Macílio Dias - Jornal Especial 100 anos

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especial 100 anos do CLUBE NÁUTICO MARCÍLIO DIAS • MARÇO 2019

ANOS CLUBE NÁUTICO

MARCÍLIO DIAS

Edição Especial

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especial 100 anos do CLUBE NÁUTICO MARCÍLIO DIAS • MARÇO 2019

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EDITORIAL

oda data comemorativa merece ser celebrada e registrada para que se torne história. Os 100 anos do Clube Náutico Marcílio Dias, celebrado no dia 17 de março de 2019, é um marco para um Clube que está na ativa desde o ano de sua fundação, em 1919.

ANOS CLUBE NÁUTICO

MARCÍLIO DIAS

Como forma de parabenizar e presentear todos aqueles que passaram pelo Clube e deixaram a sua marca, esta edição especial remete aos primeiros anos do Marinheiro que tem como escudo a âncora em azul anil, os remos em vermelho rubro e a estrela em alusão ao título do Campeonato Catarinense de 1963. Entrevistas exclusivas com a diretoria, comissão técnica, ex-jogadores e torcedores mostram a paixão do povo itajaiense pelo Marinheiro. Contar melhor a história do Clube, com fotos da época de 1920, 60, 80, trazem nostalgia àqueles que vestiram a camisa, correram pelo gramado e marcaram gols no Gigantão das Avenidas. Por fim, parabenizamos a todos os que fizeram e ainda fazem história em nome do Marcílio Dias. Que o famoso time itajaiense possa se orgulhar de entreter famílias, amigos e gerações, sempre lembrando de manter o respeito e claro, fazer muito mais histórias nos próximos cem anos que estão por vir. Parabéns Marcílio!

Publicação BT Editora Rua Anita Garibaldi, nº 425 Centro - Itajaí (47) 3344. 8600

Caderno Especial :

Diagramação: Leandro Francisca

Diretor: Carlos Bittencourt | carlos@bteditora.com.br

Colaboradores: Edison d’Ávila e Emerson Ghislandi

Edição: Joca Baggio Reportagem: Matheus Petter | reportagem@bteditora.com.br Redação: (47)3344.8607

Departamento Comercial: (47) 3344.8600 Fernando da Silva | (47) 98406.7550 Sônia Maria Anversa | (47) 98405.9681


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História

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ia 17 de março de 2019 o Clube Náutico Marcílio Dias, time que representa o município de Itajaí nos campeonatos de futebol, completou 100 anos de existência. Para relembrar toda a trajetória do Clube, é preciso falar de como tudo aconteceu, quem foram os fundadores e onde foi que o nosso querido Clube Marcílio Dias nasceu.

A ideia dos três amigos, Gabriel Collares, Victor Emmanoel Miranda e Alyrio Gandra de fundar um clube náutico em Itajaí foi concretizada no ano de 1919. Em reunião realizada na Sociedade Guarani, na noite de 17 de março, foi fundado o Clube Náutico Marcílio Dias. O nome foi aprovado por aclamação, em homenagem ao bravo marinheiro negro, Marcílio Dias, que sacrificou a vida em defesa da Pátria na Batalha Naval do Riachuelo, que aconteceu no ano de 1865, no Paraguai.

Antes do Rubro-Anil existiam apenas Riachuelo, Martinelli e Florianópolis (depois rebatizado como Aldo Luz), da Capital do Estado, e o Lauro Carneiro, de Laguna. As cores marcilistas – rubro-anil – serviram de homenagem aos dois grandes clubes náuticos da capital de Santa Catarina: Riachuelo (azul) e Martinelli (vermelho). O Marcílio foi o quinto clube náutico a ser fundado em Santa Catarina. O primeiro presidente do Rubro-Anil foi Ignácio Mascarenhas Passos, que no dia 16 de abril de 1919 enviou, por meio de uma carta ao Governador do Estado, Dr. Hercílio Luz, a comunicação da criação do clube.

FOTO: ACERVO CNMD/FGML

CLUBE NÁUTICO MARCÍLIO DIAS

Gabriel Collares, um dos fundadores do clube.


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DE REMO NA MÃO A BOLA NO PÉ

A prática do futebol no Marcílio Dias remonta ao ano de sua fundação. Desde 1919 constam registros de que jogos, como o ocorrido em 21 de dezembro daquele ano, quando o “Marinheiro” derrotou o Brusquense (atual Carlos Renaux) por 3 a 1. Em 1930, o Marcílio conquistou seu primeiro vice-campeonato catarinense (de uma série de oito), na sua primeira participação no certame estadual. No final da década de 1930, o clube conquistou seus primeiros títulos oficiais: campeão de Itajaí em 1938 e campeão do Vale do Itajaí em 1939.

Na década de 1960, o Marcílio Dias se tornou uma das maiores potências do futebol barriga-verde e neste período o clube foi vice-campeão do Torneio Sul-Brasileiro (Taça da Legalidade) em 1962. Em 1963, o clube conquistou o título estadual no Torneio Luiza Mello, competição que em 1983 foi reconhecida pela

Federação Catarinense de Futebol como Campeonato Catarinense. Na esfera local, o Rubro-Anil foi cinco vezes campeão da Liga Itajaiense de Desportos (LID), em 1958, 1960, 1961, 1962 e 1963, sendo o clube que mais vezes venceu a categoria profissional do campeonato citadino de Itajaí.

Em 1980, o Marcílio conquistou o Torneio Incentivo e em 1984 foi campeão da Taça Federação Catarinense de Futebol 60 Anos. Entre 1988 e 1989, o time conhecido como “Siri Mecânico” conquistou a Taça Carlos Cid Renaux (1988), a Taça RCE TV (1989) e a Taça Governador Pedro Ivo (1989), equivalentes a turnos do

campeonato estadual. Grandes ídolos do clube como Gelson Silva, Jairo Lenzi, Joel, Rogério Uberaba, entre muitos outros, fizeram parte dessa conquista e marcaram seus nomes na história do Marcílio Dias, sendo um dos esquadrões rubro-anil mais lembrados por torcedores e admiradores de futebol em Santa Catarina.

O Marcílio tem muito a comemorar nos 100 anos, até porque a história do Marcílio se confunde com a história da cidade de Itajaí, principalmente no século XX, com o remo e as regatas e depois com a implementação do futebol. “É importante lembrar que o Marcílio é o Clube que está há 100 anos em atividade ininterruptos. Ele pode não ser o Clube mais antigo de Santa Catarina, mas em atividade é que o mais se destaca por se manter sempre jogando durante todos esses anos”, comenta Chico Braun, historiador e torcedor do Marcílio. Para Chico, nos últimos anos o Marcílio vem passando por um processo de transformação, dando destaque ao ano de 2017, na qual o Clube retomou bravamente o trabalho, com uma diretoria que vem atuando de forma intensa e com bastante seriedade, mostrando um crescimento e restruturação do Marcilio no âmbito do futebol que, como observado, vem colhendo os primeiros resultados. “O Marcilio é um clube que gradativamente vem evoluindo e crescendo no cenário do futebol catarinense e retomando um espaço que ocupou no passado”, destaca. Também torcedor, Chico afirma que para quem viveu a juventude na mesma época que a dele, com certeza o Marcílio de 1988 foi um marco, quando o time era treinado por Levir Culpi.

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

FOTOS: ACERVO CNMD/FGML

A primeira atividade do novo clube foi o remo. O Marcílio Dias comprou duas yoles – embarcações pequenas usadas na prática de remo – que levaram os nomes de Yara e Yarê. Uma briga para a definição das madrinhas das embarcações acabou afastando alguns membros do clube, que então criaram o Barroso, maior adversário da história do Marcílio Dias.


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A TRAJETÓRIA DE

GELSON SILVA Gelson Silva, atual Coordenador Técnico do Clube, fez parte do Siri Mecânico e jogou muito nos gramados do Marcílio na época de moleque. O primeiro contato de Gelson com o Marcílio foi ano de 1986. Após ser recusado em uma avaliação para integrar o time do Santos Futebol Clube, ele voltou à Itajaí e foi incentivado pelo pai a fazer um teste no Marcílio, que naquela época tinha como técnico Nelson Domingues. Após muitos chutes, bolas na rede e suor na camisa, Gelson foi selecionado como atacante. “Foi um processo. De 86 a 87 eu joguei o Campeonato Júnior e me profissionalizei no final de 88. Eu estava com 19 anos. Praticamente eu tinha um ano e meio na categoria para que eu pudesse me credenciar a ser um profissional”. Quanto ao Siri Mecânico, Gelson conta que o time foi formado no final de 87, junto com o Levir Culpi, que era o treinador. “Tinham alguns atletas do departamento amador que fizeram parte desse grupo, que seguiu em 88 e 89”. O nome Siri Mecânico é uma homenagem à Seleção Holandesa de 1974. A Laranja Mecânica do futebol usava o nome de um clássico

da literatura e dos cinemas de 1972. Segundo o site Maré Esportiva, o uniforme dos holandeses, na mesma cor [laranja], vestia os jogadores que fizeram história na modalidade. Não se apegavam a posições fixas em campo. Circulavam pelo gramado com passes rápidos e eficazes até chegar ao gol adversário Gelson tem muito a agradecer ao Marcílio Dias, pois foi através do marinheiro que ele se consolidou no esporte. Primeiramente foi vendido para o Criciúma, em 1989. Conquistou quatro Campeonatos Catarinenses (1989, 1990, 1991, 1993), cinco Taças Governador do Estado (1990, 1991, 1992, 1993, 1994) e a Copa Santa Catarina (1993). Em 1994, foi transferido para o Esporte Clube Vitória, da Bahia, e em 1995 chegou a jogar pelo Grêmio, time este que venceu a Libertadores naquele ano. Já no ano de 2000, Gelson foi vice-campeão do Estado pelo Marcílio, perdendo para o Joinville. Em 2001, o peixeiro aposenta as chuteiras profissionais. Após alguns anos, de 2004 a 2011 Gelson foi treinador do Marcílio Dias e, em 2010, o marinheiro conquistou o Campeonato Catarinense. “Ser o treinador do time e ser

campeão foram algumas conquistas que o Marcílio me proporcionou”. No ano passado, após 7 anos afastado dos gramados, Gelson recebeu a proposta da diretoria em ser Coordenador Técnico do Clube. Para Gelson, Itajaí ainda não conseguiu dimensionar o que representa o futebol. O Marcílio passou por muitas gestões e tem um passado muito difícil, mas ainda assim o futebol marcilista representa o entretenimento, recurso financeiro para a cidade, alegria ao torcedor, que vai mais alegre trabalhar depois de um jogo. Este mesmo torcedor traz a família ao estádio em busca do lazer, isso é ganho mútuo. “Quando fui lançado em 88, esse estádio, que hoje recebe quase 5800 pessoas, naquela ocasião comportava 8 mil torcedores. O tamanho diminui devido a exigência da polícia, da federação, claro, mas hoje ele se torna obsoleto pelo

crescimento da cidade e também da região, principalmente da AMFRI, onde há marcilistas em todos os municípios. O futebol tem que acompanhar o crescimento da cidade”, comenta. Atualmente, o sonho de Gelson é que o Clube possa criar novamente uma identificação com a cidade e que Itajaí possa ganhar esse benefício de ter um time competitivo, do próprio clube poder propor algo para o sócio e ao município. Um clube bem dentro do cenário nacional acaba representando a cidade e isso a torna conhecida pelos quatro cantos do país. “O futebol tem que ser mais um atrativo para o município. A nação brasileira respira futebol. Que de médio a longo prazo o futebol possa representar ainda mais Itajaí e levar o nome da cidade e do Clube aos campeonatos’, finaliza.


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FOTO: MATHEUS PETTER

A praça de esportes Dr. Hercílio Luz, hoje conhecida por “Gigantão das Avenidas”, foi doada pelo Governo do Estado, através do governador que teve seu nome imortalizado com o batismo do estádio: Hercílio Luz, em 10 de setembro de 1921. No mesmo ano inauguravam o campo de jogo Marcílio Dias x Brasil de Tijucas. Em 1920, o terreno era cercado por 44 eucaliptos, que levavam os nomes dos fundadores e das primeiras diretorias. As árvores serviam para diminuir a umidade do local. Em 1921, com a doação do terreno, foram plantados mais 23 eucaliptos, que levaram os nomes de senhoritas da sociedade itajaiense.

FOTO: ACERVO CNMD/FGML

O GIGANTÃO DAS AVENIDAS

Os alambrados começaram a ser construídos no dia 12 de novembro de 1959. Na ocasião estiveram presentes no ato da colocação do primeiro poste cerca de 200 pessoas, que comemoraram com fogos de artifício. Na época,

poucos estádios possuíam alambrado. As grades ficaram prontas no dia 19 de março de 1960, quando o clube comemorou 41 anos de fundação. A arquibancada social (coberta), que levou o nome do primeiro presidente – Mascarenhas Passos – foi construída em 1957. O sistema de iluminação só foi instalado em 1964, na gestão de José Luís Collares. A decisão foi tomada depois que o Marcílio Dias teve que transferir um jogo com o Internacional (RS) para Blumenau, na disputa do primeiro campeonato Sul-Brasileiro, em que o Marcílio terminou na segunda colocação. Os refletores foram inaugurados

no dia 17 de junho, na partida entre Marcílio e Coritiba, vencida pelo time da casa por 1 a 0, com gol de Aquiles, em uma noite muito fria, onde a neblina tomou conta de Itajaí. A arquibancada descoberta só foi levantada em 1979. No ano seguinte, após contrato com a empresa Cassol, de Florianópolis, foi erguido o pedaço descoberto de trás do gol da avenida Sete de Setembro. Atualmente, a capacidade do estádio Dr. Hercílio Luz é de aproximadamente 12 mil pessoas.


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MARUJO: O MELHOR AMIGO DO

TORCEDOR MARCILISTA

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le tem porte médio, pelos castanhos claro e energia de sobra. Não tem raça definida, mas sim um time para chamar de seu e camisetas do Marinheiro. Esse é Marujo, um cão que apareceu no

estádio há cerca de um ano e hoje é o mascote do time. O nome não poderia cair melhor, afinal, todo bom marinheiro tem o seu marujo. O animal já era adulto quando deu as caras no Gigantão das Avenidas

e a Diretoria do Marcílio fez uma campanha para achar o dono do animal, mas ninguém apareceu. O Clube decidiu então ficar com o cachorro. Marujo ganhou uma casinha embaixo das arquibancadas, cobertas e o carinho do time e da equipe técnica. Ganhou também o “Seco” e o “Malaca”, que atuam na manutenção estrutura do Clube e que passaram a atender também o mascote. Além da comida, Marujo ganha banhos, vacinas, tem acompanhamento veterinário e ainda uma cadeira cativa para assistir aos jogos do Rubro Anil. Além disso, há um grupo no whatsapp formado por torcedores que são ativos na vida do Marujo, sempre se dispondo a levar o cachorro para passear, ir ao petshop e, inclusive, arrecadar ração. Também foi esse grupo que conseguiu recentemente a castração do cão.

Ser marcilista está no sangue, tanto que o Marujo possui a sua própria camiseta do Marcílio. “Au au au au au”, comenta Marujo com latidos alegres.


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TORCIDA

FÚRIA MARCILISTA F

FOTO: ARQUIVO PESSOAL

Os primeiros anos foram difíceis, lembra Dega, que fazia parte de um grupo formado também por Jorge, Guilherme e outros torcedores, que se reuniam na casa de Jorge, localizada no bairro Vila Operária, para pintarem as faixas e bandeiras, feitas com pesadas lonas e também TNT. “Na época, também tinha a Força Jovem do Marcílio, mas que aos poucos perdeu o brilho com o crescimento da Fúria e também porque quem ficava a frente dela era um torcedor conhecido como Ceará, que já tinha certa idade”, comenta Dega.

FOTO: BRUNO GOLEMBIEWSKI

oi praticamente na virada do milênio, 1999, que surgiu a Fúria Marcilista, a torcida organizada do Rubro Anil. O torcedor Jamir Roberto Sagaz Júnior, mais conhecido como Dega, conta que os idealizadores foram Jorge Augusto Schulz da Conceição e Guilherme Oliveira Shimeling, que na época estudavam no extinto Colégio Radical. Tudo era muito modesto. Os torcedores tinham apenas uma faixa com o nome da torcida, muita vontade de gritar e muita energia para sacudir as bandeiras e segurar um jogo por 90 minutos, pois não havia a bateria que hoje impulsiona os torcedores. Os anos se passaram, a Fúria ganhou corpo e criou a Velha Guarda da Fúria Marcilista. Jamir hoje faz parte deste movimento.

Em 2001, a organização construiu a primeira faixa de tecido (45 metros), que era na época a maior do estado, batendo inclusive a faixa da Torcida Organizada Gaviões Alvinegros (Toga), do Figueirense Futebol Clube, que media 30 metros.

Hoje a torcida é comandada por Filipi Alexandre Souza, mais conhecido como Mega, que é o atual presidente da Fúria Marcilista. A Fúria conta hoje com mais de 80 membros ativos nas diversas funções exercidas dentro da torcida. Além disso, em dia de jogos

a diretoria e os membros se mobilizam para trazer mais torcedores ao Gigantão das Avenidas, atingindo uma média de 150 torcedores na arquibancada da Fúria. A Fúria também representa a maior expressão de amor ao Marcílio Dias, sempre com o objetivo de apoiar o time e seus interesses dentro e fora de campo. Hoje, todo jogador que vem ao Marcílio Dias sabe do poder da torcida, sendo apoiando ou cobrando. Outra marca registrada é que os torcedores da Fúria têm o hábito de chamar os jogadores ao fim de cada jogo com o canto “Vem marinheiro”, para que eles sejam aplaudidos.

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FOTO: BRUNO GOLEMBIEWSKI

A HISTÓRIA DO MARCÍLIO DIAS VAI VIRAR LIVRO

Em nome da Fúria Marcilista, quero parabenizar o Marcílio pelos seus 100 anos e dizer a todos que respeitem o Marinheiro, o primeiro time do estado a chegar no centenário ativo, mesmo com altos e baixos se manteve vivo. Prepare-se, pois vamos colocar o Clube Náutico Marcílio Dias de volta no cenário nacional, fazendo o torcedor de Itajaí e região se orgulhar em dizer ‘EU SOU MARCILISTA’. Filipi Alexandre Souza (Mega), presidente da Fúria Marcilista.

PRESENTE DA TORCIDA A torcida também deu um presente ao Clube neste ano. Segundo Lucas Costa Brunet, atual Presidente da Diretoria Executiva do CNMD, o público cresceu muito em comparação há dois anos. “Tínhamos uma média de 400 a 500 torcedores por jogo. Hoje a nossa média está acima de quatro mil. Temos a expectativa que, com esse crescimento do clube, possamos aumentar a estrutura para atender essa demanda. Atualmente contamos com uma capacidade de 5,75 mil torcedores, que é o limite permitido pela Polícia Militar”, afirma Lucas.

Ele diz que a nova gestão está buscando fazer um Marcilio diferente e é importante que o resultado de campo aconteça, para que também tudo o que está fora dele seja agregado ao clube, como patrocinadores, novos sócios e também toda a recente reestruturação. Nos últimos meses foi colocado o símbolo gigante atrás do gol e o busto do marinheiro voltou para o estádio, que ganhou uma nova pintura. Tudo isso soma para que o Clube ganhe visibilidade no cenário catarinense e nacional.

Para quem é fã do Marcílio e quer guardar de recordação muito mais do que as camisas do time, em breve poderá comprar o livro que contará a história dos 100 anos do Clube. Escrito por Fernando Alécio, atual Diretor de Memória e Cultura do Marcílio, o livro intitulado “História do Clube Náutico Marcílio Dias” vai resgatar toda a trajetória do Clube, desde a sua fundação em 17 de março de 1919 até a Série B do Campeonato Catarinense, disputado em 2018. O livro será vendido a partir de abril na loja oficial do clube, na Av. Sete de Setembro, custando R$25,00 para não-sócios e R$20,00 para sócios.


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O Clube Náutico Marcílio Dias é mais do que um time de futebol. O Marinheiro, que completa 100 anos de uma belíssima história, faz parte da memória afetiva da nossa cidade. Seu estádio, o popular Gigantão das Avenidas, está localizado no coração de Itajaí e o município foi crescendo no entorno dele. Várias gerações acompanharam a trajetória do clube. É uma paixão que passa de pai para filho, tanto que vemos muitas crianças indo ao estádio. Como itajaiense e marcilista, desejo que o clube siga evoluindo, sempre com gestão séria e comprometida, para que todos os marcilistas tenham sempre muitos motivos para comemorar. Parabéns, Rubro-anil!

Volnei Morastoni, Prefeito de Itajaí

FOTO: MATHEUS PETTER

O futebol é inexplicável. Paixão a gente precisa sentir do que explicar. O torcedor marcilista tem uma ligação muito forte com o clube e isso não vem de hoje. É um clube centenário que já passou por altos e baixos e o torcedor nunca abandonou o Clube. É uma paixão que passa por gerações, uma história de superação, sempre acreditando que pode melhorar. “Isso é o que motiva cada vez mais a fazermos o nosso trabalho porque se o torcedor não desiste do Clube, nunca desistiu, nós da administração também não podemos desistir. Temos que fazer a nossa parte para fazer um clube ativo, vivo e poder dar a alegria a esses torcedores. A nossa motivação é a mesma deles: não desistir e fazer acontecer”, afirma Lucas Costa, Presidente da Diretoria Executiva do Clube Náutico Marcílio Dias.

Lucas Costa Brunet, Presidente da Diretoria Executiva do Clube Náutico Marcílio Dias

Por ser um dos clubes esportivos mais antigos do estado, o Clube Náutico Marcilio Dias faz parte da história de Itajaí, além de ser um motivador para a prática de esportes entre nossos jovens e crianças. Parabéns, Marcilio Dias, 100 anos orgulhando a população Itajaiense.

FOTO: AGÊNCIA ALESC/DIVULGAÇÃO

FOTO: PMI/Divulgação

A PAIXÃO PELO FUTEBOL

Onir Mocellin, Deputado Estadual


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O AMADO E TEMIDO ANO DO CENTENÁRIO FOTO: DIVULGAÇÃO

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O Marcílio Dias, que está prestes a completar 100 anos de história, tem sido a sensação e a surpresa do campeonato catarinense, demonstrando que a diretoria está no caminho certo, com escolhas técnicas acertadas. É muito gratificante ver o estádio repleto de vibrantes torcedores, já vislumbrando perspectivas futuras muito positivas. Essa belíssima campanha enobrece o futebol não apenas da região mas de todo o estado catarinense. Que venham novas e importantes conquistas, nosso torcedor marcilista merece.

Valdir Chechinel Filho, Reitor da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

ano do centenário é um marco para qualquer clube de futebol e para o Marcílio Dias não seria diferente. Todos os jogadores, a torcida e a diretoria estão motivados para fazer deste mais um ano memorável para a história do Clube. Waguinho Dias, atual técnico do Marcílio, afirma que o mais esperado, tanto por todos os jogadores e demais envolvidos com o Clube, era que o Marcílio estivesse na Série A do Campeonato Catarinense e ele está. Além disso, o técnico diz que o time jogará no Campeonato Brasileiro no segundo semestre de 2020, pela Série D. Apesar de não ser um campeonato tão longo, a participação do Marcílio já está garantida. “Hoje, mesmo que a gente não chegue, que eu acho que isso vai acontecer, nós vamos continuar no G4. Toda essa alegria que nós demos ao torcedor até o jogo do Figueirense, já considero uma marca histórica pro centenário. O presente à torcida, para o Marcílio, já está dado. O que vier agora, é a cereja do bolo”, afirma. Perguntado como é ser o treinador do time do Centenário, sabendo que ficará marcado na história do Clube, Waguinho diz que é uma honra. Estar no centenário, na elite do Catarinense e não cair, já é uma marca importantíssima. “Nós estamos fazendo uma campanha que

está dando orgulho à cidade, à região, ao clube e, principalmente, aos torcedores do Marcílio. Hoje todos vestem a camisa, você vê todo mundo de rubro-anil, onde passa é reconhecido. Todos vêm agradecer pela campanha. O número de público que está acontecendo no estadual já mostra: nós somos o segundo em público, renda e isso é o que todo mundo espera de um centenário. Que fique marcado”, finaliza. O Marcílio em campo é uma das

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Itajaí

maiores vitórias nos 100 anos do Clube, mas a diretoria está empenhada em tornar muito mais memorável o ano de 2019. No dia 17 de março, aniversário do Clube, aconteceu a Festa do Centenário, no próprio estádio Dr. Hercílio Luz. Atrações musicais, como The Headcutters, Colisão Hip Hop, Dreysson Rodrigues, Falafera animaram a galera. Ainda tiveram Foods Trucks, Cervejarias Artesanais, Espaço Kids e Feira de Adoção de Animais.


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CLUBE NÁUTICO MARCÍLIO DIAS CENTENÁRIO Por: Edison d’Ávila

FOTO: ACERVO CNMD/FGML

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história do Clube Náutico Marcílio Dias está ligada à iniciativa dos jovens Alyrio Gandra, Emanuel Miranda e Gabriel Collares que, animados com o desenvolvimento do remo na Capital de Santa Catarina e levando em conta a vocação marítima da gente de Itajaí, decidiram fundar em 17 de março de 1919 o Clube Náutico Marcílio Dias. Naqueles anos seguintes ao fim da 1ª Guerra Mundial (1914/1918), muito se difundira no Brasil, com repercussões também em Itajaí, ideias de preparação física e moral da juventude, principalmente por meio do esporte, visto como regenerador dos corpos e mentes. Daí o surgimento de muitos clubes esportivos, ginásticos e associações de escoteiros. Deve-se destacar na fundação do Clube Náutico Marcílio Dias a presença da juven-

tude como força propulsora da iniciativa que empolgou tanto rapazes como moças, as quais passaram a acompanhar as competições esportivas como madrinhas e torcedoras. Por fim, foram os jovens entusiastas que trouxeram os senhores maduros para participar do Clube. Outro destaque a se fazer está por conta da escolha do esporte náutico. O remo, à época, era um esporte de elite, praticado por jovens esportistas da classe abona-

da da sociedade. Era, portanto, um esporte elitizado. Somente em 1921, o Clube Náutico Marcílio Dias daria início a sua secção de futebol. Este, sim, o esporte das massas, democratizado e acessível a qualquer cidadão. O futebol que, inclusive, superou o preconceito de raça/cor, visto que no remo, antes, não eram admitidos atletas negros. E que fez o Clube Náutico Marcílio Dias mais conquistar glórias, mentes e corações!


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Crônica

Personagens folclóricos animam o cotidiano

Por: Emerson Ghislandi oda cidade que preza pela preservação de sua história não deve esquecer de guardar não apenas na memória, mas especialmente de forma documental – seja por vídeo, áudio ou escritos -, os personagens ditos folclóricos que fazem ou fizeram parte do cotidiano da população. São eles que costumam sacudir a letargia e trazer, cada um deles a seu modo, um pouco mais de alegria e divertimento à monotonia que normalmente predomina no nosso dia a dia. Itajaí tem sido particularmente pródiga nesses seres cujo comportamento destoa da mesmice imposta pelas regras de convivência em sociedade. Os folclóricos se inserem num universo que os remete a protagonistas de uma intervenção lúdica na vida daquelas pessoas que têm o prazer e o privilégio de estar com elas ou simplesmente cruzarem-se ocasionalmente nas ruas e em lugares por eles frequentados.

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Lembro-me de alguns desses personagens inusitados, como o saudoso Nego Dico, torcedor-símbolo do Clube Náutico Marcílio Dias: xingava muito o juiz, mas acompanhava o jogo quase sempre de costas para evitar ver o desempenho por vezes sofrível de seu time do coração. Certa vez o vi beijando afetuosamente o impassível rosto em bronze do marinheiro que dá nome ao clube - homenageado com um busto instalado desde a década de 1920 na entrada do Estádio Dr. Hercílio Luz -, para delírio de um grupo de torcedores que dava risadas e aplaudia frenética e prazerosamente o insólito ato. Foi, com certeza, muito divertido! Outro personagem digno de figurar entre os folclóricos é o primo e companheiro de copo e de cruz Nego Buti, que durante um bom tempo chorou a morte do Nego Dico. E houve uma

época que Buti ia com Dico ao estádio não como torcedor. Antes de cair no abismo do álcool Nego Buti foi, vejam só, jogador da equipe marcilista! Frequentador assíduo das praias da Atalaia e de Cabeçudas, região onde era visto regularmente caminhando com uma garrafa de pinga na mão, ele tem a risada mais folclórica da cidade. Soube que após recente tratamento clínico Nego Buti curou-se das beberagens. Melhor assim, perde-se o personagem, mas fica o ser humano. Ambos – Dico e Buti – igualam-se na pureza de intenções e na bondade extraordinárias.

Um outro de coração imenso – e é aquele sobre quem posso me alongar mais por tê-lo conhecido melhor – é o Humberto Pereira, pessoa de muitas amizades e conhecido por Pirelli. Não me perguntem o porquê do apelido, mas desconfio que é pela paixão que ele nutria pelos carros e pela velocidade, já que Pirelli é uma marca famosa de pneus para automóveis. Ou talvez porque a palavra lembre de certa forma alguém pirado. E esta é, naturalmente, a característica principal daqueles que destoam da comum normalidade, ou seja, os iluminados, divertidos e irreverentes personagens folclóricos. Mas o saudoso Pirelli – ao contrário de Dico e Buti - não compunha um personagem com quem a gente esbarrasse nas ruas. Era mais reservado e costumava frequentar uma razoável variedade de bares de Itajaí. O que tinha em comum com os outros personagens era o amor pelo Marcílio Dias. Porém não era afeito a comparecer ao estádio. Preferia mesmo os bares ao redor do Gigantão, onde defendia apaixonadamente seu time

do coração com todos os frequentadores. Éramos vizinhos e morávamos na rua Brusque, bem em frente da então famosa Sorveteria Seára, que para a alegria de Pirelli vendia não só os deliciosos sorvetes e picolés, mas também a ‘mardita’ cachaça, da qual acabou sendo mais uma vítima. Já foi dito que o álcool é o líquido que mata os vivos e preserva os mortos. Muitos países têm leis severas em relação à graduação alcoólica de certas beberagens, incluindo o Brasil que não permite que sejam vendidas bebidas com teor acima de 60%. Mesmo assim, alguns fabricantes espalhados no planeta desafiam a legislação e o bom senso e colocam no mercado verdadeiras poções que derrubariam o mais destemido beberrão. Das batidinhas, aquela que Pirelli mais apreciava era a losna. Na Grécia Antiga era usada em homenagem à deusa da fecundidade e da caça Ártemis; daí derivou seu nome científico Artemisia Absinthium. Trata-se de uma planta medicinal usada no preparo de chá para os males do fígado, mas é também a erva utilizada na fabricação do absinto, bebida destilada de alta dosagem alcoólica. Comercializado no Brasil e em quase todo planeta, o absinto foi especialmente popular na França no final do século 20 e início do 21, sobretudo por sua ligação aos artistas parisienses Charles Baudelaire, Paul Verlaine, Arthur Rimbaud, Oscar Wilde, Toulouse-Lautrec e Edgar Allan Poe, que a chamavam de ‘fada verde’, em função do seu suposto efeito alucinógeno. Era sagrado. No final da manhã e em especial ao término de cada dia, lá estava o Pirelli na Sorveteria Seára, encostando no balcão sua singular magreza distribuída em um metro e oitenta de altura e elegante postura. Penso que os dedos das mãos não seriam suficientes para contar a quantidade de doses de losna consumidas durante seu ritual alcoólico diuturno, entremeadas quase sempre pela cerveja, “para contrabalançar”, dizia ele. Era especialmente falante, de um discurso que contagiava. Sempre tinha histórias interessantes para contar ou notícias que amealhava aqui e acolá no seu périplo pelos bares da cidade. Eu e meus irmãos, ainda crianças, nunca poderíamos esquecer da sua bondosa alma. Todos os anos, por ocasião do dia de São Nicolau, Pirelli trajava-se rigorosamente de Papai Noel e, com um saco repleto de doces e guloseimas nas costas,

passava a jogá-los pelas janelas da nossa casa e das residências próximas. Era quem mais podia jogar-se debaixo de mesas, sofás, armários e camas à cata dos deliciosos quitutes presenteados pelo inesquecível e divertido vizinho. Também é difícil esquecer a dolorida surra de vara de marmelo que ele levou de seu pai, seu Rosendo, quando este descobriu que o filho Humberto não tinha como preferência sexual as mulheres. Os gritos lancinantes do querido Pirelli açoitado impiedosamente eram ouvidos penosamente por toda a vizinhança. Depois do lamentável acontecido, Pirelli não mais foi visto em casa. Descobriu-se que ele havia ido morar com uma velha e abastada tia, no centro de Itajaí. Não muito tempo depois, ele reapareceu na Sorveteria Seára, elegantemente trajado e a bordo de um fulgurante puma vermelho. Sua tia tinha falecido, deixando para ele uma polpuda herança. Passava do meio dia quando, hipnotizado pelo vistoso automóvel, atravessei a rua Brusque para ver de perto a joia rara. Era início dos anos 70 e eu deveria ter catorze ou quinze anos de idade. “Émerson, que tal ires comigo almoçar no Aeroclube de Blumenau e depois darmos uma voada de teco-teco”, indagou-me com um largo sorriso. Não resisti à tentação e lá fomos, voando baixo no possante e reluzente puma. Exímio motorista, fazia manobras arriscadas, mas pontuais na rodovia, ultrapassando sem pestanejar a todos que viajavam à sua frente. Medo e fascínio misturavam-se às minhas juvenis emoções naquela desabalada carreira. Acho que em menos de meia hora chegávamos nós ao Aeroclube de Blumenau, onde Pirelli já era vastamente conhecido por todos. Foi alucinante! Voamos por terra com o Puma e depois nos céus de Blumenau embarcados em um acanhado teco-teco. Que viagem! Quanta aventura para um garoto num mesmo dia! A exemplo do Nego Dico e de vários outros personagens folclóricos que alegravam os dias de Itajaí, Pirelli não teve uma vida longa, subtraídos que foram da existência pelos males provocados pela ingestão desmedida do álcool. Mas na memória daqueles que tiveram a oportunidade de conhecê-los, eles permanecerão para sempre, iluminando nossas almas cansadas da fastidiosa rotina e ansiosas por algo que nos distancie da obviedade reinante. Descansem em paz! O autor é jornalista.


especial 100 anos do CLUBE NÁUTICO MARCÍLIO DIAS • MARÇO 2019

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