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Economia Negócios REVISTAPORTUÁRIA
Edição FEVEREIRO/2022 / Ano XXIIII
Privatização da Autoridade Portuária Municipal em Itajaí:
É possível reverter? FOTO: ALFA BILE SANTANA
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R$ 80,00
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EDITORIAL
ISSN - 1981 - 6170
ANO 24 EDIÇÃO FEVEREIRO/2022
Decisão continua sendo política!
Editora Bittencourt Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020
D
Fone: 47 3344.8600 Direção: Carlos Bittencourt carlos@bteditora.com.br | 47 9 8405.8777 Presidente do Conselho Editorial: Antonio Ayres dos Santos Júnior Diagramação: Solange Maria Pereira Alves (0005254/SC) solange@bteditora.com.br Capa: Foto: Alfa Bile Contato Comercial: Sônia Anversa - 47 9 8405.9681 carlos@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 960,00 A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria
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esde o ano passado, quando publicamos a primeira capa da Revista Portuária sobre a intenção do Governo Federal de privatizar os portos brasileiros, tanto a parte operacional como também a Autoridade Portuária, dissemos que no caso do Porto de Itajaí, que tem uma especificidade diferente dos outros portos do país, com arrendamento ao município, a solução teria que ser política. E apesar da ANTAQ ter aberto no dia 24 de fevereiro a consulta pública sobre a concessão do Porto de Itajaí, agora com as regras mais claras de privatização tanto das Operações Portuárias como também da Autoridade Portuária, uma possível reviravolta continua dependendo de atores políticos, já que o Governo Municipal está tentando uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro para tentar mostrar a ele as diferenças entre um Porto como o de Itajaí e outros do Brasil, que estão na mira da privatização do Ministério de Infraestrutura. Inclusive, nesta Consulta Pública aberta pela Antaq, o próprio Porto de Itajaí, através de seus técnicos, estudará todos os pontos propostos e contestará o que achar por direito, como vem fazendo até agora, com estudos realizados pela Universidade do Vale do Itajaí, que recomendam a renovação do contrato de Autoridade Pública Municipal de forma imediata. Um dado interessante já divulgado é de que as empresas proprietárias dos Terminais Portuários que atuam nos Portos de Navegantes e São Francisco do Sul, não podem participar do certame de concorrência pública. Não se sabe ainda, se fazendo parte de um consórcio com outras empresas, com capital menor, acabem podendo. Neste caso, a concessionária que ganhar a licitação das Operações e Autoridade Portuária deverá gozar da liberdade empresarial para gerir e administrar o porto e para organizar a prestação de serviços portuários, bem como ficará responsável pela dragagem, entrada e saída de navios, entre outros atributos, que hoje são de competência da Autoridade Portuária itajaiense. A pergunta que fica é: será que o Porto de Navegantes e os terminais à montante, ficarão satisfeitos em ficar submetidos a uma Autoridade Portuária particular, que tem seus próprios interesses econômicos? E os trabalhadores portuários continuarão a ser chamados conforme determina a Lei? Os terminais privatizados visam lucro e tem por objetivo preços competitivos.
TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES
BRUSQUE/SC (47) 3351-5111
ITAJAÍ/SC (47) 3348-3292
SÃO JOÃO BATISTA/SC (48) 3265-1311
FLORIANÓPOLIS/SC (48) 3258-5330
GUARULHOS/SP (11) 2085-4500
CURITIBA/PR (41) 3348-7000
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Sumário
12. CAPA. ANTAQ inicia consulta pública sobre concessão do Porto de Itajaí. Será que tem como reverter? 14. ENTREVISTA: “Transformação digital é caminho para competitividade industrial”, diz CEO da Siemens 16. Indústria catarinense fecha 2021 com o segundo maior crescimento do país 18. Consumo de gás natural industrial catarinense cresceu 21% em 2021 20. InvestSC completa um ano com a atração de mais de R$ 2 bilhões em investimentos 22. Governo de SC vai investir R$ 124 milhões em recuperação e manutenção de rodovias estaduais 23. Confiança da indústria avançou em 17 de 29 setores em fevereiro, mostra CNI 10 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
24. Anote na agenda: Intermodal 2022 acontece em março! 26. Valor das exportações cresce 31,4% em janeiro, diz FGV 31. Nova Bacia de Evolução registra 800 giros no Complexo Portuário de Itajaí 32. Portonave oficializa acordo com Embaixada Argentina para redução de custos logísticos 34. Porto de São Francisco do Sul: Exportação de soja aumenta 81% em 2022
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TRANSPORTE
Constellation 25.460 é o Volkswagen estradeiro mais potente
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O VW 25.460 é o primeiro Constellation rodoviário com motor MAN D26. Oferecendo ainda mais conforto na cabine, e já conectado de fábrica para melhor desempenho
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TRANSPORTE
Desde dezembro passado, quem visita a rede de concessionárias da Volkswagen Caminhões e Ônibus já encontra as primeiras unidades de seu mais novo modelo: o VW Constellation 25.460. O veículo estreia uma série de novidades no portfólio estradeiro da família mais vendida do país. Entre elas, a nova versão do Constellation traz a motorização MAN D26, de 12,4 litros, para entregar 460 cavalos, o mais potente da linha para essa operação. E a cabine oferece ainda mais itens de conforto para o motorista. 14 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
Para completar o trem de força, a montadora desenvolveu uma nova calibração na transmissão automatizada Traxon, com 12 marchas, voltada à aplicação rodoviária. Esse modelo com tração 6x2 e uma configuração sob medida para a robustez e economia que já são a marca da linha extrapesada da Volkswagen.
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TRANSPORTE
A cabine, já reconhecida pelo mercado por seu alto nível de conforto, ganha mais atributos: suspensão de cabine com quatro bolsões pneumáticos trazendo um nível de conforto diferenciado. O modelo vem também com cinto de segurança integrado no banco do motorista, solução que agrega ainda mais comodidade ao motorista. Ainda passa a contar com o climatizador montado de fábrica. 16 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
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:: PORTO DE ITAJAÍ
ANTAQ inicia consulta pública sobre concessão do Porto de Itajaí. Será que tem como reverter? O prefeito Volnei Morastoni, trabalhadores portuários e algumas entidades continuam lutando pela renovação do contrato de arrendamento para manter a Autoridade Pública Municipal. "A batalha ainda não está perdida", disse o prefeito.
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ANTAQ realizará, até o mês de 10 de abril, consulta e audiência públicas para obter contribuições visando ao aprimoramento dos documentos técnicos e jurídicos relativos à realização de certame licitatório referente à concessão do Porto de Itajaí. As minutas jurídicas e os documentos técnicos relativos à consulta pública estarão disponíveis no seguinte endereço eletrônico: https://www.gov.br/antaq/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/. A concessão permitirá ao futuro concessionário a função de administração portuária (ou autoridade portuária) e de operador de contêineres, prestando serviços diretamente aos usuários. Os investimentos previstos para adequação da infraestrutura somam cerca de R$ 2,8 bilhões, que deverão ser feitos ao longo da vigência do contrato – 35 anos, prorrogável até o limite de 70 anos, a critério do Ministério da Infraestrutura. Além dos investimentos em ativos novos, deverá ser indenizado à atual arrendatária o valor de mais de R$ 44,4 milhões, referente a ativos não amortizados/depreciados. O valor estimado do contrato de concessão, correspondente ao valor presente das receitas tarifárias e não-tarifárias, para todo o prazo, é de R$ 7,8 bilhões. O valor de outorga, para servir de critério de julgamento do leilão, deverá ser, no mínimo, de R$ 603 milhões. Poderão participar do leilão pessoas jurídicas brasileiras ou estrangeiras, incluindo instituições financeiras, bem como Fundos de Investimento em Participações (FIPs) e entidades de previdência complementar. Contudo, não será admitida a formação de consórcio entre empresas armadoras e suas correspondentes controladoras e controladas de grupos econômicos distintos que detenham titularidade de exploração de instalações portuárias dedicadas à movimentação e à armazenagem de contêineres e de carga geral nos complexos portuários de Itajaí e de São Francisco do Sul (SC).
Pagamentos à União
Haverá uma contribuição fixa, que será paga pela concessionária em 25 parcelas anuais no valor superior a R$ 35,8 milhões cada uma, a partir do 6º ano até o 30º ano de vigência do contrato. Além disso, a concessionária pagará uma contribuição variável, que corresponderá ao montante anual resultante da cobrança de R$ 52,57, por TEU, sobre a movimentação de contêineres realizada pela concessionária nas áreas afetas às operações. A concessionária deverá pagar, anualmente, à ANTAQ uma verba de fiscalização, no valor de R$ 734.421,00, durante toda a vigência do contrato.
Participação Social
Serão consideradas pela Agência apenas as contribuições sobre essa consulta pública, que devem ser dirigidas à ANTAQ até às 23h59 do dia 10 de abril, exclusivamente por meio e na forma do formulário eletrônico disponível em gov.br/antaq, não sendo aceitas participações enviadas por meio diverso. Será permitido, exclusivamente através do e-mail anexo_audiencia052022@ antaq.gov.br, mediante identificação do contribuinte e no prazo estipulado, anexar imagens digitais, tais como mapas, plantas e fotos, sendo que as contribuições em 18 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
texto deverão ser preenchidas nos campos apropriados do formulário eletrônico. Caso o interessado não disponha dos recursos necessários para o envio da contribuição por meio do formulário eletrônico, poderá utilizar o computador da Secretaria-Geral da ANTAQ, em Brasília (DF), ou nas suas unidades regionais, cujos endereços se encontram disponíveis no site da ANTAQ. As contribuições recebidas serão disponibilizadas no portal da Agência.
Audiência Pública
Com o objetivo de fomentar a discussão e esclarecer eventuais dúvidas sobre o ato normativo, será realizada audiência pública, na forma presencial ou telepresencial, a depender das condições de saúde pública vigentes, em data, horário e local a serem definidos e comunicados oportunamente.
Esperança de reverter o processo
Apesar da Consulta Pública prever a privatização total, o Prefeito Volnei Morastoni ainda luta, junto com os sindicatos dos Trabalhadores Portuários e outras entidades, para manter a Autoridade Portuária Municipal. "Estamos com vários contatos e interlocutores a nível federal tentando reverter a situação. Queremos uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro. Ele precisa entender que o Porto de Itajaí por estar dentro da cidade tem especificidades diferentes de outros portos do país. A batalha ainda não está perdida", disse o prefeito. O mesmo pensamento tem o presidente da Intersindical dos Trabalhadores Portuários, Ernando Alves Júnior. Ele disse que todos os sindicatos também estarão analisando os documentos apresentados na audiência pública aberta pela ANTAQ, contestando aquilo que não é de interesse dos trabalhadores.
FAZ SENTIDO REVISAR A IMPORTAÇÃO QUE JÁ PASSOU PELO CANAL CINZA/VERMELHO? KIM AUGUSTO ZANONI OAB/SC 36.370 Sócio do Silva & Silva Advogados Associados e especialista em Tributação, Logística e Comércio Exterior.
O
processo de desembaraço aduaneiro é o momento no qual se cumprem as etapas para a regularização de uma mercadoria e sua consequente importação. Durante o desembaraço aduaneiro a mercadoria submetida a importação passa por um procedimento de verificação e análise de informações declaradas pelo importador na Declaração de Importação (DI), o que acontece por sorteio em diferentes níveis de fiscalização conhecidos como “Canais de Parametrização”: a) Canal Verde: há o desembaraço automático da mercadoria e não ocorre sequer a verificação documental pela autoridade fiscal; b) Canal Amarelo: ocorrerá o exame documental da importação (Declaração de Importação); c) Canal Vermelho: há o exame documental e verificação física da mercadoria importada; d) Canal Cinza: em que submeter-se-á a mercadoria a todos os procedimentos descritos anteriormente, aplicando-se ainda o procedimento especial de controle aduaneiro, para que haja a verificação e vedações de possíveis fraudes.
Em alguns poucos casos em que a autoridade julgar ser necessário poderá ocorrer, após finalizado o despacho aduaneiro, a Revisão Aduaneira, em que serão (re) analisadas todas as informações prestadas pelo importador em busca de verificar qualquer irregularidade no pagamento dos tributos. Muito se discute sobre a possibilidade de revisão aduaneira nas importações, principalmente daquelas parametrizadas pelo canal verde. E na última semana o STJ decidiu, no REsp 1826124, que o fisco pode revisar importação que caiu em qualquer canal de parametrização (inclusive amarelo, vermelho e cinza). Até pouco tempo, a Justiça não admitia a revisão aduaneira, e a partir de um determinado momento, passou-se a reconhecer a sua legitimidade apenas para os casos parametrizados em Canal Verde. Agora, se passou a permiti-lo mesmo que a importação já tenha sido fiscalizada e liberada. Com todo o respeito, a decisão no REsp 1826124 não faz o mínimo sentido, uma vez que a legislação (art. 149 do Código Tributário Nacional) veda a revisão aduaneira nas hipóteses de erro de direito - o que é justamente a grande finalidade da revisão aduaneira. Ora, se admitirmos que a própria fiscalização aduaneira não tem a capacidade de dizer o que é certo e o que é errado em uma importação parametrizada em Canal Vermelho, podendo rever um processo já encerrado, o que será do nosso sistema jurídico? Essa decisão pode parecer inocente, mas é o primeiro passo para que sejamos reféns de um sistema (jurídico) que pode ser eternamente revisado. Imagine a mesma premissa aplicada aos processos judiciais já transitados em julgado. Nesse sentido, é importante que os contribuintes em geral se posicionem contra essa nova orientação (que ainda não é definitiva; e é isolada de uma das Turmas do STJ), combatendo-a energicamente (no meio jurídico e político) até o fim.
Balneário Camboriú-SC | Itajaí-SC | Florianópolis-SC | Itapema-SC | Sinop-MT
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 19
Entrevista: PABLO FAVA
“Transformação digital é caminho para competitividade industrial”, diz CEO da Siemens Pablo Fava é um dos palestrantes do 9° Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria. Em entrevista, ele falou sobre transformação digital, indústria 4.0 e cidades inteligentes
A
indústria caminha para um futuro de atividades integradas e digitalização. Mas para isso, é preciso desenvolver sistemas inteligentes, capazes de se comunicar a todo momento e detectar problemas. Quando o assunto é solução digital e conectividade, a Siemens é uma referência mundial. Sobre o que futuro nos reservas, entrevistamos o Pablo Fava, CEO da Siemens no Brasil. Formado em engenharia eletromecânica pela Universidade Tecnológica Nacional (UTN), na Argentina, e com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Fava entrou na Siemens como estágiário, na Argentina, em 1996. 24 anos depois, no outro lado da fronteira, ele se tornou Presidente da Siemens, no Brasil, em 2020. Ele é um dos ; membro da liderança da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). O líder é presença confirmada no 9° Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, em março. Ele participa do fórum "5G: infraestrutura para inovação e digitalização da indústria", no dia 9, às 17h45.
A Siemens é uma das pioneiras e mais importantes empresas desenvolvendo tecnologia para a Indústria 4.0. Como vocês avaliam a evolução desse movimento no mundo e onde o Brasil está nessa corrida? PABLO FAVA - O desafio de fazer mais com menos é essencial para a indústria. A atratividade da transformação digital está ligada à perspectiva de retorno rápido a partir do aumento de produtividade, além das novas oportunidades de negócios. A Indústria 4.0 surgiu como forma de potencializar a integração de ferramentas digitais disponíveis para incrementar rendimentos e estabelecer novas formas de produção. Com isso, reduz-se drasticamente o tempo de lançamento de produtos customizados, agilizando processos e ganhando flexibilidade e eficiência com elevados níveis de qualidade. A Siemens desenvolve soluções que respondem aos desafios da transição para a Indústria 4.0, aumentando a competitividade das empresas, transformando-as em Digital Enterprises, com ganhos relevantes para o Brasil. O processo de transformação digital provocado pela implementação dos conceitos de Indústria 4.0 possibilitará um salto quântico na produtividade e competitividade, condição essencial para colocar a produção nacional em posição de destaque nas cadeias globais de valor. É preciso ter foco nas necessidades dos clientes e mercados e cocriar soluções específicas, revendo e adequando estratégias de negócios para explorar ao máximo os potenciais de colaboração dentro da cadeia de valor. Modelos digitais de simulação estão aí para que possamos “errar” mais rápido e mais barato, convergindo para soluções otimizadas. Trata-se de uma mudança cultural que exige uma visão holística de como revolucionar processos, atividades, desejos e até configurar novas necessidades mediante as novas tecnologias. Isso gera oportunidades e viabiliza a criação de novos modelos de negócios. No Brasil, existem muitas iniciativas governamentais, de entidades e de 20 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
empresas que procuram nos posicionar fortemente neste contexto. As oportunidades para o Brasil estão em gerar um valor crucial para que as indústrias ganhem novos mercados internacionais, assim como para transformar a infraestrutura. Estas oportunidades são geradoras de emprego e melhoram a qualidade de vida da nossa população. O Brasil tem à frente a chance de colocar a produção nacional no compasso desta nova era, marcada por ganhos e agregação de valor viabilizados pela digitalização. É preciso, portanto, que as empresas, independentemente de seu setor ou tamanho, planejem e invistam em transformação de forma estruturada, considerando não apenas aspectos de inovação tecnológica, mas também a capacitação da força de trabalho. Qual é o papel da tecnologia 5G nesse processo? PABLO FAVA - A transformação digital e a adoção de tecnologias disruptivas são o caminho para garantir a competitividade industrial e assegurar a inserção do Brasil nas cadeias globais de valor. Uma conectividade confiável, segura e poderosa viabiliza esta transformação, uma vez que a implantação dos conceitos associados à Indústria 4.0 e de aplicações da Internet industrial das Coisas (IIoT) depende de sua existência e disponibilidade. O 5G, por sua baixís-
sima latência, alta confiabilidade, alta capacidade de transferência de dados e de conexão de grandes quantidades de aparelhos é ideal para a comunicação máquina-máquina e IIoT. A Siemens vê um potencial muito grande no 5G como viabilizador da digitalização da indústria, do agronegócio e das cidades e ele surge como peça fundamental desse quebra-cabeça tecnológico. Hoje, mais de 95% das indústrias brasileiras são pequenas e médias. A digitalização também é uma realidade para elas? PABLO FAVA - As empresas, independentemente de seu setor ou tamanho, precisam estar atentas às transformações que possam provocar disrupção no seu setor. Ou, melhor ainda, devem procurar a forma delas mesmas provocarem uma mudança que as coloque numa posição de privilégio. A tecnologia que permite hoje essa transformação é a digitalização, e está disponível para empresas de todos os portes. Estas perguntas valem para todas as indústrias: é possível gerar uma vantagem a partir de uma transformação digital? E se outra empresa fizer isso antes? Qual seria a nossa situação? Existem outras três perguntas básicas para se tornar uma Digital Enterprise: “por que é necessário fazer a transformação?”; “o que é necessário transformar?” e “como fazer essa transformação?”. A definição de um plano diretor é fundamental. Não existe uma receita única quando se trata de transformação digital e não podemos nos dar ao luxo de pensar apenas nas grandes empresas. Temos que visualizar a cadeia de valor como um todo. Qual deve ser a estratégia para conseguirmos ter mais cidades inteligentes? PABLO FAVA - Como pensar na digitalização da indústria sem pensar no contexto ou o ambiente no qual estão inseridas, ou seja, cidades, distritos industriais, cadeias de suprimento? Há uma demanda natural por infraestrutura inteligente, eficiente, mais sustentável e resiliente, para hoje e para o futuro. A Siemens, ao conectar sistemas de energia, edifícios, transporte e indústrias, oferece aos clientes um portfólio abrangente de ponta a ponta a partir de uma única fonte – com produtos, sistemas, soluções e serviços. Não existe uma fórmula mágica para construir cidades inteligentes, o importante é que a inteligência seja aplicada para endereçar as necessidades das cidades. São Paulo, por exemplo, tem desafios com enchentes. A cidade precisa prever a situação e a localização das chuvas e canalizar/bombear essa água. Também há desafios com o trânsito, e modelos de simulação podem prever congestionamento e indicar semaforização ou investimentos adequados. Cidades turísticas, por exemplo, têm desafios rem relação à sustentabilidade, como água de reuso, geração distribuída renovável e mobilidade elétrica. Outras cidades, ainda, não têm saneamento. Você poderia citar exemplos de projetos da Siemens nesse sentido? PABLO FAVA - A Siemens tem portfólio ambiental baseado em energia
renovável e eficiência energética e recentemente investiu no Brasil na geração solar (Brasol) e no armazenamento de energia (Micropower). Estas duas tecnologias combinam sustentabilidade e resiliência para as redes elétricas. Internamente, temos um programa de neutralização de emissões de carbono com meta mundial até 2030, mas a meta da Siemens aqui no Brasil foi antecipada para 2025. Já obtivemos redução significativa (aproximadamente 87%) e atualmente aplicamos a precificação interna de carbono, como forma de conscientizar e investir em projetos de descarbonização. Na Expo Dubai 2020, a Siemens fornece tecnologias para garantir que os edifícios e outras infraestruturas do local se tornem parte de um legado duradouro. Inclusive, tivemos a honra de receber lá a delegação de empresários organizada pela CNI e liderada pelo Presidente Robson Braga. Cerca de 80% das tecnologias implementadas para a Expo permanecerão ativas depois de março de 2022, formando o núcleo de um novo bairro urbano sustentável de Dubai, conhecido como Distrito 2020. No local, a Siemens está demonstrando como os edifícios, as máquinas e as instalações podem ser conectadas usando o MindSphere, a plataforma IIoT como uma solução de serviço. O MindSphere é o sistema nervoso central da Expo que roda em segundo plano. No Brasil, o melhor exemplo é o projeto Aguaduna, na região de Entre Rios no litoral norte da Bahia - uma cidade pensada nas bases da sustentabilidade. Imagine todos os dados de uma cidade conectados e analisados em tempo real. Isso é possível mediante aquisição de dados e o uso do MindSphere para a gestão e o uso de dados, desde semáforos, iluminação, serviços e atividades da cidade, reserva de posto de carregamento, situação dos espaços públicos, entre outros. A pandemia acelerou o processo de digitalização no Brasil e processos mais sustentáveis. Quais são as tendências para o mundo pós-pandemia? PABLO FAVA - Os desafios da Covid-19 aceleraram a transformação nas empresas, reforçando, por exemplo, a necessidade da adoção de modelos de monitoramento e operação remotos. O que percebemos é que empresas com maior grau de maturidade digital superaram a crise melhor do que aquelas menos preparadas, ou seja, aí está a resiliência de uma empresa à crise. Uma das razões é que a digitalização melhorou e agilizou suas capacidades de tomada de decisão. Essas empresas também alcançaram alta capacidade de agir de forma flexível durante a crise e continuaram com as operações comerciais. A crise da Covid-19 trouxe um efeito de aprendizado em muitas empresas. As soluções digitais e automatizadas provaram ser especialmente eficazes neste cenário de pandemia. Essas tecnologias ajudarão a garantir que as empresas possam responder, com muito mais rapidez e eficiência, às situações de crise ou mesmo às constantes e cada vez mais rápidas mudanças nas demandas do mercado. Então, a pandemia acelerou a curva de adoção da transformação digital, e esta mudança chegou para ficar. FONTE: CNI
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 21
:: ECONOMIA CATARINENSE
Indústria catarinense fecha 2021 com o segundo maior crescimento do país
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om um crescimento de 10.3%, a produção industrial de Santa Catarina superou, com folga, o dobro da média nacional, de 4,3%, representando o segundo maior crescimento entre os 14 estados pesquisados, atrás apenas do Espírito Santo. Os dados divulgados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao acumulado de 2021. "São números que mostram a força da nossa economia. Mesmo com os desafios gerados pela pandemia, nosso estado continua em ritmo forte de desenvolvimento econômico. A cada resultado, vemos que Santa Catarina está no caminho certo. Somos um estado que sempre supera as expectativas", ressaltou o governador Carlos Moisés. "O setor industrial é fundamental para o desenvolvimento econômico dos estados. É fato histórico que países com força neste setor mostraram mais crescimento, o que se replica nas esferas regionais. Portanto, os números, mais uma vez, reforçam a importância e a competitividade de Santa Catarina no cenário nacional. Seguimos empenhados em ações concretas para o fortalecimento da economia neste momento tão crucial aos catarinenses no combate à pandemia e na saúde das pessoas”, destaca o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon.
Fotos: Ricardo Wolffenbuttel/SECOM
Setores que impulsionaram economia
Destaques em 2021 O ano de 2021 foi marcado por um crescimento também no setor de serviços e no comércio varejista em Santa Catarina. O volume de serviços produzidos em Santa Catarina teve crescimento de 14,7% em 2021, quando a média brasileira variou 10,9%. Foi o quinto maior crescimento entre todos os estados, sendo o maior do Centro-Sul do País. Além disso, a variação do volume de vendas do comércio varejista ampliado cresceu 8,6%, frente a uma média nacional de 4,5%. Para o economista da SDE, Paulo Zoldan, a economia de Santa Catarina vive um ciclo virtuoso. “Os dados consolidados de 2021 demostram um crescimento robusto e difuso entre os mais diversos setores e segmentos da economia, confirmando a competitividade do Estado na comparação com os demais estados brasileiros. Além da produção econômica voltada para o mercado interno, o Estado teve desempenho positivo e acima da média no que se refere também ao comércio exterior. Esse resultado deverá se refletir na expansão do PIB, que terá uma das maiores taxas de crescimento do país e também na geração de postos de trabalho. A economia estadual teve o maior saldo de empregos formais da série histórica em 2021 e manteve a menor taxa de desemprego do Brasil”, avalia. 22 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
A cada resultado, vemos que Santa Catarina está no caminho certo. Somos um estado que sempre supera as expectativas.
O setor metalúrgico foi o que mais impulsionou o crescimento da produção indústria de 2021 com uma expansão significativa de +42,3%, seguido pelo automobilístico (+ 39,2%) e o de máquinas e equipamentos (+22,5%). O segmento do vestuário e acessórios (+19,1%) e de têxteis (+14,5%) também tiveram crescimento destacado. O único segmento que retraiu foi o de produtos alimentícios (-10,4%).
Carlos Moisés, governador
:: ECONOMIA CATARINENSE
Setor de serviços em SC termina 2021 com o melhor desempenho do Centro-Sul do país Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom
O
ano de 2021 foi marcado por um crescimento no setor de serviços e também no comércio varejista em Santa Catarina. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o volume de serviços produzidos no estado aumentou 14,7% em 2021, quando a média brasileira variou 10,9%. Foi o quinto maior crescimento entre todas as unidades federativas, sendo o maior do Centro-Sul do país. “Os números mostram que conseguimos retomar o crescimento de maneira célere, mesmo após a crise gerada pela pandemia. Vamos continuar trabalhando junto ao setor produtivo para que Santa Catarina se desenvolva ainda mais”, afirmou o governador Carlos Moisés. Para o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), Luciano Buligon, os dados demonstram a força da economia catarinense frente à retomada econômica. “No setor de serviços, Santa Catarina manteve a 5ª maior contribuição nacional. Um resultado que mostra a resiliência do catarinense em períodos difíceis e a resposta às ações certeiras para cuidar da economia sem se descuidar da saúde”, destaca. “O setor de serviços foi o último a sair da crise e é o que tem se mostrado mais dinâmico e exibindo as maiores taxas de crescimento”, observa o economista da SDE, Paulo Zoldan.
O setor de serviços foi o último a sair da crise e é o que tem se mostrado mais dinâmico e exibindo as
Serviços e volume de atividades turísticas
O volume dos serviços no estado encontra-se 16,9% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, ante 6,6% do país como um todo. Santa Catarina é o quinto maior produtor de serviços do país, depois de São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Rio Grande do Sul. No estado, transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio acumularam o maior avanço no ano (18,5%), posição já alcançada em setembro. Serviços prestados às famílias tiveram a segunda maior variação em 2021. Já o setor de atividades turísticas teve um crescimento de 18,9% em 2021, em relação a dezembro de 2020. Houve crescimento de 25% na média móvel trimestral.
maiores taxas de crescimento.
Paulo Zoldan, economista da SDE
Comércio Varejista A variação do volume de vendas do comércio varejista ampliado catarinense no acumulado de 2021 cresceu 8,6% em relação ao mesmo período de 2020, sendo que veículos, motocicletas, partes e peças (26%) e material de construção (7,2%) são as atividades que mais cresceram nessa comparação.
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 23
:: ECONOMIA CATARINENSE
Consumo de gás natural industrial catarinense cresceu 21% em 2021
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Foto: Divulgação / SCGÀS
A atividade de atendimento ao segmento industrial intensificada pela Companhia revela a demanda crescente do importante e diversificado setor produtivo catarinense, que mostra sua força mesmo em meio a crises.
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s 333 indústrias catarinenses que utilizavam gás natural em dezembro de 2021, consumiram uma média de 1.835.163 m³ por dia no ano passado. O valor é 21,32% superior quando comparado ao consumo de 2020 e 14,57% maior na relação com 2019. Ao todo, foram conectadas 25 novas indústrias à rede de gás natural catarinense em 2021, crescimento de 7,91%. Em 2022, a distribuidora projeta conectar quase 30 novas indústrias nas regiões do Alto Vale (Lontras), Grande Florianópolis (São José), Norte (Guabiruba, Jaraguá do Sul e Joinville), Planalto Norte (Campo Alegre e São Bento do Sul), Sul (Cocal do Sul, Gravatal, Nova Veneza e Sangão) e Vale do Itajaí (Blumenau, Brusque, Gaspar, Içara, Pomerode e Timbó). Até 2026, o plano é atender cerca de 150 novas indústrias, chegando ao total de 480 indústrias abastecidas. “A ampliação da oferta de gás natural para atender à demanda da indústria catarinense é uma das prioridades da nossa gestão. Nossa meta é viabilizar maneiras de aumentar o fornecimento do insumo para Santa Catarina. Assim, nossas indústrias terão um gás natural mais competitivo para continuar crescendo e poderemos distribuir o insumo para novas regiões do estado”, destaca o governador Carlos Moisés. Para Ronaldo Macedo Lopes, gerente comercial industrial e veicular em exercício da SCGÁS, “a atividade de atendimento ao segmento industrial intensificada pela Companhia revela a demanda crescente do importante e diversificado setor produtivo catarinense, que mostra sua força mesmo em meio a crises”, conclui. O gás natural, em Santa Catarina, abastece indústrias que, juntas, são responsáveis por cerca de 50% do PIB do estado e 85 mil empregos diretos. O fomento à economia também se dá na geração de empregos. Segundo dados do Observatório da FIESC, foram abertas cerca de 170 mil novas vagas formais em 2021 em 92,2% dos municípios catarinenses. O número representa 6,1% do saldo nacional e o terceiro melhor resultado do país, o que coloca o estado na quinta posição comparativa entre os demais estados. Nesse cenário, a indústria de transformação foi responsável por 11,8% das novas vagas formais criadas no país, deixando o estado com o terceiro melhor saldo nacional. Segundo o IBGE, a produção industrial catarinense cresceu 10,3% em 2021, melhor resultado nacional e bem acima da média do restante do país, que foi de 3,9%. O crescimento e a recuperação econômica das indústrias explicam também o aumento significativo do consumo e, consequentemente, a necessidade de ampliação do suprimento de gás natural no Estado. No ano passado, a SCGÁS firmou dois novos contratos de suprimento. Um deles contratou 150 mil m³/dia de suprimento adicional para abastecer o crescimento das indústrias do setor cerâmico no sul do estado. Outra boa notícia para o setor é o terminal de GNL (Gás Natural Liquefeito) na Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul. As operações devem iniciar no primeiro semestre de 2022, e projeta-se o aumento de 179% na disponibilidade do insumo para Santa Catarina, segundo projeto da empresa Golar Power LNG que foi adquirida pela New Fortress Energy.
Ronaldo Macedo Lopes, gerente comercial industrial e veicular em exercício da SCGÁS
O ITBI, a integralização do capital social por meio de bens imóveis e o atual entendimento do STF sobre a imunidade tributária.
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Constituição Federal estabelece que o ITBI não incide sobre a integralização de imóveis ao capital social da pessoa jurídica, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrentes de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. Por sua vez, o Código Tributário Nacional estabelece que incide o ITBI quando efetuada a incorporação de bem imóvel ao patrimônio de pessoa jurídica que tenha como atividade preponderante a venda ou a locação de imóveis (atividade preponderantemente imobiliária). Ocorre que o plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 796.376, além de consolidar o Tema 796 — que dispõe: "A imunidade em relação ao ITBI, prevista no inciso I do §2º do artigo 156 da Constituição Federal, não alcança o valor dos bens que exceder o limite do capital social a ser integralizado" —, também firmou o entendimento de que não deve haver a cobrança do
ITBI na hipótese de integralização de bens imóveis ao capital social da pessoa jurídica que exerça atividade preponderante imobiliária, ou seja, a imunidade é incondicionada à atividade exercida pela empresa. Trata-se de um entendimento com impacto muito significativo no setor imobiliário de todo o país, uma vez que as prefeituras sempre procuram cobrar o ITBI na hipótese de integralização de bens imóveis ao capital social de pessoa jurídica com atividade preponderante imobiliária, a exemplo das holdings constituídas para fins de planejamento sucessório. Assim, o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal possibilita a garantia da imunidade do ITBI na integralização dos bens imóveis ao capital social, independentemente da atividade exercida pela empresa, desde que não exceda o limite do capital social. Portanto, caso o contribuinte se enquadre nesta situação jurídica, há margem para pleitear na justiça o afastamento da cobrança ou a restituição dos valores indevidamente pagos nos últimos cinco anos.
Lucas Corrêa Cugnier Machado Advogado
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 25
:: ECONOMIA CATARINENSE
InvestSC completa um ano com a atração de mais de R$ 2 bilhões em investimentos
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trair investidores e novos negócios para Santa Catarina são os objetivos do programa InvestSC, que neste mês completa um ano com um saldo de mais de R$ 2 bilhões em investimentos e geração de mais de 2.000 empregos diretos. Instituído pelo Governo de Santa Catarina, pelo decreto 1.141 de 9 de fevereiro de 2021, o programa viabilizou 40 atendimentos sob o comando da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE). “Há um ano criamos esse programa justamente com essa intenção: atrair capital e criar ainda mais oportunidades para os catarinenses. O InvestSC faz com que Santa Catarina cresça ainda mais do que já vem crescendo e gere mais desenvolvimento para todos”, destaca o governador Carlos Moisés. “Assumimos no ano passado com muito otimismo esse desafio que tem contribuído significativamente para o crescimento do estado, com a atração de novos negócios, a exemplo da fábrica da Nestlé Purina que trouxe um investimento bilionário para o Estado. Santa Catarina tem apresentado números incríveis na economia e, temos a oportunidade de avançar ainda mais, em 2022 pelo programa InvestSC. É parte fundamental neste processo de avanço econômico”, afirma o secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon. O programa conta com um núcleo interinstitucional, que tem a participação das secretarias de Estado da Fazenda, da Administração, da Infraestrutura e Mobilidade, secretarias Executiva da Executiva do Meio Ambiente, de Assuntos Internacionais, além da SCPAR e da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
26 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
Como funciona O Programa para Atração de Investimentos e Incentivos a Novos Negócios para o Estado de Santa Catarina (InvestSC) possui como atribuições propor políticas para o desenvolvimento econômico regional, com ações que atraiam e facilitem investidores, nacionais e estrangeiros. O programa ainda informa sobre as possibilidades oferecidas pelo Estado, além de propor diretrizes para atração de investimentos e incentivos a novos negócios em Santa Catarina. Ao longo de 2021, foram feitos encontros periódicos, por meio do Fórum InvestSC, que reúne membros dos órgãos e empresários representantes das maiores empresas do estado. O objetivo é discutir demandas, prioridades e oportunidades para o crescimento do Estado, como qualificação de mão de obra, investimentos em infraestrutura, prioridades na retomada econômica e outras questões para o desenvolvimento de Santa Catarina.
SAI lançou Guia do Investidor para auxiliar estrangeiros
Logo após a instituição do programa no ano passado, a Secretaria Executiva de Assuntos Internacionais (SAI) lançou o Investor´s Guide (Guia do Investidor) para servir de subsídio aos investidores nacionais e internacionais que busquem informações pertinentes sobre Santa Catarina, integrando uma das ações do Programa de Atração de Investimentos e Incentivos a Novos Negócios para o Estado, InvestSC. O guia foi elaborado por meio dos convênios Fiesc/SDE, SCPar e SEF (com apoio e atualizações da SAI), e possui dados territoriais, econômicos, de competitividade e de cada setor de Santa Catarina. Descreve, ainda, informações sobre o InvestSC e os programas de financiamentos. “A SAI encampou essa ideia principalmente para mostrar ao público internacional que Santa Catarina está muito preparada, sendo considerado o melhor estado do Brasil para se investir, conforme foi pontuado recentemente pelo Banco do Brasil sobre o Ranking de Competitividade dos Municípios do Centro de Liderança Pública”, destacou o secretário de Assuntos Internacionais, Fernando Raupp. Segundo ele, com o apoio do Guia do Investidor, as empresas são direcionadas ao programa InvestSC, que é a porta de entrada do governo estadual, oferecendo a ajuda necessária para que sejam guiados de forma correta, com menos dificuldades e burocracias.
Nestlé Purina e o InvestSC
No final do ano de 2021, um dos grandes anúncios de investimentos em Santa Catarina, a construção de uma unidade da Nestlé Purina, foi realizado por meio do Programa. O apoio do Estado à instalação da unidade industrial se deu no contexto do InvestSC. De acordo com os executivos da empresa, a escolha por Santa Catarina foi por causa das vantagens competitivas como a proximidade dos fornecedores, a força portuária e o apoio recebido pelo Governo do Estado.
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 27
:: ECONOMIA CATARINENSE
Governo de SC vai investir R$ 124 milhões em recuperação e manutenção de rodovias estaduais Informação foi destacada pelo secretário-adjunto de Infraestrutura e Mobilidade, Alexandre Martins da Silva, em reunião na FIESC. Pelo menos 40% desse valor serão aportados em estradas no oeste, extremo-oeste e meio-oeste
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m 2022, o Governo de Santa Catarina vai investir R$ 124 milhões na recuperação e manutenção de rodovias estaduais, informou o secretário-adjunto de Infraestrutura e Mobilidade, Alexandre Martins da Silva. "Já estamos com contratos da ordem de R$ 124 milhões", disse. Pelo menos 40% desse valor serão aportados em estradas no oeste, extremo-oeste e meio-oeste. Ele participou de reunião conjunta do Conselho para Infraestrutura de Transporte e a Logística Catarinense e pela Câmara de Transporte e Logística da Federação das Indústrias (FIESC). “Há mais de 90 projetos sendo finalizados para implementação. As
A bacia de evolução talvez seja a nossa grande demanda Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente administrativo da Portonave
porque os navios continuarão crescendo.
28 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
rodovias do oeste foram as mais esquecidas durante décadas. A FIESC fez um levantamento preciso e apontou isso. Porém estamos com mais de 584 quilômetros de rodovias em projeto para a região - 50% do que temos em projeto hoje na Secretaria é para o oeste, extremo-oeste e meio-oeste”, declarou Alexandre. Em participação por vídeo, o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, destacou que a manutenção das rodovias é fundamental para garantir boas condições de segurança e fluidez. O secretário-executivo da Câmara de Assuntos de Transporte e Logística da FIESC, Egídio Martorano, defendeu a criação de uma política de estado para que as estradas tenham uma manutenção preventiva periódica. “O pavimento tem vida útil, por isso, é importante ter um projeto de manutenção rotineira e preventiva. A rodovia pode estar em boas condições hoje, mas se ficar seis meses ou um ano sem manutenção começa a se deteriorar, ter buracos e problemas de sinalização, por exemplo, o que gera acidentes, insegurança para o usuário, além de elevar o custo do transporte”, afirmou Em sua apresentação, Martorano também destacou que, das 43 obras e projetos de infraestrutura de transporte estaduais e federais acompanhados pelo Monitora FIESC, 95% delas estão com o prazo expirado ou com o andamento comprometido. São obras nos modais rodoviário, aquaviário, ferroviário e aeroviário que totalizam R$ 8,7 bilhões. O diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, destacou a marca de 10 milhões de contêineres movimentados pelo porto. A Portonave é o segundo maior movimentador de contêineres do país (atrás apenas do Porto de Santos). Segundo ele, entre as prioridades do porto estão a execução da segunda fase das obras da bacia de evolução para permitir a operação de navios de 400 metros de comprimento. “A bacia de evolução talvez seja a nossa grande demanda porque os navios continuarão crescendo. Hoje podemos operar navios de até 350 metros, mas esperamos atingir embarcações de 400 metros, que é a tendência do mercado. Os grandes armadores já têm acenado com a previsão de trazer para o Brasil esses navios maiores”, explicou, salientando que outra preocupação é o acesso aos portos com o crescimento da movimentação de cargas. Também participaram do encontro, por videoconferência, a coordenadora do Fórum Parlamentar Catarinense, a deputada Angela Amin, e o senador Esperidião Amin. Ela destacou que há um trabalho em curso para recomposição do orçamento federal para obras de infraestrutura, que sofreu um corte recentemente. Representantes da bancada federal tiveram reunião com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e com o DNIT.
:: ECONOMIA
Confiança da indústria avançou em 17 de 29 setores em fevereiro, mostra CNI Índice aponta para recuperação. Único setor que registrava pessimismo em janeiro voltou a ficar otimista neste mês: produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal
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confiança da indústria aumentou em 17 dos 29 setores pesquisados, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) por setor, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Além disso, o único setor que registrava pessimismo em janeiro, o de produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal, voltou a ficar otimista neste mês. Foram entrevistadas 2.222 empresas, sendo 912 de pequeno porte, 805 de médio porte e 505 de grande portem entre 1º e 10 de fevereiro. No entanto, o que sustenta o ICEI positivo são as expectativas em relação a economia nos próximos seis meses. Todos os 29 setores analisados têm expectativas otimistas. O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica que, sobre o momento atual da economia, apenas 13 de 29 setores estão confiantes. Apesar do aumento da confiança, na comparação com fevereiro de 2021, apenas o setor de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos está mais otimista do que há um ano. Os setores mais confiantes são: extração de minerais não-metálicos (60,5 pontos), produtos de metal (59,9 pontos, veículos automotores (59,8 pontos) e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (59,7 pontos). O ICEI varia de 0 a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam confiança do empresário e quanto mais acima de 50 pontos, maior e mais disseminada é a confiança. Valores abaixo de 50 pontos indicam falta de confiança do empresário e quanto mais abaixo de 50, maior e mais disseminada é a falta de confiança.
Sobre o momento atual da economia, apenas 13 de 29 setores estão confiantes.
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 29
:: LOGÍSTICA
Anote na agenda: Intermodal 2022 acontece em março!
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o formato híbrido, principal encontro de logística, intralogística e transporte de cargas reunirá mais de 200 marcas nacionais e internacionais, eventos de conteúdos exclusivos e inéditos e marcará o reencontro das empresas dedicadas às cadeias de distribuição Depois de dois anos dedicados a consolidar as vantagens da plataforma multicanal como ferramenta estratégica para a geração de conhecimento e negócios, a Intermodal volta a ser realizada também no formato presencial. Confirmada para acontecer de 15 a 17 de março de 2022, no São Paulo Expo, em São Paulo, a organização da edição híbrida já está a pleno vapor. Com a participação de mais de 200 marcas nacionais e internacionais, o reencontro do setor de logística mais esperado do país será o ponto alto do primeiro semestre do ano. O evento híbrido, nos formatos digital e presencial, é uma das ferramentas de B2B (Business to Business) da plataforma de relacionamento e negócios da Intermodal, que vem sendo aprimorada nos últimos dois anos e que marca um novo posicionamento da Informa Markets, responsável por esta e outras 30 plataformas associadas a diversas vertentes de atividades econômicas em todo o mundo. “Estamos muito ansiosos pela realização da Intermodal. Os setores da logística, intralogística, transportes e da tecnologia associada ao transporte, distribuição e armazenamento de cargas, esperam com animação um encontro presencial para poder trocar as experiências dos últimos dois anos, que foram determinantes para todo o mundo e para o amadurecimento de novas relações e práticas do setor. É por isso que a realização da edição híbrida provoca tanta expectativa no mercado, porque viabiliza uma integração ímpar, verdadeiramente transversal, entre todos os elos das chamadas cadeias de produção, distribuição e armazenamento”, confirma o diretor do portfólio de Infraestrutura da Informa Markets Brasil, Hermano Pinto Jr. Para ele, no formato híbrido do evento, a Intermodal viabiliza a participação de executivos e profissionais de outros estados e de outros países, o que enriquece a experiência de todos. “Um dos nossos focos de atenção é oferecer uma experiência completa de relacionamento, conteúdo e networking, mas acima disso temos a preocupação de criar um ambiente seguro para todos. Assim, durante a Intermodal, colocaremos em prática todos os protocolos de segurança recomendados pelas organizações sanitárias internacionais, além das práticas desenvolvidas na própria Informa Markets, para minimizar qualquer possibilidade de risco para os visitantes”, afirma. Além do networking com os executivos das 200 marcas já confirmadas no evento – um contingente de empresas que envolve, além de players tradicionais do cenário nacional e internacional, novos integrantes que surgiram promovendo soluções para os desafios impostos pela pan-
Edição FEVEREIRO FEVEREIRO 2022 2022 •• Economia&Negócios Economia&Negócios 30 •• Edição
demia –, a Intermodal 2022 chega com muitas novidades. Os visitantes e a audiência online poderão ter a experiência de conhecer novas soluções logísticas e tecnologia voltadas à intralogística, a todos os modais de transporte e à integração entre eles, e poderão também atualizar os conhecimentos com a programação da já tradicional Conferência Nacional de Logística, que tem curadoria da ABRALOG (Associação Brasileira de Logística), e com outros conteúdos exclusivos e inéditos sobre todas as vertentes da logística de carga. Aguarde, pois nos próximos dias a Intermodal divulgará mais detalhes sobre credenciamento e inscrições nos eventos de conteúdo, além de mais detalhes dos participantes da edição 2022! Reserve a data na sua agenda e aguarde as novidades!
:: LOGÍSTICA
Grupo Boticário anuncia aquisição de uma logtech catarinense A startup Equilibrium havia sido selecionada na chamada de Empreendedorismo Industrial lançada em novembro de 2020 pela Whirlpool e pelo SENAI/ SC para desenvolvimento de plataforma de e-commerce da multinacional que no Brasil é responsável pelas marcas Brastemp e Consul
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logtech catarinense Equilibrium, especializada em sistema de orquestração e inteligência logística digital, foi adquirida pelo Grupo Boticário e cujos valores não foram revelados. Conforme nota da compradora, seu propósito com o negócio é criar uma plataforma integrada para gestão logística das entregas em todos os seus canais de venda. A Equilibrium foi a empresa selecionada na chamada de Empreendedorismo Industrial lançada em novembro de 2020 pela Whirlpool e pelo SENAI/SC, que mobilizou pesquisadores do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE), em Florianópolis. A partir daquela chamada, a logtech desenvolveu uma plataforma digital inaugurada na Black Friday de 2021, pela qual a Whirlpool, multinacional de eletrodomésticos responsável no Brasil por marcas como Brastemp e Consul, integra e monitora sua cadeia logística em todos os estados brasileiros. Para isso, a plataforma utiliza inteligência artificial que melhora a experiência dos consumidores em relação à entrega e à devolução de produtos. A Equilibrium foi fundada em Florianópolis em 2019 pelos sócios Marcos Arante e Fabio Nunes, dentro do LinkLab, laboratório de inovação aberta, com sede na Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE). É nominada como logtech por ser uma empresa que desenvolve tecnologia aplicada à logística e transporte.
Marcos Arante e Fabio Nunes, fundadores da Equilibrium (foto: Divulgação)
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 31
:: ICOMEX
Valor das exportações cresce 31,4% em janeiro, diz FGV Indicador de Comércio Exterior (Icomex) foi divulgado recentemente
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valor das exportações brasileiras cresceu 31,4% em janeiro e foi liderado pelas commodities, cujo volume subiu 17,4%, contra 6,8% das não commodities informou o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/ FGV), ao divulgar o Indicador de Comércio Exterior (Icomex). As commodities tiveram participação de 63% no valor total exportado pelo país, enquanto as não commodities participaram com 90% das importações. No caso dos preços, as commodities exportadas tiveram aumento de 13,6%, inferior aos 18% registrados pelas não commodities. Por setor de atividade, houve aumento no volume exportado da agropecuária (91,3%), seguido da indústria de transformação (16,3%), enquanto a indústria extrativa mostrou queda de 13,4%. Os preços das exportações tiveram aumento de 30,1% na agropecuária e de 20,1% na indústria de transformação, com redução de 2% na indústria extrativa. A balança comercial de janeiro fechou com déficit de US$ 214,4 milhões, segundo anúncio do Ministério da Economia. Desde 2009, quando as commodities passaram a explicar mais de 50% das exportações nacionais e a China ocupou o posto de principal mercado comprador, o saldo só foi superavitário quatro vezes em janeiro. No ano passado, o saldo mostrou déficit de US$ 219,8 milhões. No último mês de janeiro, a China perdeu pontos para os Estados Unidos. Commodities são produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional.
32 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
China
A China continuou liderando os principais mercados de exportação do Brasil, com 21,5% de participação, seguida dos Estados Unidos, com 11,6%. Em janeiro de 2021, entretanto, esses percentuais eram de 27,7% para a China e 9,5% para os Estados Unidos. O Ibre explica o resultado da China como decorrente da baixa taxa de crescimento das exportações (1,9%) para esse mercado, entre os meses de janeiro de 2021 e de 2022, em comparação com os Estados Unidos, cuja alta no mesmo período atingiu 59,4%. A Argentina permaneceu como terceiro principal destino de exportação, com participação de 4,8% e crescimento de 24,2%. A queda do valor exportado para a China está associada à retração de 6,3% das exportações em volume para aquele país, entre janeiro de 2021 e de 2022. Já a variação dos preços para esse mercado foi positiva (7,8%). Para todos os outros mercados, os volumes exportados aumentaram, assim como os valores. As exportações brasileiras cresceram 53,2% para a União Europeia, 33,4% para a América do Sul (exceto Argentina) e 35,9% para a Ásia, excluindo China e Oriente Médio. O principal produto exportado pelo Brasil, em janeiro, foi o petróleo, com variação de 27,4%, em valor. A China foi responsável por 41,9% das compras do produto, mas registrou queda de 17,7%, em relação a janeiro de 2021. Os Estados Unidos, com participação de 12,6%, aumentaram as suas compras em 192%. O segundo principal produto exportado foi o minério de ferro que registrou queda nas vendas totais (33,7%) e para a China (44,1%). As exportações de soja, terceiro principal produto nacional, aumentaram em 5.224%. Para a China, cuja participação no total foi de 80%, a variação foi de 13.990%. Esse era um resultado esperado, explicou o Ibre, “pois excepcionalmente no ano passado os embarques de soja atrasaram”. Além do aumento das compras de petróleo, os Estados Unidos elevaram em 1.052% as compras de carne bovina, que tinham restrições em janeiro de 2021, em 33% as de café e em 340%, as de semimanufaturas de ferro e aço, diz o relatório do Icomex.
:: ICOMEX Importações
As importações brasileiras em janeiro deste ano subiram 30,9% em valor. Em termos de preços, houve expansão de 32,4% e recuo do volume de 1,4%, explicados pelo comportamento das não commodities. O índice de volume desse agregado recuou 4,2% e os preços aumentaram 30,8%. As não commodities explicaram 90% das importações para o Brasil em janeiro. Por setor de atividade nas importações, o destaque é a indústria extrativa em termos de volume (86,1%) e preços (110,3%). Entre os principais mercados vendedores para o Brasil, somente a China e os Estados Unidos aumentaram o volume importado, da ordem de 13,7% e 3,5%, respectivamente. Na análise por valor, a variação foi positiva em todos os mercados, mas inferior a 10%, enquanto que para a China foi de 47% e para os Estados Unidos de 61,5%. A diferença é explicada pela variação nos preços de importações (29,1% para a China e 55% para os Estados Unidos).
Nas importações, o Ibre destacou o aumento do preço de 66% do óleo combustível, principal produto da pauta, seguido do gás natural liquefeito (GNL), que evoluiu 531%. Nos dois casos, os Estados Unidos são o principal fornecedor, explicando 61,4% das compras de combustíveis pelo Brasil e 81,4% do GNL, com crescimento de 809%. Os pesquisadores do Ibre lembram que o cenário de eleição presidencial no Brasil, associado à tensão existente entre Estados Unidos, Rússia e China, além da valorização do dólar frente ao real podem provocar revisões da balança comercial ao longo do ano. A única certeza possível para eles é que, com as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) do Brasil abaixo de 1%, o volume importado não deve recuar e o valor dependerá dos preços na economia mundial. “Isto, na hipótese que novos efeitos da pandemia (da covid-19) não se façam presentes”, advertiram.
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 33
:: CONSTRUÇÃO CIVIL
Projeto imobiliário de alto padrão resgata história de um dos principais ícones da hotelaria de Santa Catarina Endereço onde hóspedes ilustres e expresidentes da República passavam férias ganha um dos projetos mais elegantes e inusitados do litoral brasileiro
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arte da história de empreendedorismo e ousadia que ajudou a definir a personalidade de Balneário Camboriú (SC) começa a ganhar novas vigas e contornos. Ao redor da construção de um dos projetos mais elegantes do litoral de Santa Catarina, nacos congelados do tempo trazem memórias de férias, risadas de crianças, pescarias ao pôr do sol, chegadas e partidas. Desde 1957, quando a família Fischer inaugurou o mais luxuoso hotel da praia, Balneário Camboriú nunca mais foi a mesma. Mesmo sem infraestrutura, energia elétrica e ruas pavimentadas, a cidade foi escolhida pelos empreendedores para construir um prédio de 4 andares para receber seus hóspedes. Era a edificação mais alta e imponente da região, o único hotel com banheiros em todos os quartos, de frente para o mar e cercado por uma praia pacata na maior parte do tempo. Pelo Hotel Fischer, passaram hóspedes ilustres como os ex-presidentes da República João Goulart e Juscelino Kubitschek, tornando-se um dos principais ícones do turismo no Estado. Dez anos depois de encerrar as atividades hoteleiras, em 2012, o ícone revive uma nova etapa. O sobrenome da família que deu origem ao empreendimento vem impressa em um projeto suntuoso que remete ao principal sonho de consumo na nova fase da história de Balneário Camboriú: morar bem e de frente para o mar. Com assinatura da incorporadora Procave, o Fischer Dreams ganha vigas e estacas no mesmo solo onde ainda pairam muitos daquelas memórias. “Concebemos um projeto inusitado, elegante e que trará o mesmo aconchego que o Hotel Fischer remetia aos seus hóspedes naquela época. É uma forma de honrar e valorizar uma história tão importante e de tantos anos”, cita o diretor da Procave, Nivaldo Pinheiro.
Legado arquitetônico
O projeto do Fischer Dreams já nasceu com um propósito bem definido: resgatar a importância de um marco arquitetônico para o Estado. O legado deixado pelo empreendimento vem acompanhando de inovação e originalidade – aspectos que conquistaram os visitantes na década de 1950 em Santa Catarina – e da arquitetura emocional que o Hotel Fischer sempre carregou. Edificado em um dos últimos espaços disponíveis na Avenida Atlântica, de
34 • Edição FEVEREIRO 2022 • Economia&Negócios
frente para a Praia Central de Balneário Camboriú, o projeto é conceituado dentro de uma nova forma urbana de morar. Embora exista uma ligação extremamente forte e inevitavelmente histórica com o Hotel Fischer, o empreendimento traz uma carga emocional repaginada nos conceitos cosmopolitas do que se busca para uma qualidade de vida maior no cotidiano. O projeto de interiores do Fischer Dreams é assinado pelo premiado Studio Casa Design, de Moacir Schmitt Jr. e Salvio Moraes Jr. Alívio do stress, ligação direta com a natureza, leveza de espírito, tecnologia a serviço e a favor do homem, saúde mental e experiências emocionais, são alguns dos conceitos que norteiam a concepção das áreas sociais das duas torres de 50 e 53 andares. “Da mesma forma que para a época o Fischer foi um marco de inovação para o mercado hoteleiro, o Fischer Dreams será um marco no mercado imobiliário catarinense”, explicam os profissionais do Casa Design.
Personalização da planta
Enquanto em construção, o Fischer Dreams permite definir o projeto do apartamento de forma personalizada. Os aptos tipos preveem projetos a partir de 3 suítes mas é possível unificar plantas para unidades de até 8 suítes e 8 vagas de garagem, algo pouco comum na construção civil do país. O padrão de acabamento e conforto também é único e inclui diferenciais como quinas de vidro para ampliação da vista, lajes com isolamento acústico e suíte master com banheira tipo freestanding. As áreas privativas são concebidas no conceito Healthy Building, que traz mais ventilação, iluminação natural e bem-estar, o que valoriza também a conexão e a vista para o mar e para o Rio Camboriú nas duas faces do imóvel. A área de lazer terá nada menos que 7 mil metros quadrados divididos em 2 pavimentos exclusivos com piscinas de borda infinita, raia aquecida com deck, quadras de padel e poliesportiva, sauna, sala de massagem, salão de festas infantil, brinquedotecas, academia completa, sala para pilates, espaço para yoga, salões gourmets, entre outros. “O projeto traz a atmosfera e o cotidiano de férias do Hotel Fischer, com todo o conforto e elegância de um residencial de alto padrão”, pontua Nivaldo Pinheiro.
:: POSSE
Nova diretoria da CDL de Balneário Camboriú toma posse em solenidade festiva Inovação, humanização, conexão e experiência são prioridades para o segundo mandato do recém-empossado presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Balneário Camboriú (CDL BC), Vilton João dos Santos (Purificadores Europa). A nova diretoria tomou posse no dia 15 de fevereiro, em solenidade realizada na sede da entidade. “A gente inova, humaniza, conecta e experiencia. E a partir disso, valida e converte em ações focadas para o desenvolvimento da economia da cidade”, disse Vilton em seu discurso de posse. O vice-presidente da entidade é o empresário Álvaro Zambom dos Santos (Santos e AZS Automotivo). O objetivo da nova diretoria é seguir incentivando o empreendedorismo local e ampliando oportunidades para geração de negócios ao setor do comércio, serviços e indústria de Balneário Camboriú. Uma das premissas da entidade é incentivar a capacitação profissional e a formação de líderes nas empresas. O empresário Vilton Santos chega ao segundo mandato à frente da diretoria da CDL para o biênio 2022/23 após vencer um processo eleitoral que, pela primeira vez na história da entidade, teve uma chapa concorrente. A proposta apresentada por Vilton recebeu a adesão da maioria dos associados com direito a voto. “Continuaremos com os projetos já em andamento, mas também vamos trazer novos caminhos. Dois deles se referem à conexão e experiência”. Dentro da bandeira conexão, o intuito da nova diretoria da CDL-BC é formar uma rede de relacionamento que aumente cada vez mais a força do associativismo. Durante a posse, a entidade firmou protocolos de intenção de parceria com Acibalc, Sindilojas e Secretaria Municipal de Turismo para ações conjuntas ao longo de 2022. “Iremos continuar estabelecendo conexões com outras entidades, poder público, polícia civil e militar, Rotary, Lions, cooperativas de crédito, Sesc, Senai, Sebrae e onde mais surgirem oportunidades”, acrescentou.
Durante o discurso de posse, Vilton também recitou o poema “Ao Senhor Meu Pedido”, de autoria própria, uma espécie de mantra com pedidos de orientações para conduzir a CDL nos próximos 2 anos. Um dos grandes eventos da CDL BC em 2022 será em torno das comemorações dos 45 anos de fundação da entidade, em agosto deste ano. A expectativa é de que seja realizada no Centro de Eventos de Balneário Camboriú. Diretoria empossada da CDL BC – Gestão 2022/2023 Presidente: Vilton Santos Vice: Álvaro Santos Diretora Financeira: Nizete Evaristo Diretor SPC e serviços: Moises Rossi Diretor Secretário: Carlos Ricardo Luz Diretor de Relações Institucionais: Luís Aquino Vieira Diretora adjunta de Relações Institucionais: Luciene Vieira Diretor de RP e eventos: Joao Tomas Pereira Diretor de Câmaras Setoriais: Carlos Dalben Diretor adjunto de Câmaras Setoriais: Guilherme Francisco Frigeri López Diretor de Assessoria Pública e Política: Carlos Haacke Diretor Comercial e de Marketing: Cláudio Machado Diretora CDL mulher: Tayana Nitz Conselho Fiscal Efetivos: Fabio Colla Beto Cruz Thiago Karrer Suplentes: Miro Teixeira Marina Silva Nádia Rothemberg Luz
Economia&Negócios • Edição FEVEREIRO/2022 • 35
:: CONSTRUÇÃO CIVIL
FG Empreendimentos se consolida como maior construtora de SC FG no ranking das 100 maiores construtoras do país. Empresa se consolida entre as maiores do segmento. Em Santa Catarina, a empresa é a primeira no ranking pelo INTEC.
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INTEC Brasil, plataforma especializada em dados técnicos e inteligentes de obras em andamento pelo país, divulgou seu ranking de 2022, que consolida as empresas que se destacaram no mer-
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cado, no ano anterior. A FG Empreendimentos, que tem à frente os empresários Francisco e Jean Graciola, mais uma vez, se consolida como a maior construtora de Santa Catarina, ou seja, a mais bem ranqueada no estado. O ranking elege as principais marcas do setor e a relevância frente à economia nacional e é baseado em dados de inteligência empresarial da construção civil. As empresas ranqueadas pela INTEC Brasil registraram em 2021 um aumento de 50% na área construída, em relação a 2020. Em alguns casos, esse índice chegou a 95%, reforçando os dados positivos do setor no último ano. “Este é um bom momento para a construção civil, principalmente a residencial. Por isso mesmo, decidimos que não poderíamos limitar um mercado tão importante a 100 homenageadas. Os dados das empresas listadas este ano refletem a resiliência do nosso setor”, afirma Bruno Silva, CEO da INTEC Brasil. O presidente da FG destaca que estar entre as maiores construtoras no ranking realizado pela INTEC é algo almejado por qualquer gestor do ramo da construção civil. “A referência torna-se cada vez mais uma premissa dentro da FG, que desenvolve projetos pautados na sustentabilidade e baseados na governança corporativa e aos preceitos de empresa familiar". E mais, Jean resgata a importância do investimento em ESG. “A força da empresa familiar, com a gestão planejada e organizada, extremamente pautada na sustentabilidade da empresa nos projeta cada vez mais, tanto no mercado nacional quanto internacional. Mesmo sendo uma empresa com gestão familiar, a FG segue as melhores práticas de Governança Corporativa do mercado”. Além da área construída, o Ranking INTEC avalia outros critérios rigorosos como idoneidade e reputação para formar a lista. “Temos orgulho de pesquisar a integridade das construtoras antes mesmo de aceitar qualquer inscrição, para garantir a credibilidade da nossa premiação”, completa o CEO da INTEC.
:: PORTOS
Nova Bacia de Evolução registra 800 giros no Complexo Portuário de Itajaí Marca é alcançada antes de a área completar seu segundo ano de operações
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Complexo Portuário de Itajaí atingiu, no último domingo (20), a marca de 800 giros na área da Nova Bacia de Evolução. A 800ª manobra foi registrada com o navio UASC AL KHOR de 299,99 metros de comprimento por 48,20 de largura e bandeira liberiana. A embarcação partiu nesta tarde de segunda-feira (21) com destino ao porto de Buenos Aires, na Argentina. Em 2019, a primeira fase do projeto de ampliação do acesso aquaviário para o complexo foi concretizada, o que possibilitou a chegada de navios de até 350 metros. A primeira manobra de testes na área da nova Bacia de Evolução, ocorrida no dia 16 de janeiro de 2020, foi considerada um marco para a história de Itajaí. A inédita manobra de ré foi realizada com o navio VALOR, de 300 metros de comprimento e 48,3 metros de largura. A nova bacia também protagonizou a manobra do maior navio recebido em portos brasileiros, em junho de 2020: o APL Paris, de 347,4 metros de comprimento e 45,27 de largura. “Sem dúvida, é uma grande satisfação para a Autoridade Portuária de Itajaí completar este número tão significativo de 800 manobras. É reflexo das aplicações de investimentos necessários, que transcenderam o sucesso do nosso Porto. Esse
projeto certificou a permanência do Porto de Itajaí no mercado, ao aumentar sua produtividade e alcançou resultados de quase uma década de planejamento, com o envolvimento de numerosos entes públicos e administradores. O Complexo Portuário do Itajaí permanece entre os 120 maiores portos do mundo, como exemplo de gestão portuária pública e municipal”, pontua Fábio da Veiga, superintendente do Porto de Itajaí. A segunda etapa da Bacia de Evolução está projetada para receber navios de até 400 metros de comprimento por 60 de largura. O projeto possibilita o acompanhamento da nova realidade do comércio marítimo internacional e tem como objetivo adequar a capacidade portuária do complexo para aumentar sua competitividade. “A área Nova Bacia de Evolução é uma grande conquista para a atividade portuária de nossa cidade. Chegar a essa marca de 800 giros mostrou a necessidade que tínhamos de aprimorar o complexo e nossa capacidade de adequação ao grande mercado internacional de navegação em desenvolvimento constante. A conclusão da primeira etapa da Bacia trouxe ao complexo um expressivo avanço na movimentação, evidenciando a importância de nos prepararmos para as obras da segunda etapa”, destaca o prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni.
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:: PORTOS
Portonave oficializa acordo com Embaixada Argentina para redução de custos logísticos
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Porto de Navegantes firmou acordo de cooperação com a Embaixada da Argentina e com o Consulado da Argentina em Florianópolis. O objetivo é reduzir os custos logísticos de importação e exportação já a partir deste mês de fevereiro. Esse é a primeira parceria bilateral da Portonave em âmbito internacional, uma iniciativa que potencializa os negócios internacionais e fortalece Santa Catarina no segmento portuário. Em cerimônia virtual, o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, ressalta que o Porto é atualmente uma porta de entrada fundamental para viabilizar a comercialização de produtos. “Para nós, é uma grande satisfação firmar esse acordo e estarmos disponíveis para otimizar os custos e para que as transações possam crescer de forma que equilibre toda a cadeia logística”. O gerente comercial da Portonave, Rodrigo Gomes, complementa, ainda, que a iniciativa é um importante passo para fomentar os negócios entre os países. “As negociações iniciaram em 2021, com isso temos certeza que é um avanço significativo para fomentar novos negócios e oportunidades entre Brasil e Argentina”. Ao agradecer a parceria e salientar a importância estratégica do Porto de Navegantes, o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Scioli, destaca a expectativa com a nova parceria. “Em 2021, o comércio entre Argentina e Santa Catarina foi de 2 bilhões de dólares. Estou convencido de que, com o acordo que firmamos com a Portonave, os números do comércio bilateral crescerão ainda mais. Agradeço a confiança de vocês nesta associação, que é extremamente importante para as empresas exportadoras argentinas”. O secretário de Assuntos Internacionais de Santa Catarina, Fer-
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nando Raupp, reforça que o estado catarinense conta com uma logística pronta, com importantes portos. “Um estado que oferece todas as condições de segurança, mão de obra qualificada e organização, tendo sido considerado recentemente como o melhor do país para se investir e fazer novos negócios, conforme apontou o Ranking de Competitividade dos Municípios do CLP”. Entre os principais produtos de exportação que passam na Portonave com destino à Argentina, estão partes de acessórios do segmento automotivo, produtos químicos, além de produtos da linha branca*. Na importação, as principais cargas são plásticos, azeite de oliva, vinhos, entre outros. Também participaram do evento o cônsul da Argentina em Florianópolis, Federico Eugenio Costa, e autoridades do Ministério de Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da República Argentina, da Agência Argentina de Investimentos e Comércio Internacional.
SC é líder no setor
Santa Catarina é o principal destino das cargas Argentinas em contêineres, segundo o Datamar. Já, de acordo a Autoridade Portuária de Itajaí, o complexo portuário de Itajaí e Navegantes liderou as atividades do setor, com 1,643 milhão de TEUs, 16% mais que em 2020. A Portonave representa 1.125.611 TEUs desse número, 29% a mais que o ano anterior, o que fez a empresa conquistar o maior crescimento de sua história. *Produtos da linha branca: máquinas de lavar roupas e demais eletrodomésticos.
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:: PORTOS
Porto de São Francisco do Sul: Exportação de soja aumenta 81% em 2022
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m janeiro de 2022, uma dezena de navios que partiu do Porto de São Francisco do Sul levou para a Ásia 134.900 toneladas de soja. O número representa um aumento de 81% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram exportados 74.550 toneladas do grão. A maior parte dessa soja é do estoque da safra de 2021, cujo início sofreu atraso em razão da falta de chuvas, o mesmo fenômeno que está acontecendo em 2022. Os grãos são originários das lavouras de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul e chegam ao complexo portuário do Norte do Estado, 50% por meio de caminhões e 50% pela via ferroviária. “No final do ano passado investimos prioritariamente na melhoria da estrutura ferroviária interna do complexo, o que aumentou em 25% a nossa capacidade de recepção de grãos”, explica o presidente do Porto de São Francisco do Sul, Cleverton Vieira. “O setor que recebe os trens, no Terminal Graneleiro, passou por uma ampla revitalização que incluiu a reforma na balança ferroviária, nivelamento da plataforma e a manutenção da moega, que é a estrutura na qual os vagões são descarregados”.
57 mil vagões
Todo ano, cerca de 700 trens chegam ao complexo portuário carregados de soja e milho, que tem como destino principal a China. Estas composições transportam mais de 3 milhões de toneladas, metade da exportação de cereais realizada anualmente pelo Porto. Em média, cada trem da empresa Rumo tem 80 vagões, que levam em torno de 50 toneladas cada um. Assim, são 57 mil vagões que descarregam grãos em São Francisco, anualmente, pelo corredor ferroviário que liga Mafra, no Planalto Norte de SC, ao Porto, num trajeto de 170 quilômetros.
:: Dados gerais do Porto de São Francisco
Maior porto em movimentação de carga de Santa Catarina.
3º melhor porto em desempenho do Brasil.
Maior exportador de SC Os catarinenses colhem, todos os anos, em média 2,5 milhões de toneladas de soja. Desse total, Santa Catarina exporta cerca de 1,5 milhão de toneladas e industrializa 550 mil toneladas para o mercado interno, ficando o restante em estoque de passagem de uma safra para outra. Um dado relevante é que cerca de 80% de toda a soja exportável de Santa Catarina é escoada pelo Porto de São Francisco, totalizando 1,2 milhão de toneladas.
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4º lugar no ranking ambiental entre os 34 portos públicos brasileiros.
- 8º maior porto do Brasil em movimentação de carga. Sete berços de atracação de navios, numa extensão de 1,5 km.4
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