Feito para todas as classes
Itajaí, 17 de abril de 2020 | Ano XXIII | N° 934
SC perde 165 mil empregos na indústria com crise do coronavírus, mostra pesquisa da FIESC Análise realizada pelo Observatório da entidade revela que houve ainda retração de R$ 3,4 bilhões na produção industrial, diminuição de R$ 3,1 bilhões nas vendas no mercado interno e redução de R$ 327 milhões nas exportações industriais do estado. O levantamento mede os impactos após o início do período de isolamento
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Município de Itajaí já entregou mais de 10 mil de cestas básicas
Governo anuncia edital para contratação de dez hospitais de campanha
Marcos Porto
O governo do Estado anunciou que desistiu do processo de dispensa de licitação para contratação do hospital de campanha de Itajaí. O Executivo vai começar o edital do zero, mas agora com processo de licitação via pregão eletrônico.
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Política
Ano XXIII - edição 934 - 17 de abril de 2020
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:: Hospital da Campanha em Itajaí! Quem não se comunica....
Há aquela velha frase do velho guerreiro Chacrinha que pode ser até clichê, mas que vale muito para as ações do atual Governo do Estado: “Quem não se comunica, se trumbica”. É o que está acontecendo com o Governo do Estado não está conseguindo explicar para a população de Santa Catarina a instalação do Hospital de Campanha no Centroeventos em Itajaí ao custo de R$ 76 milhões para um período de funcionamento de seis meses com 100 leitos de UTI. A maioria das pessoas e políticos estão fazendo a comparação deste hospital de Campanha com o que foi feito em Goiás, aos custo de R$ 10 milhões. É bem verdade que o custo do hospital de campanha de Goiás refere-se apenas à estrutura física, não considerando equipamentos, profissionais, insumos, etc. O Hospital de Campanha a ser instalado em Itajaí, segundo o que prevê o contrato com a empresa vencedora da licitação, além das instalações físicas, prevê 100 respiradores mecânicos usados em UTI, 450 profissionais, entre médicos, enfermeiros, administrativo, limpeza, etc., além do fato de que os equipamentos, depois da desativação, vão ficar com o Estado, que distribuirá entre os seus hospitais filantrópicos. O problema é que essa conta não está batendo, ou pelo menos, não está sendo bem explicada, tanto que TJSC suspendeu contratação de hospital de campanha em Itajaí por possíveis irregularidades. A decisão, proferida pelo Desembargador Jaime Ramos, determina, a pedido do Instituto Nacional de Ciências da Saúde, segundo colocado, mas que apresentou a proposta mais barata a reanálise das propostas apresentadas no processo licitatório. Obviamente que o governo está bem intencionado ao criar uma estrutura de UTIs para quando os casos de coronavírus aumentarem, conforme prevê estudos do Ministério da Saúde. Mas não basta apenas ter boa intenção, é preciso convencer a população de que o dinheiro a ser aplicado está dentro dos valores de mercado, que não é possível fazer por um custo menor. É importante salientar que até agora o Governo do Estado tem se preocupado em realizar as licitações de emergência, com toda a lisura possível, inclusive ouvindo Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público Federal.
:: Articulação zero
Daniela Reinehr, a vice-governadora de Santa Catarina, também se manifestou contra a instalação do hospital de campanha em Itajaí pelo formato e custo que está sendo proposto pelo Centro Administrativo. Definitivamente é uma gestão que não se articula para nada. Com a Assembleia, a distância só aumenta, já é praticamente um abismo. E nem com a própria vice existe qualquer relação política ou administrativa. Ela não é chamada para absolutamente nenhuma demanda. Também pressionada por lideranças do Oeste, ela acionou a metralhadora giratória na direção do governo por causa deste projeto hospitalar. Em um governo de normalidade, a vice deveria ir direto no governador e fazer suas ponderações. Mas como ela é ignorada, acabou indo a público mesmo para atirar. Daí vira essa bagunça que estamos assistindo. Na coletiva de quarta-feira, inclusive, o governador Moisés respondeu a uma fala da vice-governadora, Daniela Reinehr, de que o Executivo estadual deveria mudar o foco e assumir o modelo de hospital de campanha realizado pelo governo federal em Goiás. “É lamentável esse tipo de posicionamento de uma pessoa que detém um alto
cargo do poder executivo estadual. Penso que é uma declaração não responsável por quem tem acesso às informações do poder público”, afirmou. “O processo tem lisura e está sendo encaminhado da melhor forma possível”, acrescentou.
:: Hospital de Campanha é uma decisão do Governo do Estado
Outro detalhe que muita gente está confundindo, principalmente moradores de Itajaí, é de que o Hospital da Campanha é uma decisão da Defesa Civil do Governo do Estado. À prefeitura de Itajaí coube apenas o empréstimo do Centroeventos, local onde tradicionalmente acontece a Marejada. É justo que se diga que o primeiro empenho do prefeito Volnei Morastoni foi feito em relação ao Hospital Marieta Konder Bornhausen e Pequeno Anjo, que por serem de referência, atendem toda a região. Já no início da pandemia o prefeito esteve reunido por diversas vezes com o Governador do Estado e o Secretário de Saúde e conseguiu quadruplicar o número de leitos de UTI do Hospital Marieta, que vai passar de 30 para 120 leitos, incluindo o término de dois ou três andares do Complexo Madre Teresa, novo hospital que está sendo construído ao lado do atual. Os leitos de UTI do Pequeno Anjo passarão de 6 para 12. Como estamos em Estado de Calamidade Pública, onde a Defesa Civil tem prioridade das ações, cabe ao governo municipal aceitar. Além do fato de que todos os prefeitos da Amfri também foram favoráveis a construção do Hospital de Campanha.
:: Pesquisa do BC Convention revela que demissões devem chegar a 50% no setor turístico de BC e região
O Balneário Camboriú Convention & Visitors Bureau realizou nova pesquisa com os associados do trade turístico para analisar os impactos causados durante a pandemia do Coronavírus. O estudo apontou que até o dia 7 de abril já ocorreram 21% de demissões no setor turístico de Balneário Camboriú e região, enquanto que na primeira pesquisa da entidade, as demissões representavam apenas 9,5%. Apesar do esforço com a redução de jornada e a suspensão temporária dos contratos de trabalho, com a falta de demanda e as indefinições sobre a duração da crise, decorrentes de uma questão sanitária totalmente inédita, a pesquisa revelou ainda que há possibilidade de novas demissões até o final de abril, que podem atingir mais de 28% do total de colaboradores do setor turístico. Somadas, as demissões que já ocorreram e as futuras, 50% dos colaboradores do setor poderão ser afetados. A pesquisa, que levou em conta o período de 26 de março a 7 de abril, foi realizada com associados da hotelaria, gastronomia, receptivos, atrativos, empreendimentos turísticos, serviços para eventos e espaço de evento, por meio de formulário on-line e levou em consideração os dados da empresa, quantidade de colaboradores com vínculo empregatício, quantidade de colaboradores demitidos e previsão de novas demissões. Para a Presidente do BC Convention, Margot Rosenbrock Libório, a questão das demissões é preocupante para o setor, que busca alternativas para minimizar o impacto da crise do COVID19. “O BC Convention está trabalhando constantemente junto aos associados para manter o setor motivado e também junto à SECTUR BC, na elaboração de estratégias de promoção, divulgação e captação de eventos, que potencializam tudo de bom que temos e torne o processo de retorno mais exitoso. Não será fácil, mas no que depender de nós, trabalharemos para que seja possível”, destaca.
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Movimentação de contêineres no Porto de Itajaí cresce 22% neste primeiro trimestre Balanço trimestral também apresenta crescimento na movimentação de cargas e de atracações
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Porto de Itajaí fechou o primeiro trimestre do ano com um aumento de 22% na movimentação de contêineres. O resultado é aferido em comparação ao primeiro trimestre de 2019. Na movimentação de cargas, o saldo trimestral também é positivo: aumento de 19%. E em relação as embarcações, crescimento de 16%. Foram 129 atracações neste ano contra 111 no mesmo período do ano passado. Mesmo diante das dificuldades econômicas decorrentes da pandemia de coronavírus (COVID-19), que interferiu na movimentação de cargas e no comércio exterior, o Porto de Itajaí fechou o mês de março com dados positivos na comparação a março de 2019. O aumento foi de 17% na movimentação de cargas, 21% na movimentação contêineres e 18% no número de atracações. “Esse crescimento na movimentação de contêineres, de 21% em março, e de 22% no trimestre, não é isolado. Ele é resultado do acumulado do crescimento
de 150% dos últimos três anos. Isso nos deixa muito satisfeitos, porque não é só falar sobre números estatísticos, é falar da geração e manutenção de emprego, da geração de riqueza em Santa Catarina, que é o que nos motiva a enfrentar todas essas adversidades”, destaca o engenheiro Marcelo Werner Salles, superintendente do Porto de Itajaí. Para Salles, o Porto de Itajaí demonstra, neste momento de crise, sua importância socioeconômica para o escoamento da cadeia produtiva de alimentos, que não interrompeu suas atividades. “O frango congelado que sai aqui do nosso porto, por exemplo, mantém ativo esse enorme e expressivo ciclo de produção e distribuição. Desde o criador, lá no Oeste catarinense, até chegar ao nosso município, com os terminais e exportadores, são inúmeras famílias que dependem dessa cadeia para manter seu sustento”, destaca o gestor. Para os próximos meses, todavia, há uma tendência de retração na movimen-
tação portuária em todo o país, resultado dos reflexos negativos da pandemia de coronavírus. Mesmo assim, o Porto de Itajaí projeta manter sua movimentação, visto que Santa Catarina tem uma indústria forte, com boa penetração no mercado internacional. E o Estado tam-
bém depende das importações de matéria prima para manter essas atividades industriais, além do novo fator competitivo do Porto de Itajaí, que é o início das operações na nova bacia de evolução, que vai permitir a movimentação de navios de até 307 metros.
Transportadoras de SC têm 42,8% de queda no volume de cargas Santa Catarina é o 5º Estado que mais apresentou queda no volume de carga transportada no Brasil durante a quarentena do Covid-19. Ao todo, segundo pesquisa da NTC&Logística, acumulou 42,8% de redução em quatro semanas de isolamento e medidas restritivas. O número se aproxima do percentual estimado no início da terceira semana pelo presidente da Fetrancesc, Ari Rabaiolli. “Acredito que este número seja muito maior, porque fomos um dos primeiros Estados a terem medidas restritivas em virtude do isolamento. Na semana passada nós já prevíamos que a queda seria de aproximadamente 45%, mas pelas informações que estamos recebendo das empresas informalmente este número já se aproxima de 50%”, falou o líder do Transporte Rodoviário de Cargas de Santa Catarina ao enaltecer a importância de responder à pesquisa. E, acrescentou: “Este é um percentual que nos preocupa muito, pois não há empresa que resista a uma redução deste patamar. O problema será muito agravado de agora em diante”. No ranking brasileiro, SC fica atrás da Bahia (-55,8%), Mato Grosso do Sul
(-55,7%), Pernambuco (-55%) e Pará (-54,4%). Além disso, o volume de cargas internacionais também caiu 56,7% no Brasil.
Dados gerais apontam que a variação total de queda do volume de cargas transportada somou -43,9%, para um total de 87% de empresas que apresentaram que-
da. Em um comparativo, na primeira semana foram -26,1% para 66% de empresas; segunda semana -26,9% para 71% das empresas; e terceira semana -38,7% para 82% das empresas. Para o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, “essa é uma situação que preocupa, principalmente porque a cada semana estamos vendo esse número aumentar e sabemos o quanto de fato vem causando prejuízos ao setor. Estamos torcendo para que a retomada aconteça, mesmo que aos poucos, dando atenção às devidas precauções de higiene para manter a saúde de todos os envolvidos”. Ao segmentar por tipos de carga transportada, a pesquisa aponta redução de 46,28% nas cargas fracionadas e -41,84% na lotação. Para Ari Rabaiolli, é preciso criatividade, capacidade de pensar à frente e disposição para se reinventar neste momento de incertezas, sobretudo após a quarentena. “Somente assim enxergamos uma luz no fim do túnel para não pararmos nossas atividades, porque se o Transporte parar, o Brasil não suportará”, concluiu.
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CORONAVÍRUS
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Coronavírus em SC: Governo do Estado confirma 926 casos e 30 mortes por Covid-19 Santa Catarina chegou ao número de 926 casos confirmados e 30 mortes causadas pelo novo coronavírus. A atualização foi divulgada pelo governador Carlos Moisés em entrevista coletiva online no início da noite desta quinta-feira, 16. O número de casos confirmados representa um aumento de 4,7% em relação ao dia anterior. O novo óbito é um homem de 49 anos, de São José, na Grande Florianópolis, que tinha comorbidades. O número de municípios com pelo menos um morador com confirmação de infecção por coronavírus aumentou para 90. Arabutã, Armazém, Concórdia, Lindóia do Sul, Nova Veneza e
Pouso Redondo entraram para a lista de cidades com casos confirmados. Há 19 cidades com registro de pelo menos uma morte por Covid-19. O óbito contabilizado como Balneário Camboriú no boletim do dia 15 de abril passou para Camboriú, após confirmação do local de residência do paciente. O estado tem 98 pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) para Covid-19, entre casos confirmados e suspeitos. Desses, 67 estão utilizando ventiladores mecânicos. Desde o início da pandemia, 129 pessoas já tiveram alta da UTI para leitos de enfermaria.
Coronavírus em SC:
Governo do Estado disponibiliza 3,9 mil leitos clínicos para pacientes com Covid-19 O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (SES), disponibilizou cerca de 3,9 mil leitos clínicos, sendo 3.452 adultos e 444 pediátricos, para atendimento exclusivo pelo SUS a pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. A determinação está na Portaria 246, publicada pela SES na última terça-feira, 14. O texto determina que de 50% até a totalidade de leitos clínicos disponíveis e até 90% dos leitos cirúrgicos pediátricos listados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) sejam destinados exclusivamente para pacientes com a doença ou com suspeita de infecção pelo novo coronavírus. Na portaria são elencados mais de 80 hospitais públicos e filantrópicos de todas as ma-
crorregionais de saúde de Santa Catarina e o número de leitos reservados para o combate à pandemia. A medida marca o início da segunda etapa do trabalho do Governo do Estado no sentido de aumentar a oferta de leitos. “Essa é mais uma ação para garantir o atendimento aos pacientes com a doença em todas as regiões catarinenses. Desde março, o governo trabalha de forma incansável para garantir mais leitos e equipamentos para que o Estado esteja preparado para o combate à pandemia”, reforça o governador Carlos Moisés. Além disso, o Estado conta atualmente com 1.077 leitos de UTI, entre neonatais, adultos e pediátricos. A meta é, até o fim de maio, criar 713 leitos de UTI novos para atender pacientes com a doença.
Governo anuncia edital para contratação de dez hospitais de campanha
Executivo desistiu do processo de contratação para Itajaí. “Se não houver necessidade, a gente não monta os demais hospitais”, disse Moisés O governo do Estado anunciou em coletiva de imprensa na noite desta quinta-feira (16) que desistiu do processo de dispensa de licitação para contratação do hospital de campanha de Itajaí. O Executivo vai começar o edital do zero, mas agora com processo de licitação via pregão eletrônico. Segundo o governador Carlos Moisés da Silva, a decisão traz mais “segurança jurídica”. Com o novo método, o edital prevê a contratação de 10 hospitais de campanha que somam 1 mil leitos de UTI, nos mesmos moldes que estava prevista a estrutura inicial. Apesar da desistência da proposta anunciada na semana passada, Itajaí segue na prioridade do Estado para receber leitos de UTI. Um grupo que integra a Secretaria de Administração, Controladoria Geral do Estado (CGE), Secretaria de Saúde, e Secretaria de Defesa Civil será formado para acompanhar o processo. “Nós vamos fazer uma retomada desse processo, mas agora com um pouco mais de calma, um pouco mais de tempo, até para que se tire qualquer sombra de dúvida ou expectativa de outros participantes. A gente faz o novo pregão eletrônico com esse novo horizonte que nós temos”, disse Moisés.
O objetivo do Estado é estar preparado para o pico da doença. No planejamento da Defesa Civil, há a necessidade do poder público contratar leitos durante maio, junho e julho até atingir 2,6 mil leitos. Atualmente, a Secretaria de Saúde dispõe de pouco mais de 1 mil leitos de UTI. “Nós não queremos fazer esses 2,5 mil leitos de UTI. Nós vamos lançar o pregão com a possibilidade de contratação de 1 mil leitos, mas se nós ficarmos no primeiro hospital, no segundo hospital, se não houver necessidade, a gente não monta os demais hospitais”, afirmou Moisés. O objeto de contratação de Itajaí será seguido no novo edital. A compra prevê que os leitos, equipamentos, respirados e insumos utilizados no hospital de campanha fiquem como patrimônio do poder público estadual após a desmontagem da estrutura. Além disso, a exigência é de que os gastos com serviços gerais e profissionais de saúde estejam incluídos no orçamento. Segundo o secretário de Saúde, Helton de Souza Zeferino, a escolha das próximas cidades a receberem hospitais de campanha depende da demanda causada pelo andamento da doença. Por outro lado, a Secretaria também lançou edital para contratação de leitos de UTI na rede privada ao custo diário de R$ 3,1 mil. Oficialmente, Santa Catarina tem 926 casos confirmados de Covid-19 e 30 óbitos registrados.
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Marcos Porto
Coronavírus: Município de Itajaí adia vencimento do IPTU por três meses Contribuintes poderão voltar a pagar o tributo apenas em julho; parcelas adiadas ficarão para outubro, novembro e dezembro
Marcos Porto
Consultório na Rua repassa orientações sobre a COVID-19 Profissionais também monitoram moradores de rua em situação de risco
Sensível às necessidades da população em meio à pandemia de coronaírus (COVID-19) e à urgência do isolamento social, o Município de Itajaí anuncia mais uma medida de apoio aos itajaienses: o adiamento por três meses das parcelas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Com o adiamento, as parcelas que venceriam nos dias 15 de abril, maio e junho ficarão para os dias 30 de outubro, novembro e dezembro. Desde o início do enfrentamento ao coronavírus, o Município avalia constantemente o comportamento da arrecadação de impostos e repasses de valores dos Governos Estadual e Federal. Afinal, depende exclusivamente desses recursos financeiros para manter suas atividades, em especial na área de saúde e assistência social, que apresentam demandas urgentes e extraordinárias. A alternativa encontrada para equacionar as dificuldades enfrentadas pela população de Itajaí, diante da paralisação
de diversas atividades econômicas, e a inevitável diminuição de receitas do Município, foi o adiamento das parcelas do IPTU. Portanto, nos meses de abril, maio e junho, o contribuinte estará dispensado do pagamento do imposto, se assim desejar, e poderá quitar esses valores a partir de outubro. Ao decidir pelo adiamento, o contribuinte precisa ter conhecimento de que haverá duas cobranças no fim do ano: a parcela normal do dia 15 e a nova parcela do adiamento, que será no dia 30. Para aderir ao adiamento, basta o contribuinte deixar de pagar as parcelas dos próximos três meses. Não haverá cobrança de multa ou juros e será gerado um novo boleto que será enviado para cada casa e também estará disponível pela internet. Os contribuintes que não quiserem aderir ao adiamento poderão pagar as parcelas já geradas, com vencimento no dia 15 de cada mês.
Manter o isolamento social e lavar as mãos diariamente parecem tarefas simples. Para moradores em situação de rua, no entanto, essa realidade é muito diferente. Por isso, esta população recebe atenção especial da equipe do Consultório na Rua – serviço implantado pela Secretaria de Saúde de Itajaí em 2017. Os profissionais de saúde monitoram os moradores de rua, repassam cuidados preventivos com o novo coronavírus e distribuem materiais de prevenção e higiene. Composto por uma equipe multiprofissional, com dois enfermeiros, terapeuta ocupacional, médico, assistente social e agente comunitário de saúde, o Consultório na Rua realiza em média 10 a 15 atendimentos por dia. A iniciativa visa ampliar o atendimento e o acesso da população em situação de rua aos serviços de saúde, permitindo um melhor acompanhamento desse público e suas vulnerabilidades. Os profissionais que atuam no Consultório na Rua realizam visitas de segunda a sexta-feira, nos períodos da tarde, manhã e noite. O trabalho é itinerante e ocorre em todo município, priorizando o atendimento local e, quando necessário, realizando encaminhamentos para a rede
municipal de saúde. Devido à pandemia de coronavírus, a equipe também tem intensificado os cuidados e orientações aos usuários. Casos suspeitos da doença são encaminhados ao Centro Ambulatorial de Triagem ou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no CIS. “As ações que o Consultório na Rua desenvolve tem como objetivo a redução de danos. Conversamos com os moradores sobre a importância do isolamento social e como eles podem aplicar isso em sua realidade. Dormir separados e não compartilhar objetos pessoais são alguns exemplos. Também oferecemos sabão líquido e produtos de higiene para que possam ter esse cuidado”, relata a terapeuta ocupacional da equipe, Carla Hütner. Os profissionais de saúde ainda monitoram cerca de 10 moradores em situação de rua que fazem parte do grupo de risco para o coronavírus. Por meio desta ação, os usuários têm maior acesso aos serviços de saúde e às orientações preventivas. A Secretaria de Assistência Social também presta apoio a essa população, disponibilizando cuidados de higiene e alimentação no Centro POP, no bairro Cidade Nova.
Município de Itajaí já entregou mais de 10 mil de cestas básicas Ajuda emergencial é destinada a famílias que necessitam de alimentos Mais de 10 mil cestas básicas já foram entregues pelo Município de Itajaí a famílias da cidade que precisam de alimentos. A ajuda emergencial decorre da situação de saúde pública em virtude da pandemia de coronavírus (COVID-19). No momento, novos pedidos de cestas básicas temporariamente estão suspensos, mas a distribuição dos cadastros já aprovados segue normalmente. Desde o dia 03, quando a entrega foi iniciada, até a tarde desta terça-
-feira (14), 10.200 cestas básicas já foram entregues às famílias que fizeram o cadastramento. Além dos alimentos, os moradores também recebem um kit com álcool gel e outros materiais de limpeza para o combate ao novo coronavírus. O Município de Itajaí informa que novos pedidos de cestas básicas estão suspensos em virtude do grande volume de cadastros já efetuados – ao todo, 21.155. Além das mais de dez mil cestas já entregues, outros 2.587 cadastros, após criteriosa análise, já estão liberados para a retirada nos
próximos dias. Para verificar a situação de cada pedido, basta acessar o site doacoes.itajai. sc.gov.br e informar o número do CPF, no link “Consultar Auxílio”. Para que não haja grande concentração de pessoas no centro de distribuição dos donativos, toda senha individual já vem com dia e horário determinado para a retirada dos alimentos. Para fazer a retirada dos alimentos, o beneficiário deve comparecer ao local informado portando um documento oficial com foto (RG ou Carteira de Motorista, por exemplo) e o comprovante de residência onde consta o domicílio informado durante o cadastro. Mesmo que a pessoa não tenha em
mãos a senha para a retirada, ou não tenha anotado esse número, é possível comparecer ao local de entrega com o documento oficial e o comprovante de residência, desde que tenha finalizado o cadastro. No local, os atendentes têm como conferir no sistema se a pessoa está ou não apta a receber o benefício. Também é importante esclarecer que somente a pessoa cadastrada pode fazer a retirada da cesta básica. Outra pessoa poderá comparecer ao local somente para ajudar no carregamento dos alimentos, visto que o peso total da cesta é de aproximadamente 30 quilos. Mas o sistema permite que idosos, por exemplo, cadastrem um responsável para retirar os alimentos em seu lugar.
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Nutricionista da Epagri dá dicas para melhorar a imunidade
Semasa retomará atendimento presencial de clientes na segunda (20) O Semasa retomará o atendimento presencial ao público na segunda-feira (20/4) com expediente das 7 às 19 horas. O serviço havia sido suspenso para evitar aglomerações em razão da disseminação do novo coronavírus (COVID-19) e em respeito às determinações de isolamento social. Até a data de retorno, os serviços devem ser solicitados pelo telefone ou site. Emergências como vazamento de água e esgoto, por exemplo, são atendidas 24 horas por dia. A Instrução Normativa nº 07/2020, assinada pelo diretor geral da autarquia, Diego Antônio da Silva, estipula regras e procedimentos para o atendimento presencial. Os consumidores deverão aguardar na parte externa, em local coberto, com distância mínima demarcada de 1,5m e haverá controle de acesso ao prédio, conforme o número de atendentes. Além da higienização frequente de salas e banheiros, as cabines do atendimento e
da recepção terão painéis de acrílico para evitar contatos e os funcionários usarão máscaras e luvas. Álcool gel será disponibilizado em todos os ambientes. “São medidas simples e que resguardam a saúde dos colaboradores e clientes. Funcionários de grupos de risco continuarão prestando serviço remoto”, explica o diretor geral. Cobrança de faturas A cobrança de faturas de água a vencer está suspensa até esta quarta-feira (15), sem incidência de juros, multas ou taxas extras. Entre 18 de março e 15 de abril a cobrança é feita pela média dos últimos seis meses, em razão da suspensão temporária do trabalho dos leituristas. O retorno da leitura ocorre nesta quinta-feira (16). Os canais de atendimento do Semasa são 0800 645 0195, 115, ou 3344 9000. Pelo www.semasaitajai.com.br , em Agência Web, o consumidor tem acesso à segunda via da fatura, entre outros serviços.
Celesc alerta para golpes em Santa Catarina Nos úl- Foto: Heda Wenzel / Celesc timos dias, clientes da Celesc vêm relatando o recebimento de telefonemas de pessoas que se identificam como funcionários da Secretaria de Justiça. Os golpistas informam a existência de débitos por problemas no padrão de entrada de energia elétrica da residência da vítima e cobram depósito em conta. Um outro golpe oferece serviços em nome da Celesc, por telefonemas e mensagens telefônicas. Os golpistas agendam o serviço e coletam todos os dados da vítima como endereço, CPF e nome completo.
Uma alimentação saudável, rica em nutrientes, ajuda a manter o organismo mais resistente e protegido contra doenças. “Com a alimentação equilibrada temos também um equilíbrio fisiológico, fazendo com que o organismo funcione de maneira mais harmônica”, explica a nutricionista Elisiane Casaril Friedrich, extensionista da Epagri em Chapecó. Essa orientação vale para todos os momentos, mas diante da pandemia de coronavírus, ganha ainda mais importância. Por isso, reunimos algumas dicas para usar a alimentação a favor da imunidade. Confira:
Aposte no natural
Evite ao máximo alimentos processados, industrializados, que têm em sua composição ingredientes que não são os produzidos de forma natural. “A alimentação tem que ter como base no dia a dia alimentos naturais, que sejam produzidos por nós, preferencialmente na nossa casa, na horta, no quintal”, explica Elisiane.
Se possível, produza seu alimento
Para evitar possíveis transtornos, a Celesc reforça que não solicita depósito em conta, não liga para pedir dados do consumidor. Os serviços são agendados pelo próprio cliente. Na dúvida, entre em contato por meio de canal oficial de atendimento: Emergência: 0800 48 0196
Uma das ações permanentes da Epagri é incentivar as famílias rurais a consumir o que produzem. “Nosso foco, especialmente neste momento, é orientar as famílias a valorizar e consumir os alimentos que têm em abundância na propriedade. São alimentos que elas produzem, de baixo custo, mas de alto valor nutricional”, acrescenta a extensionista social Maristela Soligo, da Epagri de Guatambu. Se você não mora no meio rural ou não tem espaço para uma horta, busque fornecedores locais. Aqui você encontra uma lista de agricultores que entregam alimentos fresquinhos em casa em diferentes regiões de Santa Catarina. Manter uma horta em casa ajuda a melhorar a qualidade da alimentação.
Consuma alimentos da época
Dê preferência aos alimentos que estão em época de colheita na sua região.
“Muitos desses alimentos são livres de agrotóxicos ou são produzidos de maneira que protege muito mais o nosso corpo e também o meio ambiente”, diz a nutricionista Elisiane. “Agora temos a época de frutas cítricas e legumes como tomate, abóbora e chuchu, que são fontes excelentes de vitamina A e vitamina C, que têm ação antioxidante. Essa ação antioxidante, presente principalmente nas frutas e nos legumes, protege o organismo contra a ação de vírus e bactérias, assim como de outras doenças”, detalha.
Falando em vitaminas
“Outra vitamina importante para a imunidade é a E, que também tem ação antioxidante, ajudando a manter as células do organismo sadias”, acrescenta Elisiane. A vitamina E é encontrada no amendoim, no abacate, nas nozes e na semente de girassol, por exemplo. “Quem tiver a opção de encontrar esses alimentos, pode incluir sementes de girassol na salada ou em um bolo integral”, sugere Elisiane.
Diversifique e abuse das cores
Para ter um bom aporte de nutrientes ao longo do dia, procure consumir alimentos de forma bem diversificada, garantindo sempre uma quantidade boa de frutas, legumes e verduras. “Quanto mais colorida estiver a nossa alimentação, maior será o aporte de nutrientes dos alimentos”, diz a nutricionista. No almoço e no jantar, tente compor um prato bem colorido, com legumes e verduras variados. Na hora do lanche, aposte nas frutas, que ajudam a abastecer o corpo com as vitaminas necessárias.
Alimentação também é carinho
Prepare seu alimento com afeto. “Se puder, inclua outras pessoas da família, como filhos e netos, para participar da preparação dos alimentos. Esse momento serve para fortalecer os vínculos, faz bem para nossa saúde e para a nossa mente”, diz Elisiane.
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Mapeamento aponta que um em cada quatro municípios catarinenses tem casos de Covid-19 Laboratório de Conservação e Gestão Costeira acompanha ocorrência da doença, considerando a dinâmica territorial
Boletim coronavírus - região da AMFRI Atualização do número de casos confirmados do Covid-19 nos municípios da AMFRI. As informações são atualizadas com base nos dados da Secretaria de Estado da Saúde e das Secretarias Municipais de Saúde. O Estado de Santa Catarina soma 884 casos e 29 óbitos, segundo boletim divulgado nesta quarta-feira (15). A região da AMFRI soma cinco óbitos até o momento da divulgação deste boletim: Morador de Porto Belo, um homem de 86 anos acabou vindo a óbito na cidade de São José. O município de Itajaí registrou a
O mapeamento espacial do Laboratório de Conservação e Gestão Costeira da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), feito diariamente com base nos dados oficiais do Governo do Estado de Santa Catarina, indica que um em cada quatro municípios catarinenses já tem casos de Covid-19. O dado é relativo aos números do dia 13 de abril, sendo que, em 1º de abril, a projeção era de que para cada oito municípios, um tinha casos notificados. A análise aponta ainda que há um crescimento de casos em cidades com características rurais. O estudo considera a dinâmica territorial e relaciona os resultados com dados demográficos, de saneamento, faixa etária, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o impacto do vírus nos diversos setores que compõe o Estado. O trabalho é conduzido pelo acadêmico de Engenharia Ambiental e Sanitária, Paulo Pitarello, bolsista do Artigo 171, sob orientação do professor Marcus Polette, docente da Escola do Mar, Ciência e Tecnologia e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental. No dia 6 de abril, o mapeamento apontou concentração visível nas cidades de Florianópolis e Blumenau. Dia 13 de abril, a análise sinalizou cinco regiões como zonas de maior ocorrência, confi-
guradas como áreas vermelhas, de maior risco. São elas: Florianópolis; Blumenau; Joinville; Criciúma - Tubarão; Balneário Camboriú – Camboriú – Itajaí. Polette diz que as análises são constantes e agora, a dupla uniu-se a um grupo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que trabalha com modelagem matemática. Eles estão levantando o número de profissionais de saúde por cidades e regiões, e analisando o contexto dos municípios catarinenses a partir no número de habitantes, dividindo-os entre: de 10.001 a 50.000 habitantes; de 50.001 a 100.000; de 100.0001 a 250.000; de 250.001 a 500.000; e acima de 500 mil habitantes. “Praticamente todos os municípios ao longo da BR 101 possuem casos notificados. Além disso, percebemos que cidades com características predominantemente rurais, apresentam números significativos de casos. Antônio Carlos, por exemplo, tem um caso para cada 753 habitantes, são 13 casos confirmados pelo município, com três óbitos”, ressalta o professor. Sobre a região da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (Amfri), Polette comenta que há 163 casos notificados, o que representa 19,1% do total de casos confirmados e 17,8% das mortes do Estado.
Perspectiva real - 313 mil contaminados no Brasil? Cientistas de duas proeminentes universidades brasileiras, da USP e da de Brasília, divulgaram um estudo que choca, que confronta diretamente com a realidade sobre o coronavírus que vem sendo apresentada ao país. Segundo eles, haveria pelo menos 313 mil contaminados atualmente no Brasil. Segundo os dados oficiais do Ministério da Saúde, seriam 23 mil os infectados em todo o território nacional.
O motivo dessa diferença brutal: a falta de capacidade do sistema de saúde em realizar testes em massa para a Covid19. Santa Catarina seria o sexto estado mais infectado segundo o estudo e poderia ter 4.848 casos. Para o governo do estado, oficialmente ontem eram 884 as pessoas diagnosticadas com o vírus. Registre-se que estamos abordando esse assunto, que já era uma descon-
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fiança generalizada em parte pensante da sociedade, não para alarmar, causar pânico e sim para alertar e reforçar a importância das medidas de restrição ao convívio social.
Pico
Outro aspecto a ser considerado é
primeira morte de uma mulher de 53 anos com COVID-19 no dia 4 de abril. Neste sábado (11), foi registrada a segunda morte por coronavírus no município. A vítima é uma mulher de 62 anos. Nesta terça-feira (14), o município de Camboriú registrou duas mortes por covid-19. A primeira trata-se de uma mulher de 75 anos e hipertensa. A segunda morte registrada é de um homem de 84 anos, interno de um Centro de Permanência de Idoso de Camboriú. Alguns pacientes já foram curados, porém a contagem dos casos confirmados é acumulativa para fins estatísticos.
o fato de que as autoridades vêm projetando o pico da contaminação para abril e maio, podendo se estender a junho. Aliás, essas projeções já vêm rendendo piadas e memes na internet, pois elas estão aumentando à medida que as datas anteriormente previstas se aproximam!
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GERAL
Ano XXIII - edição 934 - 17 de abril de 2020
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SC perde 165 mil empregos na indústria com crise do coronavírus, mostra pesquisa da FIESC
Análise realizada pelo Observatório da entidade revela que houve ainda retração de R$ 3,4 bilhões na produção industrial, diminuição de R$ 3,1 bilhões nas vendas no mercado interno e redução de R$ 327 milhões nas exportações industriais do estado. O levantamento mede os impactos após o início do período de isolamento A crise do coronavírus já custou 165 mil empregos na indústria de Santa Catarina. Esse número representa uma redução de 21% na quantidade de trabalhadores formais no setor, que fechou 2019 com 786 mil empregados e agora está com 621 mil, mostra pesquisa feita pelo Observatório da Federação das Indústrias (FIESC), divulgada nesta quinta-feira (16). A análise, que mede os impactos após o início do período de isolamento, mostra ainda que, no estado, houve retração de R$ 3,4 bilhões na produção industrial, diminuição de R$ 3,1 bilhões nas vendas no mercado interno e redução de R$ 327 milhões nas exportações industriais. “É uma fotografia dramática, que quantifica o impacto que já é sentido pelas empresas e trabalhadores. O levantamento mostra como a crise está desestruturando um estado que estava em crescimento e deixa claro que é necessário que as medidas de apoio ao setor produtivo precisam ser mais objetivas”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Passado um
mês do início da crise, uma série de pleitos encaminhados pela indústria buscando a sobrevivência das empresas e a manutenção dos postos de trabalho segue sem respostas”, acrescenta. Aguiar se refere a questões como a postergação e parcelamento do recolhimento do ICMS e das faturas de energia elétrica. O levantamento informa que, dos 17 setores consultados, os mais impactados do ponto de vista do emprego são equipamentos elétricos (-41,7%), confecção (-41,4%), automotivo (-39%), madeira (31,3%), bebidas (-29,3%), móveis (27,6%), cerâmica (-27%), construção civil (-23,8%), gráfico (-23,8%) e produtos químicos (20,9%). Ainda na análise, as empresas sugerem medidas que poderiam ser adotadas em âmbito municipal, estadual ou federal para minimizar os impactos. Entre elas, destacam-se: isolamento vertical (26% dos respondentes), incentivos fiscais (15,8%), flexibilização do acesso ao crédito (15,3%) e retorno gradual às atividades (11,5%).
As indústrias também avaliaram as medidas dos governos para o enfrentamento da pandemia: em relação às ações do governo federal, 62,8% consideram positivas e 26,6% avaliam como negativas. Quanto ao governo estadual, 67,4% consideram as medidas negativas e 24,6% avaliam como positivas. Em relação às ações municipais, 39,3% consideram negativas e
42,4% positivas.
Sobre a pesquisa
A amostra da pesquisa é formada por 740 empresas respondentes, das quais 8,1% são grandes, 37,6% médias e 54,3% pequenas, de 129 municípios catarinenses.