Revista Portuária - 18 Julho 2016

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Sumário

12 Frio antecipado

Clima alavancou consumo de itens típicos antes mesmo da chegada do inverno 10 Tainha

37 Volvo

22 Porto de Itajaí

40 Tecnologia

36 Bem-estar

44 Opinião

Com quase um mês de atraso, pescadores industriais iniciam safra

Obras da nova bacia de evolução enfim começam a tomar corpo

Itajaí agora conta com unidade do Sesc de 12 pavimentos

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Regata volta ao mundo passará pela terceira vez por Itajaí

Aplicativo pode otimizar o transporte de cargas em todo o país

Montante perdido com corrupção equivale à construção de 91 aeroportos


EDITORIAL

ANO 15  EDIÇÃO Nº 197 Julho 2016 Editora Bittencourt

Mínimo longe do ideal

Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600 Direção Carlos Bittencourt direcao@bteditora.com.br Diagramação: Solange Alves solange@bteditora.com.br Capa: Leandro Francisca Redação: jornalismo@revistaportuaria.com.br Contato Comercial Rosane Piardi - 47 8405.8776 comercial@revistaportuaria.com.br Sônia Anversa - 47 8405.9681 direcao@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 300,00 A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

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omo se não bastasse o aumento absurdo do leite nos últimos meses, para encarecer a cesta básica, itens como feijão e manteiga também estão impactando na manutenção das casas brasileiras. Levantamento recente do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou que de janeiro a junho todas as capitais brasileiras acumularam alta na cesta básica. Para os catarinenses a situação é a mais crítica, com Florianópolis liderando o ranking de capitais com as maiores altas, com 10,13% no último levantamento. Em seguida vêm Goiânia (9,40%), Aracaju (9,25%) e Porto Velho (8,15%). A única diminuição foi em Manaus (-0,54%). São Paulo foi a capital que registrou o maior custo para a cesta (R$ 469,02), seguida de Porto Alegre (R$ 465,03) e Florianópolis (R$ 463,24). Os menores valores médios foram observados em Natal (R$ 352,12) e Rio Branco (R$ 358,88). Isso leva a refletir sobre outro aspecto, o salário mínimo. Ainda conforme o Dieese, o mínimo necessário para manter uma família de quatro pessoas nessas condições seria de R$ 3.940,24. Valor 4,48 vezes maior do que o mínimo atual de R$ 880. Esses dados nos levam, ainda, há outa reflexão. Que o salário mínimo é defasado sempre soubemos, que a inflação está tomando proporções há muito não vistas sentimos todos os dias. O problema principal é a desigualdade. Enquanto algumas famílias passam o mês com R$ 880, sem acesso à educação de qualidade e serviços básicos de saúde, no funcionalismo público assistimos salários astronômicos e ainda auxílios alimentação, educação, saúde e até moradia, que na maioria dos casos ultrapassam o valor do salário mínimo nacional. O empresariado por sua vez, que não fatura apenas R$ 880, mas também sofre com a inflação, é incentivado a trabalhar sem pensar em crise, afinal, se ela não for lembrada deixará de existir como um passe de mágica. Mais uma vez, piada com o contribuinte!

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Univali coordenará projeto da Petrobras de monitoramento da pesca em SC

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Univali e a Petrobras formalizaram contrato de parceria para a execução do Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira no Estado de Santa Catarina (PMAP-SC), que integra os esforços para a avaliação da interferência entre as atividades pesqueiras e as atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural da área do pré-sal da Bacia de Santos. A execução do projeto é uma exigência do processo de licenciamento ambiental federal conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O contrato foi assinado no dia 24 de abril e as atividades de monitoramento terão início no dia 1º de agosto. Com o acordo, a Univali será responsável pelo monitoramento da atividade pesqueira em cada um dos 36 municípios litorâneos catarinenses abrangendo a totalidade dos aspectos sociais, econômicos, de infraestrutura e de produção da pesca industrial e artesanal necessários para a caracterização e diagnóstico das rela-

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ções entre a pesca e exploração e produção de petróleo no mar. Para Paulo Ricardo Pezzuto, coordenador do levantamento, o estudo permitirá conhecer, definitivamente, o universo da pesca no Estado. "Na área da pesca artesanal, por exemplo, estima-se que sejam capturadas de 6 a 8 mil toneladas por ano no nosso Estado. Acreditamos que esse número seja muito maior, assim como seu impacto na economia. O conhecimento dessas estatísticas é importante para a sobrevivência do próprio setor". O projeto terá a duração de 30 meses. Para a operacionalização das atividades foram alocados 13 profissionais da universidade, entre professores, pesquisadores e técnicos, e outros 30 foram contratados. O projeto prevê, ainda, o desenvolvimento e alimentação de um sistema de informações sobre a atividade pesqueira no Estado.•


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Índice de Confiança do Empresário registra alta de 7,2%, aponta Fecomércio SC

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m cenário favorável começa a se projetar no país e já reflete no comportamento do empresário no Estado. É o que sinaliza a pesquisa do Índice de Confiança do Empresário do Comércio, realizada pela Fecomércio SC. O estudo apontou uma alta de 7,2% no índice que mede a confiança do empresário, na comparação mensal, sinalizando o início de uma possível retomada econômica, após anúncio de medidas econômicas. Mensalmente, a confiança vem ganhando espaço no setor. No último mês, o indicador avançou de 77,7 p.p em maio para 83,30 p.p em junho, chegando muito próximo dos 88,7 pontos registrados no mesmo período do ano passado, em uma escala que vai até 200. Os indicadores avaliados apontam a opinião dos empresários do comércio sobre sua percepção ao segmento comercial, cenário da economia atual e previsões de investimentos. “Essa tímida retomada nos índices aponta certo otimismo do empresário do comércio, que vê nas mudanças da gestão econômica do país uma possível retomada tão logo o cenário adverso de juros altos, inflação e recessão perca espaço. É fundamental que se resgate o dinamismo do mercado, através de medidas estruturantes do novo governo para a retomada da economia”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

Pouco espaço para investimentos Apesar do Índice de Expectativa do Empresário do 8

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Comércio (IEEC) ter uma variação positiva de 11,1% ao mês — dos 116,3 p.p. em maio, o índice foi para 129,2 pontos em junho, a cautela continua como palavra de ordem do comércio nos próximos meses. Um dos motivos desse cuidado pode ser explicado pelo baixo volume de vendas e sucessivas revisões para baixo do PIB, que ainda norteiam as decisões dos comerciantes na hora de investir. O subíndice que aponta o Nível de Investimento das Empresas (NIE) registrou alta de 1,1% por conta da insegurança na economia, em que os empresários optam por estratégias que minimizem os riscos. Na comparação anual, outro indicador que sinaliza o investimento do empresário — Contratação de Funcionários — IC, teve a maior queda no estudo (-21,2%) em relação ao mesmo período do ano passado. Esse resultado marca o pessimismo dos empresários catarinenses em relação às condições atuais de seu negócio, reflexo da redução do crédito, pelo crescimento reduzido dos rendimentos do trabalho e da queda do volume de vendas (-6,7%) na comparação anual. Mesmo com cenário de retração, a confiança do empresário vem sendo restabelecida, se mantendo acima dos 100 pontos, devido às questões microeconômicas — o que o empresário faz do “balcão para dentro”, como promoções, facilidade de pagamento e programas de fidelização do consumidor, possibilitando a movimentação da economia catarinense.•


Cesta básica registra alta de 6,19% em Itajaí

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elo terceiro mês consecutivo, a cesta básica registra alta na cidade de Itajaí. O aumento foi expressivo no mês de junho, com uma alta de 6,19%, passando de R$ 363,39 para R$ 385,88. Os dados são do Projeto Cesta Básica Alimentar de Itajaí, coletados e analisados mensalmente, com monitoramento da equipe Uni Júnior, da Univali. Os principais produtos que contribuíram para a alta foram o feijão preto (51,49%), o leite de vaca (35,89%), a farinha de trigo (20,76%), a batata (10,85%), a manteiga (9,60%), o arroz (8,54%), o tomate (6,36%), o açúcar (5,83%) e o pão francês (5,59%). Apesar do expressivo aumento em junho, os

pesquisadores registraram queda no preço da carne (5,96%), do óleo de soja (2,9%), do café em pó (1,18%) e da banana branca (0,31%). A baixa da carne fez com que o custo da cesta básica não fosse ainda mais elevado, considerando que a carne tem o maior peso na cesta, com 36,25%, seguido do pão francês (11,83%) e da batata (8,73%). Com este aumento no custo da cesta básica em Itajaí, o poder de compra do trabalhador assalariado em relação à compra dos alimentos básicos continua piorando. O custo da cesta básica sobre o salário mínimo passou de 41,29% em maio para 43,85% em junho. Em termos de horas de trabalho para aquisição da cesta, passou de 90 horas e 51 minutos para 96 horas e 25 minutos.•

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Armadores conseguem na Justiça autorização para iniciar pesca industrial da tainha Karine Mendonça

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lgumas traineiras de Santa Catarina saíram ao mar para capturar tainha no último fim de semana de junho. Após enfrentarem um mês inteiro de recursos junto à Secretaria de Pesca para emissão das licenças, a safra foi iniciada graças a um mandado de segurança impetrado pelos armadores na Justiça Federal. Com o atraso, a classe enfrenta dificuldades para encontrar cardumes. Outras embarcações também tentam na Justiça reverter o quadro, embora a safra já seja considerada perdida. A última palavra da Secretaria de Pesca foi de indeferimento aos recursos dos armadores catarinenses para terem acesso às licenças de pesca da tainha. A pasta mantém a argumentação de que os barcos catarinenses pescaram em local proibido no ano passado. Para reverter a situação, alguns armadores buscaram apoio na Justiça Federal de Santa Catarina. Foi então que a magistratura catarinense

Fernando Alexandre

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concedeu liminar favorável ao mandado de segurança impetrado por alguns armadores. Segundo o armador e coordenador da câmara setorial do Cerco do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), Hemerson Nagel, o Carioquinha, a Justiça autorizou 10 embarcações a iniciarem a pesca da tainha. As embarcações tiveram de subir ao Sudeste do país, pois apenas na região do Rio de Janeiro é que estão encontrando cardumes de tainha. “Estamos passando dificuldade para encontrar. Ninguém vai ganhar nada, estamos apenas tentando minimizar o prejuízo”, comenta Carioquinha. De acordo com o Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), o prejuízo da categoria é estimado em R$ 60 milhões. Ao todo, poderiam ser liberadas 40 licenças para pesca industrial da tainha, cuja safra iniciou em 1º de junho e segue até 31 de julho. •


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COMPRAS DE INVERNO

Vestuário e gastronomia aquecem economia Karine Mendonça

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or trás de toda explicação científica para a chegada antecipada do frio, com registro de mínimas históricas, há um comércio efervescente que levanta as mãos para o alto e agradece pelo ar gelado que veio para aquecer a economia. Setores do vestuário e da gastronomia são os que mais lucram com o frio rigoroso em Santa Catarina. Enquanto as vendas em datas comemorativas, como Dia das Mães e Dia dos Namoradores, ficaram abaixo da expectativa — Itajaí registrou, inclusive, o menor tíquete médio no Estado com presentes na data romântica (R$ 142,08) — o frio veio para dar novo ânimo ao setor varejista. De acordo o presidente da Associação Centro Lojas Itajaí e diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Bonaldo de Oliveira, antes mesmo de o inverno começar já tinha empresário pedindo reposição de estoques. “Este ano está totalmente atípico por causa da economia. O que movimentou nosso comércio foi o frio. Gostaríamos de ter essa estação bem definida todos os anos para beneficiar o nosso comércio”. Para além do vestuário, mais uma prova de que o 12 • Julho 2016 • Economia&Negócios

inverno pode ser muito lucrativo foi a criação do Festival Gastronômico Balneário Saboroso. Já em sua sétima edição, o evento movimentou quase R$ 500 mil no ano passado com uma simples promoção: oferecer um menu completo por um preço fixo. Neste ano, 38 restaurantes das mais variadas especialidades aderiram à oferta de entrada, prato principal e sobremesa pelo valor de R$ 49,90 por pessoa. De acordo com o presidente do Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau, João Francisco Barão, entidade responsável pelo evento, a proposta é movimentar a cidade litorânea durante a baixa temporada. Só em 2015, o festival serviu mais de 12 mil pratos da promoção. A classe empresarial encara o evento como uma oportunidade de captar novos clientes. “Esta é uma grande oportunidade para os restaurantes mostrarem seus diferenciais e conquistarem o cliente com um preço atrativo. É muito comum os clientes acabarem voltando depois dessa experiência”, comenta Barão que também é dono de dois restaurantes. O festival segue até o dia 31 de julho.


PRODUÇÃO DE VINHO Com as baixas temperaturas os vinhos também se fazem mais presentes no dia a dia da população. De acordo com o enólogo Honório Francisco Prando, criador da Vinícola Prando, que funciona desde 2009 em Itajaí, os tintos são os mais procurados, pois combinam perfeitamente com pratos quentes. Turistas de outros estados procuram a vinícola artesanal para levar na bagagem o internacionalmente premiado vinho catarinense. “No inverno aumenta a procura, está quase dobrando as vendas”, revela o especialista que também é agrônomo e doutor em Ciências Biológicas. Para os iniciantes na apreciação do suco da videira, harmonizar o vinho ao cardápio pode parecer difícil.

Responsável pela única vinícola de vinhos finos da região de Itajaí, Honório esclarece que os vinhos menos agradáveis ao paladar são os coloniais, aqueles vendidos em grandes galões, pois não respeitam o processo natural de fermentação do vinho e, geralmente, levam adição de água e açúcar. Os mais populares são os vinhos industriais que forram as prateleiras dos supermercados. Economicamente falando são uma boa pedida, pois apresentam preços acessíveis. No entanto, é preciso considerar que eles levam conservantes, corantes, estabilizantes e outros produtos que aceleram o processamento das uvas.

TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES 30 anos transportando com agilidade e rapidez

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Já os melhores, e por isso com custo mais elevado, são os artesanais que seguem o conceito “vinho de autor”. “Um bom vinho artesanal depende da qualidade da uva, um conhecimento profundo de agronomia e arte”, opina Honório revelando que os vinhos dele levam quatro anos até ficarem prontos para a comercialização. A vinícola no bairro Itaipava produz anualmente, em média, 10 mil garrafas entre as variedades Cabernet Sauvignon, Merlot, Tannat, Carménère, Pinot Noir e Chardonnay. Na Villa Prando, as uvas selecionadas manualmente pelo próprio especialista vão para os tanques e são processados em temperaturas de no máximo 25 graus, pois abaixo dessa temperatura é que se proliferam os microrganismos desejáveis para o vinho. As uvas ficam até 15 dias nesse processo com a casca. Quando começa a fermentação, ou seja, a combustão da doçura da uva em álcool, a parte

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sólida é separada da líquida e outra fermentação ocorre sem a presença da casca. Depois, explica Honório, o vinho vai para as barricas de carvalho e fica estagiando o tempo que for necessário. Só depois o vinho será engarrafado e descansará por mais um ano, para depois ser comercializado.

SAIBA HARMONIZAR • Cabernet Sauvignon: Paladar leve, de persistência média, equilibrado e fácil de beber. Combina perfeitamente com as refeições do dia a dia, além de pizzas, carnes grelhadas ou assadas (especialmente quando preparadas com molhos agridoces e leves) como frango, peru, tender e lombinho de porco. • Merlot ou Tannat: Sabor equilibrado, macio e persistente. Devido a sua grande estrutura e potência, estes dois tipos de vinho harmonizam com pratos requintados e de sabor intenso como carnes de cordeiro, perdizes, javali, carnes suínas e tábuas de frios. • Carménère: De sabor marcante e bem estruturado, combina com carnes vermelhas, assados em geral e até mesmo uma bela feijoada. Evite harmonizar este vinho com pratos que levem molho de tomate. • Licoroso: De alto teor alcoólico, harmonizam com carnes mais gordurosas e apimentadas.


ENTENDA O FRIO

Em maio já é esperada uma queda progressiva nas temperaturas. Mas o que dizer quando em pleno abril é preciso resgatar os casacos pesados do fundo do armário para se proteger da intensa massa de ar gelado? O meteorologista da Epagri/ Ciram, Clóvis Corrêa, encontrou os “culpados”: os bloqueios atmosféricos. Segundo o especialista, viemos de um verão com temperaturas intensas e isso formou um bloqueio atmosférico no Pacífico. Desta forma, as massas de ar frio não tinham força para se infiltrar gradativamente e reduzir aos poucos as temperatu-

ras. Houve, então, um acúmulo das massas de ar frio que, agora mais fortes, conseguiram romper o bloqueio e provocaram as quedas bruscas nas temperaturas. Em abril foram registradas mínimas recordes no Estado para a época. Blumenau registrou 9°, Lages -0,7° e São Joaquim teve temperaturas negativas, alcançando até -2,9°. Embora as temperaturas já estejam amenas há muito tempo, o inverno começou mesmo em junho e se estende até setembro. Entretanto, é esperado frio típico até agosto, quando deve ocorrer ainda chuva acima da média. •

Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis Economia&Negócios • Julho 2016 • 15


Ministro rejeita cobrança do INSS sobre exportações do agronegócio

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ministro da Agricultura, Blairo Maggi, rejeitou em junho a proposta de cobrar INSS das empresas exportadoras do agronegócio. A proposta é estudada como parte da reforma da Previdência Social que está sendo preparada pelo governo do presidente interino Michel Temer. A ideia de cobrar contribuições à Previdência Social já era discutida durante o governo da presidenta afastada Dilma Rousseff, e foi abraçada pela equipe econômica do governo interino. O potencial, de acordo com o grupo de

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trabalho que estuda a reforma previdenciária, é de que a medida possa dobrar a contribuição do setor rural ao INSS, hoje de R$ 7 bilhões. Sindicalistas que participam das discussões sobre a reforma previdenciária também defendem a medida como uma fonte de recursos capaz de amenizar a perda de direitos do conjunto completo dos trabalhadores. As empresas exportadoras do agronegócio são hoje as únicas que têm sua mão de obra isenta, por lei, do pagamento da contribuição do INSS. “Notícias publicadas dizem que o governo quer mexer nisso. Não sei que área do governo pretende taxar o agronegócio de exportação na alíquota do INSS ou coisa parecida. Não posso concordar com isso, nós não podemos concordar”, disse Maggi durante audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado. O Ministro acrescentou ter se reunido - por mais de quatro horas — com Temer e outros ministros do setor produtivo para discutir propostas que possam injetar entusiasmo na economia, sem nenhuma menção à sugestão de taxar INSS ao agronegócio.•


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Preços dos alimentos continuarão elevados, mas a culpa não é do produtor “Não culpem os produtores rurais pelo encarecimento dos alimentos”. O apelo é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, ao analisar o comportamento dos preços das carnes, arroz, feijão, milho e leite no mercado nacional. Ele aponta que o clima hostil, os preços pouco remuneradores, a inexistência de estoques reguladores e falta de gestão no abastecimento criaram um quadro de escassez e de elevação de preços para os consumidores. O dirigente mostra que a escassez de milho e o seu consequente encarecimento se refletiram no aumento dos custos de produção das carnes em geral, especialmente de aves e suínos, e também do leite. Vários fatores levaram à aguda redução da oferta de milho. Um foi a redução da produção. Em 2005, 106 mil produtores rurais catarinenses cultivavam 800 mil hectares com milho e colhiam entre 3,8 e 4 milhões de toneladas. Nesses dez anos, a área plantada foi se reduzindo paulatinamente e, em 2015, foram cultivados 350 mil hectares de lavouras para uma produção estimada em 3,0 milhões de toneladas para um consumo estadual de 6 milhões de toneladas. No plano federal, Pedrozo entende que faltou planejamento e ação preventiva da Companhia Nacional de Abastecimento que não alertou para o perigo das expor18 • Julho 2016 • Economia&Negócios

tações maciças de um insumo essencial para importantes cadeias produtivas. “É preciso também lembrar que as agroindústrias poderiam ter sinalizado a intenção de pagar melhores preços e, assim, estimular a produção e a retenção do milho no mercado interno”, observa ao notar que no ano passado os preços do milho não agradaram os produtores. Por outro lado, a atual situação cambial estimulou a exportação de milho. O presidente da Faesc explica que é estimada redução de 10% da produção total em relação à safra 20142015. O milho primeira safra apresentou queda na área plantada de 11% e redução da produtividade em 2%, sendo que a produção total reduziu 12,8%. A área plantada de milho primeira safra tem sido substituída pelo plantio de soja nas três últimas safras. Já o milho segunda safra teve expansão de área plantada de 7,6%, porém a produtividade reduziu 14,9% em relação à safra 2014-2015. A falta de chuva que atinge o centro-oeste brasileiro deve gerar perdas nas lavouras de milho safrinha. Os produtores do Mato Grosso que começaram a colher o cereal contabilizam os prejuízos causados pela estiagem. Em algumas propriedades, a perda de produtividade das áreas plantadas está acima dos 50%.


Artigo

Arroz e feijão Na esfera nacional, a produção de arroz deve cair 14,3% em relação à safra 2014-2015. Também houve redução da área plantada em quase todos os estados produtores e o excesso de chuvas ocasionou plantio fora da janela ideal e baixa luminosidade, com efeitos sobre a produtividade na região sul. Santa Catarina é o segundo maior produtor de arroz do Brasil. As principais microrregiões produtoras são Litoral sul e norte e Alto Vale do Itajaí. O Estado cultiva cerca de 150 mil hectares e produz em torno de 1,1 milhão de toneladas. O Brasil é o terceiro maior produtor de feijão, atrás somente do Myanmar e da Índia. Esses três países mais o México respondem pela metade do feijão do planeta. Para abastecer o mercado interno será preciso importar 200 mil toneladas de feijão preto, pois o produto está escasso e encareceu por conta de uma intensa seca. Esta foi a principal razão que levou o governo federal a suspender temporariamente o Imposto de Importação aplicado ao grão, com a meta de garantir o abastecimento, sem pressionar mais os preços. Neste ano, a área plantada de feijão vai totalizar cerca de 3 milhões de hectares no país, a menor registrada desde o início da série histórica da Conab, em 1976. A queda da produção do feijão preto, forçada pela seca e também pela incidência de pragas, que comprometeram a primeira e a segunda safras, já encerradas, disparou os preços do produto, que apenas durante maio aumentaram 23,39%, de acordo com os dados oficiais. Preços desestimulantes e a seca derrubaram a produção. Santa Catarina cultiva 77.051 hectares e produz 140 mil toneladas de feijão.

Leite Pedrozo assinala que as condições climáticas também afetaram dramaticamente o mercado de lácteos. O excesso de chuvas no sul do Brasil e a seca no centro-oeste reduziram a oferta de leite no mercado interno, forçando para cima os preços dessa matéria-prima. A diminuição na oferta, decorrente basicamente da menor produção de leite, deve manter-se nos próximos meses, confirmando o viés de alta. O clima prejudicou a recuperação das pastagens, o custo da nutrição subiu muito e muitos criadores venderam parte do plantel de vacas leiteiras para abate em razão da forte valorização da carne bovina. A Faesc prevê que o preço do leite no varejo continuará em alta pelo menos até setembro, quando as pastagens começam a melhorar e a produção reagirá. Além da escassez da matéria-prima, os custos de produção se manterão elevados. Santa Catarina é o quinto produtor nacional, o Estado gera 2,9 bilhões de litros/ano ou 8,1 milhões de litros por dia através de 80 mil produtores. Praticamente todos os estabelecimentos agropecuários produzem leite, o que gera renda mensal às famílias rurais e contribui para o controle do êxodo rural. O oeste catarinense responde por 73,8% da produção. •

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As novas faces da construção civil

ste definitivamente tende a ser um ano atípico. A retração é a atual realidade, presente em diversos setores, especialmente na construção civil. O aumento da inflação, cuja variação bateu a casa dos 0,55% em janeiro, a baixa nas vendas líquidas de unidades imobiliárias, a queda nas vendas de materiais de construção de 20,5% já no início do ano e o encerramento de mais de 514 mil vagas de trabalho demonstram que está ligado o sinal de alerta. Construtoras e empreiteiras em todo o país recorreram à venda de alguns de seus ativos para sair da crise, mesmo as que ainda não se encontram em recuperação judicial ou extrajudicial. O cenário econômico tem sugerido cautela e ao mesmo tempo criatividade, o que culminou na busca por ideias que têm sido avassaladoras em outros países. Cite-se como exemplo a plataforma do “crowdfunding imobiliário”, conceito que tem obtido sucesso em países da Europa e principalmente nos Estados Unidos. O crownfunding imobiliário, cuja tradução significa “financiamento pela multidão”, consiste no financiamento de grandes projetos contando com centenas ou milhares de pessoas, fomentando a captação de recursos sem qualquer dificuldade. O projeto visa atrair pequenos e médios investidores, com aportes mínimos a partir de R$ 1 mil, o que possibilita que estes pequenos e médios investidores consigam investir em projetos, ainda que em proporção menor do que os grandes. Ocasionada a venda de todas as unidades, o capital investido é corrigido e devolvido em determinado prazo, como se fosse uma aplicação monetária. Em outros projetos, o investidor possui participação nos lucros do empreendimento na proporção do seu aporte. Entretanto, por ser relativamente novo no país, o crowdfunding ainda não foi regulamentado pela legislação brasileira. Alguns tem optado ainda pela construção no sistema de condomínio fechado, por ser uma modalidade de construção a preço de custo. Nesta plataforma, é formado um grupo de cotistas que será responsável pelo fornecimento do capital necessário para todos os custos gerados pelo empreendimento, desde o início até a conclusão e entrega das unidades, o que contempla não somente os custos de construção, mas também tributos, emolumentos, despesas legais, entre outros. É nomeado um gestor no intuito de ser o responsável técnico pela condução da obra e pela gerência de todas as atividades administrativas, geralmente pessoa jurídica que já atue na construção civil, o qual é remunerado pela cobrança de um percentual sobre os valores do custo previsto, honorários que por sua vez já estão incluídos no orçamento da obra. A qualquer tempo as despesas podem ser apreciadas, bem como periodicamente são realizadas prestações de contas para acompanhamento dos condôminos, que elegem uma comissão de representantes para tal fim, tudo conforme predetermina a Lei 4.591/64. O custo da unidade acaba sendo mais atrativo ao investidor, bem como o valor total da obra é diluído entre os cotistas, o que desonera a construtora, que acaba por administrar o capital do grupo sem que haja desencaixe próprio. Soluções inovadoras prometem estender a vida útil de inúmeras pessoas jurídicas em tempos de crise, afinal, a reestruturação estratégica e operacional são mecanismos indissociáveis do guia de sobrevivência.• Pedro Henrique Almeida da Silva OAB/SC 40.495 Sócio do escritório Silva e Silva Advogados Associados Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) - 2014/2015. Pós-graduando em Direito Societário pela Universidade Cândido Mendes (UCM) – 2015/2016. Analista em Comércio Internacional pelo Centro Europeu - 2013. Cursou Direito Tributário Verticalizado pela Fórum - 2014. Advogado atuante nas áreas Tributária, Aduaneira, Societária e de Negócios em nível administrativo e contencioso. Economia&Negócios • Julho 2016 • 19


Artigo

Previsibilidade para os investimentos nos portos

Por Patrício Jr. Presidente do Porto Itapoá e vice-presidente da Associação dos Terminais Privados (ATP)

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No momento em que o país trabalha para reorganizar a sua economia e voltar a atrair investimentos, sobretudo para o setor de infraestrutura, que é indispensável ao desenvolvimento, cabe realçar o papel crucial que os terminais portuários privados têm desempenhado. Pelos portos passam mais de 95% de nosso comércio exterior, o que significa que a maior ou menor eficiência deste setor terá impacto direto na competitividade da cadeia produtiva nacional. Os terminais privados respondem hoje por mais de 60% desse movimento, e é a partir deles que o setor poderá se expandir. Portos congestionados, com fila de navios à espera para atracação, é um fator de ineficiência a ser combatido, pois gera custos desnecessários. Trata-se de uma imagem anacrônica com a qual não podemos mais conviver. A entrada em operação de dezenas de Terminais de Uso Privado (os chamados TUPs) nos últimos anos permitiu equacionar parte da demanda reprimida por serviços portuários, sem, contudo, resolver totalmente o problema. Serão necessários ainda grandes aportes de recursos para garantir total eficiência ao setor. Para que muitos desses terminais fossem definitivamente implantados e viessem a entrar em operação — evitando, assim, um colapso, em função da forte demanda — foi fundamental a segurança jurídica promovida pela nova Lei dos Portos (Lei número 12.815, de Junho de 2013), que eliminou a obrigatoriedade de os empreendimentos privados movimentar carga própria de forma preponderante. Mas se o marco legal foi a condição indispensável para a modernização portuária, ainda não foi a condição suficiente, o que significa dizer que o governo, ora legitimamente empenhado na tarefa de acelerar os investimentos em infraestrutura, dentro daquilo que já denominou "Programa Crescer", deve atentar para medidas complementares que venham a estimular o setor privado a de fato concretizar novos projetos. Neste sentido, toda a atenção deverá ser dada aos licenciamentos, mas não apenas aos de novos terminais como aos de ampliação e modernização das instalações já existentes, uma vez que esses processos têm levado muito mais tempo do que a razoabilidade — princípio que deve reger as ações dos entes públicos — autorizaria. Há casos de licenças para expansão de terminais já em operação que demoram mais de dois anos para serem emitidas. Esse tipo de obstáculo burocrático constitui um

entrave muito mais grave ao desenvolvimento do setor do que os próprios gargalos estruturais, pois a eliminação desses depende da solução daqueles. Recursos financeiros imprescindíveis para o destravamento dos projetos portuários têm sido mantidos engessados por conta desa demora. São também empregos e renda que deixam de ser gerados. O problema tem ainda o grave efeito colateral de inibir outros possíveis investidores. O pior é que o gargalo burocrático, fruto da falta de agilidade de órgãos ambientais, também tem retardado as obras de dragagens. Ora, de nada adianta termos terminais privados de última geração — como hoje já existem vários no país — se o seu acesso marítimo não está garantido. Imbróglios jurídicos, decorrentes da falta de clareza em algumas licitações, também contribuíram para gerar mais atrasos nas dragagens em vários portos. Da mesma forma, a melhoria dos acessos rodoviários e ferroviários aos terminais têm esbarrado em entraves burocráticos não mais admissíveis. Para se ter ideia de como a demanda pelos serviços portuários será grande no momento em que a economia voltar a crescer — o que torcemos para que seja em breve — basta dizer que, apesar da crise, nossas exportações totais por via marítima cresceram 10,7% no primeiro bimestre deste ano (para 100 milhões de toneladas) em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre, a movimentação de carga do setor portuário alcançou 230,9 milhões de toneladas, 2,9% superior ao mesmo período do ano passado (224,7 milhões de toneladas). O dado mais importante é que são justamente os terminais privados os maiores responsáveis pelo desempenho, movimentando 148,6 milhões de toneladas nos três primeiros meses de 2016, o que representou 64,3% do total e um crescimento de 2% em relação a igual período de 2015. Note-se, apesar da recessão. O governo aposta nos terminais privados para a expansão e modernização do setor. Prevê investimentos da ordem de R$ 20 bilhões até o final desta década, com a entrada em operação de nada menos que 50 empreendimentos, sem contar a ampliação dos já existentes. Tudo factível, desde que o investidor tenha segurança e previsibilidade para planejar seus investimentos dentro de cronogramas de licenciamento razoáveis. Pois, sem previsibilidade, transparência nas regras e prazos bem definidos, ninguém investe. •


Ipea diz que crise econômica começa a perder fôlego

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evantamento divulgado no dia 17 de junho pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) diz que a crise econômica que atinge o país começa a perder fôlego. Apesar disso, ainda há um longo caminho para a recuperação do país, de acordo com o coordenador do Grupo de Conjuntura do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior. Os dados constam na Carta de Conjuntura, que avalia dados econômicos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o Ipea, os sinais de que a crise está perdendo fôlego podem ser percebidos principalmente na indústria nacional. Além disso, a desvalorização do real ante o dólar, de acordo com o Ipea, beneficia o setor exportador brasileiro, principalmente nos segmentos têxtil, madeireiro e de calçados. Além de aumentar a competitividade brasileira no setor externo, a desvalorização do real também está estimulando a substituição de importação na produção de alguns bens intermediários, ou seja, nos insumos usados pelo setor produtivo. Por outro lado, no entanto, a moeda nacional desvalorizada torna a importação de máquinas e equipamentos mais cara, prejudicando investimentos no setor produtivo. Diferentemente da indústria, os setores de serviços e comércio ainda estão em retração. “Os serviços tendem a levar um tempo maior para se recuperar porque depende muito da renda dos consumidores e essa renda vai demorar a se recuperar por conta da questão do emprego”, disse Souza Júnior. A renda e o aumento de desemprego têm prejudicado a recuperação da demanda doméstica por bens e serviços. “A gente vê um longo caminho [para a recupe-

ração da economia], porque a gente olha para os indicadores de confiança, principalmente dos consumidores, e vê que eles ainda estão muito pessimistas”, afirmou o pesquisador.

Prévia da confiança da indústria registra melhor patamar desde fevereiro de 2015 A prévia do Índice de Confiança da Indústria apresentou alta de 3,9 pontos em junho deste ano, em relação ao resultado consolidado de maio. Com o crescimento, o resultado preliminar chegou a 83,1 pontos, em uma escala de 0 a 200 pontos, o maior patamar desde fevereiro de 2015. Os dados são da Fundação Getúlio Vargas. O principal motivo para o crescimento da prévia do índice foi o aumento do otimismo do empresário da indústria em relação aos próximos meses. O Índice de Expectativas, que mede a confiança para o futuro, cresceu 7 pontos em relação ao resultado consolidado de maio e chegou a 85,2 pontos na prévia de junho.• Agência Brasil

Economia&Negócios • Julho 2016 • 21


Iniciam efetivamente as obras da nova bacia de evolução em Itajaí Depois de muita espera, setor comemora o início das obras dos novos acessos aquaviários do Complexo Portuário do Itajaí

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assados cerca de 30 dias do início efetivo das obras dos novos acessos aquaviários do Complexo Portuário do Itajaí, a Triunfo Engenharia, empreiteira responsável pela obra, garante que os trabalhos seguem dentro do cronograma proposto. A primeira ação foi a retirada das pedras carapaças – que dão a sustentação ao molhe e impedem a ação das correntezas sobre a estrutura subaquática. Agora os trabalhos concentram-se na retirada dos núcleos, para que ainda na primeira quinzena de julho ocorra a retirada dos molhes transversais, também chamados de espigões. “As obras para reestruturação do canal de acesso e instalação da nova bacia de evolução estão em plena execução”, garante o supervisor da obra, engenheiro Alexandre Barbosa Marujo. Ele informa que em março a Secretaria de Estado de Infraestrutura autorizou a Triunfo a iniciar a mobilização, que compreendeu fechar o acesso ao molhe norte, de Navegantes, para limpeza e construção do canteiro de obras, transporte e montagem dos equi22 • Julho 2016 • Economia&Negócios

pamentos – guindastes, escavadeiras, draga de sucção e recalque, caminhões fora de estrada e basculantes, flutuantes, embarcações e trator, entre outros – e contratação de mão de obra. Paralelamente à retirada dos espigões, informa Gustavo Bassi, da Triunfo, será dada continuidade à montagem do canteiro de obras, com a instalação de mais escritórios, refeitório, vestiário, oficina e toda infraestrutura de apoio necessária ao andamento dos trabalhos. “Após a retirada das pedras, dos molhes transversais e da guia corrente, no Saco da Fazenda, devemos iniciar o aprofundamento do canal com dragagens”, disse Bassi. Hoje 80 pessoas, das empresas Triunfo, Prosul e Caruso Engenharia, atuam direta e indiretamente na obra. Número que deve chegar a 150 trabalhadores no auge da obra, daqui a cerca de seis meses. A conclusão da primeira etapa da obra deve ocorrer em 18 meses, contados a partir de junho. Já a segunda depende ainda da busca de recursos junto a União. Ação


" Com a autorização para início dos serviços, começou a ser executada a remoção da carapaça do Molhe Norte e em seguida, teremos a remoção dos molhes transversais, Alexandre Marujo

"

da Superintendência do Porto de Itajaí, junto a bancada catarinense, resultou na alocação de recursos da União no orçamento deste ano para a obra, com R$ 40 milhões já garantidos para 2016.

“A nova bacia de evolução é a obra mais importante para a sustentabilidade do Porto de Itajaí em médio e longo prazo. Temos que estar preparados para atender a demanda dos armadores, que colocam navios cada vez

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maiores para servir seus principais mercados, entre eles, o Brasil, que representa o maior volume do comércio exterior da América do Sul", destaca o superintendente da APM Terminals Itajaí, Ricardo Arten.

O projeto

A obra dos novos acessos aquaviários ao Complexo Portuário consiste na construção de uma bacia de manobras nas proximidades da foz do rio Itajaí-Açu, em frente à Bahia Afonso Wippel (Saco da Fazenda). Na primeira etapa serão investidos R$ 104 milhões pelo Governo do Estado. As obras englobam o alargamento do canal e parte da nova bacia de evolução, com 480 metros de diâmetro, que vai possibilitar operações com navios de até 336 metros de comprimento, com 48 de boca. Hoje o Complexo está limitado a operar navios de 306 metros, o que faz com que o Porto de Itajaí e demais terminais que formam o Complexo percam mercado com o constante aumento no tamanho dos navios que trafegam na costa brasileira. A segunda etapa das obras, estimada em cerca de R$ 208 milhões, vai garantir ao Complexo uma bacia de 530 metros de diâmetro, com capacidade para operar navios de

Antonio Ayres dos Santos Júnior, superintendente do Porto de Itajaí 24 • Julho 2016 • Economia&Negócios

Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente administrativo da Portonave até 366 metros de comprimento e 51 metros de boca. Essa etapa também prevê a realocação do molhe norte, possibilitando que o canal de acesso fique com a largura de 220 metros. A obra também vai minimizar o impacto das enchentes da bacia hidrográfica do Itajaí, uma vez que o alargamento e aprofundamento proporcionará o aumento na vazão na foz. “A nova bacia de evolução e a readequação dos acessos vai possibilitar que recebamos navios de ultima geração e que possamos dar continuidade ao crescimento de nossa região, fazendo com que Itajaí volte a apresentar o maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e Navegantes continue sendo o município com maior índice de crescimento”, acredita o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior. Ele destaca a importância da obra não apenas para a economia regional, mas para o crescimento do comércio internacional catarinense e brasileiro com o um todo. Atualmente, no mundo, já trafegam navios com até 395 metros de comprimento e, na costa brasileira, navios com até 334 metros. A tendência é de que esses navios de maior porte logo cheguem ao Brasil. Caso os portos não se adaptem, não receberão navios dessas novas gerações.


“Se atualmente alguns portos brasileiros têm condições operacionais para receber navios de 336 metros de comprimento, talvez em menos de dois anos tenhamos navios dessas dimensões, que comportam 12 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), também chamados de Novo Panamax, uma vez que este é o tamanho máximo de navio a cruzar o Canal do Panamá desde de 2015”, acrescenta Ayres.

Impasses burocráticos emperraram o processo A audiência pública sobre o projeto de reestruturação do canal de acesso e da nova bacia de evolução do rio Itajaí-Açu foi realizada em dezembro de 2013 e em pouco tempo foi emitida a Licença Ambiental Prévia (LAP). Cumprida essa etapa, o Governo do Estado e a Superintendência do Porto de Itajaí assinaram, em setembro de 2014, um Termo de Cooperação para que fosse lançado o edital de concorrência pública. A projeção inicial era de que as obras fossem iniciadas até janeiro de 2015. Cumpridos os prazos legais, foi declarada vencedora da concorrência pública a empresa Triunfo Engenharia. A ordem de serviço foi assinada pelo governador Raimundo Colombo em março de 2015. A partir daí a empresa contratada elaborou o projeto executivo no prazo contratual de 90 dias. Com o projeto concluído foi contratada a empresa para a realização do projeto para a obtenção da Licença Ambiental de Instalação (LAI), que foi expedida em dezembro de 2015. No entanto, paralelamente e conforme determina a lei, foi licitada uma empresa para fazer a fiscalização das obras. Decorrido o tempo de estudos e elaboração do edital, o mesmo foi publicado em dezembro do ano passado. Porém, uma das nove empresas participantes entrou com recurso e acabou emperrando o processo, que somente foi concluído em maio deste ano. A empresa Prosul, de Florianópolis, venceu a licitação e contrato foi assinado pelo Governo do Estado somente em junho. Essa era a definição que faltava para a Triunfo dar início efetivo aos trabalhos da primeira etapa.

O primeiro mês de obra foi muito positivo. Conciliar montagem de canteiro com obra e obter produtividade nos dois quesitos foi muito bom para nós. Podemos considerar isso uma vitória, Gustavo Bassi

"

“Este investimento é necessário para que a região continue avançando. A conclusão desta obra irá permitir a atração de novas linhas de navegação, manter os terminais aqui localizados competitivos, fomentar a economia e gerar empregos”, explica o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas. •

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PortosdoBrasil

Superintendência do Porto do Rio Grande desmente notícias de fechamento

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pós um burburinho de que o Porto do Rio Grande estaria prestes a fechar, a superintendência da unidade esclareceu que em nenhum momento o porto esteve fechado durante o mês de junho. Segundo a autoridade portuária, o que ocorreu foi a impraticabilidade da Barra do Rio Grande, tornando inviável a entrada e saída de navios pelo canal de acesso ao porto. A superintendência esclareceu que determinados tipos de carga não conseguem ser operadas em condições de tempo adversas, mas não representam o total movimentado no complexo. Segundo o porto, a impraticabilidade da Barra do Rio Grande não é um fenômeno estranho ao complexo portuário e os protagonistas que realizam movimentações por Rio Grande já têm em seus planejamentos a

possibilidade dos momentos de canal inoperante. Segundo nota emitida pelo superintendência, a divulgação de um suposto “fechamento” do porto não somente é considerado tecnicamente errado como também traz graves prejuízos à imagem do complexo visto que quando mal interpretada pode passar a ideia de um porto inoperante. “As operações portuárias são essenciais e fundamentais para o estado do Rio Grande do Sul como motor de exportação e importação de produtos como também gerador de emprego e renda. Afirmações errôneas em veículos de comunicação podem gerar efeitos negativos a capacidade competitiva do complexo prejudicando empresas, famílias e o estado do Rio Grande do Sul”, critica na nota. •

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PortosdoBrasil

TCP investe em ampliação da frota de veículos

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TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, investiu na ampliação da frota de caminhões e carretas com objetivo de garantir que a demanda por importação e exportação de contêineres seja atendida. Com os novos veículos, o Terminal passa a contar com 64 caminhões e 67 carretas em sua frota. Os 10 novos caminhões, modelo Terminal Tractors, foram importados da Holanda e são específicos para o transporte de contêineres dentro do porto. Já as carretas (terminal trailers) são produzidas no Brasil. “Mesmo diante de um cenário de retração econômica, a TCP continua investindo na ampliação e modernização do terminal, e na compra de equipamentos, pois acredita no aumento da demanda nos

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próximos anos”, comenta o diretor Financeiro da TCP, Alexandre Rubio.

Sobre a TCP A TCP é a empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá – segundo maior terminal de contêineres da América do Sul. Após receber investimentos de R$ 365 milhões, um dos maiores aportes privados do setor portuário brasileiro nos últimos anos, a TCP atualmente tem capacidade para movimentar 1,5 milhão de TEUs/ ano. O terminal conta com 320 mil m² de área de armazenagem e oferece três berços de atracação, com extensão total de 879 metros, além de dolfins exclusivos para operação de navios de veículos.•


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PortosdoBrasil

Tecon Rio Grande comemora recorde em segurança

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Tecon Rio Grande, terminal de contêineres do Porto do Rio Grande (RS), empresa do Grupo Wilson Sons, comemora uma importante conquista. A empresa completou a marca de duas milhões de horas-homem sem acidentes de trabalho com afastamento. Essa marca habilita o Tecon ao recebimento do Prêmio WS+, um reconhecimento criado pela Wilson Sons para reconhecer a excelência na gestão de segurança de seus negócios que atingem este resultado. Segundo o diretor-presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, a conquista é resultado de uma sucessão de programas e iniciativas voltadas à mudança comportamental dos colaboradores com foco no aumento da segurança. A partir da campanha Risco Zero e com a implantação do Programa WS+, o Tecon reduziu a taxa de frequência de acidentes de 8,75 em 2011 para 1 em 2015, e para a atual de 0. Entre 13 de maio de 2015 e 1º de junho deste ano, aproximadamente mil pessoas, entre funcionários próprios e terceiros fixos, trabalharam no Tecon Rio Grande sem sofrer acidentes típicos que resultassem em afastamento, totalizando duas milhões de horas-homem. No Grupo Wilson Sons, o programa WS+ começou a ser implantado em 2011. O piloto foi realizado na Wil32 • Julho 2016 • Economia&Negócios

son Sons Estaleiros, no Guarujá (SP), e foi sendo reproduzido nas demais empresas do Grupo. O objetivo é criar uma cultura de SMS (saúde, meio ambiente e segurança) com base no reconhecimento das responsabilidades de cada colaborador; disciplina no cumprimento das regras; conceito de dono; engajamento das lideranças; e administração dos desvios. De 2010 (ano anterior ao início da implantação do programa) a 2015, a taxa de ocorrência de acidentes de trabalho foi reduzida em quase 80%. Houve também uma redução significativa na taxa de gravidade dos acidentes com afastamento. Entre 2013, ano em que o índice passou a ser monitorado, e 2015, a queda foi de 51%, passando de 140 para 68 dias de trabalho perdidos para cada 1 milhão de horas de exposição a risco. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 317 milhões de acidentes de trabalho ocorrem todos os anos no mundo, deixando um número aproximado de 2,3 milhões de vítimas. O Brasil ocupa a 4ª colocação no ranking mundial desse tipo de acidente. De acordo com o Anuário Estatístico da Previdência Social, 704.136 ocorrências foram registradas em 2014. Somente no setor de operações portuárias foram 504 ocorrências no mesmo ano.•


PortosdoBrasil Porto de Imbituba conquista Prêmio Empresa Cidadã ADVB/SC com Projeto de Monitoramento da Baleia Franca

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Porto de Imbituba conquistou o Prêmio EMPRESA CIDADÃ ADVB/SC 2016, na categoria Preservação Ambiental com o case “Programa de Monitoramento da Baleia Franca no Porto de Imbituba e adjacências”. O programa, desenvolvido em conjunto com o Projeto Baleia Franca, tem por objetivo a preservação do habitat natural da baleia franca, animal que utiliza a costa catarinense para acasalar, procriar e amamentar os filhotes. O programa é desenvolvido de julho a novembro, período em que o litoral de Imbituba, município preferido da espécie, recebe dezenas de baleias. O monitoramento é realizado de duas formas, através de pontos fixos e monitoramento aéreo. São três pontos fixos e três sobrevoos que abrangem toda a área da APA da Baleia Franca, de o

sul de Florianópolis até o Balneário Rincão. As observações visam não só avaliar e minimizar o risco de colisão e ruídos sonoros com embarcações, mas ampliar o conhecimento sobre as baleias nessa região para preservação da espécie. Apesar de figurar na lista dos animais que correm risco de extinção, segundo o Ministério do Meio Ambiente, a população de baleias tem registrado um aumento de cerca 12% ao ano, fruto de programas de pesquisa, preservação e monitoramento contínuo da espécie. Devido à alta frequência de baleias na região, o projeto mostra como é possível dar continuidade à operação e expansão portuária de forma responsável e sustentável. O Porto de Imbituba já conquistou, em janeiro deste ano, o Prêmio Expressão de Ecologia com o mesmo projeto. •

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Artigo Vantagens da liderança feminina

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Por Juci Nones Formada em Master Coach pelo Instituto Brasileiro de Coaching, pós-graduada em Gestão de Pessoas com Coaching, tem uma especialização em Coaching na Ohio University, é analista de Perfil Comportamental e escritora

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liderança tem sido apontada como um dos principais aspectos da administração moderna, responsável pelo sucesso ou fracasso de uma organização, principalmente, em tempos de crise, quando é necessário se reinventar. À medida que as novas gerações vão assumindo cargos de liderança, percebe-se que, cada vez mais, é necessário contar com líderes equilibrados emocionalmente. Esta é uma oportunidade principalmente para as mulheres. De acordo com estudiosos, as mulheres levam vantagem sobre os homens em três áreas chave da liderança de pessoas: o coeficiente de inteligência emocional (elas têm resultados maiores em algumas variáveis, mas não em todas); mulheres que ocupam cargos de liderança, na maior parte das vezes, têm mais anos de estudos e especializações do que seus colegas do sexo masculino na mesma posição; e, principalmente, elas apresentam maior habilidade para prever as consequências emocionais das suas ações. Elas usam os sentimentos de forma estratégica. Esses dados são importantes tanto para homens quanto para mulheres aprenderem a lidar com esse novo cenário e tirarem partido das suas competências. Se ambos os sexos souberem trabalhar suas diferenças, vamos ter uma liderança participativa e mais assertiva dentro das empresas, de forma mais colaborativa. É necessário manter o equilíbrio perante os liderados, mesmo estando

cheio de problemas para resolver. E é aqui que as mulheres estão se destacando no quesito autoconhecimento. De acordo com a pesquisa 6seconds.org, as mulheres refletem mais do que os homens sobre as consequências das suas decisões, avaliando custos e benefícios não só econômicos, mas, principalmente, os emocionais para toda a equipe. Por outro lado, os homens têm vantagem na competência de navegar as emoções, ou seja, eles utilizam as informações e a energia dos sentimentos para seguir em frente, apesar das barreiras emocionais. Não por acaso, que existem mais homens em cargos de lideranças do que mulheres. Eles se recuperam muito mais rápido dos reveses. Esse é um ponto que as mulheres devem trabalhar. Acredito que as diferenças de liderança entre os sexos apresentam uma oportunidade de crescimento para ambos. E alerta que mulheres que desejem crescer em suas carreiras necessitam melhorar suas habilidades nas competências “metas” e “motivação interna”. Além, é claro, de aprenderem, com seus colegas homens, a se recuperarem dos percalços com maior rapidez, sem tanta emoção. Para os homens o recado é para investirem mais no autoconhecimento. Em resumo, como o valor da inteligência emocional continua, cada vez mais, a ser valorizado, as mulheres têm uma grande oportunidade de agregar valor e construir ambientes de trabalho positivos no mundo dos negócios.•


Coluna Mercado

Diretoria da CDL conhece proposta do BC Port

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diretoria da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Balneário Camboriú conheceu o BC Port, projeto que inclui a construção de um píer para transatlânticos, shopping e hotel na Barra Sul. A proposta dos idealizadores é de um porto turístico completo para atender cruzeiros marítimos a partir de rotas entre o Brasil e o extremo sul da Argentina — chamada de rota da floresta tropical ao fim do mundo.

Os idealizadores do BC Port querem o apoio da sociedade civil organizada de Balneário Camboriú para dar continuidade ao projeto, que depende do aval da prefeitura. A proposta é completar o projeto da construção do BC Port, com um aeroporto privado em Tijucas e um porto complementar em Penha. Se o projeto for aprovado, a previsão é de que a obra fique pronta em 36 meses. •

Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio Malburg Cep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD Economia&Negócios • Julho 2016 • 35


Coluna Mercado

Fotos: Chan WeArt

Sesc inaugura maior unidade da região em Itajaí

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odernidade e inovação são as principais características do novo Sesc em Itajaí, arquitetado para ser o maior complexo de bem-estar da região, com investimentos de R$ 38,5 milhões em obras e equipamentos. O prédio de 12 pavimentos e outro bloco de quadro andares, onde já funciona a escola, está localizada na rua Almirante Tamandaré, 259, no Centro. A inauguração com uma ampla agenda cultural foi em junho. Com este empreendimento, o Sesc amplia a oferta de serviços e eventos, beneficiando ainda mais os trabalhadores do comércio de bens, serviços e turismo, seus dependentes e a sociedade itajaiense. “Itajaí é parte da nossa história, desde 1958, quando iniciamos a prestação de serviços em um espaço que foi transformado em Centro de Atividades em 1962. Com muita satisfação concretizamos este projeto de ampliação, dando continuidade à nossa trajetória no município, preservando sempre o excelente atendimento e qualidade da programação, oferecendo à população serviços de amplo

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alcance socioeducativo,” declara o presidente do Sistema Fecomércio/SC e do Conselho Regional do Sesc, Bruno Breithaupt. A capacidade de atendimento do Sesc na cidade será triplicada com este empreendimento e a sociedade contará com novas ferramentas para a promoção da qualidade de vida e bem-estar. As instalações possuem elevados padrões técnicos, projetados em ambientes que possibilitam a socialização e integram atividades para crianças, jovens, adultos e idosos. O novo imóvel ainda abriga piscina térmica, quadra poliesportiva, restaurante, lanchonete, teatro, galeria de artes, biblioteca, salas de dança, artes e música, uma ampla academia, salas de ginástica, artes marciais, estúdio de pilates, consultórios odontológicos, salas para trabalho social com grupos e projeto Idoso Empreendedor, dois auditórios multiuso, salas para cursos de idiomas, cursos de valorização social, sala de jogos, brinquedoteca, entre outros espaços.•


Coluna Mercado

Itajaí recebe mais um evento mundial da Volvo Ocean Race A Volvo Ocean Race 2017-18 será a mais longa da história do evento de volta ao mundo

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ura, intensa e com mais emoção pelo Oceano Antártico. A Volvo Ocean Race edição 20172018 será a mais longa da história do evento de Volta ao Mundo com aproximadamente 45 mil milhas náuticas, cruzando quatro oceanos, cinco continentes visitados e 11 grandes cidades como parada — incluindo novamente Itajaí. A regata de 43 anos de história é uma verdadeira maratona no oceano, na qual disputam os melhores velejadores do planeta. A regata começa na espanhola Alicante no final de 2017 e segue rumo a Lisboa (Portugal) e depois à Cidade do Cabo (África do Sul). Do continente africano, os barcos enfrentarão semanas de tensão numa das pernas mais longas da história, em direção a Hong Kong (China). A competição continua em Auckland (Nova Zelândia) para então chegar a Itajaí, pela terceira vez consecutiva.

A partir daí, como na última edição, os barcos voltam para o hemisfério norte em direção à costa leste dos EUA, em Newport. Depois é a reta final, quando os barcos partem rumo à Europa pelo Atlântico Norte. A próxima parada será em Cardiff (País de Gales). Na sequência se inicia a penúltima parada: Gotemburgo (Suécia). A edição 2017-18 acaba com um grand finale em Haia (Holanda). A distância total do percurso é maior em comparação às edições anteriores do evento, que nasceu como o Whitbread Round the World Race, em 1973. Só pelos mares do sul serão quase 12,5 mil milhas náuticas de regata. As ondas gigantes, ventos fortes de 70 nós - 130 km/h, as águas frias, o gelo ao redor da Antártida e nada de terra por perto são alguns dos desafios. Na edição anterior, as equipes navegaram cerca de 4,5 mil milhas neste percurso.•

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Coluna Mercado

João Souza

Azimut Yachts entrega primeira embarcação da linha esportiva Verve fabricada no Brasil

O presidente da Azimut-Benetti USA, Federico Ferrante, com o diretor comercial da Azimut Yachts no Brasil, Francesco Caputo, o diretor da Marine, Max Andrew Schneider, e o CEO da Azimut Yachts no Brasil, Davide Breviglieri

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embarcação, encomendada pelo mercado internacional, já foi enviada aos Estados Unidos. Quem esteve no Brasil para acompanhar diretamente os testes de mar foi o presidente da Azimut-Benetti USA, Federico Ferrante. Outras 10 embarcações Azimut Verve 40

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foram encomendadas para os Estados Unidos e as próximas unidades devem ser enviadas a partir deste mês. “Estamos orgulhosos do sucesso do projeto Verve, tanto pela adesão dos clientes quanto pelo resultado do trabalho impecável desenvolvido pelo time de profissio-


Coluna Mercado

nais da unidade brasileira. Isso prova o quanto o Grupo Azimut-Benetti acredita no Brasil e na eficiência dos processos desenvolvidos. Temos certeza que a Azimut Verve 40 não terá êxito apenas na América do Norte, mas também conquistará o público brasileiro e demais da América Latina”, destaca o CEO da Azimut Brasil, Davide Breviglieri.

Sobre a Verve 40 A fábrica brasileira da Azimut Yachts — filial do Grupo italiano Azimut-Benetti — anunciou no início do ano a fabricação de uma nova coleção de iates com o modelo Azimut Verve 40. Trata-se de uma linha “open” mais compacta com dois pavimentos, ótimo desempenho e indicada para quem aprecia espaços ao ar livre, maiores velocidades e doses altas de adrenalina — sem deixar de lado o conforto característico da marca. Com pouco mais de 12,5m de comprimento e 3,8m

de largura, o modelo se destaca pelo desempenho obtido por três motores de popa Mercury de 350 HP cada, os quais proporcionam velocidade máxima de 48 nós. Além do design imponente e esportivo, o pavimento principal é aberto com posto de comando, com equipamentos de navegação de alta tecnologia protegidos por hard top, além de espaços privilegiados para aproveitar os emocionantes passeios. A proa foi aproveitada ao máximo com dois sunpads. Já a popa foi estrategicamente desenvolvida para gerar total funcionalidade. Conta com áreas para: lazer e banhos de sol, refeições e espaço gourmet com grill, cooktop, pia, geladeira embutida e armários para armazenamento. Os espaços inferiores são igualmente impressionantes com sofisticada cabine, banheiro e living, aliados a madeiras, tecidos, couro e outros itens nobres que compõem o mobiliário e acabamentos de alto padrão. •

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Coluna Mercado

Alan Rubio e Federico Vega, ex-vice-presidente do banco de investimentos J.P. Morgan, foram os idealizadores do aplicativo

Aplicativo quer revolucionar o transporte de cargas no país

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mexicano Oscar Salazar desembarcou no Brasil com um novo conceito de economia compartilhada na bagagem. A ideia é abocanhar uma fatia do mercado nacional de cargas. Salazar é um dos três fundadores do Uber, uma das maiores empresas de transporte urbano do mundo — e que não tem um só veículo em sua frota. O aplicativo batizado de CargoX faz sua estreia mundial no mercado brasileiro com um investimento de R$ 100 40 • Julho 2016 • Economia&Negócios

milhões a serem gastos até 2017. A expectativa é faturar R$ 48 milhões já este ano. “Pretendemos revolucionar o mercado de transporte de cargas do país”, afirma o executivo. O aplicativo proporciona negociação em tempo real entre os usuários e os mais de 100 mil caminhoneiros autônomos cadastrados na plataforma. Por acionar o motorista mais próximo, a tecnologia promete agilidade, flexibilidade e qualidade no serviço.


Para oferecer tais predicados, os condutores passam por uma seleção, quando são levantados antecedentes criminais, acidentes e incidentes de roubos de carga, além do tempo de uso do caminhão — no máximo, dez anos de rodagem. Os aprovados recebem treinamento da CargoX. O caminhoneiro pode destinar 90% do tempo para atender às “corridas” do aplicativo, mas também tem a opção de fazer serviços por conta própria. Por parte da empresa ficam as responsabilidades iguais às de qualquer outra transportadora: pagamento de impostos, seguro da carga e outras obrigações legais. De qualquer forma, o contratante assume os riscos comuns de contratar um caminhoneiro autônomo, resolvendo diretamente com ele a documentação adequada. O argentino Federico Vega, CEO da CargoX, diz que eles são uma empresa de tecnologia, não de frete. “O que fazemos é ajudar o embarcador sofisticado a contatar um caminhoneiro diretamente. Quem não quer ter esse trabalho burocrático opta por contratar uma empresa convencional de logística”, explica.

Solução logística O serviço mira no excesso de caminhões circulando (a empresa estima, com dados não oficiais, que há cerca de 350 mil além do que o país precisa) e na consequente ociosidade do mercado brasileiro de frete, que opera 40% desocupado em sua capacidade. A plataforma usa bancos de dados e a telefonia móvel. O aplicativo no smartphone mostra a localização do motorista e o programa do CargoX cruza informações sobre as cargas disponíveis que tenham a mesma origem. A organização de oferta e demanda promete uma economia inicial de 30% nos custos com frete, ao evitar que caminhões voltem vazios ao local de origem. Tanto na ida como na volta, o espaço nos veículos pode ser 100% aproveitado. Por exemplo: se um motorista possui espaço no caminhão para 5 toneladas (peso mínimo por veículo na CargoX) e determinado cliente quer contratar apenas 3 toneladas, o serviço automaticamente procura outro usuário que tenha o volume necessário para completar a carga. Isso pode significar mais dias de espera para a carga sair, contudo, o custo será menor para o embarcador que divide o preço com outro usuário em vez de bancar toda a capacidade sozinho. A renda oferecida ao motorista

promete cobrir gastos com combustível, pedágios e ainda gerar lucro ao transportador. “Não acredito nessa economia (do frete) porque a categoria está sempre no limite, com margem curta. Quem me dera ter essa economia”, comenta Oswaldo Dias Junior, diretor-geral da Golden Cargo, empresa com sede em São Paulo e que conta com uma frota de mais de 1 mil caminhões. “Se isso acontecer, há exploração em algum ponto.”• Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) Economia&Negócios • Julho 2016 • 41


Artigo

Logística – uma solução que vem das salas de aulas

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Por Romeu Zarske de Mello, coordenador do curso de Logística e Comércio Exterior da Univali

42 • Julho 2016 • Economia&Negócios

ano de 2016, como previsto está sendo um ano muito difícil, o cenário politico interno, as perspectivas econômicas não muito boas, pouco investimento externo, aumento do desemprego, da inflação, queda do PIB, etc. Enfim, apresenta-se um quadro de cores fortes, de muitas matizes. Para o mundo empresarial, o que se pode enxergar deste quadro, o que se pode ler em suas nuanças, é a necessidade de criatividade, iniciativa, persistência, dedicação e outros predicados tão essenciais para superar mais esta crise, passar por mais esta turbulência. Vê-se o mercado passando por “maus bocados” e o setor da logística é um dos últimos a sentir estes impactos devido à sua amplitude. Ela é vital em todas as áreas da economia, mas vem sofrendo muito pela falta de investimentos (públicos e privados) e de profissionais capacitados para o cumprimento de sua missão. O governo não consegue, como não é novidade, avançar em quaisquer planos de sua autoria, planos criados para melhorar a questão da infraestrutura, como o seu muito recente Plano de Investimento em Logística (PIL). As metas de investimentos não são cumpridas e nada acontece. Com o passar do tempo, investimentos que giravam em torno de 10 % do PIB na infraestrutura passaram a menos de 1%, sendo que, conforme estudos realizados, existe a necessidade de se alocar pelo menos 4% do PIB nos próximos 10 anos, para assegurar nossa competitividade. De acordo com o Relatório da Competitividade Global, 2014-2015, realizado anualmente pelo Fórum Econômico Mundial entre 144 países, o Brasil aparece no 57º lugar. Abrindo este resultado temos dados alarmantes nos quais em relação à infraestrutura de transportes estamos na 114º posição, o que demonstra o quanto precisamos avançar. Segundo estimativa da Confederação Nacional de Transportes (CNT), o país precisaria de quase RS 1 trilhão

para solucionar os problemas logísticos. Já a Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB) diz que o custo logístico médio no país pode chegar a quase 11% do PIB. No caso das empresas, os gastos logísticos consomem até 11% da receita segundo pesquisa de 2014 da Fundação Dom Cabral. A Fiesc determinou este número para a indústria em Santa Catarina: 14%. Assim, neste contexto, reforça-se a necessidade de mão de obra plenamente capacitada para fazer frente a muitos desafios para que possamos avançar. E temos clareza que o caminho a ser percorrido por esta mão de obra passa pela universidade, em cursos com competência para tal. E dentro de cada curso, as estratégias adotadas são fundamentais para o atingimento da meta da “construção de um ser humano mais reflexivo, socialmente responsável e solidário” que será o ator das mudanças tão necessárias. Que ferramentas usar? Uma proposta que se apresenta de forma bastante consistente diz respeito aos projetos e ações interdisciplinares. A interdisciplinaridade, presente no que se chama de projeto integrador, permite ao educando uma visão de um mesmo objeto sobre diversos prismas e a sua participação no processo de tomada de decisão a respeito de um tema ou de um projeto permite a constituição de relações entre os conteúdos apresentados e os conhecimentos já desenvolvidos. Em essência o projeto integrador trata de componente curricular que compõe a carga horária de um curso de graduação com caráter interdisciplinar e transdisciplinar entre cursos tendo como objetivo integrar o aprendizado teórico e prático entre as disciplinas, aproximando o aluno do mundo prático. É um processo dinâmico, que não fica parado no tempo e assim se adequa a cada novo momento do mercado; momentos como o atual que demandam melhores decisões, eficiência, enfim, melhores performances. Em resumo, podemos vislumbrar isto tudo, por meio da educação, do mundo da sala de aula. •


Economia&Negócios • Julho 2016 • 43


Artigo O preço da corrupção

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Por José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast)

44 • Julho 2016 • Economia&Negócios

icamos estarrecidos, embora não surpresos, ao concluir no Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, o estudo sobre os custos econômicos da corrupção e as propostas para o combate a essa erva daninha. Traçaram-se dois cenários: o primeiro leva em conta dados mais realistas e palpáveis, calculando prejuízo anual de R$ 80,3 bilhões (1,36% do PIB); o segundo, considerando números estimativos, indica que R$ 132,84 bilhões (2,25% do PIB) escorrem anualmente pelos ralos da improbidade. Mais triste e espantoso ainda é constatar o que seria possível fazer com R$ 80,3 bilhões a cada ano: arcar com o custo anual de 27,8 milhões de alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental; equipar e prover o material para 146 mil escolas, com capacidade para 600 estudantes cada; construir 72,6 mil escolas; comprar 164,8 milhões de cestas básicas; construir 1,158 milhão de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida; prover instalações de esgoto para 20 milhões de famílias/lares; construir 45,8 mil quilômetros de rodovias pista simples ou 24,8 mil quilômetros de ferrovias; ou edificar 91 aeroportos, com capacidade para cinco milhões de passageiros/ano. Ou seja, em quatro anos de governo, seria possível atender a praticamente todas essas prioridades com o dinheiro que se desvia para propinas, comissões escusas em licitações fraudulentas, superfaturamento de obras e outras mazelas. O estudo, em outro recorte, mostra como a corrupção afeta vertical e horizontalmente a sociedade, correspondendo a 7,49% do total de investimentos, 2,15% do consumo das famílias e 6,73% do setor público, 22% dos gastos com educação, 110% do

aporte de recursos em pesquisa e desenvolvimento e 113% das verbas destinadas à segurança pública. Além disso, afasta investimentos, desestimula negócios e contamina o ambiente econômico, reduzindo a competitividade dos setores produtivos. Não é sem razão, portanto, que o Brasil ocupe o 76º lugar, dentre 168 nações, no Índice de Corrupção Percebida da ONG Transparência Internacional, situando-se no grupo das que têm sérios problemas de improbidade. O ranking é citado no relatório do Decomtec, que também sugere medidas para mitigar essa prática corrosiva. Nossas propostas dividem-se em dois segmentos. O primeiro, no campo das reformas institucionais, prevê reavaliar a representatividade política no Congresso Nacional e estabelecer regras claras e transparentes para o financiamento de campanhas eleitorais; reforma do sistema judiciário para reduzir a percepção de impunidade e aumentar a rapidez das sanções; e reforma administrava, reduzindo o poder do Executivo de nomear pessoas para cargos, desestimulando a barganha no jogo político, o fisiologismo e a captação de propinas. O segundo grupo de sugestões é relativo às reformas econômicas, incluindo a fiscal, a tributária e a microeconômica, abrangendo o fortalecimento das agências reguladoras e o estímulo à participação da sociedade no controle da administração pública. Combater a corrupção é tarefa inadiável. Abdicar dessa responsabilidade significa continuar queimando o dinheiro dos cidadãos na chama da desonestidade, condenar o Brasil a graves crises político-econômicas periódicas e adiar indefinidamente a conquista do desenvolvimento.•


Coluna Mercado

Encontro Empresarial em Balneário Camboriú reúne principais nomes do turismo para debater o segmento

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Toni Sando, do Convention de São Paulo e Ciça Muller, Presidente da Acibalc

os dias 5 e 6 de julho, o Sibara Flat Hotel foi palco da 5ª edição do Encontro Empresarial da Acibalc, evento que marcou os 14 anos da entidade e abriu as comemorações de 52 anos de Balneário Camboriú, reunindo nomes de peso do turismo nacional e regional, empresários, representantes de entidades e autoridades. Sem dúvida, um dos pontos altos desta edição foi o painel que discutiu o turismo no Estado e contou com a participação do presidente da Santur, Valdir Walendovski, o CEO do Beto Carrero World, Rogério Siqueira, o presidente da ABEOC de Santa Catarina, Lucas Schweitzer, entre outros nomes de grande relevância no meio. Assuntos como o planejamento, a promoção do destino, os produtos turísticos e principalmente o Centro de Eventos, aguardado há mais de 20 anos pelo trade turístico, foram debatidos e trazidos à tona por aqueles que mais entendem do assunto. Para Ciça Muller, o papel da associação empresarial é justamente esse: articular o encontro destas lideranças e promover esse debate e essa troca de experiências. Um dos momentos mais emocionantes do evento foi a homenagem àqueles que foram pioneiros e têm em sua história uma relação especial com Balneário Camboriú. Marlene Buratto, que implantou o curso de Turismo & Hotelaria da Univali, foi homenageada com a entrega da medalha Baltazar Pinto Corrêa pelo seu empreendedorismo social. A surpresa ficou por conta do segundo nome homenageado, que foi mantido em sigilo até o último momento: Osmar Nunes Filho, o Mazoca, diretor do Hotel Marambaia e da Marambaia Veículos.•

Os homenageados com a Medalha Baltazar Pinto Correa e a Presidente da Acibalc, Ciça Mullera

Economia&Negócios • Julho 2016 • 45


Coluna Mercado

Flavio-Berger

Multilog divulga aquisição de unidades da Elog Sul

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Multilog S/A, empresa catarinense de Logística, Armazenagem e Transportes, há mais de 30 anos no mercado, oficializou no início de julho a aquisição de unidades da Elog S/A, companhia controlada pela EcoRodovias Infraestrutura e Logística S/A. O contrato celebrado entre as empresas tem por objetivo a alienação de 100% do capital social da Elog Logística Sul Ltda., Maringá Serviços Auxiliares e Transporte Aéreo Ltda. e Maringá Armazéns Gerais Ltda., que compõem a Elog Sul. A conclusão da alienação passará pela apreciação da Secretaria da Receita Federal do Brasil e por aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser finalizada. Esta aquisição faz parte do Planejamento Estratégico da Multilog, que expande

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seu mercado de atuação com novas unidades no Sul e passa a operar com mais oportunidades de Recintos Alfandegados, Armazéns Gerais, Transportes e Serviços Especializados no segmento de Comércio Exterior e Logística. A Multilog cuja sede está estrategicamente localizada em Itajaí e com unidades no norte do Estado (Araquari e Joinville) passa a ter 10 recintos alfandegados com as incorporações. Em comunicado oficial, a Multilog reiterou o compromisso com seus clientes na prestação de serviços com excelência e entende que este momento será um marco histórico em sua atuação ímpar no mercado, oferecendo estrutura para atender demandas específicas e com soluções logísticas completas em seu portfólio.•


O segredo da negociação é criar relações duradouras

Economia&Negócios • Julho 2016 • 47


Coluna Mercado

ACII comemora 87 anos com 27ª edição do Troféu Empresário do Ano

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econhecimento. Esse foi o sentimento que tomou conta do Maria´s Itajaí no dia 24 de junho, quando foi realizada a cerimônia de comemoração dos 87 anos de fundação da Associação Empresarial de Itajaí (ACII) e também a 27ª edição do Troféu Empresário do Ano. A solenidade premiou Nelson José Heusi (Empresário do Ano), Maria Tereza de Ataíde Espíndola (Mulher Empresária), Mercedes Regina Fornari Uberti (Gestora do Ano), Thaisa Nascimento Corrêa (Jovem Empresária), Vinícola Villa Prando (Destaque na Indústria), Itajaí Shopping (Destaque no Comércio), Heusi Comissária de Despachos e Agenciamentos (Destaque na Prestação de Serviços), Grupo Brava Beach (Destaque na Responsabilidade Social), juíza Sônia Maria Mazzetto Moroso Terres (Destaque no Serviço Público) e Associação Madre Teresa (Destaque do 3º Setor). 48 • Julho 2016 • Economia&Negócios

Durante o evento, além da coroação dos destaques empresariais, a ACII prestou homenagem como Amigo da ACII ao empresário Alberto Encinas Lastra e in memoriam ao médico Afonso Celso Liberato. O Empresário do Ano Nelson José Heusi, enalteceu o sucesso do Troféu Empresário do Ano durante seu discurso. Também frisou a importância do apoio da família e dos colaboradores para que ele tenha se tornado uma opção para receber o título de Empresário do Ano. “Sinto-me recompensado em receber tamanho reconhecimento”. Já o presidente da ACII, Eclésio da Silva, ratificou as homenagens aos destaques empresas aniversariantes e ainda enfatizou que estes 87 anos de ACII foram marcados por muitas dificuldades e barreiras vencidas. Ações conjuntas, marcadas pela força do associativismo vão continuar em busca de melhorias para toda Itajaí. •


Coluna Mercado

Arquitetos de SC formam maior grupo em encontro nacional

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om um grupo de 28 profissionais, Santa Catarina teve o maior número de representantes no Encontro Nacional da Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura (AsBEA), que foi realizado no SPA do Vinho, em Bento Gonçalves (RS), entre os dias 23 e 25 de junho. Com o tema “Criatividade para momentos diversos e adversos”, o evento contou com aproximadamente 150 inscritos e proporcionou uma imersão em gestão criativa com a participação de associados de todo o país. A arquiteta Tatiana Filomeno, presidente da regional catarinense da AsBEA, foi a responsável pela participação dos associados do Estado. “Eventos como este oportuni-

zam a troca de experiências entre arquitetos, empresários, empreendedores, jornalistas e todo o segmento da construção civil, seja na absorção das novas sistemáticas, seja no processo de criação”. Ela ainda considerou que outro benefício é a aplicação do conteúdo ao mercado daqueles que participam do evento. Houve ainda painéis organizados em quatro blocos temáticos (tendências, criatividade, comunicação e mercado) com palestras que abordam além da arquitetura e que podem ser inspiradoras às rotinas dos escritórios. Esta é a primeira edição do encontro, que nasceu da iniciativa entre as regionais do sul do Brasil.•

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Coluna Mercado

Núcleo da Mulher Empresária completa 20 anos de atividades na ACII

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inegável que ano após ano as mulheres têm conquistado importantes espaços no mercado de trabalho. Mas ainda há muitos degraus para se alcançar a igualdade de gêneros. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, tal igualdade só será possível em 2095 e essa disparidade, quando se trata de participação econômica e oportunidades para as mulheres, gira em torno de 60%. Tamanhos desafios fizeram com que as mulheres buscassem alternativas para se tornarem mais fortes e a criação do Núcleo da Mulher Empresária (NuME), na Associação Empresarial de Itajaí (ACII), foi um importante passo para dar voz às mulheres no meio empresarial. Em junho, o

50 • Julho 2016 • Economia&Negócios

NuME comemorou 20 anos de atividades. De acordo com a coordenadora do NuME, Mirian Terres dos Santos, o núcleo reúne mulheres de até quatro gerações diferentes e que entre as suas conquistas, além da união entre as mulheres empresárias, está a realização de eventos culturais, parcerias com a Univali e Sebrae, palestras e cursos de aperfeiçoamentos. O presidente da ACII, Eclésio da Silva, enfatiza a importância do NuME para a entidade, de onde inclusive já saíram duas presidentes da ACII, a empresária Jucélia Ferreira, nos anos de 2000 a 2002 e Maria Izabel P. Sandri, entre 2002 a 2005. “O NuME não é só importante para a ACII, mas para Itajaí, pois ele mostra a força da mulher”. •


Economia&Negócios • Julho 2016 • 51


52 • Julho 2016 • Economia&Negócios


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