EDITORIAL ANO 15 EDIÇÃO Nº 160 JUNHO 2013 Editora Bittencourt Rua Jorge Matos, 15 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88302-130 Fone: 47 3344.8600 Diretor Carlos Bittencourt direcao@bteditora.com.br Jornalista responsável: Leonardo Thomé – DRT SC 04607 JP jornalismo@revistaportuaria.com.br Diagramação: Solange Alves solange@bteditora.com.br Contato Comercial Rosane Piardi - 47 8405.8776 comercial@revistaportuaria.com.br Impressão Impressul Indústria Gráfica Elogios, críticas ou sugestões direcao@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 180,00 Foto de Capa: istockphoto A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria
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Portos, shoppings, regatas, carne suína e uma aniversariante: tudo aqui
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última legislação para destravar o sistema portuário brasileiro era de 1993. Fazia tempo. 20 anos depois, em 2013, foi sancionada pela Presidência da República a nova Lei dos Portos, com o objetivo de modernizar os portos, aumentar a competitividade entre eles e, por conseguinte, da economia nacional. Economia que depende muito do bom funcionamento dos terminais de entrada e saída das riquezas nacionais. A Revista Portuária entende a necessidade da legislação, sabemos o quão importante será a nova regulamentação visando melhorar um setor fundamental que ficou obsoleto e está longe da eficiência de portos mundo afora. Entretanto, depois de entrevistas e conversas com empresários, portuários, economistas e estudiosos, notase que a nova lei nos encanta pelo propósito de modernizar os terminais, porém, precisamos entender que a legislação por si só não fará nenhum milagre com o restante da cadeia portuária. Será preciso melhorar muito a infraestrutura de estradas, ferrovias e acessos aos portos brasileiros. Será fundamental a desburocratização das instituições nacionais, fato que desmotiva os armadores, empresários, clientes e todos os laços da cadeia que penam na mão de quem deveria ser o elo de agilidade entre os produtos
daqui e os compradores de fora. Se, somado a nova Lei dos Portos, conseguirmos minimizar - pelo menos isso - esses dois gargalos que emperram toda a estrutura logística e econômica do país, então, talvez, poderemos almejar um país competente e qualificado no que se refere à cadeia portuária da nação. O problema é amplo. É esperar para ver, mas aqui você já vai saber o que precisa melhorar. Na edição de junho você também vai conferir uma entrevista exclusiva com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, personagem que foi decisivo numa conquista obtida pelo Estado em maio: a abertura do mercado japonês para a carne suína de Santa Catarina, depois de exaustivos sete anos de negociações. Não deixe de ler também, caro leitor, a reportagem que mostra o aquecimento do mercado de shoppings em Itajaí e Balneário Camboriú. Símbolos do poder de consumo de uma cidade ou região, os centros comerciais do litoral se consolidam, ampliam e atraem novos investimentos. Falamos ainda tudo sobre as próximas regatas a aportarem em Itajaí e um material especial sobre o aniversário da cidade, com detalhes do melhor dessa senhora de 153 anos. Antes, boa leitura. Depois, parabéns, Itajaí! Economia&Negócios • Junho 2013 • 3
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MELHORES E MAIORES Shoppings centers se espalham pelo Litoral Norte de Santa Catarina
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A futura bacia de evolução agradece Portos de Itajaí e Navegantes receberão investimentos dos governos estadual e federal
LEI DOS PORTOS: Tudo sobre a polêmica Medida que pretende Modernizar o setor Portuário
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POLO NÁUTICO INTERNACIONAL Itajaí será ponto de partida da regata Velas Latinoamérica 2014
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ÍNDICE
Parabéns pra você, Itajaí! Cidade completa 153 anos tendo enorme futuro pela frente
www.revistaportuaria.com.br Revista Portuária também está na web com informações exclusivas Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publicação, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acontece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é encaminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: jornalismo@revistaportuaria.com.br
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ENTREVISTA
JOSÉ ZEFERINO PEDROZO
O homem à frente do agronegócio catarinense conta tudo da economia do campo
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presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, está vinculado ao associativismo há mais de 35 anos, praticamente metade de sua vida, afinal, ele tem 71 anos. O mandatário da Faesc é graduado em Administração de Empresas e, dentre outras funções, presidiu o conglomerado Coopercentral Aurora Alimentos, o Sindicato Rural de Joaçaba, a Cooperativa Tritícola Rio do Peixe e o Sindicarnes. Um homem que tem lastro nas atividades do campo. Pedrozo é presidente do conselho de administração do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em Santa Catarina e vice-presidente de secretaria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, além de conselheiro em outras entidades. Foi deputado estadual por duas legislaturas. Hoje comanda a Faesc, federação que cuida dos interesses de uma das classes que mais têm contribuído para a economia catarinense. Isso fica claro numa conquista importante obtida por Santa Catarina em fins de maio: a abertura do mercado japonês para a carne suína de Santa Catarina – a única área livre de aftosa sem vacinação no Brasil. Pedrozo exalta que o fato cria expectativas positivas para a agroindústria barriga-verde, pois há cerca de dez anos as indústrias, os produtores rurais e o governo desenvolviam gestões diplomáticas e comerciais com esse objetivo. Objetivo foi alcançado em grande parte pela tenacidade de quem comanda o agronegócio catarinense, em especial o próprio Pedrozo. Pois é essa figura experiente, com profundo conhecimento da realidade rural catarinense e dos negócios na área, que concedeu uma entrevista exclusiva para a edição de junho da Revista Portuária, falando do campo, dos portos e da sonhada Ferrovia da Integração.
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Pedrozo aponta a crescente expressão social e econômica da cadeia produtiva do leite
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ENTREVISTA
DIVULGAÇÃO
Pedrozo lembra que Santa Catarina tem um status sanitário único por ser área livre de aftosa sem vacinação
“A qualidade da carne catarinense é reconhecida
mundialmente.”
Revista Portuária - No dia 24 de maio, o governo catarinense e o Ministério da Agricultura anunciaram que o Japão abriu seu mercado à carne suína produzida no Estado, depois de sete anos de negociações. O que permitiu a abertura desse mercado tão importante? Pedrozo - O fator determinante foi a estrutura de produção e de controle sanitário da cadeia produtiva da carne em Santa Catarina. Temos um status sanitário único porque somos área livre de aftosa sem vacinação. A qualidade da carne catarinense é reconhecida mundialmente. Os produtores rurais, as agroindústrias e o governo trabalharam em sintonia para chegar a esse resultado. Revista Portuária - Em sua opinião, a abertura do mercado japonês muda a suinocultura no país, já que deve alavancar as vendas da carne suína produzida em Santa Catarina? Pedrozo - Não muda, mas,
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confirma que estamos no caminho certo, o caminho da qualidade, do rigor sanitário e da qualificação de todos os elos da cadeia produtiva. Revista Portuária - Existe uma expectativa de qual será a demanda pela carne suína apenas para os japoneses? Pedrozo - A capacidade potencial do mercado japonês em comprar carne catarinense é grande, pois tratase do maior importador de carne suína do mundo com produtos de valor agregado. Acreditamos que o Brasil fornecerá aproximadamente 15% das importações daquele país asiático em 2013 e 2014. O Japão importa anualmente cerca de 800 mil toneladas do produto, representando cerca de US$ 5,5 bilhões. Os principais fornecedores são Estados Unidos e Canadá. Atualmente, o Brasil é o maior exportador de carne de aves in natura congelada para o Japão, com quase 90% de participação.
ENTREVISTA
Revista Portuária - Quais setores da agricultura e da pecuária catarinense despertam mais otimismo na Faesc em 2013? Por quê? Pedrozo - É inegável que, nesse momento, o segmento da carne esteja impregnado de otimismo. Além do anúncio oficial da abertura do mercado do Japão para a carne suína catarinense, produtores e empresários estão otimistas para o segundo semestre porque a Ucrânia e Rússia voltarão a comprar carne para suprir o consumo da população no rigoroso inverno europeu. Outro fator importante no mercado é 8 • Junho 2013 • Economia&Negócios
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o México. Problemas sanitários naquele país determinaram a redução da produção interna e, por isso, eles comprarão carne de frango catarinense. Os Estados Unidos abriram o mercado no ano passado, mas somente agora fecharam acordo com o Brasil para a emissão do certificado sanitário e três plantas catarinenses foram aprovadas para exportar. Há previsão de que em junho estará liberada a venda de carne suína para os Estados Unidos. Por outro lado, a Coréia do Sul, cuja missão esteve em Santa Catarina para conhecer as indústrias e o sistema produtivo agroindustrial, pode
No dia 24 de maio, o governo catarinense e o Ministério da Agricultura anunciaram que o Japão abriu seu mercado à carne suína produzida no Estado, depois de sete anos de negociações
ENTREVISTA
ser um grande comprador a partir do segundo semestre.
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Revista Portuária - Além da abertura do mercado japonês para a carne suína, existem mais motivos para que produtores e empresários estejam otimistas para os meses que se avizinham, tanto na agricultura como na pecuária? Pedrozo - Atualmente, nenhum produto agrícola catarinense enfrenta crise de preço ou de mercado. A rentabilidade de todos os produtos agrícolas continua alta, inclusive a maçã. As safras de milho, soja e fumo foram boas. Os preços da soja e do milho, que estiveram elevados em 2012, decaíram um pouco em face do aumento da oferta, mas a remuneração continua boa. O leite continua uma grande opção. O preço ao produtor está ótimo: mais de 1 real ao litro. Revista Portuária - O que o senhor, como presidente da Faesc, acha da polêmica aprovação da Lei dos Portos? Pedrozo - A Lei que trata da reforma e da abertura do sistema portuário brasileiro é fundamental para o nosso futuro, porque a situação do Brasil é dramática. Num ranking sobre qualidade dos portos em 142 países, estamos situados na 130ª posição, à frente apenas do Timor Leste, do Haiti, da Venezuela, do Tajiquistão e de mais alguns países de economia modesta. Desde a abertura dos nossos portos ao comércio internacional em 1808, o Brasil ainda não foi capaz de construir estruturas portuárias adequadas. A operação portuária no Brasil está muito distante das referências mundiais de eficiência e
O Japão importa anualmente cerca de 800 mil toneladas do produto, representando cerca de US$ 5,5 bilhões
produtividade. A Lei dos Portos reduzirá a ineficiência da logística portuária principalmente pela maior participação da iniciativa privada nas operações. O elemento fundamental é a quebra da dependência das empresas aos portos públicos. Portanto, aumentar a oferta
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ENTREVISTA
Com o aumento nas exportações, a tendência é de que o preço das carnes diminua para o consumidor final
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nos terminais privados é estimular a concorrência. Revista Portuária - É possível modernizar os portos brasileiros e, por consequência, diminuir os custos da logística nacional, apenas com os investimentos da Lei dos Portos? Pedrozo - Os terminais privados trabalham com capacidade ociosa em alguns meses do ano; os terminais públicos trabalham além da capacidade em todo o ano, justamente pela histórica falta de investimentos, pelo excesso de burocracia e ineficiências gerenciais. A Lei é o início da desconcentração portuária. Pode-se formar uma rede de portos interconectados e, ao mesmo tempo, concorrentes entre si, o que significa um maior aproveitamento do potencial brasileiro nessa área e uma formação de corredores logísticos globais a partir do interior do País. Revista Portuária - Qual a importância da Ferrovia da Integração para o oeste e o leste catarinense? Pedrozo - A economia catarinense precisa de duas ferrovias. A primeira é a norte-sul, ligando Chapecó ao centro-oeste do país. Ela é essencial 12 • Junho 2013 • Economia&Negócios
para transportar as 2,5 milhões de toneladas de milho e soja que Santa Catarina importa de Mato Grosso do Sul (MS) e Mato Grosso (MG). A proposta do governo é uma ferrovia que ligue Panorama (SP) ao Porto de Rio Grande (RS) passando por Chapecó. A segunda é a Ferrovia da Integração, também conhecida como Ferrovia do Frango, ligando o oeste de Santa Catarina ao Porto de Itajaí. Essas duas obras são essenciais para a competitividade mundial das agroindústrias. Revista Portuária - O senhor acredita que o traçado férreo seja con-
cluído até 2019? Pedrozo - O otimismo tomou conta do setor produtivo e da classe econômica do grande oeste catarinense com oficialização do edital da Ferrovia da Integração, assinado pelo ministro dos transportes em Chapecó, no mês de maio. A novidade é que o edital contempla três projetos em uma só licitação: o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, o estudo aerofotogramétrico e o projeto básico de engenharia. O prazo para os três trabalhos é de 22 meses e o valor do investimento do Ministério dos Transportes nesse edital é de 68,7 milhões
ENTREVISTA
de reais. Vamos ganhar tempo para poder iniciar a obra dentro de no máximo dois anos. A execução vai exigir no mínimo quatro anos. Existe, agora, uma clara e consistente vontade política para a execução dos projetos ferroviários em Santa Catarina.
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Revista Portuária - Como o senhor avalia o atual momento da economia catarinense? Pedrozo - Estamos vivendo um momento positivo, de expansão e crescimento em quase todos os setores. O desafio é suprir as deficiências de infraestrutura nas regiões produtoras, como o grande oeste catarinense. Emergencialmente, são necessárias a recuperação das rodovias e a construção de uma rede de armazéns. A médio prazo, a prioridade é a construção do sistema ferroviário ligando o este catarinense ao centro-oeste brasileiro e ao litoral catarinense. Revista Portuária - Como está a economia nacional nessa época de crise nos países desenvolvidos? Pedrozo - Nossa preocupação na esfera nacional está relacionada ao controle da inflação. A volta do processo inflacionário seria desastroso para o setor primário da economia brasileira. De outra parte, também nos preocupa o crescente nível das importações. A importação de bens de produção é positiva, porque permite modernizar a indústria nacional. Mas, a importação maciça de bens de consumo – como vem ocorrendo – enfraquece a indústria brasileira e elimina muitos empregos. •
Pedrozo deixa claro que a agricultura e a pecuária catarinense estão indo de vento em popa
Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis
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REGATA
POLO NÁUTICO INTERNACIONAL Itajaí será ponto de partida da regata Velas Latinoamérica 2014
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epois de sediar de forma inesquecível a Volvo Ocean Race, em 2012, Itajaí parece ter entrado definitivamente no cenário dos grandes polos náuticos internacionais. Prova disso é que depois da exemplar organização da maior competição náutica do mundo – os veleiros suecos da Volvo -, Itajaí já ganhou o direito de sediar mais três competições internacionais de vela: a regata Transatlântica Jacques Vabre, em novembro de 2013, a regata Velas Latinoamérica 2014, que acontecerá em fevereiro de 2014, e a 12° edição da Volvo Ocean Race, que vai passar novamente por aqui em abril de 2015. Ou seja, para os próximos anos o que não vai faltar são regatas grandiosas a colorir o Rio Itajaí-Açu e a movimentar a economia de Itajaí e região.
E entre as autoridades da cidade sobra confiança e otimismo para o desafio de organizar tantos eventos grandiosos em tão pouco espaço de tempo. O prefeito Jandir Bellini entende que o know-how adquirido na edição de 2012 da Volvo contribuirá significativamente para uma nova superação. “Em 2010, quando aceitamos o desafio de sediar a Volvo, não sabíamos o que viria pela frente. No entanto, tínhamos a certeza de que contaríamos com a garra e determinação de nossa população. E foi o que aconteceu. Itajaí se uniu em torno de um objetivo comum e realizamos uma das melhores paradas da regata. E em 2015 será ainda melhor, assim como a Jacques Vabre, a Velas Latinoamérica também será um sucesso”, garantiu Bellini. Nelson Robledo
Três regatas internacionais já estão agendadas para Itajaí até 2015 outras podem vir na esteira dos ventos 14 • Junho 2013 • Economia&Negócios
REGATA DIVULGAÇÃO
Bellini ressalta a importância de Itajaí ser o ponto de partida da regata Velas Latinoamérica 2014, o que consolida o município como um importante polo da vela internacional. “Já são três grandes eventos internacionais que temos agendados para os próximos anos – as regatas Transat Jacques Vabre em 2013, a Velas Latinoamérica 2014 no ano que vem e a Volvo 16 • Junho 2013 • Economia&Negócios
Ocean Race em 2015 – que projetam o nome de Itajaí em nível mundial e nos coloca como uma importante opção no universo náutico”, comemora Bellini.
Com veleiros das Marinhas Organizada pela Marinha da Argentina, a regata Velas
REGATA
Em 2015, novamente os veleiros da Volvo Ocean Race vão colorir as águas do Rio Itajaí-Açu
Latinoamérica 2014 reunirá veleiros escola de grande porte das marinhas do Brasil, Chile, Equador, Colômbia e Argentina. Itajaí será a largada do evento náutico, que se inicia no dia 11 de fevereiro, uma terça-feira, com o esquenta da regata a movimentar o município. A largada está programada para o dia 16, um domingo, quando as embarcações partem para um trajeto de 12 mil milhas náuticas (aproximadamente 23 mil quilômetros), que será executado em 134 dias. As embarcações navegarão juntas pelos mares da América do Sul e Caribe, passando por portos da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru, República Dominicana, Venezuela e Uruguai. “É uma grande satisfação para nós que Itajaí tenha sido escolhida para sediar esse importante evento náutico”, disse o delegado da Capitania dos Portos de Itajaí, capitão de Fragata Fernando Anselmo Sampaio Mattos. Segundo ele, o sucesso alcançado por Itajaí durante a edição de 2012 da Volvo Ocean Race, foi decisivo para que o município fosse escolhido pelos organizadores. “Disputamos a regata com municípios como Salvador, Rio de Janeiro, Recife, Fortaleza e Natal. A infraestrutura turística regional – uma vez que Itajaí está inserida em uma região com grande apelo turístico – aliada a expertise que o município vem adquirindo na realização de eventos náuticos, foi decisiva na escolha dos organizadores”, destacou o comandante. Mattos acrescenta que os veleiros participantes da regata têm mais de 70 metros de comprimento e poderão ser visitados pela comunidade durante a realização do evento, desde o dia 11 de fevereiro até o dia 16. “Mais do que uma competição, a Velas Latinoamérica 2014 é uma exibição de embarcações gigantescas e um momento de confraternização entre as marinhas dos países participantes”, complementa. O presidente do Comitê Organizador das Regatas em Itajaí, Amílcar Gazaniga, o maior entusiasta da consolidação de Itajaí como polo náutico, destaca a importância do resgate da vocação para os esportes náuticos e diz que esse é o segmento que vem trazendo impactos bastante positivos para o município. “São impactos na economia, turismo, desenvolvimento e, principalmente, a quebra de paradigmas, pois esse tipo de evento nos coloca em pé de igualdade com importantes municípios do Brasil e exterior”, diz Gazaniga. A regata nascida pros lados do Rio da Prata é realizada a cada quatro anos. A última parada na costa brasileira ocorreu no
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Os veleiros da regata transatlântica Jacques Vabre são diferentes dos usados na Volvo Ocean Race ano de 2010, com a inclusão do Rio de Janeiro no roteiro.
Jacques Vabre Criada em 1993, a Jacques Vabre era conhecida como a ‘A Rota do Café’, pois largava da França e chegava em Cartagena, na Colômbia. Ao longo dos anos, o percurso se modificou e, entre 2001 e 2007, o porto de chegada foi Salvador, na Bahia. Depois, mudou para Puerto Limon, na Costa Rica. A 20ª edição, em 2013, terá um percurso de 5.395 milhas náuticas (10 mil quilômetros) e sairá da cidade francesa de Le Havre em 3 de novembro e chegará a Itajaí 20 dias depois. Mais de 45 embarcações participam da disputa, que tem 20 anos de tradição na vela oceânica. Quatro classes participam da travessia: Mod70, Imoca60, Class40 e Classe Multi 50. Vale destacar que a Transat Jacques Vabre é um evento eco-responsável. As emissões de CO2 são compensadas por DIVULGAÇÃO
Eventos de vela serão rotineiros em Itajaí nos próximos anos 18 • Junho 2013 • Economia&Negócios
operações de reflorestamento nas florestas tropicais. A organização da Jacques Vabre está a cargo do município, por meio da Secretaria Municipal de Turismo, do governo do Estado e por um Comitê Central Organizador formado por representantes de diversos segmentos da sociedade. A parada brasileira da Jacques Vabre ocorrerá de 21 de novembro a 2 de dezembro. Até lá, representantes da regata devem voltar a Santa Catarina pelo menos mais uma vez.
Volvo Ocean Race Confirmada em janeiro como um dos portos de parada da edição 2014/2015 da Volvo Ocean Race, Itajaí receberá as embarcações em abril de 2015, três anos depois da primeira vez. Os barcos vão largar de Alicante, na Espanha, em outubro de 2014. De lá seguem para Recife, em Pernambuco, local da primeira parada da regata. Em seguida rumam para Oriente e Ásia. Depois chegam a Auckland, na Nova Zelândia, e cruzam novamente os Oceanos Pacífico e Atlântico para aportar em Itajaí, em março/abril de 2015. Mais uma vez Itajaí será um ponto estratégico para a Volvo Ocean Race sendo a primeira parada depois da passagem pelo temido e desgastante Cabo Horn, no Oceano Antártico, e que faz a divisão entre os oceanos Pacífico e Atlântico. Por lá as ondas chegam a 10 metros, os ventos a 100 quilômetros por hora e a temperatura a 40° graus negativos. Na última edição, apenas quatro dos seis veleiros conseguiram chegar velejando ao município, sendo que dois dos quatro aportaram dias depois. •
PORTOS
DO BRASIL
DIVULGAÇÃO
À frente do TESC, ele tem como meta fortalecer as atuais relações comerciais do Terminal e atrair novos clientes
FORTALECIMENTO Roberto Lopes dos Santos é o novo diretor superintendente do TESC em São Francisco do Sul O executivo Roberto Lopes dos Santos é o novo diretor superintendente do Terminal Portuário Santa Catarina (TESC), em São Francisco do Sul. Lopes veio do Grupo Libra, onde deixou o cargo de diretor comercial, e também já atuou como diretor geral da Libra Terminais Santos, Diretor Comercial da Libra Terminais Rio e diretor de operações do Terminal de Vila Velha, pertencente à Vale/Log In.
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À frente do TESC, ele tem como meta fortalecer as atuais relações comerciais do Terminal e atrair novos clientes. O executivo adianta que a eficiência operacional e comercial é determinante para buscar novos clientes e que o TESC vai apostar num conjunto de estratégias para aumentar sua participação no competitivo setor portuário em Santa Catarina. •
PORTOS
DO BRASIL
DESAFIOS Porto Itapoá lança o projeto CB² - Complexo da Baía da Babitonga Focado no desenvolvimento socioeconômico da região Norte de Santa Catarina, o Porto Itapoá participou, na última semana de maio, da reunião do Conselho de Desenvolvimento Regional (CDR), promovido pela Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) de Joinville. No encontro, realizado em São João do Itaperiú, o presidente do Porto Itapoá, Patrício Junior, fez uma apresentação do terminal, do canal de acesso e da Baía da Babitonga e seus desafios. Falou também sobre o futuro da região Norte, apresentando ao conselho o projeto “CB2 - Complexo Portuário da Babitonga”, que, entre outras coisas, destaca a importância de uma ferrovia que ligue os portos de Itapoá e São Francisco do Sul às regiões produtivas do país.
O tema foi muito bem visto por todos e agraciado de forma especial pela secretária Simone Schramm, tanto que na mesma reunião ela convidou o Porto Itapoá a ocupar um assento permanente na CDR. Este Conselho é formado pelos prefeitos, vereadores e representantes da sociedade civil dos municípios pertencentes à SDR Joinville (Itapoá, Garuva, São Francisco do Sul, Joinville, Araquari, Barra do Sul, Barra Velha e São João do Itaperiú). O Conselho é presidido pela Secretária de Desenvolvimento Regional, Simone Schramm, e também conta com a presença de deputados estaduais da região, entre eles Kennedy Nunes (PSD), Darci de Mattos (PSD) e Antonio Aguiar (PMDB). •
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Porto Itapoá é responsável direto pelo crescimento da economia no Norte de Santa Catarina
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MANUTENÇÃO Draga Catarina inicia operações no Complexo do Itajaí A draga Catarina, importada pela empresa Triunfo especialmente para a realização dos serviços de dragagem de manutenção das profundidades da bacia de evolução e canal interno em -14 metros do Complexo Portuário do Itajaí, e de 14,5 metros no canal externo; iniciou no dia 27 de maio suas operações. Os serviços de dragagem já vinham sendo realizados por outros equipamentos desde o início de outubro do ano passado e o começo dos trabalhos do novo equipamento tende a otimizar os serviços.
A draga Catarina é do tipo hopper, tem capacidade 2,4 mil metros cúbicos, comprimento de 83 metros e largura de 16 metros. “Com o início das operações desse equipamento, ocorrido na segunda-feira, 27, garantiremos o restabelecimento das profundidades posteriores a conclusão dos serviços de dragagem de aprofundamento, realizados pela Secretaria de Portos da Presidência da República, com recursos do Programa Nacional de Dragagem (PND)”, diz o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior. Segundo o superintendente, com maiores profundidades o Complexo Portuário do Itajaí poderá ampliar o volume médio de cargas operadas por navio. “A contratação da dragagem permanente também é uma necessidade para o porto, que por estar instalado em uma foz de rio, sofre constantemente com o acúmulo de sedimentos que são depositados pela ação natural da correnteza do rio”, acrescenta Ayres. •
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22 • Junho 2013 • Economia&Negócios
Draga Catarina já está operando no canal do Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu
PORTOS
DO BRASIL
DESENVOLVIMENTO Porto de Paranaguá recebe novo lote de peças gigantes As peças destinadas à fábrica de cimento Margem, em construção no município de Adrianópolis, estão chegando pelo Porto de Paranaguá. Vindos de 15 países diferentes, os primeiros volumes recebidos fazem parte do forno da indústria. Até o final do ano, estão previstas várias outras remessas, todas pelo porto paranaense. A unidade industrial da Margem Cimento, subsidiária da catarinense Supremo Cimento, no Vale da Ribeira, tem previsão de inauguração para 2014. Em maio, foram recebidas pelo Porto duas remessas de peças. Ao todo, foram 90 volumes, somando quase 800 toneladas, recebidos da China. No início de junho está previsto o recebimento de outras duas peças de grande porte para a fábrica. “Estamos cumprindo o compromisso que assumimos, em 2011, com o Governo do Estado do Paraná, em contribuir para o desenvolvimento do Estado – não apenas na região onde estamos nos instalando, mas, também, através do recebimento das peças da indústria todas pelo Porto de Paranaguá. Temos levado isso bem a sério”, afirma o coordenador de comércio exterior da empresa, Werner Neumann. De acordo com o diretor técnico da Administra-
DIVULGAÇÃO
24 • Junho 2013 • Economia&Negócios
ção dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Paulinho Dalmaz, o Porto de Paranaguá está preparado para receber todo tipo de carga especial e de projeto. “Essas cargas, apesar da dimensão, são cargas que exigem uma operação especializada: mão de obra qualificada, espaço disponível para manobrar as cargas e capacidade do piso. Tudo isso temos aqui no Porto de Paranaguá, além de logística para saída do terminal”, afirma. As peças estão ocupando o pátio do berço 208, do Porto de Paranaguá, até a liberação para poderem ser transportadas até o destino final, em Adrianópolis.
Indústria A indústria de cimento catarinense deve investir em Adrianópolis cerca de R$340 milhões. O projeto foi inserido no Programa Paraná Competitivo, que oferece incentivos fiscais e outros benefícios para empreendimentos que gerem empregos, especialmente nas regiões mais carentes do Estado. •
PORTOS
DO BRASIL
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Superintendente palestra no 28º Seminário Cooplantio Porto do Rio Grande já embarcou 3 milhões de toneladas de soja para o exterior O Porto do Rio Grande fechou, na última semana de maio, 3 milhões de toneladas de soja escoadas para o exterior. Nesta safra, mais de 3,5 milhões de toneladas do grão já chegaram no porto gaúcho. A soja foi transportada até os terminais graneleiros através de 86 mil caminhões, 9 mil vagões e 26 barcaças. Mais de 50 navios foram embarcados com o grão, tendo, em média, 63 mil toneladas por navio. Neste ano, a estimativa é de uma supersafra para o Estado com mais de
12 milhões de toneladas da oleaginosa, sendo que pelo Porto devem ser embarcadas cerca de 8 milhões de toneladas. A soja chega ao porto gaúcho por meio dos modais rodoviário (60%), ferroviário (30%) e hidroviário (10%). O monitoramento do escoamento e armazenagem estática estão sendo realizados pela Superintendência do Porto do Rio Grande (SUPRG), através de informações diárias provenientes dos terminais graneleiros Termasa, Tergrasa, Bianchini e Bunge. •
O Superintendente do Porto do Rio Grande, Dirceu Lopes, palestrou sobre “Logística para Grãos”, no dia 3 de junho, durante o 28º Seminário Cooplantio, em Gramado. O tema foi um dos destaques da mesa redonda “Economia, tendências e a agricultura do Sul do Brasil”. Para Lopes, o Brasil pode tornarse o maior produtor mundial de grãos. “Precisamos planejar, investir e articular nossa infraestrutura logística a fim de atender às necessidades produtivas do País com eficiência e de forma competitiva”. •
Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC Economia&Negócios • Junho 2013 • 25
PORTOS
DO BRASIL
Érica Luka
EXPANSÃO Portos.SC é apresentado na Alemanha No dia 4 de junho, a Federação das Indústrias do estado de Santa Catarina (Fiesc) e representantes dos portos catarinenses iniciaram a participação, como expositores na feira Transport Logistic, que aconteceu até o dia 7 de junho, em Munique, na Alemanha. O objetivo foi promover o programa Portos.SC, que visa divulgar no Brasil e no exterior os benefícios e as potencialidades do sistema portuário de Santa Catarina. O Programa foi lançado em abril e é uma ação conjunta dos terminais do Estado na busca de cargas, por meio de articulação liderada pela Fiesc. Santa Catarina elevou a participação no total de contêineres movimentados no Brasil de 13,46% em 2008 para 17,23% em 2012, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). No mesmo período, a participação do Estado no volume movimentado no país, em toneladas, subiu de 3,35% para 5,26%. Segundo levantamento da FIESC, está previsto investimento de US$ 1 bilhão nos 26 • Junho 2013 • Economia&Negócios
próximos anos para melhorar a infraestrutura, reforçar e realinhar berços, expandir terminais e comprar novos equipamentos. A feira alemã é um dos mais importantes eventos mundiais na área de transportes, logística, mobilidade, tecnologia e gestão da cadeia de fornecimento, que vem se expandindo de forma contínua ao longo das últimas décadas. Em 2013, o evento cresceu ainda mais, não só em termos de espaço de exposição, com a inclusão de um pavilhão de exposição adicional, totalizando 110 mil metros quadrados de área de feira, mas também em número de expositores - são mais de 2 mil vindos de 64 países. Neste ano a feira ocupou nove pavilhões divididos nos setores intralogística, telemática, comércio eletrônico e telecomunicações, sistemas de transporte de mercadorias e serviços logísticos, além da Air Cargo Europe, uma exposição e conferências no segmento de carga aérea mundial.•
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PORTOS
DO BRASIL
DIVULGAÇÃO
INVESTIMENTOS Colombo busca apoio aos portos de Santa Catarina junto ao governo federal O governador Raimundo Colombo participou no dia 4 de junho de uma audiência na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em Brasília, destacando a importância dos investimentos nos portos de Santa Catarina no cenário atual, favorecido pela abertura do mercado japonês para a carne suína catarinense. No encontro, representantes da (Antaq) prometeram agilidade no processo de regularização do Terminal Portuário da Seara - Braskarne, localizado junto ao Porto de Itajaí, e importante engrenagem na cadeia da exportação de carne catarinense. O Braskarne foi comprado pela gigante do agronegócio Marfrig juntamente com a aquisição da catarinense Seara, em 2009. O gerente jurídico da Seara/ Marfrig, Celso de Novaes destacou que a formalização do terminal junto à (Antaq), com a finalização de todas as questões burocráticas geradas pelo negócio
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entre as duas empresas, é um passo importante para o grupo “Queremos que o grupo mantenha seus planos de investimentos no terminal privado, que além da demanda da própria Marfrig, atende mais de 600 empresas”, comentou Novaes. O diretor da (Antaq), Pedro Brito, prometeu agilidade no caso, dando prioridade para que o processo seja resolvido o quanto antes. Colombo comemorou o apoio da ANTAQ, ressaltando o bom momento para o agronegócio catarinense no mercado internacional. “Vamos viver um ciclo espetacular, com aumento na produção e na exportação. Santa Catarina já é o maior produtor de carne suína do país e agora temos que nos preparar para os novos mercados, como o japonês. O momento de ganhar mercado é agora, por isso a importância dos investimentos nos portos”, afirmou o governador. •
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Sozinha não fa
LEI DOS PORTOS: TUDO SOBRE A POLÊMICA MEDIDA QUE PRETENDE MODERNIZAR O SETOR PORTUÁRIO 30 • Junho 2013 • Economia&Negócios
E
ssencial. Assim pode ser classificada a polêmica Lei dos Portos, que tem como objetivo modernizar os portos do país e ampliar os investimentos no setor. Setor portuário que há décadas carece de uma injeção de ânimo e maiores incentivos financeiros, tudo para escapar de uma realidade que faz o Brasil não possuir nenhum terminal entre os melhores e mais eficientes do mundo. É difícil ser competitivo em tempos de globalização tendo uma cadeia portuária arcaica. No Complexo Portuário do Itajaí-Açu, bem como em Santa Catarina, os portos encontram-se num cenário favorável
rá milagre
Ronaldo Silva Jr
A Lei dos Portos por si só não fará milagres no sistema portuário nacional
em relação a outros terminais brasileiros, visto que há terminais privados e parcerias público-privadas que já há algum tempo aceleram a atividade e movimentam a economia catarinense, como apregoa a nova legislação portuária. Dessa forma, a realidade do restante dos portos destoa da existente por aqui, e isso acaba por respingar em Itajaí, Navegantes, Itapoá, São Francisco do Sul e Imbituba. Numa cadeia como a portuária, que depende muito da logística e infraestrutura, se uma das pontas não estiver 100% amarrada aos outros terminais acontece o que vimos nos últimos meses pelo Brasil afora: filas e mais filas nos acessos aos terminais graneleiros, especialmente em Santos/ SP e Paranaguá/PR. Tudo isso fez com que a safra recorde de soja encontrasse dificuldades na hora de ser entregue ao comprador, o que inclusive provocou cancelamento de pedidos, abarrotamento de galpões de armazenagem e congestionamentos intermináveis de caminhões, o que exigiu enorme paciência dos motoristas. Mas e agora? A presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou, no dia 5 de junho, a nova Lei dos Portos brasileiros, mas vetou dez pontos do texto aprovado pelo Congresso. Entre os pontos vetados estão a criação de categoria de terminal indústria; proibição a empresas de navegação marítima de operarem terminais; obrigatoriedade de uso do Ogmo (Órgão Gestor de Mão-de-Obra) na contratação de trabalhadores embarcados; prorrogação de concessões em portos secos; obrigatoriedade para que
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LEI DOS PORTOS
Leonardo Thomé
contratos de concessões tenham prazo máximo de até 50 anos; vigilância nos portos feita apenas pela guarda portuária; dispositivos que tratavam da renovação dos contratos de arrendamentos celebrados antes de 1993; dispositivos que permitiam prorrogação de contratos de arrendamento
Juntos, professor Manoel, a esquerda, e professor Romeu, a direita, comandam os cursos de Logística, Comércio Exterior e Gestão Portuária
Executivo da Portonave aprova o texto final da Lei dos Portos, mas ressalta que a lei sozinha não trará competitividade O diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, respondeu três perguntas da Revista Portuária sobre a Lei dos Portos. 1) O que o senhor achou do texto final da Lei dos Portos? O texto final ficou bom. Os vetos impostos tornaram evidente o objetivo de criar condições para que se tenha uma maior competitividade no segmento portuário. O novo marco garante a segurança regulatória para atrair os necessários investimentos para o setor. 2) A Lei dos Portos tem como objetivo modernizar os portos do país. A medida por si só terá condições de baixar os custos de logística e melhorar as condições de competitividade da economia brasileira? A nova lei cria condições e abre novos caminhos para o desenvolvimento mais acelerado do setor. Porém, a missão para continuar modernizando os nossos portos não acaba por aqui. Temos pela frente a apreciação dos vetos, a necessária regulamentação e, principalmente, a ação para que a lei seja implantada de forma eficiente e célere. Neste período de transição e adaptação às novas condições, os agentes envolvidos deverão ter uma atenção ainda maior com todos os detalhes. Isto inclui, entre outros, as obras de infraestrutura em desenvolvimento, os processos de dragagem, acessos e manutenção de instalações. A nova lei por si só, e como em um toque de mágica, não trará de imediato uma redução de custos e maior competitividade. Mas a partir desta lei creio que podemos esperar uma expressiva expansão dos investimentos no sentido de modernizar e ampliar os nossos terminais. Temos ainda o desafio de integrar as estruturas portuárias a outras malhas de transporte, qualificar os trabalhadores e dinamizar a gestão. Investir na capacitação da mão de obra será a maior proteção que podemos proporcionar ao trabalhador portuário. Torná-lo apto a perceber as oportunidades e aumentar sua participação na atividade de forma eficiente. 32 • Junho 2013 • Economia&Negócios
Mas para que isso aconteça serão necessários investimento em educação continuada e programas de capacitação. Isto será um dos valores mais importantes a ser desenvolvido a partir do novo momento que se vislumbra para a atividade portuária. A adequação dos procedimentos de beira de cais aos modernos processos de produção visando simplificar e melhorar a administração de custos e dotar cada profissional dos conhecimentos técnicos necessários ao desempenho da função. Propiciar condições para o desenvolvimento de carreira, crescimento das pessoas e a preocupação com a segurança, para que o trabalhador portuário possa contribuir ainda mais para a excelência nas operações desenvolvidas em toda a costa brasileira. 3) Todos sabemos que o Brasil carece de infraestrutura e ainda é um país institucionalmente lento. Paralelo à MP dos Portos, o que poderia ser feito pelas autoridades para acabarem ou minimizarem esses gargalos? Precisamos de estruturas compactas e que tenham agilidade. O momento é de transformação e o país deve adotar medidas que facilitem o investimento capaz de promover um crescimento sustentável. A iniciativa privada será essencial para que este movimento ganhe força. A competitividade do nosso país está diretamente ligada a nossa capacidade de desenvolver a infraestrutura, a inovação, aos ganhos de produtividade, a qualificação dos nossos profissionais e aos padrões de eficiência na gestão. É fator determinante desenvolver ferrovias, aprofundar a discussão sobre o modal aquaviário, recuperar e ampliar as rodovias. Assim, seremos capazes de gerar inovação, criar condições para um crescimento consistente do nosso PIB, desenvolver empregos de qualidade e ser competitivos em nível global.
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firmados depois de 1993. Caberá ao Congresso examinar os vetos. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), informou que a data dependerá dos líderes partidários. “Vamos discutir com os líderes os critérios para apreciarmos os vetos”, afirmou.
Divulgação
Por que a mudança? A lógica do governo para defender tão ardorosamente a nova lei é que novos investimentos permitirão reduzir tarifas portuárias e diminuir o tempo de espera dos navios. A tese divide opiniões. Há entre os usuários dos portos quem concorde com o argumento do governo, mas também quem considere que uma maior oferta de capacidade não garante isoladamente a queda nas tarifas portuárias, uma vez que há reformas estruturais mais profundas a fazer. A Revista Portuária Economia & Negócios, no afã de ver nossos portos cada vez mais modernos e competitivos, traz para você tudo sobre a polêmica Lei dos Portos, o que vai mudar nas relações entre empresários e trabalhadores, a situação dos portos públicos e privados, e a expectativa das lideranças e estudiosos para o futuro com a legislação.
Os portos são o final da cadeia. E antes? Que os portos brasileiros carecem de investimento, isso é sabido. Ótimo que a Lei dos Portos venha tentar destravar essa realidade obsoleta.
Antonio Ayres acredita que com investimentos a Lei dos Portos será beneficia para toda a economia Entretanto, como analisa o economista Manoel Antônio dos Santos, os investimentos do governo federal e da iniciativa privada devem se concentrar em toda a cadeia logística, já que o porto é Antonio Ayres dos Santos
“É preciso que a medida aumente os investimentos, garanta a competitividade dos produtos brasileiros e aumente a eficiência dos portos, pois só assim poderemos comemorar a lei e dizer que ela foi benéfica ao sistema portuário nacional”
o final da cadeia. E antes? Pois é justamente o chegar aos terminais que muitas vezes atrasa a saída ou entrada de mercadorias no país. “O problema é de infraestrutura, ausência de armazéns, ferrovias, rodovias e muita burocracia. Nós temos que pensar em cadeia, sistema. Então, o porto é só uma parte da cadeia, e tem problemas. A lei vai tentar minimizar esses problemas”, expõe o professor Manoel, coordenador dos cursos de Comércio Exterior e Gestão Portuária na Univali, em Itajaí. Mesmo assim, aponta Manoel, a legislação vai ajudar desde que o investimento privado seja feito por cada vez mais empresas, tanto nacionais como internacionais. Manoel, carinhosamente chamado de Maneca pelos
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LEI DOS PORTOS
Ricardo Arten
“A APM não é contra o desenvolvimento nacional. Se a segunda abertura dos portos nacionais é importante para a economia, então que seja feita com isonomia de tratamento”
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Divulgação/Portonave
alunos do curso, exemplifica trazendo a realidade do Porto de Itajaí quando da municipalização, em fins dos anos 90. “Quando o governo deu no colo da prefeitura o porto, a prefeitura não tinha dinheiro. Teve que terceirizar, arrendar berços para a APM Terminals, daí sim veio o investimento. O Estado não tem condições de bancar os portos isoladamente”, entende Manoel, para dizer que a inércia das autoridades é o grande dilema para se fazer valer qualquer lei no Brasil. O engenheiro Antonio Ayres dos Santos, superintendente do Porto de Itajaí, afirma que, se forem cumpridas as promessas de investimentos e desburocratização do setor - o que aumentaria a competitividade dos portos brasileiros -, a aprovação da lei é positiva para a cadeia portuária. “É preciso que a medida aumente os investimentos, garanta a competitividade dos produtos brasileiros e aumente a eficiência dos portos, pois só assim poderemos comemorar a lei e dizer que ela foi benéfica ao sistema portuário nacional”, enumera Ayres, para corroborar Manoel no que se refere às obras de infraestrutura nos entornos de terminais e cidades. “A infraestrutura é importante. Por isso, estamos trabalhando na ampliação da bacia de evo-
lução, e desejamos o mais rapidamente possível que sejam retomadas as obras da Via Expressa Portuária, em Itajaí”, pontua Ayres. O superintendente da APM Terminals Itajaí, engenheiro naval e administrador de empresas Ricardo Arten, adverte que a legislação tem pontos positivos e outros um tanto quanto nebulosos, como a falta de isonomia em alguns pontos, exemplificado nas diferenças de exigências de contratação de mão de obra nos terminais públicos e privados. “É preciso isonomia de tratamento, porque a situação dos portos privativos e públicos precisa ser isonômica. A APM não é contra o desenvolvimento nacional. Se a segunda abertura dos portos nacionais é importante para a economia, então que seja feita com isonomia de tratamento”, cobra, dizendo que os portos privativos devem ter as mesmas obrigações que os portos públicos, tudo para que isso não penda a balança da competitividade para os terminais privados. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, avalia que a Lei dos Portos tem o intuito de reformar e abrir o sistema portuário brasileiro e isso é fundamental para o futuro do Brasil, uma vez que, destaca, num ranking sobre qualidade dos portos em 142 países, o Brasil situase na 130ª posição, à frente apenas do Timor Leste, do Haiti, da Venezuela, do Tajiquistão e de mais alguns países de economia modesta. “A Lei dos Portos reduzirá a ineficiência da logística portuária principalmente pela maior participação da iniciativa privada nas operações. O elemento fundamental é a quebra da dependência das empresas aos portos públicos. Portanto, aumentar a oferta nos terminais privados é estimular a concorrência”, observa Pedrozo, para quem a Lei dos Portos trará benefícios para toda a cadeia econômica nacional.
A lógica do governo é que novos investimentos permitirão reduzir tarifas portuárias e diminuir o tempo de espera dos navios
LEI DOS PORTOS
A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) é a favor da Lei dos Portos para aumentar a competitividade do setor portuário, o que influencia diretamente no desenvolvimento da indústria. O presidente da Fiesc, Glauco Côrte, lembra que um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) ranqueou o Brasil em último lugar quando o assunto é competitividade dos portos - entre 14 países que incluem Rússia, Índia e África do Sul. “O governo não tem recursos suficientes para investir na infraestrutura necessária para os portos. Por isso, a lei é indispensável para que haja novos investimentos no setor pela iniciativa privada”, pontuou Côrte.
Usuários Os usuários, no entanto, não têm tanta certeza sobre os benefícios contidos na lei. Luiz Henrique Baldez, presidenteexecutivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), afirma que as novas regras para os portos têm aspectos positivos que podem reduzir custos para os usuários. Mas diz que qualquer redução de tarifa vai depender da regulamentação da lei e da fiscalização das novas regras pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o órgão regulador do setor. As novas regras serão regulamentadas por decreto presidencial, via portarias da Secretaria Especial de Portos (SEP) e resoluções da
Antaq (o que não ocorreu até o fechamento desta edição).
Atrás dos anos perdidos Mesmo em Santa Catarina, que tem portos mais organizados que na maioria do Brasil, muita coisa ficou para trás no decorrer dos anos. A duplicação da BR-470, em Navegantes, a criação da Via Expressa Portuária, em Itajaí, e a retomada do projeto ferroviário são apenas alguns exemplos. Coordenador do curso de Logística da Univali, o professor Romeu Zarske de Mello diz que o Brasil sofre de crônica resistência à mudança, mesmo que essas Economia&Negócios • Junho 2013 • 35
LEI DOS PORTOS
mudanças sejam benéficas à maioria da população. “Um exemplo é o terminal Portonave que levou sete anos para sair do papel, a bacia de evolução que depende ainda de licenças ambientais e desapropriações, então, é uma série de coisas que acabam por emperrar todo o desenvolvimento dos portos e, por consequência, do país”, argumenta Romeu. Os portos de Itajaí e Navegantes alcançaram, em 2012, 85,8% da balança comercial catarinense (via marítima) e 4,54% da balança comercial brasileira (via marítima). Ainda assim, o governo estadual corre atrás de recursos para obras de melhorias como a da ampliação da bacia de evolução do Rio Itajaí-Açu. Conforme o governador Raimundo Colombo (PSD), a crise que se abate sobre os portos brasileiros também afeta os catarinenses, que sofrem com problemas de infraestrutura e, agora, com o impacto negativo da Resolução 13/2012 do Senado Federal, que unificou o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas operações interestaduais, com bens e mercadorias importados.
José Zeferino Pedrozo
“A Lei dos Portos reduzirá a ineficiência da logística portuária principalmente pela maior participação da iniciativa privada nas operações.”
no, menor preço e maior tonelagem. “O investidor quer ter o retorno do investimento”.
Portos precisarão aumentar capacidade em 40% para atender demanda Se mantidas as taxas de crescimento de 5% dos últimos anos, os portos brasileiros terão que aumentar sua capacidade de atendimento de 650 milhões de toneladas por ano, em 2012, para 900 milhões em 2017. O alerta
foi feito pelo presidente da autoridade portuária de São Francisco do Sul, Paulo César Corsi. O acréscimo de 40%, ou 32 milhões de toneladas por ano, equivale a um Porto de Santos a cada triênio. “A solução passa por maior investimento, mas não apenas em portos. É preciso aprimorar toda a cadeia logística, incluindo vias de acesso e armazéns”, defendeu Corsi, um estudioso da eficiência portuária terminais mundo afora. O presidente ainda enfatizou o fato do setor portuário ser responsável por 95% do volume do comércio exterior do Brasil. Para garantir a qualidade do serviço, um dos grandes desafios é manter a profundidade adequada ao tamanho do calado dos navios. Para isso, é preciso ações constantes de dragagem (retirada da areia excedente, que provoca o assoreamento). O assunto foi tratado pelo diretor do Departamento de Desempenho Operacional da Secretaria Especial de Portos do governo federal, Marcelo Werner Sales, que apresentou o Plano de Dragagem dos Portos
Os menores se darão bem Entretanto, além dos portos de Itajaí e Navegantes, a Lei dos Portos também beneficiará os outros terminais instalados a montante, como o Braskarne, o Trocadeiro e o Teporti. “A Braskarne, por exemplo, já é um terminal próprio mas agora ficou com a possibilidade de competir com outras cargas. A lei beneficia os terminais pequenos, o que reforça a competitividade entre eles”, resume o professor Romeu, acrescentando que os dois pontos da lei essenciais para aumentar a competitividade do setor portuário são o fim das cargas preponderantes e a possibilidade de investimento exter-
Só a Lei dos Portos conseguirá resolver os gargalos estruturais do Brasil Divulgação/Prefeitura de Itajaí
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LEI DOS PORTOS
Tanto Itajaí como Navegantes vão se beneficiar da Lei dos Portos Ronaldo Silva Junior
Brasileiros. Nele estão previstos investimentos de R$ 477 milhões para ações de manutenção do calado dos três portos públicos ou híbridos de Santa Catarina (Itajaí, Imbituba e São Francisco do Sul), nos próximos 10 anos. O processo, contudo, exigirá esforços extras devido a um problema global do setor: a falta de padrões estáveis do tamanho-médio dos navios. A dificuldade reside no fato das empresas armadoras preferirem embarcações cada vez maiores como forma de reduzir custos. Mas os projetos não conseguem acompanhar as rápidas mudanças de parâmetros. “Há dez anos, Itajaí embarcava 18 mil contêineres por mês. Hoje, um só navio já tem essa capacidade”, explica Sales.
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Ronaldo Silva Junior
LEI DOS PORTOS
Principais pontos da Lei dos Portos Arrendamento e concessões em portos públicos
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antém a obrigação de licitação para escolha de empresa concessionária ou arrendatária de bem público destinado à atividade portuária, mas elimina parágrafo do texto original que previa que a concessão poderia abranger, no todo ou em parte, a exploração de porto organizado (público) e sua administração.
Chamada pública
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Antaq também poderá fazer uma chamada pública para conceder aos interessados autorização para fixar instalação portuária em uma determinada região. As autorizações serão concedidas no caso de candidato único ou múltiplo, mas, no último, desde que as propostas não inviabilizem os projetos. Se for identificada essa possibilidade, a Antaq realiza processo seletivo para escolha da proposta. A Antaq, antes de expedir a autorização, deverá consultar autoridade aduaneira e a prefeitura da cidade.
Custo Brasil
H
oje os portos são um dos fatores críticos do chamado “custo Brasil”. Só a espera excessiva dos navios para atracar nos portos, a chamada “demurrage” ou (sobre-estadia) no bom português, aumenta os custos dos serviços de navegação no Brasil em cerca de US$ 700 milhões por ano, segundo um estudo do Banco Mundial de 2012 intitulado “Como reduzir os custos de logística de carga no Brasil”. Outro trabalho do Bird já havia mostrado que o custo logístico brasileiro seria de 15,4% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca do dobro do percentual nos Estados Unidos, de 8,5%. São essas distorções que o governo quer corrigir via Lei dos Portos e outras iniciativas para aumentar a produtividade do setor.
Portos Privados
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tualmente, fora de portos públicos, empresas são autorizadas a operar terminais próprios, mas, geralmente, só podem movimentar carga própria. Com a lei, passam a ser autorizadas a movimentar cargas de qualquer empresa.
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Portos públicos e estivadores
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etermina que os operadores portuários de portos públicos não poderão contratar trabalhadores temporários. E que os trabalhadores avulsos deverão estar inscritos em cadastro que ateste a sua qualificação profissional para desempenho das atividades relacionadas. Antes a contratação de estivadores necessitava da intermediação do Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), um órgão público. Agora, os terminais privados vão poder contratar trabalhadores pela CLT, sem essa intermediação, o que deve reduzir os custos operacionais.
MELHORES E MAIORES Shoppings centers se espalham pelo Litoral Norte de Santa Catarina Apesar de relativamente pequenas, Itajaí e Balneário Camboriú podem ser consideradas cidades efervescentes, até pela proximidade e diferenças que acabam por unir os dois municípios. A vida noturna intensa da região, a economia aquecida, a proximidade com cidades industrializadas e ricas, as belezas naturais, o bom gosto e o requinte de moradores e turistas litorâneos. Tudo isso ajuda na expansão de shopping centers na região, que vê surgir um novo projeto de centro comercial e a ampliação dos já existentes.
A
té o início dos anos 2000, a região tinha poucas opções de centros de compras, sendo mais famosos os comércios de rua, especialmente os localizados na Avenida Brasil, em Balneário, e no calçadão da Avenida Hercílio Luz, em Itajaí. Mas isso mudou sobretudo com o crescimento acelerado da região, onde a indústria portuária e do turismo dão as cartas. Símbolos clássicos do desenvolvimento de uma cidade, shopping centers são o retrato acabado de como o crescimento econômico de municípios reflete na capacidade de consumo do cidadão. Consumo, dinheiro e locais badalados para passear, olhar vitrines e
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deixar o tempo passar. Essa série de fatores foi o que proporcionou o surgimento de locais como o Itajaí Shopping e o Balneário Shopping, que agora passam ambos por ampliação para atender as exigências do público, que deseja espaço, comodidade e opções cada vez melhores e maiores. No entanto, além de shopping centers tradicionais, surgem e consolidam-se centros de compras voltados para segmentos específicos, como o Casa Hall Shopping, que tem foco em decoração. Nesta reportagem você vai ficar por dentro de tudo que lhe espera no quesito centros de compras em Itajaí e Balneário para 2013 e anos se-
guintes.
Sucesso de público desde a inauguração, Balneário Shopping vai dobrar de tamanho Inaugurado em outubro de 2007, o Balneário Shopping fez sucesso desde o seu nascimento. Por isso, em pouco mais de cinco anos de mercado, já tiveram início as obras de expansão do local, que fica numa região estratégica da cidade, perto da BR-101, do centro e de Camboriú. Até outubro de 2014,
MELHORES E
MAIORES
prazo previsto para a conclusão da ampliação, o shopping vai dobrar de tamanho, ganhando mais 19,9 mil m² de Área Bruta Locável (ABL) – hoje são 23,4 mil m². Com isso, o shopping será o segundo maior do Estado (43,3 mil m2 ABL), atrás apenas do Continente Park, em São José, com 44 mil m² de ABL. A expansão será vertical, ou seja, o shopping terá dois pavimentos. “O Balneário Shopping já foi construído pensando em sua ampliação, portanto toda a estrutura já foi preparada para isso”, diz o superintendente do shopping, Marcos Erichsen. A estrutura metálica e a cobertura do segundo pavimento devem estar prontas e instaladas até o final deste ano.
O investimento na expansão é de R$ 150 milhões. O projeto de expansão do Balneário Shopping prevê uma nova fachada com proposta minimalista, ambientes integrados e modernos nos dois pavimentos, alterações no pavimento já existente, tudo para transformar o centro de compras em algo ainda mais moderno e integrado a realidade dos consumidores do Litoral Norte de Santa Catarina e turistas de todo Brasil. A lotérica e os caixas eletrônicos estão sendo montados no piso superior, dando maior espaço para vagas de garagem e melhor acesso ao shopping. As futuras lojas terão o maior pé
O shopping hoje é referência em toda a região litorânea do Vale do Itajaí e recebe um fluxo anual de 9 milhões de pessoas
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Leonardo Thomé
MELHORES E
MAIORES
Leonardo Thomé
Inaugurado em outubro de 2007, o Balneário Shopping foi o segundo empreendimento do Grupo Almeida Junior em Santa Catarina e é considerado um case de sucesso por sua maturação precoce
A lotérica e os caixas eletrônicos estão sendo montados no piso superior, dando maior espaço para vagas de garagem e melhor acesso ao shopping 42 • Junho 2013 • Economia&Negócios
direito externo de shopping centers brasileiros, um grande diferencial que vai passar ao consumidor extrema agradabilidade. O Balneário Shopping terá mais cinco lojas âncoras, cinco semi-âncoras, três megalojas, 66 lojas satélites, praça gourmet com cinco restaurantes, um café, mais três salas de cinema, sendo uma VIP, academia de ginástica, banheiros família com espaço para amamentação e alimentação de bebês no mesmo padrão dos shoppings Continente e Neumarkt. A expansão ainda terá passarelas com cafés gourmets e haverá mais seis escadas rolantes. Todos os corredores terão skylights, permitindo a passagem da luz natural. O projeto arquitetônico leva assinatura do renomado arquiteto Manoel Dória, da Dória Lopes Fiuza Arquitetos Associados, que também é responsável pelo projeto original do shopping.
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Divulgação
MELHORES E
MAIORES
Detalhes do projeto
Balneário Shopping: A expansão será vertical, ou seja, o shopping terá dois pavimentos
R$ 150 milhões de investimento A Área Bruta Locável (espaço destino à comercialização) quase dobrará de tamanho, passando de 23,4 mil metros quadrados para 43,3 mil metros quadrados
A obra, que começou em junho de 2013, tem previsão para durar um ano e meio. A inauguração deve ocorrer em outubro de 2014
neário. A obra será a inversão do sentido de tráfego das duas faixas da Avenida Santa Catarina (passando para sentido centro) e a inversão da faixa da Avenida das Flores que leva ao Centro, fazendo com que esta via passe a operar com todas as faixas na direção da BR-101.
Leonardo Thomé
Será criado um segundo piso do shopping, que já foi construído visando a ampliação vertical
O superintendente Marcos Erichsen adianta que durante todo o período de obras o Balneário Shopping funcionará normalmente. Haverá alterações nos acessos aos estacionamentos em função da obra no sistema viário das Avenidas das Flores e Santa Catarina, que estão sendo realizadas pela prefeitura de Bal-
A fachada será modificada e as áreas internas passarão por adequações à nova arquitetura do shopping O novo pavimento será construído com armações de metal, sem mudar a rotina do shopping A ampliação abrigará espaços de lazer, academia, cinema, restaurantes e lojas 44 • Junho 2013 • Economia&Negócios
O Balneário Shopping foi o segundo empreendimento do Grupo Almeida Junior em Santa Catarina e é considerado um case de sucesso por sua maturação precoce
MELHORES E
MAIORES
Por causa da obra, todos os acessos ao shopping vão passar por modificações com a inversão de função entrada/saída. As mudanças serão feitas em etapas, proporcionando continuidade no trânsito do entorno e acesso ao shopping.
Sucesso desde sempre O Balneário Shopping foi o segundo empreendimento do Grupo Almeida Junior em Santa Catarina e é considerado um case de sucesso por sua maturação precoce. O shopping hoje é referência em toda a região litorânea do Vale do Itajaí e recebe um fluxo anual de 9 milhões de pessoas. Tem atualmente cerca de 150 operações e um mix voltado para atender as classes A e B. Sua localização com fácil acesso pela BR 101 atrai moradores de cidades da região e turistas. Divulgação
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Divulgação
MELHORES E
MAIORES
Patrick Formosinho
Entre as novas operações, já estão confirmadas quatro âncoras, a primeira loja da Riachuelo na região, a loja da Renner, a loja da Studio Z e a Paquetá
Itajaí Shopping é outro a iniciar projeto de expansão
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Patrick Formosinho
O investimento será de R$ 80 milhões e tem sua conclusão prevista para abril de 2014
m pouco mais antigo, mas também querendo se repaginar, o Itajaí Shopping já está em obras para praticamente triplicar de tamanho. Também inaugurado em outubro, mas do ano 2000, o empreendimento, administrado pelo Grupo Tacla, deu início a um audacioso projeto que consiste em aumentar o tamanho do shopping e entregar à população de Itajaí um espaço de compras totalmente revitalizado, com novas opções de lojas e áreas de lazer. O investimento será de R$ 80 milhões e tem sua conclusão prevista para abril de 2014. O projeto prevê a ampliação do espaço, dos atuais 18 mil metros quadrados de área total para 49 mil metros quadrados, gerando um crescimento de 80% na área bruta locável, que passará a ter 20 mil metros, e irá abrigar 140 lojas, um incremento de 42 unidades, divididas em três pisos. Entre as novas operações, já estão confirmadas quatro âncoras, a primeira loja da Riachuelo na região, a loja da Renner, a loja da Studio Z e a Paquetá. Segundo o superintendente do Itajaí Shopping, Hamilton Bernardo Pereira, o objetivo do projeto é oferecer a população e ao mercado varejista da região, um dos melhores e maiores centros de consumo e lazer do Vale do Itajaí.
MELHORES E
MAIORES
“O início da operação das lojas âncoras na cidade, com a vinda de três consolidadas lojas de departamentos, como a primeira Riachuelo, a Renner e a Studio Z, fortalecem o mercado varejista de Itajaí, além de atender as necessidades dos consumidores, que não precisarão mais deslocar-se para outras regiões para realizar as compras de produtos destas grandes redes”, declara.
Cinema 3D e gastronomia Nesta reformulação estão previstas melhorias significativas nas opções de lazer e gastronomia, como quatro salas de cinema Stadium 3D e quatro restaurantes com vista para o canal do porto, tudo isso dentro de uma área de paisagismo diferenciada. Para abrigar confortavelmente um fluxo médio previsto de 450 mil pessoas por mês, o estacionamento será dimensionado para comportar 700 carros, o que gera 2.800 vagas rotativas dia. “A fachada também será revitalizada e as áreas internas serão reformadas para seguir um novo padrão arquitetônico em todo o shopping”, declara. O superintendente diz ainda que o Shopping continuará funcionando durante toda esta fase de expansão.
Ficha Técnica (Após expansão) • Área total: 49 mil m² • Área Bruta Locável (ABL): 20 mil m² • Pisos de lojas: 03 • Lojas: 140 • Âncoras: 10 • Vagas de estacionamento: 700 • Salas de cinema: 04 • Fluxo médio de pessoas/mês: 450.000
Números só da expansão • + 31.500 mil m² de área construída • + 42 lojas • + lojas exclusivas • + 04 Lojas âncoras • + 04 salas de cinema Stadium 3D • + 04 Restaurantes com vista para o canal do porto • + 450 vagas no estacionamento • + área de paisagismo diferenciada
Economia&Negócios • Junho 2013 • 47
Divulgação
MELHORES E
MAIORES
Novo centro de compras vai trazer investimentos e gerar empregos em Itajaí
Itajaí vai ganhar um novo shopping center nos próximos anos
N
ão bastasse o Itajaí Shopping triplicar de tamanho, agora o município deve ganhar um novo shopping center. Chamado La Vida Shopping Center, o projeto do centro comercial prevê sua inauguração para 2015. O shopping será construído pelo grupo português Fitout em parceria com o Grupo Mendes Sibara, e deve estar integrado a um grande complexo
que prevê hotel e centro empresarial com escritórios. O empreendimento La Vida Shopping Center está previsto para ser construído em terreno no entroncamento da BR-101 com a Avenida Contorno Sul, no acesso Sul de Itajaí. No total, a obra deve ter 150 mil metros quadrados de área construída, em investimento de R$ 325 milhões. Só o shopping vai oferecer 38 mil meLeonardo Thomé
tros quadrados de área bruta locável em cerca de 240 lojas, sendo um hipermercado, 16 grandes lojas (âncoras), nove salas de cinema e praça de alimentação com 30 operações. Em todo o empreendimento devem ser gerados, segundo os investidores, 4 mil empregos, sendo 2,8 mil só no shopping center. A expectativa é de que o alvará definitivo do empreendimento saia nas próximas semanas. Assim, a previsão para o início da construção é o fim de junho, com término em 18 meses.
Segmentado
A BMW se prepara para montar uma loja conceito das motos da empresa dentro do Casa Hall 48 • Junho 2013 • Economia&Negócios
Maior shopping de decoração do Sul do Brasil, o Casa Hall confirmou em maio a ocupação de 100% de sua Área Bruta Locável (ABL), que corresponde à soma de todas as áreas disponíveis para locação. Inaugurado em 2007 em Balneário Camboriú, o shopping chegou a sua consolidação no curto prazo de cinco anos. Hoje o shopping é sinônimo de alto luxo e abriga as melhores marcas do setor. Conforme a diretora do Casa
MELHORES E
MAIORES
Leonardo Thomé
Leonardo Thomé
Hall Shopping, Elizabeth Schwarz, o centro de compras foi concebido para o mercado decorativo de alto luxo, pois, reforça, esse segmento de mercado está em alta em Balneário e região. “O público aqui da região é muito exigente, se você entrar nas lojas do shopping você vai ver o alto nível das lojas, do atendimento e dos clientes, porque é esse serviço premium que atrai as pessoas para o shopping”, expõe Elizabeth.
Novas lojas
Elizabeth Schwarz, diretora do Casa Hall Shopping, diz que a região é o lugar certo para a expansão de shoppings
O Casa Hall Shopping inaugurou recentemente o Mc Donald’s Drive Thru e em breve o shopping receberá as operações do Espaço BMW e as lojas Larco Home e Cama Pimenta. O espaço BMW Motorrad será uma referência na oferta de motos de alto padrão. Com projeto elaborado pela matriz na Alemanha, será uma loja conceito no Brasil, com espaço de interação entre clientes. •
Maior shopping de decoração do Sul do Brasil, o Casa Hall confirmou em maio a ocupação de 100% de sua Área Bruta Locável
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A futura bacia de evolução agradece
A nova bacia de evolução do Rio Itajaí-Açu e a readequação do molhe Norte do mesmo rio, são fundamentais para que a região possa receber navios de maior porte
PORTOS DE ITAJAÍ E NAVEGANTES RECEBERÃO INVESTIMENTOS DOS GOVERNOS ESTADUAL E FEDERAL Uma obra fundamental para Itajaí e Navegantes que, agora, parece ter condições de ser viabilizada. A nova bacia de evolução do Rio Itajaí-Açu e a readequação do molhe Norte do mesmo rio, trabalhos fundamentais para que a região possa receber navios de maior porte, ganharam importantes aliados nas esferas estadual e federal na primeira semana de junho. Os avanços se deram depois que o governador Raimundo Colombo (PSD) encontrou-se, em Brasília, com a Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o ministro interino da Secretaria dos Portos, Mario de Lima Junior. Serão R$ 287 milhões em investimentos, sem contar as desapropriações necessárias, beneficiando diretamente os Portos de Itajaí e de Navegantes. A primeira etapa da obra ficará sob responsabilidade do Estado, exigindo investimentos de R$ 122 milhões. O trabalho consiste em demolição, escavação e remoção nas margens do rio; montagem da fundação; e remoção total dos molhes da área. A desapropriação e realocação das famílias afetadas estão ocorrendo sob a responsabilidade das prefeituras de Itajaí e de Navegantes, e pela Portonave (Porto de Navegantes), a um custo estimado de outros R$ 30 milhões. Na segunda etapa, será necessário fazer a readequação do molhe Norte, na entrada do Rio Itajaí, trabalho que exigirá também a dragagem do canal de navegação e o urbanismo do local. Para essa etapa, os recursos previstos são de R$ 165 milhões, a serem garantidos pelo governo federal. A obra é necessária para a superação do limite ope52 • Junho 2013 • Economia&Negócios
racional do canal do Rio Itajaí. A situação atual não permite a entrada de embarcações maiores do que 306 metros de comprimento, o que impede acomodar os novos navios cargueiros (como a classe New Panamax, com 366 metros). Os recursos para a parte de SC estão garantidos e, na audiência, a ministra Gleisi se comprometeu em encaminhar o processo para a inclusão da segunda etapa da obra no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. “São obras fundamentais para receber os navios de grande porte, que são aqueles que estão dominando o mercado. Se isso não for feito, os portos Itajaí e Navegantes se desatualizam e perdem vigor. Com esses investimentos, vamos nos modernizar e aumentar muito a capacidade de operação dos portos da região”, destacou o governador Raimundo Colombo.
Imbituba e São Francisco do Sul O governador também tratou do futuro dos Portos de Imbituba e de São Francisco do Sul, reconfirmando o interesse em manter os dois portos sob gestão do Governo do Estado. “O Porto de São Francisco está confirmado sob nossa gestão. Trata-se de um porto com um papel estratégico para Santa Catarina. Já para o Porto de Imbituba, ainda serão feitos estudos pelo governo federal para avaliar o desempenho local e o melhor caminho a ser seguido. Em princípio, a tendência é que ele seja licitado para a iniciativa privada. Mas isso ainda não está definido. Serão feitos estudos e nós vamos garantir um acompanhamento do caso”, explicou Colombo. •
Governador Raimundo Colombo anunciou a revogação do decreto que altera a lei do ICMS Em fins de maio, o governador Raimundo Colombo (PSD) anunciou a revogação do decreto 1.357, do governo do Estado, que altera a lei do ICMS. A mudança retira das micro e pequenas empresas a obrigação de recolher a diferença do imposto estadual no caso de mercadorias adquiridas fora de Santa Catarina, em estados com alíquotas menores de ICMS. “O comércio lojista movimenta uma fatia importante da economia catarinense, e o governo quer impulsionar ainda mais o crescimento deste setor. O Estado é parceiro do segmento e para estimular as vendas e proporcionar preços competitivos vamos cancelar a aplicação do decreto 1.357”, declarou o governador. O anúncio foi aplaudido de pé pelos 1.200 participantes do evento. Antes de entrar em vigor no dia em 1º de fevereiro de 2013, o decreto nº 1.357 exigia o recolhimento do imposto apenas pelas grandes e médias empresas. Com a suspensão da vigência do decreto o governo es-
A mudança retira das micro e pequenas empresas a obrigação de recolher a diferença do imposto estadual no caso de mercadorias adquiridas fora de Santa Catarina, em estados com alíquotas menores de ICMS
tadual atende à solicitação da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina em revogar a medida. •
Definida a lista de frigoríficos habilitados a exportar carne suína ao Japão
Saiu a lista dos frigoríficos catarinenses autorizados a exportar carne suína para o Japão
Santa Catarina tem oito frigoríficos habilitados a exportar carne suína ao mercado japonês. A lista das indústrias foi elaborada pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e aprovada pelo governo japonês. Foram habilitados para atender o mercado nipônico os frigoríficos BRF (Campos Novos e de Herval D’Oeste), Seara (Seara e de Itapiranga), Pamplona (Rio do Sul e de Presidente Getúlio), Aurora (Chapecó) e o Sul Valle (São Miguel do Oeste). “É o passo decisivo para o início das exportações da carne suína catarinense para o mercado
japonês. Esses frigoríficos atendem requisitos solicitados pelas missões japonesas que estiveram no Estado nos últimos anos”, comemorou o secretário da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues. No final deste mês de junho, o governador Raimundo Colombo e o secretário João Rodrigues, além de empresários da suinocultura, vão acompanhar a presidente Dilma Rousseff em visita oficial ao Japão. A comitiva brasileira deve se reunir com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, e participar de uma reunião com empresários japoneses. A viagem está prevista para os dias 27 e 28 de junho. •
Economia&Negócios • Junho 2013 • 53
Parabéns pra você, Itajaí! Cidade completa 153 anos tendo enorme futuro pela frente
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Ronaldo Silva Jr
O
rio e o mar são a essência de Itajaí, cidade que aniversariou neste mês de junho. Ao completar 153 anos de vida, o município se firma como potência econômica, turística e náutica de Santa Catarina e, em breve, do Brasil. Pois essa é a Itajaí do Complexo Portuário, da economia robusta, das regatas internacionais, da avenida que margeia o rio e será um
centro de atrações voltadas para atividades náuticas. Itajaí é tudo isso e muito mais, afinal, basta caminhar pelas ruas arborizadas do município para entender que dificilmente outra cidade catarinense é tão bem resolvida de vida, com pessoas simpáticas e alegres, que vibram por viver num lugar ao mesmo tempo belo e promissor no que se refere ao seu futuro e de seus moradores.
Economia&Negócios • Junho 2013 • 55
Parabéns pra você, Itajaí! Nelson Robledo
A ECONOMIA
Impulsionada pela atividade portuária, Itajaí teve o maior índice de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 para 2010, ano dos últimos dados disponíveis. Localizada na foz do Rio Itajaí, o município tem uma população fixa de aproximadamente 190 mil habitantes, de acordo com números do IBGE. O PIB de Itajaí cresceu 39,9% no período destacado acima, passando de R$ 10,88 bilhões para R$ 15,23 bilhões. Analisando a realidade de Itajaí, o município tem o segundo maior PIB de Santa Catarina e PIB per capita de R$ 63.170,75 (IBGE 2009). A taxa de desemprego da cidade é a mais baixa de Santa Catarina, de 1,08 (IBGE 2010), enquanto a média estadual é de 7,9. Já o último Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) apurado foi de 0,849 (PNUD/2000), um dos melhores de Santa Catarina.
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Parabéns pra você, Itajaí! Ronaldo Silva Jr
AS REGATAS E A VOCAÇÃO NÁUTICA
O PORTO Estrategicamente localizado em um dos principais entroncamentos rodoviários do Sul do Brasil, distante poucos quilômetros das rodovias BR-101 e BR-470, hoje o Complexo Portuário do Itajaí-Açu ocupa a segunda posição no ranking brasileiro de movimentação de contêineres e opera mais de um milhão de TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés). As infraestruturas aquaviária e terrestre são também diferenciais do Complexo Portuário do Itajaí. Formado pelo Porto Público e APM Terminals Itajaí, na margem direita, mais Portonave S/A Terminal Portuário Navegantes, na esquerda, o Porto Organizado conta ainda com outros terminais instalados a montante. O calado é de 14 metros e as atuais condições possibilitam operações com navios de até 305 metros de comprimento, com 45 de boca. No entanto, a construção de nova bacia de evolução, em fase de projeto, possibilitará que Itajaí receba navios com até 366 metros. “Com a nova bacia de evolução, estaremos operando em condições de igualdade com grandes portos do mundo”, acrescenta o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior.
Itajaí está novamente incluída no roteiro da edição 2014/2015 da Volvo Ocean Race (VOR), a mais importante regata do planeta. Além dela, estão confirmadas outras duas regatas internacionais entre esse ano e o próximo. Em novembro de 2013, aportará no município a regata Transatlântica Jacques Vabre e, em fevereiro de 2014, a regata Velas Latinoamérica 2014, com embarcações das Marinhas da América Latina. O presidente do Comitê Central Organizador das regatas em Itajaí, Amílcar Gazaniga, destacou que o município não poupará esforços para oferecer o melhor aos competidores das três regatas internacionais e que a comunidade de Itajaí e região receberão os velejadores de braços abertos. Na edição itajaiense dos eventos náuticos, em comum o fato de o local de realização dos três ser a Vila da Regata, onde ocorreu a etapa brasileira da Volvo Ocean Race em 2012, o Centreventos Itajaí e também parte da área do Saco da Fazenda, local que abrigará o Complexo Náutico e Ambiental de Itajaí, a tão aguardada Marina do Saco da Fazenda. O secretário de Estado de Desenvolvimento Sustentável, Paulo Bornhausen, lembra ainda que a estrutura náutica que ficará de legado em Itajaí, principalmente depois da Regata Transatlântica Jacques Vabre e de mais uma edição da Volvo Ocean Race, poderá ser aproveitada por alguma equipe de vela ou remo que vá disputar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (RJ). “Itajaí terá totais condições de servir de concentração para seleções que venham disputar o remo e a vela nas Olímpiadas”, acredita Paulinho.
María Muinã
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Parabéns pra você, Itajaí! www.schurmann.com.br/
INSTITUTO KAT SCHÜRMANN NA AVENIDA BEIRA-RIO O Instituto Kat Schürmann, de propriedade da tradicional família de velejadores, será erguido na Avenida Beira-Rio, alguns metros distante do futuro Complexo Náutico e Ambiental do Saco da Fazenda e do Centreventos. Dessa forma, toda a região do entorno do Saco da Fazenda estará voltada às atividades náuticas, transformando aquele lugar definitivamente num símbolo de uma cidade que, cada vez mais, se consolida como polo náutico planetário. O patriarca dos Shürmann, Vilfredo, comentou estar feliz e motivado com a implantação de um braço do instituto Kat Schürmann - Katherine Schürmann, menina que foi adotada pela família de navegadores e veio a falecer em 2006 – em Itajaí. Ele afirma que o espaço na Avenida Beira-Rio será mais voltado para observação de espécies marinhas. “Em Bombinhas, trabalharemos mais a pesquisa dos animais marinhos, da vida marinha. Aqui, em Itajaí, vamos focar na observação do que foi pesquisado”, expõe Vilfredo Schürmann. As obras do Instituto Kat Schürmann já começaram. A entrega do instituto está prevista para ocorrer até novembro de 2013, quando a família partirá para uma nova expedição por rotas atribuídas aos chineses ao redor do planeta. Provavelmente, durante a Jacques Vabre o instituto já esteja funcionando para ser mais um atrativo aos visitantes de todo mundo que estarão na cidade.
O Consórcio KL Viseu, de Joinville, formado pelas empresas Karlos Gabriel Lemos ME. e a Construtora Viseu Ltda., que venceu a licitação para construir e explorar o Complexo Náutico e Ambiental de Itajaí (Marina do Saco da Fazenda), aguarda que seja feito o trabalho de dragagem no Saco da Fazenda, o que deve começar já neste mês de junho. Após a dragagem, que pode levar até quatro meses para ser concluída, a empresa tem 18 meses para entregar a obra completa. Karlos Gabriel Lemos, representante do consórcio, ressalta que o complexo não será uma marina tradicional. “Não pretendemos construir uma marina nos moldes tradicionais, mas sim um porto esportivo, no qual a comunidade possa ter acesso e usufruir de áreas comuns”, diz. No total serão investidos R$ 38,5 milhões na Baía Afonso Wippel, em uma área disponível de 10,33 mil m² em terra e 120,9 mil m² de espelho d´água. São ainda mais 12,39 mil m² para aterro hidráulico. O projeto prevê 854 vagas para embarcações, sendo 126 secas e 731 molhadas. O prazo de concessão é de 25 anos, prorrogável por igual período.
COMPLEXO NÁUTICO E AMBIENTAL DO SACO DA FAZENDA Divulgação
Economia&Negócios • Junho 2013 • 59
Coluna Mercado Fim do Decreto 1.357 é bem recebido pela CDL e Sincomércio de Balneário Camboriú
De acordo com o presidente da CDL, José Roberto Cruz, o Beto, a decisão do governador é mais uma vitória da mobilização da sociedade
A decisão do governador Raimundo Colombo em revogar o Decreto 1.357, que instituiu o diferencial de alíquotas para produtos comprados pelos empresários fora do território catarinense (Difa), agradou a direção da Câmara de Dirigentes Lojistas de Balneário Camboriú (CDL) e do Sindicato do Comércio Varejista (Sincomércio). De acordo com o presidente da CDL, José Roberto Cruz, o Beto, a decisão do governador é mais uma vitória da mobilização da sociedade. A CDL e o Sincomércio participaram da mobilização, no sentido de pressionar o governo para que revogasse o decreto. “Isso prova que a sociedade pode alcançar resultados quando mobilizada”, acrescenta Beto Cruz. O anúncio da revogação do decreto foi feita em Blumenau durante a abertura da 45ª Convenção Estadual do Comércio Lojista. Colombo lembrou que o país vive uma “guerra fiscal” entre estados, mas que a tentativa do Governo Federal de unificar as alíquotas do ICMS em 4% não está dando resultado porque já foram feitas modificações que beneficiam o Nordeste e outros estados ou regiões. “Como não vejo perspectiva de a unificação ocorrer, anuncia o cancelamento do decreto 1.357”, disse Raimundo Colombo. “A vitória foi da pressão sobre o governo e parlamentares”, finaliza o presidente do Sincomércio, Helio Dagnoni. •
Perto de ser concluído, estaleiro do consórcio MGT vai empregar 1.500 pessoas no segundo semestre em Itajaí O Consórcio MGT, formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia, está instalando seu estaleiro no terminal Teporti, em Itajaí, para a construção de módulos para plataformas do pré-sal. Os módulos construídos no Teporti serão para uso exclusivo da Petrobrás para prospectar óleo nos confins do oceano, dos modelos FPSO P-67 a FPSO71 PACKAGES II & V. O estaleiro está na fase final de construção e a previsão é iniciar suas atividades de produção ainda no segundo semestre de 2013. Na última semana, representantes da prefeitura fizeram uma visita ao local para tratar das novas vagas que serão abertas a partir do segundo semestre deste ano. Além de conhecerem as instalações onde já se encontram mais de 150 funcionários trabalhando na área administrativa e 300 funcionários na obra. O investimento é de R$ 600 milhões, com mais de 1.500 empregos diretos a serem criados. As vagas são para diversas áreas, como desenhista, mecânico, soldador, projetista, operador de guindaste e empilhadeira, montador, entre outras. O Consórcio MGT é formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia. • 60 • Junho 2013 • Economia&Negócios
O investimento é de R$ 600 milhões, com mais de 1.500 empregos diretos a serem criados
Coluna Mercado
A
Navegantes e Sebrae assinam programa para fortalecer micro e pequenas empresas
prefeitura de Navegantes e o Sebrae (Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas) firmaram uma parceria para fortalecer as micro e pequenas empresas, com a assinatura do Programa de Implementação da Lei Geral, desenvolvido pelo Sebrae e outras instituições. O programa é destinado aos municípios que possuem legislação sobre microempresas, empresas de pequeno porte e empreendedores individuais, ou municípios que pretendem fazer suas legislações com o auxílio do Sebrae. Segundo o consultor do Sebrae, Luiz Carlos de Freitas, Inicialmente são efetivados os termos de cooperação com as prefeituras e depois são agendados cursos gratuitos sobre algumas das áreas que o Sebrae destacar como essenciais para o desenvolvimento do município em questão. O intuito é incentivar o desenvolvimento local, com a capacitação de empreendedores e agentes públicos, em áreas que podem modificar a compreensão e, especialmente, o modo de gestão do poder executivo municipal. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico de Navegantes, Antônio Carlos Carmona, em breve a prefeitura divulgará detalhes sobre as inscrições e as datas dos cursos. Curso de Agentes de Desenvolvimento (para agentes públicos) Conteúdo: Lei Geral da MPE; Desenvolvimento Regional; Papel dos Agentes de Desenvolvimento. Carga Horária - 32 horas
Curso de Compras Governamentais (agentes públicos e empreendedores) Conteúdo: Preparação para Licitação; Órgãos fiscalizadores, bases legais e instrumentos na licitação pública com foco na LC 123/06; Conhecer para aplicar os benefícios exclusivos para MPE; Como aplicar o empate ficto e tratar da regularidade fiscal em todas as modalidades; Plano de ação para o processo de compras públicas. Carga Horária - 15 horas
Visita dos representantes do Sebrae ao prefeito de Navegantes, Roberto Carlos de Souza
Oficina do empreendedor individual (agentes públicos e empreendedores) Conteúdo: Orientação com base na legislação específica; Preparar para o registro do empreendedor individual. Carga Horária - 8 horas Oficina de desburocratização (agentes públicos) Conteúdo: Mapeamento dos Progressos; Abertura e fechamento de empresas; Plano simplificado; REDESIM; Sala do empreendedor; Sala de crédito. Carga Horária - 8 horas
Rua: Gil Stein Ferreira, 100 | 7º andar | sala 703 | Itajaí | SC | Fone: 55 47 3344.5852 | Fax: 55 47 3349.8701
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Coluna Mercado SOFTWARE CONTÁBIL
Entra em vigor a lei do imposto no cupom fiscal em Santa Catarina Começou a vigorar no dia 10 de junho a Lei nº. 12.741/2012, a qual obriga as empresas a divulgarem na nota fiscal o valor aproximado de sete tributos incidentes no preço. Estão incluídos na regra: ICMS (Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), ISS (Imposto sobre Serviços), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), IR (Imposto de Renda), PIS/ Pasep (Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público), Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) e Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). A informação que deve constar na nota é a soma do valor total desses sete tributos, apurados individualmente em relação a cada mercadoria. Tal obrigação pode ser substituída por um painel afixado em local visível no estabelecimento de forma a demonstrar o valor ou percentual dos tributos incidentes sobre todas as mercadorias postas à venda. Para facilitar o cumprimento da nova lei, a Fecomércio,
em parceria com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário – IBPT, está fornecendo gratuitamente uma tabela com o valor médio aproximado dos impostos em cada produto ou serviço comercializados no Brasil. Para aderir ao serviço, é necessário encaminhar um email para tributario@fecomercio-sc.com.br, com os seguintes dados: • Nome e CNPJ da empresa; • Contato do responsável; • Nome do produto (informação de domínio público); • NCM (informação de domínio público); • EX da NCM (informação de domínio público); • EAN (informação de domínio público); De acordo com a assessoria jurídica da Fecomércio, o software contábil que emite a nota fiscal das empresas fará o cálculo dos tributos de forma automática, sincronizado com esta tabela, dentro de um arquivo específico.
ÁREA INDUSTRIAL Europark Empresarial irá se instalar em Navegantes Representantes da empresa Pandini Empreendimentos Imobiliários, estiveram em Navegantes no início do mês para, junto ao prefeito Roberto Carlos de Souza (PSDB), fazerem a apresentação do empreendimento de alta qualidade que irá se instalar às margens da Rodovia BR-470, Km-10, em Navegantes. Além dos empresários e do prefeito, participaram da reunião o secretário de Desenvolvimento Econômico e Receita, Antônio Carlos Carmona, e o vereador Donizete José da Silva. Conforme o diretor Cláudio Melo, a intenção do grupo é de desenvolver uma área empresarial, industrial, residencial e lazer, de alta qualidade em uma localização estratégica, denominada Europark Empresarial. A pretensão é lançar a primeira fase do empreendimento – que é um loteamento empresarial com espaços urbanizados - ainda em 2013. Serão investidos apenas em infraestrutura, nesta primeira fase, cerca de R$ 25 milhões, com intenção de receber cerca de 100 a 150 empresas e entre 2 mil a 3 mil trabalhadores. De acordo com o secretário Antônio Carlos Carmona, o Europark Empresarial irá incentivar a atração de investimen62 • Junho 2013 • Economia&Negócios
tos e a implementação de novas atividades econômicas, além de melhorar a competitividade das empresas já existentes na região. •
Serão investidos apenas em infraestrutura nesta primeira fase cerca de R$ 25 milhões
Coluna Mercado Enfim, Balneário Camboriú vai ganhar centro de eventos
Futuro Centro de Eventos será construído ao lado do terreno da Santur
Mercado: Sinduscon de Balneário contrata pesquisa que irá traçar o perfil imobiliário da região O Sinduscon de Balneário Camboriú contratou uma pesquisa que irá traçar o perfil imobiliário de Balneário Camboriú e Camboriú. O objetivo principal é a criação de um guia referencial do mercado imobiliário da região para construtores, incorporadores e imobiliárias. O levantamento está sendo feito pela empresa Brain – Bureau de Inteligência Coorporativa, de Curitiba, e deverá ficar pronto dentro de cerca de 40 dias. A pesquisa é inédita e, entre outros objetivos, busca produzir um censo do mercado imobiliário, avaliar a demanda potencial - segundo o crescimento vegetativo por renda-, levantar o perfil da demanda por imóveis e determinar a participação da construção civil na economia da cidade, considerando variáveis como PIB, valor adicionado bruto, emprego, impostos, entre outros fatores. Também será feito levantamento dos empreendimentos residenciais em obras, classificando-os conforme número de dormitórios, banheiros, elevadores, área de lazer, metragem, preços praticados, velocidade de vendas, entre outros critérios, assim como a identificação destes empreendimentos no mapa da cidade, levando em conta o número de quartos e valor do metro quadrado. O estudo é amplo e ainda prevê inúmeros outros dados a serem levantados, como análise socioeconômica e demográfica da cidade, e análise representativa do setor da construção civil (geração de impostos, estimativa de renda gerada, PIB por setor, entre outros). “Quando tivermos o resultado desta pesquisa em mãos, iremos cedê-la à Câmara de Vereadores e aos delegados do Plano Diretor, pois acreditamos que dados desta natureza representam informação de alta qualidade e poderão ajudar muito no processo de planejar Balneário Camboriú para o futuro”, finaliza o presidente do Sinduscon, Carlos Humberto Metzner Silva. •
Uma antiga reivindicação de empresários e da comunidade de Balneário Camboriú, enfim, vai sair do papel. Através de parceria entre o governo do Estado, ministério do Turismo e prefeitura de Balneário Camboriú, está apalavrada a construção de um centro de eventos na cidade do litoral catarinense. O acordo foi acertado no dia 4 de junho, em Brasília, em audiência do governador Raimundo Colombo com o ministro do Turismo, Gastão Dias Vieira, e lideranças do Estado. O projeto para o centro de eventos de Balneário Camboriú está orçado em cerca de R$ 80 milhões. O governo federal garantiu o repasse de R$ 55 milhões e o restante será investido como contrapartida do Estado e da prefeitura. O terreno, localizado às margens da BR-101, pertence à Santur, tem valor estimado em cerca de R$ 300 milhões e já está garantido para a obra. A proposta é construir um centro de eventos com 37 mil metros quadrados, sendo 32 mil para o andar térreo, que sediará o salão principal, e os outros 5 mil para o piso superior, onde funcionarão auditórios menores. “É um grande conquista, que vai trazer emprego, renda e o desenvolvimento de um setor muito importante da nossa economia, em uma região que carecia de um investimento deste porte”, comemorou o governador Raimundo Colombo, afirmando que as obras começarão ainda neste ano. O prefeito de Balneário Camboriú, Edson Renato Dias (PMDB), o Piriquito, lembrou que o projeto foi elaborado a partir de visitas aos grandes centros do país, tendo a preocupação de montar uma estrutura com a finalidade de atender ao mercado nacional. O prefeito ressaltou que o projeto também tem a aprovação da Câmara de Vereadores e do trade turístico de Balneário Camboriú. “Trata-se de uma das obras mais sonhadas pela nossa comunidade. Nossa indústria já é o turismo, mas hoje vivemos do turismo de sol e mar, agora vamos atender o importante turismo de eventos”, destacou. A expectativa é de que o espaço tenha capacidade para um público de até 20 mil pessoas. •
Economia&Negócios • Junho 2013 • 63
Coluna Mercado Ibama expede a licença ambiental para duplicação da BR-470 Leonardo Thomé
A duplicação da BR-470 no trecho que passsa por Navegantes deve ser a obra mais demorada das listadas na reportagem
Desejo profundo de toda a comunidade navegantina, a duplicação da BR-470, está mais perto de sair do papel. A licença ambiental que permite o início das obras de duplicação da BR-470 foi liberada, no dia 4 de junho, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). A confirmação foi dada ao governador Raimundo Colombo pelo ministro dos Transportes, César Borges, durante audiência em Brasília. “Este é um marco sensacional para Santa Catarina. Agora vamos elaborar o cronograma para entrega da ordem de serviço”, expressou o governador. A expectativa é que as obras comecem no mês de julho. Na mesma audiência no ministério dos Transportes, que contou com a participação do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), general Jorge Fraxe, o governador sensibilizou o ministro para a importância da duplicação da travessia urbana de Jaraguá do Sul, trecho de oito quilômetros na BR-280. Atualmente, a obra, orçada em R$ 105 milhões, está delegada ao Estado e sendo executada com recursos próprios. “O projeto foi aprovado pelo Dnit e estamos tocando com dinheiro do Estado por ser uma obra de importância extrema para o desenvolvimento daquela região, mas seria fundamental a ajuda do governo federal”, explicou Colombo. Também foi confirmado o pagamento pelo Dnit da primeira parcela referente a obra do acesso ao Aeroporto de Correia Pinto, sendo que os valores da contrapartida foram todos antecipados pelo Governo do Estado para que os trabalhos seguissem o cronograma. •
Diretoria da Acibalc participa de missão técnica na Alemanha O presidente da Acibalc, Nelson de Oliveira, juntamente com a Diretora Administrativo Financeira da entidade, Cirlei Donato, embarcaram no dia 8 de junho em Missão Técnica de Dirigentes e Executivos, organizada pela Fundação Empreender, para a Alemanha. O objetivo da viagem consiste em conhecer a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, que reúne aproximadamente 80 mil empresas associadas. Entre os serviços oferecidos pela Câmara estão assessoria técnica, administrativa, comercial e tributária para as empresas associadas e financiamento e apoio a novas empresas. A Câmara ainda administra sete centros de treinamentos, três academias para formação e especialização de profissionais, além de dez escolas de formação de mestres. A programação da viagem inclui visita às instalações da Câmara, empresas associadas e aos centros de formação profissional, além de um aprofundamento nas formas de operação e serviços oferecidos pela Câmara e pelos núcleos setoriais. De acordo com o Presidente da Acibalc, Nelson de Oliveira, o roteiro visa aprofundar os fundamentos do associativismo e promove uma reflexão. “Acredito que este processo O objetivo da viagem consiste em conhecer a Câmara em Santa Catarina é bem evoluído e tendo subsídios, podemos melho- de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, que reúne aproximadamente 80 mil empresas associadas rar ainda mais”, finaliza. • 64 • Junho 2013 • Economia&Negócios
Coluna Mercado Venda de veículos em Santa Catarina cresceu 9,49% em maio Com ritmo crescente nas vendas de veículos automotores em Santa Catarina desde o início do ano, o mercado segue aquecido. Balanço divulgado pela Fenabrave-SC – entidade que abriga as concessionárias de veículos – apontou crescimento de 9,49% no mês de maio nos emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, comparado ao mês de maio do ano passado. O estado acompanhou o crescimento da média nacional que registrou 10,01%. No mês de abril, Santa Catarina ultrapassou a marca de 4 milhões de veículos circulando pelo estado. Foram 24.243 mil veículos vendidos só no quarto mês do ano, enquanto em maio foram mais 22.248, representando leve recuo de 8,23% com relação do mês anterior. Considerando apenas o segmento de carros de passeio e utilitários leves - beneficiado pelos descontos no IPI -, as vendas somaram 16.178 unidades no mês passado. O desempenho eleva a frota catarinense para 4.036.049 veículos. No período dos meses acumulados de 2012 e 2013 o crescimento nas vendas em Santa Catarina foi de 4,02%, com exceção da categoria de motocicletas que apresentou queda de 16,29%.
Vendas de maio/2013 em Santa Catarina
A região Oeste registrou o maior acréscimo nos novos veículos emplacados em maio de 2013 com relação ao mesmo mês do ano passado. Só nesta região, o crescimento representou 15,95%, com 3.861 novas unidades. No acumulado do mesmo período de 2012, a alta foi de 11,34%. A região do Planalto Serrano vem em seguida com 992 novos veículos emplacados em maio, o que representa um acréscimo de 8,77% em comparação ao mesmo mês do ano passado. A região da Grande Florianópolis conquistou 4.476 novas unidades, com crescimento de 7,86% no segmento comparado a maio de 2012. A região Sul do estado demonstrou acréscimo de 3.359 veículos em sua frota, representando alta de 4,67% com relação ao ano passado. Houve ainda aumento de 5,10% comparado ao
mesmo período acumulado do ano anterior. Já a região Norte apresentou apenas 1,54% de aumento nas vendas em maio com relação ao mesmo mês em 2012, o que representam 3.755 novos veículos. O Vale do Itajaí foi região com menor crescimento nos registros de veículos novos emplacados em maio comparado a 2012, demostrando 1,29% de alta. Por outro lado, foi a região que mais vendeu veículos novos, chegando a 5.805 unidades. De acordo com o diretor geral regional da Fenabrave-SC, Ademir Saorin, “a tendência para os próximos meses é uma estagnação no ritmo de crescimento, o que significa que o mercado deverá manter uma média nas vendas – considerada bastante positiva – mas com menor percentual de aumento”.
Venda de veículos novos nas regiões de SC em 2013 Grande Florianópolis
Região Norte
Região Oeste
Janeiro
4.639
3.355
3.676
917
2.971
5.542
21.100
Fevereiro
3.469
2.983
2.978
752
2.546
4.449
17.179
Março
4.140
3.501
3.561
848
3.354
5.273
20.675
Abril
4.917
4.134
4.279
1.105 3.588
6.220
24.243
3.861
992
5.805
22.248
18.355 4.614 15.818 27.289
105.445
Mês
Maio Total/ano
4.476
3.755
21.641
17.728
Planalto Região Vale Serrano Sul do Itajaí
3.359
Total
A venda de veículos é segmentada em seis diferentes segmentos: automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e diversos (motor homes, tratores, microtratores, etc). Fonte: Fenabrave SC
Economia&Negócios • Junho 2013 • 65
INFORME PUBLICITÁRIO
Cargas projeto em alta
Alexandre Bini Diretor
A
logística das cargas projeto sempre foi uma dor de cabeça para as indústrias, dada a complexidade que envolve. Esta situação se agrava ao notar-se a falta de empresas especializadas para este tipo de transporte, pois afinal de contas, o transporte internacional de produtos com excesso de peso e grandes dimensões exige experiência e inteligência logística. Ao longo dos últimos anos, a B&M vem se destacando neste tipo de logística, sendo que em 2012 filiou-se a PCN – Project Cargo Network, de Londres, com o intuito de aprimorar sua network internacional, para poder oferecer um melhor serviço aos seus clientes. A experiência deu certo, e em 2013 a B&M tem seu ca-
66 • Junho 2013 • Economia&Negócios
dastro aprovado pela WCAPN, que é a maior e mais especializada network mundial focada em cargas projeto. Isso aumenta em muito o portfólio de parcerias e serviços que podem ser oferecidos pela B&M quando se trata de cargas projeto. Neste mês de junho a B&M marcará presença na 7th WCAPN Annual Conference, em Barcelona, Espanha. Segundo Alexandre Bini, diretor da B&M, “a logística de carga projeto exige muita responsabilidade e um preparo muito grande por parte da empresa que se dispõe a fazê-lo, daí a importância de boas parcerias e excelente corpo profissional.” A 7th WCAPN Annual Conference acontece entre 17 e 19 de junho, e deve reunir 140 empresas especializadas.