Revista Portuária - 01 Outubro 2015

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ANO 15  EDIÇÃO Nº 188 Outubro 2015 Editora Bittencourt Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí

EDITORIAL

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4 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

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governo federal está contando com incentivos fiscais para que o país saia da crise e volte a crescer em 2016. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defende a necessidade de focar na questão da estabilidade fiscal e da segurança jurídica. O ministro acredita que somente com a estabilidade fiscal será possível levar o país de volta à rota de crescimento, que seria “rápido e duradouro”, segundo ele. Assim, obviamente Levy defende a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em apreciação no Congresso Nacional. Enquanto a proposta segue em análise, cresce o descontentamento da população em relação ao possível retorno. Para muita gente a CPMF é quase um roubo, visto que implica diretamente sobre o contribuinte. Para outra grande par-

cela dos brasileiros, ainda que não sejam absolutamente contrários à volta da CPMF, a descrença com o poder público faz pensar de que adianta retomar uma contribuição obrigatória em um país onde se rouba tanto dos cofres públicos? Além disso, os mesmos escândalos de corrupção fazem cair por terra qualquer “boa intenção” no que diz respeito à rigidez do controle fiscal. Chega a soar desrespeitoso falar em controle em um país onde o descaso com o dinheiro público é latente. De todo modo, o governo federal entende que a CPFM “terá papel muito importante nesse equilíbrio fiscal”. Novamente, quem pagará a conta do descontrole é o contribuinte. O mais engraçado disso tudo é que enquanto isso a classe empresarial e o consumidor fazem por si tentando driblar a inflação para sobreviver. •


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Revista Portuária

Marina Itajaí inaugura em novembro Na primeira etapa serão entregues 320 vagas para embarcações

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Marina Itajaí, um dos maiores investimentos do setor privado na cidade, será inaugurada no dia 20 novembro. Na primeira etapa serão oferecidas 320 vagas para embarcações, 155 secas e 165 molhadas. A capacidade é para barcos de até 120 pés. Apesar da entrega do empreendimento estar programada apenas para a segunda quinzena do mês, a Marina vai operar a partir do dia 1º de novembro, quando recebe os barcos da Transat Jacques Vabre. Os eventos ligados à regata acontecem entre 3 e 15 de novembro no Centreventos. As etapas pelas quais a construção da Marina, que fica na baía Afonso Wippel, já passou foram apresentadas pelo diretor geral do Complexo Marina Itajaí, Carlos Maia de Oliveira, a empresários, representantes dos terminais portuários de Itajaí e Nave-

gantes, do poder público, parceiros e associados da Associação Empresarial de Itajaí (ACII) em um evento no empreendimento no dia 28 de setembro. Oliveira mostrou desde a retirada da vegetação, terraplanagem, montagem da estrutura física que abriga atualmente os prédios de serviços, de administração e o restaurante. Além disso, também foi apresentado o projeto de como ficará o complexo depois que ele estiver pronto. A previsão de conclusão da Marina é para 2019. No total, serão mais de 900 vagas para embarcações. O projeto ainda conta com centro comercial com barcos, cinema, academia, lojas, restaurantes, bistrôs, cafés, boulevard com acesso ao público, mirante com vista para a Marina e o porto, ciclovia e pista iluminada para caminhadas. Os investimentos no empreendimento devem passar dos R$ 40 milhões.•

Divulgação/Projeto

6 • Outubro 2015 • Economia&Negócios



 ENTREVISTA: Thierry Montagne Divulgação Equiport

Duas décadas no mercado brasileiro

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s portos estão em constante expansão e passaram por inúmeras mudanças ao longo dos anos. Acompanhar o mercado não é uma tarefa fácil, mesmo quando a economia está em ritmo acelerado. Exemplo de distribuição de equipamentos para o segmento portuário, a Equiport, empresa de

São Paulo, distribui produtos para todo o Brasil há 20 anos com uma carta de 100 clientes em 200 terminais, inclusive em Itajaí e Navegantes. Thierry Montagne, fundador e diretor da empresa, falou exclusivamente à Revista Portuária sobre o desenvolvimento de duas décadas de negócios e os planos para o futuro.

Revista Portuária - A Equiport fez 20 anos. Como vocês avaliam o crescimento da empresa desde o início e a que atribuem o sucesso de estarem no mercado brasileiro há duas décadas? Thierry Montagne – Fomos pioneiros a trabalhar especificamente com Reach Stackers, equipamento que na época era novidade no mercado brasileiro, assim como a marca TEREX|PPM a qual representamos. O nosso crescimento foi gradativo junto com a

privatização dos portos e na medida que os nossos clientes foram conhecendo e aprovando tanto o equipamento quanto o suporte técnico oferecido pela Equiport. Atribuímos o sucesso de estarmos no mercado há tanto tempo à nossa equipe especializada, focada em resolver o problema in loco, priorizando o bom funcionamento do equipamento nos terminais. Tudo isto, claro, representa um cliente satisfeito. Hoje a marca Terex é tida como referência em Reach Stackers.

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 ENTREVISTA: Thierry Montagne

Divulgação Equiport

Revista Portuária - Qual a área de atuação da Equiport e quais os equipamentos mais vendidos? Thierry Montagne – A Equiport trabalha no segmento portuário, especificamente na comercialização dos equipamentos Reach Stackers Terex e Terminal Tractors Capacity. Nossos clientes contam com toda a segurança das peças de reposição originais, assim como o atendimento especializado de nossos técnicos nos serviços de pós-vendas e manutenção 24 horas. Nosso carro-chefe é o Reach Stacker modelo TFC 45h por ser um equipamento de fácil manutenção, operação e confiabilidade, consolidado no mercado onde temos vários equipamentos com 20 anos ainda em operação. Revista Portuária - Qual o papel de vocês no desenvolvimento dos portos do Brasil? Thierry Montagne – Por trabalharmos com equipamentos europeus e americanos de última geração, trazemos para o mercado interno o que há de melhor em tecnologia, promovendo uma cadeia de desenvolvimento, principalmente na procura de menor consumo e poluição. Outra coisa importante é que nossa equipe é constantemente treinada pelas

fábricas gerando um fluxo de conhecimento e informação. Este intercâmbio de conhecimento, quando compartilhado com nossos clientes, gera um ciclo de desenvolvimento contínuo. Revista Portuária - Em quais portos vocês atuam e qual o tamanho da frota da Equiport no país? Thierry Montagne – Atuamos nos maiores portos do Brasil, contando com mais de 100 clientes em 200 terminais cadastrados em nosso sistema de atendimento. É bom salientar que a Equiport não possui equipamentos próprios, porém somos responsáveis pela comercialização e entrega técnica de quase 500 Reach Stackers em todo o território brasileiro. Revista Portuária - Como é a atuação da Equiport nos terminais portuários de Itajaí e Navegantes? Thierry Montagne – Esta região é muito importante para nós, pois é o principal canal de exportação de produtos alimentícios conteinerizados e refrigerados. Dentro da estrutura da Equiport esta é a nossa terceira maior região se falarmos de serviço e frota de Reach Stackers localmente.

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 ENTREVISTA: Thierry Montagne Revista Portuária - Quando a empresa foi fundada houve dificuldade na contratação de mão de obra? Atualmente são quantos empregos diretos? Thierry Montagne – Hoje temos 26 colaboradores sendo a metade focada no departamento técnico. Devido às tecnologias embarcadas nos equipamentos, isto gerou uma dificuldade muito grande na contratação de mão de obra, mas como venho da área técnica da fábrica, a solução foi treinar profissionais até poder contar hoje com uma equipe altamente especializada. Nossa proximidade com a fábrica nos garantiu uma empresa forte que está consolidada há 20 anos no mercado brasileiro e que ainda há muito a crescer no setor portuário. Revista Portuária - Com 20 anos no mercado vocês passaram por diversas mudanças no cenário econômico do Brasil. Como vocês avaliam o momento pelo qual o país passa atualmente? Thierry Montagne – Este final de ano vem se mostrando um dos mais desafiadores pela falta de perspectiva do mercado. O Brasil vive uma crise política, um câmbio instável e uma alta na taxa de juros que afetam qualquer vontade de investimento em equipamentos novos. Revista Portuária - Como a alta do dólar impacta na produção e venda dos equipamentos da Equiport? Thierry Montagne – Esta variação representa um aumento direto no orçamento do cliente devido ao equipamento ser importado.

Revista Portuária - Como a empresa trabalha com bens duráveis é mais complicado manter receita durante o ano todo? Manutenções e fidelização de novos clientes são algumas das ferramentas para isso? Thierry Montagne – Sem dúvida. A Equiport oferece diferentes tipos de serviços que permitem ter uma receita variada e constante sem depender exclusivamente da venda de equipamentos novos. Entre eles podemos destacar os contratos de manutenção preventiva e corretiva, atendimento 24 horas, treinamento in loco, assessoria de vendas de máquinas usadas e vendas de peças de reposição originais. Revista Portuária - A Equiport é representante de uma empresa francesa. Em termos de tecnologia o Brasil ainda está muito à margem de países europeus, China, Japão e Estados Unidos? Thierry Montagne – Em relação às novas tecnologias acredito que o Brasil está no caminho certo. Hoje temos acesso às tecnologias de ponta, mas o governo ainda precisa de um projeto mais agressivo de capacitação profissional. Revista Portuária - Quais os planos para os próximos anos? Thierry Montagne – Acreditamos que em breve os portos voltarão a trabalhar em sua capacidade máxima. Também confiamos no aumento da demanda em equipamentos novos devido às novas licitações e renovação de contratos dos terminais portuários.•

Divulgação Equiport

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Transat Jacques Vabre terá 42 barcos rumo a Itajaí Jean-Marie

Largada das embarcações da França para o Brasil acontece no dia 25 de outubro

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Transat Jacques Vabre terá 42 duplas neste ano. Esta é a 12ª edição da regata, que parte de Le Havre, na França, para o Brasil no dia 25 de outubro. O evento acontece em Itajaí entre os dias 3 e 15 de novembro, no Centreventos com a Marejada. Nesta edição, com 42 duplas participantes, entre elas duas brasileiras, haverá duas classes de multicascos, a Ultime e a Multi50, e duas classes de monocascos, a Imoca e a Classe 40. A distância a ser percorrida pelos velejadores entre os dois países é de 5,4 mil milhas. Na edição de 2013, entre Le Havre e Itajaí, o número de visitantes da regata foi superior a 590 mil. O secretário executivo da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri), Célio Bernardino, afirma que receber a regata pela segunda vez é uma espécie de recompensa pelo trabalho feito em 2013 e uma motivação para ter os visitantes de maneira ainda

mais próxima em novembro. “A cidade se transforma durante os dias em que recebe a Transat Jacques Vabre. As pessoas são contagiadas pela atmosfera da festa. Apesar de ser um município jovem no âmbito de eventos náuticos, as pessoas abraçaram a regata. Nós acreditamos que é essa acolhida calorosa que desperta em quem vem de fora a vontade de voltar e abrir novas possibilidades econômicas para o futuro”, enfatiza. O embaixador do Brasil, Paulo de Oliveira Campos, ressalta o desafio da tra-

vessia, que tem quase 10 mil quilômetros pelo mar. “Além da questão esportiva, eu estou impressionado com a organização da regata e das duas cidades envolvidas. O Brasil é bastante conhecido pelo seu futebol, mas não é só futebol. É a segunda vez que a regata vai para Itajaí depois do grande sucesso que foi em 2013. A região se mobiliza enormemente e tem muito entusiasmo. Enfim, a Transat Jacques Vabre oferece duas oportunidades para conhecer o Brasil: a semana cultural brasileira, em Le Havre, e a chegada em Itajaí”.•

Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis Economia&Negócios • Outubro 2015 • 11


Prefeitura de Itajaí registra superávit de R$ 61,9 milhões neste ano

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prefeitura de Itajaí registrou superávit de R$ 61,9 milhões neste ano. O dado foi apresentado em uma audiência pública para avaliação das metas fiscais no dia 29 de setembro na Câmara de Vereadores. A previsão de arrecadação do município em 2015 é de R$ 1,1 bilhão. Até agosto foram arrecadados R$ 777,2 milhões, o que representa 64,93% do previsto. As despesas até o oitavo mês do ano somaram R$ 715,3 milhões na cidade, o que gerou o superávit supe-

Nelson Robledo

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rior a R$ 61 milhões. Nas áreas de educação e saúde, a prefeitura precisa investir 25% e 15%, respectivamente, do valor arrecadado com impostos. Nos dois casos, o investimento até agora é superior ao obrigatório pela Constituição. Na educação foram investidos 27,74% e na saúde 21,02% da arrecadação. Na mesma audiência, o Legislativo também apresentou as contas. Para 2015, o orçamento é de R$ 35,9 milhões. Até agosto, o total de despesas liquidadas foi de R$ 17,8 milhões.•



Bem-vindo à era do

SEGMENTO PROMETE FECHAR 2015 COM CRESCIMENTO DE 30% E ATRAI EMPRESÁRIOS INTERESSADOS EM MAIS OPÇÕES DE FATURAMENTO

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e-commerce está em plena expansão no Brasil. Ao contrário da retração sentida em diversos segmentos, o setor deve fechar o ano com quase 30% de crescimento na comparação com 2014 e faturamento de R$ 49,8 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm). Em Santa Catarina, o cresci-

mento do e-commerce acontece de forma análoga. Há desvantagens numéricas, porém vantagens qualitativas no faturamento e especificamente para Itajaí a plataforma tem sido a escolhida de importadores buscando driblar tarifas. No primeiro semestre deste ano, o setor de vendas online faturou R$ 18,6 bilhões, o que re-

Divulgação

14 • Outubro 2015 • Economia&Negócios


presenta aumento de 16% com relação ao mesmo período de 2014, que fechou em R$ 16,1 bilhões. A previsão para o segundo semestre do ano também é positiva, com crescimento de 15% na comparação com os últimos seis meses de 2014 e faturamento de R$ 41,2 bilhões, conforme dados divulgados no relatório WebShoppers do E-Bit/ Buscapé. O presidente da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico em Santa Catarina (ABComm/SC) Cristiano Chaussard explica que existem duas grandes vertentes no segmento. O B2C, que é a venda ao consumidor final, e nesta o Estado cresce com o mesmo desempenho do resto do país. E o B2B, das indústrias para suas revendas ou para outras empresas. “No âmbito de Itajaí também é relevante entender que o e-commerce B2B é uma das principais estratégias escolhidas pelos importadores para que em momentos de crise encurtem suas cadeias de distribuição chegando muito mais rápido aos revendedores e desonerando a mar-

gem final do produto”, explica o presidente da ABComm/ SC, que também é membro da Associação de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB/SC). Chaussard afirma que o crescimento da modalidade ainda não foi medido cientificamente no Estado, mas já mostra impressionantes números na comparação com todo o Brasil. A agência de pesquisas dos Estados Unidos E-marketer estima que o e-commerce B2B deve atingir R$ 1,65 trilhões em faturamento neste ano. Um dos principais fatores para este crescimento é a comodidade. Para comprar um produto online não é preciso sair de casa nem realizar transações com dinheiro e o produto chega até o cliente após alguns dias. Outro é a propaganda nas redes sociais, escolhida a dedo para o usuário de acordo com suas preferências. “Não há como negar que o e-commerce cresce quanto maior é a interação com a comunicação diária provocada pela mídia digital, que antes era unidirecional. Hoje a opinião do cliente a transformou em mídia e em vendedor”.

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O diretor comercial da rede Bistek, implantada recentemente em Itajaí, ressalta que todos os outros segmentos de varejo sofreram grande interferência nos lucros por causa do e-commerce, com exceção dos supermercados. “Hoje você não vai para uma loja comprar um aparelho de som sem antes consultar o preço na internet em lojas especializadas. Qualquer segmento comercial sofre uma influência muito grande e o supermercado ainda não”. Para acompanhar o crescimento do mercado virtual e incrementar os lucros, lojas físicas começaram a atuar também nas vendas pela internet. “O e-commerce passou a ser vital para o comércio. Ter um bom site, informativo e funcional já é meio caminho para as vendas”, explica Felipe Nespolo, que atua no departamento comercial de uma loja de artigos para premiações, como medalhas e troféus. A primeira venda online da empresa, localizada no Centro de Itajaí, aconteceu em 2012. Hoje, a loja comercializa produtos para cidades de todo o Brasil, principalmente

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nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. “Curiosamente, a região sul e Santa Catarina estão entre os menores polos de venda da nossa empresa”, avalia Felipe, que atribui a grande concorrência na região como o motivo principal para essa estatística. Desde que a empresa começou a atuar no segmento do e-commerce, pelo menos 80% do faturamento vem das vendas online. Mas para Felipe o sucesso do negócio está na conciliação do espaço físico com o online. O e-commerce agiliza o atendimento e aumenta o público alvo, enquanto o espaço próprio serve para que os clientes conheçam os produtos, o que aumenta a credibilidade da empresa. “Nem todas as pessoas confiam totalmente no comércio eletrônico e nem sempre comprar pela internet é o melhor negócio por causa de valores de frete, prazo de entrega, entre outros. Acredito que deve haver um equilíbrio entre as partes. Mas para quem vai abrir um negócio


agora é obrigatório prever o investimento no e-commerce”, diz. Uma empresa do bairro Cordeiros com seis anos de experiência no ramo de produtos náuticos se inseriu no mercado online há pouco mais de um mês e já sente os resultados nos lucros. “Houve um aumento significativo nas vendas. Tivemos vários acessos e muitos contatos após o lançamento da loja virtual”, avalia a sócia administradora da empresa Josiane Ardigó. A empresária enfatiza que hoje é essencial que uma loja invista no e-commerce, pois assim é possível alcançar um novo público, principalmente fora da região. Durante o pouco tempo que a loja trabalha com vendas pela internet, clientes de diversas partes do Brasil já entraram em contato com a empresa e compraram artigos náuticos para embarcações como radares, GPS, motores.

Loja física x loja virtual A necessidade de introduzir um negócio ao mundo virtual é evidente para diversos empresários. Porém, não é preciso ter receio que o e-commerce possa ofuscar as lojas físicas. Há espaço para os dois no mercado. O presidente da ABComm/SC, Cristiano Chaussard, afirma que a loja online não acabará com a física, mas a transformará. “A tendência imediata é a loja física em harmonia com a virtual servindo como provador e a online como a primeira vitrine”. O sucesso de uma loja física está ligado principalmente à sua localização. As propagandas pela televisão, rádio, jornal, outdoors, entre outros meios somados ao atendimento e qualidade auxilia na conquista de novos clientes. Na loja virtual bastam alguns cliques para que a compra possa ser feita de qualquer lugar do mundo. Para chamar a atenção do e-consumidor, fotos, vídeos, textos, tabelas comparativas, propagandas nas redes sociais e até animações em 3D são feitas pelos comerciantes online. “Esta apresentação pode ser tão rica quanto for a capacidade do criador deste

descritivo em encantar o cliente com uma vantagem. Esse nível de encantamento se repetirá igualmente em cada consumidor que acessar este descritivo. Isso se repete e é à prova de mau-humores, despreparos, cansaços e outras inconveniências da instabilidade humana”, acrescenta Chaussard. Uma loja física que se coloca também no mercado online tem as duas vantagens. O ponto de vendas e a virtualização dos produtos, com opções de pagamento online e frete. Assim, o cliente escolhe o modo que prefere comprar e a empresa pode conquistar novos compradores que têm acesso às mercadorias em qualquer lugar, independentemente de estarem na mesma cidade. Além das lojas que estão somente no mundo virtual e das empresas que também vendem online, existem espécies de shoppings centers da internet. Chaussard explica que grandes varejistas ou mesmo empresários focados nesta estratégia agregam diversos lojistas em um único endereço para atrair o consumidor. “As redes sociais despontam como grande tendência em apresentar-se como os shoppings centers virtuais”. Mas para aparecer é preciso investir. E o valor designado para uma loja online pode ser bem menor do que o utilizado para abrir um espaço na rua ou em um shopping. “Para cada nível de faturamento é necessário investir um valor à altura. Se compararmos o investimento de uma loja física de 80 metros quadrados em um shopping consagrado, essa mesma que investiu cerca de R$ 800 mil para se lançar na região poderia ter investido cerca de R$ 200 mil em e-commerce para atingir o Brasil inteiro”, conta Chaussard. O presidente da ABComm explica que existem investimentos bem menores no e-commerce, com preços irrisórios e estratégias de divulgação alternativas. Mas para lançar uma boa plataforma de e-commerce é preciso de um capital que fará com que o resultado apresentado ao público seja de qualidade e a empresa tenha o auxílio de uma agência digital capaz de comunicar sua marca e produtos com o público certo.• TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES 28 anos transportando com agilidade e rapidez

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Knut Frostad deixa o comando da Volvo Ocean Race Norueguês ficou oito anos como CEO da maior regata volta ao mundo

Divulgação Volvo Ocean Race

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CEO da Volvo Ocean Race, o norueguês Knut Frostad, anunciou que vai deixar o comando da maior regata volta ao mundo no fim da temporada 2015 por motivos familiares. O ex-atleta olímpico de 48 anos esteve oito anos no cargo e comandou a regata nas últimas três edições. Um dos principais legados de Frostad no cargo máximo da organização foi a introdução dos barcos rigorosamente iguais no evento. “Estou muito orgulhoso por ajudar a transformar a regata numa organização profissional e de alto nível. O evento consumiu quase metade da minha vida! Foi uma das decisões mais difíceis que tomei na minha carreira. Agora quero dedicar meu tempo para a minha família”. Segundo o CEO, a Volvo Ocean Race se inseriu no fu18 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

turo da modalidade com o formato one-design dos barcos. “Temos uma grande equipe em nossa sede em Alicante e os patrocinadores Volvo Car Group e Volvo Group continuam empenhados em elevar o nível da regata”. Como velejador, Frostad disputou quatro edições da Volvo Ocean Race. Na edição 2005/06 ele foi integrante do Brasil 1. Em 2001/02, o norueguês comandou Djuice Dragons, em 1997/98 correu com o Innovation Kvaerner e em 1993/94 no Intrum Justitia. "Tem sido um privilégio trabalhar para a Volvo e estar envolvido com todas as partes da regata. Muitos se tornaram amigos pessoais", disse Frostad, que permanecerá no cargo de CEO até o final de 2015. O seu substituto ainda não foi definido.•



Novos hábitos, novos gastos Estética e alimentação saudável movimentam bilhões na economia brasileira e, na região de Itajaí, fazem aumentar abertura de novas empresas e procura por especializações

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desejo por um corpo em forma e saudável movimenta negócios de estética em todo o Brasil. O setor passou por um boom nos últimos anos, que levou o país ao posto de terceiro maior mercado consumidor destes serviços do planeta, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Os dados não foram alcançados à toa. O mercado da estética aumentou 10% ao ano nas últimas duas décadas, conforme a Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) e movimenta mais de R$ 38 bilhões por ano em todas as suas áreas de atuação no país. Em 2014, o crescimento foi de 148% com relação a 2013 e a expectativa é que 2015 feche com faturamento 160% maior que no ano anterior. 20 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

Coordenadora do curso de Estética da Univali em Balneário Camboriú, Maria Enói dos Santos ressalta que a procura não se restringe apenas ao corpo perfeito, mas também ao bem-estar, relaxamento e autoestima. “A tendência para os próximos anos é que o país ocupe o segundo lugar no mercado mundial, ficando apenas atrás dos Estados Unidos”. Juliana Cristina Galles, coordena o mesmo curso na Univali de Florianópolis. Ela revela que o setor continua em expansão, apesar da situação atual brasileira. A categoria é favorecida também pela internet, onde se concentra grande parte das propagandas e informações. “O acesso às informações por redes sociais e internet despertou maior preocupação com a saúde e o bem-estar, além de


programas de televisão com excelentes assuntos relacionadas ao tema”, acrescenta. Outro fator interessante para o crescimento do mercado de estética e beleza é a mudança de comportamento dos homens, que estão mais interessados em manter o corpo em forma. “A área da estética deixou de ser algo direcionado somente para o sexo feminino e esse perfil está cada vez mais exigente”, conta Maria Enói. Como o investimento na área é promissor, a busca por conhecimento e formação profissional cresce assim como a procura das pessoas por tratamentos estéticos. O curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética foi lançado na Univali de Balneário Camboriú em 2005 e começou a ser ofertado em Florianópolis a partir de 2007. O sucesso e a procura foram tão grandes que em 2013 a universidade lançou o bacharel em Estética nos dois campi. A primeira turma se forma em 2016. O Brasil conta com apenas 19 cursos de bacharelado e cerca de 100 de tecnologia na área. No total, 893 profissionais já se formaram em Cosmetologia e Estética na universidade, que foi a primeira a ter o curso e a implantar o bacharelado na área em Santa Catarina. “Com a tecnologia em ascensão, as várias áreas de atuação, o interesse e conhecimento do público em geral a procura pela especialização está em alta”, diz a coordenadora do curso no litoral norte. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomercio/SC) divulgou que mais de 16 mil estabelecimentos atuam na área de estética no Estado, entre eles clínicas, salões de beleza, lojas e outros. No Brasil, em cinco anos, o número de registros no segmento teve incremento de 567% e passou de 72 mil em 2010 para 482 mil em janeiro de 2015, conforme aponta o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Na região de Itajaí, o crescimento do mercado também é notado por profissionais da área. A dermato-

logista Ana Paula Scremin diz que o aumento no número de estabelecimentos que trabalham com beleza e estética é evidente. Porém, quando o mercado é disputado pode acabar afetando os consumidores, já que nem todos os profissionais que atuam na área são habilitados e não existe uma fiscalização correta para o segmento. Ana Paula seguiu a tendência de expansão e especialização em mais áreas relacionadas à beleza para aprimorar o atendimento ao público. A dermatologista atendia no Centro de Itajaí e mudou o consultório para um edifício de negócios na rodovia Osvaldo Reis, entre a cidade e Balneário Camboriú. “Tudo foi planejado para oferecer ao paciente um atendimento individualizado. Estou fazendo também uma especialização em nutrologia e em breve iniciarei o atendimento nesta área com a intenção de agregar mais informação à consulta médica e associar as duas especialidades”.

Como o mercado da estética movimenta bilhões ao ano e necessita de produtos e equipamentos que custam caro, os valores dos tratamentos são repassados aos pacientes com preços salgados. A média da maioria dos procedimentos é superior a R$ 1 mil. Mesmo assim, o mercado é acirrado.

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Na clínica de Ana Paula, o procedimento mais procurado é a aplicação da toxina botulínica, o botox, para tratamentos de linhas de expressão. “Este produto também pode ser usado para hiperidrose, que é excesso de suor,

principalmente nas axilas”, explica. O valor, segundo ela, depende da área a ser tratada e dos materiais utilizados, que vão desde a aplicação de loções até produtos injetáveis e lasers fracionados.

Brasil é o quarto maior mercado de produtos naturais do mundo Fotos: Mais Leve Alimentação Saudável

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Aliado à estética, o mercado de produtos naturais caminha junto ao crescimento do setor no Brasil, já que também envolve a busca pela saúde e pelo corpo perfeito. Uma pesquisa divulgada pela revista Exame em fevereiro mostra que enquanto as vendas de alimentos e bebidas tradicionais aumentaram 67% no Brasil em cinco anos, as de produtos saudáveis cresceram 98%. Em 2014, o país passou de sexto para quarto maior mercado do gênero no mundo. Um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde que envolveu 18 mil pessoas de 18 países revelou que 79% dos brasileiros entrevistados têm a saúde e a nutrição como prioridades em suas vidas. Essa alta na procura, que também acontece por causa das intolerâncias alimentares como ao glúten e à lactose, faz com que estabelecimentos do setor sejam cada vez mais comuns nas cidades. Camila Fernandes Urio resolveu investir no mercado de produtos naturais fabricando alimentos sem glúten, lactose, soja ou conservantes. A empresária e o marido, Marlon Urio, moraram 10 anos fora do Brasil e quando voltaram colocaram em prática os conhecimentos adquiridos

em outros países para explorar essa fatia de mercado, considerada pelo casal como promissora. “Com a preocupação das pessoas cada vez maior em procurar alternativas saudáveis, esse é um nicho de mercado que está em amplo crescimento”. A loja foi aberta no centro de Balneário Camboriú há quatro meses, mas atua também na distribuição de mercadorias para outros estabelecimentos de produtos naturais da região, inclusive em Itajaí. “De modo geral podemos dizer que os resultados estão sendo bem positivos e nossos produtos cada dia mais bem aceitos no mercado”. As mercadorias vendidas pela empresa, a maioria fabricada pelos proprietários, custam entre R$ 6 e R$ 21. Adriana Maria da Costa está no mercado de produtos para restrições alimentares de Itajaí há 10 anos. A empresária abriu a loja especializada no segmento no bairro Dom Bosco depois de perceber como o setor era fraco na região. Mesmo assim, acredita que o ramo ainda é limitado no que se refere à expansão de estabelecimentos, apesar da busca ser cada vez maior por parte dos consumidores. “As pessoas estão cuidando mais da saúde”, pontua.•



João Souza

Multinacional projetando duplicar em dois anos Unidade é a primeira do Brasil e deve contratar mais 400 funcionários em até um ano

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empresa americana Sutherland Global Services abriu recentemente a primeira unidade do Brasil em Itajaí, com planos de duplicar em até dois anos. A afirmação foi feita pelo vice-presidente da unidade na cidade, Jair Bondicz. A multinacional com sede em Nova Iorque, nos Estados Unidos, tem mais de 60 centros espalhados por 20 países, entre eles México, Austrália e Egito, que cresceram 20% nos últimos anos. “Acreditamos que o grande potencial de crescimento agora é do Brasil”, enfatiza Bondicz. O primeiro cliente da multinacional é atendido em Itajaí desde julho. Conforme o vice-presidente, os serviços prestados pela Sutherland à empresa do ramo da tecnologia são de processamento de ordens de venda, revisão e liberação de ordens de serviço. A empresa prospectava a vinda ao país há alguns anos, mas pensava nas cidades de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e de Fortaleza, no Ceará, para se instalar. Itajaí foi a escolhida após contato com o governo do

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Estado e a prefeitura, que apresentaram os potenciais do município conhecido como polo náutico, um dos principais polos do comércio exterior do país e eleito o maior gerador de Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina. O investimento da multinacional em Itajaí também está associado a fatores como a localização geográfica estratégica, disponibilidade de mão de obra qualificada, acesso à comunicação e qualidade de vida. Especializada em terceirização de processos empresariais (Business Process Outsorcing – BPO), a multinacional trabalha com um amplo leque de suporte para diversos setores, como tecnologia, varejo, saúde e bancário. Uma das especializações está nos serviços de back-office, uma técnica que executa o trabalho de atender clientes de organizações com pós-venda e marketing. Contratos globais serão trazidos para a unidade de Itajaí, que ainda atende empresas brasileiras com negócios apenas no país e também no exterior. Google, Microsoft, Aetna, Citi, Visa e United Online são algumas das grandes empresas que


João Souza

recebem o suporte da multinacional. A unidade localizada no Centro de Itajaí tem 1,5 mil metros quadrados divididos em três pisos e abriga 75 funcionários. Em todas as unidades, esse número chega a mais de 36 mil. Com os planos de expansão da empresa, a contratação de novos funcionários também é prevista. Jéssica Mendonça, gerente de Recursos Humanos da Sutherland Global Services itajaiense explica que entre seis meses e um ano outras 400 pessoas devem ser inseridas na empresa, que foca no recrutamento de jovens. “Hoje não temos nenhum tipo de discriminação. Mas entendemos que os jovens têm um grande diferencial”. Jéssica elucida que não há critério de experiência na hora da contratação. O comportamento e o talento dos jovens são os aspectos analisados. Depois de um

processo de seleção para o preenchimento de vagas, as primeiras semanas do novo funcionário na multinacional são dedicadas exclusivamente a um treinamento. Quando eles começam as operações têm o acompanhamento de um mentor e também podem pedir o auxílio de um coach sempre que precisarem. Hoje, 51% dos funcionários da multinacional têm entre 21 e 25 anos com acesso livre aos executivos da empresa, que trabalha com a política de portas abertas, e ainda podem ser transferidos para vagas em outros países. Por trabalhar com a terceirização de processos empresariais, seja com suporte comercial, financeiro ou administrativo, Jéssica comenta que a empresa busca o aperfeiçoamento dos funcionários. “O nosso papel é oferecer tecnologia de ponta e serviços de excelência para os nossos clientes e os clientes deles”.•

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Artigo Os prejuízos do comércio ilegal

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Por Carlos Chiodini, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS)

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indústria brasileira deixa de vender pelo menos R$ 30 bilhões por ano com o comércio de produtos piratas e de contrabando, segundo levantamento divulgado pelo Fórum Nacional contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP). Entre os produtos mais comercializados, destacam-se os óculos, CDs e DVDs, softwares, roupas, calçados, perfumes e até mesmo medicamentos. A pirataria prejudica toda a cadeia produtiva, da indústria à comercialização. Cerca de dois milhões de empregos formais deixam de ser criados no Brasil todo ano por causa da pirataria. Prejudica aquele empresário que paga seus impostos em dia, os encargos trabalhistas que investe no seu produto para que tenha cada vez mais qualidade, mas não suporta a concorrência desleal do mercado ilegal. Bem como os comerciantes, que pagam o aluguel de suas lojas, água,

luz e tantas outras taxas. O prejuízo não é apenas financeiro, com a falta de arrecadação de impostos que seriam usados para a manutenção de direitos públicos, como também para o consumidor. Apesar dos preços atraentes, produtos piratas podem oferecer riscos, além de apresentarem qualidade inferior aos originais. Objetos de baixa qualidade, como óculos de sol, não protegem os usuários da ação de raios ultravioletas e infravermelhos, podendo acelerar o surgimento da catarata e causar degeneração da retina. Outro exemplo são as bebidas falsificadas, feitas com substâncias como iodo, álcool etílico e metanol, fabricadas sem qualquer padrão de qualidade, que podem causar várias lesões no aparelho digestivo. É o famoso “barato que sai caro”, pois alguns danos podem ser irreversíveis.•



Catarinenses apostam no mercado de drones Engenheiros

Divu

lgaç

mecânicos criaram aeronave não tripulada que custa quatro vezes menos que as concorrentes

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rês jovens engenheiros mecânicos de Santa Catarina embarcaram no negócio de aeronaves não tripuladas e criaram um drone diferente dos vistos no mercado. A tecnologia é 100% catarinense, o material usado é mais leve e o equipamento custa até quatro vezes menos que o encontrado na concorrência. Ele já está sendo empregado na agricultura e setores de pesquisa. Fabrício Hertz, 27 anos, Lucas Bastos, 25, e Lucas Mondadori, 26, desenvolveram o drone Isis. A decolagem é feita por lançamento manual e o pouso pode ser em qualquer área com um espaço disponível de 10 metros de comprimento. O drone volta de sua missão com uma imagem em alta resolução chamada ortofoto, que consegue cobrir áreas com até 350 hectares e autonomia de 40 minutos por voo. “Nós trabalhávamos com aeronaves não tripuladas ao longo da graduação de engenharia mecânica e perce-

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bemos o potencial de aplicação desse tipo de equipamento para diversas atividades”, afirma Fabrício. Os sócios fundaram a empresa Hórus Aeronaves e seguiram com a construção do drone com o objetivo de apresentar um produto de qualidade, mas com preço mais acessível aos consumidores brasileiros e latino-americanos. O drone, com tecnologia totalmente catarinense, foi finalizado em janeiro de 2014 com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc) e da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). O equipamento é comercializado principalmente para empresas do ramo agrícola, como a Embrapa de São Paulo, e também instituições como universidades. “Atualmente, as atividades atendidas pelo drone são de agricultura, topografia, controle ambiental, mineração e pesquisas”, ressalta Fabrício.

ão H

órus


O empresário revela que o drone Isis custa quatro vezes menos que os concorrentes importados, aproximadamente R$ 55 mil, e ainda agrega uma série de diferenciais, como assistência técnica personalizada. Outro fator relevante do equipamento catarinense é que ele é feito de fibra de carbono e pesa apenas 1,3kg com a bateria. A ideia dos empreendedores ficou conhecida no segmento e a empresa foi citada como uma das 94 apostas promissoras de 2015 em um artigo do site Tech in Brazil, importante fonte do setor da tecnologia.

Resultados positivos no setor agrícola Divulgação Hórus Divulgação Hórus

Uma das clientes do drone Isis é a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de São Carlos, em São Paulo, que usa a tecnologia para pesquisas. Para o uso no setor de agricultura, são desenvolvidos softwares que fazem diagnósticos da lavoura, com tratamento de imagens fotografadas pelo drone e coleta de dados georreferenciados da área de uma fazenda. O equipamento auxilia no aumento da produtividade agrícola com funções como a demarcação de uma área ocupada por parasitas ou plantas invasoras, a identificação de falhas no plantio, entre outras. Com a captação das imagens é possível determinar ações para recuperar as lavouras e até mesmo otimizar o plantio. Uma pesquisa feita pelo Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação da Universidade de São Paulo (USP) mostra que pela análise de áreas agrícolas em que os drones já foram utilizados o uso de informações coletadas disponibilizadas permite um acréscimo de 15% a 20% na produtividade agrícola.•

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Coluna Night e Cia

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Rede Bistek investe R$ 55 milhões em Itajaí

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rede Bistek de Supermercados investiu R$ 55 milhões na loja de Itajaí, inaugurada no dia 30 de setembro no bairro São João. Esse foi o maior investimento de toda a empresa em uma filial até hoje e a expectativa, conforme a diretoria, é que o retorno seja obtido dentro de seis ou sete anos. Para aoperar a unidade de Itajaí foram gerados mil empre- NighteCia gos diretos e indiretos. Somente na loja, 350 pessoas foram contratadas inicialmente. As obras começaram em 2014 e resultaram em um espaço com equipamentos ecoeficientes. O prédio foi projetado para recolher e reaproveitar a água da chuva e ainda tem sistema de refrigeração fechado, que deixa os produtos até 30% mais preservados e gera economia de energia, também garantida no sistema de iluminação por LED.

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O supermercado conta com padaria, rotisseria, floricultura, açougue, hortifrúti, bazar e uma adega com mais de 800 rótulos de diversos países. O empreendimento tem estacionamento para 440 carros, 32 checkouts, área de lojas de apoio com 40 estabelecimentos e praça de alimentação com lojas como Subway, General Pepper, Grão Sabor Cafeteria, Cia da Saúde e Vivo. Esta é a terceira loja da rede no Vale do Itajaí, que também atua em Brusque e Blumenau. No total são 15 lojas espalhadas por Santa Catarina, que geram 3,5 mil empregos. “Com isso atingimos o mesmo grau de atendimento que mantemos na região de Florianópolis, suprindo uma lacuna existente na região”, ressalta o diretor comercial da rede, Walter Ghislandi. •


Frente Parlamentar Mista em Defesa do Setor de Distribuição de Veículos Automotores e da Mobilidade foi lançada no dia 30 de setembro em Brasília. Presidida pelo deputado Herculano Passos, essa medida deve ser um importante marco entre as ações em defesa do setor junto ao governo federal. O presidente da Fenabrave/SC, Ademir Saorin, foi até o Distrito Federal para participar do evento de lançamento da frente parlamentar, onde representou as concessionárias do Estado. “Esperamos que cada concessionário utilize de seu relacionamento para nos unirmos em mais esta empreitada”, afirma. Ivo Scheidt Filho, da concessionária Toyoville, enviou uma carta ao deputado Esperidião Amim explicando que o setor automotivo representa 5,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e é representado em Santa Catarina por mais de 650 concessionários, que empregam 18 mil colaboradores e produzem 7% da ar-

Mercado

recadação estadual de tributos. No documento, ele pede a participação de Amim na frente parlamentar e destaca que o ato enobrece os esforços da Fenabrave, em especial de SC. •

Divulgação Fenabrave-SC

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Lançada frente parlamentar em defesa do setor automotivo

Coluna

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Coluna Mercado

Balneário Camboriú quer ser referência na economia criativa

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Alan Vignoli

alneário Camboriú pretende ser referência em economia criativa. O tema foi debatido no seminário sobre economia criativa, que aconteceu no auditório da faculdade Avantis em setembro. Durante o encontro foram tratados a conjuntura, diagnóstico do setor, desafios e possibilidades para a implantação da iniciativa na cidade. O presidente da Fundação Cultural de Balneário Camboriú, instituição que promoveu o evento, Anderson Beluzzo, falou dos detalhes dos objetivos e cronograma de trabalho do BC Criativo para tornar a cidade um polo de referência no assunto, que está ligado aos setores de economia, cultura, tecnologia e criatividade. Cadu Somaggio, diretor do instituto Catarina Criativa, discutiu o assunto durante o seminário e destacou o potencial de Balneário Camboriú para a implanta-

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ção de negócios criativos. Ele ressaltou que a vida noturna da cidade, os bares e restaurantes famosos são algumas das características que contribuem para o desenvolvimento dessa nova matriz econômica. Ao falar num contexto estadual, ele elencou a criatividade do que é produzido como um principal diferencial. “Nossa criatividade é reconhecida mundialmente, basta sabermos transformar isso em desenvolvimento econômico”, afirmou. Durante o evento também foram formadas câmaras setoriais de trabalho as áreas da gastronomia, libro e leitura (revistas/jornais), música, patrimônio cultural, publicidade, software (aplicativos/ games), artes cênicas (teatro/dança/circo), artesanato, arquitetura e urbanismo, audiovisual (rádio, televisão, cinema, vídeo, web), design e fotografia, onde os participantes discutiram os desafios e dificuldades de cada setor. •


Artigo Liderando no caos

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Por Roberto Vilela, Consultor da Mega Empresarial

média liderança cada vez mais assume posições estratégicas nas organizações, principalmente quando nos referimos aos momentos de incerteza e críticos. O mercado retraído, empresas buscando o equilíbrio, efetuando ajustes e cortes nos orçamentos e, até mesmo, nas equipes de trabalho. Este cenário é perfeito para o surgimento de boatos, suposições e pessimismo. A liderança, principalmente a média liderança, que atua diretamente com a equipe de trabalho, passa a exercer um papel fundamental no que se refere a blindar a organização e seus colaboradores desta avalanche negativa. Ouvir a base operacional e mantê-la motivada e produtiva é premissa básica para evitar que o momento se torne ainda mais crítico. Podemos acrescentar ao contexto o fato de que uma parcela significativa dos colaboradores das organizações é jovem. Portanto, com elevado nível de ansiedade, expectativas e impaciência. Sem dúvida, o desafio da liderança é grande e para os fortes. Por isso, algumas orientações são importantes para auxiliar nesta jornada:

ouvir a equipe com frequência, conduzir e ensinar sempre que perceber dificuldade por parte do colaborador, estabelecer metas desafiadoras, acompanhar os resultados de performance, corrigir e ser firme quando necessário. Além disso, é imprescindível elogiar e enaltecer os profissionais que entregam suas tarefas, promover reuniões criativas e inovadoras, incentivar a participação da equipe. Procurar ser flexível quando possível e ser rápido e determinado sempre também são atitudes fundamentais. O orgulho e o comprometimento de fazer parte de um time e pertencer a uma empresa estão diretamente relacionados com os valores e perfil da companhia, além das características das principais lideranças. Não se esqueça: bons exemplos sempre foram e serão seguidos. A liderança é o espelho para a carreira e vida pessoal de muitos colaboradores das empresas. Portanto analise sua conduta, observe seus hábitos, acerte os detalhes e acelere o passo. E, claro, não se esqueça de sorrir. Afinal, a liderança e a influência não precisam de uma fisionomia fechada, mas sim de atitude e bons exemplos.•

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Coluna Mercado

Fiscalização de feiras itinerantes será mais rigorosa em SC

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prazo das licenças até critérios para a cobrança de impostos. “O decreto regulamenta esta condição e protege o comércio catarinense sem impedir que os outros participem, mas colocando regras que precisam ser

cumpridas. A preocupação não é somente a arrecadação de ICMS e, sim, regular o mercado e valorizar quem está aqui os 12 meses do ano, gerando e mantendo emprego”, disse o governador Raimundo Colombo durante a assinatura do decreto. Uma das regras regulamenta que os comerciantes de outros estados que têm interesse em participar de eventos em Santa Catarina devem solicitar autorização à Gerência Regional da Fazenda com pelo menos 15 dias de antecedên-

cia. Atualmente, esse prazo é de três dias. Para estar apto a comercializar seus produtos temporariamente no Estado, esse comerciante também será obrigado a estar inscrito no CCICMS, que é o cadastro do contribuinte do estado. A inscrição é facultativa apenas para os casos do microempreendedor individual que optar pelo Simples Nacional (Simei). Outra mudança, que segundo o governo é uma das mais aguardadas pelos comerciantes catarinenses, está no cálculo do ICMS. O pagamento do

Júlio Cavalheiro/Secom

m decreto que regula as feiras itinerantes em Santa Catarina começa a valer a partir do dia 1º de novembro. Este tipo de evento precisará seguir quatro novas regras para acontecer no estado, que vão desde

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imposto continua sendo antecipado, uma vez que aguardar o resultado das vendas pode resultar em prejuízos ao Fisco. A diferença é que a conta passa a considerar alguns itens, como o valor total das entradas vendidas, a margem de lucro, o gasto com aluguel do estande, box ou imóvel, outras despesas para a manutenção do estabelecimento e ainda a alíquota aplicada nesses casos. “A base de cálculo será obtida pelo somatório do valor do custo das mercadorias que serão comercializadas com a margem de lucro ou com o valor do aluguel do estande: vai valer o valor maior”, explica o diretor de Administração Tributária da Secretaria da Fazenda, Carlos Roberto Molim, que esteve à frente das discussões com os comerciantes. O comerciante que pretende participar das feiras itinerantes em Santa Catarina também deve apresentar os documentos fiscais e a prestação de contas dentro do prazo de 15 dias após a realização do evento. Aquele que desrespeitar a obrigação estará sujeito a ter negados os futuros pedidos para participar de qualquer atividade comercial temporária no estado. O objetivo da Secretaria da Fazenda, ao solicitar esses dados, é melhorar os controles relativos à fiscalização das atividades que são enquadradas nesse regime especial. Para elaborar o decreto, o estado ouviu a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) de Santa Catarina e outras instituições da categoria.•


Coluna Mercado

Empresa de Balneário Camboriú lança aplicativo de vendas que funciona offline

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fiscal eletrônica e boletos na presença do cliente utilizando uma impressora portátil. O usuário pode sincronizar seus dados com um sistema de retaguarda, o tradicional ERP, pois a solução já oferece as bases para integração com outros sistemas. O aplicativo exigiu anos de trabalho da empresa de Balneário Camboriú. “Estando com acesso à internet ou não, os usuários continuam operando normalmente o sistema de atendimento”, destaca Andreas Elias, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do VendasExternas. O aplicativo também pode ser utilizado por empresas que trabalham com pré-venda. Nesse caso, uma das grandes vantagens está na possibilidade de impressão do pedido. •

Divulgação.

ma empresa de Balneário Camboriú lançou um aplicativo de vendas que também funciona offline. O VendasExternas é uma solução para gestão de vendas que acontecem fora das empresas, seja através de vendedores próprios ou representantes e pode ser baixada gratuitamente. A solução, criada pela startup Alkord Sistemas, utiliza tecnologia de última geração para entregar um sistema rápido, seguro e simples de ser operado ao usuário. O aplicativo está disponível para o sistema operacional Android e pode ser usado para que usuários consultem clientes, produtos e registrem pedidos pelo tablet ou smartphone. O aplicativo também tem uma versão paga, a Premium, onde os usuários podem emitir nota

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Arquivo/Sectur BC

Coluna Mercado

Convenção de contabilidade estadual acontece em Balneário Camboriú em 2017

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Convenção de Contabilidade do Estado de Santa Catarina (Contesc) de 2017 já tem endereço. O evento, considerado o maior do setor no estado, vai acontecer em Balneário Camboriú em sua 30ª edição e promete reunir mais de 1,2 mil participantes. Para a executiva do Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau Adriana Both de Pin a confirmação da convenção na cidade reforça o grande potencial para o turismo de eventos e negócios. “Teremos aqui os principais representantes da classe contábil de Santa Catarina, o que irá gerar, além da movimentação econômica, grande visibilidade”, ressalta.

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O diretor financeiro do Sindicont Litoral, Roberto Castilho, enfatiza que a boa fama de Balneário Camboriú com seus inúmeros atrativos e o engajamento da instituição e do BC Convention foram determinantes para esta conquista, já que a vaga para a edição do evento de 2017 estava disputada. A edição deste ano da Contesc, que é realizada a cada dois anos, acontece entre os dias 14 e 16 de outubro em Florianópolis. Durante o evento, um vídeo de Balneário Camboriú será apresentado e materiais sobre o destino feitos pelo BC Convention serão distribuídos para mostrar a cidade que sedia a convenção em 2017 aos participantes.•


Mercado

Divulgação Oficina das Palavras

Empresa itajaiense vence prêmio Infraero de Eficiência Logística

Coluna

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DC Logistics, com sede em Itajaí, venceu cinco das sete categorias do prêmio Infraero de Eficiência Logística 2015 para os aeroportos da região sul. Entre os cinco prêmios está o de Agente de Carga Destaque. A empresa atua com soluções logísticas inovadoras e otimizadas há 21 anos. A premiação aconteceu nesta semana no Expoville Centro de Convenções e Exposições, em Joinville. A empresa foi premiada nos segmentos: Agente de Carga Destaque, Equipamentos e Instrumentos Médicos-Farmacêuticos, Metal-Mecânico, Têxtil e Diversos. Foram

avaliados os embarques entre abril de 2014 a maio de 2015. Mensalmente a estatal faz um ranking das empresas que realizam operações de comércio exterior, que após uma análise serão premiadas de acordo com o menor tempo médio despendido em seus processos logísticos. A empresa de logística itajaiense tem outros nove escritórios no Brasil e um crescimento médio de 15% ao ano. “Estamos localizados estrategicamente no território nacional para oferecer agilidade e experiência local na conexão entre os principais polos logísticos nacionais e internacionais”, enfatiza o managing director Guilherme Mafra.•

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Coluna Mercado

Itajaí tem nova sede da OAB Rodrigo Manoel da Silva

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nova sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já está funcionando em Itajaí. O espaço, inaugurado no dia 11 de setembro, fica na avenida Vereador Abraão João Francisco, próximo à Câmara de Vereadores e à Justiça Federal. O evento que abriu a nova casa dos advogados na cidade reuniu a classe e autoridades. “A missão foi cumprida. Esse é um prédio a serviço da advocacia” afirma João Paulo Tavares Bastos Gama, presidente da subseção da OAB de Itajaí. As obras do novo prédio foram concluídas em três anos. A estrutura foi construída em um terreno de 6,8 mil metros quadrados e conta com estacionamento, agência bancária, salas para os advogados, salão nobre, central de inclusão digital, espaço para atendimento médico e odontológico, além de um restaurante para atender eventos. “O que mais me orgulha são os espaços virtuais, porque muitos advogados não têm local digno para a sua advocacia e os nossos projetos dos escritórios virtuais é para que o advogado recém-formado ou aquele que está

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fazendo mudança de endereço que não tem um escritório ligue para subseção e peça uma sala, um gabinete”, explica Gama. O restaurante, que também vai servir como espaço para eventos que não são da OAB, foi pensado para criar outra fonte de renda para a instituição, já que uma das receitas da instituição, proveniente das cópias dos processos, deixou de existir após a implantação de um novo programa da Justiça. “É um projeto de futuro que vai se repetir em todas as outras subseções. Nós lutamos muito pela economia financeira das subseções. Estamos passando por um momento de muitas modificações no exercício da profissão. O projeto inteligente, de futuro, vai permitir que essa sede da OAB seja completa, voltada à cidadania, outras atividades da sociedade e que evidentemente proporcionam outras receitas com seus espaços de atividades que aqui irão crescer”, explica o presidente da OAB de Santa Catarina, que também esteve presente no evento, Tullo Cavalazzi Filho. •



Coluna Mercado

Decorações e presentes vindos da China estão entre as importações mais requisitadas para o fim do ano

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Nevit Dilmen

s decorações, principalmente natalinas, e presentes vindos da China estão entre as importações mais requisitados para o fim do ano entre os comerciantes do ramo na região. Mesmo com a alta do dólar, empresários de lojas com artigos a partir de R$ 1,99, supermercados e outros estabelecimentos já fizeram ou ainda fazem as encomendas vindas do país asiático para se prepararem para o movimento no Natal. De acordo com o gerente operacional da DC Logistics Brasil, Bruno Meurer de Souza, o prazo para o transporte de uma importação da China até os portos do sudeste e sul do Brasil é de aproximadamente 48 dias, por isso, a maioria das negociações começaram antes de julho. Contudo, há empresas que ainda estão importando. “Os principais itens são artigos de decora-

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ção natalina como enfeites, bolas de Natal, guirlandas, bonecos de neve, etc. Mesmo com a alta no dólar, a importação deste tipo de produto ainda supera o comércio interno”, explica. Além dos produtos importados da China outros países asiáticos também são fornecedores de artigos com foco natalino e já aumentaram as negociações com o Brasil. “Os principais clientes são lojas de decoração, supermercados, redes de R$ 1,99, atacados entre outros comércios que compram para revender e também para decorar os estabelecimentos, como é o caso dos supermercados”, afirma Bruno. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou uma pesquisa que apontou que o percentual de empresas brasileiras que importam da China aumentou de 17% em 2010 para 18% em 2014. •


Coluna Mercado

Univali fecha convênio com universidade italiana

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Univali fechou uma parceria com a Universidade de Florença, na Itália. O acordo foi assinado pelos reitores das duas instituições e estabelece cooperação cultural e científica para o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa. Inicialmente, o convênio vai privilegiar os cursos ligados ao Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Univali e ao Dipartimenti di Scienze per I’Economia e I’Imprensa da universidade italiana. Programas conjuntos para intercâmbio de professores e alunos de graduação e pós-graduação, desenvolvimento e publicação de pesquisas, realização de eventos, visitas e trocas de experiências são algumas das ações a serem realizadas durante a parceria, que tem previsão de iniciar em 2016. O acordo pode ser renovado pelos próximos sete anos. • Nelson Robledo

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O futuro dos

negócios Empresas de Itajaí veem geração Y como formas de oportunidades para rever conceitos e crescer no mercado

Divulgação

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As pessoas dessa geração são conectadas à tecnologia, o que nos possibilita sermos ainda mais competitivos no mercado

rever processos, valores e culturas para estemidos, ambiciosos, adaptação à nova realidade mundial. “A curiosos, modernos e com geração Y tem muito a aprender, mas tampensamentos além do bém tem muito a ensinar”. Na empresa, tradicional. Estes são apenas al85% do quadro de funcionários é composguns adjetivos que caracterizam a to por profissionais da geração Y. “Temos geração Y, formada por nascidos colaboradores extremamente engajados principalmente na década de 80. com o resultado, ágeis e que buscam inoEles cresceram na era da tecnolovação constante dos procedimentos. Esses gia, não sofreram com os efeitos comportamentos devem-se à percepção de da ditadura, por isso têm formas pertencimento ao negócio”, acrescenta. de pensar diferentes das gerações Para matar a sede de conhecimento anteriores. Hoje lutam por boas coda geração Y, a empresa treina e estipula locações no mercado de trabalho e metas para que a sensação de superação se destacam, muitas vezes, como esteja presente no dia a dia dos funcionápreferências das empresas. Porém, Ana Luisa Oliveira, rios e seja feita uma interação entre uma as características que significam coordenadora de qualidade para alguns, para outros Recursos Humanos faixa etária e outra. “Utilizamos a experiência e know-how dos profissionais da são obstáculos. geração X para a capacitação e desenvolPesquisas mostram que a vimento da geração Y e vice-versa”, expligeração Y quer ser levada cada vez mais a sério, está crescida e tem responsabilidades. O ca Lidiane, que ainda afirma que com essas experiências as estudo da multinacional IBM “Mitos, exageros e verda- duas gerações conseguem trabalhar em harmonia na obtendes incômodas: a verdadeira história sobre a geração Y ção de melhores resultados. A concessionária de veículos pesados Dicave, localizano trabalho” evidencia, por exemplo, que entre as preferências da geração Y nas empresas estão a oportunidade da às margens da BR-101 em Itajaí, também trabalha com a de participar de conferências e eventos, de treinamentos geração Y e leva esses jovens a sério dentro da empresa. “As em sala de aula e trabalhar próximo de colegas mais pessoas dessa geração são conectadas nà tecnologia, o que experientes. Esse resultado desmitifica a generalização nos possibilita sermos ainda mais competitivos no mercado”, de que esses jovens, também chamados de geração da afirma a coordenadora de Recursos Humanos Ana Luisa Olitecnologia, priorizam a comunicação de forma moderna, veira. Na hora do treinamento, a geração Y tem uma gama como por meio de redes sociais e e-mails. No Brasil, um estudo feito pela empresa focada variada de atividades para o desenvolvimento e crescimento no público jovem Bridge Research traça os integrantes dentro do ambiente de trabalho. Mas a captação de jovens da geração Y como multitarefas, organizados em comu- no quadro de funcionários da empresa não para por aí. A nidades físicas e virtuais, que julgam constantemente, são individualistas e valorizam o nível de atualização das informações. A coordenadora de Recursos Humanos da DC Logistics Brasil, Lidiane Hoffmann, ressalta que a geração Y cresceu em meio a muita ação, estímulo de atividades variadas e tarefas múltiplas. “Eles querem dar sentido à vida, e rápido. Enquanto fazem outras 10 coisas ao mesmo tempo, consomem milhares de informações com rapidez”. O assunto dos prós e contras da geração Y é debatido com frequência entre especialistas e tem mudado a opinião de muitos. Lidiane explica que o que alguns enxergam como rebeldia com relação aos jovens, a empresa de logística vê como grande oportunidade para

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Divulgação

geração Z também é bem-vinda dentro da concessionária com um projeto que tem como foco a formação profissional de adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O projeto Pescar atende jovens de 16 a 19 anos e também está presente em outras concessionárias da rede. Os alunos têm 800 horas de aula de formação contínua com orientação técnica e prática de mecânica veicular, aprenderem a se desenvolver pessoalmente e são incluídos em ações de cidadania. Tudo é gratuito, assim como o transporte e a alimentação. “Alguns jovens formados no projeto passam a cada fim de ano por uma avaliação para recrutamento de vagas dentro da própria empresa. “Hoje temos 10 desses jovens trabalhando nas mais diversas áreas. Todos que se formam no projeto são acompanhados durante dois anos para auxílio e encaminhamento ao mercado de trabalho”, diz Ana Luisa.

Rótulos desnecessários Muitos rótulos foram dados à geração Y ao longo dos últimos anos, principalmente pela mudança

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de comportamento com relação às gerações mais experientes, como a X, formada por pessoas na faixa dos 40 anos e a Baby Boom, que está na casa dos 60. A própria definição do que significa a geração Y também é colocada em discussão por alguns especialistas. Professor de Administração da Univali, Alexandre de Sá Oliveira, que realiza pesquisas sobre comportamento empreendedor e tem experiência como empresário, defende que o termo refere-se mais a uma forma de pensar e agir do que uma determinada geração. “Vejo jovens extremamente conservadores, preconceituosos e caretas, características que não combinam com o perfil da geração Y, e conheço muitas pessoas com mais idade que pensam e agem de forma criativa, inovadora”. Alexandre ressalta que o comportamento curioso e ao mesmo tempo ágil, características da geração Y, também estão presentes em pessoas com idades acima dos 35. “Não é um privilégio de uma idade. É uma característica de um comportamento, produto da motivação, entusiasmo”, enfatiza.•


Artigo A caracterização do crime de lavagem de dinheiro

Empresa de Balneário Camboriú é destaque em premiação

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ma empresa de Balneário Camboriú detentora das marcas e restaurantes Guacamole Cocina Mexicana, Didge Steakhouse Pub e da Maria Paleta foi destaque no Prêmio Catarinense de Excelência. O grupo Ozmex foi premiado no segmento micro e pequenas empresas como uma organização que tem dado os primeiros passos rumo à excelência. A entrega da premiação aconteceu em Florianópolis no primeiro dia de outubro. Para o diretor do grupo, João Francisco Galvão Barão, o reconhecimento serve como mais um estímulo na busca pela evolução da empresa. “Temos feito muito progresso neste sentido e no ano passado tivemos o reconhecimento na categoria Turismo, do Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas, na etapa estadual. Como a evolução contínua é um dos valores que pregamos em nosso dia a dia, decidimos submeter a Ozmex ao Prêmio Catarinense da Excelência e felizmente tivemos este resultado. Agora, teremos novos desafios que exigirão bastante empenho e melhorias na condução de nossos negócios”, enfatiza. O prêmio é realizado anualmente pelo Movimento Catarinense pela Excelência (MCE) e esta foi a 10ª edição. O objetivo é incentivar e reconhecer os esforços das empresas na busca pela excelência. O MCE foi fundado em 2014 a partir da união de entidades, empresas e profissionais que queriam melhorar a competitividade empresarial aperfeiçoando o cenário socioeconômico catarinense. O Prêmio Catarinense da Excelência é conferido anualmente pelo Movimento Catarinense pela Excelência (MCE) e está na sua 10ª edição. O objetivo da iniciativa é incentivar e reconhecer os esforços das empresas na busca pela excelência, tornando-as referência para as demais. Entre as ações da entidade está a disseminação do Modelo de Excelência na Gestão (MEG), que é baseado em 13 fundamentos e oito critérios de excelência, que são os pilares de uma boa gestão e que devem ser seguidos pelas organizações avaliadas.•

A nova Lei da Lavagem de Dinheiro, a Lei n° 12.683/2012, diz que pratica o crime de lavagem de dinheiro aquele que ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes direta ou indiretamente de infração penal, sujeitando-se à pena de reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos mais multa. Isso vale dizer que bens, direitos ou valores provenientes de crime são, para a legislação, ativos ilícitos; quem os converte em ativos lícitos, por conta de operações subsequentes de compra, venda, troca, entre outros, também está sujeito à mesma pena. E ainda quem os guarda, deposita, movimenta ou transfere, tendo ciência da sua origem ilícita. Especificamente, com relação ao crime de lavagem de dinheiro, exige-se como elemento subjetivo do tipo o dolo; ou seja, o crime existe quando há intenção deliberada de praticá-lo, ou, ainda, no caso em que o agente possui consciência concreta do ato de lavagem, caracterizando o dolo eventual. Com efeito, aquele que não conhece a origem criminosa dos valores que oculta, não pratica o crime de lavagem de dinheiro. Um exemplo é a casa de

câmbio que, ao operar com alguns clientes que lhe entregam dinheiro para operações de câmbio, não sabe a origem das moedas e não conhece a forma de aquisição dos valores pelos clientes. Da mesma forma acontece com diretores de instituições financeiras, quando também não têm ciência das operações dos seus clientes. Por outro lado, a casa de câmbio ou o diretor financeiro praticará crime quando foremnegligentes em procedimentos administrativos que visem o conhecimento de tais operações e suas origens, em situações em que seja possível distinguir objetivamente um ato de lavagem. Noutras palavras, aquele que conhece a origem ilícita dos valores que deposita ou com os quais pratica operação financeira também responde pelo crime de lavagem de dinheiro. Assim é essencial que o agente crie barreiras ao conhecimento com a intenção de deixar de tomar contato com a atividade ilícita, se ela vier a ocorrer, evitando a prática do crime e a consequente responsabilização. Se não ficar comprovada a intenção ou pelo menos uma consciência objetiva do mascaramento de capitais, não haverá nem dolo nem dolo eventual, não se podendo falar em conduta ilícita.

Celso Almeida da Silva OAB/SC 23.796-A OAB/MT 5.952 Sócio do Escritório Silva e Silva Advogados Advogado atuante nas áreas Cível, Tributária, Ambiental, Criminal, Comercial e Empresarial de forma geral, em nível administrativo e contencioso. Especialista em Direito Tributário, Administrativo, Constitucional, Penal Empresarial e Ambiental.

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O Brasil está fadado a ser exportador de commodities? A 1ª edição do Fórum Sul for Export reuniu lideranças da exportação brasileira para debater os rumos do setor na última sexta-feira, em Florianópolis. Redução da burocracia e maior incentivo ao setor produtivo por parte do governo. Esse foi o tom do 1º Sul for Export, evento que reuniu as empresas exportadoras destaque da região Sul do país na última sexta-feira (2) na Fiesc, em Florianópolis. O fórum, uma iniciativa do Instituto e Revista AMANHÃ em parceria com as federações do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, apresentou uma série de palestras com especialistas e autoridades com o objetivo de identificar soluções para impulsionar os números no segmento. O painel “Indústria Brasileira: inovar para competir” reuniu os representantes das federações das indústrias do Sul e trouxe duras críticas. Segundo o presidente da Fiergs, Heitor Müller, o Brasil, apesar de ser a 7ª economia do mundo, está em 75º lugar nas exportações, participando com apenas 1,2% no mercado estrangeiro. “Já passamos 48 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

por muitas crises, mas, hoje, vivemos uma crise política, econômica, de credibilidade, moral e ética. O final desses desdobramentos causa muita preocupação para o futuro do país e exige uma constante reinvenção por parte das empresas”. Müller informou que as indústrias investiram cerca de R$ 100 bilhões para seguir exigências de segurança, trabalhistas, de acessibilidade e regras ambientais. “Aqui no Brasil, ao contrário dos demais países, não se incentiva nem valoriza os empresários. É o consumidor quem paga e, por isso, não queremos que aumentem os impostos”, reivindicou. “Como vamos falar em cadeia global se não nos entendemos nem com os vizinhos?”, questionou o vice-presidente da Fiep, Paulo Pupo, referindo-se aos acordos com os países do Mercosul. “Estamos fadados a ser expor-


tadores de commodities?”, provocou. “Quem deve inovar e muito neste momento é o governo. Os exportadores não aguentam mais pagar essa conta. Temos que nos descolar dessa paralisia política”, afirmou. Para o vice-presidente da Fiesc, Mario Cesar de Aguiar, o diagnóstico do empresariado é muito compreensível. “É consenso que a burocracia precisa ser reduzida. Além disso, o Brasil investe pouco em infraestrutura e isso interfere diretamente na competitividade. Nesse sentido, o Sul pode unir suas competências para fortalecer a região”. A presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, defendeu a constante aposta no desenvolvimento. “O conceito de inovação não deve ser visto apenas com produtos novos. Ele deve se antecipar e descobrir de que maneira aquilo que já existe pode ser aperfeiçoado para atender a novas demandas”, argumentou.

Oportunidades x barreiras Segundo o Banco Mundial, o sistema brasileiro tem a maior carga tributária entre os Brics e emergentes. Aqui, se paga 37% em impostos, enquanto que, na China, o valor é de 20%. Na América Latina, todos estão abaixo: Uruguai 26,5%, Chile 22%, Colômbia 19% e Peru 17%. “Isso acontece, em partes, pois o Brasil tem 5,5 mil municípios que, dia a dia, criam regras”, declarou o sócio da Carvalho, Machado, Timm e Luz Advogados, Cristiano Carvalho, no painel “Oportunidades e barreiras para as exportações”. “O relatório do Banco Mundial aponta que as companhias brasileiras gastam 3.600 horas apenas para cumprir a legislação. Na Bolívia, são 1.025 e, no Vietnã, 871. Além disso, 97,7% das empresas exportadoras necessita utilizar despachantes aduaneiros e 88,7%, cujas exportações respondem por mais da metade do faturamento, são afetadas pela burocracia”, explicou Carvalho. Seguindo o tom de críticas ao cenário desfavorável, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, disse que, em 2013, foram exportados 1 milhão de veículos, número que caiu para 320 mil no ano passado. “As peças para produção de um carro em São Paulo custam 18% em tributos, enquanto que, em outros Estados, custam 12%. Com isso, é impossível ter uma competitividade verdadeira, pois esse custo afeta o mercado interno”. Segundo Moan, a redução da alíquota do Reintegra – programa de benefício aos exportadores – foi um desestímulo, mas, em compensação o acordo governamental com o México aumentou a exportação para aquele país em 60%. “Não existe um momento para exportar. Este

deve ser um desafio permanente. O câmbio não é o único problema. As ineficiências estão da porteira para fora, mas não adianta chorar, temos que ir à luta”, resignou-se.

Contraponto Coube ao secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Carlos Gadelha, representar o governo federal no debate. Sobre as cadeias globais, o especialista defendeu que não se trata apenas de vender mais, mas sim, de como se inserir em um mercado globalizado. “Temos de importar mais, mas exportar muito mais. Não podemos praticar uma política fragmentada, mas com foco na competitividade”, afirmou. De acordo com Gadelha, o modelo de desenvolvimento que o governo está colocando na agenda aposta na qualidade da produção. “É fundamental para o Brasil competir na cadeia global. Exportar mais não é positivo apenas para gerar mais emprego e investimento, mas para a própria competitividade das empresas. O governo está trabalhando duro na modernização do parque industrial brasileiro que tem, em média, 14 anos, enquanto que, na Alemanha, essa média cai para sete”. O secretário destacou que é preciso sair de uma agenda paralisante a partir de uma estratégia progressiva e finalizou sua participação em tom diplomático. “Nós nunca vamos deixar de estar nos lugares para não ouvir críticas”.

Premiação Após os debates, foi realizada a premiação dos 90 maiores exportadores do Sul divididos em três categorias: Maiores Exportadores, Campeãs por Setor e Empresas que Mais Exportaram pelo Sul entre 2012 e 2014. O ranking é elaborado pelo Instituto e Revista AMANHÃ com base nos indicadores oficiais do Mdic. Nomes como Bunge, BRF, Seara e Nidera integram a lista. Mesmo com a queda de 15,9% nas exportações da região Sul em 2014, algumas empresas expandiram sua participação no mercado externo. O ramo de produtos básicos é o carro-chefe e, impulsionadas pelas boas safras, algumas companhias tiveram destaque – como é o caso da Alibem Alimentos, que viu suas exportações aumentarem 53% no ano passado pelos portos gaúchos. Entre as dez empresas que apresentaram maior crescimento, oito vêm do setor de alimentos, como as paranaenses Copacol, Coopavel e da Cooperativa Agroindustrial Lar, que aumentou seus embarques em 105%, o que garantiu o primeiro lugar ente as campeãs da expansão internacional no período. Já Santa Catarina foi o único estado da região a crescer, apresentando aumento de 3,4% em comparação aos vizinhos.• Economia&Negócios • Outubro 2015 • 49


Artigo Estatuto de Defesa do Consumidor completa 25 anos: o que ainda precisa mudar?

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Por Lélio Braga Calhau. Promotor de Justiça de defesa do consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Graduado em Psicologia pela Univali, é Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFGRJ e Coordenador do site e do Podcast "Educação Financeira para Todos".

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m setembro, o Brasil comemorou os 25 anos de aprovação do Código de Defesa do Consumidor (CDC). No embalo da Constituição Federal de 1988, que elevou a proteção do consumidor a um direito constitucional, veio essa lei com uma proposta avançada para novos tempos. Muita coisa mudou para melhor nesse período e a lei (com apoio na doutrina e na nova jurisprudência) implantou uma nova cultura entre as relações de fornecedores e consumidores. Em muitos pontos foi positiva, acesso à justiça, responsabilidade civil, inversão do ônus de prova. Mas em outros, como os "litigantes profissionais", entre eles alguns grandes bancos, companhias telefônicas e planos de saúde, os objetivos do CDC ainda passam longe de sua efetivação. Mesmo com a criação do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, a resposta efetiva e justa para o consumidor, em muitos casos, não consegue ser rápida. De forma assustadora, algumas grandes empresas possuem Serviço de Atendimento do Consumidor (SAC) com qualidade sofrível, terceirizados, onde pagam salários baixos aos trabalhadores e as próprias empresas empurram os con-

sumidores a demandar o judiciário, onde mantém estruturas de defesa com bons escritórios contratados. Um ponto que ainda não conseguimos avançar é o da popularização dos direitos do consumidor. Muita gente ainda desconhece os seus direitos por práticas comerciais ilegais, como a venda casada, no seu dia a dia. O CDC, para muitos, é uma lei difícil de entender, mas que é salvaguarda de direitos importantes para o consumidor e sua família. A meu ver, os pontos que mais demandam uma atualização do CDC no momento, e que não podem esperar mais, são o comércio eletrônico e a proteção do consumidor superendividado. Encontram-se no Senado Federal iniciativas legislativas sobre isso. A sociedade tem urgência na aprovação dessa nova legislação. Por fim, é preciso levar, de forma mais ampla, esses direitos e a boa educação financeira para as escolas em todo território nacional, de forma que dentro de suas disciplinas originárias os alunos passem a entender e dominar, numa visão integrada, esses conteúdos. Assim podemos construir um Brasil com consumidores mais conscientes e assertivos sobre os seus direitos.•


Governo federal lança plano de pesca orçado em R$ 500 milhões

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governo federal lançou em setembro o Plano de Desenvolvimento da Aquicultura Brasileira (PDA) orçado em R$ 500 milhões. O objetivo da iniciativa é colocar o país em posição de destaque na atividade até 2020. O PDA, segundo o governo federal, vai incentivar o desenvolvimento da aquicultura em águas marinhas em domínio da União, a piscicultura em tanques e viveiros escavados, o desenvolvimento da carnicicultura, da Amazônia Legal e do semiárido. Conforme o Ministério da Pesca e Aquicultura, o plano vai ordenar a atividade aquícola brasileira de modo a aproveitar os 8,5 mil quilômetros de costa marítima e a água doce disponível no país, dentro dos critérios estabelecidos pela Agência Nacional das Águas (ANA). O ministro da pasta Helder Barbalho afirma que o

plano foi construído de forma participativa com o setor produtivo e tem como objetivo ser um parâmetro na execução de políticas públicas de planejamento da atividade. “A aquicultura representa nova fronteira para o crescimento do nosso agronegócio”, ressalta. Com o plano, também serão criados Distritos Industriais Aquícolas (DIA) que vão verticalizar a produção nos locais de maior potencial. “Tenho a certeza de que o PDA pode nos ajudar a conquistar os objetivos que todos queremos para a nossa aquicultura”, destaca o ministro. O negócio envolvendo o pescado no mundo movimenta US$ 600 bilhões todos os anos. Entretanto, o Brasil é apenas o 12º maior produtor mundial em aquicultura. Com o Plano, a meta do governo brasileiro é chegar à quinta colocação, com a produção de 2 milhões de toneladas por ano.•

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Antonio Araujo - Mapa

SC participa de programa que prevê R$ 387 milhões para a cadeia leiteira no Brasil

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anta Catarina está entre os estados participantes do programa Leite Saudável, que prevê investimentos de R$ 387 milhões na cadeia leiteira do Brasil. Até 2019, 15 mil produtores de leite de 78 municípios catarinenses vão receber investimento de R$ 66 milhões do governo federal para incentivo do setor. O anúncio foi feito no dia 28 de setembro pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Kátia Abreu em um evento na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), onde o programa foi lançado. No Brasil, a expectativa é promover a ascensão social de 80 mil produtores e melhorar a competitividade do setor lácteo. Além de Santa Catarina, serão beneficiados produtores de Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Os cinco, juntos, representam 72,5% da produção nacional. “É uma grande conquista para os produtores de leite do Estado que terão seu trabalho reconhecido e aprimorado e a produção alavancada com esses investimentos”, salientou o secretário de Articulação Nacional, Acélio Casagrande, que representou oficialmente o governador Raimundo Colombo no ato e assinou o termo de cooperação técnica Leite Saudável para participação 52 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

de Santa Catarina no programa. A meta para os catarinenses é aumentar a produção diária por vaca, que atualmente é de sete litros, para 16 litros, quantia similar a da Argentina. “Este programa vai ajudar a garantir a sustentabilidade do nosso setor leiteiro, sendo que 73% da produção está no oeste catarinense”, disse o deputado federal Celso Maldaner, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Bovinocultura de Leite. O programa será desenvolvido pelo Ministério da Agricultura (Mapa) em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Terá sete eixos principais de atuação: assistência técnica gerencial, melhoramento genético, política agrícola, sanidade animal, qualidade do leite, marco regulatório e ampliação de mercados. “O objetivo é aumentar a renda dos produtores e melhorar a produtividade e a qualidade do leite, além de ampliar os mercados interno e externo. Em um prazo de dois anos teremos uma diferença significativa na vida desses produtores e na qualidade do leite brasileiro”, acrescentou Kátia. Segundo ela, o objetivo é ampliar a produção dos participantes, a maioria das classes sociais C e D, para 50 mil litros por dia.•


Itajaí recebe Câmara Regional de Educação da Fiesc

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tajaí recebeu uma Câmara Regional de Educação no primeiro dia de outubro. Ao todo são 16 entidades do gênero espalhadas por cidades catarinenses. O projeto das câmaras regionais do movimento A Indústria pela Educação é da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). Vinculados às vice-presidências da federação, os grupos de trabalho vão promover a articulação e mobilização do público visando a análise e priorização de ações necessárias na área educacional em cada região. Lembrando a campanha Pais pela Educação, que estimula o envolvimento com os estudos dos filhos, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, citou o professor James Heckman, da Universidade de Chicago. O economista ganhou o Prêmio Nobel ao demonstrar também os ganhos econômicos decorrentes da valorização da educação nos primeiros anos de vida das crianças. “O que não aprendem nessa fase, aprenderão depois de maneira mais lenta. E isso será 60% mais caro, pois o momento mais eficiente para desenvolver competências e habilidade é nos primeiros anos de vida. Heckman também enfatizou a participação da família, demonstrando o retorno para as cidades e os estados”, afirmou

Côrte. O vice-presidente regional da FIESC, Maurício Cezar Pereira, destacou o objetivo de mudar as estatísticas relativas à educação em Santa Catarina. ”Hoje se completa a fase de implantação das 16 câmaras regionais do movimento. Agora vamos trabalhar, em sintonia com as demais, para fazer de Santa Catarina uma referência no Brasil. Queremos levar educação básica aos colaboradores. Eles melhorarão a sua capacitação profissional, serão melhores cidadãos e agentes transformadores. Pela educação vão ter cargos melhores, ajudarão as empresas a serem mais competitivas e serão indutores de conhecimento na família e na comunidade”, disse. A descentralização do Movimento A Indústria pela Educação, por meio das câmaras regionais é estratégica, avalia o diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos. “Esta é uma iniciativa inspiradora, inclusive para o movimento Todos pela Educação. Para mobilizar tem que trabalhar em rede. Por isso, tem que ter capacidade de articulação, de comunicação e trazer para o movimento central o sentimento local: O desafio é trabalhar de forma colaborativa”. •

Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio Malburg Cep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD Economia&Negócios • Outubro 2015 • 53


Divulgação FG Empreendimentos

Construtora catarinense está entre as melhores empresas de sustentabilidade financeira do Brasil

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construtora FG Empreendimentos de Balneário Camboriú ficou entre as cinco melhores empresas do setor de construção imobiliária na categoria Sustentabilidade Financeira, conforme o ranking “As Melhores da Dinheiro”, realizado pela revista Isto É Dinheiro. O evento oficial de premiação aconteceu em São Paulo e reuniu representantes das empresas que se destacaram nas práticas de gestão. Com estratégia de desenvolvimento sustentável, a empresa sinaliza uma ótima fase, mesmo diante de um cenário econômico instável. Dados da construtora catarinense mostram crescimento de 20% em 2014 com relação ao ano anterior, encerrando o ano com R$ 1,5 bilhão em estoques para venda e um banco de terrenos de 2,5 milhões de metros quadrados. Em 2013 e 2014, a empresa foi auditada pela Ernst & Young, uma das maiores auditorias do mundo com clientes como Coca-Cola, Walmart, Google e Fiat. Neste ano, a empresa renovou a parceria vitoriosa com

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a atriz Sharon Stone, garota-propaganda da construtora desde 2012. “Para 2015, a expectativa da FG Empreendimentos é crescer cerca de 30%. Permanecemos com participação comercial efetiva nos mercados de todo o Brasil, além de operações em países do Mercosul. Nosso foco de construção é Balneário Camboriú, mas pretendemos continuar o processo de expansão de mercado, construindo em cidades com até 100 quilômetros de distância do município”, avalia o diretor presidente da FG, Jean Graciola. O prêmio da Isto É Dinheiro está na décima segunda edição e é um dos maiores reconhecimentos corporativos do mercado brasileiro. São avaliadas e comparadas empresas do mesmo segmento que devem responder a perguntas relacionadas à sustentabilidade financeira, governança corporativa, inovação e qualidade, responsabilidade social e ambiental e recursos humanos. O ranking será publicado na edição especial “As 1.000 Melhores da Dinheiro”.•


Contadores de destaque em Itajaí são homenageados João Souza

O homenageado Dirceu Paulo Nascimento e o presidente do Sindicont Marcos Alexandre Emílio

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ontadores de Itajaí foram homenageados no dia 3 de outubro em um evento do Sindicato dos Contabilistas de Itajaí (Sindicont). Pela primeira vez foi entregue o troféu Rudolpho Below, que homenageia o profissional da categoria que mais se destacou na cidade. Dirceu Paulo Nascimento foi o escolhido. O profissional começou a trabalhar na área aos 14 anos e se formou contador na primeira turma de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Nascimento, que tem 50 anos de carreira, foi professor do curso universitário entre 1983 e 2004, um dos fundadores da Associação dos Contabilistas de Itajaí, que originou o Sindicont, e atualmente é vice-presidente da Federação dos Contabilistas de Santa Catarina. Como requisito para receber o prêmio, o contador

precisa ter contribuído com a profissão na comunidade empresarial e ter se destacado também no lado social. Além do grande homenageado, outros contadores que se destacaram no município também receberam troféus. A homenagem a Rudolpho Below com o nome do troféu para o contador de destaque na região é o reconhecimento ao profissional que dedicou boa parte da vida a categoria. Natural de Joinville e formado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Paraná, se estabeleceu em Itajaí em 1961, quando fundou com a esposa a organização contábil Itajaí Ltda. Foi perito contábil e delegado do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina. Na gestão do Sindicont promoveu, em Itajaí, a Convenção dos Contabilistas de Santa Catarina. Below faleceu em 2013 aos 78 anos. •

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Brasil perde quase 90 mil empregos com carteira assinada em um mês

Brasil perdeu 86.543 empregos com carteira assinada em agosto, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Traba-

lho e Emprego. Pelo quinto mês consecutivo houve queda no nível de emprego formal celetista no país. A variação negativa é de 0,21% em comparação ao estoque anterior.

Valdecir Galor - SMCS - Fotos Públicas

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Apesar dos dados, o indicativo foi de desaceleração do ritmo de queda do emprego se comparado a julho, quando foram perdidas 157 mil vagas. No acumulado do ano já foram desativadas 572 mil vagas de emprego no país e nos últimos 12 meses foram perdidos 985 mil postos. Este é o pior resultado desde 1995. Durante o período, apenas dois dos oito setores da atividade econômica acompanhados pelo Caged elevaram o nível de emprego, serviços e administração pública, depois de quatro meses de queda. A maior perda de postos de trabalho foi identificada na indústria de transformação. Dos 12 ramos de atividade que compõem o setor, 11 reduziram o

nível de emprego. A exceção foi a indústria de produtos alimentícios (+7.649 postos). Já a agricultura teve queda de 4.448 postos (-0,27%) em relação ao estoque, embora essa seja a menor queda desde 2005 para o setor, no mês de agosto. O Caged mostra queda do emprego em agosto em quatro das cinco regiões brasileiras. A única região que gerou emprego foi o nordeste, com 893 empregos celetistas criados. No acumulado do ano, com exceção do centro-oeste brasileiro, as demais regiões diminuíram o nível de emprego. Já nos últimos 12 meses, todas as regiões tiveram perdas.• Fonte: Agência Brasil



Como

financiar? LEASING, CONSÓRCIOS E EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS SÃO BOAS PEDIDAS PARA QUEM PRECISA COMPRAR UM CARRO

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carro próprio é uma realidade para muitos. Tanto que o Brasil tem mais de 45 milhões de veículos leves em circulação conforme dados divulgados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) em 2014. Porém, a retração da economia brasileira sugere que é preciso segurar os gastos na hora de efetuar qualquer compra, seja de pequenos produtos até grandes investimentos, como a aquisição de um veículo. Nesse setor, financiamentos, leasing e consórcios são boas alternativas para quem quer ou precisa adquirir um carro, mas não pode dar o valor total à vista. “Cada modalidade tem as suas vantagens e desvantagens. O que precisa ser analisado é o perfil do comprador e a necessidade que ele tem na aquisição do bem, se é imediata ou não”, afirma o economista e financista Ricardo Mayer Galacha, que também é delegado do Conselho Regional de Economia (Corecon) em Itajaí. É importante analisar qual taxa de juros está sendo praticada no momento

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da compra e a prestação que será assumida, conforme o orçamento pessoal ou familiar de quem vai comprar. O especialista ressalta que se o consumidor tem uma demanda imediata pelo veículo não deve optar por um consórcio. Nestes casos, o financiamento bancário ou o leasing seriam as melhores formas de adquirir o bem. Para saber qual escolher é preciso simular a condição de financiamento que vai gerar o menor valor de parcela dentro do mesmo prazo. “Pode ser que um desses tipos de financiamento esteja com uma taxa de juros melhor para aquele dia”, lembra. Apesar de não conseguir ter o bem no momento do contrato, o consórcio continua sendo uma das escolhas favoritas do brasileiro. Dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) mostram que houve crescimento no setor durante este ano. Somente de janeiro a julho, conforme informações divulgadas em setembro, a alta foi de 17% nas adesões de veículos leves, com 55,5


mil cotas comercializadas no período. Os consórcios de veículos pesados tiveram aumento de 11% nos primeiros sete meses do ano, com 25,5 mil novos participantes. O primeiro semestre também apresentou um indicador de 26% de participação dos consórcios sobre o volume geral de valores disponibilizados para aquisições de veículos com leasing e financiamentos. O economista enfatiza que essa ainda é a forma mais recomendada para adquirir um veículo a prazo, principalmente para quem troca de carro com frequência, já que apresenta menores custos. “Quanto mais os juros de mercado sobem maior é a economia do consórcio em relação ao financiamento”, diz. Financiar é uma forma mais rápida de adquirir um veículo, mas não é a mais requisitada. Neste setor, a Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip) afirma que houve queda no acumulado do ano. De janeiro até agosto foram financiadas 3.612.747 unidades, entre elas automóveis de passeio, comerciais leves, motos e pesados. A quantidade é 11,6% menor que no mesmo período do ano passado. O menor recuo, segundo a Cetip, foi nos financiamentos de veículos usados. O volume, 1.999.847 unidades, é 3,2% menor que o dos oito primeiros meses de 2014. A queda de financiamentos de veículos novos é de 20,2% no mesmo período, que registrou 1.612.900 unidades. A retração nos financiamentos no Brasil foi afetada diretamente pela alta de juros. Galacha explica que as elevações que o Banco Central realiza na Selic não têm muito efeito sob os juros passados ao consumidor quando são analisadas isoladamente. “Porém, um movimento de alta na Selic por um longo período de tempo afeta os juros ao consumidor, que sobem junto”. Na hora de comprar um veículo, seja à vista ou financiado, o economista aconselha que o consumidor precisa pensar, também, nos outros custos que este bem vai gerar. Após a compra, além da parcela no caso de financiamento, gastos com seguro, manutenção, licenciamento e combustível são obrigatórios para o dono do carro e minimizam o orçamento. As concessionárias também podem auxiliar os compradores nas opções de financiamento. O autônomo Leonardo Dequi elogia essa característica em uma concessionária na rodovia Osvaldo Reis, em Itajaí, onde comprou seu carro modelo 2011 em abril deste ano. “Pedi o limite

de R$ 500 na parcela do veículo e o vendedor buscou diversas opções para conseguir encaixar o meu pedido”. O comprador deu o seu veículo como entrada e vai pagar o carro novo em 48 vezes por leasing, tendo posse como dono após o término do pagamento das parcelas.

Queda nas vendas O ano foi de queda nas vendas de veículos em todo o Brasil e a tendência é pessimista para os próximos meses. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) Luiz Moan afirma que as vendas totais de veículos novos no país devem cair cerca de 24% em 2015 ante 2014. Até agosto, segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), houve uma redução de 347 concessionárias em todo o território nacional. Somente no setor de distribuição de veículos, 17 mil empregos deixaram de existir. “As causas que justificam os números são a crise política, que está piorando a situação econômica, a falta de confiança do consumidor, desemprego e inflação em alto, aumento dos juros e a queda do Produto Interno Bruto (PIB) já registrada no ano de 2015”, diz o presidente da Fenabrave em Santa Catarina. Mais de 2 milhões de veículos de todos os segmentos foram comercializados no Estado nos oito primeiros meses do ano, o que representa retração de 18% no período comparado a 2014, quando este número ultrapassou os três milhões. No acumulado do ano, os segmentos de carros e utilitários leves registrou queda de 20,38% nas vendas. Foram vendidos 1.698.468 veículos deste gênero em 2015 contra 2.121.468 no mesmo período de 2014. O representante da Fenabrave/SC na região de Itajaí, Osmar Nunes Filho, enfatiza que como todas as atividades registraram mudanças no Brasil nos últimos meses, o setor automotivo também passou por variações. Na região, a crise é sentida nas concessionárias, mas a situação não chega a ser tão desastrosa quanto em outras áreas. “As pessoas desejam comprar, mas têm um pouco de falta de confiança. Estamos nos adaptando aos poucos a esse momento para voltar a crescer”. Economia&Negócios • Outubro 2015 • 59


Saiba a diferença entre os tipos de financiamentos Consórcio: O consorciado é um cotista que contribui mensalmente durante prazo determinado para a formação de um fundo. Todos os participantes desse grupo têm o direito de utilizar essa poupança para aquisição de bens ou serviços, conforme o que foi estabelecido no contrato.

Podem ser feitos em bancos privados e públicos por meio do Crédito Direto ao Consumidor (CDC), onde é feito um empréstimo para comprar o veículo, que fica na posse do comprador, mas fica alienado ao banco até que todas as prestações estejam pagas. Pode ser feito direto nos bancos ou nas concessionárias, que praticam a modalidade.

Leasing: Neste caso, o veículo é do banco, que o aluga para o cliente, até o término do pagamento das prestações. As taxas de juros são fixadas no início do contrato e não sofrem alterações ao longo do período de pagamento.

60 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

MPA oãçagluviD

Financiamento:


PortosdoBrasil

APM Terminals lança iniciativa para promover a consciência ambiental em Itajaí

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APM Terminals, administradora do terminal portuário de Itajaí, lançou uma iniciativa junto com outros quatro dos maiores operadores portuários do mun-

do para promover a consciência ambiental. O projeto, chamado Go Green, aconteceu em setembro em centenas de terminais dos cinco continentes, inclusive na cidade catarinense. A campanha teve como objetivo sensibilizar o público interno e externo sobre seus três temas principais, que são a reutilização e a reciclagem, as mudanças climáticas e o engajamento com as comunidades. “Trabalhando juntos, podemos abordar as questões críticas enfrentadas no ambiente e agir como um catalisador para a mudança global", enfatizou Kim Fejfer, CEO da APM Terminals em âmbito global. Atividades de voluntariado em áreas de preservação, ações de educação ambiental e envolvimento das comunidades, programas de redução de emissões de gases poluentes na atmosfera, além de adoção de medidas de reaproveitamento de insumos constaram na agenda. As ações da campanha em Itajaí envolveram também convênios de descontos em postos de combustíveis para uso de etanol e em lojas de bicicletas para incentivar o uso do transporte limpo. O incentivo a carona entre os colegas de trabalho da APM Terminals, plantio de árvores nativas em uma área de preservação permanente do terminal, pedágio para doação de mudas de árvores e flores nativas da região na Rodovia Jorge Lacerda, além de coleta de lâmpada fluorescente, óleo de cozinha, pilhas, baterias e material eletroeletrônico e arrecadação de materiais de limpeza para instituições que cuidam de animais abandonados são outras ações que fizeram parte do Go Green.• Economia&Negócios • Outubro 2015 • 61


PortosdoBrasil

Porto de Itapoá supera recorde operacional em menos de uma semana

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porto de Itapoá superou duas vezes o recorde na operação de navios durante o mês de setembro. Os novos números bateram o último recorde, que tinha sido registrado em novembro de 2014, com 143 movimentos por hora (MPH). O primeiro recorde de setembro deste ano foi quando o navio Monte Rosa, da Hamburg Süd atingiu a marca de 145,7 MPH. Quatro dias depois, o navio Monte Sarmiento, também da Hamburg Süd, superou os números e registrou 155,6 MPH. A operação do Monte Sarmiento foi feita em pouco menos de seis horas e efetuou 856 movimentos com um índice de produtividade considerado extremamente alto por equipamento, de 46,5 MPH por portêiner, um

dos mais altos do mundo. Com os dois novos recordes, que foram obtidos em menos de uma semana, a média de produtividade do terminal deve fechar o ano próxima a 90 MPH, índice superior de terminais internacionais como Singapura, Hong Kong, Rotterdam e Hamburgo. O índice de movimentos por hora é utilizado no meio portuário para pedir a produtividade dos terminais. Ele é calculado pelo número de movimentos feitos por um terminal em determinado navio durante um período de tempo específico. Quanto maior o índice de MPH, mais rápida a operação, que resulta em menos custos gerados para armadores, exportadores e importadores.•

Divulgação Porto de Itapoá

62 • Outubro 2015 • Economia&Negócios


PortosdoBrasil Divulgação Porto de Rio Grande

Porto de Rio Grande registra recorde de movimentação

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porto de Rio Grande registrou o maior recorde de movimentação mensal com os resultados alcançados em agosto. Foram 4,067 milhões de toneladas movimentadas no período e superou o recorde anterior, que havia sido obtido em abril de 2015. No acumulado do ano o porto registra 25.845.634 toneladas, que significa aumento de 3,7% com relação ao mesmo período de 2014. A China segue sendo o principal destino das exportações pelo porto do Rio Grande neste ano. Até o final de agosto foram exportadas 15.443.748 toneladas no total e 53,3% foram enviadas ao país asiático. Nas importações, a Rússia aparece como principal origem com o acumulado de 439.729 toneladas e o total de importações somam 3.836.572 toneladas. Comparado aos primeiros oito meses de 2014, neste ano o porto teve crescimento nos segmentos de carga geral e granel sólido. A carga geral passou de 5.282.904 para 5.519.146 toneladas. Já o granel sólido teve acréscimo de 5,6% na movimentação passando de 16.528.803 para 17.497,865. Os gra-

néis líquidos somaram 2.828.624 toneladas. Somente o complexo soja representa 41,5% da movimentação do porto de Rio Grande. Até agosto foram movimentadas 10.738.902 toneladas, um aumento de 19% com relação ao ano anterior. Ainda no acumulado de 2015, a movimentação de containers teve crescimento de 3,37% no comparativo entre os anos passando de 458.710 para 474.200 TEUs. “A safra recorde do Estado do Rio Grande do Sul tem sido o grande motivador dos expressivos números de movimentação de nosso Porto. O complexo portuário está ligado a produção agrícola gaúcha e mesmo diante das dificuldades do cenário internacional estamos conseguindo manter o ritmo de atividade”, afirmou o superintendente Janir Branco. Apenas no mês de agosto a movimentação ficou dividida: carga geral (926.573); granel sólido (2.776.917) e; granel líquido (363.685). “Conseguirmos bater recordes em ano de crise é um sinal muito positivo de que a estrutura está preparada para atender ao estado a aos países do Mercosul”, concluiu o superintendente.• Economia&Negócios • Outubro 2015 • 63


PortosdoBrasil

Autoridades discutem descentralização das gestões dos portos no porto de Itajaí Victor Schneider

Victor Schneider

64 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

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porto de Itajaí recebeu uma comitiva formada por parlamentares da subcomissão de Portos e Vias Navegáveis da Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal no início deste mês. O objetivo foi mostrar a essas autoridades a situação dos portos catarinenses para que soluções para o desenvolvimento possam ser discutidas. Em uma reunião com o prefeito Jandir Bellini, a secretária de Desenvolvimento Regional, Eliane Rebello, o superintendente do porto de Itajaí Antonio Ayres dos Santos Júnior, entre outras autoridades, também entrou em pauta a descentralização da gestão dos portos organizados. Com a nova Lei dos Portos, sancionada pelo governo federal em 2013, essas organizações sofrem maior ingerência da Secretaria de Portos da Presidência da República e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). “Não estamos pedindo nada demais. O que queremos é a possibilidade de gerir nosso porto, que tem sua gestão municipalizada, de forma a possibilitar investimentos da iniciativa privada, ganhar competitividade no mercado e também tratamento igualitário com os demais portos atrelados a SEP, em termos de investimentos federais”, diz o superintendente do porto de Itajaí. Ayres mostrou aos os deputados Edinho Bez, João Paulo Papa, Alexandre Valle, Juscelino Filho e Milton Monti, que formam a comitiva, um breve histórico do crescimento do porto nos 20 anos de gestão municipal, com números significativos, e pediu a ajuda dos parlamentares e do diretor Geral da Antaq, Mário Povia, que também participou da reunião, na agilidade das decisões em Brasília. O prefeito Bellini e o presidente do Legislativo de Itajaí, Luiz Carlos Pissetti também pediram a descentralização aos parlamentares.•


PortosdoBrasil Porto de Santos é o principal na movimentação de contêineres da América Latina

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Porto de Santos se manteve em 2014 como o principal complexo na movimentação de contêineres da América Latina. O ranking do ano passado foi divulgado pela publicação americana The Journal of Commerce, especializada em tráfico marítimo. A publicação “Top 50 Word Container Ports” mostra que o porto de Santos é 0 38º porto do mundo na movimentação de contêineres, com resultado de 3,68 milhões TEU. O número mantém o porto na liderança da América Latina. O Porto de Santos se mantém como o principal complexo na movimentação de contêineres da América Latina. O ranking de 2014 foi divulgado pela publicação americana The Journal of Commerce, especializada em tráfego marítimo. Nas dez primeiras posições se destacam portos da

Ásia, ficando Roterdan, na Holanda, com a 11ª colocação. Em relação a 2013, o Porto de Santos já havia sido apontado como 38º do mundo na movimentação de contêineres, em ranking divulgado pela revista britânica “Conteinerisation international”. De acordo com o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Angelino Caputo e Oliveira, a expectativa é que o porto de Santos se destaque cada vez mais nesse ranking, tendo em vista as novas estruturas disponibilizadas para esse segmento de carga. Nos sete primeiros meses deste ano, Caputo disse que as operações com contêineres cresceram 7,2%, saindo de 2 milhões para 2,2 milhões teu. Em toneladas, o aumento foi de 12,8%, passando de 21 milhões no mesmo período em 2014 para 23,7 milhões em 2015.•

Sérgio Coelho/Codesp

Economia&Negócios • Outubro 2015 • 65


Artigo

Burocracia e corrupção

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Por Valdir Colatto Deputado federal, presidente da Frente Parlamentar da Desburocratização

66 • Outubro 2015 • Economia&Negócios

egislações e normas que infernizam a vida de quem produz e trabalha provocam um Custo Brasil sem limites e ultrapassam qualquer fronteira de bom senso e razoabilidade. Eliminar a burocracia inútil será o desafio para enfrentar a crise econômicofinanceira, política e ética no Brasil, buscando recomeçar, como uma “luz no fim do túnel”. A burocracia impede o desenvolvimento sustenado da nossa economia, traz ineficiência aos serviços públicos e fracassa qualquer iniciativa de melhoria das condições de vida. Por isso insisto que “muito ajuda quem pouco atrapalha”. No ranking mundial que mede a simplificação da vida, o Brasil é o 127º na lista do Banco Mundial. O custo anual da burocracia brasileira é estimado em R$ 46 bilhões, ou seja, 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Não só pelo mal da letargia, mas a burocracia vai além. Ela é a principal responsável pela corrupção no país e no mundo. A ganância e a burocracia geram a cultura do suborno. Descomplicar a máquina burocrática significa dar resposta positiva contra a corrupção. O resultado da máquina esclerosada é o engessamento de toda e qualquer necessidade do cidadão. É

o empecilho no processo de abertura ou encerramento de uma empresa, no patenteamento de produtos, no registro de uma marca, no encaminhamento de documentos pessoais, numa fila de SUS. Dar as mesmas explicações em várias instâncias sobre um desejo ou uma necessidade de um cidadão é aumentar as filas da burocracia e alimentar este mal. São milhares de organismos públicos exigindo satisfação. E quando a burocracia sai do grau de inteligência ela migra para o retrabalho ineficiente. Somos reféns de tramitações inúteis que poderiam ser superadas com a simples utilização da tecnologia. Precisamos desatar estes nós. Por isso lutamos com a criação da Frente Parlamentar da Desburocratização na Câmara dos Deputados com metas para consolidar e modernizar a legislação e acabar com o “carimbório” inútil. É diária a nossa luta no Congresso Nacional contra a burocracia na liberação de registros de indústrias, produtos, portos e licenças ambientais que travam e oneram o setor produtivo brasileiro e nos coloca como um dos países mais burocráticos do planeta. O desafio é eliminar os excessos que atrapalham o Brasil que deseja produzir e desenvolver. Que se respeite o cidadão, refém da ineficiente burocracia estatal.•




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