratam a gente’. Ele exemplifica esse retorno no fato de haver empresas sediadas no Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Mato Grosso (MT) que, devido à eficiência do terminal, só operam suas mercadorias por Itapoá, mesmo estando distantes fisicamente. Segundo o executivo, todos no Porto Itapoá são fundamentais para o trabalho da companhia, sem exceção. Assim como todos passam por um rigoroso treinamento antes de iniciar suas atividades na empresa. A busca pela excelência no trabalho diário é ressaltada diariamente, com a participação de todos os 523 funcionários diretos da empresa nas decisões finais. “A gente ouve os funcionários, cria grupos de opinião e pesquisa, enfim, faz de tudo para que quem não esteja aqui dentro, queira entrar”, resume, para em seguida avisar: “A equipe e todo o trabalho desenvolvido em Itapoá deixam nossos acionistas satisfeitos, tanto que em breve pretendemos quadruplicar o tamanho do terminal”. (Leia mais detalhes do projeto de ampliação do Porto Itapoá na página 32) 52 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

BMW “A BMW é especial para qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo”. A definição resume bem a importância do anúncio feito pela montadora alemã no início de julho, quando ficou confirmada a escolha do Porto Itapoá e do armador Hamburg Süd como operadores logísticos de sua futura produção em solo catarinense. O Porto Itapoá situa-se a menos de 90 quilômetros de Araquari, onde a BMW irá se instalar em um terreno de 1,5 milhão de m² às margens da BR-101. A operação do terminal para a BMW está prevista para iniciar neste mês de agosto, com a importação de peças da Europa, que embarcarão pelo Porto de Antuérpia, na Bélgica, com previsão de chegada a Itapoá até o início de setembro. Neste primeiro momento serão movimentados 10 mil contêineres de 40 pés. Segundo Patrício Junior, a negociação durou cerca de quatro meses e pré-requisitos como agilidade, segurança marítima, alta performance e preços competitivos foram fundamentais para a conquista do novo cliente, com exclusividade. “O padrão da BMW é algo muito minucioso, altamente tecnológico e com alto impacto socioeconômico. Do ponto de vista logístico, o padrão utilizado pelo Porto Itapoá está alinhado com este propósito, visando a excelência em suas operações, sempre procurando a melhor solução para importadores e exportadores”, afirma.

Concorrência Patrício explica que o Porto Itapoá está enquadrado em Santa Catarina não para disputar espaço com os outros quatro terminais portuários, mas sim para fazer parte da cadeia logística do Estado, que, em sua opinião, é a melhor do Brasil. “Em Santa Catarina temos cinco portos da melhor qualidade,


PERFIL PATRÍCIO JÚNIOR

que o concorrente ao lado também é muito bom. Em resumo, as disputas são salutares para a economia e para as comunidades inseridas nos portos. “O importante é que alteramos a zona de conforto, todos querem dar o melhor para não ficar para trás”.

Ferrovia do Frango

A intenção do Porto Itapoá para o futuro é ser o maior terminal do Sul do país, segundo Patrício

que podem atrair grandes empresas e assim oferecer pacotes de melhores benefícios para as grandes empresas, não apenas a BMW. Temos a GM (General Motors), que é a maior produtora de automóveis do mundo, temos várias outras grandes companhias, como a BR Foods, Seara e uma quantidade imensa de outros parceiros que não podemos deixar de mencionar, que movimentam suas mercadorias por todos os terminais do Estado”, justifica. O presidente do Porto Itapoá diz ser um prazer competir com profissionais do nível de Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente da Portonave, Ricardo Arten, superintendente da APM Terminals Itajaí, e Antônio Ayres dos Santos, superintendente do Porto de Itajaí, entre outros nomes que fazem de Santa Catarina referência internacional no setor portuário. Para ele, que é um competidor nato, o Porto Itapoá vai ganhar muitas disputas com os outros terminais, porém, também perderá várias, o que não vai tirar o mérito de ninguém. “É bom competir com gente boa. O que mais existe entre nós é o respeito e a vontade de cada um fazer o melhor para o seu trabalho. A gente compete entre amigos, existe respeito e ética”, argumenta Patrício. O executivo acredita que com isso as vitórias dão mais orgulho, e as derrotas são minimizadas pelo fato de

A tão falada estrada de ferro ligando o Oeste ao Leste catarinense, conhecida como Ferrovia do Frango, também entrou na pauta da entrevista. De acordo com Patrício, quando todos os estudos para implantar a estrada foram feitos o Porto Itapoá ainda não existia. Portanto, alerta, é imprescindível lembrar esse detalhe. “É preciso procurar o melhor traçado, mais barato e viável. E não uma decisão com viés político”. A solução para esse impasse, Patrício expõe, seria criar o Ticket Único Ferroviário - TUF, que equilibraria a competição entre todos os portos de Santa Catarina. Ele fez uma projeção imaginária de que se um contêiner sair do Oeste custando R$ 100 para chegar ao Litoral, e a ferrovia terminar em Itajaí/Navegantes, os valores que Itapoá, São Francisco do Sul e Imbituba pagariam teria que ser os mesmos R$ 100, sob pena de prejudicar a competição e interferir no mercado. “Os políticos que acham que ligando daqui para lá, vão dar benefícios para Itajaí e Navegantes, estão errados. Por que isso?”, questiona, para lembrar que o papel do governo não é desestimular a competição e sim o contrário. “Não discordo que vá para Itajaí e Navegantes, mas tudo que sair de lá e vier para cá tem que ter o mesmo valor, mesmo custo. O governo tem que deixar a gente brigar com os outros portos na área comercial. E para isso não pode interferir no equilíbrio da competição”.

Futuro

A intenção do Porto Itapoá para o futuro é uma só, segundo Patrício. “Nossa intenção é ser o maior terminal do Sul do país. Maior, mais rentável e de melhor serviço. O melhor lugar para se trabalhar. Estamos trabalhando para isso, se vamos conseguir não sei, mas vamos buscar exatamente esse objetivo”, sentencia. Já o futuro pessoal, esse é mais fácil de prever, uma vez que Patrício não pensa em trocar o trecho rodoviário entre Itapoá e Balneário Camboriú - lugares que escolheu para viver - por nada nesse mundo. Os filhos, já feitos na vida, estão um em São Paulo, o outro no Canadá. Por aqui ele vai ficar com a companheira de uma vida, seu hobby por motos – faz parte do grupo Bodes do Asfalto – e o amor por sua cachorrinha, o xodó da família, Pink Regina. •

Economia&Negócios • Agosto 2013 • 53


PARCERIA

Porto de Imbituba formaliza acordo com Porto de Barcelona

O

Porto de Imbituba, no Sul de Santa Catarina, firmou um importante acordo de cooperação com o Porto de Barcelona para desenvolvimento de projetos conjuntos para aumentar o comércio portuário, a eficiência e a agilidade das transações comerciais entre os dois portos. A assinatura do acordo envolveu o diretor presidente da SCPar Porto de Imbituba, Luis Rogério Pupo Gonçalves, e o presidente da Autoridade Portuária de Barcelona, Sixte Cambra. Um dos grandes objetivos é contribuir para dar mais eficiência nas cadeias logísticas entre os portos e desenvolver serviços conjuntos para a fidelização desse comércio. O acordo tem duração de dois anos e deve também abrir oportunidades para outras formas de cooperação. De acordo com Luis Rogério Pupo Gonçalves o Porto de Barcelona é referência em qualidade portuária mundial e o acordo vai contribuir ainda mais para que o Porto de Imbituba continue evoluindo para um patamar de excelência.

Os termos do acordo: 1. Realizar em conjunto estudos para identificar os principais atores envolvidos nas operações de importação e exportação de produtos. 2. Identificar as cadeias logísticas entre os dois portos, a situação atual e as tendências futuras; identificar os principais importadores e exportadores destas cadeias, sua localização, tipo de produtos, rotas, volumes, freqüências, operadores de transporte e os gestores das mesmas. 3. Decidir, de comum acordo, uma vez identificados os tomadores de decisão, as ações a serem realizadas para a fidelização do comércio desses produtos e a captação de novos comércios. 4. Avaliar a possibilidade de desenvolver a Marca de 54 • Agosto 2013 • Economia&Negócios

Qualidade Efficiency Network no Porto de Imbituba. 5. Promover a adesão dos respectivos operadores de ambas as Marcas de Qualidade, em particular entre as empresas internacionais que participam de ambos os portos (agentes de linhas de navegação, grandes forwarders, etc.) de forma que o cliente final tenha compromissos de qualidade e eficiência em ambos os portos, origem e destino de suamercadoria. 6. Mostrar o desenvolvimento da plataforma de Comércio eletrônico do Porto de Barcelona, PORTIC e estudar a possibilidade de colaboração conjunta no desenho e implantação de uma plataforma tecnológica para o intercâmbio eletrônico de documentos e o comércio eletrônico baseado na experiência de plataforma de comércio eletrônico do Porto de Barcelona.

Parecidos O presidente do Estado da Catalunha, Artur Mas, ressaltou as semelhanças entre Santa Catarina e a Catalunha. “O Brasil é um país muito grande se comparado com a Catalunha, por isso buscamos identificar aqueles estados brasileiros que podem ter mais semelhanças conosco e com os quais podemos trabalhar parcerias. E este é o caso de Santa Catarina, que tem uma boa base industrial, uma orientação para o comércio exterior e para o turismo. Santa Catarina pode ser uma grande porta de entrada para todo o Brasil e também para a América Latina”, afirmou. A Catalunha é um estado autônomo da Espanha. A região, cuja capital é Barcelona, é o principal destino turístico espanhol e tem uma indústria que se destaca em setores como tecnologia, têxtil e agronegócio. A população catalã é de 7,5 milhões de habitantes, cerca de 1 milhão a mais do que a população catarinense. •



Assinado o contrato para o início das obras da Marina do Saco da Fazenda

Nessa área, ficará o Complexo Náutico e Esportivo do Saco da Fazenda, em Itajaí.

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epois de meses de espera, foi assinado o contrato para o início da construção da Marina do Saco da Fazenda, em Itajaí. O prefeito Jandir Bellini e o superintendente do Porto de Itajaí, Antônio Ayres dos Santos, junto com os demais representantes do Porto Esportivo Itajaí Ltda, formalizaram o acordo que deve alçar a cidade definitivamente ao rol dos lugares vocacionados para o turismo náutico mundial. O porto esportivo é uma sociedade de propósito específico decorrente do consórcio vencedor da licitação, o KL Viseu, de Joinville, formado pelas empresas Karlos Gabriel Lemos ME. e a Construtora Viseu Ltda. No total serão investidos R$ 38,5 milhões na Baía Afonso Wippel, em uma área disponível de 10,33 mil m² em terra e 120,9 mil m² de espelho d´água. São ainda mais 12,39 mil

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m² para aterro hidráulico. Os valores investidos serão empregados em obras de construção, implantação, conservação, reforma e ampliação das instalações da marina, que terá até o final do contrato 700 vagas secas e 117 molhadas. O prazo estipulado para início da operação da marina é de 18 meses a partir da assinatura do contrato. Para a Regata Transatlântica Jacques Vabre, que aportará em Itajaí em novembro deste ano, a expectativa, segundo Antônio Ayres dos Santos, é de que o Complexo Náutico já conte com pelo menos 40 vagas, que seriam fundamentais para o evento que terá mais de 50 embarcações. Ayres também ressaltou o fato de que Itajaí conta com um porto de cargas competente e reconhecido no Brasil inteiro, possui um terminal de passageiros que é referência nacional e, em breve, terá um porto de lazer moderno que


vai incentivar ainda mais as atividades náuticas na região. “Itajaí será a única cidade do Brasil a ter um complexo náutico integrado. E a partir de agora chegou a hora de colocar o sonho de pé”, comemorou Ayres. O prefeito Jandir Bellini (PP) lembrou que Itajaí é o berço da Fibrafort e Azimut, dois dos maiores fabricantes de barcos de lazer do Brasil. Para ele, quando todas as vagas da marina estiverem preenchidas, a cidade dará um salto de competitividade em diferentes aspectos da economia. “Desde os prestadores de serviço até os estaleiros, todos vão ganhar com a marina”, avaliou Bellini, dizendo esperar que o Porto Esportivo seja responsável pela criação de pelo menos 1600 vagas de emprego diretas quando estiver em pleno funcionamento. O prazo de concessão da marina é de 25 anos, prorrogável por igual período.

Draga já está trabalhando A Empresa Terraplanagem Asa Ltda., vencedora do processo licitatório para a dragagem do Saco da Fazenda para – 4 metros, iniciou no dia 31 de julho a mobilização para dar início aos serviços de dragagem de aprofundamento da área que vai abrigar o Complexo Náutico e Ambiental de Itajaí. Os investimentos do Porto somam R$ 3,39 milhões e os serviços iniciaram somente depois emissão da licença ambiental pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), que ocorreu no dia 30 de julho. Paralelo à dragagem, a empresa Porto Esportivo Itajaí inicia obras de contenção do aterro hidráulico. Segundo o diretor técnico do Porto de Itajaí, André Pimentel, mais de uma draga executará os serviços, o que deverá agilizar os procedimentos. •

A Marina, ou Porto Esportivo, como denominam os responsáveis pelo projeto, irá alavancar a vida náutica de Itajaí

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Ambev assina protocolo com Santa Catarina para ampliar fábrica de Lages

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fabricante de bebidas Ambev assinou um protocolo de intenções com o governo de Santa Catarina para a ampliação da unidade fabril de Lages. Os aportes totalizarão R$ 140 milhões a serem aplicados até 31 de maio de 2014. A empresa vai investir os R$ 140 milhões para aumentar a capacidade de produção, gerando 100 novos empregos diretos. “E não é só isso. Além das novas oportunidades de trabalho, a Ambev é uma das maiores referências em arrecadação de impostos no Brasil e em Santa Catarina, o que torna ainda mais importante essa parceria para o desenvolvimento econômico da região e de Santa Catarina”, destacou Colombo. Pelo acordo, o Governo irá prorrogar o prazo de pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) correspondente ao

valor do investimento realizado na expansão da unidade industrial. Esses incentivos estão previstos no Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense (Prodec), criado para estimular a implantação ou expansão de empreendimentos industriais e comerciais que vierem a gerar emprego e renda no Estado. Como contrapartida, a empresa irá investir em novas linhas de produtos, e gerar os cem empregos diretos no prazo de 12 meses contados da data de concessão do tratamento tributário diferenciado. Compromete-se, também, a priorizar a aquisição de produtos e serviços de fornecedores sediados no Estado e a dar prioridade para empregar pessoas residentes na região. Em 2012, a Ambev foi responsável pela geração de R$ 668 milhões em impostos no Estado, valor 16% maior do que em 2011. “Para se ter uma ideia do impacto em Lages, a empresa, sozinha, representa metade de tudo o que o município arrecada. A filial emprega hoje 500 funcionários e a produção abastece os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, comentou o prefeito de Lages, Elizeu Mattos. Com a expansão, a unidade, que funciona em Lages desde 1994, passará a produzir cerveja sem álcool e vai lanDivulgação Ambev

Com a expansão, a unidade, que funciona em Lages desde 1994, passará a produzir cerveja sem álcool e vai lançar também uma linha de garrafas retornáveis de 300 ml 58 • Agosto 2013 • Economia&Negócios


Antônio Carlos Mafalda

çar também uma linha de garrafas retornáveis de 300 ml. Atualmente, as cervejas Brahma, Skol, Skol 360, Antarctica, Antarctica Sub Zero, Bohemia, Original, Malzebier e Polar são fabricadas na unidade lageana. O vice-presidente financeiro da Ambev, Nelson Jamel, destacou que a fábrica de Lages é estratégica pela localização geográfica. “Essa ampliação celebra a nossa aposta no potencial da região e é também um investimento da mais alta tecnologia para manter a nossa produção no mais elevado padrão de qualidade”. Além da cervejaria, em Lages, a companhia possui mais três centros de distribuições no Estado localizados em Blumenau, Florianópolis e Balneário Camboriú. •

Além da cervejaria, em Lages, a companhia possui mais três centros de distribuições no Estado localizados em Blumenau, Florianópolis e Balneário Camboriú

Antônio Carlos Mafalda

Antônio Carlos Mafalda

Atualmente, as cervejas Brahma, Skol, Skol 360, Antarctica, Antarctica Sub Zero, Bohemia, Original, Malzebier e Polar são fabricadas na unidade lageana

Rua: Gil Stein Ferreira, 100 | 7º andar | sala 703 | Itajaí | SC | Fone: 55 47 3344.5852 | Fax: 55 47 3349.8701

Fone: (47) 2104.0900 | Rua Rosa Rossi Dalçoquio, 775 | Bairro Cordeiros | Itajaí | SC Economia&Negócios • Agosto 2013 • 59


Faltam menos de quatro meses FAMÍLIA SCHURMANN SE PREPARA PARA ZARPAR DE ITAJAÍ EM SUA TERCEIRA GRANDE EXPEDIÇÃO

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o dia 01 de dezembro de 2013, os Schurmann embarcam em seu novo veleiro e zarpam para a sua terceira grande aventura por mares e oceanos do planeta: a Expedição Oriente. Primeira família a completar a volta ao mundo a bordo de um veleiro há quase 30 anos, dessa vez, o casal Vilfredo e Heloísa e os filhos seguirão a rota dos chineses que, de acordo com polêmicas teorias, foram os primeiros a contornar o globo. O novo projeto envolve inovação, tecnologia e sustentabilidade. Os filhos Pierre e David (líder da tripulação de terra) estarão em alguns trechos da aventura e Wilhelm estará a bordo por toda a expedição. A caçula Kat estará simbolicamente presente ao inspirar o nome do novo veleiro. E, pela primeira vez, a tripulação ganha um representante da terceira geração dos Schurmann: Emmanuel acompanhará seus avós durante todo o percurso. Depois de cinco anos de planejamento, estruturando o plano e buscando investidores para um projeto ousado, a Família Schurmann conquistou o apoio fundamental dos patrocinadores Estácio, HDI Seguros e Solví. Agora, dedicam-se à construção do veleiro Kat – construído em Itajaí - que desbravará águas nacionais e internacionais durante dois anos ininterruptos.

Kat, tecnologia de ponta em um veleiro sustentável

Em um mundo cada vez mais conectado à tecnologia mobile, o veleiro da Expedição Oriente é dotado de um sistema elétrico digital – 100% nacional – e não analógico, que pode ser manipulado remotamente por dispositivos móveis como um iPad, possibilitando desde uma simples ação de acender ou apagar a luz até navegar via controle remoto a quilômetros de distância. “O sistema elétrico digital já é empregado nos setores aéreo e automobilístico, mas é algo inovador no ramo marítimo. Na nossa embarcação,

É de Itajaí que Vilfredo Schurmann partirá para sua terceira grande expedição

tudo, absolutamente tudo, poderá ser controlado nas pontas de nossos dedos”, esclarece David Schurmann. Além disso, os Schurmann adotarão um sistema de comunicação via satélite com velocidade de 492 KBPS. O veleiro terá uma quilha retrátil. Quando em baixo, terá um calado de 4,5 metros. Em cima, um calado de 1,80 metros. Kat, o veleiro, será equipado com um sistema de geração de energia limpa, por meio de eólicos, painéis solares, dois hidrogeradores e duas bicicletas ergométricas para produção de energia durante os exercícios físicos da tripulação. Além disso, graças à parceria com a Solví, a embarcação terá um sistema de tratamento de esgoto e o lixo orgânico será reaproveitado utilizando um equipamento especial para produção de adubo em forma de pequenos tijolos. “Queremos que o nosso barco seja um microcosmo autossustentável”, afirma Heloísa Schurmann.

Os Chineses e a Família Schurmann

Com a Expedição Oriente, os Schurmann esperam trazer à tona a teoria de que os chineses foram os primeiros navegantes a darem a volta ao mundo. Para isso, buscarão por indícios em determinados locais da viagem. “Em nossa última expedição, seguimos a esteira de Fernão de Magalhães. Estudamos a fundo sua história e uma coisa nos intrigou. Magalhães suspeitava que houvesse uma rota para as ilhas das especiarias via uma passagem ao sul das Américas. Ele argumentava que detinha um mapa que provava a existência deste canal. Veio então nossa curiosidade: como ele teve acesso a essa informação, que não era mencionada em nenhum documento oficial?”, conta o capitão Vilfredo Schurmann. Em 2002, Gavin Menzies, um oficial da Marinha inglesa, publicou uma tese que poderia fornecer a resposta para a 60 • Agosto 2013 • Economia&Negócios


pergunta da Família Schurmann. No livro “1421: o ano em que a China descobriu o mundo”, Menzies apresenta pesquisas que o levaram à origem desses mapas e expõe sua teoria de que os chineses foram os precursores das viagens de descobrimentos, utilizando “avançados instrumentos” com know how de cálculo de latitude e longitude. “A tese reza que, em 1421, a maior esquadra com gigantescos juncos de até 150 metros de comprimento zarpou da China. Os navios eram capitaneados pelos leais almirantes do Imperador Zhu Di. Sua missão era ‘seguir até os confins da terra para recolher tributos dos bárbaros de alémmar’”, explica Vilfredo.

A nova rota da Família Schurmann

• 01 de Dezembro de 2013 – Família Schurmann parte de Itajaí, Santa Catarina, rumo ao mundo! Em seu caminho...  Punta Del Este, no Uruguai  Mar Del Plata, na Argentina.  Puerto Deseado, na Argentina.  Ushuaia, na Argentina, com navegação pelo interior dos fiordes.  Antártica.  Puerto Willians, no Chile.  Puerto Montt, no Chile, com navegação nos canais chilenos, passando pelas cidades de Puerto Chacabuco e Chiloé.  Ilha de Páscoa, no Chile.  Ilha Pitcairn, território britânico vizinho da Polinésia Francesa.  Tahiti, passando por alguns atóis de Tuamotus, na Polinésia Francesa.  Ilha Moorea, na Polinésia Francesa.  Ilha de Huahine e Tahaa, na

Polinésia Francesa.  Ilha de Bora Bora, na Polinésia Francesa.  Ilha de Mopelia, na Polinésia Francesa.  Ilha de Rarotonga, nas Ilhas Cook.  América Samoa, na Polinésia.  Western Samoa, na Polinésia. Vavau, nas Ilhas de Tonga.  Suva–Fiji, passando pelas Ilhas Monothaki e Yarol.  Opua, na Baía das Ilhas, na Nova Zelândia.  Auckland, na Nova Zelândia.  Brisbane, na Austrália.  Alotau, na Papua Nova Guiné, com paradas na grande barreira de Corais da Austrália.  Ilha de Guam, colônia norte-americana localizada na Micronésia, com passagem pelas ilhas New Ireland, New Hanover e Mussau.  Saipan, nas Ilhas Marianas, colônia norte-americana localizada na Micronésia. Okinawa, no Japão.  Shangai, na China, com navegação pelo Grande Canal.  Cidade-Estado Hong Kong.  Ho Chi Minh, no Vietnã, com paradas em duas ilhas.  Natuna Island, na Indonésia.  Singkwang na Ilha de Borneo, na Indonésia.  Singapura.  Jacarta, na Indonésia.  Ilhas Chagos, território britânico localizado no Oceano Índico.  Atol Cargados & Carajos, a 250 milhas da Ilha Maurício.  Ilha Maurício, no Oceano Índico.  Ilha Reunião, no Oceano Índico.  Tonalaro, em Madagascar.  Port Elisabeth, na África do Sul.  CapeTown, na África do Sul. Ilha Santa Helena, no Oceano Atlântico.  • 29 de novembro de 2015 – Família Schurmann chega em Itajaí, a bordo de seu veleiro Kat, concluindo com sucesso a Expedição Oriente. •

Economia&Negócios • Agosto 2013 • 61


Coluna Mercado

Obras do Brava Beach Internacional estão em ritmo acelerado Empreendimento está na fase dos acabamentos e revestimentos externos

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ançado em setembro de 2009 e com obras iniciadas em 2010, o Brava Beach Internacional tem hoje 7 torres já erguidas, serão aproximadamente 100 mil m² em construção, com entrega prevista para setembro de 2014. Das 252 unidades já lançadas, 85% já foram comercializadas. As obras do empreendimento estão em ritmo acelerado. Os edifícios das Reservas Corais e Aroeira estão recebendo serviços internos e externos. Os internos são: pintura, forros de gesso, impermeabilização das áreas frias, instalações elétricas e hidráulicas, revestimento interno com argamassa. Nas partes externas já foram iniciadas a colocação de pastilhas cerâmicas. “Para a próxima temporada a obra estará de cara nova, pois teremos as fachadas dos edifícios já revestidas com as pastilhas cerâmicas e iniciando a instalação das primeiras esquadrias de alumínio. Internamente, o início da pintura, a execução do forro de gesso e a colocação do piso em porcelanato em alguns dos edifícios, deixarão os apartamentos mais agradáveis para a visitação dando uma melhor sensibi-

lidade em relação aos espaços. Para as áreas comuns e de lazer do empreendimento, a meta é que todas estejam bem adiantadas causando nos clientes uma sensação de bem estar fazendo com que os mesmos já se sintam em casa. A grande expectativa é a finalização da primeira fase do Boulevard, oportunizando aos clientes e visitantes um passeio superagradável e valorizando ainda mais o empreendimento”, comenta Joel Corrêa Silvino, Coordenador de Obras e Engenharia do Grupo Brava Beach. O Brava Beach Internacional foi concebido como um complexo multiuso, o empreendimento possui quase 60 mil m² de área de preservação e nas próximas etapas, além de novas reservas residenciais, ainda está previsto um open shopping e um hotel resort. Um magnífico Boulevard irá integrar as reservas junto a praia. O Brava Beach Internacional é resultado da união de quatro grandes construtoras do estado Ciaplan, FG Empreendimentos, JA Russi e Riviera. •

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Coluna Mercado

Cacá Bueno junto com o prefeito de Balneário Camboriú, Edson Piriquito

Balneário Shopping ganha seis novas operações no mês de agosto

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eis novas operações de peso serão inauguradas neste mês de agosto no Balneário Shopping. O principal destaque fica por conta da loja Fantasia, segunda licenciada pela Disney no Brasil, que venderá de fantasias a bichos de pelúcia originais da marca americana. A loja, com 48 metros quadrados, terá ampla gama de produtos Disney, incluindo exclusividades como roupa de cama, maquiagem infantil, torradeiras personalizadas, jogos interativos, chaveiros e magnéticos. Outra novidade exclusiva do empreendimento é o quiosque da Adagaty, que molda e decora unhas em gel nas mãos do cliente. A novidade na área de beleza foi trazida da Europa e tem atraído o público feminino de várias idades. As unhas em gel são pintadas na hora pelas profissionais da Adagaty e duram, em média, 30 dias até a próxima manutenção. Na área de alimentação, a Mexicato promete novidades para os clientes do shopping. A marca de picolés artesanais com receita exclusiva do México terá quiosque exclusivo em frente a loja da Samsung e deve ganhar o gosto de crianças e adultos de várias idades. Os picolés da Mexicato são elaborados apenas com fruta, água, açúcar e leite (no caso dos cremosos) e não contém gordura vegetal. O shopping conta ainda com um novo quiosque de doces artesanais, o Sweet, que oferece mais de 170 variedades de doces e trufas gourmet. No local, o cliente pode montar os próprios kits para presente em diferentes tamanhos. Já o quiosque de bolsas da Launique vem com a intenção de surpreender e inovar no segmento de bolsas femininas. O local conta com ampla variedade de modelos e cores totalmente originais, com uma coleção nova a cada 10 dias. Atualmente a rede Launique conta com 16 lojas e quiosques em cidades como Curitiba, Balneário Camboriu, Joinville, Florianópolis e Blumenau. O shopping também acaba de abrir a loja Faten, com linhas diferenciadas de mouse, mochilas, roteadores, adaptadores, adesivos e capas de celular personalizadas. •

Cacá Bueno propõe Autódromo para Balneário Camboriú

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prefeito de Balneário Camboriú, Edson Renato Dias (Piriquito) recebeu na noite do dia 25 de julho uma importante visita. O pentacampeão da Stock Car, o piloto Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno Filho, conhecido como Cacá Bueno, esteve na prefeitura e se prontificou a trazer para a cidade um pré-projeto para a construção de um futuro autódromo regional para Balneário Camboriú. Cacá defende que a cidade tem “grande potencial” para sediar um centro de automobilismo, que ‘’deverá alavancar a economia não só do município, mas de toda a região’’. O prefeito disponibilizou à equipe de Cacá Bueno, a planta do local disponível para receber o futuro autódromo - atrás da área onde será construído o novo Centro de Eventos da Cidade. •

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Coluna Mercado

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Com novo produto, Univali quer consolidar-se na oferta de pós

Universidade do Vale do Itajaí (Univali) está lançando um nova modalidade de oferta pós-graduação. O novo produto, que ganhou o nome de “Pós Premium”, é uma especialização lato sensu que aspira colocar a instituição entre os mais importantes centros de excelência em pós-graduação do país. Para isso, as aulas serão ministradas por nomes reconhecidos pelo mercado nacional e internacional, em salas modernas, com os mais avançados equipamentos multimídia do mercado, no novo Campus da Univali localizado no bairro Kobrasol, em São José, na Grande Florianópolis. Rogério Corrêa, gerente de pesquisa e pós-graduação da Univali explica que as turmas que virão na sequência receberão um tablet com aplicativos próprios, já instalados, o que servirá como uma ferramenta de auxílio à pesquisa e revisão das aulas: “Esta é uma maneira de conciliar os cursos da modalidade Premium por meio tecnologia, à realidade do profissional acadêmico, já inserido no mercado de trabalho”,

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aponta o professor. Toda essa comodidade e conforto proporcionados pelas facilidades tecnológicas somam-se a outra modalidade de implantação do programa. Os cursos também poderão ser ofertados na modalidade In Company, que prevê o estabelecimento de convênios e parcerias entre as empresas e a universidade para adaptar os cursos à estrutura das empresas. O foco dos cursos é voltado para as áreas de gestão e jurídica. Para o lançamento da Pós Premium serão oferecidos os cursos de especialização em Projeto de Games, em Direito da Empresa e em Engenharia de Segurança do Trabalho, e os MBAs em Consultoria e Gestão de Negócios, em Negócios Imobiliários e da Construção Civil, e em Consultoria e Assessoria Empresarial. As inscrições podem ser feitas até o dia 29 de agosto. A relação com detalhamento de cada um dos cursos e formas de inscrição para essas modalidades podem acessadas pelo endereço eletrônico: www.univali.br/pospremium. •

ACAV define data do 10º Simpósio de Avicultura

Associação Catarinense de Avicultura (Acav) anunciou a realização do 10º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, no período de 16 a 18 de setembro de 2014, em Balneário Camboriú. O coordenador geral do evento, Bento Zanoni, informou que a comissão central organizadora está em fase final de composição. A primeira de uma série de reuniões preparatórias, com representantes do setor, foi realizada na última semana, em Chapecó, onde atuará a secretaria

executiva do evento. Após definir as comissões, iniciarão os trabalhos para organizar a programação do evento. “A exemplo das edições anteriores, a definição do programa será baseada em rigorosos critérios, visando compor um cronograma com palestras de qualidade, ministradas pelos mais conceituados profissionais do setor de avicultura no mundo”, realça Zanoni. Na última edição, realizada em 2011, o Simpósio reuniu mais de 500 técnicos e dirigentes de empresas avícolas. •

Bento Zanoni coordena a primeira reunião do Simpósio da ACAV que ocorre em 2014 Economia&Negócios • Agosto 2013 • 65


Coluna Mercado

Potência planetária, a Samsung, como outras grandes empresas, volta seus olhos para Santa Catarina

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Grupo Samsung tem interesse em investir no Estado

omo a Revista Portuária - Economia & Negócios já havia especulado, em junho, parece mesmo que são reais as chances do grupo coreano Samsung investir pesado em Santa Catarina. Nesse cenário, o Litoral Norte do Estado é favorito para receber o aporte, uma vez que a região além de industrializada, também está bem localizada e possui mão de obra qualificada. O secretário do Planejamento, Murilo Flores, representou o governo estadual em Seul, na Coreia do Sul, nos últimos dias de julho. O objetivo da viagem foi apresentar Santa Catarina à vice-presidência do grupo Samsung que manifestou interesse em investir no Estado. As conversas iniciaram há cerca de três meses. Flores explica: “Será uma troca de informações, já que a Samsung tem sondado estados brasileiros para investir na área de infraestrutura do país, tanto em portos e aeroportos quanto em ferrovias, além de usinas para pro-

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dução de energia a partir de dejetos orgânicos”. O secretário disse que mostrou o interesse do governo catarinense em receber investimentos em aeroportos, na melhoria dos portos e criação de um parque industrial na área retroportuária com empresas coreanas. Ele também apresentou os projetos das ferrovias Leste-Oeste e Norte-Sul, em desenvolvimento pelo governo federal. A visita ao país asiático incluiu tour no Porto Pusan, que movimenta 45% das exportações da Coreia e está situado na costa sudeste, e visitas a empresas da Samsung. Entre elas, duas usinas de tratamento de resíduos com geração de energia, o que, segundo Flores “é interessante, pois o Estado está elaborando o plano diretor de resíduos sólidos por determinação legal e pode atrelar isso à geração de energia”. O secretário ainda visitou o estaleiro Geoge Shipyard, que possui ISO 50.001, e o porto de contêineres, Hanjin Shipping. •




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