Jornal Paroquial - 07 Julho 2016

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ANO XVIII - Edição 254 - JULHO/2016 - Distribuição Gratuita Circulação: Itajaí, Balneário Camboriú e Navegantes

Cristãos no Oriente Médio correm o risco de desaparecer PÁGINA 3

Festa de São Cristóvão termina neste domingo No domingo, dia 10/07, pela manhã haverá a celebração dos festeiros na Santa Missa às 9h e, logo após, a tradicional procissão dos automóveis Página 5

Missionárias da Caridade preparam canonização de Madre Teresa Página 4

Mensagem do mês

Você está sofrendo perseguições? Pagina 2

Papa: cristãos se olhem no espelho antes de julgar Pagina 7


MENSAGEM DO MÊS

Você está sofrendo perseguições? As perseguições aos cristãos são presentes desde quando Cristo nasceu Foto: Wesley Almeida/Canção Nova

Assim como Jesus sofreu perseguições, também aqueles que O seguem as sofrerão. Aí está nosso adestramento: o Senhor não tem receio de nos fazer passar pela provação. A única maneira de criarmos têmpera e nos tornarmos os valentes guerreiros de que Ele precisa é passarmos pela prova, por perseguições. Você está sofrendo perseguicões? Não estranhe: os combatentes de Deus passam por muitas tribulações. Eles são testados no fogo da provação. Não é possível ser cristão e não ser perseguido. Quem não passa, como Jesus, por perseguições não vive um autêntico Cristianismo. Jesus nos mostra isso como bem-aventuranças: “Felizes sois vós quando vos insultam, vos per-

seguem. Com efeito, perseguiram os profetas que vos precederam. Alegrai-vos e regozijai-vos, porque grande é a vossa recompensa nos céus”. Aguenta firme, meu filho, minha filha! Seu irmão.

Monsenhor Jonas Abib Fundador da Comunidade Canção Nova

EXPEDIENTE: O Jornal Família Paroquial tem sede na Rua Anita Garibaldi, 87 - Centro - Itajaí -SC Fone/fax: (47) 3348.3040 | e-mail: jornalba@terra.com.br Colaboradores: Áurea Araújo Silva Francisco, Márcio Reiser, Rodrigo Hogendoorn Haimann e Secretarias Paroquiais da Comarca. Diretor: Carlos Bittencourt (47) 3348.3040 Depto Comercial: Rose de Souza (47) 3348.3040 Diagramação: Solange Pereira Alves (solange@bteditora.com.br) Circulação: Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú, Itapema e Porto Belo

Santa Madre Paulina

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este mês, no dia 9, acontecerá a festa litúrgica de Santa Madre Paulina. Em maio, completaram-se 14 anos de sua canonização. O primeiro milagre atribuído à intercessão de Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus (Amábile Lúcia Visintainer), em 1966, foi o da senhora Eluisa Rosa de Souza, que sofreu morte intrauterina do feto (sétima gravidez) e extração do útero, seguida de grande hemorragia (afibrinogenemia). Madre Paulina foi invocada desde a constatação da gravidade da doença e do prognóstico fatal, com orações feitas publicamente pelos familiares e pelas irmãs enfermeiras, Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que trabalhavam no Hospital e Maternidade São Camilo e Imbituba (SC). O segundo milagre foi a cura, em 1992, da recém-nascida Iza Bruna Vieira de Souza, portadora de uma grave má-formação cerebral (meningoencefalocele occipital de grande porte). No quinto dia de vida, ela foi submetida a uma cirurgia e, depois de 24 horas, apresentou crises convulsivas e parada cardiorrespiratória. A criança foi colocada em um balão de oxigênio e batizada, pois se temia a morte. Depois disso, o quadro clínico se modificou rapidamente sem complicações e, ao contrário do que se previa, a recuperação foi surpreendente. Desde o momento da notícia da gravidez, o bebê foi entregue aos cuidados e à proteção e Madre Paulina pela avó materna, que rezou durante todo o tempo. Madre Paulina fundou em 1890, na cidade de Nova Trento (SC), a Con-

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Áurea Araújo Silva Francisco

gregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição e viu sua obra se expandir pelo país e pelo mundo (Itália, Chade, Camarões, Moçambique, Argentina, Bolívia, Chile, Nicarágua e Guatemala). No Brasil, as Irmãzinhas atuam nas áreas de educação, saúde e geriatria, pastoral, projetos sociais e serviços de apoio, em estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Amazonas. Em nossa cidade, nos orgulhamos do Colégio São José, dirigido por elas. O carisma da Congregação é a sensibilidade para perceber as necessidades e a disponibilidade para servir, animada pela disponibilidade Eucarístico-Marial, que se realiza com espírito de humildade, simplicidade e vida interior. Na Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Itajaí, celebramos todas as segundas-feiras, às 19h30, a missa em ação de graças a Santa Madre Paulina. Oportunidade para agradecer e pedir graças. Convidamos você a participar!


Cristãos no Oriente Médio correm o risco de desaparecer O

s cristãos estão desaparecendo no Iraque e na Síria e já se encontram entre a minoria religiosa mais perseguida no mundo. Esta é uma das conclusões do relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, publicado recentemente pelo parlamento europeu: Os países em que as minorias religiosas são perseguidas são 53, com situação particularmente crítica no Oriente Médio, Paquistão e Nigéria. Somente no Iraque, o número de cristãos caiu de 1 milhão para 200 mil nos anos 90 e pouco mais de 250 mil em 2015. Situação análoga existe na Síria, onde dos 2 milhões em 2011 os cristãos passaram a 600 mil em 2015. Caso emblemático encontra-se em Aleppo, onde permanecem apenas 60 mil cristãos dos mais de 400 mil que ali viviam antes da guerra. Uma perseguição sistemática, que se verifica também contra yazidis e outras minorias muçulmanas. A União Europeia — denuncia o relatório — faz muito pouco. No Paquistão é recordado o abuso da Lei da Blasfêmia, que prevê até mesmo a morte para quem difama Maomé. O caso mais conhecido é o da cristã Asia Bibi, na prisão desde 2009. Mas somente em 2015, cinco pessoas foram condenadas com base nesta lei. Leis ainda mais severas estão em vigor na Arábia Saudita, onde — segundo o relatório — existem “as mais graves violações da liberdade religiosa no mundo” e se pode morrer por apostasia, blasfêmia e “bruxaria”. Já no Irã, os cristãos presos são mais de 90 e seguidamente são vítimas de agressões.

Na África, a situação crítica é na República Centro Africana, onde as milícias da maioria muçulmana Seleka mataram entre janeiro e abril de 2015 mais de 1,2 mil cristãos. Mais de 35 mil, por outro lado, são os civis muçulmanos presos nas zonas controladas pelas milícias cristãs anti-Balaka. No Sudão e na Nigéria, onde em 12 estados do norte está em vigor a Sharia, os não-muçulmanos correm o risco de serem açoitados e sofrerem amputações. Somente em 2016 foram mortos 4 mil cristãos e atacadas 198 igrejas. Mas, por que os cristãos são tão perseguidos. Eis o que respondeu a Rádio Vaticano à porta-voz da Ajuda à Igreja que Sofre-Itália, Marta Petrosillo: “Existem diversos motivos. Antes de tudo porque, como no caso do Oriente Médio, os cristãos são uma minoria em países onde existem atos de desordens e também de tentativas, por parte da religião predominante, de criar Estados de uma única religião. Assim, no caso por exemplo do autoproclamado Estado Islâmico, existe uma impostação direta contra todos os não-muçulmanos. Mas, em geral, os cristãos não são somente perseguidos, mas também discriminados e nível legal: em tantas Constituições existem claras discriminações em relação aos não-muçulmanos. Vimos tentativas de imposição por parte dos fundamentalistas. Penso não somente ao islâmico, mas também, por exemplo, ao hinduísta na Índia ou ao budista, que no Sri Lanka e em Myanmar está atingindo a comunidade cristã de forma grave. Portanto, existem diversos fatores,

Fontana di Trevi tingiu-se de vermelho para recordar cristãos perseguidos no mundo

mesmo a índole pacífica dos cristãos, motivo pela qual a comunidade resulta, sempre mais, a ser a mais perseguida”. RV: Este último Relatório do Parlamento Europeu acusa as instituições europeias de fazer muito pouco para proteger os cristãos. Qual é a situação no que diz respeito precisamente à proteção internacional das minorias cristãs e das outras minorias religiosas? “Existe um claro atraso nas várias ações que foram implementadas na defesa dos cristãos. Na realidade, por parte da União Europeia existe movimento: há pouco foi nomeado um en-

viado para a liberdade religiosa que, mesmo não respondendo diretamente à Comissão Exterior do Parlamento Europeu, representa seguramente um sinal e um passo em frente pelo respeito deste fundamental direito por parte da União Europeia. E em fevereiro passado houve também o reconhecimento do genocídio perpetrado pelo Estado Islâmico contras as minorias religiosas no Iraque e Síria. Isto, certamente, representa outro passo em frente muito importante por parte da União Europeia. Obviamente, tudo isto não basta, mas são necessárias também ulteriores providências sempre mais concretas”.•

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Missionárias da Caridade preparam canonização de Madre Teresa M adre Teresa de Calcutá será canonizada pelo Papa Francisco no próximo dia 4 de setembro. As Missionárias da Caridade preparam-se para o evento com um programa festivo, que se estenderá de 1º a 8 de setembro, e que inclui celebrações litúrgicas e diversas atividades, como a possibilidade de venerar as relíquias da Santa. “Portadora do amor terno e misericordioso de Deus” será o tema da canonização, celebrada no âmbito do Jubileu da Misericórdia. No dia 1° de setembro, às 9h, será inaugurada na Universidade LUMSA a “Exposição da vida, o espírito e a mensagem de Madre Teresa”. Na parte da tarde, das 16h às 20h30, se realizará no auditório Santa Cecília “Festejo familiar com os pobres e para os pobres das Missionárias da Caridade”. No dia seguinte, 2 de setembro, serão celebradas missas em diferentes idiomas na Basílica Santa Anastácia, de Roma. A eucaristia em espanhol será às 10h30 e será presidida pelo arcebispo Emérito de Yucatán (México) Dom Emilio Carlos Berlie. Depois de cada celebração haverá a possibilidade de venerar as relíquias da futura santa.

Catedral de Roma

Já na parte da noite, das 20h30 às 22h, terá lugar na Basílica São João de Latrão a Vigília de Oração com Adoração Solene, presidida pelo vigário geral do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Agostino Vallini. O tema do encontro será “Irradiando a Luz de Cristo: Um chamado à Santidade”. No sábado, dia 3 de setembro, às

10h, terá lugar a catequese do Papa Francisco na Praça São Pedro. Mais tarde, às 17h, a Basílica San Andrea della Valle será a sede do evento “Oração e Meditação Musical”, um Oratório em homenagem à Beata Teresa de Calcutá, seguido pela veneração das relíquias da Beata e a Santa Missa às 19h.

Canonização

No domingo, 4 de setembro, será a missa de canonização da fundadora

das Missionárias da Caridade às 10h na Praça São Pedro, presidida pelo Papa Francisco. Na segunda-feira, 5 de setembro, será celebrada na Praça São Pedro a primeira festa de Santa Teresa de Calcutá e a Missa de Ação de Graças, que será presidida pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin. Na parte da tarde, das 16h às 18h30, terá lugar na Basílica São João de Latrão a veneração das relíquias da nova santa. No dia seguinte, 6 de setembro, os fiéis terão novamente a oportunidade de venerar as relíquias na Basílica São João de Latrão das 7h às 18h30.

Quarto da santa

Por fim, as relíquias serão trasladadas para a Igreja São Gregório Magno no Celio, para a veneração nos dias 7 e 8 de setembro das 9h às

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18h. Os fiéis terão a oportunidade de visitar o quarto de Madre Teresa no Convento de São Gregório das 8h30 às 12h e das 16h10 às 19h. As Missionárias da Caridade escrevem em seu site que a canonização se realiza durante o Jubileu da Misericórdia, “em particular durante a celebração do Jubileu dos Trabalhadores e voluntários da misericórdia”. “Todo o Pontificado do Papa Francisco está marcado pela atenção e o amor pelos últimos, os mais insignificantes e os extraviados, pelos marginalizados, por aqueles que estão na periferia da existência humana — os mais pobres dos pobres. Que apropriado, então, ter Madre Teresa para ser — como poderíamos dizer — a Santa deste Jubileu!”. O programa completo (em espanhol) está no site das Missionárias da Caridade.•


Festa de São Cristóvão e dos motoristas 2016

A

tradicional Festa de São Cristóvão, patrono dos motoristas, acontece na Paróquia situada no bairro Cordeiros, cujo São Cristóvão é o padroeiro A comemoração tem tomado formas diferentes a cada ano. Porém a partir de 2016 o pároco da época, a

administração paroquial e as 18 comunidades pertencentes à paróquia decidiram que era preciso retomar a característica religiosa, que de certa forma estava apagada. “A festa não é uma festa qualquer, não é uma simples celebração; mas sim um momento de fé e devoção a São

Cristóvão, onde clamamos as bênçãos de Deus para os motoristas/condutores através da intercessão do nosso padroeiro. As pessoas que participam precisam ir com este objetivo, e nós precisamos conduzir os trabalhos e as atrações da festa, também voltados para este objetivo. Nossa cidade está repleta de transportadoras, caminhões de grande porte (também devido ao Porto), motos e bicicletas, além dos carros, pedestres e tantas outras atividades que envolvem transporte. Como cristãos, quando dirigimos, somos responsáveis por nossa vida e pela vida dos outros. Nossa festa é uma oportunidade para pedirmos a Deus proteção

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e consciência, e também para celebrar a vida”, disse o Padre Hélio Feuser, atual pároco. Neste ano a festa começou no dia 1 de julho e se encerrará neste dia 10. Neste período haverá a novena em honra a São Cristóvão, que trarão diariamente temas relacionados às Obras de Misericórdia. Neste domingo, dia 10, pela manhã haverá a celebração dos festeiros na Santa Missa das 09h e, logo após, a tradicional procissão dos automóveis, fazendo deste momento um ato de fé e louvor a Deus pela vida de todos os fiéis! Para mais informações acesse: fb.com/paroquiasaocristovao•


A casa mental

Paz e Bem Rodrigo Hogendoorn Haimann, ofs Bacharel em teologia haimann@bol.com.br

Tomem como exemplo a caridade!

V

amos falar sobre a virtude da temperança. A moderação. O autodomínio ou domínio de si mesmo. O padre Francisco Faus escreveu um livro chamado: “Autodomínio: Elogio da temperança” onde ele diz que: “Se há uma virtude que simplesmente desapareceu do panorama moral contemporâneo é a temperança. Não admira que muitas das consequências da intemperança adquiram status de problemas de saúde pública. No entanto, poucas qualidades há que tornem a personalidade mais elegante e atrativa do que o autodomínio. A mulher ou o homem formados nesta qualidade têm senhorio de si, um autocontrole flexível e forte como uma espada bem temperada e, em consequência, têm maior senhorio sobre a própria vida, mais condições para dirigi-la no rumo do bem e da felicidade.” Em resumo: quem vive de forma desregrada não é feliz. A moderação, a temperança, se aplica a vários aspectos da nossa vida. Em nossa afetividade e sexualidade, moderação ao comer e beber, ao falar, ao se encolerizar e em várias outras coisas. Mas quero hoje falar especificamente do comer e da gula. Também dos jejuns e abstinências de comida. Sabemos que Francisco de Assis fazia longos jejuns. Ficava longos períodos sem comer nada. Sabemos também que ele comia com o objetivo de alimentar o corpo e não de satisfazer o paladar. Tanto é que chegava a colocar cinzas em cima da comida para não se deixar envolver pelo sabor. Hoje em dia tenho a impressão de que as pessoas não querem mais fazer jejuns, que acham que isso é antiquado, uma prática medieval, ultrapassada. Talvez por que se recusem a sofrer. Quantas vezes observo dentro da minha própria casa. Temos de tudo. Comida em abundância e muita variedade. E alguém diz: “não tem nada pra comer?” De tão desagradável, chega a ser irritante. É porque naquele momento a pessoa não está procurando alimentar-se e sim satisfazer o paladar. Quer algo diferente. Algo de bom como se diz. E aí mora o perigo da gula. De comer demais. De se passar. De ir além dos limites. “Ah, tá tão gostoso, deixa eu comer só mais um pouquinho”. É a gula. E é pecado. Por outro lado Francisco adverte que também é pecado maltratar o corpo não lhe dando o alimento necessário. Fazer jejuns traz bens espirituais incontáveis, inenarráveis, mas não podemos negar ao corpo o mínimo necessário e assim acabar ficando doentes. Conta-se que um frade já estava morrendo de fome quando gritou por ajuda e Francisco foi socorrê-lo. Nosso Seráfico Pai cuidou bem da sua ovelhinha como um bom pastor e fez um gesto muito bonito. Ele sabia que o frade precisava comer, mas que ficaria envergonhado em quebrar seu jejum. Ficaria

envergonhado em mostrar sua fraqueza, em mostrar que não conseguiu levar adiante um propósito. Então para que o irmão não ficasse mal, Francisco o chama para comer e senta-se a mesa com ele. Também chama vários outros irmãos para que todos comam juntos. Que coisa linda isso! Uma verdadeira família. Onde um ajuda o outro. Um se compadece com o outro. Um toma para si as dores do outro. E sentado à mesa com os irmãos Frei Francisco narra uma longa parábola sobre a virtude da descrição. Ah, meus irmãos, como é bom ser discreto. Como é bom não ser notado. E principalmente, como é bom fazer silêncio em meio a tanto barulho, em meio a tanta falácia. Muitas pessoas se queixam de que eu sou calado. De que eu quase não falo. Eu costumava dizer: “O silêncio é uma virtude”. Mas aprendi que na verdade a virtude é a discrição. Ser discreto é ter temperança. É ser modesto. O mesmo Padre Faus que já citei anteriormente fala também sobre a virtude da discrição: “Vivemos num mundo em que tudo se ventila publicamente. Parece que todos têm o direito de perguntar seja o que for da vida das pessoas, e que estas têm o dever de falar. Caso contrário, ficarão sob suspeita. Enfia-se o microfone e a câmera de televisão, sem que lhes tenham aberto as portas, na intimidade dos lares ou dos ambientes profissionais e religiosos. Propõem-se questionários, como condição prévia para seguir cursos simples, que mais parecem um inquérito policial sobre a vida particular. O mexerico é outro alto-falante, useiro e vezeiro, que espalha em público – entre amigos, parentes ou colegas – o que é de domínio estritamente privado. Um simples senso de decência indica-nos que isto não está certo. E com razão. É um princípio incontrovertível da moral que todo o homem tem o direito de manter reservados aqueles aspectos da vida, sobretudo da vida privada, que os outros – perguntadores ou não perguntadores – não têm direito nenhum de saber; e tem também o direito de calar-se sobre todas as coisas particulares cuja divulgação não serviria em nada ao bem comum e, pelo contrário, poderia prejudicar legítimos interesses pessoais, familiares ou de terceiros”. E Francisco conclui dizendo: “Tomem como exemplo a caridade e não a comida, porque o comer serve à gula, e a caridade ao espírito”. Que possamos também nós vivermos a caridade. Não o assistencialismo, mas a verdadeira caridade cristã que segundo o apóstolo Paulo na sua carta aos Coríntios, tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estes três, mas o maior destes é a caridade. Que assim seja, amém. Paz e bem!

“Se as pessoas soubessem o quanto seus pensamentos determinam a direção de suas vidas, teriam mais cuidado com o que pensam.” Marcio Kühne

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VERDADE é que qualquer situação é resultado de coisas que estão sob nosso controle e de outras que nos escapam. E que faz parte da condição humana errar e aprender com o erro. Se você se entregar ao sentimento de culpa, perderá até a capacidade de reparar o erro. As visitas estão chegando, e a lavadora de louça está vazando água. A água inunda a cozinha e aproxima-se da sala. Você se pergunta: “Por que eu fui inventar de ligar a máquina hoje? Se eu tivesse lavado a louça manualmente, isso não estaria acontecendo. Se eu tivesse esperado para usar a lavadora amanhã, ela não estaria arruinando a minha noite. Bastaria ter um pouco de bom senso. Por que fui comprar essa lavadora? Aposto que, se eu tivesse comprado outro modelo, minha cozinha não estaria inundada!” Quando as coisas dão erradas procuramos logo um culpado e apontamos um dedo implacável

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e acusador para nós mesmos. Ao fazer isso, deixamos de perceber duas coisas: que a gente aprende com o erro e que é inútil desperdiçar tempo nos culpando. Em vez de culpar-se, a mulher de nosso exemplo poderia optar por achar graça no desastre produzido, pensar em fazer diferente numa próxima ocasião, respirar fundo algumas vezes e — quem sabe — convocar os amigos para enxugar a cozinha e a sala? A felicidade não depende do número de coisas ruins que acontecem com alguém. O importante é a maneira de encarar o que acontece: a pessoa que tende a tirar conclusões negativas sobre si mesma quando coisas negativas ocorrem é certamente menos feliz do que a que se trata com complacência. As pessoas que veem a si mesmas como causas dos acontecimentos negativos têm uma probabilidade 43% menor de estarem satisfeitas do que aquelas que não o fazem. (David Niven)•

Márcio Kühne é um dos mais renomados palestrantes do Brasil. Suas palestras abordam temas da gestão organizacional e do comportamento humano, presentes também em seus livros Em Busca da Autoconfiança e O Futuro Não é o Que Se Teme, O Futuro é o Que se Ousa.

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Papa: cristãos se olhem no espelho antes de julgar

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ntes de julgar os outros, devemos olhar no espelho para ver como somos. Foi a exortação do Papa na missa matutina na Casa Santa Marta. O Pontífice sublinhou que aquilo que distingue o juízo de Deus do nosso não é a onipotência, mas a misericórdia. O juízo pertence somente a Deus; por isso, se não quisermos ser julgados, nós também não devemos julgar os outros. Concentrando-se na leitura do Evangelho do dia, o Papa observou que ‘todos nós queremos que no Dia do Juízo, o Senhor nos olhe com benevolência, que se esqueça das coisas feias que fizemos na vida’. Jesus nos chama de hipócritas quando julgamos os outros Por isso, “se você julga continuamente os outros — advertiu — será julgado com a mesma medida’”. “O Senhor — prosseguiu – nos pede para nos olharmos no espelho”: “Olha no espelho... mas não para se maquiar, para que não se vejam suas rugas. Não, não, não é este o conselho... Olha no espelho para ver você mesmo, como é. ‘Por que olha o cisco que está no olho do seu irmão e não percebe a trave que está no seu? Como você pode dizer a seu irmão ‘Deixa eu tirar o cisco do seu olho’, enquanto não presta atenção na trave que está no seu olho?. E como nos define o Senhor, quando fazemos isso? Com uma só palavra: ‘hipócrita’. Tira primeira a trave do seu olho, e só então, poderá ver direito e tirar o cisco do olho do seu irmão”. Rezar pelos outros em vez de julgá-los O Senhor, disse o Papa, podemos notar que “fica um pouco com raiva aqui”, nos chama de hipócritas quando nos colocamos no lugar de Deus”. Isto, acrescentou, é o que a serpente persuadiu a fazer Adão e Eva: “Se vocês comerem isso, vocês serão como Ele”.

Eles, disse o Papa, “queriam tomar o lugar de Deus”: “Por isso é feio julgar. O juízo é só de Deus, somente d’Ele! A nós o amor, a compreensão, rezar pelos outros quando vemos coisas que não são boas, mas também falar com eles: ‘Mas, olha, eu vejo isso, talvez...’ Mas jamais julgar. Nunca. E isso é hipocrisia, se nós julgamos”. Em nossa opinião falta a misericórdia, só Deus pode julgar Quando julgamos, continuou, “nós nos colocamos no lugar de Deus”, mas “o nosso julgamento é um julgamento pobre”, nunca “pode ser um verdadeiro julgamento”. “E por que — pergunta-se o Papa — o nosso não pode ser como o

Deus? Por que Deus é Todo-Poderoso e nós não?” Não, é a resposta de Francisco, “porque em nosso julgamento falta a misericórdia. E quando Deus julga, julga com misericórdia”: “Pensemos hoje no que o Senhor nos diz: não julgar, para não ser julgado; a medida, o modo, a medida com a qual julgamos será a mesma que usarão para conosco; e, em terceiro lugar, vamos nos olhar no espelho antes de julgar. ‘Mas aquele faz isso... isto faz o outro...’ ‘Mas, espere um pouco... ‘, eu me olho no espelho e depois penso. Pelo contrário, eu vou ser um hipócrita, porque eu me coloco no lugar de Deus e, também, o meu julgamento é um julgamento pobre; carece-lhe algo tão importante que tem o julgamento de Deus, falta a misericórdia. Que o Senhor nos faça entender bem essas coisas”.•

1ª Noite de massas do Parque Dom Bosco Você não pode perder. Traga sua família e saboreie deliciosos pratos preparados com muito amor e carinho. Os ingressos já estão à venda na recepção da instituição e com o Grupo Amigas de Dom Bosco. Data: 16/07/2016 - sábado | Horário: 20h | Local: Parque Dom Bosco *Crianças até 7 anos não pagam.

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Santa Paulina do Coração Agonizante de Jesus — 09 de julho “Não desanimeis nunca, embora soprem ventos contrários”

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omo não falar com emoção de Santa Paulina, afinal ela esteve sempre tão próxima de nossas vidas, somos quase vizinhos e para chegar ao seu destino, ela desembarcou as margens do rio Itajaí-Açu, atravessou a nossa cidade de Itajaí e com seus familiares e os demais Imigrantes italianos seguiram em direção a terra prometida das terras catarinenses, Nova Trento. Tive a graça de visitar Trento-Itália e conhecer sua casa paterna, tudo tão simples e tão santo. Por muitas vezes visitei Nova Trento, antes de sua beatificação e canonização, tudo era tão silencioso e pacato, bem diferente do que vemos hoje. Estive em Florianópolis durante sua beatificação, foi um momento inesquecível, ouvir a declaração de beatificação de Madre Paulina da boca de um outro Santo, o Papa João Paulo II. Simplesmente foi um momento único. Amábile Lúcia Visintainer, nascida em 16 de dezembro de 1865, em Vígolo Vattaro-Itália, segunda filha do operário Napoleão Visintainer e Dona Anna Pianezzer Visintainer. O casal teve 14 filhos, todos educados na fé católica e nos rígidos princípios da moral e dos bons costumes. Desde cedo Napoleão ensinou os filhos a lidar com a terra e dela tirar o sustento. Os mais velhos ajudavam a cuidar dos menores e assim por diante. Napoleão trabalhava como pedreiro e com suas mãos calejadas puxava o terço do bolso do paletó e à noite, com a mulher e os filhos, rezava junto o santo rosário com devoção e amor à Virgem Maria. Tudo era muito sublime... Amábile sempre foi uma menina meiga, dedicada, tinha um coração generoso e compassivo, seu olhar estava sempre voltado para os mais pobres, os idosos abandonados, os doentes, e com toda a simplicidade e bondade cativou a comunidade, que nutria por Amábile um carinho especial. Seus irmãos a tinham como uma segunda mãe, sempre que Dona Anna tinha que sair de casa, deixava os pequenos aos cuidados de Amábile. Contando apenas com 8 anos de idade, Amábile se viu obrigada a sair de casa e ir trabalhar numa fábrica de tecidos para ajudar a família. A menina era tão frágil que foi designada para separar os casulos do bicho da seda. O modesto lanche que levava ainda repartia com as outras meninas que nada tinham. Nauela época uma notícia chegou a Vígolo Vattaro e deixou o seu povo em agitação. Vários jornais noticiavam que quem desejasse ir para o Brasil, como imigrante, receberia terra, dinheiro, trabalho, etc. Uma oportunidade única:”vamos tentar a sorte”, é a terra prometida... E assim sendo, em setembro de 1875 cerca de 130 moradores de Vígolo Vattaro partiram para o Brasil. Napoleão e Anna embarcam com seus cinco filhos, Amábile estava com 10 anos. Algumas semanas mais tarde, desembarcam em terras catarinenses, às margens do rio Itajaí-Açu. Quem estava recepcionando o grupo de imigrantes italianos era o Padre João Maria Cybéo, um missionário Jesuíta, vindo do Vale do rio Tijucas, que logo assumiu os cuidados dos trentinos. Assim partiram para o Alferes, que logo se chamou Nova Trento. Sempre foi uma preocupação para os imigrantes a instrução das crianças, para tanto contrataram a professora Marina Dallabrida. A pequena Amábile tinha muita dificuldade para aprender a

ler, mas em seu coração e também no de seus pais brotou uma esperança. Amábile iria receber a primeira comunhão em breve e pediria essa graça ao Senhor e foi o que aconteceu! Amábile sentia em seu coração um desejo de ser toda de Deus e para os irmãos, junto com sua amiga Virgínia Nicolodi, nutria o desejo de servir. Padre Servanzi, confiou às duas jovens o cuidado com a Igreja, o catecismo das crianças e a assistência aos enfermos, missão cumprida com zelo e dedicação pelas duas. Tudo corria bem até que no ano de 1887, estando Amábile com 22 anos, foi tomada pela dor de perder sua mãe. Dona Anna não resistiu a mais um parto. Toda a responsabilidade da casa ficou aos cuidados de Amábile, além do apostolado que lhe fora confiado. Três anos mais tarde, seu pai casou novamente e assim sua vida ficou mais folgada para cumprir sua missão. Os planos do Senhor foram, a cada dia, se descortinando no cenário da vida das duas coloninhas de Nova Trento. O novo pároco Padre Marcelo Rocchi, logo percebeu nas meninas um toque da graça de Deus. Amábile confidenciou a Virgínia seus planos de construir um casebre perto da Igreja onde as duas poderiam rezar e trabalhar pelos mais necessitados. Virgínia gosou da ideia porém questionou como fazer. Se seus pais permitiriam, quem construiria a casa? E o Padre o que diria?”O BOM DEUS VIRÁ AO ENCONTRO. ELE SABE QUE QUEREMOS FAZER A SUA VONTADE; POR ISSO, NA HORA POR ELE ESTABELECIDA, NOS AJUDARÁ”, disse Amábile. Por causa de uma cancerosa, Ângela Lúcia Viviani, que tinha necessidade de cuidados e não tinha quem os fizesse, pois estava em estado quase terminal, as jovens prontamente se colocaram a serviço da doente. Fizeram com tanto amor, que tanto a comunidade quanto o padre, se empenharam em ajudá-las. Padre Marcelo conseguiu um casebre abandonado, que pertencia ao Sr. Benjamim Gallotti, e lá então levaram a sra Ângela. Era um casebre Hospital de 6 metros por 4 metros. Assim, no dia 12 de julho de 1890 , teve

início uma obra de Deus nos sertões de Santa Catarina, tendo como protagonistas duas jovens coloninhas quase analfabetas. São José era o protetor da obra recém fundada. Tudo era muito difícil, a cancerosa a cada dia ficava pior, o quadro era gravíssimo, além do que alguns colonos não apreciavam a vida e o trabalho das jovens. Durante a noite atiravam pedras na casa e não poupavam palavras ofensivas à dignidade das jovens. Depois de um tempo de preparação a enferma pediu para se confessar e morreu na graça do bom Deus. As duas permaneceram no local que serviria para a catequese, momentos de oração, atenção aos pobres e desvalidos. No ano de 1891, Amábile adoeceu gravemente. Tão logo recuperou suas forças e a saúde, foi-lhe revelada em sonho, a missão a ela confiada: ”ela estava num campo coberto de flores, com videiras cheias de cachos maduros de uvas, um grande número de meninas vestidas de branco corriam pelo campo brincando felizes. De repente aparece uma escada feita de nuvens e nos primeiros degraus estava a Imaculada Conceição, que sorrindo aponta para as jovens dizendo: ’EIS AS FILHAS QUE CONFIO A TI’”. Em 1893, o jesuíta Padre Mantero, que muito admirava a vida e o trabalho das jovens, conseguiu um terreno e começaram a construção da nova casa. No dia de NOSSA SENHORA DE LOURDES, 11 de fevereiro de 1894, três jovens partiram para a nova casa, eram elas: Amábile, Virgínia e Teresa. No ano de 1895, no dia 25 de agosto, saiu a aprovação diocesana da Pia União da Imaculada Conceição. Dom José, recomendou a nova Congregação ao padre Rossi e pediu que Amábile preparasse a regra de vida das irmãs Foi, porém no ano de 1896, que as noviças professaram solenemente. Amábile adotou o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus (Madre Paulina), Irmã Matilde da Imaculada Conceição e Irmã Inês de São José. Era um marco para a pequena Nova Trento, nascia uma Congregação, tão somente pela vontade de Deus e pelo sonho de uma coloninha chamada Madre Paulina. A Congregação caminhava a passos largos. No ano de 1938, Madre Paulina se viu obrigada a amputar o braço em consequência de uma gangrena na mão direita, dizia ela: ”vontade de DEUS paraíso meu”. No ano de 1942, Madre Paulina percorreu o seu calvário até que às 5h50 do dia 9 de julho de 1942, Madre Paulina deu por encerrada sua missão terrena, para iniciar a celeste, estava com 77 anos. Foi beatificada em 18 de outubro de 1991 e canonizada em 19 de maio de 2002. Hoje a congregação conta com mais de 600 Irmãzinhas espalhas pelo Brasil e pelo mundo. Santa Madre Paulina, roga por nós que recorremos a vós!

Márcio Antônio Reiser O.F.S.

marcioreiser.blogspot.com (A história dos Santos) marcioantonioreiser@gmail.com


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