Jornal dos Bairros - 15 Fevereiro 2018

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Feito para todas as classes

Itajaí, 16 de fevereiro de 2018 | Ano XXI | N° 851

Entrevista: Raimundo Colombo deixa governo catarinense e é pré-candidato ao Senado Página 4 e 5

APM Terminals dobra a movimentação do porto de Itajaí Página 3

Menos violência e mais acidentes no carnaval da região

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Editorial

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Ano XXI - edição 851 - 16 de fevereiro de 2018

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O carnaval acabou e a vida começou.... Não era para ser assim, mas no Brasil já se tornou cultural a vida ser levada a sério somente depois do carnaval. Brincadeira? Não é, infelizmente!

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esde as festas de final de ano as pessoas vivem numa euforia à espera do carnaval como se todos os problemas deixassem de existir e tudo será resolvido, como num passe de mágica, depois do carnaval. Mas não. Aqueles que deram um “tempo” na sua vida, achando que tudo seria diferente viram que o Brasil nada mudou, continuamos enfrentando os mesmos problemas, aliás, cada vez mais graves. A violência não deu uma trégua, muito pelo contrário, se intensificou e muito. As mortes por falta de medicamentos, hospitais fechados ou superlotados, também não deixaram de acontecer. Foram milhares de inocentes que poderiam ainda estar vivos se outros milhões se preocupassem em pressionar o governo por melhores condições na saúde, e não apenas esperar para depois do carnaval. Algumas empresas até adotam o

mesmo critério. Coitados dos empresários que pensam assim. Enquanto eles esperam o fim do carnaval para começar a visitar clientes e vender, outros, mais espertos, sabem que a vida é a busca constante por aperfeiçoamento e que cliente quer atenção sempre, independente da data do ano. Esses pularam na frente da concorrência. E os políticos de Brasília, o que dizer deles? Pouca coisa. Passaram os dois meses do ano, durante o recesso parlamentar, falando em previdência, em como eles vão se defender das críticas nas redes sociais, numa armação que está sendo orquestrada para impor a lei da censura na internet. Pobre povo brasileiro. Iludido, como sempre, por confetes e serpentinas. Por desfiles de escolas e blocos com fantasias de luxo nas avenidas das grandes e médias cidades. Com cantores famosos em cima de trios elétricos, bancados com o nosso próprio

dinheiro. Aquele dinheiro do remédio que não é comprado, do hospital que não recebe suas verbas, das escolas caindo aos pedaços, do policial que é mal remunerado, das obras abandonadas, da violência sem controle, do estado que não se impõe sobre a criminalidade. Esse é o Brasil que temos. Mas com certeza, não é o Brasil que queremos.•

“Aqueles que deram um “tempo” na sua vida, achando que tudo seria diferente viram que o Brasil nada mudou, continuamos enfrentando os mesmos problemas, aliás, cada vez mais graves.”


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Economia WWW.JORNALDOSBAIRROS.TV

Convênio que possibilitará cobrança do ISS de cartões é assinado pelo presidente da Fecam

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ECONOMIA Divulgação

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primeira reunião da nova diretoria da Federação Catarinense de Municípios – Fecam foi marcada pela assinatura do convênio para que a Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) repasse aos municípios as informações sobre operações com cartão de crédito e débito. O prefeito de Itajaí e presidente da entidade, Volnei Morastoni, assinou o documento que será enviado a SEF para assinatura do secretário e entrada em vigor. Isso dará condições legais e operacionais para que os municípios cobrem o Imposto Sobre Serviços - ISS das operações com cartões, uma vez que terão acesso ao relatório fornecido pelas operadoras ao Estado. O convênio prevê o intercâmbio mútuo de informações e dados cadastrais, para o monitoramento e fiscalização de transações financeiras e de pagamento realizadas em território catari-

:: APM Terminals opera novos serviços para América do Sul, Caribe e África

nense. “A Fecam compartilhará as informações repassadas pela Fazenda estadual e orientará os municípios sobre a cobrança. É mais uma conquista de recursos que por uma questão de justiça devem ser direcionados para os municípios que poderão ser investidos na saúde, na educação,

nas políticas sociais, na cultura, no esporte, na infraestrutura, em todas as áreas, afinal de contas, cada vez mais os municípios recebem encargos, responsabilidades, que a União ou o Estado transferem, e nem sempre tem os recursos necessários”, diz Morastoni.•

Construção civil de SC prevê pequena alta em 2018 O setor da construção civil, que é uma das alavancas da economia de Itajaí e Balneário Camboriú, prevê crescimento em 2018, tanto na geração de empregos, quanto em área construída. No entanto, para que isso se concretize, há necessidade da redução das taxas de juros, liberação de crédito e inflação baixa. Nos anos de 2015 e 2016 a construção civil mergulhou na maior recessão da história do país. Para se ter ideia de como foi o impacto da crise no emprego da construção em SC, foram -8.549 em 2015 e -8.368 em 2016. Em 2017 quase foi positivo, mas em dezembro foi pior encerrou o ano com -503 vagas. Pode-se dizer que foi o rescaldo desse período de economia em queda. Nesses três anos, o Ca-

dastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho registra que Santa Catarina perdeu 17.420 vagas no setor. Para 2018, a expectativa no Estado é de saldo positivo de vagas na construção, mas, por enquanto, é imprevisível uma forte expansão. O ano tem eleição e há incerteza de que o novo governo vai aprovar as reformas necessárias para estabilizar a economia. No entanto, um indicador importante de que este ano pode fechar no azul é a taxa básica de juros Selic em 6,75% ao ano. Isso reduz o juro para quem quer comprar casa própria e também atrai investidores porque muitos decidem comprar imóveis em função do baixo retorno das aplicações financeiras.

Em 2012, por exemplo, quando a Selic estava em 7,25% ao ano, era possível ter retorno de 10% a 15% ao ano com imóveis. Entre os números que sinalizam a retomada do setor está a pressão inflacionária. O Custo Unitário Básico (CUB) de SC teve alta de 0,13% em janeiro, o índice do IBGE (Sinapi) no país subiu 0,27% no período. Há, ainda, a maior confiança do consumidor. Mas muitas empresas de construção do Estado estão cautelosas em função da sucessão presidencial e também sofrem entraves de prefeituras, com burocracia e problemas com planos diretores. Um dos mais críticos é o de Florianópolis. Mas há cidades onde o cenário é melhor. •

Expediente

A APM Terminals Itajaí irá dobrar a quantidade de contêineres operados por mês no porto de Itajaí a partir de março. Dos atuais 18 mil TEUs (unidade de medida referente a um contêiner de 20 pés) mensais, o terminal passará a movimentar 36 mil TEUs devido a três novos serviços que ligam Itajaí à Costa Leste da América do Sul, África e América Central, incluindo o Sudeste dos Estados Unidos. O primeiro serviço é do armador nacional Log In, que opera cabotagem na costa brasileira e transbordo de cargas provenientes da Argentina e Uruguai, ou seja, faz a distribuição das cargas oriundas do Mercosul que ficam concentradas em Itajaí. O segundo é o Brazex, com destino ao Caribe, Colômbia, Jamaica e Estados Unidos e a expectativa é que esse serviço escoe uma parcela significativa da produção catarinense, com ênfase para as carnes congeladas e madeira. O terceiro serviço que retornou a APMT é o Samwaf, ligando Itajaí à África. Deve movimentar cerca de mil contêineres – 2 mil TEUs – por escala.

:: Navegantes conquista mais um serviço para Ásia

Na margem oposta, O TUP Portonave S/A - Terminal Portuário Navegantes começa em março as operações de um novo serviço para a Ásia. O terminal já responde por mais de 80% das operações do Complexo Portuário do Itajaí e com mais uma linha para o continente asiático tende a ampliar essa participação. O serviço SSA (Sino South América) é exclusivo e inédito do armador PIL (Pacific International Lines), que tem sede em Cingapura. De início as escalas serão quinzenais, como um serviço expresso Brasil – Ásia, com escalas no Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá e Navegantes, seguindo direto para Cingapura, Hong Kong e Xangai. Com este serviço, o TUP de Navegantes soma três opções para a Ásia (Ipanema, ESA e SSA).

:: Antaq autoriza Porto a vender terreno do CIS

A Antaq autorizou à Superintendência do Porto de Itajaí vender à Prefeitura de Itajaí o terreno de propriedade do porto, na margem da Avenida Adolfo Konder, onde foi edificado o Centro Integrado de Saúde (CIS), no bairro São Vicente. O terreno tem a área de 26 mil metros quadrados e foi avaliado em R$ 19 milhões. Será pago pelo município em 36 parcelas mensais e o prefeito Volnei Morastoni assegura que os recursos serão investidos em melhorias na infraestrutura do Porto Público.

Diretor: Carlos Bittencourt | carlos@bteditora.com.br Edição: Joca Baggio Reportagem: Matheus Petter | jornalismo@jornaldosbairros.tv Redação: 3344.8607 Diagramação: Solange Maria Pereira Alves (0005254/SC) solange@bteditora.com.br O Jornal do Bairros é uma publicação da empresa Letras Editora Ltda. (ME), com sede na Rua Anita Garibaldi, 425 Centro – Itajaí –SC. CNPJ: 03.334.705/0001-33 Telefone: (47) 3344.8600 Site: www.jornaldosbairros.tv

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Um adeus com ares de missão cumprida Murici Balbinot/Adjori SC

Por: Rede Catarinense de Notícias

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o deixar o governo, após sete anos, Raimundo Colombo fala sobre os desafios e conquistas frente ao Executivo, além dos planos para o futuro. Para ele, maior legado foi entregar Santa Catarina com as contas em dia e como um dos melhores estados da federação para se investir e para se viver. Confira: O governador Raimundo Colombo tem usado, nos últimos dias, os poucos momentos de folga para recolher objetos pessoais e organizar sua saída da Casa D’Agronômica, residência oficial do governo de Santa Catarina que ele ocupa desde 2011, quando iniciou seu primeiro mandato. A edificação em estilo colonial, inaugurada em 1954, localizada no bairro Agronômica, em Florianópolis, serviu para receber autoridades, imprensa, eventos do governo, durante os cerca de sete anos da gestão do pessedista lageano de 63 anos. Agora, será iniciado o processo de transição do cargo para o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, que assumirá o governo a partir do dia de hoje (16), quando Colombo sairá de licença para cuidar da saúde, colocada algumas vezes em segundo plano durante a gestão, como ele mesmo diz, e para fazer um curso no exterior. Posteriormente, Colombo entrará na disputa por uma vaga no Senado, em meio a uma eleição imprevisível, como classificou, preocupado com a falta de confiança do eleitor, cada vez mais desacreditado das instituições políticas. Colombo enfrentou momentos de turbulência, como no caso das declarações dos executivos da Odebrecht e da JBS, em abril e maio de 2017. A onda de atentados praticados por grupos criminosos também tumultuou a gestão, provocando noites de insônia ao governador e principalmente à equipe ligada à Secretaria de Segurança Pública. Paralelo a isso, Santa Catarina permaneceu no topo de indicadores invejados por outros Estados, como na geração de emprego. Reflexo do equilíbrio fiscal, concretizado depois de uma iniciativa que deu à Colombo status de protagonista nacional na revisão da dívida pública dos Estados com a União. Um movimento interno que partiu do então secretário de Fazenda, Antonio Gavazzoni, mas que inicialmente não mereceu muita expectativa do chefe do Executivo. “Ninguém acreditava”, disse o governador, num tom de quem revela que a medida por pouco não deixou de ser levada adiante. Em entrevista à Rede Catarinense de Notícias (RCN), Raimundo Colombo fala sobre essas e outras questões que moldaram a sua gestão, iniciada em 2011 e que será encerrada em abril, com a renúncia formal ao cargo de governador. Rede Catarinense de Notícias - Como está sendo conduzida a transição do cargo para o vice Eduardo Pinho Moreira? Raimundo Colombo - Eu fiz um curso sobre desenvolvimento pessoal na Espanha e já cumpri algumas etapas. Agora eu devo finalizar. Também tem um evento de turismo que o governo federal solicitou que eu participasse, que trata da atração de investimentos e de turistas para o Brasil e que vai ser no mês de março. Então, tenho esses dois compromissos, ainda, antes de construir um

cenário político para poder ser candidato ao Senado. RCN - O senhor sairá de licença, mas assumirá novamente em algum momento para formalizar a renúncia, em abril? Colombo - Não. A Lei de Responsabilidade Fiscal impõe um compromisso muito grande para quem assume os dois últimos quadrimestres. A partir de 1º de maio o governo não pode fazer quase nada em função dessa lei. Só pode gastar o que arrecada e só tem condições de fazer convênios e contratos que vão até dezembro. Mas isso corrige um problema que existia no passado, que era deixar dívidas para o novo governante. Se a pessoa assumir no dia 7 de abril, praticamente não tem mais tempo pra nada. Eu acho que é meu dever fazer uma transição pacífica, harmoniosa. O ideal é até mesmo que os catarinenses nem percebam que houve mudanças, que a estrutura continue prestando serviços normalmente. RCN - O que o senhor considera mais importante, um legado da administração Colombo? Colombo - A coisa que eu considero mais importante é o equilíbrio fiscal e as ações em relação à crise. Eu sinto que a maioria dos catarinenses hoje diz que o nosso Estado está muito bem, que é um Estado melhor que os outros. É o que teve o maior crescimento do PIB. Mesmo sendo um Estado pequeno, com apenas 3,5 % da população do Brasil, foi o que mais gerou empregos em 2017 em termos absolutos. Ou seja, Santa Catarina tem excelentes números. Esse é o aspecto mais positivo, além do que foi o Estado que teve o melhor resultado perante a crise. Eu acho fantástico. O governo não aumentou impostos, pelo contrário, baixou, deu continuidade às obras, fez o pagamento dos salários em dia, manteve todos os serviços públicos. A crise aqui foi menos grave, pois Santa Catarina foi o último Estado a entrar nela e o primeiro a sair. RCN – Que medidas foram mais eficazes para que isso fosse possível? Colombo - Em um determinado momento, depois que assumimos o governo, a receita começou a cair e as despesas estavam aumentando. As pessoas precisavam mais educação, mais saúde. De um lado aumentavam os custos e de outro caía a receita. Todos os Estados foram no caminho de aumentar impostos, quebrar contratos ou retirar incentivos fiscais. A primeira das medidas foi a renegociação das dívidas. Ninguém acreditava, foi uma briga forte com o governo federal. O trâmite foi judicializado, mas a nossa tese acabou prevalecendo. Uma grande vitória. Isso foi fundamental. Segundo ponto: fizemos muitos ajustes internos. Demissões, fechamentos de empresas do governo, exclusão de contratos. Cortamos tudo o que podíamos de custeio, e hoje isso é menor do que há cinco anos. A terceira medida foi a Reforma da Previdência, que teve um impacto muito significativo. O resto foi a gestão do dia a dia. Um período de sacrifício. Agora começou a melhorar. Em dezembro tivemos uma receita recorde. Janeiro “explodiu” e tivemos um crescimento extraordinário. Em

fevereiro tudo indica que também será muito alto [o crescimento]. É isso que os indicadores nos mostram. RCN - A renegociação da dívida foi um momento de protagonismo catarinense que acabou criando um movimento também nos outros Estados. Como foi encabeçar essa reivindicação nacional? Colombo - A Secretaria da Fazenda apresentou a questão como sendo possível, mas, sinceramente, ninguém acreditava. Aí começamos a fazer a negociação com o governo federal, mas logo a gente percebeu que não conseguiríamos. A ação decisiva foi ter a coragem de ingressar na Justiça e fazer um trabalho de informação juntamente com todos os ministros, demonstrando para eles que aquele juro era extorsivo e totalmente impraticável. Quando a gente percebeu que sozinhos não conseguiríamos, formamos um grupo de governadores e começamos a articular. No início foram sete. A partir daí a coisa começou a “deslanchar”. RCN - Segurança pública é considerada uma área de extrema relevância para o governo. Santa Catarina passou por atentados, que geraram situações de pânico à população. Isso serviu para repensar ações nessa área, ou mesmo ampliar a estrutura? Colombo - Avançamos muito em segurança pública. O serviço de inteligência de Santa Catarina é hoje um dos mais bem equipados do Brasil. Aumentamos o efetivo. O sistema prisional também foi ampliado. Enfim, tivemos grandes conquistas na área e eu devo reconhecer e dar os parabéns à nossa equipe pelo belo trabalho realizado. Agora, não temos como esconder que a violência é cada vez maior. O problema é cada dia mais grave. Os desafios para o futuro serão maiores do que aqueles que nós temos hoje, e não dá para baixar a guarda. Ainda há muito por fazer, e esse trabalho precisa ser continuado. Essa é uma questão que não se resolve numa tomada de decisão.! É uma caminhada de longo prazo. Considero que esse é um dos maiores desafios da sociedade brasileira. RCN - Investimentos de grandes empresas estão sendo anunciados para este ano em Santa Catarina. O que é possível adiantar a respeito disso para 2018? Colombo - Há uma procura junto ao governo para pleitear incentivos fiscais. Além disso, a busca de recursos para fazer investimentos junto aos bancos de fomento, como o BRDE, BNDES e Badesc. Nesse ano, até fe-

vereiro, já tivemos um grande investimento anunciado em São Lourenço do Oeste, com a Kellogs/Parati, depois de um processo que foi disputado inclusive por outros países. Também tem a GM, com um investimento de quase R$ 2 bilhões para ampliação da planta industrial, em Joinville. Isso também foi o resultado de uma disputa com outros Estados. Em Lages, a Berneck anunciou um investimento de R$ 800 milhões. Em razão de uma cláusula de confidencialidade não posso revelar nomes, mas temos pelo menos outros 10 investimentos que estão em fase de conclusão de entendimentos técnicos com o governo, e que nos próximos dias deverão ser anunciados. RCN - Em 2017, surgiram as denúncias relacionadas à Odebrecht e logo em seguida as delações envolvendo seu nome em supostos esquemas de favorecimento da JBS. Possivelmente isso causou um dos momentos de maior turbulência para o governo. Como foi lidar com essas questões e enfrentar este momento? Colombo - Foi um dos momentos mais difíceis da minha vida. Duro mesmo, de muito sofrimento. Nunca imaginei que isso pudesse acontecer comigo. Mas é preciso ser forte, estar preparado para esclarecer a situação às pessoas. Fizemos uma defesa bastante robusta e que está na Justiça para análise. Fica claro que não vendemos nenhuma ação da Casan para a Odebrecht. Essa empresa nunca realizou nenhuma obra em Santa Catarina, não tem nenhum contrato, nunca recebeu nada. A questão da JBS era a legislação vigente. Eles fizeram doação para campanha de muitos políticos em Santa Catarina por meio dos partidos. O diretório Nacional do PSD recebeu uma doação, que transmitiu ao diretório estadual, que aportou na campanha, e isso está na prestação de contas. São dados oficiais. RCN - Isso acabou motivando alguns pedidos de impeachment junto à Assembleia Legislativa, juntamente com outras alegações. Esses movimentos causaram transtornos para a gestão? Alguma política de governo chegou a ser revista em função disso? Colombo - Eu sabia que se eu me abatesse eu iria trazer a crise para dentro do governo. Ao invés de nós cuidarmos da sociedade, nós teríamos que cuidar da crise. Então, eu precisava ser ainda mais forte do que eu normalmente era. Foi um desafio muito grande e é até hoje. Mas temos que enfrentar e eu tenho certeza que eu posso esclarecer isso.


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RCN - O perfil político do Raimundo Colombo passou por mudanças desde a entrada na gestão do Executivo, lá em 2011? Colombo - A gente aprende muito. Foi um período turbulento. É um furacão por dia (risos). Passamos pela maior crise da história do Brasil. E a crise tem várias faces, inclusive esse pessoal que nós falamos [caso Odebrecht e JBS]. Crise dos desafios da economia, da própria complexidade do serviço público, com a sociedade cada vez mais exigente. Então, esse período exigiu muito. Me dediquei muito à parte administrativa do governo, porque senão ficaríamos iguais à maioria dos outros Estados. Você sorri menos do que sorria, tem mais cabelos brancos do que tinha, você quase não conta mais piadas (risos). Tem menos amigos do que tinha, vive menos com os amigos que você tem. O trabalho é extremamente exi-

Entrevista

gente. Chega uma hora que a melhor coisa é terminar a missão e passar para outro, pois as tuas forças também se esgotam. Não me arrependo de nada, não estou triste com nada, mas tenho a consciência de que a hora é de recuperar energias, de recompor a saúde e se cuidar. Pensar um pouco em mim também. RCN - Algo que o senhor gostaria de ter feito e não conseguiu? Colombo - Tem muitas coisas que eu gostaria e que eu acho que poderia ter feito, mas que atrasou ou que não deu. Não foi por falta de luta. Nós batalhamos. Mas, claro, muitas coisas tiveram um ritmo bem mais lento do que eu desejava. Em 2010, quando eu me elegi, a economia, a arrecadação, estava crescendo 16% ao ano. Era um espetáculo. Depois de 2012 tudo piorou. Em

vez de pensar em investir, só se pensava em pagar a folha e pagar os fornecedores para não atrasar os serviços. Olha a diferença que isso representa. Entrei pensando em investir e passei quase o governo inteiro buscando formas de pagar as contas e não atrasar salários, ou mesmo os serviços básicos. RCN - O senhor deixa o governo nesse momento com o objetivo de retornar ao Senado. O cenário político é conturbado. Como será a construção de uma candidatura num período que talvez seja o auge da descrença do eleitor nas instituições políticas? Colombo - A candidatura ao Senado é uma candidatura difícil. É uma eleição imprevisível para todos os cargos, todos os políticos. Há um desgaste muito grande, uma perda de confiança significativa. Eu sinto

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que eu devo ser candidato. RCN - Ainda que a instabilidade domine o contexto político, há sinalizações do que pode vir a acontecer em termos de alianças e acertos em Santa Catarina? Colombo - As alianças vão ocorrer em julho, agosto. Agora é um período em que todos os partidos vão tentar se fortalecer, deixar todo mundo dar sua opinião, fazer seu debate, ocupar seu espaço. Se fortalecer dentro dos partidos e na sociedade. Lá na frente vai haver um caminho natural. As circunstâncias não estão totalmente claras ainda. A influência da eleição nacional também é muito forte. Agora é cada um fazer seu trabalho. Pela experiência que eu tenho, vai ter muita conversa, muita opinião, muita declaração, mas decisão efetiva, só mais adiante.•

Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Bombeiros divulgam balanço deste Carnaval Diminuíram as ocorrências no 190, aumentaram acidentes nas rodovias e não houve mortes por afogamentos

Os dados da Operação Alegria, desenvolvida pela Polícia Militar, e da Operação Carnaval, da Polícia Rodoviária Federal, foram divulgados nesta semana e o clima é de comemoração quanto ao menor número de ocorrências registradas pela PM. No entanto, é preocupante quanto aos registros de acidentes nas rodovias federais catarinenses. A PM registrou 4640 ligações atendidas no 190, que geraram 787 ocorrências e 11 prisões. Uma redução de

12,70% nos registros comparado com o feriado do ano passado. A PM utilizou estratégias como abordagens preventivas, barreiras da Lei Seca, Patrulha do Silêncio e policiamento específico acompanhando os desfiles e foliões. A PM também trabalhou com um reforço do patrulhamento nas ruas com 147 policiais militares, entre eles do regimento da cavalaria, K9 (Canil Setorial e Central), Rondas Ostensivas com Apoio de Motocicletas (ROCAM), Pelotão de

Patrulhamento Tático (PPT), Bike Patrulhas, Batalhão de Choque, Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) e Batalhão de Aviação com os helicópteros Águias. Quanto a PRF, foi registrado um aumento de 10,5% no número de acidentes, 13% no número de feridos e 57% no número de mortes, em relação aos dados de 2017. O que chamou a atenção foi o número de ocorrências com motociclistas: mais da metade (6) das vítimas

fatais (11) transitavam em veículos de duas rodas. Nestes seis dias, policiais rodoviários federais contabilizaram 4.142 autos de infração por motivos diversos, 5.902 imagens de radares e 180 motoristas dirigindo sob efeito de álcool. O Corpo de Bombeiros de Santa Catarina também divulgou o balanço do carnaval. É a primeira vez, em cinco anos, que não há morte por afogamento durante o carnaval. •


Geral

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Estudantes devem fazer o recadastramento dos cartões escolares da Transpiedade Está aberto o recadastramento dos estudantes da rede municipal e estadual de ensino que usam o cartão escolar da Transpiedade e pode ser feito no Terminal Fazenda, das 8h às 17h48min, de segunda a sexta-feira. Os documentos necessários são carteira de identidade, atestado de matrícula 2018, atestado de frequência, para realizar a compra, e ainda o cartão da Transpiedade, para renovação. Após ter o cartão recadastrado, os estudantes

podem carregá-lo somente no Terminal Fazenda. As dúvidas sobre horários e trajetos podem ser consultadas nos avisos afixados nos Terminais Fazenda, Cordeiros e Ressacada, com os fiscais da empresa, no site www.transpiedadeitajai.com.br , no facebook da Transpiedade, e ainda na central de atendimento, que funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h50min, pelo telefone: (47) 3349-2203.•

Horário de Verão termina no próximo domingo Anos eleitorais terão horário de verão tardio Após quatro longos meses chega ao fim à meia noite de domingo (18) o horário de verão. Todos os relógios devem ser atrasados uma hora para dar início ao novo horário. Ao final do ano, o horário de verão retorna, mas com alterações. É de costume que ele inicie ao 3º domingo do mês de outubro, mas este ano iniciará no primeiro domingo de novembro. A alteração da data está presente no decreto publicado

no Diário Oficial ao final do ano passado. A mudança acontecerá devido o pedido do ministro Gilmar Mendes, na qual afirma que o horário de verão atrapalha na contagem dos votos durante as eleições, devido a diferença de fuso horário das cidades. Ele também afirma que a mudança será somente nos anos eleitorais, mas isso não está confirmado no decreto assinado pelo presidente Michel Temer.


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Neide Uriarte

(47)9977.2390 Neide Pasold Uriarte

Cantinho da Saudade: Luiz Inthurn - “Churrasco”

Cantinho da Saudade: Pedra Claumann Noldin

O abraço fraterno para os familiares do amigo Luiz Inthurn - “Churrasco”, que faleceu no dia 08 de fevereiro, após 4 meses internado na UTI. Luiz “Churrasco” foi valente até o final, já tinha sofrido um AVC, que deixou sequelas. Depois teve uma queda, que provocou a gravidade de sua doença. Deixou esposa, filhos, nora, genro e netos. Seu corpo foi velado e sepultado no Cemitério Bosque Parque das Palmeiras.

Faleceu no dia 12 de fevereiro Pedra Claumann Noldin, esposa do Governador do Rotary Club, José Alberto Noldin. Ela era professora aposentada, também foi diretora de escola e muito atuante no Rotary Club Itajaí Porta do Vale. Seu corpo foi velado no Crematório Vaticano em Balneário Camboriú e a Cerimônia de Cremação, no final do dia. Nossos sinceros sentimentos de profundo pesar ao seu esposo José Alberto Noldin, filhos, nora, genros e netos.

Aniversário do Sr. Reinaldo Wanderhec Um grande abraço ao leitor e amigo Sr. Reinaldo Wanderhec. Ele comemorou aniversário no dia 13 de fevereiro, junto aos familiares e amigos de trabalho da Agência Mundial de Viagens e Tripservice. Que Deus o abençoe e proteja sempre!

Aniversário de Casamento: Ângela e Dolor O casal simpatia, Ângela Schmitt da Silva e Dolor Danúbio da Silva, comemoraram 43 anos de casamento semana passada. Eles são exemplo de amor, companheirismo, cumplicidade e harmonia! Parabéns! Que está linda história de amor, nunca tenha fim!

Aniversário de Noah Vieira Hasse No dia 9 de fevereiro, o lindo garoto Noah Vieira Hasse completou 5 anos de vida. Seus pais, Natália Uriarte Vieira e Evandro Hasse, prepararam a Festa dos Super Heróis, que aconteceu no dia 8, no Espaço de Festas Bananinha. Parabéns Super Herói Noah! Que os Anjos lhe protejam sempre!


Esporte

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10ª Corrida Rústica Portonave de Praia acontece neste domingo Acontece neste domingo, 18, a 10ª Edição da Corrida Rústica Portonave de Praia, com largada às 7h, na Praça Central da Praia de Navegantes. São mais de 2 mil corredores inscritos para a prova. O evento é uma promoção da Prefeitura de Navegantes, com patrocínio da Portonave e Caixa Econômica Federal, com apoio da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. As distâncias percorridas continuam sendo as mesmas realizadas nas últimas etapas, 5 Km e 10 Km, e toda a prova será realizada na areia da praia. Os vencedores receberão troféus, medalhas e dinheiro, conforme categoria. Todos que completarem a prova receberão medalha. Haverá premiação também para os corredores

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Almirante Barroso contrata novo técnico para a segundona do Estadual Técnico e diretoria do clube fazem trabalho de inteligência para montar uma boa equipe

F que moram em Navegantes. A corrida vem ganhando mais adeptos ano a ano. Em 2017, foram cerca de 1,5 mil atletas que completaram a prova e este ano, na décima edição, são esperados 2,2 mil participantes. A prova já faz parte do calendário esportivo de Santa Catarina. A corrida tem ainda uma contrapartida social. Cada corredor doa uma lata de leite em pó, como parte da inscrição na prova. Todas as latas arrecadas serão doadas para creches e instituições carentes de Navegantes.•

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ELEIÇÕES SINDICAIS O Sindicato dos Condutores Autônomos de Taxi de Itajaí-SC, vem através de sua Diretoria nos termos do Artigo 38 e seguintes do seu Estatuto, convocar seus Associados com as mensalidades em dia, mensalidades essas que poderão ser pagas no dia da Eleição, para participarem das Eleições Sindicais a realizar-se no dia 20 de março de 2018, na Sede do Sindicato, no horário das 09:00 às 17:00 horas, sem fechar para o Almoço, objetivando a Eleição da nova Diretoria e seus representantes junto a Federação 2018/2020. A Chapa deverá ser composta da seguinte forma: 01-Presidente (a); 01-Vice-Presidente (a); 1º Tesoureiro (a); 2º Tesoureiro (a); 1º Secretário (a); 2º Secretário (a), 1º Suplente (a); 2º Suplente (a); 3º Suplente (a), somando o total de 9 (nove) membros. Informa ainda, que as Chapas interessadas para a respectiva Eleição, poderão ser registradas no prazo de até o dia 09 de março de 2018, na Sede do Sindicato, no horário das 14:00 às 17:00 horas, nos dias úteis, conforme Estatuto que se encontra a disposição dos interessados na respectiva Sede. O Presente Edital encontra-se fixado na Sede do Sindicato, e em todos os pontos de Taxi da base territorial do respectivo Sindicato, que possuem abrigo. Itajaí-SC, 16 de fevereiro de 2018. Atenciosamente Luiz Carlos Lapa da Silva Presidente Sindicato dos Cond. Aut. De Taxi de Itajaí CNPJ: 72.337.371/0001-74

altam menos de quatro meses para o início das disputas da Série B do Campeonato Catarinense 2018 e o Clube Náutico Almirante Barroso, de Itajaí, inicia o planejamento e a montagem da equipe para esse novo desafio. A primeira novidade é a chegada do técnico Agnaldo Liz, que negociava sua vinda desde outubro do ano passado. “Sou muito competitivo e decidi assumir, pois busco os mesmos objetivos que o Clube. Encontrei afinidades com a direção do Barroso e, juntos, queremos alcançar bons resultados no futebol do Estado”, diz o treinador. Agnaldo Liz elabora um plano de trabalho, no qual consta um conjunto de ações que envolvem a contratação de toda a equipe, desde os atletas até a comissão técnica. “Prezo muito pelo bom funcionamento de todo a estrutura. Porteiros, massagistas... todos devem estar juntos, pensando na sintonia e no bem do clube. Qualquer situação negativa pode atrapalhar o desempenho da equipe”, afirma Agnaldo Liz. Esse é o mesmo pensamento do presidente de futebol do Barroso, Hudson Moura, que também aposta no entrosamento dos colaboradores: “A gente faz

um trabalho de crescimento, pensando na projeção do Clube, o que demonstrou afinidade perante o nosso trabalho”. Enquanto isso, diretoria e técnico seguem com o trabalho de “inteligência” para definições da equipe, mas ainda precisam aguardar a decisão da Federação Catarinense de Futebol, no que se refere ao regulamento que vai estabelecer as regras para contratação dos jogadores. Os jogos da segunda divisão do Catarinense terão 10 equipes e iniciam no dia 3 de junho de 2018.

O técnico Agnaldo Liz, catarinense, ainda tem Souza no seu sobrenome. Passou pelos mais importantes clubes do país e precisou eliminar o Souza, já que havia outros jogadores com o mesmo nome. Começou a jogar com apenas 9 anos de idade e, aos 18, já era jogador profissional. Atuou como meio-campo e quarto zagueiro, percorrendo clubes de renome como Flamengo, Grêmio e Fluminense. Encerrou as atividades como jogador em 2003, aos 33 anos de idade, no Clube Atlético Lages, onde, em seguida, iniciou os estudos para se tornar treinador. Nesse período de “estágio”, esteve nos maiores clubes brasileiros adquirindo experiência e conhecimento. Em 2004, atuava como técnico e acumula títulos que conquistou a frente dos times, como o Vitória, quando foi campeão baiano. Em Santa Catarina, como treinador, conseguiu levar o Atlético Tubarão a 1ª divisão, em 2005. Sua mais recente passagem foi pelo Hercílio Luz Futebol Clube, onde treinou o time que conquistou a sonhada vaga na elite do campeonato catarinense. •


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