Revista Portuária - Maio 2013

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EDITORIAL ANO 15  EDIÇÃO Nº 159 MAIO 2013 Editora Bittencourt Rua Jorge Matos, 15 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88302-130 Fone: 47 3344.8600 Diretor Carlos Bittencourt direcao@bteditora.com.br Jornalista responsável: Leonardo Thomé – DRT SC 04607 JP jornalismo@revistaportuaria.com.br Diagramação: Solange Alves solange@bteditora.com.br Contato Comercial Rosane Piardi - 47 8405.8776 comercial@revistaportuaria.com.br Impressão Impressul Indústria Gráfica Elogios, críticas ou sugestões direcao@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 150,00 Foto de Capa: Divulgação A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

A estrutura logística que impulsiona a economia de Itajaí e Navegantes

O

s quatro principais modais de transporte logístico são o rodoviário, aéreo, aquático e ferroviário. Destes, a região de Itajaí e Navegantes só não está contemplada com uma ligação férrea para escoar o que é produzido em Santa Catarina e no Brasil. As BRs 101 e 470, o Aeroporto Internacional de Navegantes e o Rio Itajaí-Açu representam o que já existe de concreto em relação à logística na região. Mas para alcançar a tão sonhada intermodalidade logística, mesmo com os modais à mão, ainda é preciso muito trabalho por parte das autoridades e órgãos competentes. Nesta edição de maio, a Revista Portuária mostra o quão essencial será a Ferrovia da Integração (Ferrovia do Frango) chegar até Itajaí, algo bastante provável, porém não garantido. Com os trilhos da estrada de ferro terminando no município, os quatro principais modais de transporte logístico estariam todos concentrados num mesmo aglomerado urbano, o que fortaleceria sobremaneira a economia da região e por consequência do Estado. Antes da definição do traçado da ferrovia, é bom lembrar que algumas melhorias precisam ser feitas nos modais já existentes, como a conclusão da Via Expressa Portuária, em Itajaí, e a duplicação da BR-470, em Navegantes. As duas obras ainda estão longe de um

final feliz, já que ambas estão empacadas há algum tempo. Também essenciais e complexas, mas já caminhando em direção à conclusão, encontram-se as ampliações da bacia de evolução e do Aeroporto Internacional de Navegantes. Dentro de dois anos, o porto e o aeroporto vão poder receber navios e aviões maiores do que atualmente. Além da reportagem sobre logística, a Revista Portuária brinda o leitor com um perfil do executivo Ricardo Arten, superintendente da APM Terminals Itajaí, arrendatária de dois berços de atracação no Porto de Itajaí e decisiva para os novos rumos que a economia da cidade almeja. Você encontrará ainda uma entrevista exclusiva com Atillio Leardini, diretor-presidente do Grupo Leardini, uma das maiores companhias brasileiras com foco na captura e produção de pescado, que nos últimos anos desbrava novos mercados e estende cada vez mais seus tentáculos. Falamos também da chegada de um símbolo alemão ao mais bávaro de todos os estados brasileiros – a BMW em Santa Catarina -, do Programa Nova Economia SC, das novidades nos portos do Sul do Brasil e dos destaques que movimentaram a economia e os negócios em diferentes esferas e setores, inclusive com a parceria de um estaleiro de Navegantes com a Petrobras. Boa leitura!

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ÍNDICE

Michele Nunes

ECONÔMICO E SUSTENTÁVEL Programa Nova Economia@SC impulsiona o desenvolvimento e a competitividade do Estado

Ronaldo Silva Jr

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EMPREGOS E INVESTIMENTOS O Estado mais alemão do Brasil agora é a casa da BMW na América Latina

SÓ FALTAM OS TRILHOS COM MODAIS RODOVIÁRIO, MARÍTIMO E AÉREO, ITAJAÍ E NAVEGANTES ANSEIAM POR FERROVIA PARA OBTER A INTERMODALIDADE LOGÍSTICA

PERFIL Ricardo Arten: experiência e capacidade a serviço da APM de Itajaí

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PORTOS DO BRASIL

www.revistaportuaria.com.br Revista Portuária também está na web com informações exclusivas Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publicação, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acontece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é encaminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: jornalismo@revistaportuaria.com.br 4 • Maio 2013 • Economia&Negócios


ENTREVISTA

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Attilio Leardini, diretor-presidente do grupo que leva seu sobrenome, junto a mais um dos focos de atuação da empresa a linha de pratos prontos

EVOLUÇÃO

Do artesanal para o industrial em grande escala

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ma história que começou em 1988, quando Navegantes nem de longe tinha o potencial econômico que tem hoje. Uma história que hoje orgulha o município e todos os navegantinos. Cidade e povo que são o berço do Grupo Leardini Pescados, empresa familiar que há 25 anos leva o nome de Santa Catarina para o Brasil e o mundo. Uma história que teve início de forma despretensiosa, com a comercialização de pescado fresco para pei-

xarias, pequenos distribuidores e vendedores ambulantes da região. Nas últimas duas décadas a empresa expandiu, investiu, inovou, alçou voos mais altos e não para de crescer. Com 600 colaboradores diretos, a Leardini ajuda no desenvolvimento da atividade pesqueira na região. A seguir, confira a entrevista exclusiva que o diretor-presidente do Grupo Leardini, Attilio Leardini, concedeu à Revista Portuária, falando sobre os negócios da companhia. 

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ENTREVISTA

Imagem aérea da empresa que se encontra as margens do Rio Itajaí Açu Revista Portuária - O momento é de expansão nos negócios? Attilio Leardini - Sim, o momento é de expansão. Afinal, 22% das riquezas geradas pelo Brasil, R$ 918 bilhões, vêm da agroindústria, com destaque para a produção de proteína. Em 1961, o consumo global de carnes era de 23 kg/ habitante/ano. Em 2010, elevou-se para 46,6 kg/hab/ano. O consumo do Brasil chega à marca de 80 kg/hab/ano. E o peixe brasileiro ainda participa muito pouco desse volume. Ou seja: temos tudo para crescer. O consumo mundial de pesca-

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do é de 18kg/habitante/ano. A média per capita do Brasil é de 9,8kg. A produção mundial de carne bovina e suína estagnou nos últimos dez anos e a de frango cresceu apenas 3,7%. A de pescado elevou-se em 6,6%, no mesmo período. Tudo está a favor, pois quase três mil novas áreas foram distribuídas pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) nos últimos anos (2008-2011) e cerca de cem mil estão sendo solicitadas. O Governo Federal lançou, em 2012, o Plano Safra do Pescado, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Sustentável (BNDES), o programa Proaquicultura, para atender a

Os pratos prontos a base de frutos do mar são a nova vedete da Leardini Pescados, como o risoto de camarão e a paella


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ENTREVISTA

O trabalho dos funcionários da companhia na indústria pesqueira é sinônimo de qualidade em todo o Brasil expansão da produção de peixe. Estamos, efetivamente, em pleno crescimento.

que aconteça com o peixe o que ocorreu há alguns anos com o frango em nosso país.

Portuária - Qual área é mais propícia para tanto? Attilio - O maior potencial para a expansão haverá de se concentrar nas atividades de cultivo de peixes em cativeiro, seja em águas continentais ou marinhas, e na captura oceânica com uso de tecnologia e equipamentos modernos.

Portuária - O que mudou na questão de investimentos ao longo dos anos em que a empresa foi crescendo e se estabilizando? Attilio - Em termos de produtos, a Leardini vem trabalhando na sua linha de produtos com valor agregado, pratos prontos, semi-prontos, linha kids, gourmet, buscando entregar ao consumidor brasileiro praticidade e qualidade em produtos a base de pescado. Lançamos, em 2012, cerca de 30 novos itens entre linha kids, gourmet e pratos prontos. As vendas crescem mês a mês.

Portuária - Qual o foco de investimentos da empresa atualmente? Attilio - A verdade é que o Brasil tem muito peixe. Mas a defasagem tecnológica, falta de pesquisa para localizar e estudar espécies pouco exploradas pela captura nos mares brasileiros, demora na criação de linhas especiais de financiamento para alavancar a produção e muita burocracia para obtenção de licenças ambientais travaram o setor. Penso que o foco nesse momento deve se concentrar sobre os seguintes pontos: Aquisição de frota de pesca mais moderna, especialização de mão-de-obra para operá-los, cultivo em escala de espécies de peixes nativos e mecanização da atividade de processamento são algumas das ações mais urgentes para

Portuária - Em quais mercados externos os negócios estão mais aquecidos? Attilio - O que tem limitado a produção de pescado no mundo todo não é a retração da economia global e sim, de um lado, a escassez cada vez maior de novas áreas para o cultivo de peixe em cativeiro por parte de países tradicionalmente devotos da aquicultura; de outro, a sobrepesca em várias partes do mundo. Nós, brasileiros, ao contrário, mal começamos nossa história no campo do cultivo de peixe 

Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis

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ENTREVISTA

em cativeiro, e ainda pescamos pouco e mal aquilo que os nossos mares têm para oferecer. Estamos só começando. Significa dizer, respondendo a sua pergunta, que até mesmo os mercados mais atingidos pelo freio econômico dos últimos anos, como Europa e Estados Unidos, são muito demandantes de pescados. É a velha lei de oferta e procura. Ainda falta peixe internacionalmente e o consumo de carnes brancas e mais saudáveis avança sobre o das carnes vermelhas. O mercado asiático também está sedento por produtos de qualidade e a preços competitivos. Nossa indústria de captura, de cultivo e de processamento está se preparando rapidamente para dar esse salto de qualidade. Portuária - E no mercado interno, como está a situação? Attilio - Um simples olhar sobre a balança comercial brasileira do peixe dá mostra do enorme potencial de expansão do mercado interno. Importamos muito porque demandamos mais do que internamente produzimos. Os esforços do Grupo Leardini estão voltados para atender essas tendências. Sem perder de vista o atendimento ao aqui e agora, nossos olhos estão lá na frente. A produção de mexilhões, como ostras e mariscos, é a nova aposta da empresa e já está rendendo bons frutos DIVULGAÇÃO

Atillio Leardini lembra que a cada ano que passa o consumo de pescado cresce no Brasil

Portuária - Como se dá atualmente a porcentagem de captura do pescado no negócio da empresa? Attilio - A importação de pescado em escala pelo Brasil é condição fundamental ao atendimento do consumo interno, pois produzimos muito menos do que demandamos. Há dois caminhos a seguir para mudar esse quadro: pescar mais e melhor, e aumentar de forma vigorosa a produção de peixe em cativeiro. Nossos esforços nesse sentido têm sido enormes. Modernizar tecnologicamente a frota pesqueira e iniciar a participação no ramo da aqüicultura são exemplos do quanto perseguimos essa orientação estratégica. A Cavalo Marinho, por exemplo, cultiva 70% de tudo o que processa e comercializa. Nosso objetivo é que esse percentual chegue a 85% nos próximos quatro anos. Portuária - E a aquicultura, de que forma ela atua nos negócios da Leardini hoje em dia? Attilio - Iniciamos comercializando 

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ENTREVISTA

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A linha de produtos para crianças também se destaca no atual momento do Grupo Leardini

pescados nacionais, passamos à captura, ao processamento, à exportação e à importação. Faltava-nos a última atividade para que nos tornássemos a primeira empresa brasileira do peixe a atuar verticalmente em todos os segmentos do negócio: a aqüicultura. Esse passo foi dado quando adquirimos o controle acionário da Cavalo Marinho, Criação e Processamento de Frutos do Mar. Com fazenda marinha e indústria localizadas em Palhoça, a empresa é a maior cultivadora e processadora de moluscos bivalves do país. E neste momento estamos nos preparando para dar um grande salto qualitativo e quantitativo. Com mecanização do cultivo e do processamento de mexilhão, o objetivo é substituir, nos próximos anos, a importação de mexilhão pelo produto nacional, e iniciar as exportações brasileiras da espécie. Uma iniciativa que trará a reboque toda a maricultura nacional. Portuária - O segmento dos mexilhões, depois da aquisição da Cavalo Marinho, segue em alta? Attilio - A demanda por mexilhões nunca foi tão elevada em nosso país. Entre outros fatores pelos problemas enfrentados ultimamente pelos cul-

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tivadores do Chile, de quem importamos marisco. O país vizinho sofre com a escassez de sementes, normalmente captadas na própria natureza, fruto da desova espontânea. A produtividade despencou e os seus produtores estão atônitos. Independente disso, fato é que o Brasil se prepara para tornar-se autosuficiente em produção de mexilhão. Portuária - Com a maior produção de mexilhão é possível diminuir o preço deste tipo de pescado? Attilio - O negócio mexilhão se assemelha a qualquer outra atividade produtiva no que tange aos benefícios esperados com a utilização de tecnologia de ponta para produzir em escala. Ao lado da padronização do produto, melhor classificação, programação da colheita e fornecimento linear ao longo do ano, a diminuição do custo operacional e, por consequência, dos preços de venda ao consumidor é um dos pontos almejados. Mas essa precisa ser uma tendência para todo o mercado do peixe e não apenas para o mexilhão. Sem melhorar a produtividade e sem produzir volume, um setor não se sustentará na economia competitiva. Trata-se de uma exigência global a qual

empreendedor algum pode fechar os seus olhos. Na área de pescados, não é diferente. Portuária - Como estão e quais são as áreas de cultivo de mexilhão em Santa Catarina? Attilio - Até um ano atrás não havia área de cultivo legalmente estabelecida na maricultura brasileira. Não apenas em Santa Catarina, mas em todo o país. A realidade agora é outra. Praticamente todos os cultivos de mexilhão do Estado estão com licença ambiental emitida ou em vias de liberação. Isso é um avanço sem precedentes para os nossos cultivadores de ostra, de marisco e de vieira. Mas, volto a afirmar: estamos só começando. Os equipamentos que o nosso grupo empresarial está se preparando para importar, processariam todo o marisco do país em alguns meses. Ou seja, nossas fazendas marinhas de mexilhão têm de produzir mais. Muito mais. A nós, empreendedores de maior porte, cabe a sensibilidade de trazer conosco os cultivadores artesanais, integrá-los tecnologicamente, para que não parem pelo caminho, pioneiros que foram na atividade. Portuária - Esse cultivo está facilitado ou ainda existe muito burocracia na liberação de áreas? Attilio - Ainda somos um país institucionalmente lento. Mas seria injusto não admitir que, nos últimos anos, finalmente estamos assistindo o Governo Federal estabelecer uma política nacional para a pesca e a aqüicultura. Há muito o que avançar? Sim. Mas o que se vê no final do túnel é deveras estimulante. 



PORTOS

DO BRASIL

Portonave apresenta novo serviço que vai estreitar as relações com o mercado asiático A Portonave terá um novo serviço para a Ásia. O Terminal Portuário de Navegantes e o Porto de Santos (SP) serão os dois únicos portos brasileiros que receberão a nova linha do armador MSC. Denominado “Ipanema”, o serviço terá 11 navios e fará escalas semanais na Portonave. O tráfego com a Ásia é o que mais cresce nas rotas marítimas que envolvem o Brasil. A nova escala será muito importante não só para o crescimento da movimentação de cargas na Portonave, mas também para a economia catarinense. Hoje,

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a Ásia representa 43% das importações de Santa Catarina, em valores (dólares). O primeiro navio deste novo serviço será o MSC Jenny, que sairá de Xangai (China) no dia 18 de maio e tem previsão de chegada em Navegantes, no dia 25 de maio. O novo serviço integra os portos da América do Sul - Buenos Aires (Argentina), Navegantes e Santos - aos portos da Ásia: Cingapura, Yantian, Chiwan, Hong Kong, Ningbo e Xangai. A Portonave soma 12 serviços semanais para atender aos clientes. 

Hoje, a Ásia representa 43% das importações de Santa Catarina, em valores (dólares).



PORTOS

DO BRASIL

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Porto Itapoá fecha parceria com a Asia Shipping A diretoria e a equipe comercial do Porto Itapoá fecharam contrato com um dos maiores agentes de cargas que atuam no Brasil, a Asia Shipping. A parceria foi firmada no mês passado, e viabilizará um significativo aumento na movimentação de cargas do Porto Itapoá, visando uma maior interação e satisfação para todos os clientes envolvidos. Em conjunto, os dois empreendimentos irão entregar maior eficiência operacional e de processos, características já reconhecidas no mercado, tanto em relação ao Porto Itapoá, quanto à atuação da Asia Shipping. 

TESC lança site com layout responsivo No primeiro dia da Intermodal South America, que aconteceu entre 2 e 4 de abril em São Paulo, o Terminal Portuário Santa Catarina (TESC) lançou seu novo site institucional. Com layout mais atraente e organizado, galerias de foto e gerenciador de conteúdo, o site é um dos primeiros portais responsivos do segmento portuário. Na prática, isso quer dizer que os usuários podem acessar o conteúdo de qualquer computador, tablet ou smartphone, pois o layout responsivo se adapta a todo tipo de resolução, de acordo com o aparelho que o usuário está utilizando. Assim, aproveita-se o melhor que cada dispositivo tem a oferecer. Além de maior facilidade no acesso, clientes e prestadores de serviços podem conferir o line-up atualizado diariamente, consultar os contêineres, além de contar com informações sobre a tabela de preços do TESC e entrar no sistema de controle de acesso à área alfandegada. Também estarão disponíveis informações institucionais, notícias sobre o TESC e o segmento portuário. “Nossa intenção é interagir com todos os públicos que mantém um relacionamento com o TESC, de forma eficaz e rápida, fornecendo informações precisas e atualizadas”, afirma o diretor administrativo e financeiro do TESC, Roberto Lunardelli. Acesse e confira: www.terminalsc.com.br 

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PORTOS

DO BRASIL

Arnaldo Alves

Áreas podem ser utilizadas no projeto de revitalização, desenvolvimento e expansão do porto paranaense

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Paraná regulariza situação de duas novas áreas no Porto de Antonina

Governo do Estado do Paraná, através da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), é oficialmente proprietário de duas áreas nobres no Porto de Antonina. Somando um total de quase 68 mil metros quadrados, os terrenos não constavam no inventário dos portos paranaenses. Apesar de estarem previstos no Plano de Zoneamento e Desenvolvimento do Porto Organizado (PDZPO), aprovado em 2012, os espaços passam de área de interesse para área efetiva de expansão e desenvolvimento do porto paranaense. De acordo com a pesquisa feita pela Appa, nesse processo de regularização, as áreas (uma de quase 21 mil metros quadrados e outra de 47 mil) eram do antigo Banestado e teriam sido compradas pela autarquia do Estado em 25 de junho de 1987. O valor pago, na época, foi o equivalente a

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cerca de R$ 82 mil em valores atualizados. “Desde quando foi adquirida a área, ninguém se preocupou com a documentação. Desde a época, o que se tinha era um simples contrato de compra e venda. Somente agora – de posse do registro e das matrículas no Cartório de Imóveis – é que se pode dizer que o Estado é dono da área”, afirma o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino. Segundo o superintendente, desde 2011, uma das determinações do Governador Beto Richa era a de que todas as situações irregulares fossem regularizadas nos portos paranaenses. “Sem esse controle, fica difícil planejar o futuro e efetivamente desenvolver os portos do Paraná, como estamos fazendo há mais de dois anos. Estávamos fazendo um levantamento dessas áreas desde 2011. Agora, nos próximos dias, ficam prontas as matrículas”, completa. 


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PORTOS

DO BRASIL

Ronaldo Silva Jr

Os serviços federais anuentes do Complexo Portuário do Itajaí passaram a operar 24 horas desde o dia 3 de maio

SEP implanta “Porto 24 horas” em Itajaí

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s serviços federais anuentes do Complexo Portuário do Itajaí passaram a operar 24 horas desde o dia 3 de maio. Com isso, os usuários do Porto Público ou terminais instalados nas duas margens do Rio Itajaí-Açu já contam com os serviços de vigilância agropecuária – do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) –, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Marinha do Brasil, Delegacia da Polícia Federal e Alfândega da Receita Federal pelo período de 24 horas ininterruptas, independente de ser dia útil, final de semana ou feriados. A Autoridade Portuária continuará operando da mesma forma que opera há cerca de 10 anos, ou seja, no período de 24 horas, com atendimento às operações em regimes de plantão pelas gerências de Operações, Segurança Portuária e Guarda Portuária. “Nossa expectativa é reduzir os custos logísticos em até 25%”, diz o ministro dos Portos, Leônidas Cristino. Para ele, a medida irá diminuir a burocracia e agilizar os processos de liberação de carga e descarga dos navios. O objetivo deverá ser atingido com a diminuição do tempo de movimentação de mercadorias, tanto nas importações quanto nas exportações. “Independente de já operarmos 24 horas a 18 • Maio 2013 • Economia&Negócios

praticamente uma década, o atendimento que passará a ser realizado diuturnamente pelos órgãos intervenientes tende a agilizar nossas operações e adequar o Complexo Portuário ao modelo proposto pela Secretaria de Portos”, diz o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior.

Cronograma

De acordo com o cronograma apresentado pela Secretaria de Portos, os portos de Paranaguá, Suape, Rio Grande, Itajaí e Fortaleza passaram a integrar o sistema no dia 3 de maio, enquanto os portos de Santos, Rio de Janeiro e Vitória operavam, desde fins de abril, no regime de 24 horas ininterruptas em caráter experimental. Eles aderiram definitivamente ao novo sistema no dia 6 de maio. De acordo com a SEP, esses portos foram escolhidos, inicialmente, devido ao volume de carga e veículos que movimentam. Os terminais já operam 24 horas por dia, explica o ministro, mas as equipes de fiscalização dos órgãos anuentes atuavam apenas em horário comercial, retardando o fluxo de cargas. 


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PORTOS

DO BRASIL

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Navio de 306 metros manobra com sucesso em frente a APM Terminals Itajaí

A manobra serviu para avaliar a possibilidade de recebimento de navios de contêineres de classe cada vez maior no complexo portuário

A manobra experimental com o Mv Mehuin, com 306 metros de comprimento e 40 metros de largura (boca), foi um sucesso no dia 27 de abril, no Complexo Portuário do Itajaí. O navio, que manobrou em frente ao cais da APM Terminals Itajaí num sábado, às 11h30min, foi o maior a da história a operar no Rio Itajaí-Açu. Até então, os maiores navios a operar no porto eram cargueiros com 300 metros de comprimento e 45 metros de boca ou com 304 metros de comprimento e 40 de boca. A manobra serviu para avaliar a possibilidade de recebimento de navios de contêineres de classe cada vez maior no complexo portuário. O superintendente da APM Terminals, Ricardo Arten, comemora o sucesso da operação. “O que nos mostra que o complexo está apto para receber navios ainda maiores e abre novas perspectivas de linhas para Itajaí”, observa. 

Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC 20 • Maio 2013 • Economia&Negócios


PORTOS

Porto do Rio Grande já contabiliza embarque de mais de um milhão de toneladas de soja para o exterior

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Porto do Rio Grande, por meio de seus terminais graneleiros, já escoou mais de um milhão de toneladas de soja para o exterior. O grão produzido no Rio Grande do Sul (RS) tem como destino principal a China. Este ano, a estimativa de safra para o Estado é de 13 milhões de toneladas da oleagionosa, sendo que pelo Porto devem ser embarcadas 9 milhões. Cada navio parte, em média, com 63 mil toneladas do grão. Para o mês de maio, a previsão é de que o Porto receba mais 30 navios para o embarque da soja. De acordo com o Superintendente do Porto do Rio Grande, Dirceu Lopes, a movimentação pelo porto oportuniza o melhor prêmio ao agricultor. “Estamos trabalhando para dar agilidade, segurança e tranquilidade no processo. O Porto do Rio Grande está altamente capacitado e preparado para receber esta safra recorde no Estado”, destacou. A capacidade de recebimento no porto pelo modal

rodoviário é de 70 mil ton/dia (2 mil caminhões), pelo modal hidroviário é de 7 mil ton/dia (4 barcaças), e pelo modal ferroviário é 21,5 mil ton/dia (430 vagões). Dessa forma, do volume de soja exportado pelo porto gaúcho, 30% é por ferrovia, 10% por hidrovia e 60% por rodovia. A capacidade de carregamento no local é de 170 mil ton/ dia. Já a capacidade total de recebimento de grãos fica em 98,5 mil ton/dia. Por isso, a capacidade de carregamento de navios supera em 1,75 vezes a capacidade de recebimento de soja no porto. 

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ECONÔMICO Programa Nova Economia@SC impulsiona o desenvolvimento e a competitividade do Estado

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om investimentos na casa dos R$ 70 milhões para serem injetados na economia catarinense entre 2011 e 2014, o Programa Nova Economia@SC veio para sacudir a atividade econômica em Santa Catarina. O programa promove ações de capacitação e diagnóstico em empresas e nos setores econômicos, além de acompanhamento individual por agentes especializados do Sebrae/SC. A intenção básica do Nova Economia@ SC é fomentar os negócios e estimular a abertura de novos mercados. Ao todo, são quatro programas e 19 projetos que gerarão no mínimo 50 mil novos empregos nos próximos cinco anos. O diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Guilherme Zigelli, afirma que o programa tem transformado a economia do Estado e impulsionado os pequenos negócios. “São mais de

R$ 70 milhões injetados em projetos fundamentais para o fortalecimento de polos industriais e na inovação das empresas de pequeno porte, sempre com foco na preservação ambiental e no aumento da produtividade”, destaca. O Sebrae catarinense é parceiro do Programa Nova Economia em diferentes frentes, como no Juro Zero (para empreendedores individuais); no Economia Verde (para estímulo a empreendimentos que trabalhem com resíduos sólidos) e Economia Verde e Solidária (para associações e cooperativas de baixa renda); nos Polos Industriais (para micro e pequenas empresas de polos setoriais da indústria); Sinapse da Inovação e Startup SC (para o estímulo à ideias inovadoras); e Desenvolvimento de Território (para o estímulo ao desenvolvimento em áreas de baixa densidade empresarial). DIVULGAÇÃO

O Secretário de Estado Paulo Bornhausen tem viajado por toda Santa Catarina para divulgar o programa 22 • Maio 2013 • Economia&Negócios


E SUSTENTÁVEL Michele Nunes

Também são parceiros do governo nesta iniciativa, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e associações do setor de tecnologia. Realizado em todo o Estado, o evento denominado “A Nova Economia Catarinense, a BMW e Você”, passou por Itajaí no dia 11 de abril. Na ocasião, o secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen, o Paulinho, lembrou que o programa é o início de uma virada na economia de Santa Catarina, apoiando quem precisa de apoio e semeando o crescimento do Estado. Os investimentos totalizam R$ 70 milhões, sendo R$ 50 milhões do Governo do Estado e R$ 20 milhões do Sebrae/SC. “As empresas terão apoio em todos os momentos, para que possam realmente fazer os seus negócios progre-

direm”, afirma Paulinho Bornhausen. O prefeito de Itajaí, Jandir Bellini, destaca a importância da capacitação empresarial pelo programa. “Somos trabalhadores, empreendedores, mas geralmente esbarramos na burocracia. O programa será muito importante para a economia de Santa Catarina, pois vai alavancar novos negócios e fortalecer os pequenos empresários”, disse Jandir. Enquanto isso, Paulinho Bornhausen ressalta que o programa Nova Economia@SC é baseado na meritocracia e na eficiência, que juntas farão todos crescerem – empresas, empresários e trabalhadores. “A meta que as empresas devem perseguir em contrapartida ao investimento do governo e do Sebrae/SC é crescer o dobro da média do país”, avisa Paulinho. 

Carlos Guilherme Zigelli participa de mais uma das palestras do Programa Nova Economia catarinense

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SÓ FALTAM OS TRILHOS Para alcançar objetivo de concentrar os quatro principais modais de transporte logístico, autoridades e empresários de Itajaí e Navegantes terão que brigar com unhas e dentes pela Ferrovia do Frango, que ligará o Oeste ao Leste catarinense

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ascida durante a segunda Guerra Mundial e chegando a maioridade com a globalização, a partir dos anos 80, a logística é vital para indústrias, empresas, comércio 24 • Maio 2013 • Economia&Negócios

e população em geral. De você na sua casa ao chão da fábrica, passando por governos e chegando à rotina de todos os municípios brasileiros, a logística tem um conceito amplo e inúmeras opções


REGIÃO

INTERMODAL

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No dia 6 de maio, o governo lançou o edital para contratação do projeto da ferrovia.

de atuação, visto que praticamente toda a atividade comercial e de negócios depende dela. Sorte de Itajaí e Navegantes, bem como de Santa Catarina, que possuem diferentes modais logísticos que garantem a competitividade da região perante o mercado, especialmente o voltado ao comércio internacional. O presidente do Sindicato das Agências de Navegação Marítima de Santa Catarina (Sindasc), Eclésio da Silva, afirma que a logística existente na região de Itajaí é boa para Santa Catarina e para o Brasil, pois além da localização estratégica, agilidade e grande oferta de navios, encontram-se dezenas de companhias com foco em logística e operações portuárias e de comércio exterior. Isso, avalia, difere a região de outros polos econômicos do país. “Hoje mesmo (dia 11 de abril), eu conversava com um empresário do ramo da saúde que transferiu todas as suas operações do Porto de Santos para Itajaí”, conta Eclésio, que também é diretor comercial da Multilog e vice-presidente da Associação Comercial e Industrial de Itajaí (ACII). Com 90% de seu comércio realizado por portos, a participação do Brasil nos fluxos econômicos mundiais depende, em grande medida, de sua infraestrutura e logística. Para manter-se competitivo, o setor portuário brasileiro, tal qual o catarinense, tem como desafio o aumento de sua eficiência, a redução dos custos operacionais e o gerenciamento ambiental responsável. O aumento da eficiência passa diretamente pela adoção de novos modais logísticos, como as ferrovias que barateariam o frete e incentivariam os investimentos das empresas em equipamentos e pessoas.

“Com a Ferrovia do Frango chegando a Itajaí, eu afirmo que isso vai completar a nossa cadeia logística, proporcionando um desenvolvimento ímpar para a região. Com a ampliação da bacia de evolução, nós temos o modal marítimo. A ampliação do Aeroporto de Navegantes, que também é uma prioridade, nós dá o modal aéreo. E aí, com a ferrovia se somando aos modais rodoviários de duas rodovias federais, no caso a BR101 e BR-470, teremos num entroncamento urbano os quatro principais modais do transporte”, enumera Eclésio. O diretor-superintendente da APM Terminals Itajaí, Ricardo Arten, entende que a região tem uma ótima produtividade em logística, com empresas confiáveis e enorme quantidade de prestadores de serviço. Entretanto, alerta Arten, é preciso não se esquecer da infraestrutura de estradas, de se criar opções ferroviárias, de manter constantemente atualizados os próprios terminais e ampliar o Aeroporto de Navegantes. Esses são fatores preponderantes para alçar cada vez mais o setor logístico na região. “É preciso reiniciar a construção da Via Expressa Portuária, que será essencial para a logística dos terminais, agilizar a duplicação da BR-470, brigar para que a Ferrovia do Frango termine em Itajaí e melhorar as condições de navegação no Rio Itajaí-Açu, esse último algo que já vem sendo feito. Assim, creio, estaremos dando passos para alcançar a excelência logística em diferentes modais de transporte”, destaca o executivo. Não bastasse a posição geográfica privilegiada, a região também tem outros atrativos para a cadeia logística, como, por exemplo, uma ampla retro área, composta por inúmeros armazéns gerais e espaços alfandega-  Economia&Negócios • Maio 2013 • 25


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dos de zona secundária (Redex e Porto Seco), além de contar com o Terminal de Logística de Carga (Teca) do Aeroporto Internacional de Navegantes. “A região está contemplada com as maiores empresas, os melhores profissionais e toda uma estrutura logística que faz a diferença para o empresário, armador, fornecedor e cliente”, expõe Onézio Gonçalves Filho, secretário de Desenvolvimento Econômico de Itajaí. Antônio Carlos Carmona, secretário de Desenvolvimento Econômico de Navegantes, revela que sua pasta tem recebido sondagens de empresas interessadas em instalar-se na cidade atraídas - sobretudo - pelas facilidades de transporte e qualidade de logística. “Eles buscam muito mais a nossa cadeia logística do que os incentivos fiscais, isso pela concentração dos modais de transporte”, ressalta, dizendo que hoje 23 empresas de logística estão instaladas na cidade, enquanto muitas outras prospectam enormes terrenos às margens da BR-470, tudo para tirarem uma casquinha do comércio exterior que passa pelo município.

Terrenos. Mercado. Formação de profissionais

O entretítulo acima indica o

Ivonei Fazzioni

triunvirato do setor logístico na região. Os terrenos sobram em Itajaí e Navegantes; o mercado de transporte e armazenagem de cargas está aquecido nos dois municípios; enquanto a formação de profissionais de logística e comércio exterior é realidade na Universidade do Vale do Itajaí (Univali), formando bacharéis, e no Senai, onde acontecem cursos técnicos profissionalizantes. O consultor imobiliário Hans Hardt, proprietário de uma empresa que

Plataforma didática de logística do Senai de Itajaí

Leonardo Thomé

“Comprar um terreno, construir um galpão e alugar para empresas é um excelente negócio, já que além dos portos, grandes companhias estão se instalando na região e todas precisam trabalhar com logística” Hans Hardt, consultor imobiliário

Galpões de logística se espalham pelas rodovias federais do entorno de Itajaí e Navegantes 26 • Maio 2013 • Economia&Negócios


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presta consultoria para construção de galpões logísticos e prospecta terrenos para o mesmo fim, conta que a oferta de espaços para a atividade é grande, porém, muitos dos terrenos já estão nas mãos de investidores, que sabem da garantia do lucro ao adquirir uma área de terra com fins logísticos. “Comprar um terreno, construir um galpão e alugar para empresas é um excelente negócio, já que além dos portos, grandes companhias estão se instalando na região e todas precisam trabalhar com logística”, observa Hans, dizendo que os terrenos mais valorizados situam-se nos eixos rodoviários, casos da BR-101, BR-470 e áreas próximas. “O preço do metro quadrado está entre R$ 11 e R$ 15”, pontua. Hans negocia terrenos com metragem superior a 20 mil m². Segundo ele, existem algumas exigências para se construir galpões específicos para o trabalho de logística, como, por exemplo, a ausência de colunas, o pé direito da construção mais alto, capacidade de peso reforçada, área administrativa separada do galpão, iluminação e ventilação natural. “Se não tiver uma dessas características, o terreno pode valer menos ou demorar bastante tempo para ser alugado”, explica, lembrando que,

concedidas as licenças ambientais e alvarás de funcionamento, a construção de um galpão leva de seis meses a um ano. “Muitas vezes as licenças e alvarás demoram mais do que isso”, reclama Hans. Mas quem adquire e constrói terrenos voltados para logística? Hans revela que pessoas de todos os segmentos 

O preço do metro quadrado dos galpões logísticos em Itajaí e Navegantes gira entre R$ 11 e R$ 15

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profissionais envolvem-se na atividade, desde profissionais liberais até empresários e investidores. O negócio é frutífero, ele garante. “Você vai investir no terreno e no galpão, mas ao alugar você não precisa de gestão no negócio, e os preços de aluguel para esse fim valorizam bastante”, argumenta Hans. O consultor diz que a maioria dos galpões é para aluguel, que são locados por empresas de logística, transportadores e indústrias que buscam centros de distribuição. A oferta e procura de terrenos é indicativo de mercado aquecido. Como aquecida está a procura pela formação na área, seja em curso superior ou técnico. O Técnico em Logística é oferecido pelo Senai em Itajaí, enquanto a Univali dispõe de cursos e especializações em Comércio Exterior e Logística. Geferson Luiz dos Santos, diretor do Senai na cidade, afirma que o curso de logística atua com ações de educação profissional e de serviços de consultoria em quatro plataformas tecnológicas de suprimentos (dimensiona-

Geferson Luiz dos Santos, diretor do Senai em Itajaí, é o primeiro da esquerda para a direita

Com a Ferrovia do Frango chegando até Itajaí o tráfego de caminhões na cidade diminuiria consideravelmente

mento, planejamento, controle de estoques, movimentação e armazenagem); produção (manufatura enxuta e kanban, planejamento integrado da produção); distribuição (modelagem, estudos de soluções) e logística sustentável (logística reversa, combustíveis alternativos, porto sem papel, lean office e lean manufacturing, horários e roteiros alternativos). “A procura pelo curso é cada vez maior”, resume.

Números que preocupam

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28 • Maio 2013 • Economia&Negócios

Apesar do cenário favorável em Itajaí e Navegantes, com perspectivas de significativas melhoras no segmento logístico, ainda existem gargalos que comprometem os negócios na área. A burocracia é um deles, aponta o empresário Eclésio da Silva. Burocracia que


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É pelos trilhos que passa o futuro de Santa Catarina e, especialmente, de Itajaí e Navegantes

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acaba por atrasar projetos essenciais como o da própria Ferrovia do Frango, reivindicação antiga de catarinenses do Oeste e do Leste. Para exemplificar essa realidade, basta analisar algumas pesquisas feitas para destrinchar a logística nacional. De acordo com o estudo Custos Logísticos no Brasil, realizado pela Fundação Dom Cabral e divulgado em outubro de 2012, o custo logístico compromete 13,1% da receita das empresas brasileiras. O levantamento foi feito com 126 empresas de diversos setores, sendo que 

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elas representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O estudo também aponta que o custo logístico do Brasil é de 12% do PIB, enquanto essa relação é de 8% do PIB nos Estados Unidos. Se a logística brasileira tivesse o mesmo desempenho da americana, o País teria uma economia de R$ 83,2 bilhões ao ano. O transporte de longa distância é o que mais tem “A ferrovia como contribuído para o custo loalternativa de transporte gístico brasileiro. Esse item deixaria a rodovia é responsável, segundo as pressionada pelo frete empresas, por 38% do gasto, seguido da armazenagem ferroviário mais baixo, (18%) e da distribuição urbao que aumentaria na (16%). Entre as principais a concorrência e, razões apontadas pelas emconsequentemente, presas para o aumento do reduziria os valores” custo logístico no Brasil, estão estradas em má condição Eclésio da Silva (54,5%), burocracia governamental (51,2%), restrição de carga e descarga nos grandes centros urbanos (49,6%) e falta de concorrência de modais (48,3%). Qual seria a solução para esse gargalo? Para reduzir o custo logístico, 70,7% das empresas consultadas apontou a “melhor gestão das rodovias com integração multimodal” 30 • Maio 2013 • Economia&Negócios

A BR-101 já está duplicada há mais de uma década; em seguida duas pistas será pouco

como solução. Para Eclésio da Silva, a ferrovia como alternativa de transporte deixaria a rodovia pressionada pelo frete ferroviário mais baixo, o que aumentaria a concorrência e, consequentemente, reduziria os valores. “É essencial escoarmos a nossa produção sobre os trilhos”.

Mudanças na logística portuária nacional

A economia brasileira andará cada vez mais sobre trilhos. Pelo menos é o que prevê o Ministério dos Transportes em um cenário de equilíbrio da matriz brasileira de transporte de cargas em 2025. De acordo com o Plano Nacional de Logística de Transporte (PNLT) do ministério, a participação do transporte ferroviário na matriz passará dos atuais 25% para 35%, a do transporte aquaviário aumentará de 13% para 29%, e a do rodoviário cairá de 58% para 30%. Mas essa mudança depende de muito investimento. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) investirá R$ 54,72 bilhões em logística. O programa destina ainda R$ 300 milhões para a ampliação de ferrovias, eliminação de gargalos, como contorno de cidades e passagens de nível, e estudos de viabilidade. Paulo Bornhausen, o Paulinho, secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Sustentável, está do lado de Itajaí na questão do trajeto férreo da estrada de ferro. “Pre-


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Paulo Bornhausen está do lado de Itajaí na questão do trajeto férreo da estrada de ferro.

cisamos ter um documento único, assinado por todos os envolvidos, inclusive o Governo do Estado, expondo que queremos a ferrovia Chapecó/Itajaí, independente de onde seu traçado irá passar”, observa Paulinho.

Polo Logístico de Saúde

O Polo Logístico de Saúde foi lançado em 2010 e teve ênfase no aspecto logístico, com distribuição de medicamentos. Hoje, Itajaí é um centro logístico para importação e distribuição de medicamentos por laboratórios farmacêuticos, empresas de diagnóstico, indústria médico-hospitalar, importadores e distribuidores 

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de remédios, indústria de alimentos e suplementos alimentares. O objetivo é incentivar a produção de medicamentos, equipamentos e próteses, já que a indústria nacional de produtos da saúde é quase integralmente dependente de importações. O Polo Logístico de Saúde de Itajaí já conta com 22 empresas e tem previsão de faturamento na casa dos R$ 3 bilhões para 2013. O complexo, na Rodovia Antônio Heil, no bairro Itaipava, na zona rural do município, junto à empresa Multilog, foi implantado pela Luft Logistics - condomínio empresarial do grupo italiano Bomi - em parceria com o Porto Seco Multilog.

Em que pé estão... Ferrovia do Frango

Com a nova bacia de evolução, os navios serão maiores e estarão mais carregados Ronaldo Silva Jr

A estrada de ferro essencial para a economia da região parece que vai sair do papel, pelo menos é o que garante o Governo do Estado. No dia 6 de maio, o governo lançou o edital para contratação do projeto da ferrovia. A execução da obra terá um prazo de oito meses para ser concluída. Atualmente, Santa Catarina exporta cerca de 2 bilhões de dólares somente no setor de avicultura. O projeto vai definir o traçado, o custo e o modelo de contratação, que ficará em aberto. Existe a possibilidade de ser executado pelo Estado, pela União ou também poderá ser uma Parceria Público-Privada (PPP). A ideia é aproveitar a estrutura do Batalhão Ferroviário, instalado em Santa Catarina, que tem condições de executar a obra.

Nova bacia de evolução

Os estudos para a nova bacia de evolução do Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu já foram concluídos. A Autoridade Portuária fez o novo layout do Porto de Itajaí para conseguir receber navios de até 366 metros de comprimento por 51 de boca, até 2015 ou 32 • Maio 2013 • Economia&Negócios

A nova bacia de evolução vai beneficiar tanto Itajaí como Navegantes


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2016. Antes, pelo menos até julho de 2014, o Complexo Portuário espera estar realizando manobras de navios com 335 metros de comprimento e 45 de boca. Todo projeto está estimado em R$ 300 milhões. Atualmente a configuração limite de manobras que a bacia de evolução permite é de navios de 300 metros de comprimento por 48 de boca, sendo que em 27 de abril, experimentalmente, o navio Mv Mehuin, com 306 metros de comprimento e 40 metros de boca, manobrou no canal.

Duplicação da BR-470

Antigo desejo de empresários e moradores do Litoral Norte, a duplica-  Licenças ambientais e desapropriações emperram a tão sonhada duplicação da BR-470

Economia&Negócios • Maio 2013 • 33


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ção dos quatro primeiros lotes da BR 470, de Navegantes a Indaial, totalizando 74 quilômetros, deve ser contratada até o fim deste mês de maio. O cronograma foi acertado entre o Fórum Parlamentar Catarinense e o Ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos. A duplicação deste trecho da BR 470 foi dividida em quatro lotes, para agilizar a execução da obra: Lote 1 (Navegantes/BR 101 – Luis Alves/divisa Indaial), Lote 2 (Ilhota – Gaspar), Lote 3 (Gaspar – Blumenau) e Lote 4 (Blumenau – Indaial). Apenas o lote 4 já encontrou empresa interessada na obra. A duplicação dos trechos contará com um investimento de R$ 1,7 bilhão do governo federal.

Via Expressa Portuária de Itajaí

Com as obras paradas desde julho de 2012, a Via Expressa Portuária de Itajaí só deve ser concluída em 34 • Maio 2013 • Economia&Negócios

2014, num cenário bastante otimista. A previsão é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que prevê a publicação de edital para conclusão da segunda fase da empreitada, com construção de um viaduto, para os próximos meses. A licitação da terceira etapa da obra, que ligará o elevado ao porto, ficará para o segundo semestre. O grande impasse da obra são dezenas de desapropriações pendentes. Os recursos para desapropriação são do DNIT e somam R$ 12 milhões. A obra da Via Expressa, segundo a Fiesc, é prioritária para garantir o fôlego econômico e a competitividade da região.

Ampliação do Aeroporto Internacional de Navegantes

O terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Navegantes vem passando por um processo de adequação e revitalização iniciado em

O Terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Navegantes vem passando por um processo de adequação e revitalização iniciado em 2012 e com previsão para término em 2014 2012 e com previsão para término em 2014. O plano diretor do aeroporto prevê uma pista de pouso e decolagem na sua implantação final com uma extensão total de 2.600 metros de comprimento por 45 de largura. O plano diretor encontra-se em fase de aprovação na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), podendo sofrer alterações dos órgãos reguladores (ANAC/ COMAER). A capacidade do futuro terminal de passageiros está prevista, na primeira fase, para atendimento a 5 milhões de passageiros/ano. Sem contar os valores das desapropriações, as obras custarão cerca de R$ 25 milhões. 


PERFIL

A FRENTE DE UM

GIGANTE Ricardo Arten:

experiência e capacidade a serviço da APM de Itajaí

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Ricardo Arten, com o rio ao fundo, trocou a agitação do centro do país pela tranquilidade do Litoral Norte catarinense Economia&Negócios • Maio 2013 • 35

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onhecedor da realidade portuária internacional e dos negócios envolvendo a área, o engenheiro naval Ricardo Arten passou toda a carreira profissional envolvido com portos, operações de logística e comércio internacional. Hoje com 40 anos, sendo que 19 deles dedicados aos segmentos citados acima, esse paulistano habituado à balbúrdia e agitação do eixo Rio-São Paulo se encantou pelas belezas e tranquilidade do Litoral Norte de Santa Catarina. Nem foi preciso muito tempo para isso. Na verdade, pouco mais de um ano se passou desde que Arten deixou o centro do país para se estabelecer em Itajaí, assumindo a superintendência da APM Terminals em março de 2012. Com operações portuárias espalhadas por terminais no mundo inteiro, a APM é arrendatária dos berços 1 e 2 do Porto de Itajaí desde 2006,


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atua apenas na operação portuária, mas também de logística, de áreas alfandegadas, de navegação”, disse, acrescentando que em Santos trabalhou na parte de controladoria, no operacional e comercial. “Só faltou TI (Tecnologia da Informação)”, brinca Arten.

Santos para Campinas e de lá para o Rio

Antes da APM, Ricardo Arten trabalhou em apenas uma companhia, que foi a Libra Terminais transformando a parceria num case de sucesso que serve de exemplo para outros terminais Brasil afora, pois nos últimos sete anos a confiança dos grandes armadores e do mercado só cresce em relação ao Terminal. Nesse contexto de afirmações e mudanças que Arten, desde 2012, encontrou desafios na medida certa para um gestor obstinado por bons resultados, competência e eficiência em operações portuárias e tudo o que envolve a atividade – desde a origem até o destino. Em uma tarde chuvosa de março, começo de outono, Arten, que também é formado em Administração de Empresas, concedeu entrevista exclusiva para a Revista Portuária. Na conversa de 40 minutos, além de contar um pouco sua história, suas perspectivas e anseios para o futuro a frente da APM Terminals, ele falou sobre os planos da empresa em arrendar mais dois 36 • Maio 2013 • Economia&Negócios

terminais no porto itajaiense, dos estudos para a implantação de uma nova bacia de evolução para o Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu, da importância da Ferrovia da Integração para a região e dos principais diferenciais competitivos do complexo portuário em relação aos demais portos brasileiros.

O começo

Antes da APM, Ricardo Arten trabalhou em apenas uma companhia: a Libra Terminais, que opera nos portos de Santos e Rio de Janeiro. O executivo entrou na empresa em 1994, recém-saído dos bancos acadêmicos. A Libra lhe proporcionou uma experiência engrandecedora, como ele afirma. “Parece que não foi uma única empresa, parece que foram vários locais que eu trabalhei, porque o Grupo Libra não

Em 1996, um dos braços da Libra Terminais, a Libra Port Campinas - porto seco com bastante carga alfandegada do Aeroporto de Viracopos – requisitou o trabalho do executivo. Ele foi do litoral para o interior paulista e assumiu o cargo de diretorpresidente da Libra Port. Foram três anos em que esteve relativamente afastado da área portuária, até que, em 1999, o retorno como diretor geral no Terminal da Libra no Rio de Janeiro. Uma época de crescimento profissional na cidade maravilhosa. “Desenvolvemos vários projetos, não só no dia a dia, mas também de expansão do Porto do Rio de Janeiro. Um exemplo é o projeto em que colocamos o Rio de volta na rota dos grandes armadores, já que a cidade tinha sido deixada de lado naquele momento. Nós conseguimos um trabalho fantástico junto a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) para expandirmos a atividade nos terminais. Foi muito gratificante”, lembra Arten.

APM é a bola da vez

Depois da farta experiência adquirida na Libra, veio o


PERFIL convite para ser diretor superintendente da APM Terminals no Brasil. Do Sudeste para o Sul, a grande missão era, além de buscar novas oportunidades de negócios para o Grupo no Brasil, aumentar o nível das operações nos dois berços arrendados pela companhia no Porto de Itajaí. E Arten, com a ajuda de uma qualificada equipe de colaboradores, ele destaca, afirma estar conseguindo o objetivo. Em Itajaí, atualmente, a APM movimenta em média 70 contêineres por hora. “Alguns navios a gente faz abaixo, outros faz acima. O nosso recorde é 106 contêineres por hora e, ano passado, aumentamos cerca de 67% a nossa produtividade”, expõe. Para uma mudança tão expressiva de patamares, Arten considera que pequenas alterações de processos foram fundamentais. Uma delas, segundo ele, fazer carga e descarga simultaneamente nas embarcações. O executivo revela que até pouco tempo esse processo era feito separadamente, o que atrasava as operações. “A gente chama de viagem casada. Durante o tempo

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Arten se orgulha de ter feito a produtividade na APMT subir mês após mês que levaríamos para buscar outro contêiner no chão, por exemplo, o operador já estará voltando com um contêiner de descarga. Assim, obviamente, ganhamos em produtividade”, exalta, destacando ainda as inovações e modernidades da tecnologia como fatores que ajudam na melhora de rendimento das atividades nos terminais.

Diferenças

Em Itajaí, observa Arten, não é a cidade que tem o Porto, mas o Porto que tem a cidade. Ele entende que essa seja a maior diferença entre o Porto de Itajaí e os

de Santos e Rio de Janeiro. Dessa forma, avalia, a responsabilidade de uma empresa como a APM perante a sociedade é gigantesca, uma vez que todos no município estão de olho no Terminal e no que se desenrola por lá. O executivo exemplifica dizendo que em qualquer porto brasileiro perder um serviço é apenas perder um serviço. A mesma perda, em Itajaí, pode trazer péssimas consequências para a cidade, que possui certa dependência da atividade portuária na economia e em diferentes segmentos da sociedade. “Temos os trans- 

Rua: Gil Stein Ferreira, 100 | 7º andar | sala 703 | Itajaí | SC | Fone: 55 47 3344.5852 | Fax: 55 47 3349.8701

Economia&Negócios • Maio 2013 • 37


PERFIL Ronaldo Silva Jr

A exportação e importação. Tudo passa pelos berços operados pela APMT em Itajaí portadores, a própria mão de obra avulsa, os despachantes, toda uma logística que fica atrás do Porto e que depende dele”, comenta, para dizer que quando a APM e o Porto vão bem, o município igualmente segue uma toada ascendente que se manifesta na elevada competitividade dos terminais, empresas de logística e o restante da cadeia.

A Ferrovia do Frango

Atualmente, um dos principais entraves para o Complexo Portuário do Itajaí é a acessibilidade aos terminais. Seja ela marítima ou rodoviária ou ferroviária. Para Arten, a Ferrovia da Integração ou Ferrovia do Frango, deve ser denominada de Ferrovia Chapecó/Itajaí. O gestor aponta que a decisão mais acertada que o Governo do Estado pode tomar é confirmar a chegada da estrada de ferro em Itajaí, o que daria um salto na logística local e faria as empresas crescerem em eficiência e produtividade, além de reduzir custos e baratear o serviço. “A ferrovia chegando ao Porto de Itajaí fará com que as empresas tenham um ganho pela redução de custos no frete. Por outro lado, a cidade também vai ganhar porque acaba retirando do contexto urbano toda essa quantidade de caminhões que aqui existe. Enfim, a economia ganha como um todo”, analisa Arten, que possui um MBA Executivo pela Fundação Dom Cabral. 38 • Maio 2013 • Economia&Negócios

Ele vai além e lembra que a atual fase “verde” de sustentabilidade nos negócios e no cotidiano vem a calhar com a ferrovia, pois, justifica, esse é o meio de transporte mais limpo que se tem no Brasil em termos de gases poluentes. Não bastasse isso, reforça, a região tem uma logística de armazéns refrigerados e frigorificados muito forte. “O melhor lugar para se passar essa ferrovia ligando o interior do estado a algum porto, sem dúvida nenhuma é até Itajaí”, pontua.

A bacia de evolução

“Eu gostaria de dividir esse assunto em duas fases: a primeira é a atual, que estamos vivendo e sobrevivendo; a segunda fase é desenhar a Itajaí do futuro”. A primeira fase a que Arten se refere já passou. Foi a dos estudos necessários para que a Capitania dos Portos tivesse embasamentos teóricos para mudar os parâmetros da entrada e saída de embarcações do complexo. Em 2012, a APM, a Portonave e o Porto de Itajaí realizaram um estudo chamado Itajaí Max, que considerava as configurações do canal de acesso, da bacia de evolução e do molhe norte para definir qual era o maior navio – em termos de comprimento e de largura – que poderia adentrar no Rio Itajaí-Açu. A empresa contratada para realizar os estudos foi a holandesa Arcadis, companhia de renome internacional que presta serviços para a Marinha norte-americana e para a Ma-


PERFIL ersk. “A Arcadis fez algumas modelagens considerando fluxo, maré, vento, corrente, layout do rio, as curvas, enfim, tudo”, revela Arten. O estudo considerou basicamente três modelos de navio: um com dimensões de 300 de comprimento por 45 de boca, um com dimensões de 300 de comprimento por 48 de boca e outro de 318 de comprimento por 40 de boca. Em cima dos três navios foram feitas diversas simulações de entrada, rotação e saída das embarcações. Na teoria, se constatou que o Porto oferecia condições de segurança para a realização de manobras de qualquer um dos três modelos testados. Mais um passo havia sido dado. Depois das teorias, iniciou-se a fase das simulações. A APM e seus parceiros no complexo enviaram duas

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As discussões acerca da nova bacia de evolução passam pela APM, Portonave e Porto Público

peitando os parâmetros colocados. “Chamamos a DHN (Diretoria de Hidrografia e Navegação), da Marinha, para atestar que o simulador funcionava da forma correta, que o treinamento foi feito da forma correta, que os práticos que ali estavam eram expe-

“A FERROVIA CHEGANDO AO PORTO DE ITAJAÍ FARÁ COM QUE AS EMPRESAS TENHAM UM GANHO PELA REDUÇÃO DE CUSTOS NO FRETE.” turmas de práticos para a Holanda, na empresa Marin, que também faz simulações. Os práticos começaram a fazer o simulado com os três modelos de navios. Arten conta que eles perceberam que o negócio não era tão difícil assim, pois o navio entrava, girava e saía de maneira segura, sem problemas e res-

rientes, que o instrutor daquela empresa era experiente. Enfim, mostramos que poderíamos aumentar sem perder segurança”, observa. Depois da teoria e do simulador, faltava à operação prática sob as intempéries do rio e da natureza. Então, o delegado dos portos decidiu usar o meio

termo de forma escalonada. “O primeiro a entrar foi um navio de 300 por 45 e depois fomos escalonando até chegar aos 48 de boca. Fizemos isso envolvendo também os rebocadores. Realizamos a operação sete, oito vezes... até que em março de 2013 foi aprovada a manobra de um navio com 300 metros de comprimento por 48 de boca. Em abril, entrou um de 306m. Todos foram um sucesso”, comemora Arten. Mas essa é a bacia de evolução atual. Na opinião de Arten, para Itajaí permanecer na rota dos grandes armadores pelos próximos anos, o desafio por ora é outro, muito mais ambicioso e ousado. O executivo explica que agora será feito o novo layout do Porto de Itajaí para conseguir receber navios de até 366 metros de comprimento por 52 de boca. 

Economia&Negócios • Maio 2013 • 39


PERFIL

“COM ESSA ACESSIBILIDADE, TODOS OS ARMADORES VÃO CONTINUAR QUERENDO PASSAR POR AQUI, AFINAL, O MERCADO GOSTA DE ITAJAÍ E DA NOSSA PRODUTIVIDADE” “O novo projeto foi encomendado para a Arcadis, que fez o estudo de fluxo e simulações. Eles determinaram três mudanças fundamentais: alargamento do canal interno, realinhamento do molhe norte e uma nova bacia de evolução. A captação de valores se deu através de recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), com o Governo do Estado de Santa Catarina alocando cerca de R$ 120 milhões para serem colocados na bacia de evolução”, conta. Todo o projeto, incluindo o alargamento do canal interno e o realinhamento do molhe norte, está estimado em R$ 300 milhões. Os R$ 180 milhões restantes precisarão vir do Governo Federal, talvez através do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). “Vamos ter que convencer o Governo Federal de que Itajaí é e continuará sendo um porto extremamente produtivo, atraente para o mercado. Enfim, tudo para alocar esses R$ 180 milhões para esse ano ou o próximo”, relata o executivo. Arten lembra que o processo tende a ser um tanto complicado, uma vez que será preciso conseguir licenças ambientais e realizar algumas desapropriações de moradores na margem esquerda do rio, em Navegantes. Mesmo assim, a expectativa é de que até outubro de 2013 o projeto executivo da nova bacia de evolução esteja pronto, com as licenças ambientais concedidas e as desapropriações realizadas, sob pena de a Autoridade Portuária perder a disponibilidade dos R$ 120 milhões. “É um projeto extremamente importante para a economia das duas cidades, Itajai e Navegantes, e de toda 40 • Maio 2013 • Economia&Negócios

Dani Bonifácio

Todo o projeto, incluindo o alargamento do canal interno e o realinhamento do molhe norte, está estimado em R$ 300 milhões. a região. A nossa expectativa é de que, expedidas as licenças ambientais e feitas as desapropriações, a gente possa iniciar os trabalhos a partir de outubro deste ano para finalizar até outubro de 2014. Esse é o nosso tempo para a nova bacia de evolução, sendo que em outubro de 2014 esperamos estar fazendo manobras de navios com 335 metros de comprimento e 45 de boca”, revela Arten. O alargamento e realinhamento do molhe viriam na sequência. Sendo assim, a aspiração de realizar manobras de embarcações de até 366 metros de comprimento por 52 de boca, o máximo da futura bacia de evolução, ficaria para início de 2015. “Com essa acessibilidade, todos os armadores vão continuar querendo passar por aqui, afinal, o mercado gosta de Itajaí e da nossa produtividade”, avalia Arten.

Os outros dois berços

Desde 2012, a APM tem conversado com o Porto de Itajaí para fazer a expansão do Terminal. Arten argumenta que atualmente a área dos berços 3 e 4 do Porto Público já é utilizada pela companhia, que opera os contêineres que lá estão. A APM quer agora formalizar isso no contrato de concessão. Ou seja, colocar os berços 3 e 4 dentro do acordo firmado entre as partes. “O porto vai ganhar muito mais dinheiro, vai ter uma receita fixa e variável maior do que tem hoje. Então é bom para todo mundo, a cidade, o operador portuário, a Autoridade Portuária. Já temos um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica formado. Estamos finalizando alguns detalhes. O porto entende que é importante adensarmos essas áreas para o contrato”, expõe Arten. 


EMPREGOS E INVESTIMENTOS

Série X1 é um dos que pode ser fabricado em Araquari

O ESTADO MAIS ALEMÃO DO BRASIL AGORA É A CASA DA BMW NA AMÉRICA LATINA

A

maior celebração tipicamente alemã, a Oktoberfest, originária de Munique, tem a sua mais imponente e grande festa fora dos domínios bávaros na cidade de Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina. O mais alemão dos municípios brasileiros é Pomerode, também no vale. O chucrute, o joelho de porco, o cozido de batatas, o marreco assado e o chope. Tudo isso é tradicional na Alemanha e adorado pelos catarinenses, especialmente os do Norte do Estado. Pois essa relação, desde o dia 8 de abril de 2013, promete ficar ainda mais próxima e trazer dividendos gigantescos para Santa Catarina e para um dos símbolos do poderio econômico alemão: a montadora BMW e seus desejados carros de luxo. Depois de assinado o protocolo de intenções para a instalação da fábrica de carros em Araquari, no Norte de Santa Catarina, o presidente do Grupo BMW no Brasil, Arturo Piñero, disse acreditar que até o final de 2014 os primeiros carros produzidos no Estado já estarão circulando pelas ruas e estradas brasileiras. Mas, antes disso, uma verdadeira revo-

lução vai passar a acontecer em Araquari e Joinville. Em Araquari, a BMW não só vai montar carros como fabricar peças, tudo em um imenso terreno localizado às margens da BR-101. O terreno de 1,5 milhão de m² equivale a 200 campos de futebol como os dos diferentes estádios brasileiros que estão sendo construídos para a Copa do Mundo de 2014. Hoje, só é possível ver grama e mato, mas em breve o espaço será ocupado por enormes estruturas de aço e ferro. Já em Joinville, de longe a cidade mais industrializada de Santa Catarina, a montadora alemã vai dar as primeiras aceleradas no maior condomínio industrial multissetorial do Brasil, o Perini Business Park, na zona Norte da cidade, onde os alemães já possuem algumas atividades. Em uma área de 9 mil m² do Perini, a empresa vai treinar seus funcionários para montar os primeiros carrões latino-americanos, inicialmente com peças importadas de unidades estrangeiras da empresa. O secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável de Santa Catarina, Paulo Bornhausen, o Paulinho, foi um dos maiores entusiastas da vinda da BMW para o Estado Economia&Negócios • Maio 2013 • 41


EMPREGOS E

INVESTIMENTOS

Nesse terreno se localizará a primeira unidade fabril da BMW na América Latina Governo do Estado oficializa vinda da BMW para Santa Catarina

Antonio Carlos Mafalda

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e, através da vinda dos germânicos, ele aposta que Santa Catarina entrará na rota dos maiores investimentos mundiais, num futuro próximo. “A decisão da BMW de se instalar em Santa Catarina chancela mundialmente o Estado como destino certo e seguro para grandes investimentos em segmentos altamente inovadores, intensivos em tecnologia e sustentabilidade. Com isso, entramos na mira dos grandes investimentos internacionais”, afirmou Paulinho. O secretário acredita que a vinda da BMW representa uma nova época para a economia catarinense, ao consolidar um novo setor industrial, o automotivo, e fortalecer a cadeia produtiva já existente, que há muito anos fornece produtos de qualidade para as fábricas de veículos localizadas em outros estados, como em São Paulo (SP) e Minhas Gerais (MG). “A BMW é um farol para outros investimentos que virão”, pontua. A fábrica vai gerar mais de seis mil empregos - 1,4 mil empregos diretos e cerca de cinco mil indiretos. O investimento total pode chegar até R$ 1 bilhão, sendo R$ 600 milhões da empresa alemã e R$ 200 milhões de uma parceria entre o Governo do Estado e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Investimento que terá retorno em no máximo oito anos. Uma etapa posterior, que depende dos resultados de mercado, pode elevar em mais R$ 200 milhões o montante de investimentos aplicado em território catarinense. O primeiro carro fabricado em Santa Catarina deverá ser entregue em no máximo dois anos. Somados todos os cinco primeiros anos da empresa em terras catarinenses, a previsão de faturamento da montadora atinge R$ 20 bilhões. Investimentos, emprego, carros, exposição da marca e sustentabilidade. Sim, a BMW também levanta


EMPREGOS E

INVESTIMENTOS

essa bandeira tão em voga nos dias de hoje. “Somos líderes da indústria automotiva em sustentabilidade, de acordo com índices da Dow Jones”, destacou o presidente do grupo bávaro no Brasil, o brasileiro Arturo Piñero, apontando que a vinda para Santa Catarina coloca o país em um seleto grupo: apenas outros 13 países no mundo tem plantas fabris da marca, produzindo para vender em mais de 140 nações. Graças ao Estado, o Brasil será o 14º membro do seleto grupo.

Michelle Nunes

Paulo Bornhausen falou sobre o processo de instalação da empresa no Estado

BMW deve alavancar a atividade portuária

A instalação da primeira fábrica da BMW da América Latina deve alavancar a atividade portuária no Estado e em Itajaí. A afirmação é do superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior, que destaca a importância do empreendimento para a economia do Estado como um todo e para os portos. “O início das operações da BMW em Santa Catarina abre para o setor portuário uma grande possibilidade do embarque e desembarque de veículos, com a utilização de navios modelo Ro-Ro, e o Complexo Portuário do Itajaí tem plenas condições de atender a esse nicho de mercado”, disse Ayres, que esteve presente no evento de instalação da montadora. Segundo Ayres, a localização estratégica do empreendimento será fundamental. “Araquari está a poucos quilômetros de distância dos maiores portos do sul do país – São Francisco do Sul e terminal Itapoá, o Complexo Portuário do Itajaí e o Porto de Paranaguá. Também desfruta de uma série de vantagens de logística em uma região que começa a se destacar pelos investimentos em infraestrutura”, diz o dirigente do Porto de Itajaí. 

BMW é lançada oficialmente em Santa Catarina no dia 8 de abril

Autoridades estaduais e nacionais estiveram presentes no anúncio Antonio Carlos Mafalda

Economia&Negócios • Maio 2013 • 43


INFORME PUBLICITÁRIO

Rentabilidade e agilidade de processo com inteligência de negócios em comércio exterior

A

Resolução nº 13 do Senado Federal, que se refere a mudanças na tributação de importação, foi alvo de muita especulação no mercado no último ano. Muitas empresas chegaram a pensar que os impostos pagos na transação da importação seriam reduzidos, porém a resolução trouxe às empresas brasileiras grande incerteza ao atual e complexo quadro tributário nacional, em especial para as empresas que comercializam produtos importados ou de origem estrangeira. Essa mudança, que entrou em vigor em primeiro de janeiro deste ano, estabeleceu novas alíquotas interestaduais para operações de produtos importados, conforme especifica o artigo 1º da lei em questão: A alíquota do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), nas operações interestaduais com bens e mercadorias importados do exterior, será de 4% (quatro por cento). Em uma primeira análise do artigo acima, a alteração parece bem simples, na qual foi alterada a alíquota nas operações interestaduais com mercadorias importadas do exterior para 4%. Porém, com a edição e vigência da Resolução 13, serão necessárias diversas mudanças nas operações comerciais realizadas pelas empresas com alterações significativas para praticamente todas às áreas das empresas afetadas, compras, suprimentos, fiscal, contabilidade e setor comercial, já que se criou um desequilíbrio entre ICMS recolhido na importação, que não foi alterado, com ICMS destacado nas vendas de importação o mesmo na transferência do estoque interestadual. “O ICMS da importação não mudou, o que houve foi a unificação do ICMS das operações interestaduais, o que não foi amplamente divulgado na imprensa”, aponta Fernando Otsuzi, Diretor Comercial da FIRST S.A.. “O governo não mexeu no ICMS do produto importado, alterou apenas a alíquota de saída do produto importado e não da entrada deste produto no país”, completa. Neste cenário fortalecem-se as chamadas tradings, empresas comerciais que atuam como facilitadoras para empresas envolvidas em comércio internacional. Em Santa Catarina, a FIRST S.A., uma das maiores tradings do país, adiantou-se a essa resolução e vem oferecendo a alguns anos aos seus

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clientes o que chama de inteligência de negócios, um serviço que tem como foco a otimização de custos e processos, e consequentemente a redução dos gastos e melhoria da rentabilidade. Esse processo se dá por meio da realização de complexos estudos tributários, financeiros e logísticos individualizados e com foco nas necessidades e segmento de negócio. “Com esse processo demonstramos ao cliente. Há possibilidade de redução de custos, melhorias na logística de distribuição, diminuindo o preço do produto no ponto de venda, favorecendo assim o consumidor, consequentemente a empresa aumenta sua lucratividade e amplia suas vendas. Para isso, fazemos imersões nos negócios de nossos clientes, atuamos no seu dia a dia e acompanhamos todo o processo”, explica Otsuzi. A política da empresa é sempre apresentar uma solução ao cliente, com preço competitivo e o diferencial de possuir uma estrutura de serviços integrada, com estrutura própria desde o in bound ao out bound contando com escritórios comerciais nos estados de Pernambuco, Tocantins, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Ao optar por entregar seus produtos à FIRST.S.A., nossos clientes não ganham apenas em agilidade de processos e competência, mas levam competitividade para dentro de seu negócio com um gerenciamento de processos totalmente incorporado e compartilhado com toda a expertise acumulado em 13 anos em mais de 12 segmentos”, complementa o diretor comercial da FIRST S.A.. E mais: “Temos uma estrutura técnica e comercial especializada nas principais áreas de negócios do país, com uma ampla rede para atendimento em tempo real em todo o território brasileiro”, finaliza Otsuzi. Além dos diferenciais apresentados pela empresa de Santa Catarina, as empresas que decidem por importar seus produtos pelo estado catarinense também ganham no montante dos impostos e benefícios recebidos, uma vez que o estado tem se destacado muito nos últimos anos, realizando constantes melhorias em sua infraestrutura. Hoje o estado conta com cinco portos bem equipados que permitem navios de até 45 mil toneladas, sete portos secos, tornando Santa Catarina o segundo estado em movimentação de conteiners do país. Em vista disso, a FIRST S.A. ampliou em mais de 60% a capacidade de armazenamento e esta construindo um novo armazém de 15.000m² em Itajaí. 


Coluna Mercado Divulgação

Em abril, foram produzidos 319.038 automóveis e comerciais leves e 18.136 caminhões

POSITIVO

Produção de carros em abril foi a maior da história O mês de abril e o primeiro quadrimestre deste ano foram marcados por recordes históricos na produção e vendas de automóveis, comerciais leves e caminhões, informou no dia 6 de maio o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Luiz Moan. A produção no mês foi 30,7% maior do que a de abril de 2012 e 6,8% acima da registrada em março. Em abril, foram produzidos 319.038 automóveis e comerciais leves

e 18.136 caminhões. No acumulado de 2013, a produção de veículos leves atingiu 1,09 milhão de unidades e a de caminhões foi de 61.694 unidades. As vendas de veículos leves somaram 289.841 unidades no mês passado e 866.147 no ano, 13,9% acima das registradas no primeiro quadrimestre de 2012, e as de caminhões foram de 13.716 em abril, 15,4% a mais do que em igual período do ano anterior. A intenção de investimentos de 2013 a 2017 no setor automotivo é de

R$ 60 bilhões, mas os números devem ser revistos diante dos anúncios, como o de ontem da Fiat, que ampliou em R$ 9 bilhões para R$ 15 bilhões os investimentos previstos para o País. A produção de veículos leves de janeiro a abril chegou a 1,093 milhão de unidades, 15,4% a mais em comparação a igual período do ano passado. mAs exportações de veículos leves no primeiro quadrimestre atingiram 157,9 mil unidades, 4,5% acima do total do mesmo período do ano passado. 

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Coluna Mercado Divulgação

INVESTIMENTO

Empresa austríaca tem intenção de se instalar em Navegantes Representantes da empresa AHT Cooling Systems Gmbh. – com matriz na Áustria – estiveram no dia 16 de abril, em Navegantes, em reunião com o prefeito Roberto Carlos de Souza (PMDB) e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Antônio Carlos Carmona, para falar sobre o interesse da empresa em instalar sua fábrica na cidade. A empresa é especialista em produção de balcões de refrigeração para supermercados. No Brasil, possui uma filial para vendas na cidade de Recife (PE), e a intenção é instalar a primeira fábrica da AHT no país. Conforme o secretário, Navegantes possui grandes chances de ser escolhida

A empresa é especialista em produção de balcões de refrigeração para supermercados como sede da fábrica no Brasil. “Nossa cidade possui uma localização privilegiada e Isso atraiu o interesse da empresa, que além de atender o mercado local, pretende atender todos os países da

América do Sul”, enfatizou Carmona, esclarecendo que os empresários austríacos estão estudando a viabilidade da instalação na cidade e o município disponibilizou-se para o que for preciso. 

PREMIAÇÃO

Senai/SC teve o segundo melhor desempenho do país em 2012 O Senai de Santa Catarina, uma das entidades do Sistema FIESC, recebeu dois prêmios durante a VI Reunião de Diretores e Superintendentes do Sistema Indústria, realizada em abril, em Brasília. O departamento regional catarinense teve o segundo melhor desempenho na rede Senai do país no ano de 2012 e obteve o primeiro lugar entre os Estados da região Sul. Os critérios de desempenho adotados na premiação consideram aspectos como atendimento às demandas das indústrias nas áreas educação, tecnologia e inovação; qualidade dos serviços oferecidos, uso adequado de recursos, sustentabilidade, eficiência operacional, gestão de pessoas e investimen-

José Paulo Lacerda

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tos em infraestrutura. Santa Catarina se destacou por apresentar índice de empregabilidade de egressos superior a 90%, pela quantidade de projetos de inovação que foram incorporados pela indústria e por realizar investimentos em infraestrutura física e tecnológica superiores a 10% do faturamento. Além disso, também superou outras metas de desempenho, como destinar aos cursos gratuitos mais de 59% dos recursos provenientes das contribuições compulsórias das indústrias. A premiação foi recebida pelo diretor-adjunto do Senai/SC, Marco Antônio Dociatti. “O resultado é fruto de um planejamento construído a partir da negociação com nossas unidades e de um acompanhamento efetivo das metas acordadas”, explica Dociatti, que recebeu o prêmio do diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi. 

Diretor adjunto do Senai, Marco Antônio Dociatti, recebeu prêmio do diretor geral do Senai, Rafael Lucchesi


Coluna Mercado LOGÍSTICA

Apesar de atrasos, leilão de rodovias e ferrovias sai este ano, diz EPL O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, afirmou no dia 7 de maio que, apesar dos adiamentos no lançamento dos editais de concessão, serão realizados ainda neste ano os leilões dos 9 trechos de rodovias e 12 trechos ferroviários previstos no pacote de investimentos em logística lançado em agosto do ano passado. “Todos os leilões vão acontecer este ano”, assegurou. “Estamos num processo de ajuste dos projetos. Tínhamos que ter publicado os editais em março, abril e agora um em maio. Eles vão ser publicados a partir de julho”, disse, em São Paulo, onde participa do fórum “A Crise Econômica e o futuro do Mundo”. Segundo Figueiredo, os projetos de concessão de rodovias já estão todos ajustados tecnicamente e será agora encaminhado para o Tribunal de Contas da União (TCU). “Assim que for liberado pelo TCU, vai ser publicado o edital e começa o leilão em agosto e setembro”, disse. Com relação às ferrovias, o presidente da EPL explicou que os projetos estão em fase de discussão em audiências públicas. “Vamos começar a publicar o edital a partir de agosto e o leilão começa em setembro”, afirmou. Ele informou ainda que o primeiro leilão do Trem de Alta Velocidade (TAV) está previsto para leilão. 

NEGATIVO

Balança comercial tem superávit de US$ 409 milhões no início de maio A balança comercial iniciou o mês de maio com superávit de US$ 409 milhões, após fechar o mês de abril com rombo de US$ 994 milhões, maior déficit do período desde 1959. O valor foi resultado da diferença entre exportações de US$ 2,310 bilhões e importações de US$ 1,901 bilhão. O saldo positivo diz respeito a apenas dois dias úteis deste mês. No acumulado do ano, a balança segue deficitária em US$ 5,741 bilhões. As informações foram divulgadas hoje (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A média diária de vendas externas no início de maio ficou em US$ 1,155 bilhão, 9,5% superior à registrada em maio do ano passado. Já as importações atingiram US$ 950,5 milhões segundo o critério da média diária, 3,3% superior à do mesmo mês em 2012. Segundo o MDIC, a demanda doméstica de combustíveis contribuiu para o déficit recorde da balança registrado para o mês de abril. O governo alega que, entre dezembro e abril, foi obrigado a registrar importações da Petrobras feitas ao longo de 2012 e que ainda não haviam sido computadas. A posição oficial do MDIC é que, apesar dos resultados negativos do primeiro quadrimestre, a balança encerrará 2013 superavitária. O governo diz ainda que espera exportações elevadas, nos patamares dos últimos dois anos, mas não fixou uma meta. 

Bernardo Figueiredo garante que as licitações saem em 2013 Economia&Negócios • Maio 2013 • 47


Coluna Mercado

RENOVAÇÃO

Petrobras aprovou contratação de 23 novas embarcações de apoio Estaleiro Detroit, em Navegantes, está entre os que fabricarão as embarcações A Petrobras aprovou no dia 18 de abril a contratação de 23 embarcações de apoio, como parte do 3º Plano de Renovação da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo. As unidades, do tipo PSV 4500 e OSRV 750, cumprirão requisitos de conteúdo local de 60% e serão construídas no Brasil. Os preços apresentados foram competitivos, atendendo às métricas e orçamentos esperados. Esta foi a 4ª Rodada do Plano de Renovação da Frota. Em julho deste ano, a Petrobras irá ao mercado para contratar outras 24 embarcações de apoio marítimo (5ª Rodada), cumprindo, assim, a meta de contratar, até 2014, 146 embarcações a serem construídas no Brasil, conforme previsto no 3º Plano de Renovação da Frota de Embarcações

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de Apoio Marítimo.

Navegantes

A aprovação para contratar as novas embarcações irá beneficiar a região de Navegantes, já que o estaleiro Detroit, localizado no município, foi um dos escolhidos para fabricar navios de apoio as plataformas de petróleo em alto-mar. Serão construídas no estaleiro Detroit quatro novas embarcações tipo PSV 4500. Isso só vem a reforçar o retorno da vocação do Litoral Norte de Santa Catarina para a construção naval, especialmente aquela voltada ao segmento offshore, como já havia adiantado a Revista Portuária na edição de fevereiro da publicação. 

As unidades, do tipo PSV 4500 e OSRV 750, cumprirão requisitos de conteúdo local de 60% e serão construídas no Brasil


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Coluna Mercado FISCALIZAÇÃO

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Desde 2008, ele é o representante do Brasil na OMC e atua como negociador-chave do país na entidade

Empregados da indústria de carne receberão cartilha com normas de trabalho Cerca de 500 mil trabalhadores da indústria da carne no Brasil devem receber, neste mês de maio, uma cartilha destinada a facilitar o cumprimento da Norma Reguladora número 36 (NR-36), assinada em abril pelo ministro do Trabalho, Manoel Dias. A NR-36 regulamenta as condições de trabalho em áreas de abate e de processamento de carnes e seus derivados. Um pedido dos trabalhadores atendido pela norma são as pausas no exercício da atividade. A cada 50 minutos de trabalho que envolva esforço repetitivo, os trabalhadores deverão parar durante dez minutos para descanso. O objetivo da cartilha é fazer com que os próprios trabalhadores fiscalizem e levem ao conhecimento dos sindicatos e da confederação denúncias de eventuais abusos que serão relatados ao Ministério do Trabalho. Dados de 2011 revelam que do total de 413.540 trabalhadores na indústria da carne brasileira naquele ano,16,1% estavam concentrados no Paraná, seguindose São Paulo, com 15,9%, Santa Catarina (13,9%) e o Rio Grande do Sul (12,6%). Em contrapartida, Roraima detinha participação de 0,1%, com cerca de 233 trabalhadores no setor, e o Amapá, 56 trabalhadores e nenhuma participação no ranking.Agência Brasil 

FORTALECIMENTO

Brasileiro Roberto Azevêdo vai comandar a Organização Mundial do Comércio (OMC)

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O diplomata brasileiro Roberto Azevêdo é o novo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o órgão máximo do comércio internacional, a partir de setembro, segundo o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Em nota divulgada em dezembro, na ocasião do lançamento do nome do diplomata, o Itamaraty destacou que “a candidatura brasileira representa a importância atribuída pelo país ao fortalecimento da OMC e procura contribuir para o progresso institucional da Organização e para o desenvolvimento econômico e social mundial”. No comunicado, o ministério mencionou como objetivos da OMC a “melhoria dos padrões de vida, à garantia do pleno emprego e da renda, à expansão da produção e do comércio de bens e serviços, bem como ao uso dos recursos disponíveis em conformidade com o desenvolvimento sustentável”. A nota também lista as qualificações de Azevêdo para o cargo. Desde 2008, ele é o representante do Brasil no órgão e atua como “negociador-chave”. Antes, ocupou diversos cargos relacionados a assuntos econômicos no Ministério das Relações Exteriores, tendo atuado em contenciosos como os casos de Subsídios ao Algodão (iniciado pelo Brasil contra os Estados Unidos), Subsídios à Exportação de Açúcar (iniciado pelo Brasil contra as Comunidades Europeias) e Medidas que Afetam a Importação de Pneus Reformados (litígio iniciado pelas Comunidades Europeias), além de chefiar a delegação brasileira na Rodada Doha. 

Um pedido dos trabalhadores atendido pela norma são as pausas no exercício da atividade




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