Foto:Amory Ross
ÍNDICE 12
Perspectivas econômicas para 2015
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Itajaí supera Joinville e assume o posto de maior economia de Santa Catarina
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IBGE mapeia a infraestrutura dos transportes no Brasil Governo vai libera R$ 11 bilhões de investimentos em obras nos portos nos próximos cinco anos
www.revistaportuaria.com.br Revista Portuária também está na web com informações exclusivas Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publicação, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acontece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é encaminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: jornalismo@revistaportuaria.com.br 4 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
EDITORIAL
ANO 15 EDIÇÃO Nº 179 JANEIRO 2015 Editora Bittencourt Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600 Diretor Carlos Bittencourt direcao@bteditora.com.br Jornalista responsável: Anderson Silva DRT SC 2208 JP Departamento de Jornalismo Revista Portuária - Economia e Negócios Fone: 55 47 3344-8609 http://www.revistaportuaria.com.br Diagramação: Solange Alves solange@bteditora.com.br Contato Comercial Rosane Piardi - 47 8405.8776 comercial@revistaportuaria.com.br Contato Comercial (agências) Junior Zaguini - 47 8415.7782 junior@bteditora.com.br Impressão Impressul Indústria Gráfica Tiragem: 10 mil exemplares Elogios, críticas ou sugestões direcao@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 240,00 A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria
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Perspectivas econômicas para 2015
A
crise no mercado interno, aliada à baixa exportação, determinou o baixo desempenho econômico do Brasil em 2014 e forneceu os elementos para que se entenda o resultado decepcionante no fechamento do ano. O panorama atual foi influenciado pelo menor espaço para estímulos fiscais, crescimento mais tímido do crédito, aumento nas taxas de juros, menos geração de empregos e inflação alta. Fatores que, somados à realização da Copa do Mundo e ao período eleitoral, contribuíram para que muitas atividades e decisões fossem adiadas, e os investimentos caíssem. A forte desaceleração da economia brasileira no ano passado surpreendeu economistas e vem contaminando ainda mais as expectativas de crescimento para 2015. Mas a perspectiva de aumento ainda maior dos preços administrados não evitará que o crescimento lento se traduza em menos inflação. Ao contrário, a visão majoritária agora é de que a elevação nos preços não vai ceder até o fim de 2015. Esse cenário mais frágil, segundo analistas vai tornar a vida dos empresários e da população em geral ainda mais dura por causa das medidas que o governo terá que implementar. Economistas acreditam que 2015 será o ano do recomeço para o país voltar aos trilhos apenas a partir de 2016. Mas, para isso, o governo federal necessita realizar ajustes, principalmente na condução da política econômica. A reportagem especial da Revista Portuária – Economia & Negócios pro-
curou dirigentes de entidades representativas de Santa Catarina e uma especialista em economia brasileira para saber quais são as perspectivas e as possíveis ações para amenizar os efeitos dessa provável crise econômica. Além disso, compilou previsões de entidades nacionais sobre o ano que se inicia. Destaque também para Itajaí que é a cidade com o maior Produto Interno Bruto (PIB) total de Santa Catarina e o 29º lugar no ranking das maiores economias do país. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o Balanço Geral do PIB dos Municípios Brasileiros do ano de 2012. De acordo com os dados, o Produto Interno Bruto da cidade totalizou R$ 19,7 bilhões, superando Joinville, que até o balanço de 2011, liderava o ranking catarinense e no documento divulgado foi apresentada com um PIB de R$ R$ 18,2 bilhões - 31º lugar no índice nacional. Santa Catarina tem ainda outras três cidades, além de Itajaí e Joinville, na lista dos 100 maiores PIB do Brasil em 2012: Florianópolis (na 48ª posição), Blumenau (em 60º) e Jaraguá do Sul (com o 93º lugar). Ainda de acordo com os números apresentados, na avaliação regional, Itajaí tem o terceiro maior PIB do Sul do Brasil, atrás apenas de Curitiba e Porto Alegre. Além das reportagens acima citadas destaque para as tradicionais secções Portos do Brasil e Coluna Mercado, nas páginas seguintes da sua revista. Bom início de ano e boa leitura!
Economia&Negócios • Janeiro 2015 • 5
SC mantém nota conferida por duas das mais importantes agências internacionais de classificação financeira
S
anta Catarina recebeu rating BBB(BBB menos) Perspectiva Estável da Fitch Ratings e da Standard & Poors, duas das mais importantes agências internacionais de classificação financeira. O rating é uma análise feita por agências financeiras sobre a capacidade de um órgão (país, Estado, município ou empresa) de saldar compromissos financeiros. A avaliação atribuída a SC é considerada positiva, já que demonstra uma perspectiva estável, situando-se na área grau de investimento. “Num cenário difícil para os estados, mantemos a nota em escala global, uma demonstração ao mercado de que o Estado de Santa Catarina tem a capacidade de honrar integralmente o pagamento de suas dívidas”, avalia o secretário da Fazenda Antonio Gavazzoni. O último relatório quadrimestral de gestão fiscal da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF) mostra que Santa Catarina é um dos estados menos endividados do país. A dívida consolidada líquida representava ao final de agosto 39,09% da receita corrente líquida (RCL), quando o limite é 200%. Para se ter uma ideia, no Rio Grande do Sul o nível de endividamento era de 204,66%, no Paraná 50,77%, em São Paulo 130,12%, e no Rio de Janeiro 154%. No mesmo período, as operações de crédito de SC corresponderam a 4,80% da RCL. O limite é 16%.
Rating As notas conferidas por agências classificadoras de risco são instrumentos relevantes para os investidores porque se trata de uma opinião independente sobre risco de crédito da dívida. O rating foi contratado pelo governo no segundo semestre de 2012. A avaliação de risco é uma das condições para contratação de operações de crédito com organismos internacionais, o que habilita o Estado a receber financiamentos com taxas de juros muito mais atrativas que as praticadas no mercado. •
“Num cenário difícil para os estados, mantemos a nota em escala global, uma demonstração ao mercado de que o Estado de Santa Catarina tem a capacidade de honrar integralmente o pagamento de suas dívidas”. Antonio Gavazzoni, secretário da Fazenda 6 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
Portonave
Economia&Negócios • Outubro 2014 • 7
Itajaí supera Joinville e assume o posto de maior economia de Santa Catarina LEVANTAMENTO DO IBGE TAMBÉM APONTA A CIDADE COMO A 29ª MAIOR ECONOMIA DO BRASIL
I
tajaí é a cidade com o maior Produto Interno Bruto (PIB) total de Santa Catarina e o 29º lugar no ranking das maiores economias do país. A informação é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou o Balanço Geral do PIB dos Municípios Brasileiros do ano de 2012. De acordo
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com os dados, o Produto Interno Bruto da cidade totalizou R$ 19,7 bilhões, superando Joinville, que até o balanço de 2011, liderava o ranking catarinense e no documento divulgado foi apresentada com um PIB de R$ R$ 18,2 bilhões - 31º lugar no índice nacional.
Nelson Robledo
Além de Itajaí e Joinville, o Estado de Santa Catarina tem ainda outras três cidades na lista dos 100 maiores PIB do Brasil em 2012: Florianópolis (na 48ª posição), Blumenau (em 60º) e Jaraguá do Sul (com o 93º lugar). Ainda de acordo com os números apresentados, na avaliação regional, Itajaí tem o terceiro maior PIB do Sul do Brasil, atrás apenas de Curitiba e Porto Alegre. Já em relação ao PIB Per Capita – quando o Produto Interno Bruto é dividido pelo número de habitantes da localidade, Itajaí apresenta média de R$ 104.635,28; valor que dá ao município o 27º lugar no ranking nacional e a segunda colocação no estado. No relatório do IBGE de 2011, a média salarial anual da cidade era de R$ 99.923,47. “O crescimento da renda per capita significa que o itajaiense está ganhando mais”, comemora o prefeito Jandir Bellini. Para ele, a chegada de Itajaí ao primeiro lugar do PIB em Santa Catarina e entre os 30 maiores índices do país é resultado de importantes fatores: a localização geográfica estratégica da cidade no estado
e na Região Sul do Brasil; a infraestrutura que garante ligação do município com o mundo por mar, terra e ar (graças à proximidade do aeroporto da vizinha Navegantes) e à diversificação e ampliação do mix de empresas que se instalaram no município nos últimos anos. Dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda, apontam que, em 2010, havia 1.956 empresas formalmente abertas em Itajaí. Em 2013, este número subiu para 2.965. “São empresas das áreas de alimentos, construção naval, prestação de serviços, além do forte crescimento na construção civil”, destaca o Prefeito. E a perspectiva é que estes números cresçam ainda mais, pois, como os dados oficiais do IBGE são referentes há dois anos, as empresas que se instalaram em Itajaí mais recentemente, ao entrarem em plena atividade, vão passar a contribuir para o aumento na movimentação econômica da cidade. “Uma economia forte, ao crescer, gera mais empregos, mais salário, é ganho para toda a comunidade”, finaliza Jandir Bellini. •
PIB por município: POSIÇÃO EM SC
MUNICÍPIO
VALOR
POSIÇÃO NO PAÍS
1º
ITAJAÍ
19,7 BI
29º
2º
JOINVILLE
18,2 BI
31º
3º
FLORIANÓPOLIS
12,6 BI
48º
4º
BLUMENAU
10,9 BI
60º
5º
JARAGUÁ DO SUL
6,6 BI
93º
Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis Economia&Negócios • Janeiro 2015 • 9
Em ano de desaceleração, indústria catarinense fecha 2014 como líder na geração de emprego no país Setor produtivo de Santa Catarina registrou redução na produção, mas teve desempenho superior à média nacional do segmento
O
Elmar Meurer
ano de 2014 foi marcado por arrocho monetário e baixa confiança de consumidores, com redução da produção na indústria catarinense. Ainda assim, o setor produtivo do Estado registrou desempenho acima da média nacional e liderou nacionalmente a geração de empregos. Estes foram alguns dos pontos destacados pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte. “Não foi um ano bom em produção e em vendas. Mas caímos menos que o Brasil. Lideramos na criação de vagas no Brasil, com o dobro do segundo colocado”, afirmou Côrte. De acordo com dados do Caged, até outubro foram abertos, em Santa Catarina, 26.791 postos de trabalho, mais da metade dos 46.981 gerados no País. Em segundo lugar aparece Goiás, com 13.943 novas vagas. Dados apresentados destacam a trajetória ascendente da taxa básica de juros da economia, a Selic, que passou de 7,25% a.a. em março de 2013, para 11,75% a.a. em dezembro de 2014. A inflação também esteve em alta no ano, com IPCA dos últimos 12 meses acumulando 6,55% em novembro, ainda acima do teto da meta do governo. Neste cenário, a confiança do industrial brasileiro, medida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), chegou em novembro ao nono mês seguido abaixo dos cinquenta pontos, o que indica pessimismo com o ambiente econômico. Em Santa Catarina, as indústrias também foram impactadas com aumento de 22,4% na tarifa de energia, aplicado desde agosto. Para reverter este quadro, Côrte defende uma mudança de mentalidade no governo. “Não é suficiente termos um bom ministro da Fazenda, nós temos que ter um governo que, de fato, olhe a produção como um requisito indispensável para o crescimento do País, trabalhando pela melhoria da produtividade e da competitividade do setor industrial”, defendeu Côrte.
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Produção A associação dos fabricantes de máquinas e equipamentos, a Abimaq, estima queda de 15% no consumo destes produtos, normalmente associados ao investimento em produção. A redução da atividade também é apontada pela Anfavea, que contabiliza redução de 18% na fabricação de automóveis no ano. Em Santa Catarina, as indústrias de metalurgia e autopeças, tradicionais fornecedoras das montadoras de automóveis, frearam suas atividades em 10,6% e 3,7%, respectivamente. Por outro lado, os setores ligados à exportação conseguiram incrementar a atividade. Se destacaram as vendas de soja, com alta de 73%, principalmente para a China, de madeira (+46%), principalmente para os EUA, e de suínos (+37%), para os EUA e México, que sofreram com doença em suas criações, e para a Rússia, que direcionou suas compras para o Brasil após a crise diplomática com a Europa, causada pela questão da Ucrânia. Este desempenho leva ao aumento de 4% nos embarques realizados nos portos de Santa Catarina até novembro, enquanto a exportação brasileira recua 6%. •
Economia&Negócios • Dezembro 2014 • 11
ESPECIAL Perspectivas econ DIRIGENTES DE ENTIDADES REPRESENTATIVAS DE SANTA CATARINA E UMA ESPECIALISTA EM ECONOMIA BRASILEIRA ABORDAM A SITUAÇÃO E AS POSSÍVEIS AÇÕES PARA AMENIZAR OS EFEITOS DESSA PROVÁVEL CRISE
A
crise no mercado interno, aliada à baixa exportação, determinou o baixo desempenho econômico do Brasil em 2014 e forneceu os elementos para que se entendesse o resultado decepcionante no fechamento do ano. O panorama atual foi influenciado pelo menor espaço para estímulos fiscais, crescimento mais tímido do crédito, aumento nas taxas de juros, menos geração de empregos e inflação alta. Fatores que, somados à realização da Copa do Mundo e ao período eleitoral, contribuíram para que muitas atividades e decisões fossem adiadas, e os investimentos caíssem. A forte desaceleração da economia brasileira no ano passado surpreendeu economistas e vem contaminando ainda mais as expectativas de crescimento para 2015. Mas a perspectiva de aumento ainda maior dos preços administrados não evitará que o crescimento lento se traduza em menos inflação.
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Ao contrário, a visão majoritária agora é de que a elevação nos preços não vai ceder até o fim de 2015. Esse cenário mais frágil, segundo analistas vai tornar a vida dos empresário e da população em geral ainda mais dura por causa das medidas que o governo terá que implementar. Economistas acreditam que 2015 será o ano do recomeço para o país voltar aos trilhos apenas a partir de 2016. Mas, para isso, o governo federal necessita realizar ajustes, principalmente na condução da política econômica. Diante deste panorama a reportagem da Revista Portuária – Economia & Negócios procurou dirigentes de entidades representativas de Santa Catarina e uma especialista em economia brasileira para saber quais são as perspectivas e as possíveis ações para amenizar os efeitos dessa provável crise econômica. Além disso, compilou previsões de entidades nacio-
ômicas para 2015
nais sobre o ano que se inicia. Para o presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina, Ernesto Reck, esse quadro de desaceleração do crescimento e alta da inflação não deve mudar neste ano. No entanto, espera por um ajuste fiscal mais rigoroso, um controle monetário maior e que o governo atue com mais transparência sobre suas contas. “Entendemos que não será fácil de superar esse quadro, não é só o Brasil que vive situação similar, a Europa ainda não se recuperou da crise, o Japão, um dos maiores parceiros comerciais do Estado vive uma estagnação, a China
vem perdendo forças no cenário econômico, isso ainda pode contribuir para que 2015 não se reverta essa situação, mas acreditamos que se este ano fizermos o dever de casa, se tivermos uma boa conduta da nova equipe econômica, o Brasil poderá voltar a crescer a partir de 2016”, ressalta. Sobre o futuro da economia brasileira e consequentemente de Santa Catarina, Reck acredita que apesar do Estado se destacar economicamente no cenário nacional, uma hora este quadro pode mudar. “Nós temos um dado que é calculado também pelo Banco Central que é o índice de atividade econômica. Se-
Economia&Negócios • Janeiro 2015 • 13
ESPECIAL Caio Cezar/Fecomércio SC
juros pagos pelos consumidores e pelos empresários. Somam-se a isso os já recorrentes problemas de infraestrutura no país e a elevada carga tributária que incide sobre o setor. “No comércio, a provável nova expansão dos juros e a manutenção do cenário de baixo crescimento em 2015 tendem a travar a concessão de crédito e o aumento da renda das famílias, o que dificulta as vendas e faz com que provavelmente tenhamos um ano semelhante a 2014, com baixa expansão das vendas e crescimento reduzido do faturamento das empresas”, explica. Segundo Breithaupt, o fundamental é criar estímulos para a iniciativa privada. Nesse aspecto, primeiro de tudo é a redução dos juros. O governo precisa controlar a inflação através de um maior cuidado com a sua política fiscal, e não focar apenas na política monetária, isto é, na alta dos juros. Para isso, é necessária uma reforma tributária que reduza
“Os dados são preocupantes, porém acreditamos que o pior já passou e que o governo apontou para um comprometimento maior em melhorar a situação econômica, apesar de que os efeitos só começarão a ser vistos a partir do segundo semestre de 2016”
Bruno Breithaupt – presidente da Fecomércio-SC
gundo ele, Santa Catarina reflete um maior nível de atividade no Estado do que no Brasil, mas como sabemos, em economia as coisas funcionam amalgamadas, talvez possamos sim ter um maior crescimento do que o país apresenta, mas não no longo prazo. Para isso é necessário que o país se recupere. Boa parte da nossa produção é demandada pelos os outros estados brasileiros, e se não caminharmos no mesmo sentido uma hora sentiremos os efeitos ne-
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gativos”, finaliza. O presidente da FecomércioSC, Bruno Breithaupt, destaca que esse resultado negativo da economia nacional está associado a uma série de fatores, entre eles, a inflação persistente, que se mantém próxima do teto da meta, a desaceleração da renda real das famílias, a criação menor de postos de trabalho no país e a redução do acesso ao crédito, muito devido aos elevados
ESPECIAL e simplifique os tributos. Desse modo, os investimentos podem ser ampliados com riscos menores, já que hoje se paga muito imposto, mas o retorno é pequeno. “Os dados são preocupantes, porém acreditamos que o pior já passou e que o governo apontou para um comprometimento maior em melhorar a situação econômica, apesar de que os efeitos só começarão a ser vistos a partir do segundo semestre de 2016. Entretanto, sabemos que se pode fazer mais, principalmente no que diz respeito a reformas estruturais, a fim de que se promova um crescimento mais sustentável e duradouro nos próximos anos”, finaliza. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco Côrte, também compartilha da opinião dos demais dirigentes. “Este ano teremos um primeiro semestre duro, mas a tendência é que, paulatinamente, tenhamos um segundo semestre melhor, preparando o país para um novo ritmo de crescimento em 2016”, afirma. Já Eclésio da Silva, presidente da Associação Empresarial de Itajaí (ACII), está pessimista em relação ao futuro da economia nacional. “O futuro da economia brasileira não é nada promissor. Os investimentos já foram reduzidos, a produção continua caindo, e a nossa balança comercial começa a apresentar números bastante desfavoráveis. O governo precisa retomar o incentivo para os investimentos externos, sem se esquecer de aquecer o interno, largando esse protecionismo exacerbado que estamos vivendo do estado brasileiro. Essa postura tem que ser mudada e de forma
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“Este ano teremos um primeiro semestre duro, mas a tendência é que, paulatinamente, tenhamos um segundo semestre melhor, preparando o país para um novo ritmo de crescimento em 2016” Glauco Côrte – presidente da Fiesc
ESPECIAL urgente”, salienta. Ele lembra que os dados apresentados pelos institutos de pesquisas com informações de pessoas com expertise na área são desanimadores. “Se forem confirmados, não temos dúvidas que seremos afetados, ou seja, o nosso Estado. As exportações de Santa Catarina já têm diminuído ao longo dos últimos anos, e o baixo crescimento do país como um todo, não nos ajudará em nada. Portanto o quadro é de extrema preocupação”, finaliza. A professora do curso de administração da Univali, Janypher Marcela Inácio é especialista em economia e gestão das estratégias empresariais. Ela acredita que uma economia com baixo crescimento significa que a soma de tudo o que é produzido, também podemos chamar de atividade econômica, aumentou muito pouco em relação ao período anterior. “É fato que, nos últimos tempos o governo vem buscando reduzir as desigualdades sociais via aumento dos subsídios, porém em um cenário onde a economia está desaquecida dificultando a obtenção das receitas até então obtidas, torna-se difícil a continuidade deste tipo de política”, explica. No entanto, ela é otimista em relação a como a economia do Estado vai se comportar durante o ano de 2015. “Creio que falarmos em crise econômica em Santa Catarina é algo que não cabe, pelo menos não neste primeiro momento. O nosso Estado é privilegiado, pois possui um empresariado forte e diversificado. A heterogeneidade historicamente conquistada é algo que nos traz uma relativa tranquilidade frente a outros estados, pois a economia catarinense possui diversas vias de crescimento”, afirma.
Governo Federal prepara plano de ação para aumentar competitividade brasileira As ações serão coordenadas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante e terão como ponto de partida um documento da CNI com propostas em infraestrutura, desburocratização tributária, comércio exterior, compras governamentais e inovação. Os temas estão em um documento elaborado pela CNI - que participará juntamente com representantes do Governo Federal de todos os grupos – e contém 42 propostas divididas em infraestrutura (rodovias, ferrovias, portos, energia e mobilidade urbana); desburocratização tributária, comércio exterior, compras governamentais (nas áreas de saúde, educação e defesa) e inovação.
CNI prevê pequeno crescimento para economia e indústria Após um ano de 2014 “difícil e duro”, durante o qual o setor industrial teve “desempenho frustrante”, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê leve melhora dos indicadores econômicos em 2015. A expectativa da entidade é que o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) cresça timidamente ao longo deste ano e que os juros continuem em alta, freando o consumo e os investimentos. Segundo o Informe Conjuntural Anual, estudo da CNI com previsões sobre a economia, o PIB deve crescer 1% em 2015, ou seja, metade dos 2% estimados pelo governo federal. No
ano passado, o crescimento não passaria de 0,3%, resultado que indica estagnação da economia. A entidade calcula que os juros terminarão, em 2015, em torno de 12,5% e que a inflação encerrará o ano em 6,2%, quase o limite superior da meta fixada pelo governo de 6,5%. Para o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, o desafio do país a partir de 2015 será restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade da indústria, tarefa considerada difícil, já que a confederação prevê que o consumo das famílias crescerá 0,7%. Esse aumento contribuirá para que a atividade
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ESPECIAL industrial cresça 1%, mas não criará as condições sustentáveis de um crescimento maior, avalia a CNI. “Nos últimos anos, observamos uma desaceleração da demanda de consumo das famílias. Isso não é uma característica de 2014, mas demonstra que apenas a alavanca do consumo como mecanismo de recuperação do crescimento não é possível. O desafio é retomar o crescimento via investimento”, disse o gerente executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio
Castelo Branco. De acordo com a CNI, para retomar o crescimento econômico sustentável, é necessário restaurar os fundamentos macroeconômicos e aumentar a competitividade. Para a entidade, isso depende de um ajuste fiscal nas contas do governo que permita a geração de superávits consistentes e o controle da dívida pública, reequilibrando as contas externas e favorecendo a competitividade dos produtos brasileiros.
“Entendemos que não será fácil de superar esse quadro, mas acreditamos que se em 2015 fizermos o dever de casa , se tivermos uma boa conduta da nova equipe econômica, o Brasil poderá voltar a crescer a partir de 2016” Ernesto Reck presidente da Facisc
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AEB divulga projeções para a balança comercial A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou as projeções da entidade para a balança comercial de 2015. A expectativa é de que as exportações atinjam US$215,360 bilhões, uma queda de 4,3% em relação ao montante de US$225,033 bilhões de 2014. Para as importações, o resultado previsto é de US$207,220 bi, queda de 9,8% em relação aos US$229,615 bilhões do ano passado, com superávit de US$8,140 bi. O número reverte o déficit de US$4,582 bilhões estimado para fechar o ano. Segundo o presidente da entidade, José Augusto de Castro, o resultado projetado para 2015 deve ser considerado um “superávit negativo”, pois é obtido pela forte queda das importações, e não pelo aumento das exportações. “A elevada insegurança e incerteza vigentes neste momento podem demandar novas projeções antes de julho, mês tradicional para realização da única revisão anual da AEB”, afirmou. Para as exportações, a AEB trabalhou com um cenário que aponta oscilação da taxa cambial entre R$2,60 e R$2,90, com média de R$2,75. De acordo com Castro, apesar de essa taxa cambial proporcionar competitividade a alguns segmentos, será limitado seu impacto positivo sobre as exportações de manufaturados, pois o principal mercado de destino dos produtos brasileiros, a Argentina, enfrenta problemas, e outros mercados importantes, como América do Sul e África, poderão ter menor poder de importação, devido à queda nas
ESPECIAL cotações de suas commodities de exportação. “A estagnação e/ou queda nas exportações brasileiras de manufaturados, desde 2008, segundo Castro, afastou o Brasil de importantes mercados, como EUA e Europa, transformando-o em “novo” exportador”. “Demanda tempo para reconquistar esses mercados, que, atualmente, são ocupados por fornecedores de outros países. Mesmo com preço competitivo, a concretização de novas vendas externas poderá ocorrer somente após o fim dos contratos em vigor”, avalia. A análise aponta também que a maior taxa cambial não ampliará o valor das exportações de commodities, porém, aumentará a rentabilidades em reais das empresas exportadoras; e que as exportações para Venezuela e Rússia, países que têm proporcionado superávits comerciais ao Brasil, poderão ter impactos negativos, devido a suas situações econômicas. A entidade aponta ainda que, certamente, deverá haver redução no crescimento econômico, retração na demanda interna e diminuição das importações, porém, sem quantificar a intensidade de seus impactos. “Não existem condições para esse tipo de análise”, diz Castro. O cenário futuro é de que a alta na taxa cambial elevará custos de importação, assim como os índices de vendas internas sinalizam desaceleração. A perspectiva é de menor índice de geração de empregos, ou até mesmo de desemprego, e de um elevado nível de inadimplência das pessoas e, também, em menor escala, das empresas. Após fixar em 1,2% o superávit primário para 2015, as medidas a serem anunciadas pela nova equipe econômica sinalizam elevação da taxa Selic, forte contingenciamento de gastos, elevação de tributos, redução ou suspensão de repasses aos bancos públicos, alta da TJLP, adiamento ou corte de investimentos e alta da inflação, entre outros aspectos negativos para a economia. Outro ponto que deve ser observado, e que compõe a análise da AEB, é de que o atual quadro vivido pela Petrobras poderá provocar redução nas atividades econômicas internas desempenhadas por outros segmentos empresariais. Além disso, os últimos dados do PIB mostraram queda no consumo das famílias, e a previsão para 2015 é de um crescimento de apenas 0,5%.
“Os investimentos já foram reduzidos, a produção continua caindo, e a nossa balança comercial começa a apresentar números bastante desfavoráveis. O governo precisa retomar o incentivo para os investimentos externos, sem se esquecer de aquecer o interno” Eclésio da Silva - presidente ACII
Conclusões As cotações das principais commodities devem se manter em queda em 2015, decorrente de expansão da oferta em nível superior à demanda internacional de produtos, como soja, minério de ferro e petróleo. A queda nas cotações será amenizada por esperada elevação do quantum exportado, principalmente de petróleo bruto e óleos
Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC Economia&Negócios • Janeiro 2015 • 19
ESPECIAL “A estagnação e/ou queda nas exportações brasileiras de manufaturados, desde 2008, afastou o Brasil de importantes mercados, como EUA e Europa, transformando-o em “novo” exportador”. “Demanda tempo para reconquistar esses mercados, que, atualmente, são ocupados por fornecedores de outros países."
combustíveis. “Apesar desse quadro adverso, as commodities manterão índice de participação superior a 60% na pauta de exportação”, prevê Castro. O estudo da AEB prevê também que o minério de ferro continuará sendo o item de maior valor nominal de exportação, com US$ 21,3 bilhões, apesar da forte queda em sua cotação. Haverá queda também na corrente de comércio, que deve atingir US$422,580 bilhões, o menor valor nos últimos 5 anos, queda de 7% sobre os US$454,648 bilhões de 2014. Esse valor representa queda de 12,4% sobre o valor recorde de US$482,286 bilhões alcançado em 2011. “O gerador de desenvolvimento econômico é a corrente de comércio, e não o superávit comercial, muito menos o déficit”, salienta Castro. A conta-petróleo, que apresentou déficit de US$23,677 bilhões em 2013, também tem estimativa de queda, com redução para US$18,205 bilhões em 2014 e projetação de nova diminuição para US$10,745 bilhões em 2015.
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Ainda segundo o levantamento, após o Brasil atingir participação de 1.41% nas exportações mundiais de 2011, a maior nos últimos 50 anos, sua participação chega a 1,21% em 2014 (similar a 2008) e a 1,14% em 2015 (similar a 2006). Em 2013, o Brasil ocupava a 22ª posição no ranking mundial de exportação, mas caiu para a 25ª em 2014 e permanecer nessa 25ª posição em 2015. As quedas de 4,3% nas exportações e de 9,7% nas importações deverão gerar contribuição positiva do comércio exterior para o PIB de 2015. A redução no valor das exportações em 2015 será a quinta consecutiva. “Não obstante o superávit comercial projetado para 2015, o Brasil continua necessitando realizar urgentemente reformas estruturais nas áreas tributária e trabalhista, investir maciçamente e continuamente em infraestrutura para reduzir custos de logística e acelerar processos de desburocratização, condições indispensáveis para tornar os produtos exportados competitivos, sem ficar na dependência de taxa de câmbio”, conclui Castro. •
NO TOPO Florianópolis é a melhor capital do Brasil para empreendedores, aponta pesquisa O levantamento concentrou-se em cidades com regiões metropolitanas onde há pelo menos 1% de empresas de alto crescimento. As empresas foram escolhidas conforme dados do IBGE
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U
m estudo feito em 14 capitais brasileiras pela organização não governamental (ONG) Endeavor identificou que a capital do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, reúne as melhores condições para novos empreendimentos com elevado grau de formação universitária, fluidez do trânsito e boa qualidade de vida, além de impostos baixos. Trata-se do Índice de Cidades Empreendedoras 2014 (ICE) calculado com base em 55 indicadores extraídos de dados estatísticos oficiais agrupados em sete quesitos: ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura. O levantamento concentrou-se em cidades com regiões metropolitanas onde há pelo menos 1% de empresas de alto crescimento. As empresas foram escolhidas conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A pesquisa apresentou os seguintes ín-
dices: Florianópolis recebeu ICE 7,53%, seguida por São Paulo (7,46%) ,Vitória (7,16%), Curitiba (6,96%), Brasília (6,33%), Belo Horizonte (6,15%), Porto Alegre (5,94%), Goiânia (5,91%), Rio de Janeiro (5,86%), Manaus (5,33%), Belém (5,24%), Recife (4,83%), Fortaleza (4,77%) e Salvador (4,53%). “O grande objetivo do índice é criar um mecanismo para que a sociedade possa cobrar de cada prefeito, mudanças no ambiente que permitem efetivar os melhores negócios no Brasil”, explicou Juliano Seabra, diretor da ONG. De acordo com o estudo, em todo o país menos de 1% das empresas é de alto crescimento, somando 35 mil empreendimentos onde são gerados metade dos novos postos de trabalho a cada ano. “Nosso sonho é que elas sejam 100 mil até 2030”, aponta o relatório. Veja as notas do ranking da Endeavor, calculadas de 0 a 10, considerando os 49 indicadores nos sete itens avaliados:
Capital Humano O quesito mais básico para empreender é ter pessoas qualificadas. E nesse quesito Florianópolis e Vitória foram destaque na pesquisa. Em Florianópolis, seis em cada 10 cursos de graduação tem ensino de alta qualidade, de acordo com o Ministério da Educação. 1º - Florianópolis – 7,52 2º - Vitória – 7,47 3º - Porto Alegre – 6,91
Mercado e acesso a capital
Florianópolis recebeu ICE 7,53%,
Os empreendedores de São Paulo atraem 60% dos recursos dos fundos de investimento. Entre os itens que esse índice leva em conta estão o PIB do município e crescimento médio do PIB nos últimos três anos.
Mercado
1º - São Paulo – 7,60 2º - Brasília – 7,55 3º - Manaus – 7,25 10º - Florianópolis – 5,32
Acesso a capital Infraestrutura e Qualidade de vida É nas capitais de médio porte do Sul e em Vitória que os empreendimentos encontram a melhor base e a maior segurança para operar. Florianópolis apresenta os melhores níveis de mobilidade urbana. Na capital catarinense, apenas 27,55% da população passa mais de 30 minutos no trânsito. 1º - Curitiba – 7,63 2º - Florianópolis – 7,55 3º - Vitória – 7,15
1º - São Paulo – 8,54 2º - Belo Horizonte – 6,83 3º - Curitiba – 6,69 6º - Florianópolis – 5,94
Ambiente regulatório A burocracia ainda joga contra os empreendedores, mas há casos em que esse processo tem diminuído, facilitando a vida de quem quer empreender. Em Florianópolis muita coisa ainda tem que mudar nesse sentido. A cidade ficou na 6ª posição nesse índice. 1º - Goiânia – 7,64 2º - Belém – 7,41 3º - Vitória – 7,0 6º - Florianópolis – 6,48
Cultura Apesar de ser destaque, é preciso trabalhar mais ainda a cultura empreendedora em Florianópolis. A cidade ficou na 8ª posição nesse quesito que mostra o incentivo ao empreendedorismo na família e a percepção sobre o empreendedorismo na mídia. 1º - Manaus – 8,21 2º - Belém – 7,19 3º - Goiânia – 7,18 8º - Florianópolis – 5,86
Inovação Nesse quesito, a capital catarinense fica atrás de São Paulo, mas lidera em um ítem levado em conta para chegar à nota: a proporção de trabalhadores com mestrado e doutorado. Apesar de ser de apenas 3,5%, São Paulo tem ainda menos, 2,3%. 1º - São Paulo – 7,88 2º - Florianópolis – 7,55 3º - Belém – 6,9
Ranking final Florianópolis – 7,53 São Paulo – 7,46 Vitória – 7,16 Curitiba – 6,96 Brasília – 6,33 Belo Horizonte – 6,15 Porto Alegre – 5,94 Goiânia – 5,91 Rio de Janeiro – 5,86 Manaus – 5,33 Belém – 5,24 Recife – 4,83 Fortaleza – 4,77 Salvador – 4,53
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PESCADO IMPORTADO Apesar das polêmicas, empresa itajaiense aposta na importação do Peixe Panga
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o brasileiro consome, por ano, cerca de 7kg de peixe, sendo que a recomendação é de 12kg. Esse cenário pode ser atribuído, entre outros fatores, ao custo elevado do pescado no Brasil.
E
m razão disto, a COEM- Importação e Exportação, entendendo que o mercado brasileiro é carente na oferta de pescados e considerando o aumento no consumo desta proteína, apostou e começou a importar o Peixe Panga no início de 2014, mesmo sabendo das dificuldades que iria enfrentar no início por causa da campanha difamatória que o pescado foi alvo, desde que começou a ser importado, em 2009. Por ter um excelente custo-benefício (25% mais barato que outras espécies, como a Merluza) ao consumidor, o pescado teve uma forte aceitação do produto no mercado. Porém, o Panga começou a sofrer retaliações e a ser alvo de falsas atribuições com relação à sua origem, principalmente na internet, o que dificultou a sua consolidação no Brasil. O Panga é cultivado há mais de mil anos no Rio Mekong, no Vietnã, um dos maiores rios do mundo, localizado no sudeste asiático. Há muitos anos, é exportado para diversas nações, entre elas os Estados Unidos, todos os países da Comunidade Europeia, Japão, Rússia, Austrália, entre outros. Só este fato bastaria para atestar sua qualidade e segurança para o consumidor. Ainda assim, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Brasil realizou uma série de análises nesta espécie, bem como missões aquele país para verificar a cadeia de produção do peixe, com o objetivo de confirmar a alta qualidade do produto, que foi aprovado sem restrições. Vale citar que o Panga é criado em tanques com água totalmente tratada e alimentado somente com ração especialmente produzida para esta finalidade, seguindo as normas dos mercados mais exigentes, para onde é exportado. Outra acusação é a de fraude envolvendo o Panga. No ano passado, sete empresas localizadas em Itajaí, Navegantes e Itapema foram alvo da Operação Poseidon, da Polícia Federal, de combate à venda de peixes de menor valor comercial no lugar de espécies mais caras. Entretanto, é importante entender que este fato não denigre a qualidade 24 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
Filé de pangasius – importado do Vietnam
O Panga está presente nos principais e exigentes mercados mundiais. Europa, Japão e Estados Unidos já consomem este pescado.
do Panga, pois a fraude era gerada aqui no Brasil por indústrias nacionais. O Panga tem as características que o consumidor brasileiro sempre desejou em um peixe: tem textura firme, cor branca, sabor suave e sem espinhas. É muito versátil, permite vários tipos de preparos (grelhado, frito, assado e ensopado) e possui um ótimo custo-benefício, por conta das técnicas avançadas de criação e processamento utilizadas pelo Vietnã. Além disso, destaca-se a praticidade do peixe congelado, comercializado limpo e em filés. A COEM, através de uma logística otimizada, distribui o Panga para grande parte do território brasileiro, sendo hoje os principais destinos, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Neste ano de 2015 planeja atender também as regiões Norte e Nordeste.
A importadora do Panga Filé de panga ao forno Ingredientes: 2kg de panga 1 cebola branca 2 cebolas roxas 1/2 talo de alho-poró cortado em rodelas finas 2 colheres de sopa de salsinha picada 1 colher de chá de pimenta-rosa Orégano a gosto Sal a gosto Azeite extra-virgem a gosto 2 limões cortados em rodelas finas (para decorar) Tomates cereja azeitonas pretas Modo de fazer: Em uma forma refratária, regue um tanto de azeite e espalhe um pouco das cebolas e do alho-poró, fazendo uma "cama" para receber o peixe. Coloque o peixe e finalize com o restante das cebolas e do alho-poró. Tempere com sal a gosto.
Coloque os demais ingredientes sobre o peixe (à excessão do tomate e do limão). Cubra com uma folha de papel alumínio e leve ao forno, em fogo alto (230ºC) por uns 10 minutos. Após esse período, abaixe o fogo, retire o papel alumíno, coloque os tomates e as azeitonas, deixe secar um pouco da água que formou. Deixe assando por mais uns 5 a 10 minutos. Retire e finaliza com as rodelinhas de limão. Sirva imediatamente.
C
om o objetivo de atender a demanda de um mundo dinâmico e globalizado, onde as relações comerciais com outros países propiciam o alavanque cultural entre nações, possibilitando a concretização de negócios internacionais, a Coem Importação e Exportação, fundada em 2009, tendo como finalidade, prestar assessoria e consultoria em importação e exportação, tornando-se referência na comercialização internacional. Localizada em Itajaí/SC, que tem uma localização estratégica no Estado de Santa Catarina e nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, e próxima dos grandes portos (Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul e Imbituba) por onde fluem cargas de exportação e importação originarias de todas as partes do globo, e destinada a todo o território Brasileiro, a Coem tem o compromisso de atender seus clientes de uma forma ágil e eficaz, buscando desenvolver e melhorar os processos de comércio internacional, fidelizando fornecedores e clientes a nível mundial. Além da experiência e do conhecimento em detalhes do processo de importação e exportação, a Coem Importação e Exportação agrega uma assessoria completa iniciada desde o primeiro contato do cliente com a equipe de negócios da empresa. Do planejamento da compra ao desenho da logística nacional e internacional, proporciona uma análise completa sobre os aspectos logísticos, permitindo a visibilidade prévia dos resultados de cada nova operação pelo cliente.
ASSESSORIA COMERCIAL VOLTADA AO TRADE BUSINESS
• Contato e manutenção regular junto aos exportadores, devidamente habilitados para o mercado de lista geral, União Europeia e lista específica, no segmento de cárneos perecíveis e não perecíveis (dry products). • Prospecção diária com pessoal de campo ativo, buscando regularidade de ofertas dentro do mercado sul-americano, almejando um maior leque de fornecedores aptos a produzirem produto ideal de nossos clientes, respeitando a qualidade e a cultura do país de destino. • Cadeia logística completa voltada ao acompanhamento de produção in loco (se necessária), negociações de frete marítimo e aéreo junto às grandes companhias mundiais de transportes e equipe devidamente capacitada para check list detalhado do pós e pré-embarque via documentação emitida pelo produtor/SIF. • Adequação de produtos voltados à exportação e importação.
Contatos:
Coem Importação e exportação Ltda Rua: Leonel Pereira, 350 – Bairro São Judas - Itajaí SC/Brasil – CEP 88303-560 Email: commercial@coembrazil.com Telefone:55 (47) 3046-0293 www.coembrazil.com Economia&Negócios • Janeiro 2015 • 25
Projeto que altera retorno de ICMS em SC Municípios portuários devem agir se governador sancionar a lei
O
s municípios portuários de Santa Catarina que poderão ser atingidos com a aprovação projeto de Lei aprovado na Assembleia Legislativa que prevê alteração nos critérios para apuração do valor adicionado na determinação do Índice de Participação dos Municípios (IPM), que faz parte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), deverão agir juridicamente se o Governador Raimundo Colombo sancionar a Lei. O projeto, se virar Lei, deve beneficiar os municípios produtores de mercadorias, em detrimento das cidades portuárias. O prefeito da cidade portuária de Itajaí, Jandir Bellini (PP), disse que a perda de receita com o valor agregado representaria R$ R$ 350 milhões para um município que tem o maior movimento econômico de Santa Catarina, com PIB de 19,7 bilhões. “Entendo como inconstitucional a aprovação do projeto de lei, uma vez que não cabe à assembleia tratar des-
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sa matéria, isso é assunto para o poder Executivo”, disse. O prefeito de Itajaí acredita que a decisão dos deputados foi mais política do que jurídica. “O que eles não avaliaram é que essa mudança irá prejudicar não só os municípios portuários, mas todo o estado. “Itajaí, como outras cidades portuárias, também têm custos para fazer o serviço de exportação. Isso tem que ser levando em consideração”, salienta. O prefeito de Itajaí disse que a procuradoria jurídica do município já está tomando providências para tentar reverter a decisão na justiça. “Nossa primeira atitude foi encaminhar um ofício ao governador pedindo que ele vete o projeto de lei”. Se o Governador assinar ou a Assembleia derrubar algum veto que ele tenha feito, outras medidas serão tomadas após a publicação da mudança no Diário Oficial, como protocolar um mandado de segurança pedindo a extinção do projeto de lei”. •
Comércio formal de SC perdeu quase R$ 700 milhões com as feiras itinerantes
O
presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, e o coordenador de Desenvolvimento Regional da Federação Catarinense dos Municípios, Emerson Souto, representando o presidente da Fecam, Hugo Lembeck, lançaram, o final do ano passado, a cartilha elaborada por ambas entidades para orientação aos municípios quanto à regulamentação das feiras itinerantes. A cartilha está disponível no site da Fecomércio SC e vai ser distribuída aos prefeitos e empresários do comércio catarinenses. Fruto do convênio firmado há um ano entre a Fecomércio SC e a Fecam, o documento foi construído a partir de uma pesquisa realizada pelas entidades em 73 cidades catarinenses com o objetivo de estimar as perdas financeiras provocadas com as feiras itinerantes, que representam riscos não apenas aos municípios, mas, também, para o comércio local e para o consumidor. Segundo a pesquisa, em 2013, deixaram de ser arrecadados R$ 41 milhões de impostos em Santa Catarina com a realização das feiras itinerantes. A estimativa de redução na receita das empresas do comércio no Estado foi de quase R$ 700 milhões. Os municípios de pequeno porte perderam, em média, R$ 1 milhão em impostos, enquanto que nos municípios de grande porte, acima de 50 mil habitantes, as perdas foram de R$ 2,5 milhões em 2013. Em
Santa Catarina, apenas as empresas que vendem artigos de vestuário e acessórios, a perda nas receitas foi de R$ 192,09 milhões, valor que representa 32,01% da diminuição total das empresas do comércio varejista. "Essa cartilha vem coroar um esforço que nós estamos fazendo no sentido de fortalecer o empresariado do comércio de Santa Catarina que recolhe os seus impostos em detrimento dessas feiras que, além de não recolherem um centavo sequer de imposto, vendem produtos sem procedência, muitas vezes oriundos de trabalho escravo, que em nada contribuem para o desenvolvimento de Santa Catarina e do nosso país", disse Bruno Breithaupt. De acordo com Emerson Souto, a cartilha é uma forma de melhorar as informações acerca das feiras itinerantes aos municípios. "Muitas vezes, sobretudo nos pequenos municípios, eles acreditam estar promovendo um bom negócio ao permitir a realização dessas feiras itinerantes, sem perceber que elas não trazem retorno algum, além da evasão de divisas. Vendem-se produtos de baixa qualidade, enganando a população. E a Fecam é parceira da Fecomércio nesse processo e busca levar aos municípios o conhecimento sobre as leis que podem regulamentar essas atividades e, também, o quanto se perde de receita com essas feiras", afirmou. •
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Pesquisa inédita mostra a cadeia de reciclagem de embalagens em Santa Catarina
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m mapeamento inédito mostra como funciona a cadeia de reciclagem de embalagens em Santa Catarina e os seus principais desafios. O levantamento, realizado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC), foi apresentado no seminário "A indústria e os resíduos sólidos", promovido pela Federação, em Florianópolis. Para a pesquisa foram realizadas 87 entrevistas presenciais, em todas as regiões do Estado, com a participação de quatro elos da cadeia de reciclagem: coleta, triagem, revenda e recuperação de materiais. No caso da coleta seletiva, os principais desafios são a forma como é realizada, a periodicidade, o escoamento dos resíduos e a conscientização da população. Em relação aos centros de triagem, foram destacadas a falta de força de trabalho qualificada, informalidades por parte das empresas que atuam na atividade, como a falta de licença ambiental, por exemplo. No caso das empresas que revendem os materiais recuperados, os desafios são a elevada tributação, baixa lucratividade e dificuldade de adequação às exigências legais. As indústrias de recuperação de materiais destacaram como obstáculos a bitributação e a manutenção e aquisição de máquinas. Clique aqui e veja a apresentação da pesquisa. "É preciso olhar para o resíduo de uma forma diferente. É uma matéria-prima e tem toda uma cadeia por trás. Há pessoas para fazer a triagem e recuperação, por exemplo, para poder voltar ao consumidor como produto", afirmou a especialista do IEL/SC, Paloma Zimmer, que apresentou o trabalho. A questão da reciclagem ganhou mais força com a instituição, em 2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei federal que regula o destino do lixo produzido no país. Um dos pontos que preocupam é a implantação da logística reversa, que é o retorno à cadeia produtiva dos materiais descartados. "Poucas pessoas estão atentas ao problema. Mas não podemos tomar nenhuma ação se não soubermos onde
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estamos. Conhecemos os primeiros resultados do estudo e já temos um bom encaminhamento", afirmou o presidente do Comitê Estratégico da Fiesc para Logística Reversa, Albano Schmidt. Ele destacou que diversas cidades brasileiras estão sediando a Semana do Lixo Zero, e o evento da Federação contribui com as discussões sobre o assunto. O encontro foi mais uma ação do Plano de Sustentabilidade para a Competitividade da Indústria Catarinense, iniciativa da FIESC e suas entidades (Fiesc, Ciesc, Sesi, Senai e IEL). Lançado em 2012, reúne 63 ações concretas em áreas como resíduos sólidos, recursos hídricos, mudanças climáticas, eficiência energética, saneamento, entre outras.
Nova Bolsa de Resíduos No seminário, a Fiesc também lançou a nova Bolsa de Resíduos, que pode ser acessada no endereço www.brfiesc.com.br. A iniciativa tem a finalidade de identificar oportunidades de negócios para os resíduos. Por meio do portal, demandantes e ofertantes negociam entre si. Basta cadastrar-se gratuitamente. Com o novo formato, a ferramenta permite acesso por smartphones e tablets, oferece mais segurança, agilidade nos acessos e no cadastramento, além de ter uma interface gráfica mais moderna. O Brfiesc foi lançado em 2004 e recebe cerca de 12,5 mil acessos por mês, tem 520 anúncios ativos, a participação de 24 Estados e conta com 1.521 empresas cadastradas.
Filipe Scotti
Especialista do IEL/SC, Paloma Zimmer, destacou os principais pontos do mapeamento
PRINCIPAIS DESAFIOS DA CADEIA
COLETA SELETIVA -Forma em que a coleta seletiva é realizada (separação). -Periodicidade coleta seletiva. -Escoamento dos resíduos (local para disposição). -Conscientização população.
CENTROS DE TRIAGEM -Força de trabalho (falta qualificação, informalidade). -Informalidade das empresas (Licença ambiental inexistente na maioria). -Local inapropriado para armazenamento. -Contaminação dos resíduos desde a coleta.
EMPRESAS DE REVENDA -Tributação (recolhimento sobre produtos já tributados na cadeia). -Descarte de rejeitos (custo adicional para a disposição final). -Baixa lucratividade. -Catadores informais (desvantagem concorrencial entre empresas formais e informais). -Carência de trabalhadores. -Dificuldade de adequação às exigências legais (ambiental)
INDÚSTRIAS DE RECUPERAÇÃO -Bitributação quando aplicado a logística Reversa. -Carência de resíduos selecionados. -Carência de trabalhadores (preconceito). -Dificuldade de adequação às exigências legais (ambiental) -Manutenção e aquisição de maquinário (empresas menores).
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RAIO X
IBGE mapeia a infraestrutura dos transportes no Brasil O TRABALHO PRETENDE CONTRIBUIR PARA A ANÁLISE E CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA GEOGRAFIA DO PAÍS, A PARTIR DO ENTENDIMENTO DA LOGÍSTICA DOS TRANSPORTES DE CARGAS E DE PESSOAS ENQUANTO DIMENSÕES ESTRUTURANTES DA REDE URBANA BRASILEIRA E DAS CONEXÕES INTRARREGIONAIS QUE ARTICULAM O TERRITÓRIO NACIONAL 38 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
A
distribuição espacial da logística de transportes no território brasileiro revela uma predominância do modal rodoviário, bem como sua concentração na região Centro-sul com destaque para o Estado de São Paulo. Mesmo com distribuição desigual pelo território nacional, a malha rodoviária tem vascularização e densidade muito superiores às dos outros modais de transporte e só não predomina na região amazônica, onde o transporte por vias fluviais tem grande importância, devido à densa rede hidrográfica natural. Por outro lado, a distribuição das ferrovias e hidrovias é bem reduzida e tem potencial muito pouco explorado, especialmente em um país das dimensões do Brasil. Esse é o cenário ilustrado pelo mapa mural “Logística dos Transportes no Brasil”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentado na escala de 1:5.000.000 (1 cm = 50 km), que exibe as principais estruturas de transporte do país (rodovias, ferrovias, hidrovias etc.), bem como outros equipamentos associados à logística do transporte de cargas e pessoas no Brasil, como armazéns, estações aduaneiras de interior (chamadas de “portos secos”), pontos de fronteira, aeródromos públicos e terminais hidroviários. Além desta base da infraestrutura de transportes, são representados no mapa a densidade da rede de transportes no Brasil, os principais eixos rodoviários estruturantes do território e os fluxos aéreos de carga no Brasil. O mapa mural “Logística dos Transportes no Brasil” tem como principais fontes de dados o Banco de Informações e Mapas de Transportes do Plano Nacional de Logística dos Transportes (BIT-PNLT) – Ministério dos Transportes, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a Infraero e a Receita Federal do Brasil. O trabalho pretende contribuir para a análise e construção de uma nova geografia do país, a partir do entendimento da logística dos transportes de cargas e de pessoas enquanto dimensões estruturantes da rede urbana brasileira e das conexões intrarregionais que articulam o território nacional.
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RAIO X Nos últimos anos, com o crescimento econômico e o aumento do mercado interno, o Brasil tem uma demanda crescente por melhorias nos sistemas de transportes no sentido de diminuir os custos logísticos e tornar a produção nacional mais competitiva no exterior, bem como mais acessíveis ao mercado interno. Nesse contexto, a atualização das informações da distribuição espacial da logística de transporte, em escala nacional, constitui uma informação estratégica ao planejamento do presente e do futuro do território e da sociedade brasileira no mundo globalizado contemporâneo. Algumas regiões se destacam pela alta densidade da rede de transportes, como, por exemplo, a Grande São Paulo e as Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte e de Porto Alegre. Também se destacam pela elevada acessibilidade as áreas entre Recife e João Pessoa, entre Brasília e Goiânia, o entorno de Salvador e de São Luís. Também é possível observar alguns “vazios logísticos” onde a rede de transporte é mais escassa, como o interior do Nordeste; a região do Pantanal, excetuandose a área de influência da hidrovia do Paraguai; e o interior da floresta amazônica, à exceção do entorno das hidrovias Solimões-Amazonas e a do Madeira. 40 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
Rodovias predominam no transporte de cargas A distribuição espacial da logística de transportes no território brasileiro apresenta predominância de rodovias, concentradas principalmente no Centro-Sul do país, em especial no estado de São Paulo. Em 2009, segundo a Confede-
ração Nacional de Transportes (CNT), 61,1% de toda a carga transportada no Brasil usou o sistema modal rodoviário; 21,0% passaram por ferrovias, 14% pelas hidrovias e terminais portuários fluviais e marítimos e apenas 0,4% por via aérea.
São Paulo e Rio de Janeiro concentram transporte aéreo de passageiros A movimentação de cargas por via aérea, devido ao elevado custo, é mais usada para produtos com alto valor agregado ou com maior perecibilidade e que exigem maior rapidez e segurança no traslado. No Brasil, esse modal é utilizado em poucos trajetos, com mais da metade do tráfego concentrado em apenas dez pares de ligações entre cidades, sendo que a
ligação São Paulo-Manaus abarcava mais de 20% do total de carga transportada em 2010. São Paulo também concentra a maior parte do transporte aéreo de passageiros, com 26,9 milhões de passageiros em voos domésticos e 10,4 milhões em internacionais em 2010. O segundo lugar ficou com o Rio de Janeiro, com 14,5 milhões e 3,1 milhões, respectivamente.
RAIO X Portos promovem exportação de soja, petróleo e derivados e minério de ferro Os portos servem primariamente como vias de saída de commodities, principalmente de soja, minério de ferro, petróleo e seus derivados, que estão entre os principais produtos da exportação brasileira. Em relação à soja, destacam-se os portos de Itacoatiara (AM), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS), Salvador (BA), Santarém (PA), São Francisco do Sul (SC) e o Porto de Itaqui (MA). Os combustíveis e derivados de petróleo se destacam em diversos terminais do Nordeste, especialmente Aratu – Candeias (BA), Itaqui (MA), Fortaleza (CE), Suape – Ipojuca (PE), Maceió (AL) e São Gonçalo do Amarante-Pecém (CE). Os portos que mais movimentam minério de ferro são os terminais privados de Ponta da Madeira, da Vale S.A., em São Luís (MA) e de Tubarão, em Vitória (ES). O primeiro recebe principalmente a produção da Serra de Ca-
rajás, no Pará; o segundo está associado à produção do estado de Minas Gerais. A maior quantidade de carga movimentada nos portos organizados do País está localizada no Porto de Santos (SP), devido à sua posição estratégica. Ele está em terceiro lugar no ranking que considera Portos Organizados e Terminais de Uso Privativo (liderado pelos Terminais Privados de Ponta da Madeira e Tubarão) e movimenta, em grande escala, carga geral armazenada e transportada em contêiner. Ele é o ponto de escoamento da produção com maior valor agregado que segue para outras regiões do País, bem como para exportação, além de ser local de desembarque mais próximo ao maior centro consumidor do país, onde se destaca a Grande São Paulo.
São Paulo concentra quase metade dos portos secos do país As estações aduaneiras de interior, também chamadas “portos secos”, são instaladas próximas às áreas de expressiva produção e consumo e contribuem para agilizar as operações de exportação e importação de mercadorias. O Estado de São Paulo concentra a maioria destas estruturas, 28 das 62 de todo o Brasil, em cidades da Região Metropolitana e entorno. Em contraste, as regiões Nordeste e Norte têm duas estações cada, localizadas em Recife e Salvador, Belém e Manaus. A região Sul apresenta 11 cidades com portos secos e o Centro-Oeste, três. Apesar da extensa linha
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de fronteira do Brasil com o Peru, a Bolívia e a Colômbia, é na fronteira com a Argentina, o Paraguai e o Uruguai – países que, junto ao Brasil, compõem o Mercosul desde sua criação – que as interações entre os países vizinhos são mais dinâmicas, havendo, portanto, maior ocorrência de postos da Receita Federal e de cidades-gêmeas. Estas últimas constituem adensamentos populacionais transfronteiriços, onde os fluxos de mercadorias e pessoas podem ser maiores ou menores dependendo, entre outros fatores, dos investimentos implementados pelos Estados limítrofes.
RAIO X
Infraestrutura paulista de transportes conjuga ferrovias, rodovias e hidrovia São Paulo é o único estado com uma infraestrutura de transportes na qual as cidades do interior estão conectadas à capital por uma vasta rede, incluindo rodovias duplicadas, ferrovias e a hidrovia do Tietê. Além disso, o Estado ainda comporta o maior aeroporto (Guarulhos) e o porto com maior movimentação de carga (Santos) do País. Também chama atenção a extensão de rodovias pavimentadas não duplicadas no noroeste do Paraná, Rio de Janeiro, sul de Minas Gerais e Distrito Federal e seu entorno, bem como no litoral da Região Nordeste, entre o Rio Grande do Norte e Salvador (BA). Esta distribuição evidencia a importância econômica dessas regiões, que demandam por maior acessibilidade e melhor infraestrutura de transporte.
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RAIO X Região Norte é a que mais depende de hidrovias As hidrovias, assim como as ferrovias, são predominantemente utilizadas para transporte de commodities, como grãos e minérios, insumos agrícolas, bem como petróleo e derivados, produtos de baixo valor agregado e cuja produção e transporte em escala trazem competitividade. A exceção é a região Norte, onde o transporte por pequenas embarcações de passageiros e cargas é de histórica importância. Além das hidrovias do Solimões/Amazonas e do Madeira, essa região depende muito de outros rios navegáveis para a circulação intrarregional. Outras hidrovias de extrema importância para o país são as hidrovias do Tietê-Paraná e do Paraguai, que possuem importante papel na circulação de produtos agrícolas no estado de São Paulo e da Região Centro-Oeste.
Malha ferroviária serve principalmente ao transporte de commodities
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Historicamente, a malha ferroviária acompanhou a expansão da produção cafeeira até o oeste paulista do século 19 até o início do século 20. Porém, os principais eixos ferroviários da atualidade são usados para o transporte das commodities, principalmente minério de ferro e grãos provenientes da agroindústria. Algumas das ferrovias mais importantes são: a Ferrovia Norte-Sul, que liga a região de Anápolis (GO) ao Porto de Itaqui, em São Luís (MA), transportando predominantemente soja e farelo de soja; a Estrada de Ferro Carajás, que liga a Serra dos Carajás ao Terminal Ponta da Madeira, em São Luís (MA), levando principalmente minério de ferro e manganês e a Estrada de Ferro Vitória-Minas, que carrega predominantemente minério de ferro para o Porto de Tubarão.
Armazéns acompanham concentração da produção agropecuária A concentração de armazéns de grãos nas regiões Sul e Centro-Oeste e no estado de São Paulo reflete a produção agropecuária nessas áreas. Nota-se que, na Região Sul (exceto pelo noroeste paranaense) e nos estados de São Paulo e Minas
Gerais, de produção mais consolidada, os armazéns se caracterizam por menor capacidade, enquanto que na Região Centro-Oeste, área de expansão da fronteira agrícola moderna, onde o principal produto é a soja, eles são maiores. •
Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio Malburg Cep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD Economia&Negócios • Janeiro 2015 • 45
coluna mercado
Proprietários de veículos licenciados em Santa Catarina vão pagar menos IPVA em 2015
O
valor do IPVA 2015 deve ficar em média 3,4% menor mas os contribuintes podem antecipar o pagamento a qualpara os proprietários de veículos em Santa Catarina. quer momento (veja calendário). A base de cálculo do imposto é o valor de mercado O IPVA pode ser recolhido no Banco do Brasil, Bradesco, do veículo aferido pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Itaú, Santander, Caixa Econômica Federal, Sistema Bancoob/ Econômicas) ao Estado. Em 2014, o valor do IPVA também Sicoob, HSBC e Cecred. A quitação é um dos requisitos para ficou em média 3,8% menor em comparação com o ano an- licenciar o veículo. O não pagamento também implica em Noterior. tificação Fiscal, com multa de 50% do valor devido, mais juros A previsão da Secretaria de Estado da Fazenda é ar- SELIC ao mês ou fração. recadar R$ 1,46 bilhão com o imposto. Desse total, 50% sePara saber qual o valor do IPVA do seu carro, acesse a rão repassados no ato do recolhimento ao município onde o tabela disponível na página da Secretaria da Fazenda. • veículo estiver emplacado. Em Santa Catarina, as alíquotas do imposto variam entre 1% e 2%, CALENDÁRIO DE PAGAMENTO dependendo do modelo do veículo. É a alíquota mais baixa entre os estados do Sul (PR 2.5% e RS FINAL DE PLACA COTA ÚNICA PARCELAMENTO-COTAS 3%) e São Paulo (4%). A receita do imposto não é exclusiva para obras viárias. 1ª 2ª 3ª Atualmente, o Estado conta com uma fro1 Último dia do mês de janeiro 10.01 10.02 10.03 ta de aproximadamente 4,3 milhões de veículos. 2 Último dia do mês de fevereiro 10.02 10.03 10.04 O total de veículos tributados é de 2,9 milhões. Os demais têm isenção. O IPVA mais caro é do I/ 3 Último dia do mês de março 10.03 10.04 10.05 Porsche 918 Spyder, ano de fabricação 2014, no 4 Último dia do mês de abril 10.04 10.05 10.06 valor de R$ 68.215,40. O mais barato é de uma moto Agrale RXT 16.5, ano de fabricação 1985, 5 Último dia do mês de maio 10.05 10.06 10.07 no valor de R$ 1,43. 6 Último dia do mês de junho 10.06 10.07 10.08
Pagamento As datas de pagamento permanecem as mesmas. O proprietário do veículo pode quitar em cota única ou em três parcelas mensais consecutivas, sem desconto. Os vencimentos do IPVA dependem do final da placa do veículo, 46 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
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coluna mercado Continua o impasse para a construção de um centro do Sest Senat em Itajaí
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ano de 2014 acabou e a Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logísticas do Estado de Santa Catarina - Fetrancesc e o Sindicato das Empresas de Veículos de Cargas de Itajaí – Seveículos, continuam aguardando uma posição da Câmara de Vereadores de Itajaí e da prefeitura do município sobre a doação de um terreno para a construção de um Centro de Referência do Sest /Senat, na cidade. No começo do mês de novembro foi realizada, na sede do Seveículos, uma reunião entre empresários do setor, representante da Fetransesc, Sest Senat e o presidente da Câmara de Vereadores de Itajaí, Osvaldo Gern, que se comprometeu em fazer um levantamento da situação e dar uma posição ao setor, mas até agora nenhuma informação foi repassada. O prazo dado pelo presidente da Federação para resolver este impasse da falta de terreno está se esgotando. Com isso, Itajaí corre o risco de perder o centro para outras cidades entre elas Navegantes. A cidade vizinha já demostra interesse em ceder um terreno para a construção da unidade da categoria C. Depois de pronta, a estrutura terá capacidade para atender por mês cerca de 30 mil pessoas nas áreas de odontologia, psicologia, fisioterapia, além de treinamento e qualificação para mo-
toristas. Os atendimentos são para os colaboradores de empresas cadastrados no Sest Senat e também familiares. O que representa 70% dos atendimentos, os outros 30% são de moradores. O investimento vai ajudar a amenizar as filas que se formam no sistema único de Saúde – SUS, já que este público vai contar com o serviço no Sest Senat. O investimento na construção do prédio é de R$ 15 milhões de reais, que serão custeados com recursos próprios do Sest Senat. •
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coluna mercado
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preservação da natureza no lugar que eles escolheram para ter um sítio para morar ou passar finais de semana foi o motivo principal que levou um grupo de pessoas da região a criar a Associação Amigos do Bugio, na localidade do Rio do Meio, em Itajaí. O próprio nome da Associação já foi inspirado numa espécie de macaco (Bugio) que é muito comum naquela localidade. Cada proprietário de um sítio nessa região que é membro
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da Associação assumiu o compromisso de preservar a natureza em sua propriedade como também impedir que pessoas estranhas ajam de forma predatória em relação à fauna e flora. A Diretoria está assim constituída: Luiz Augusto Cugnier Junior – Presidente; Marcos Vinicius Aragão – Vice – Presidente; Arno Clarete Lapa - Secretário; José Agenor Aragão - Presidente do Conselho Consultivo. •
Aceitamos reservas para eventos corporativos, confraternizaçþes ou reuniþes de empresas ou particulares.
coluna mercado Nelson Robledo
Estaleiro entrega os dois primeiros módulos para exploração do pré-sal construídos em Itajaí
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oram entregues as duas primeiras unidades de módulos de geração de energia construídos em Itajaí. Os módulos 15 e 16 vão compor a plataforma 66 e foram erguidos pelo Consórcio MGT, formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia, instalado na Teporti, no bairro Cordeiros. Esta é uma das seis bases da Petrobras e seus parceiros no Brasil para o desenvolvimento da exploração do pré-sal. Depois de um ano e meio de soldagem, restauração, pintura, colocação de calha e outros serviços que envolveram a construção destes dois módulos, a próxima unidade, o módulo M5, deve começar a ser construído em fevereiro de 2015. Ao todo, serão produzidos em Itajaí 18 módulos de geração de energia com prazo de término em três anos. “Até 2017 teremos muito trabalho. Hoje podemos estar orgulhosos, pois nesse projeto tem um pedaço da gente”, destacou o diretor da MGT, Ronaldo Ferraz. Mais de 1.800 de empregos diretos foram criados no estaleiro em Itajaí desde a chegada do Consórcio MGT. A cidade foi escolhida como uma das bases da Petrobras por estar em um ponto estratégico e próximo ao mar. Para o prefeito Jandir Bellini, ter uma unidade da Petrobras 50 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
fortifica ainda mais a economia itajaiense. “O resultado é mais geração de empregos e a elevação no nome da cidade que hoje já está entre as 30 melhores do país”, enalteceu. Ao final da cerimônia, junto aos funcionários, autoridades e representantes, uma taça foi quebrada para simbolizar a comemoração do trabalho realizado.
FPSO Replicantes A Petrobras vai construir oito plataformas flutuantes de produção e armazenamento e transferência, denominadas FPSO Replicantes, que vão ser instaladas em Santos/ SP a uma profundidade de 2.200 metros. Itajaí foi uma das cidades escolhidas entre os seis estaleiros espalhados no Brasil para construir 18 módulos. As plataformas são compostas por cascos, módulos de geração de energia e integração. Cada plataforma flutuante tem capacidade de produzir 150.000 barris de petróleo e 6.000m³ de gás. A Petrobras dividiu o projeto em cinco pacotes, e o consórcio MGT é responsável por dois pacotes: o 2 - de gás combustível e desidratação e o pacote 5 - de geração de energia com escopo com dois turbos de 25mega watts. •
Empresários do setor do transporte de cargas fazem projeção pessimista para 2015
O
los, que representa a categoria em Itajaí e região, também se mostra preocupado com o trabalho no próximo ano. De acordo com o presidente de entidade, o empresário Emilio Dalçoquio Neto, “o setor de transporte precisa de mais atenção. Precisamos levar em conta que quase tudo o que chega as nossas residências, passa pelo transporte. E esta área não possui o reconhecimento que merece. E podemos citar problemas desde infraestrutura nas rodovias, quanto no montante de regras impostas”. Além disso, o setor teme também o desemprego, que tende a aumentar com esses problemas, por isso, a categoria orienta os trabalhadores a ter prudência e assegurar o emprego. O sindicato pretende manter e reforçar as parcerias que mantém até hoje, para auxiliar os transportadores, como faz com a Advocacia Viecelli, Sest Senat e outras. •
s motivos, de acordo com o advogado especialista nesta área Cassio Vieceli, são muitos e passam primeiramente pelo valor do combustível, que hoje representa 50% do faturamento do caminhão. Em seguida vem o seguro, os impostos, o salário, a depreciação, a burocracia, o excesso de regras, os gastos administrativos. Com isso, vai o alerta: “o consumidor deve pagar mais por isso. Se você levar em conta o aumento da inflação e o aumento dos combustíveis, por exemplo, automaticamente reflete no preço final e no mercado em geral”, comenta o advogado. Essa preocupação é percebida no levantamento feito pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), entre os dias 07 a 24 de outubro de 2014. Foram realizadas 445 entrevistas e destas, 289 foram com empresas de transporte de cargas. Somente 25,8% dos empresários esperam aumento na receita bruta e 29,4%, aumento no número de viagens ainda em 2014 no Brasil. Em março, esses índices eram 43,2% e 39,3%. Também reduziu a perspectiva de aumento de contratações formais, de 33,3% para 18,2% e 72,8% não pretendem adquirir mais veículos, embarcações ou material rodante. Ao transportador cabe a luta para mudanças de alguns pontos impostos a eles. Segundo o especialista, a solução seria ter apoio político para rever algumas regras. “Podemos citar a base ruralista, que é forte e busca conquistar vitórias para o setor há muitos anos. E isso seria ideal para o transporte também”, lembrou Vieceli . O Sindicato das Empresas de Veículos de Carga de Itajaí - Seveícu Matriz:
(49) 3566.6775 ou (49) 3566.7828 Rua José Formighieri, nº 417 Bairro Alvorada - Videira/SC Filial:
(47) 3342-5391 Av. João Sacavem, nº 571, sala 507
“Especializada no Transporte Rodoviário de Cargas”
Dr. Cassio Vieceli cassio@advocaciavieceli.com.br Assessoria de imprensa imprensa@advocaciavieceli.com.br
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coluna mercado
Estaleiro em Itajaí vem obtendo sucesso cada vez mais expressivo com novidades ao mercado náutico ano a ano.
NÁUTICA Azimut Yachts inicia as operações do maior iate já fabricado na unidade brasileira
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equipe da Azimut Yachts do Brasil – filial do Grupo italiano Azimut-Benetti – iniciou a produção do maior modelo já fabricado na sua unidade brasileira. Trata-se da nova AZIMUT 83, uma embarcação de 83 pés – 25,2 metros de comprimento. O modelo traz toda estrutura, design e padrão da italiana Azimut 80 e agrega elementos tropicais especialmente ao cliente brasileiro. “A Azimut 80 é um modelo internacional lançado em Cannes no ano passado que conquistou as mais importantes premiações do setor náutico mundial. Nosso objetivo é fabricar a mesma embarcação no Brasil e adicionar características que, comprovadamente, atendem nossos clientes nacionais, como é o caso de um amplo espaço gourmet na plataforma de popa com uma chur-
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rasqueira adicional e área externa para lazer e refeições”, explica o diretor comercial da Azimut do Brasil Francesco Caputo. Instalado no Brasil em 2010, o estaleiro da Azimut Yachts ocupa uma área de 16 mil m² na cidade de Itajaí (SC), e vem obtendo sucesso cada vez mais expressivo com novidades ao mercado náutico ano a ano. Encerrou a temporada náutica (set/2013 a set/2014) com um acréscimo em vendas de 70% e um aumento na produção de mais de 80% no que se refere à dimensão dos iates. Atualmente a fábrica conta com produção de iates de luxo de 42, 43, 48, 60, 70 e, agora, de 83 pés. Conta com “Services Desk” instalados nas principais marinas do país – Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo - além do Team 360 voltados ao pós-vendas. •
coluna mercado Micro e pequenas empresas de Santa Catarina terão apoio para ganhar competitividade Cooperação entre FIESC e Sebrae-SC prevê ações integradas, que fortalecerão internacionalização do segmento
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cordo assinado entre a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina (SebraeSC) implementará o Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) catarinenses. A cooperação prevê a integração das atividades das instituições, com ênfase na internacionalização do segmento, por meio da inserção no comércio internacional e da atração de investimentos nacionais e internacionais. A assinatura foi realizada durante reunião de diretoria e conselhos da Fiesc. O presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, destacou que, em Santa Catarina, “ao lado das grandes e médias companhias, existem empresas de pequeno porte que têm produtos excelentes, de alta qualidade e competitivos em preços, mas que têm dificuldades para acessar o mercado internacional”. Ele citou o exemplo alemão que foca as micros, pequenas e médias empresas como fator de crescimento e aumento das exportações. “O acordo vai permitir o trabalho conjunto, especialmente na capacitação a se inserirem no mercado internacional”, disse. “A parceria vai ao encontro da expectativa do cidadão
e do empresário catarinense”, afirmou o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Guilherme Zigelli. “O Sebrae tem experiência exitosa na melhoria da gestão e do ambiente interno das empresas. A Fiesc tem experiência extraordinária na busca de novos mercados, sobretudo, internacionais. Juntando as duas entidades, podemos melhorar o acesso ao mercado pelas empresas de menor porte. Isso é fundamental para que as empresas possam prosperar”, acrescentou. “Temos expectativa de que essa ação resulte, efetivamente, na melhoria da qualidade das micro e pequenas empresas de Santa Catarina”, disse, ressaltando que 99% das empresas do Estado são de pequeno porte, que podem aproveitar a experiência internacional das grandes corporações. A Fiesc e o Sebrae-SC pretendem articular ações sobre os principais fatores que influenciam a competitividade, incentivando o acesso ao desenvolvimento técnico e tecnológico às indústrias catarinenses, além de cooperar na construção de estudos e projetos de interesse de ambas as instituições. Outra estratégia será a de garantir o apoio institucional às demandas identificadas no Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC 2022). •
Zigelli, do Sebrae, e Côrte, da Fiesc, assinam acordo de cooperação
Fernando Willadino
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coluna mercado Projeto de novo estaleiro em Santa Catarina é apresentado na Fiesc Divulgação/Fiesc
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urante reunião de diretoria e conselhos da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o presidente da CMO - Construção e Montagem Offshore S.A., José Pedro Mota, apresentou o projeto do novo estaleiro de plataformas petrolíferas que a empresa pretende construir em São Francisco do Sul. Com investimentos previstos de R$ 650 milhões, o estaleiro tem sua construção prevista para 18 meses, como início previsto para o primeiro semestre de 2015, 90 dias após a obtenção das licenças. Quando em pleno funcionamento, o empreendimento deverá gerar 2,5 mil empregos diretos e 1,5 mil indiretos. Mota destacou que o estaleiro priorizará a aquisição de insumos e componentes de indústrias de Santa Catarina, bem como a contratação de profissionais na cidade e da região. •
Intersindical Patronal de Itajaí tem novo presidente
arcello Alessandro Petrelli assumiu o cargo de novo presidente da Intersindical Patronal. Petrelli também é o atual presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do Estado de Santa Catarina (Sindaesc). Na vice-presidência, quem assumiu foi Maurício Cesar Pereira, ex-presidente. A posse da nova diretoria da Intersindical Patronal
de Itajaí, gestão 2015/2016, aconteceu na noite do dia 13 de dezembro, no Iate Clube Cabeçudas e contou com a presença de colaboradores da entidade e seus familiares. A Intersindical Patronal de Itajaí completou em 2014, 20 anos de trabalho prestado no município e região. Atualmente conta com 16 sindicatos patronais. •
Fotos: Marcelo Sokal
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coluna mercado Operação Correios Natal Legal retém 968 mercadorias com irregularidades fiscais
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Secretaria de Estado da Fazenda, por meio do Grupo de Trabalho Encomendas, reteve 968 mercadorias distribuídas em 79 encomendas durante a operação Correios Natal Legal. A ação, que fiscaliza as mercadorias compradas via internet, contou com o trabalho de 22 auditores fiscais nos centros de triagem dos Correios nas cidades de Florianópolis, Blumenau e Chapecó. Entre as principais mercadorias retidas estão celulares, impressoras, equipamentos fotográficos, bebidas, roupas e joias. Foram fiscalizadas 561 encomendas. O GT Encomendas estima que só em joias o valor de objetos retidos alcance a cifra de R$ 100 mil. A irregularidade mais comum é a falta de nota fiscal. Os destinatários das mercadorias retidas serão intimados a regularizar a situação num prazo de 30 dias. A multa é de 100% sobre o valor do imposto. Com o crescimento do comércio eletrônico, a fiscalização da Fazenda Estadual vem apertando o cerco nas mercadorias que passam pelos Correios. Nos 10 primeiros meses de 2014, foram inspecionadas 100 mil encomendas e emitidos mais de 80 mil documentos de arrecadação de receita estadual (DAREs) para pagamento de impostos sonegados. Por mês são abertas cerca de 1000 encomendas. • SEF/Divulgação
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coluna mercado
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Secretário da Amfri é eleito presidente do Colegiado de Executivos de Santa Catarina
Colegiado de Secretários Executivos das Associações de Municípios de Santa Catarina realizou a eleição e posse da nova diretoria do Colegiado. O Executivo da Associação dos Municípios da Região da Foz do Rio Itajaí - Amfri, Célio José Bernardino, foi eleito como presidente do grupo. A escolha do novo presidente se deu pelo critério definido pelo colegiado - tempo de atuação junto às entidades municipalistas. Célio está à frente da secretaria executiva da Amfri há 26 anos, ou seja, segue desde 1988 coordenando as ações e funcionamento geral da entidade. Assim, por unanimidade foi escolhido como presidente do colegiado para o período de 2015 e 2016. Odivar Clóvis Biscaro, presidente do colegiado em 2013/2014 e executivo da Associação dos Municípios do Alto Vale do Rio do Peixe - Amarp deixou o cargo, dizendo que foi um privilégio presidir o colegiado e desejou sucesso à nova diretoria. Em seguida, o secretário executivo da Amfri agradeceu a todos. “Obrigada a todos os executivos das associações de Santa Catarina pela confiança depositada em mim para coordenar este importante colegiado”. Completando a nova formação da diretoria, José Rafael Corrêa (Ammvi) foi nomeado como vice-presiden-
Divulgação
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te, Juliana Pereira H. Demarchi (Amvali) primeira secretária, e Hélio Daniel Costa (Amplanorte) segundo secretário. A extensa pauta do encontro teve entre seus temas à organização do 17º Ciclo de Estudos do TCE e uma apresentação da Movimentação Econômica dos municípios. Além disso, a abertura da reunião contou com a presença da presidente da Amfri e prefeita de Bombinhas, Ana Paula da Silva. •
Nova diretoria do Colegiado: Presidente: Célio José Bernardino – Amfri (Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí) Vice-presidente: José Rafael Corrêa – Ammvi) (Associação dos Mun. do Médio Vale do Itajaí) 1ª Secretária: Juliana Pereira H. Demarchi – Amvali (Associação dos Mun. do Vale do Itapocu) 2º Secretário: Hélio Daniel Costa – Amplanorte (Associação dos Mun. do Planalto Norte Catarinense)
Célio José Bernardino - Amfri, Juliana P. Demarchi - Amvali, Hélio Daniel Costa - Amplanorte e José Rafael Corrêa - Ammvi
portos do
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Governo vai liberar R$ 11 bilhões de investimentos em obras nos portos nos próximos cinco anos
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em conseguir liberar licitações de antigos terminais portuários públicos, o governo vai começar aprovar novos investimentos nos terminais com contratos após 1993, que podem alcançar R$ 11 bilhões em obras nos próximos cinco anos. A promessa foi feita pelo ministro de Portos, Cesar Borges, após mais uma vez o governo ver frustrada a possibilidade de iniciar as concorrências para conhecer novos administradores de cerca de 150 terminais portuários antigos que precisam ser relicitados para que sejam investidos outros R$ 10 bilhões. O TCU (Tribunal de Contas da União) analisa há mais de 14 meses se permite ou não o governo licitar esses terminais antigos no modelo que o governo propõe. Na última terçafeira, a decisão foi adiada pela quinta vez somente nesse semestre. Os terminais que terão autorização para fazer novos investimentos são os que foram licitados após 1993, pela antiga lei de portos. Os contratos permitem expressamente a renovação por uma vez. Para o governo, a situação desses terminais é diferente da dos terminais antigos que vão ser relicitados (a maioria tem contrato antes de 1993) porque não é possível renová-los em troca de investimentos, algo que os atuais concessionários dos terminais antigos contestam. A disputa entre o governo e os concessionários antigos é um dos motivos de atraso nas concorrências. A ideia do governo é antecipar a renovação do contra-
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tos dos terminais licitados após 1993 (os vencimentos ocorreriam até a próxima década) em troca dos concessionários ampliarem a capacidade dos terminais. Os pedidos já passaram por análise técnica dos órgãos de controle e agora precisam apenas da permissão da Secretaria de Portos.
Antecipação Segundo a Secretaria de Portos, já foram feitos 25 pedidos de renovação antecipada. No porto de Santos (SP), por exemplo, o terminal da Santos Brasil, um dos maiores terminais públicos de contêineres, promete fazer R$ 1,2 bilhão em obras pela renovação por mais 25 anos de seu contrato. Com as obras, o terminal teria a capacidade de receber navios de maior porte o que aumentaria sua capacidade. Outra empresa que pediu renovação antecipada foi CSN que prevê investimentos de R$ 2,4 bilhões no Porto de Itaguaí (RJ). O governo também conseguiu homologar junto à Marinha um calado maior para o Porto de Santos, ficando em no mínimo 13 metros (estava em 12,6 metros até semana passada). Com isso, os navios podem sair com mais carga do porto o que melhora a qualidade do transporte marítimo. O problema é que o investimento na melhoria dos portos está chegando tarde. O transporte de contêineres está em queda no país, deixando os principais terminais, principalmente em Santos, com alto nível de ociosidade. A queda nos contêineres está associada à redução do crescimento do país, principalmente do comércio exterior, desde o início de 2014. •
portos do
Brasil Antaq reúne-se com representantes dos usuários dos portos
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diretor-geral da Antaq, Mário Povia, reuniu-se com usuários dos portos, na sede da Agência, em Brasília, para discutir uma agenda positiva para o setor. A reunião é a terceira da agenda e dá continuidade à uma série de entendimentos que foram iniciados em julho, no Rio de Janeiro (RJ). Durante a reunião, foram discutidos diversos temas de interesse do setor, como o incentivo ao fortalecimento e associativismo entre usuários em todos os portos, conforme determina a Lei de Concessões; publicidade nos websites de terminais arrendados, companhias docas e Antaq da discriminação de serviços, tarifas e preços máximos; e revisão da Resolução Antaq nº 2.389, que estabelece os parâmetros a serem observados na prestação de serviços de movimentação e armazenagem de contêineres e volumes em instalações de uso público nos portos organizados. Povia, que presidiu a reunião, destacou a importân-
cia da agenda para uma maior harmonia entre usuários e prestadores de serviços nos portos. “O porto existe para escoar a carga e a nossa função é assegurar que o usuário possa escoar sua carga a um preço justo. Do lado do armador e do terminal portuário, nossa função também é cuidar para que eles tenham boas condições de infraestrutura, e, assim, possam compartilhar essa redução de custos gerada pela maior eficiência com o usuários”, observou. •
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portos do
Brasil Divulgação/SEP
O ministro-chefe da Secretaria de Portos, César Borges, esteve presente na apresentação do 11º relatório do programa
PAC 2 Programa de Aceleração do Crescimento concluiu 30 obras em Portos Santa Catarina foi contemplada com dragagens de aprofundamento nos portos de Imbituba, São Francisco do Sul e Itajaí
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Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) atingiu a execução de R$ 1,066 trilhão até 31 de dezembro de 2014, o que representa 96,5% do orçamento previsto para o período 2011/2014. A declaração foi feita pela ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog), Miriam Belchior, durante a abertura da apresentação do 11º relatório do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2), em Brasília. O ministro-chefe da Secretaria de Portos, César Borges, esteve presente na apresentação. As ações concluídas atingiram R$ 796,4 bilhões em obras dos seis eixos do PAC 2, 99,7% do total previsto até o final de 2014. Segundo a ministra do Mpog, as ações do PAC ajudaram o governo federal a minimizar efeitos da crise mundial. “Com o PAC o Brasil conseguiu diminuir as ta60 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
xas de desemprego e reaquecer o mercado financeiro. Além disso, os empreendimentos remodelaram os novos centros urbanos, com a grandes projetos de logística de transportes que estão reduzindo os gargalos e por consequência diminuindo os custos e aumentando a competitividade”, disse, No setor portuário, o PAC 2 concluiu 30 empreendimentos, como a ampliação do Cais Comercial do Porto de Vitória, construção dos Terminais de Passageiros de Natal e Recife e dragagens de aprofundamento nos portos de Imbituba (SC), Santos (SP), Natal (RN), Fortaleza (CE), São Francisco do Sul (SC), Itajaí (SC), Rio de Janeiro (RJ) e Suape (PE). Segundo a ministra Mirian Belchior, além dos 30 empreendimentos executados, que compreendem obras de acessos, dragagens, ampliação de cais, existem ainda18 obras em andamento nos portos. •
portos do
Brasil Porto do Rio Grande realiza 3ª Blitz Ambiental
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Porto do Rio Grande realizou a 3ª Blitz Ambiental no ambiente portuário. A abordagem ao público-alvo, caminhoneiros que circulam pela área portuária, foi coordenada pela equipe do Programa de Educação Ambiental do Porto (ProEA). Em todo o complexo portuário, foram abordados aproximadamente 450 caminhoneiros. O objetivo é promover a conscientização dos caminhoneiros sobre a importância da saúde do homem, como em relação à segurança do trabalho, e ainda com o cuidado com o meio ambiente. O trabalho foi realizado em conjunto com a Prefeitura do Rio Grande, através da Secretaria da Saúde e da Secretaria de Mobilidade Urbana e Acessibilidade, e com o Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental
(Nema). Nesta edição, a Blitz contou com o apoio das empresas Refinaria Riograndense, Transpetro, Granel Química/Braskem, Termasa/Tergrasa, Yara, Ecovix, Tecon, Sagres e F.Andreis, que também realizaram a Blitz em suas áreas de recepção aos caminhoneiros através de suas equipes e a participação de integrantes do ProEA. A atividade integrou a programação do Novembro Azul na cidade do Rio Grande. O caminhoneiro Ricardo Toscan, de Flores da Cunha (RS), considerou importante a atividade da Blitz Ambiental. "Achei legal. É bom porque não é sempre que temos essa oportunidade. De repente a pessoa está com problema de saúde e não sabe", afirmou. •
Divulgação
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portos do
Brasil
Divulgação/Alesc
A analista de sustentabilidade, Patricia Dall’Onder, representou o terminal na premiação.
Porto Itapoá recebe certificado de Responsabilidade Social da Alesc
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Porto Itapoá é uma das empresas catarinenses reconhecida pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), com o Certificado de Responsabilidade Social do Estado. A certificação é baseada na Lei 12.918, de 2004, que institui o Certificado de Responsabilidade Social de Santa Catarina, tendo por finalidade reconhecer e destacar as empresas privadas e entidades com fins não econômicos que tenham a responsabilidade socioambiental incluída em suas políticas de gestão, visando à promoção do bem-estar da sociedade e a preservação ambiental. Ao todo, 83 organizações foram certificadas, sendo 48 entidades e 35 empresas privadas. Os certificados foram entregues em uma Sessão Especial da Assembleia, realizada no último mês de dezembro. Com um considerável investimento na área social e de preservação ambiental, o Porto Itapoá, com este reconhecimento, reforça o seu compromisso como empresa socialmente responsável, principalmente porque desenvolve a maior 62 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
parte de seus projetos no relacionamento com a comunidade, disseminando para outras regiões ideias e ações que fazem do local onde vivemos e trabalhamos um ambiente cada vez melhor e mais saudável para todos. O presidente do Porto Itapoá, Patrício Junior, comemorou mais este reconhecimento para o terminal, que em 2014 já foi agraciado com outras grandes conquistas, todas com o mesmo propósito de contribuir para o desenvolvimento da sociedade. “Estamos em uma cidade pequena, onde o Porto Itapoá, por ser a maior empresa do município, tem a preocupação constante em ser um dos protagonistas do desenvolvimento sustentável da cidade e da região. Para isso, entendemos que é fundamental estarmos junto com as pessoas, conhecer sua cultura e suas necessidades, fazer parcerias e trabalhar em prol de uma sociedade mais justa e correta. Quando vemos que este trabalho é compartilhado por outras organizações, percebemos que temos grandes possibilidades de mudar o mundo para melhor.” •
Arquivo Appa
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Brasil
Portos paranaenses iniciam reformulação do quadro funcional
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s primeiros 16 funcionários a aderir ao Plano de Desligamento Incentivado (PDI) realizado pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) já se desligaram da empresa em dezembro. O processo integra os trâmites de instalação da nova empresa pública, que passou a gerir os portos paranaenses. Entre outras ações, como a mudança da natureza jurídica da Appa, a nova empresa prevê a modernização do quadro funcional da Appa. A última lei que tratou da natureza jurídica da Appa é de 1971. A desatualização trouxe diversos problemas, entre esses as inúmeras ações trabalhistas. É que os funcionários da Appa, todos celetistas, estavam em desacordo com a lei, que determinava que fossem estatutários. Fora isso, as mudanças legais que retiraram os portos da operação, fizeram com que centenas de trabalhadores ficassem em desvio de função. O resultado disso: em 20 anos, foram 11 mil ações, que oneraram os caixas da Appa em R$ 1,3 bilhão. Ainda existem outros R$ 500 milhões em ações a serem pagos por novas demandas na justiça, para os próximos cinco anos. Para tentar reverter este processo, foi oferecido aos cerca de 600 funcionários da empresa um PDI. Até o início 64 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
de dezembro de 2015, 320 funcionários decidiram aderir ao plano e irão se desligar da empresa. O PDI tem prazo de dois anos para ser executado e limite de R$ 80 milhões a serem pagos em indenizações. O próximo passo será a realização do desenho do novo quadro funcional da empresa. “Optaram por se desligar da empresa pessoas que contribuíram muito para o desenvolvimento dos portos paranaenses, mas que decidiram seguir outros rumos. O capital humano é o bem mais precioso de qualquer empresa e estamos tratando com o devido respeito e cuidado todo este processo”, afirmou o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.
Mudanças A empresa pública que gere os portos do Paraná começou a funcionar em setembro do ano passado. Ela é dirigida por dois órgãos: conselho administrativo e diretoria executiva. Formam o conselho administrativo três membros indicados pelo Governo do Estado, um membro representando os trabalhadores portuários e um representando a classe dos empresários. Cada cadeira conta com um membro titular e um suplente.
portos do
O corpo diretor irá submeter ao Conselho Administrativo e à Secretaria de Infraestrutura e Logística um plano de cargos e salários. Este plano será elaborado por uma empresa contratada, que irá montar o novo quadro funcional. Além disso, será traçado o perfil profissiográfico de cada função na empresa. O antigo quadro funcional entrará em extinção e deixará de existir em poucos anos (nenhuma função será reocupada). Os trabalhadores poderão optar por um Plano de Desligamento Incentivado (PDI), por permanecer onde estão ou, caso haja adequação jurídica, migrarem para o novo qua-
dro. Novas contratações (via concurso público) só serão feitas dentro do novo quadro funcional. “Teremos uma empresa mais enxuta, porém, com profissionais de outras áreas, que hoje não compõem nosso quadro funcional como engenheiros ambientais, oceanógrafos e advogados”, explicou Dividino. Cargos em comissão continuarão a existir na empresa pública, mas obedecendo às três situações previstas constitucionalmente: direção, chefia e assessoramento. Cargos de perfil técnico (como engenheiros e advogados) não poderão ser comissionados. •
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Arquivo Appa
Brasil
portos do
Brasil Divulgação/Portonave
Portonave é o único terminal portuário na lista das melhores empresas para se trabalhar no Brasil
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melhor porto para trabalhar no país, de acordo com a edição 2014 do Great Place To Work (GPTW), é de Santa Catarina. O Terminal Portuário de Navegantes atingiu nota suficiente para ser ranqueado no seleto grupo das melhores empresas para se trabalhar. Em Santa Catarina, somente 25 empresas constam na lista. O GPTW tem como missão construir uma sociedade melhor, ajudando empresas a transformar seu ambiente de trabalho. Por meio de questionários distribuídos entre os funcionários com mais de três meses de trabalho nas empresas analisadas, são avaliados: credibilidade; respeito; imparcialidade; orgulho; camaradagem. Os colaboradores são convidados a participar do questionário e a empresa respondente não tem acesso ao resultado até a divulgação pelo GPTW. Em operação há sete anos, a Portonave conquistou esse posto por sua capacidade de fazer os colaboradores, como são chamados os funcionários, acreditarem que o Terminal é um projeto de todos e, mais do que isso, que trabalha para fomentar o crescimento e desenvolvimento da região. A empresa se esforça para que o ambiente de trabalho seja agradável, de crescimento profissional e pessoal e estimula as boas ações. A Portonave trouxe para a região de Navegantes uma nova mentalidade de fazer negócios, já bastante conhecida em outros países e nas grandes cidades brasileiras, mas ainda pouco aplicada em empresas de municípios menores: o triple 66 • Janeiro 2015 • Economia&Negócios
bottom line, que baliza as ações das empresas com foco nas áreas social, ambiental e econômica. “Somos navegantinos. Investimos aqui, acreditamos nas pessoas daqui e temos convicção de que o sucesso da Portonave só é completo com o desenvolvimento socioeconômico de Navegantes. Para isso, além da geração de emprego e renda, também desenvolvemos projetos sociais que buscam melhorar a qualidade de vida de toda a comunidade”, sustenta Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente administrativo.
Engajamento
O fato de ser uma empresa nova ajuda na manutenção do sentimento de pertencimento. Muitos colaboradores viram o primeiro navio atracar no Terminal, em outubro de 2007. E a empresa faz questão de reconhecer a dedicação e o comprometimento dos funcionários. “Todo ano, no mês de outubro, os colaboradores que completam cinco anos de casa têm o trabalho reconhecido. Este ano o coquetel de comemoração teve 144 homenageados”, enfatiza Castilho. “As pessoas saem daqui no fim do dia com a certeza de que seu trabalho tem um sentido especial, que elas são importantes para essa estrutura enorme. Temos tecnologia e bons equipamentos, mas se não tivéssemos excelentes profissionais de nada isto adiantaria”, complementa o diretorsuperintendente operacional, Renê Duarte. •