A PORTONAVE ESTÁ EM UMA LOCALIZAÇÃO PRIVILEGIADA: EM PRIMEIRO LUGAR NA MOVIMENTAÇÃO DE CONTÊINERES EM SANTA CATARINA.
MAIS DO QUE UM PORTO, UM POLO LOGÍSTICO COMPLETO. A Portonave é o porto responsável pela movimentação de 44% das cargas conteinerizadas de Santa Catarina e está preparada para aumentar cada vez mais esse número. Com investimentos em infraestrutura e equipamentos, está inserida em um complexo portuário consolidado e com serviços integrados. Venha crescer com a Portonave.
ÍNDICE
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6 Um homem e o Porto de Itajaí CIÊNCIAS EXATAS FORJARAM UM SUPERINTENDENTE EXATO
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Dólar subiu. E agora, José? ALTA DA MOEDA AMERICANA ESCANCARA A FRAGILIDADE DO REAL PERANTE O MERCADO ITAJAÍ E NAVEGANTES NOVA BACIA DE EVOLUÇÃO SERÁ EM FRENTE AO SACO DA FAZENDA
Os mais eficientes e modernos CADEIA PORTUÁRIA DE SANTA CATARINA ATRAI EMPRESAS E INVESTIMENTOS
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ENCANTADOS TRÊS CIDADES CATARINENSES ENTRE AS QUE MAIS RECEBERAM ESTRANGEIROS NO BRASIL
www.revistaportuaria.com.br Revista Portuária também está na web com informações exclusivas Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publicação, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acontece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é encaminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: jornalismo@revistaportuaria.com.br 4 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
EDITORIAL
ANO 15 EDIÇÃO Nº 163 SETEMBRO 2013 Editora Bittencourt Rua Jorge Matos, 15 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88302-130 Fone: 47 3344.8600
Um Estado que não para
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U
ma edição especial para falar sobre as potencialidades de Santa Catarina. Que não são poucas nem pequenas. A Revista Portuária – Economia & Negócios ouviu políticos, conversou com empresários, visitou companhias e terminais portuários, debruçou-se sobre números e dados estatísticos de instituições públicas e privadas. Tudo para entender, avaliar e dissecar o momento socioeconômico do Estado. Antes das respostas, a pergunta: por que investir e viver em Santa Catarina? Uma questão que certamente contempla mais de uma resposta. A começar por sua localização privilegiada, sendo o meio do caminho entre a bonança industrial da região Sudeste do Brasil e as riquezas do agronegócio de Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Quase tudo passa por Santa Catarina e seu litoral recortado por belas praias, forte atividade turística e vida noturna fervilhante. Pode-se dizer ainda que as belezas naturais de Santa Catarina são motivos para investidores despejarem dinheiro no Estado, afinal, de que adianta estabilidade financeira sem qualidade de vida? Essa última pergunta certamente passou pela cabeça dos executivos e empresários que escolheram viver por aqui. Na hora de comparar uma coisa e outra, eles certamente perceberam que poderiam unir em Santa Catarina
a prosperidade profissional com a felicidade pessoal, algo tão em voga nos dias de hoje. Na matéria de capa desta edição, procuramos ouvir o maior número de pessoas acerca da pergunta do primeiro parágrafo. E as respostas transitaram por uma série de motivos, todos coerentes e sintomáticos de algo que já sabemos: Santa Catarina é encantadora. Além da matéria principal, a Revista Portuária traz uma entrevista perfil com Antonio Ayres dos Santos Júnior, superintendente do Porto de Itajaí. Você vai conhecer um pouco mais da vida e do trabalho do engenheiro civil itajaiense que ajudou a alçar o terminal portuário e a cidade a patamares nunca dantes vistos, seja na operação de contêineres ou na vinda de regatas internacionais. Por falar em porto, outra reportagem faz uma radiografia dos portos de Imbituba, no sul; Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul e Itapoá, no norte. Portões de entrada e saída de mercadorias, os portos catarinenses são reconhecidos pela eficiência e segurança na operação portuária. Tem ainda a alta do dólar e os efeitos dessa valorização no seu bolso, a pujante indústria naval do Estado, a preferência que estrangeiros nutrem pelas cidades catarinenses, o crescimento do PIB nacional e muito mais. Boa leitura!
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Divulgação/Porto de Itajaí
PERFIL ANTÔNIO AYRES DOS SANTOS JÚNIOR
Um homem e o Porto de Itajaí CIÊNCIAS EXATAS FORJARAM UM SUPERINTENDENTE EXATO 6 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
PERFIL ANTÔNIO AYRES DOS SANTOS JÚNIOR
T
udo teve início em aulas de ciências exatas, notadamente matemática. Um entusiasta dos números, Antônio Ayres dos Santos Júnior, nascido em Itajaí, sempre teve uma queda por cálculos e pela precisão decorrente deles. Foi através de numerais, aliás, que o engenheiro civil construiu uma sólida carreira de mais de 40 anos, dividindo-se entre o setor público e a iniciativa privada. Aos 68 anos, o atual superintendente do Porto de Itajaí é muito mais que o homem à frente da força motriz da economia local. Ayres é sobretudo o ponto de equilíbrio entre as relações da autarquia com o mercado e os demais terminais instalados no Complexo Portuário do Itajaí-Açu. Embora só tenha ingressado no porto em 1999, Ayres, por ser itajaiense, sempre conviveu com tudo que acontecia no terminal, seja pelo noticiário ou o boca a boca dos vizinhos. E muita coisa ele ouviu, viu e viveu. Tanto que hoje é referência para falar de todo e qualquer assunto relacionado à cadeia portuária brasileira e internacional, tanto para executivos como estudantes e trabalhadores. Pois é essa pessoa inteligente, ponderada e experiente que, numa quarta-feira de calor e sol forte em agosto, recebeu a reportagem da Revista Portuária – Economia & Negócios para uma conversa de quase uma hora, onde o passado foi dissecado, o presente avaliado e o futuro planejado. Diferentes tempos verbais que procuram mostrar nesta entrevista perfil um pouco do profissional e homem Antônio Ayres: engenheiro civil, marido, pai e avô.
Teste certeiro Nos bancos escolares, Ayres sempre teve preferência por ciências exatas. Depois de um exame vocacional, ele escolheu cursar engenharia
civil, sendo aprovado no vestibular pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde concluiu a graduação em 1970. Na época, revela, por conta dos vultosos investimentos da Ditadura Militar na industrialização do país, era uma tendência jovens estudantes cursarem outras engenharias, exemplos da elétrica e da mecânica. “A maioria dos alunos queria cursar engenharia elétrica e mecânica, mas eu comecei a me interessar pela engenharia civil ao ver os modernos laboratórios existentes no Paraná, aquilo me entusiasmou”, recorda. O então estudante morava em Curitiba, em fins da década de 60, e passava as férias com a família. Foi numa dessas vindas, em julho de 1970, que Ayres foi convidado a estagiar na prefeitura de Itajaí, no departamento de obras do paço municipal. Daqueles dias, uma lembrança que ainda hoje o faz soltar sonoras risadas, representa bem o pensamento vigente na sociedade peixeira de então. “É curioso, mas na época só havia um engenheiro na prefeitura. Quando eu cheguei formado, as pessoas achavam estranho porque a prefeitura já tinha um engenheiro. Sendo assim, por que precisaria de outro”, diverte-se. Durante as primeiras décadas de carreira, Ayres transitara entre o serviço público e a iniciativa privada, trabalhando sempre com obras de desenvolvimento do município, como no período em que atuara como presidente da Companhia de Desenvolvimento de Itajaí, entre 1976 e 1982. O porto só entrou na vida de Ayres mais tarde. E ele, hoje, ao olhar para trás, relata como viu sua cidade crescer nesses últimos 43 anos. “Itajaí teve uma mudança total na sua configuração urbana e no seu progresso. Passou de cidade extremamente acanhada e sem perspectivas econômicas, para um lugar de grande potencial econômico e de desenvolEconomia&Negócios • Setembro 2013 • 7
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O Porto de Itajaí ainda tem áreas públicas para arrendar. Os interessados estão aí
vimento”, observa, para dizer que isso se deu muito em função do advento do contêiner, entre o fim da década de 90 e início dos anos 2000. “O porto conteineiro foi a grande transformação econômica da cidade e da região, porque transformou Itajaí em polo logístico e de serviços, dando outro patamar para a economia”.
O Porto ganha Ayres 1999. Esse foi o ano em que Antônio Ayres ingressou no Porto de Itajaí. Sua primeira função foi a de diretor administrativo-financeiro. Perfeccionista, o sujeito de fala mansa e brilho no olhar, se auto-impôs uma condição ao ser contratado pela autarquia: aprender. Fazer uma espécie de faculdade nos primeiros cinco anos de emprego. “Eu só comecei a falar efetivamente de porto em 2003, 2004... porque ali me senti em condições de falar sobre a atividade. Em 2003 fui diretor comercial e, em 8 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
2004, tive a primeira experiência como superintendente da autarquia”. Após essa experiência inicial, no ano seguinte, Ayres retornou à iniciativa privada, dessa vez ajudando na administração de um terminal de uso misto do complexo, o Trocadeiro, do Grupo Dalçóquio. Nesse período, o engenheiro seguiu se especializando na movimentação de contêineres e na atividade de forma geral. Assim, a soma de conhecimentos adquirida nos dois modelos de terminais, destaca, o fez voltar com mais estofo e conhecimento em janeiro de 2009, quando ele retomou seu cargo de superintendente no segundo maior porto movimentador de contêineres do Brasil. “Acredito que a bagagem adquirida nesses anos todos foi fundamental para assumir o cargo”.
Dias críticos no retorno de 2009 Em setembro de 2013, o Porto
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foi de toda a comunidade portuária, com uma forte atuação do governo federal”, comenta Ayres. A reconstrução total do porto terminou em outubro de 2010, quase dois anos depois da enchente, a um custo aproximado de R$ 300 milhões. Mesmo com as dificuldades que saltavam aos olhos, ainda em 2009, todos entenderam que a maré ruim passaria e o porto ficaria. Além da destruição das águas, a crise financeira internacional também impedia o crescimento de terminais mundo afora. Foi então que ao fim daquele ano, percebeu-se uma tendência, segundo Ayres. “Um ano depois da enchente, começamos a perceber uma recuperação efetiva, ou seja, as cargas não saíram de Itajaí. Em paralelo, todos os portos do mundo tinham dificuldades por causa da crise financeira”. Itajaí, na época, perdeu 16% de movimentação na comparação com o mês anterior. Porém, outros portos perderam muito mais, e não tiveram a enchente, só as intempéries do mercado. “Ali, nós vimos que recuperávamos a credibilidade do mercado, porque nossa estrutura retroportuária e de logística nos salvou”, explica Ayres, que ressalta os investimentos da APMT Itajaí e da Portonave na aquisição de novos equipamentos. “A Portonave e a APM reforçaram a eficiência do complexo”.
O despertar náutico Uma grande oportunidade que Itajaí teve de fazer as pazes com o mar e o rio. Ayres classifica assim a retomada de uma antiga vocação itajaiense: o despertar náutico da cidade e seu povo. Despertar que se deu após a tão bem organizada etapa sul-americana da Volvo Ocean Race, em abril de 2012. “Tudo isso que ocorre com o Rio Itajaí, a pesca, os estaleiros, o porto e, agora, o esporte náutico, é o reencontrar-se da grandeza que o rio nos dá. Foi um
Nos bancos escolares, Ayres sempre teve preferência por ciências exatas
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de Itajaí enxerga seus números operacionais com otimismo. Otimismo embasado na movimentação registrada no último mês de julho, de 1,19 milhão de toneladas e 103,04 mil de TEUs (Twenty-footEquivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés). Recordes históricos que dão à autoridade portuária a expectativa de encerrar o ano de 2013 com aumento de até 12% na movimentação de contêineres, atingindo a marca de até 1,2 milhão de TEUs. Entretanto, há menos de cinco anos, o cenário era devastador, triste e incerto. Ayres, ao lembrar-se dos desafios de outrora, considera que a enchente de 2008 foi um dos momentos mais delicados da história do Porto de Itajaí. As cheias de novembro daquele ano destruíram boa parte do terminal e deixaram irrealizável a navegação no complexo. “Quando chegamos em janeiro de 2009, o porto estava impraticável. O desafio era reconstruí-lo. Não apenas fazer os berços que caíram, mas principalmente reestabelecer a profundidade do rio para que os navios pudessem operar. O problema é que em janeiro a profundidade estava em sete metros. Nossa sorte foi que a gestão anterior tinha deixado uma reserva de caixa, em função de 2008 ter sido um ano extraordinário até novembro”, lembra, para afirmar que a Portonave também foi fundamental para manter o complexo portuário ativo por aqueles dias. A recuperação começou por Navegantes, que teve o calado reestabelecido. Em seguida, era preciso reconstruir os berços de atracação de Itajaí, o que aconteceu com a ajuda do governo federal, de forma lenta mas gradual, com pequenas vitórias diárias. “A obra começou em 2009. E teve alguns entraves burocráticos, como a viabilização de recursos e formas legais de contratação, com o Tribunal de Contas e tudo mais... Volto a dizer: a obra não foi do porto,
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1999. Esse foi o ano em que Antônio Ayres ingressou no Porto de Itajaí.
reencontro com muito orgulho, porque deu visibilidade mundial para a cidade. Todos, tanto nós do porto, como a população, sentiram-se orgulhosos de organizar a Volvo Ocean Race”, comenta. A Volvo passou, mas já tem data para aportar em Itajaí novamente: em abril de 2015, os veleiros que disputam a Fórmula-1 dos Mares voltarão à cidade que tão bem os acolheu em abril do ano passado. Antes, em novembro de 2013, a Regata Transatlântica Jacques Vabre, vai colorir as águas da boca da barra, do Saco da Fazenda e do Rio Itajaí. Além das regatas, Ayres reforça, o Porto Esportivo de Itajaí (ou Marina do Saco da Fazenda), irá alavancar as atividades náuticas e mudar o paradigma turístico da cidade, que hoje não tem nenhum referencial de turismo para concorrer com vizinhas do calibre de uma Balneário Camboriú e Bombinhas, por exemplo. “A marina já é um diferencial de paisagem, de visual. Mas ela traz também, atrás de si, todo um potencial econômico que vai se descortinar, vai gerar empregos diretos, uma cadeia logística diferente da cadeia do porto, vai ter estaleiros de confecção de barcos, manutenção, toda uma rede de apoio aos prestadores de serviço do município, como hotéis, restaurantes e bares”, avalia. Na visão do superintendente do porto, a marina potencializará a economia de Itajaí. Segundo ele, estudos em marinas ao redor do mundo apontam que, para cada barco ancorado, são quatro empregos gerados diretamente. Conservador, Ayres diz que se a marina itajaiense gerar dois empregos por barco já estará de bom tamanho. “Se nós vamos ter ali 800 barcos, já serão 1600 empregos diretos. Isso já é um fator multiplicador, e de bons salários.
Além de toda a rede de serviços que será beneficiada”. O principal, porém, exalta, será a marina de Itajaí envolver num só lugar toda uma estrutura portuária qualificada e referência para o Brasil. “Nós vamos ter um porto comercial - de cargas - muito competente, que é referência nacional na carga conteinerizada. Nós temos um porto de cruzeiro, pequeno, mas muito bem estruturado, que é o único onde o passageiro salta numa praça central, alfandegado e tal... E vamos ter também um porto esportivo dentro do complexo. Não me lembro de nenhum lugar no Brasil que reúna toda essa estrutura plena”.
Via Expressa E as obras essenciais da Via Expressa Portuária, em Itajaí? Ayres sabe que o acesso terrestre ao terminal é um gargalo que afeta diretamente as operações no porto e a própria vida dentro da cidade, já que o vai e vem de caminhões tumultua ainda mais o já confuso trânsito de Itajaí. “Isso está atrasado, sem dúvida. As obras começaram, depois de um tempo, pararam. Mas é preciso deixar claro que a Via Expressa não está sob a gestão do porto, nem da prefeitura. A obra é do Dnit”, conta. Em construção desde 2009, a Via Expressa continua uma lenda urbana. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deve lançar ainda neste ano o edital de licitação para retomar as obras, paradas há mais de um ano após desentendimentos entre o órgão federal, a prefeitura e o Exército.
Áreas para arrendar O Porto de Itajaí tem duas áreas públicas arrendáveis: os berços de atracação 3 e 4, e a área do centro comercial por-
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tuário, que é a popular Vila da Regata, ao lado do Centreventos. A intenção da autarquia é arrendar esses espaços. “Nós já encaminhamos ao governo federal o projeto de arrendamento dos berços 3 e 4, mas ainda não temos a proposta pela Vila da Regata, que está classificada como área arrendável”, diz Ayres. Ele compara o projeto de arrendamento da Vila da Regata com o que foi feito na área onde se instalará o Porto Esportivo, quase ao lado, no Saco da Fazenda. Em relação aos berços, Ayres diz que o projeto vem sendo montado pela autarquia desde 2010. Como os profissionais do porto não sabiam qual seria o interesse do mercado nos berços 3 e 4, foi feito um Programa de Manifestação de Interesse (PMI) para avisar à iniciativa privada sobre a intenção de arrendar as áreas, e saber qual era a oferta desses interessados. “Foram feitas duas propostas para esses berços. Uma da APM Terminals, que já arrenda os outros dois berços e pretende expandir sua atividade no terminal. E tem outra proposta feita pelo Grupo Triunfo, que é sócia da Portonave, para fazer num dos berços um terminal com foco na indústria automobilística”, explica Ayres. O problema é que, ao fim de 2012, quando a autarquia pretendia lançar o edital do contrato de concessão, veio a MP dos Portos. Que basicamente dizia que a elaboração desses editais não era mais atribuição do porto, mas sim do governo federal. E a MP 595 virou lei, com a promulgação da Lei dos Portos, em junho deste ano. “Então, tivemos que segurar o projeto. Agora o governo federal é que faz esse trabalho. O modelo de arrendamento dos berços está sendo desenvolvido pelo governo federal com a expectativa do edital ficar pronto até este mês de setembro. Os técnicos federais já vieram ouvir nossa proposta e desenvolver um edital de referência nacional no setor. Estamos acompanhando todo o processo”, avisa, acrescentando que o projeto prevê que no berço 3 seja incorporado uma área de movimentação de contêineres e, no 4, um terminal de cargas geral, com foco na indústria automobilística, já de olho na BMW e em outras montadoras que podem se instalar em Santa Catarina, como a Mercedes Benz.
Futuro = nova bacia de evolução O futuro de Itajaí passa por uma inflexão de mercado, como Ayres denomina o projeto da nova bacia de evolução, que adequará o Complexo do Rio Itajaí-Açu a receber navios de 335 e 366 metros de comprimento. “Se nós não fizermos isso (a obra), vamos deixar de ser competitivos. A obra é vultosa, difícil. Estamos trabalhando nela desde 2010. São três anos estudando as condições para fazer a obra, o melhor local, o menor impacto social e ambiental, enfim, três anos de muito trabalho”, relata Ayres. A obra da nova bacia de evolução visa adequar o porto 12 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
Ayres, ao lembrar-se dos desafios de outrora, considera que a enchente de 2008 foi um dos momentos mais delicados da história do Porto de Itajaí
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à demanda do mercado global de navegação, onde se faz necessário a urgente adequação dos acessos aquaviários do complexo aos novos modelos de navios que estão entrando no mercado brasileiro, com comprimentos de 330 metros e 366 metros e larguras de 45 metros e 51,2 metros. Para isso, são necessárias obras de alargamento dos canais interno e externo e uma nova bacia de evoluções, que permitirá o acesso e o giro adequado dessas embarcações. “Esse é o grande desafio nesse momento de inflexão de mercado. Estudos estão sendo elaborados e devemos ter soluções em curto espaço de tempo, com apoio dos governos estadual e federal”, pontua o superintendente do Porto de Itajaí. Segundo Ayres, a infraestrutura existente e a que está se buscando, aliadas à eficiência dos serviços oferecidos não apenas pela Autoridade Portuária, demais terminais que compõem o Complexo Portuário do Itajaí, células que formam o Complexo, cadeia logística instalada em seu entorno e comunidade portuária em geral, devem garantir respostas às demandas do fluxo de comércio exterior brasileiro. Os estudos da nova bacia de evolução ainda não foram concluídos totalmente. Mas a expectativa é de que as obras comecem no início de 2014, entre fevereiro e março. Depois disso, o prazo de entrega da obra é de 18 meses.
Um homem caseiro Ayres, como um executivo que é, viaja bastante. Como membro do Conselho de Autoridade Portuária (CAP) ou como vice-presidente da Associação Brasileira de Portos e Hidrovias – ABEPH, ele percorre o Brasil sempre tratando da realidade portuária e logística nacional. Ayres fala para empresários, estudantes e trabalhadores portuários. A agenda é apertada, mas sempre que possível o engenheiro civil convoca a imprensa para dar explicações de seu trabalho e do símbolo mor da economia de Itajaí: o Porto e tudo que ele envolve. E nos momentos de folga, será que Antônio Ayres tem algum hobby? Talvez a calma e educação com que trata a todos, a energia e vitalidade que emprega no cotidiano profissional, o amor e carinho que dedica às coisas de Itajaí; talvez tudo isso esteja calcado no fato de que Ayres sempre busca a família para recarregar as energias e relaxar quando é possível. “Eu sou meio caseiro. Fico em casa quando estou de folga”, conta o pai de duas filhas mulheres, avô de um menino e uma menina, filho da terra de nome Itajaí. •
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DESTAQUE DA CONTABILIDADE EM SC – EDIÇÃO 2011 DO CRC-SC Economia&Negócios • Setembro 2013 • 13
Dólar subiu. E agora, José?
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epois de anos em queda, algo que fez o brasileiro até esquecer-se do humor das verdinhas americanas, o dólar voltou a subir. E basta citar o termo ‘alta do dólar’ para muita gente se arrepiar. Não é para menos. O dólar não tem meio termo, em alta ou em baixa, sempre alguém vai estar descontente. E, atualmente, essa disparada para cima traz mais problemas
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ALTA DA MOEDA AMERICANA ESCANCARA A FRAGILIDADE DO REAL PERANTE O MERCADO
do que soluções para a economia. Pela primeira vez nos últimos cinco anos, a moeda americana fechou acima de R$ 2,45 no fim de agosto. Nos dias seguintes, o dólar girou em torno de R$ 2,35. Nesta reportagem, a Revista Portuária – Economia & Negócios mostra quais os efeitos da alta do dólar para a economia brasileira. Se cai ou sobe, o dólar é problema. Quando cai,
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a indústria reclama porque exporta menos. Porém, analisa o economista Jairo Romeu Ferracioli, quando a moeda da terra de George Washington sobe, em tese, as exportações são beneficiadas. No entanto, como quase tudo relacionado ao câmbio, a via de mão dupla é representada pelo encarecimento das importações. Ele lembra que eletrônicos e bens de consumo duráveis são importados e, com o dólar nas alturas, ficam mais caros para a indústria nacional, pois há muito componente importado embutido nesses produtos. “O dólar como está (início de setembro), acima de R$ 2,30, favorece setores como o de produtos manufaturados, que não dependem de insumos. Mas essa alta para produtos como o petróleo, insumos das indústrias e eletrodomésticos, acaba alimentando a inflação. Toda a pressão para a economia vem dos custos”, explica Ferracioli. E o problema é que o dólar disparou. No dia 22 de fevereiro de 2013, a cotação de venda da verdinha era R$ 1,97. Ou seja, em seis meses, o real se desvalorizou cerca de 30% em relação à moeda do Tio Sam. Com isso, os produtos importados estão mais caros, incluindo os combustíveis, que devem sofrer um reajuste nas bombas ainda neste ano. Em suma, dólar subindo é mais inflação; dólar caindo, é risco de desindustrialização. Qual é o pior? Para Ferracioli, a alta da moeda americana não é interessante sob vários aspectos, porque prejudica setores como a indústria, e pressiona o preço das commodities, que significa basicamente mercadoria. As commodities podem ser produtos agropecuários, como carne bovina, soja, café; minerais, como ouro, prata, petróleo e platina; industriais, como tecidos, poliéster, ferro e açúcar; e até
“O ideal para a economia brasileira é o dólar permanecer na casa dos R$ 2,00.” Jairo Romeu Ferracioli, economista
mesmo financeiros, como as moedas mais requisitadas (dólar e euro). “Com essa pressão nos custos, quem paga mais é o consumidor”, avisa. De acordo com pesquisa do Banco Central com instituições financeiras, o IPCA deve ficar em 5,74%,
este ano, e dólar fechar 2013 em R$ 2,28. A previsão para o crescimento da economia (Produto Interno Bruto PIB) é 2,21%, este ano.
Ideal De acordo com Ferracioli, se fosse possível manter o dólar num patamar ideal para a economia tupiniquim, seria a cotação das verdinhas estar na casa dos R$ 2,00. “Mas 2,20 ou um pouco mais seria suportável”, pontua o economista, que é professor de economia nos cursos de Logística e Comércio Exterior da Univali. Ele conta que o governo federal tem duas estratégias para conter a alta do dólar: uma é sair no mercado e vender parte dos mais de U$ 300 milhões em reserva, o que facilitaria a queda da moeda americana. “O outro instrumento é o Swap, que é uma espécie de títulos para precaução. É uma opção de troca, o Banco Central oferece ao investidor receber remuneração em juro e pagar para o Banco Central a variação do câmbio”, explica Ferracioli.
As commodities podem ser produtos agropecuários, industriais, minerais e até financeiros Economia&Negócios • Setembro 2013 • 15
Dólar subiu. E agora, José?
Segundo Estanislau, dólar em alta é sempre um estímulo para quem vêm de fora, especialmente da Argentina e Uruguai.
Ruim para muitos; bom para outros Dólar em alta pode estimular vinda de turistas estrangeiros Além de incentivar turistas brasileiros a viajarem dentro do país, a alta do dólar – que no dia 21 de agosto atingiu R$ 2,45, a maior cotação desde 2008 – é um estímulo ainda maior para visitantes estrangeiros. De acordo com Estanislau Bresolin, presidente da Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Santa Catarina (Fhoresc), o maior potencial está com praticamente todos os países da América
do Sul. “O dólar em alta é sempre um estímulo para quem vêm de fora, especialmente da Argentina e Uruguai, onde se costuma comprar grande quantidade de dólar e utilizá-lo como segunda moeda”, avalia. Para ele, esse é o principal fator positivo do período, já que mesmo com a elevação do câmbio, muitos brasileiros continuam indo para o exterior, sobretudo para compras.
Em compensação, viajar ao exterior está mais caro Brasileiro que se preze adora viajar ao exterior, passear e, por vezes, gastar até o que não tem. Prazeres mundanos que, com o cenário exposto pela reportagem, acabam por interferir em uma realidade da qual o brasileiro já tinha se acostumado, a de fazer as malas e viajar com a família ou amigos a destinos mundo afora. Em geral mais alto do que o comercial, o dólar turismo chegou em agosto a patamares ao redor de R$ 2,50. Desde o início de maio, quando estava por volta de R$ 2,10, o custo de uma viagem para fora do país - inclusive para a Europa, zona do euro - subiu cerca de 20%. Com passagens e hotéis mais caros, agências de viagem estão dando o 16 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
seu jeito para não perder clientes. De acordo com o serviço comparador de viagens Mundi, os preços de passagens do Rio de Janeiro para Nova York, na primeira quinzena de agosto, cresceram 23% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de R$ 1.983,59 para R$ 2.441,48. Para Miami, o gasto com a passagem no ano passado era de R$ 1.625,17 e subiu para R$ 1.789,89, uma diferença de 10%. A zona do euro também se valorizou com a alta da moeda norte-americana. Do Rio de Janeiro para Paris, houve um aumento de 9% nas passagens, que custavam R$ 2.311,44 em 2012 e, na primeira quinzena de agosto deste ano, chegaram a R$ 2.520,34. •
Tradicionalmente presente em áreas como limpeza, conservação e vigilância, a terceirização de serviços encontrou no agronegócio a oportunidade de crescer e também inovar
A hora e a vez
dos agrosserviços
A
gronegócio é uma palavra que entrou de vez no vocabulário nacional e a explicação está nos números. Enquanto o PIB brasileiro registrou no primeiro trimestre deste ano crescimento de 0,6%, o avanço no setor agropecuário foi de 9,7%, o melhor desempenho desde 1998. A
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A FORÇA DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO GARANTE BONS NÚMEROS PARA A ECONOMIA DO PAÍS E IMPULSIONA A TERCEIRIZAÇÃO DE SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
força do setor não está garantindo apenas bons números para a economia do país, mas impulsionando outros negócios. É o caso da terceirização de serviços, que tem criado soluções e se reinventado para atender uma demanda crescente por mão de obra especializada.
A hora e a vez
dos agrosserviços
Tradicionalmente presente em áreas como limpeza e conservação e vigilância, a terceirização de serviços encontrou no agronegócio a oportunidade de crescer e também inovar. É o caso das Organizações LIMGER, que criou um grupo reunindo as atividades oferecidas ao setor cujo o nome representa esse novo tempo: os agrosserviços. De acordo com o coordenador comercial das Organizações LIMGER, Renan Margarida Hack, o trabalho começou há mais de 10 anos, quando o agronegócio passou a se concentrar mais na parte industrial e a terceirizar as ações de campo para ganhar agilidade e até a melhoria no controle das despesas. Em 2001, a LIMGER passou a oferecer o serviço de apanha de aves, uma modalidade de carga e descarga que consiste em apanhar os frangos nas propriedades rurais, acomodá-los em caixas e organizá-las no caminhão que leva os animais até a agroindústria. Com o desenvolvimento do setor agropecuário, principalmente a avicultura e suinocultura de corte, foram criados outros serviços que tem a agroindústria como contratante, como a pesagem, classificação e recepção de animais e a conferência de carga e descarga. “A nossa aposta em atender de forma diferenciada o agronegócio se deve pelo crescimento e oportunidade que o setor apresenta e, acima de tudo, o que os nossos agrosserviços podem agregar a este mercado”, afirma o coordenador ao destacar que o respeito às normas internacionais de bem-estar animal faz parte dos agrosservi-
A LINGER oferece Serviços diferenciados como a pesagem, classificação e recepção de animais e a conferência de carga e descarga 20 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
ços da LIMGER. Conforme explica Renan, as atividades citadas são consideradas essenciais para a cadeia produtiva da carne, pois o manejo pré-abate influencia diretamente a produtividade da agroindústria e também a qualidade do seu produto, que abastece o mercado nacional e internacional. “O trabalho precisa ser conduzido de forma especializada, pois temos grande responsabilidade em relação à plataforma do nosso cliente. Por isso, temos investido cada vez mais na capacitação da mão de obra, equipamentos e em pesquisa para o desenvolvimento de tecnologia exclusiva para o setor”, ressalta.
Projeções Segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, as projeções mostram que o agronegócio brasileiro, com destaque para a região sul, deve continuar apresentando intenso crescimento nos próximos anos, principalmente entre as carnes, capaz de atender ao consumo doméstico e às exportações. Um exemplo da boa fase é o início das exportações da carne suína de Santa Catarina para o Japão, que aprovou em maio a compra da produção de oito frigoríficos do estado. Para quem acredita que o futuro já chegou, o panorama positivo é resultado do trabalho intenso de uma cadeia produtiva que cresce, se desenvolve e tem na terceirização dos agrosserviços uma forte aliada. •
Aí, sim SANTA CATARINA MOVIMENTARÁ 100% DOS NEGÓCIOS DE CARROS DA BMW NO BRASIL
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ó os carros de luxa da BMW para serem capazes de trazer tantas boas notícias em tão pouco tempo. Em Santa Catarina, o descortinar do projeto de instalação da montadora alemã é o responsável pelas informações acerca dos benefícios e vantagens que a empresa trará para Santa Catarina. E não são poucos. Não apenas para Araquari, onde ficará a fábrica, mas também para os portos catarinenses e demais cidades do Litoral Norte do Estado. Por essas e outras que todos aguardam com expectativa o início das obras da fábrica da BMW na região Norte. A partir do início da operação, previsto para 2014, 100% dos negócios de carros da companhia no Brasil serão feitos por Santa Catarina. Portanto, as importações e exportações vão acontecer a partir dos portos catarinenses, de acordo com a diretora de Relações com o governo da BMW do Brasil, Gleide Souza. Nos acordos feitos com o governo do Estado para a vinda da montadora, as duas operações fazem parte do protocolo de intenções assinado em abril. “A BMW não está aqui de passagem. A BMW está vindo para Araquari para ficar, nosso plano é sólido”, afirma Gleide. Segundo a diretora da BMW, a utilização dos portos catarinenses inicia entre este mês de setembro e outubro. Ainda não é possível levantar o que essa movimentação vai representar do ponto de vista financeiro, mas é fato que os portos de Itajaí e Navegantes também estão se preparando para a possibilidade de movimentarem as cargas alemãs, no que Itapoá saiu na frente. Mesmo assim, segundo Gleide, a intenção da montadora para os anos seguintes não é concentrar a operação em apenas um porto. No entanto, num primeiro momento, a BMW confirmou a escolha do Porto Itapoá e do armador Hamburg Süd como operadores logísticos de sua futura produção em solo 22 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
catarinense. A operação do terminal para a montadora está prevista para iniciar em breve, com a importação de peças da Europa, que serão embarcadas pelo Porto de Antuérpia, na Bélgica. No primeiro ato da parceria serão movimentados 10 mil contêineres de 40 pés. Segundo Patrício Junior, presidente do Porto Itapoá, a negociação com a BMW durou cerca de quatro meses e pré-requisitos como agilidade, segurança marítima, alta performance e preços competitivos foram fundamentais para a conquista do novo cliente. “O padrão da BMW é algo muito minucioso, altamente tecnológico e com alto impacto socioeconômico. Do ponto de vista logístico, o padrão utilizado pelo Porto Itapoá está alinhado com este propósito, visando a excelência em suas operações, sempre procurando a melhor solução para importadores e exportadores”, afirma Patrício.
Expectativa A previsão da BMW é produzir, na primeira etapa, 32 mil unidades por ano em Araquari. A distribuição dos veículos será feita a partir de Joinville, onde é preparada uma área de 37 mil metros quadrados junto com o centro de treinamento de 9,8 mil metros quadrados, tudo localizado no condomínio industrial Perini Business Park.
Divulgação
em operação, dobrou a produção. “E a qualidade dos veículos produzidos aqui será a mesma da Alemanha”, garante Gleide. As obras na unidade da BMW em Araquari devem começar no próximo mês de novembro, e a expectativa é de que estejam concluídas em setembro de 2014. A previsão inicial é de gerar 1.400 empregos diretos e outros 5.000 indiretos na região. O investimento inicial será de R$ 500 milhões com geração de renda de R$ 2,5 bilhões.
Série X1 é um dos que pode ser fabricado em Araquari
A expansão da montadora alemã no Brasil e no Mercosul, contudo, se dará a partir de Araquari, o que deve alçar toda a região no mapa da indústria automobilística. “Esta planta vai desenvolver o mercado da BMW no Brasil e na América do Sul”, diz Gleide. A fábrica de Araquari terá o mesmo modelo de Spartanburg, nos Estados Unidos, que pouco tempo após entrar
Centro de desenvolvimento Além da fábrica, do centro de distribuição e do centro de treinamento da BMW, a região Norte do Estado pode ganhar também um centro de pesquisa e desenvolvimento. “Estamos avaliando onde instalar e pode ser aqui na região. Faz sentido ser aqui e a chance é muito grande”, diz a diretora da companhia. Segundo ela, equipes da BMW já visitaram universidades catarinenses, entre elas UFSC, UDESC e Univille para buscar parcerias. A BMW integra o programa InovarAuto, do governo federal, que determina investimentos no setor de pesquisa. Além disso, explicou Gleide, a empresa também tem a política de investir na pesquisa e desenvolvimento na área de serviços dos fornecedores. •
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PORTOS
DO BRASIL
NÚMEROS POSITIVOS Portonave cresce 19% nos sete primeiros meses de 2013
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Portonave movimentou 68.655 TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés) em julho – 4.422 TEUs a mais que o mês anterior (7%). Se comparado com o mesmo período de 2012, o crescimento foi de 20%. No acumulado do ano o Terminal Portuário de Navegantes soma 402.157 TEUs – um aumento de 19% em comparação com o ano passado. Os números positivos de movimentação são fruto tanto da importação quanto da exportação. Comparando o mês de julho de 2012 com 2013 o volume de mercadorias importadas cresceu 28%. Se levar em conta o período entre janeiro e julho, o crescimento na movimentação de importação foi de 19,2% comparado com o mesmo período do ano passado. “Este resultado mostra a força de Santa Catarina como estado produtor de riquezas e reforça a importância do Complexo Portuário de Itajaí – hoje o 2º maior movimentador de cargas conteinerizadas do país”, comenta o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas. A exportação também teve excelente desempenho, com crescimento de 14% na comparação com julho de 2012. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, os dados acompanharam o superávit da Região Sul, que cresceu 10,21%
sobre julho do ano passado (US$ 4,009 bilhões), e com participação de 21,24% nas exportações brasileiras. Fazendo uma avaliação dos sete primeiros meses de 2013, a Portonave manteve a liderança na movimentação de cargas conteinerizadas no Estado, respondendo por 45% do total. Na área de responsabilidade social, a empresa investiu em projetos e ações, como patrocínio para a construção do Centro Integrado de Cultura de Navegantes e parceria nos projetos do Espaço Contém Cultura. O plantio de 6 mil mudas de árvores para compensar as emissões de carbono dos caminhões Terminal Tractors e a conquista do Prêmio Empresa Cidadã 2013 da ADVB/SC foram os destaques na área de responsabilidade ambiental. A Portonave está no mercado vai fazer seis anos e emprega diretamente cerca de 930 colaboradores. A empresa tem um diferencial logístico importante: A Iceport – Terminal Frigorífico de Navegantes, que atua como um centro automatizado de armazenamento, manuseio e distribuição de carga frigorífica. A operação da câmara é integrada ao Terminal Portuário e traz facilidades para produtores, clientes, exportadores e importadores. •
Os números positivos de movimentação são fruto tanto da importação quanto da exportação
Divulgação Portonave
24 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
PORTOS
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DO BRASIL
OPERAÇÃO Roberto Lunardelli é o novo diretor superintendente do TESC O executivo Roberto Lunardelli é o novo diretor superintendente do TESC, em São Francisco
Divulgação/TESC
executivo Roberto Lunardelli é o novo diretor superintendente do Terminal Portuário Santa Catarina (TESC), em São Francisco do Sul. Há oito anos no TESC, onde já ocupou o cargo de gerente financeiro e diretor administrativo-financeiro, Lunardelli chega à direção com o objetivo de aprimorar a atuação do Terminal nas diferentes operações de carga. “Como terminal de múltiplo uso, queremos buscar a excelência em cada carga que operamos. Somos referência para produtos siderúrgicos, possuímos excelente know-how em granel e, em contêineres, temos a mesma produtividade de terminais dedicados a essa operação.” Lunardelli adianta que o TESC irá buscar novas linhas de navegação e pretende trabalhar para ampliar as condições para receber os navios de maior porte, aumentando o volume das operações com contêineres. No transporte de siderúrgicos e granel de importação, a meta é aperfeiçoar as operações e aumentar os investimentos. O executivo assume o cargo após a saída de Roberto Lopes, ocorrida recentemente. •
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PORTOS
DO BRASIL
LEI DE INCENTIVOS FISCAIS APM Terminals Itajaí investe R$ 400 mil em projetos sociais de janeiro a julho de 2013
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Dividida em quatro etapas, APM Terminals Itajaí investiu R$ 400 mil Jorginho do Trompete e Arismar do Espírito Surfuturo Groms é a única competição destinada às categorias nos primeiros seis meses do ano, entre Santo. de base do surf do Sul do país projetos sociais através da Lei de IncenDividida em quatro etapas, Surfuturo tivos Fiscais do município e recursos próprios. Groms é a única competição destinada às cateOs valores foram aplicados em projetos ligados gorias de base do surf do Sul do país. A compeao atletismo, estruturação de academia comutição é organizada pela Associação de Surfe Pronitária de Kong-fu, aquisição de equipamentos fissional de Itajaí e tem como objetivo promover para equipe de ciclismo, escola de dança, festio esporte entre atletas com idade que variam de val de rock, Itajazz e espetáculos teatrais. 10 a 16 anos, nos naipes masculino e feminino. Os projetos beneficiados foram definiCrysthyan Cristofolini, da associação de surfe, dos pelo conselho de responsabilidade social da APM Terminals, explica que das águas da competição saíram atletas como Yago arrendatária das operações de contêineres no Porto de Itajaí, Dória e Gustavo Ramos, que já estão participando do circuito que avalia os projetos apresentados à empresa. Com recursos nacional. Gustavo, inclusive, tem idade para participar do Surfupróprios, a APM Terminals ainda ajuda a manter a Associação turo, mas como é um atleta acima da média já está disputando Beneficente Social Recomeçar, uma casa de retorno ao convívio competições nacionais. social para ex-dependentes químicos. Outro exemplo de projeto que tem apoio da APM TermiOs projetos que tiveram o apoio da APM Terminals Itajaí nals Itajaí é o projeto do resgate da cultura náutica do município, foram aprovados levando em consideração o nível de integração que está sendo desenvolvido pela Associação Náutica de Itajaí com a comunidade e o que eles acrescentam em nível técnico no (ANI). No projeto, um jornalista e um historiador vão trabalhar esporte, na cultura e no social para o município. Do ponto de vis- com cerca de 300 crianças atendidas pela entidade. Na primeira ta do investidor social, a principal vantagem de incentivar projetos parte, eles vão trabalhar a história do porto até os dias atuais. Na sociais é conhecer o destino preciso do patrocínio financeiro. segunda etapa, os esportes náuticos, finalizando com os estaleiGlobalmente, a APM Terminals tem o compromisso de ros. Cláudio Copello, presidente da ANI, explica que o projeto investir na comunidade onde está inserida. Ricardo Arten, supe- prevê transformar as crianças em multiplicadoras dos assuntos rintendente da APM Terminals no Brasil, destaca que a cultura náuticos do município. da empresa não é somente operar nos terminais ao redor do mundo, mas fazer parte da cidade e da região, proporcionando, Casa de retorno além de empregos e renda, incentivos na área social. Já a Associação Beneficente Social Recomeçar tem o objetivo de promover a ressocialização de pessoas que deixaram de ser dependentes químicos, mas perderam vínculos familiares Projetos Entre os projetos apoiados pela APM Terminals através e sociais. “Quando o ex-dependente químico volta para casa a da lei de incentivos fiscais está o tradicional Itajazz, o Surfuturo família fica feliz, mas há uma desconfiança, pois será difícil conGroms e o Resgate da História Náutica de Itajaí. Realizado há fiar em alguém que os feriu”, explica o dirigente da casa, pastor mais de 15 anos, em 2013 o Itajazz será realizado em novem- Gilberto Hard. Por relacionar o uso de drogas com pobreza e bro, dentro da programação da Trans Transat Jacques Vabre (a marginalização, uma parte da sociedade vê no ex-dependente regata oceânica que largará da França no dia 3 de novembro e químico um marginal, impossibilitando assim uma nova chance chegará ao Brasil cerca de 20 dias depois). Serão quatro dias de a ele. A associação foi escolhida para ingressar no programa programação ao ar livre dedicados ao jazz. Para este ano as atenções serão voltadas aos músicos locais, tanto, que o nome do de assistência social do terminal pelo comitê de responsabilidade social da APM Terminals. “O apoio foi primordial para que a evento recebe o título de “Itajazz Festival – Pratas da Casa”. A programação traz três apresentações gratuitas por noite, associação passasse a receber os ex-dependentes químicos. Só reunindo músicos locais na Praça Félix Busso Asseburg, localiza- depois da parceria, conseguimos firmar o contrato de locação do da entre o Mercado Público e o Mercado do Peixe, seguido de imóvel”, destaca. A casa de retorno vai servir de residência temapresentações da Banda Itajazz. O músico Osmar Schulze, mais porária para que essas pessoas possam conseguir um emprego, conhecido como Peninha, organizador do evento, explica que trabalhar e retornar à sociedade. Com quatro quartos, o local músicos do Brasil todo ficam ansiosos para vir à cidade e apro- tem capacidade para abrigar 12 pessoas em tempo integral. No veitar uma programação musical. Em anos anteriores, o evento local, vão receber todo o tipo de alimentação, assistência social, contou com a participação de artistas nacionais como o gaúcho psicológica e espiritual. •
26 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
PORTOS
DO BRASIL
PRESTÍGIO Brunswick Boat Group vai operar barcos pela APM Terminals Itajaí
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Brunswick Boat Group, maior fabricante de barcos de lazer do mundo, escolheu a APM Terminals Itajaí para operar a importação de barcos destinados a atender a fábrica de Joinville, no Norte de Santa Catarina. Com uma área construída de 14 mil m², a unidade instalada no condomínio industrial Perini Business Park, em Joinville, produz duas marcas de iates: a Bayliner, com modelos de 23 a 35 pés, e a Sea Ray, com barcos que vão de 26 a 41 pés. Os preços de venda variam entre R$ 150 mil e R$ 1,4 milhão. Com sede em Knoxville, Tennessee (EUA), o Brunswick Boat Group produz bar-
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cos de lazer de 16 a 100 pés das marcas Sea Ray, Bayliner, Hatteras e Meridian; barcos de pesca em alto mar de 13 a 52 pés das marcas Boston Whaler, Cabo Yachts e Trophy; e plataformas de pesca e pontoon boats 10 a 26 pés das marcas Crestliner, Cypress Cay, Harris Flote Bote, Lowe, Lund, Princecraft. O superintendente da APM Terminals Itajaí, Ricardo Arten, explica que essa foi a primeira operação com embarcações do Brunswick Boat Group. “A APM Itajaí, no entanto, tem um histórico de importação de outras embarcações, o que nos dá prestígio e principalmente know how para novas operações”, diz. •
ESTRUTURA Porto do Rio Grande recebe grupo responsável por projeto de expansão da Celulose Riograndense
Porto do Rio Grande recebeu, em fins de agosto, um grupo da empresa Metso, responsável por cinco plantas do projeto de expansão da CMPC Celulose Riograndense, em Guaíba. Entre os representantes da empresa que visitaram o Porto Novo, estavam suecos e finlandeses. O material utilizado na obra será importado através do porto gaúcho. O grupo foi recebido pela Superintendência do Porto e pela equipe da empresa operadora portuária Sagres. Na ocasião, eles puderam conhecer a estrutura -cais e armazéns - e assistiram a uma exposição sobre as potencialidades do porto. Conforme o
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responsável de logística da Metso no Brasil, Everton Reus, as cinco plantas da fábrica da Celulose Riograndense pelas quais a empresa é responsável, compreendem as áreas de Caldeira de Recuperação, Evaporação, Cozimento e Linha de Fibras, Caustificação e forno de cal e Máquina de secagem. Segundo Everton Reus, os materiais serão importados de várias partes do mundo como China, Estados Unidos e Europa. Além disso, será feita a compra de materiais do Rio Grande do Sul para fomentar a indústria local. A empresa tem prazo de 24 meses para a entrega da obra. De acordo com Reus, a chegada das primeiras cargas está prevista para dezembro deste ano. No total, serão Divulgação Porto de Rio Grande aproximadamente 20 mil toneladas de equipamentos importados, sendo 55.000 m³ de carga geral e 1.500 contêineres. Para o Superintendente do Porto, Dirceu Lopes, esta operação é significativa. “Além do aumento da exportação de celulose devido à expansão da empresa, o porto também participa do processo através do recebimento de materiais para a obra de ampliação da unidade. Isso demonstra a importância do porto gaúcho com os investimentos dos governos federal e estadual, que possibilitam reflexos positivos para a economia da região e do RS como um todo”, avaliou. • Porto do Rio Grande recebe grupo responsável por projeto de expansão da Celulose Riograndense
(47) 3348-4823 Av. Cel Marcos Konder, 1207 Sala: 110 Centro – Itajaí/SC
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DO BRASIL
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INFRAESTRUTURA Porto Itapoá completa dois anos de operação com planos de expansão
esde sua concepção, o Porto Itapoá sempre foi caracterizado como um terminal para receber os grandes navios de contêineres. Esta projeção tem se afirmado desde junho de 2011, quando o empreendimento iniciou suas operações. Graças às águas profundas da costa, à ampla bacia de evolução da Baía da Babitonga e à moderna infraestrutura do terminal, hoje o Porto Itapoá já recebe as maiores embarcações que operam em águas brasileiras. Até o início deste ano, o grande navio que atracava na costa da América do Sul era o Aliança Itapoá, de 334 metros de comprimento por 42 metros de largura. Desde junho uma nova classe de navios, do armador Evergreen, passou a aportar no Brasil e, um dos poucos terminais capaz de recebê-los é o Porto Itapoá. Com dimensões de 350 metros de comprimento e 48 de largura, esses supernavios farão a linha Ásia-América do Sul, inaugurando uma nova fase das operações portuárias no continente. A tendência da navegação mundial indica que os portos mundo afora estejam preparados para receber embarcações cada vez maiores. Em outros terminais da Ásia, Europa
e América do Norte, essas dimensões são uma realidade, porém a América do Sul ainda não possuía testes nem parâmetros operacionais para as embarcações deste porte. O diretor de Operações do Porto Itapoá, Márcio Guiot, destaca que “o trabalho intenso que viemos realizando, desde 2011, com a Praticagem, o Porto de São Francisco do Sul e Capitania dos Portos, surtiu efeito positivo. Este trabalho não é importante apenas para os terminais, ou para a Praticagem, ou até mesmo para a Marinha. O trabalho traz benefícios a toda uma cadeia produtiva que passa a ter na Baía da Babitonga sua porta de entrada para as diferentes regiões do mundo, através dos maiores navios do mundo”. Até o momento, o terminal já recebeu mais de 800 navios e movimentou cerca de 350 mil contêineres. Investindo nas pessoas e na comunidade, o Porto Itapoá emprega hoje aproximadamente 600 pessoas, de forma direta, e 2 mil empregos indiretos, além do incremento da arrecadação do pequeno município de Itapoá, com 16 mil habitantes. Atualmente, mais de 500 grandes empresas utilizam o Porto Itapoá como operador logístico, que já conta com 14 serviços para o mundo todo. •
Divulgação/Porto Itapoá
Com o projeto de ampliação do cais de 630 para aproximadamente 30 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
Balneário Camboriú é procurada por uma série de razões, mas o sol e a praia se destacam na preferência dos gringos
ENCANTADOS TRÊS CIDADES CATARINENSES ENTRE AS QUE MAIS RECEBERAM ESTRANGEIROS NO BRASIL
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Brasil recebeu um número recorde de turistas estrangeiros no ano passado, de acordo com o estudo de Demanda Turística Internacional, divulgado pelo Ministério do Turismo no fim de agosto. O levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revela que 5,67 milhões de estrangeiros visitaram o país em 2012. Boa parte deste público resolveu passar por Santa Catarina, em especial Florianópolis, Balneário Camboriú e Bombinhas. As três cidades estão entre as 10 que mais receberam turistas estrangeiros no Brasil, em 2012. A capital, Floripa, aparece na segunda posição no ranking, atrás apenas do Rio de Janeiro (RJ). Já Balneário Camboriú ocupa o sétimo lugar, e Bombinhas, o oitavo.
32 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
No ano passado, Balneário Camboriú recebeu 5% do total de visitantes estrangeiros que estiveram no Brasil. Enquanto Florianópolis teve um percentual de 18% dos gringos que vieram ao Brasil para lazer. A Argentina se mantém na primeira posição como emissor, com 29% dos turistas que visitam o Brasil (1,67 milhão), seguida pelos Estados Unidos (586 mil). A Alemanha, com 258 mil visitantes ultrapassou o Uruguai (253,8 mil) e conquistou a terceira colocação. Os maiores emissores de turistas residem na América do Sul (50%), seguidos pelos europeus (29%) e norte-americanos (13%). A maioria dos estrangeiros vem a lazer (46,8%), uma parcela menor, porém importante pela média de gastos no país,
Ademar Schneider, secretário de Turismo de Balneário Camboriú, ressalta que a cidade é líder na preferência de turistas estrangeiros e brasileiros
vêm a negócios (25,3%) e os demais chegam ao país para visitar parentes, destinos religiosos, fazer cursos e compras (27,9%).
Satisfação no âmbito nacional “Temos muito a evoluir, mas os dados mostram que estamos no caminho, que o turista estrangeiro tem tido boas experiências em nosso país”, diz o ministro do Turismo, Gastão Vieira. A intenção de retorno se explica pela boa avaliação dos principais serviços turísticos. Os serviços mais bem avaliados são a hospitalidade do povo (97,7%), os sabores da gastronomia (95,5%) e a hospedagem (93,2%). Os serviços com menor grau de satisfação são os preços de produtos e serviços (56,1% de aprovação), a telefonia (67,7%), as rodovias (70%) os aeroportos (73%) e a sinalização (76,5%). O gasto nas viagens de negócios é quase o dobro (US$ 1599) das viagens de lazer (US$ 877). Os destinos mais visitados a lazer são Rio de Janeiro (29,6%), Florianópolis (18,1%) e Foz do Iguaçu (17,3%) e o ranking das três cidades que mais recebem turistas de negócios é composto por São Paulo (48,3%), Rio de Janeiro (23,9%) e Curitiba (4,4%).
Balneário Camboriú Entre as nacionalidades de turistas que estiveram em Balneário Camboriú, aparecem nas primeiras colocações os argentinos (61,4%), chilenos (16,7%) e paraguaios (13,7%), sendo que a cidade é a preferida para quem sai do Paraguai, que a elegeram como primeiro destino a ser visitado a lazer. Balneário é a terceira na preferência de quem vem do Chile. E, 34 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
embora não se destaque como emissor de turistas, a Suíça qualificou a cidade também como terceiro destino. 13,5% dos turistas suíços que chegaram ao Brasil, vieram para a praia catarinense em 2012. Em 2011 o percentual era de apenas 0,6%. O principal motivo das viagens continua sendo o lazer (92,5%). E o motivo do lazer, o sol e a praia (92,2%). Para a maioria, o alojamento utilizado foram os hotéis, pousadas ou flats (50,6%). Dos grupos que vieram, a maior parte era composta por familiares (57,4%). O gasto médio per capita em Balneário foi de US$ 57,95 (dólares) e a permanência média na cidade de 8,5 dias. A faixa etária do visitante estrangeiro está entre 41 e 50 anos (25,5% do total), seguido de 32 a 40 anos (24,9%). Quase metade dos viajantes (49,7%) têm ensino superior completo e 47,9% qualificaram a viagem com satisfação máxima - superando suas expectativas -, seguido daqueles que disseram que a viagem atendeu plenamente suas necessidades (44,7%). ‘’Estamos na preferência dos turistas que vêm de fora, e também somos o principal destino para turistas brasileiros. Além de nos deixar com grande satisfação, pois isso mostra que o trabalho que vem sendo realizado está no caminho certo, também nos revela que há muito a fazer. Não apenas para nos manter entre os destinos top do país e atrair novos visitantes, mas também para agradar os que já se habituaram a vir para nossa cidade para lazer, negócios, entre outros motivos’’, declara o secretário de Turismo de Balneário, Ademar Martins Schneider. O Ministério do Turismo, por meio da Fipe, entrevistou 31.039 pessoas em 10 regiões de fronteira terrestre e 15 aeroportos internacionais brasileiros. •
Os destinos mais visitados a lazer
Rio de Janeiro Florianópolis Foz do Iguaçu
29,6% 18,1% 17,3%
As três cidades que mais recebem turistas de negócios
São Paulo Rio de Janeiro Curitiba
48,3% 23,9% 4,4%
Estado que não para
As pequenas e médias cidades de Santa Catarina crescem mais do que grandes centros urbanos do Brasil. Com trabalho, lazer, boa gastronomia e muita diversão, diferentes cidades catarinenses geram oportunidades de negócio, abrem novas frentes profissionais e oferecem qualidade de vida comparável aos países desenvolvidos da Europa. 36 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
Divulgação/SANTUR
Itapema faz parte da Costa Esmeralda, junto com as pérolas de Bombinhas e Porto Belo
Por que Santa Catarina é um bom lugar para investir e viver?
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nze cidades entre as 50 com melhor qualidade de vida do Brasil. Cinco portos espalhados pelo litoral, todos considerados de excelência operacional. Municípios que se assemelham – guardadas as proporções - a lugares icônicos do mundo todo: Balneário Camboriú lembra o luxo da francesa Saint-Tropez; Florianópolis tem um que das festas e badalação da ilha espanhola de Ibiza; Bombinhas e suas praias de águas cristalinas parecem o Caribe abaixo da Linha do Equador; Penha e o parque Beto Car-
rero são a Disneylândia brasileira; Blumenau e Joinville retratam com perfeição a disciplina e o gosto pelo trabalho tão característico dos germânicos que colonizaram o Norte do Estado. A Serra traz à tona cenários europeus, especialmente no gélido inverno. No Sul, os italianos transformaram dezenas de cidades em um pedaço da terra de Leonardo da Vinci no Brasil. As praias, essas são um parágrafo à parte de Santa Catarina. Pois são tantas, tão belas, que fica difícil elencar as principais. Depende do seu Economia&Negócios • Setembro 2013 • 37
Estado que não para
gosto, caro leitor. Se você prefere agito, a Praia Brava, em Itajaí, é uma boa pedida. Se a busca for por sossego e boas ondas para surfar, a Guarda do Embaú e as praias do Rosa e Ferrugem, em Garopaba, são perfeitas, bem como Laguna e o famoso Farol de Santa Marta. Se o visitante ou morador deseja respirar história, então a Baía da Babitonga é o destino, com a encantadora São Francisco do Sul, a terceira cidade mais antiga do Brasil, a lhe esperar. Como você viu, praias são o que não faltam pelo recortado litoral catarinense. Mas também não faltam grandes indústrias, que em diferentes segmentos consolidam o Estado como potência econômica da nação, uma vez que montadoras do porte de GM (General Motors) e BMW preparam a instalação em Santa Catarina. Sem falar da Brasil Foods - conglomerado brasileiro do ramo de produtos alimentícios - a Seara, a Weg, e tantas outras empresas voltadas ao agronegócio, ao turismo, a indústria naval e a construção civil - é bom lembrar que Balneário Camboriú é sinônimo de edifícios altos e modernos no país. Perto dos maiores centros urbanos, Santa Catarina atrai gente de todo lugar. Gente que veio do interior e das metrópoles, mas hoje não deixa esse pedaço de terra por nada no mundo, até porque aqui encontraram oportunidades e fizeram acontecer. Nesta reportagem, a Revista Portuária – Economia & Negócios vai expor um resumo das potencialidades catarinenses, suas peculiaridades e os motivos que levam esta unidade da Federação ao olimpo dos bons lugares
38 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
para investir, ganhar dinheiro, encontrar qualidade de vida e se desenvolver.
Uma pergunta. Muitas respostas
Divulgação/FIESC
O presidente da Fiesc, Glauco José Corte, entende que atualmente os empresários estão receosos de fazer novos investimentos
Esse pedaço de terra relativamente pequeno oferece gigantescas oportunidades para quem busca trabalho
A resposta para o título desta reportagem encontrase numa mistura de fatores, todos sintomáticos de um bom lugar para viver. Uns são palpáveis - como as empresas e os portos já citados -, outros são visíveis – a qualidade de vida e as praias -, e uma terceira linha é acessível à boa parcela dos catarinenses de nascimento e também os que adotaram o Estado – trabalho e oportunidades por aqui geradas. Mestre em Relações Econômicas e Sociais Internacionais, Jairo Romeu Ferracioli, aponta três fatores decisivos para que Santa Catarina sirva como ímã de investimentos em diferentes setores da economia. “O primeiro é e sempre foi a qualidade de vida das cidades catarinenses. O segundo é a estrutura logística de Santa Catarina e, em especial, do Litoral Norte, onde a diversidade industrial é vasta, e o setor de serviços é muito desenvolvido. Por último, os portos, atividade que envolve muita gente e na qual o Estado está muito bem servido”, lista, antes de fazer um alerta: “A expansão traz também desigualdade, algo que o Poder Público precisa ficar atento”. Os fatores citados por Ferracioli, que é professor de economia nos cursos de Comércio Exterior e de Logística na Univali, colaboram a reboque para a vinda dos mais variados sotaques e culturas, o que torna o Estado e alguns dos seus municípios algo quanto cosmopolita. Esse triunvirato é decisivo para que Santa Catarina cresça a olhos vistos, sendo so-
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nho de consumo de muito brasileiro atrás de uma vida melhor. “Desde que eu vim para cá, em 2002, a minha vida mudou. Hoje tenho estabilidade, emprego, esposa e uma filhinha que nasceu aqui”, comemora o vendedor gaúcho Adriano Bastos Bisso, 32 anos, há mais de 10 em Balneário Camboriú. Essa migração não é privilégio de Balneário, mas sim de todo estado. Que, aliás, é o maior exportador de frango e de carne suína do Brasil. E é das fazendas e agropecuárias que vem uma parcela significativa do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina, que somou R$ 152,48 bilhões em 2010 (último dado disponível), de acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A renda média do trabalhador catarinense também é das melhores do Brasil. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), avaliou a renda per capita média dos moradores de Florianópolis e constatou que o índice praticamente dobrou em duas décadas: o crescimento foi de 95,03% de 1991 a 2010. A renda média era de R$ 921,95 em 1991. No ano 2000, o índice saltou para R$ 1.383,78 e, em 2010, atingiu R$ 1.798,12. Renda essa que é consequência direta do trabalho. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, destaca que produtores e empresários catarinenses vivem um ano cheio de otimismo, calcado basicamente no fato de que ne-
Segundo Pedrozo, no campo ocorre, lentamente, a concentração de propriedades e a opção pela mecanização
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nhum produto barriga verde enfrenta crise de preço ou de mercado. Sobre o agronegócio, Pedrozo acredita que além da qualificação dos trabalhadores, a estrutura minifundista das propriedades, determinada pela topografia ondulada das regiões produtoras, é fator decisivo para o sucesso dos negócios do campo catarinense. “A predominância do minifúndio levou a uma ocupação intensiva das regiões agrícolas e estimulou a formação das grandes cadeias produtivas como a da suinocultura, da avicultura e da pecuária leiteira”, avalia. Em relação aos produtos saídos das estâncias e sítios, Pedrozo afirma que a rentabilidade de todos os itens catarinenses continua alta, inclusive a maçã. De acordo com ele, as safras de milho, soja e fumo foram boas. Em resumo, é do campo que vem algumas das melhores notícias para a economia catarinense, um exemplo disso é a abertura do mercado japonês para a carne suína de Santa Catarina, em julho. Questionado sobre os motivos que fazem as pessoas migrarem para o território barriga-verde, Pedrozo responde de bate pronto: “Porque Santa Catarina
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Ronaldo Silva Jr
Os portos, como o de Itajaí, são reconhecidos nacionalmente pela qualidade operacional
é um pedaço da Europa no Brasil, se levarmos em conta a qualidade de vida nas cidades e nos campos”. Do campo para a indústria. Mesmo com a crise econômica internacional, que desde 2008 retrai investimentos e afugenta capital, a indústria catarinense se mantém como importante parque industrial que ocupa posição de destaque no Brasil. A indústria de transformação é a quarta do país em quantidade de empresas e a quinta em número de trabalhadores, sendo que o PIB é o sétimo do Brasil. No entanto, para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Glauco José Côrte, atualmente os empresários estão cautelosos sobre novos investimentos, uma vez que há certa insegurança sobre os rumos da economia. “Ninguém investe sem ver um horizonte um pouco mais longo. Se o veto à multa de 10% do FGTS cair e for aprovada a lei da terceirização, o cenário pode ficar melhor para investimentos”, expõe Côrte. Já as exportações catarinenses podem crescer até 30% em 2013, segundo estudo divulgado pela Fiesc no dia 21 de agosto. O levantamento apontou que as exportações podem crescer entre 11% e 30% este ano, em relação a 2012. De acordo com a pesquisa, os resultados na exportação devem ser favoráveis, já que cerca de 55% das empresas consultadas projetam incremento nas vendas externas para 2013. O saldo negativo obtido na balança comercial de Santa Catarina no ano passado foi atribuído ao pior desempenho nas exportações de produtos primários, principalmente do setor de alimentos. “Ao analisar tendências, fragilidades e oportunidades no cenário internacional e, ao mesmo tempo, identificar os principais obstáculos e necessidades das empresas catarinenses em suas trajetórias de internacionalização, novas iniciativas próprias e do setor público são necessárias para melhorar as condições de competitividade da indústria”, salienta Côrte. No lado do agronegócio e das exportações, otimismo. No lado industrial, cautela. E o lado político? O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen, o Paulinho, diz estar confiante com o crescimento sustentável de Santa Catarina e as condições políticas para que isso aconteça. Com uma parceria forte com o governo federal e prefeituras catarinenses, Paulinho entende que é essa união de forças que faz o Estado se sobressair no cenário nacional, inclusive com
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chamariz internacional. Para balizar sua opinião ele destaca que o atual governo tem dialogado – com sucesso – com empresas de renome mundial, não só a BMW. “A Mercedes e a Land Rover estão estudando possíveis unidades fabris em Santa Catarina”, afirma. De volta ao que já está confirmado, o secretário fala da importância da instalação da BMW no Estado, pois, garante, as obras estão em ritmo acelerado e o cronograma prevê o primeiro carro produzido já em setembro de 2014. “Continuamos a dar todo apoio ao processo. Nossos colaboradores do Inova/ SDS trabalham lado a lado com os executivos da empresa.Temos um grande desafio junto às autoridades federais para adequar em tempo, junto a BR-101 e sua concessionária, o acesso ao distrito automobilístico de Araquari”, comenta Paulinho.
Paulo Bornhausen, secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável de SC, fala para plateia de empresários
Vieram, viram e venceram Nas grandes companhias, o que mais se vê são executivos trocando a agitação e insegurança dos grandes centros pelo sossego e segurança de cidades catarinenses. Muitos procuram Florianópolis, a capital, e Joinville, a cidade mais industrializada. No entanto, lugares menores e mais aconchegantes, como Itajaí, Balneário Camboriú, Navegantes e Itapoá, também são um atrativo e tanto para quem chega ao Estado. Exemplos não faltam para justificar esse quadro, como afiança o presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de Balneário Camboriú, Carlos Humberto Metzner Silva. “As pessoas procuram Balneário e Santa Catarina por saber que aqui encontrarão as melhores opções de moradia e uma qualidade de vida comparável aos melhores lugares do mundo, sem falar na receptividade do povo”. Dentre os que vieram de fora, destaque para dois homens que comandam os portos de Navegantes e Itapoá. Em O mercado da construção civil de Balneário Camboriú é sinonímo de excelência no Brasil inteiro
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terras navegantinas, Osmari de Castilho Ribas, diretorsuperintendente administrativo da Portonave, consolidou um projeto ousado e inédito - até então - no Brasil. Hoje, o paranaense Castilho se considera um pouco catarinense e navegantino, a ponto de já planejar a aposentadoria do lado esquerdo do Rio Itajaí-Açu. “A minha relação com Navegantes é algo especial. Em todos os lugares que eu passei sempre me identifiquei e sempre me desenvolvi profissionalmente. Mas aqui foi diferente. Fui além. Tudo porque conquistei muitos amigos, desenvolvi um ambiente muito bom de trabalho e sinto que posso contribuir ainda mais para a cidade e sua população”. A frase de Castilho define bem seu apreço pelo município. Tanto é que o executivo se desdobra agora na Portonave e na presidência da Associação Comercial e Industrial de Navegantes (ACIN). Ele ressalta que Navegantes e região são lugares fáceis para a pessoa se adaptar e se apaixonar, pois existe simplicidade no povo e muita gana de trabalhar e fazer o melhor. Por essas e outras, Castilho diz estar, em conjunto com a esposa – que mora e trabalha em Curitiba -, planejando e adaptando a vinda em definitivo da família para o Litoral Norte catarinense. “Meu filho mais velho que se formou em Direito e Administração de Empresas, está montando um negócio em Itajaí e vai seguir sua vida profissional por aqui”, completa o homem que desde 2001
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adotou Santa Catarina para trabalhar, crescer e viver. Menos de 200 quilômetros ao norte de Navegantes, na pacata Itapoá, às margens da Baía da Babitonga, um carioca de sotaque acentuado brilha os olhos ao falar de Santa Catarina, especialmente de Itapoá – onde trabalha – e de Balneário Camboriú – onde mantém um apartamento e eventualmente passa os finais de semana. Seu nome é Patrício Júnior, presidente do Porto Itapoá, e que durante os últimos 30 anos rodou o mundo trabalhando, primeiro na Marinha Mercante, depois no concorrido mercado de navegação e logística. Após perambular o mundo, em 2009, Patrício queria jogar âncora num lugar. Um porto seguro, onde unisse os prazeres da vida com os desafios de um grande projeto. Ele encontrou, e elogia bastante. “Balneário é tudo de bom, eu sou um apaixonado pela cidade. A cidade que eu escolhi”. Inteirado que estava do projeto Itapoá, o executivo especulou por que não viver entre essas duas cidades, unindo o melhor de cada uma: a tranquilidade e as belezas de Itapoá com o charme e agitação de Balneário. Eis que veio o convite para ingressar no porto, aceito sem pestanejar, depois de um ano sabático, fruto de seu acordo de desligamento com a APMT, onde trabalhava anteriormente. Hoje, cada um dos dois municípios habita um cantinho do coração do executivo. “Itapoá também é outra maravilha, guardadas as devidas proporções de não ter essa vida agitada. Mas Itapoá tem 32 quilômetros de costa, 16 mil habitantes, eu chego ao trabalho rapidinho, levo uma vida sossegada. Tá uma maravilha”, comenta Patrício, para quem Santa Catarina possui a melhor e mais completa cadeia logística do Brasil. “Poucos lugares são tão bem servidos de portos e estrutura”. Mário Lanznaster, presidente da Aurora Alimentos, uma das maiores indústrias de alimentos do Brasil, sediada em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina
Pingue-pongue
Do Litoral para o Oeste Entrevista com Mário Lanznaster, presidente da Aurora Alimentos, uma das maiores indústrias de alimentos do Brasil, sediada em Chapecó, no Oeste de Santa Catarina. Revista Portuária - Por que Santa Catarina é um bom lugar para investimentos? Mário Lanznaster – Porque aqui há capitais financeiros e humanos para viabilizar investimentos. O Estado tem vocação para o trabalho. Entretanto, precisamos melhorar a infraestrutura de transporte e armazenamento. É vital para o futuro do grande oeste catarinense a construção das ferrovias Norte-Sul e Leste-Oeste, a primeira ligando Chapecó ao Mato Grosso e, a segunda, Chapecó aos portos marítimos. Sem essas ferrovias, os investimentos na vasta área do agronegócio migrarão para outras regiões. Portuária- Quais os fatores diferenciais da cadeia produtiva catarinense no que tange ao agronegócio? Lanznaster - Temos famílias rurais vocacionadas para a produção de leite, grãos e carnes, frutas, flores e hortigranjeiros. E temos a melhor matéria-prima do país. Adotamos a melhor tecnologia e respeitamos o meio ambiente. Essa é a receita. Portuária - O que o futuro reserva para esse mesmo agronegócio em terras barriga-verde? Lanznaster - Temos que acompanhar o desenvolvimento tecnológico e conceitual da indústria de alimentos na esfera mundial. Aqui está nosso foco. Portuária - O Oeste está cheio de gaúchos e paranaenses. O Leste apinhado de gaúchos e paulistas, sem falar gente de todo o Brasil. Na opinião do senhor, por que as pessoas desejam morar em Santa Catarina? Lanznaster - Santa Catarina atrai pessoas com desejo de trabalhar e empreender. Temos belezas naturais e uma cultura forjada no trabalho e no amor a terra. Portuária - Qual a geração de empregos em toda indústria do campo? Lanznaster - Hoje a Aurora tem mais de 20 mil trabalhadores e cerca de 1.100 vagas em aberto. Na maioria das propriedades rurais dos produtores rurais cooperados há falta de mão de obra. O agronegócio é um grande gerador de empregos. •
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ITAJAÍ E NAVEGANTES NOVA BACIA DE EVOLUÇÃO SERÁ EM FRENTE AO SACO DA FAZENDA Local é o que aponta menor impacto social. Estudos de impacto ambiental e de engenharia estão em fase final de execução
O
Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu entrou na fase final dos estudos de impacto socioambiental da obra de reestruturação do canal de acesso e nova bacia de evolução do Rio Itajaí-Açu. Após diversas simulações realizadas pela empresa holandesa Arcadis, a área em frente ao Saco da Fazenda, em Itajaí, foi apontada como a melhor opção. O projeto prevê que a bacia tenha um diâmetro de 46 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
530 metros, 130 metros maior que a atual, o que permitirá a entrada de navios de até 366 metros. A obra é de vital importância para a região de influência do Complexo Portuário, pois o mercado internacional de navegação está utilizando embarcações maiores. A utilização dessas embarcações é uma tendência irreversível, pois aumenta a produtividade das empresas armadoras, que passam a realizar menos viagens, levando maior quantidade de carga, explica Antônio Ayres dos Santos
Júnior, superintendente do Porto de Itajaí. A empresa Consiliu iniciou na última semana de agosto, nas proximidades do Saco da Fazenda, um estudo socioeconômico, que é parte do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), documento fundamental para a obtenção da licença ambiental. Quando concluído, o EIA será avaliado pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), que tem a autoridade para conceder o licenciamento para que a obra possa ser iniciada. “Creio que o local definido, em frente ao Saco da Fazenda, em Itajaí, é a melhor opção, que representa o menor impacto social e ambiental”, explica Ayres. Os estudos socioeconômicos e ambientais devem ser finalizados no início de outubro, que é quando o Complexo Portuário pretende protocolar o EIA e o Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA) no órgão ambiental. Essencial para a economia da região, quiçá do Estado, a obra vai garantir a competitividade do Complexo Portuário, segundo maior movimentador de contêineres do país. A obra é importante para toda a economia da região, sejam as atividades relacionadas ao segmento – despachantes, portos secos, transportadoras -, como os negócios comuns, exemplos de farmácias, mercados e serviços em geral, que são impulsionados pela força econômica gerada pela movimentação de cargas.
Impactos reduzidos no Saco da Fazenda A intenção é causar o menor impacto possível, sempre tentando atender às reivindicações da sociedade buscando soluções positivas para todos os envolvidos. Importante ainda é ressaltar que os eventuais impactos serão a logo prazo, em razão do cronograma longo da obra. Já o projeto de construção da nova marina de Itajaí, que será erguida também nas imediações
do Saco da Fazenda, não sofrerá qualquer impacto.
Projeto Todo o projeto, incluindo o alargamento do canal interno e o realinhamento do molhe norte, está estimado em R$ 300 milhões. A decisão sobre a posição da nova área de manobras foi feita depois de meses de estudos técnicos, coordenados pela empresa holandesa Arcadis, na qual práticos da região viajaram a Holanda para fazer simulações. O Governo do Estado de Santa Catarina, através de recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), alocou cerca de R$ 120 milhões para serem investidos na bacia de evolução, para a primeira etapa do trabalho de mudar os parâmetros do canal de acesso aos terminais portuários. Vale lembrar que atualmente a configuração limite de manobras que a bacia de evolução permite é de navios de 300 metros de comprimento por 48 de boca. Com a obra, o complexo, que inclui o Porto Público, mais as empresas APM Terminals Itajaí, Portonave e demais terminais instalados a montante, poderá receber as maiores embarcações que circulam na costa brasileira, com 366 metros. Os estudos para a definição do projeto devem ser concluídos até outubro. “Vários estudos estão sendo analisados há meses e esse projeto é o que menos impacta na comunidade”, afirma Antonio Ayres.
Riscos O impacto da não realização da obra será brutal para toda a região que envolve o Complexo Portuário. Estima-se a perda de R$ 30 milhões mensais a partir do próximo ano, com a queda de aproximadamente 75% no movimento de entrada e saída de navios e a debandada dos armadores para outros portos que comportem embarcações maiores. •
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UM GIGANTE EM
A APM Terminals Itajaí bateu dois recordes em menos de 30 dias. O recorde em movimentação foi registrado em uma operação que envolveu três guindastes, movimentando 2.900 contêineres em 30 horas, o que equivale a 98 movimentos por hora. Além do recorde em movimentação, a APM Terminals Itajaí também bateu o recorde de produtividade, completando mais de 44 movimentos por hora por portêiner, um número que pode ser comparado aos melhores padrões de terminais asiáticos. Os novos recordes podem reduzir os custos portuários, e ainda comprovam porque a APM Terminals leva a marca de excelência portuária a nível mundial.
www.apmterminals.com.br
NOBRASIL
CUSTOS PORTUÁRIOS AUMENTARAM MAIS DE 27% EM DÓLAR NOS ÚLTIMOS QUATRO ANOS, APONTA IBPT
C
om a finalidade de verificar o real impacto dos custos portuários no comércio exterior brasileiro, o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT realizou um estudo sobre o setor, identificando cada um dos itens que compõem o denominado custo portuário brasileiro, utilizando como base de dados o período de janeiro de 2009 a junho de 2013. O estudo ganha maior importância pelo fato de que 81% de todas as importações e exportações realizadas no país ocorrem por via marítima, e conhecer os custos incidentes sobre essas operações é imprescindível para a melhoria da infraestrutra brasileira. O estudo revela que os custos portuários tiveram 50 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
crescimento em dólar de 27,26% no período de 2009 a 2012 no Brasil. Em 2009 esses custos totalizaram US$ 7,51 bilhões, passando para US$ 9,55 bilhões em 2012; e já no primeiro semestre de 2013 atingindo o valor de US$ 4,86 bilhões. De janeiro de 2009 a junho de 2013 o comércio exterior brasileiro movimentou por via marítima 2.766.723.808 (2,77 trilhões) de toneladas de produtos, ao valor US$ FOB de 1.456.457.924.216 (US$ 1,46 trilhão), a um valor médio por tonelada de US$ 526,42. Ainda no tocante ao comércio exterior brasileiro, comparando-se 2012 em relação ao ano de 2008, houve crescimento de 28,22% do valor em dólar, crescimento
de 17,15% do peso líquido em toneladas e crescimento de 13,22% do valor em dólar por tonelada. Apesar do crescimento em dólar do setor, houve uma redução do número de manobras de navios (atracação, fundeio e desatracação) da ordem de 1,74%, no período de 2009 a 2012, em razão do aumento do tamanho dos navios que trafegam, e que oferecem hoje maiores condições para acomodar grandes volumes de cargas. “Os custos portuários podem ser divididos em diretos ou indiretos. Entre os valores que recaem diretamente nos preços dos custos marítimos estão as utilizações dos equipamentos e instalações portuárias terrestres ou marítimas, embarque e desembarque de cargas, despachos aduaneiros, taxas, impostos e demurrage. Os custos indiretos compreendem aqueles relacionados à contratação dos serviços de praticagem, rebocadores, agências marítimas, atracação e desatracação, faróis, vigias, transporte de tripulação”, explica Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e coordenador de Estudos do IBPT. Segundo o especialista, a movimentação e armazenagem de carga em terminais portuários e retroportuários correspondem a 54,44% do valor do custo portuário; a demurrage e o despacho aduaneiro são responsáveis, respectivamente, por 18,56% e17,84% dos custos; a rebocagem por 2,97% e a praticagem por 2,48% do valor total do transporte por via marítima; e por último, os serviços de agenciamento marítimo, aluguel de lanchas para transporte da tripulação e outros, que equivalem cada um a 1% do custo total.
Metodologia: A metodologia de estudo baseia-se em dados contidos nas ferramentas tecnológicas do IBPT, o Impostômetro, o Empresómetro e o Gastômetro, bem como em informações obtidas junto aos órgãos públicos em cumprimento à lei de acesso à informação (Lei nº 12.527/2011).
Frete também subiu A Revista Portuária – Economia & Negócios publicou na edição de agosto outra pesquisa do IBPT. O levantamento expôs que de janeiro de 2009 a abril de 2013, o valor do frete marítimo teve um aumento de 82,11%, em dólar,
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Gilberto Luiz do Amaral, presidente do Conselho Superior e coordenador de Estudos do IBPT, que realizou as pesquisas
passando de US$ 42,33 para US$ 77,09 por tonelada, segundo o IBPT. O estudo aponta que, do início de 2009 até o primeiro quadrimestre de 2013, a arrecadação dos tributos sobre a importação totalizou US$ 226,15 bilhões, ou seja, R$ 435,43 bilhões. Caso não houvesse aumento do custo do frete marítimo, a arrecadação tributária seria menor em US$ 5,51 bilhões, ou R$ 10,55 bilhões. O custo deste serviço interfere na base de cálculo dos tributos sobre importação e representa um impacto na arrecadação. De acordo com Gilberto Luiz do Amaral, “os produtos importados estão cada vez mais presentes nas compras das famílias brasileiras, tanto pelo consumo direto de itens fabricados no exterior quanto pela utilização de insumos na produção de bens e serviços. O aumento no custo do frete marítimo impacta diretamente nos preços finais”. Para Amaral, o aumento está diretamente ligado à crise financeira internacional. “É uma compensação dos armadores. Com a crise econômica, houve uma diminuição nos preços do frete nos Estados Unidos e na Europa. Como no mesmo período houve um aumento no fluxo de importações no Brasil, as empresas compensam suas perdas aqui”, explica. •
Ernesto João Reck é eleito Presidente da Facisc
O
empresário Ernesto João Reck, de São Lourenço do Oeste, foi eleito, no dia 30 de agosto, o novo Presidente da Facisc. Ele assume no lugar do empresário Alaor Francisco Tissot, para mandato no biênio 2013/2015. A nova Diretoria da entidade terá dois Vice-Presidentes: André Gaidzinski e Christiane Hufenüssler, respectivamente, para 1º e 2º Vice-Presidentes. O pleito ocorreu em São José, e contou com a presença de aproximadamente 80 empresários, presidentes das associações que integram o Conselho Diretor da Federação. Na sua gestão, Reck dará continuidade às ações iniciadas pela administração anterior. “Tivemos grandes avanços nos últimos anos, indicando que estamos no caminho certo”, considera. Entre as principais medidas que serão adotadas pelo novo Presidente está a ampliação da visibilidade do Sistema Facisc, fortalecendo as suas Associações Comerciais e Industriais e também as Regionais (a entidade tem 12 Regionais no Estado). A Facisc é uma das maiores entidades voluntárias de Santa Catarina, com destaque na capilaridade e na representatividade: está presente em 220 municípios catarinenses, com 145 associações filiadas e abrangendo cerca de 30 mil empresas. “Representamos todas as Associações Comerciais e Industriais de Santa Catarina, e acreditamos que o associativismo é a melhor maneira de alavancar o crescimento das empresas e do Estado”, pontua Reck, garantindo que a entidade intensificará sua atuação em prol do desenvolvimento socioeconômico de Santa Catarina. “Estreitando as relações com os representantes das diversas regiões, teremos mais robustez para fortalecer a economia do nosso Estado, bem como as Associações abrangidas pelo Sistema”, afirma o novo Presidente. O presidente eleito ainda convidou os dirigentes das associações integrantes da Facisc a participarem do planejamento da Federação. O estímulo ao crescimento das micro e pequenas empresas também está na plataforma de trabalho. A proposta é criar novos Núcleos Setoriais na entidade e fortalecer os
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Ernesto João Reck (à esquerda) assume no lugar do empresário Alaor Francisco Tissot, para mandato no biênio 2013 a 2015
atuais. Os Núcleos permitem a execução de um conjunto de ações direcionadas a um segmento empresarial específico, aumentando a sua competitividade e posicionamento no mercado. O incentivo à adoção das Soluções Empresariais desenvolvidas pela Facisc, por meio de rede própria de cartões de benefícios, continuará sendo foco na nova gestão. Em 2012, os cartões Util Card (para compras no comércio com desconto em folha), Util Alimentação e Util Refeição movimentaram R$ 141,8 milhões na economia do Estado, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. “Ano passado, os usuários dos cartões superaram 193 mil. Queremos ampliar esse número e também desenvolver novas Soluções Empresariais”, adianta Reck. •
CAMINHÕES SINOTRUK CONSTRUIRÁ PRIMEIRA FÁBRICA FORA DA CHINA EM LAGES
A
fabricante chinesa de caminhões Sinotruk está com o caminho aberto para a construção de uma fábrica da marca em Lages, na Serra de Santa Catarina. A empresa, por meio da sua importadora Elecsonic, foi habilitada no Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), etapa fundamental para continuidade do projeto. O documento foi assinado em fins de julho, pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel. Com a medida, a empresa terá direito a benefícios como descontos no pagamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos produzidos no Brasil. A unidade de Lages será a primeira fábrica da Sinotruk fora da China. “Estamos lutando há bastante tempo para esse projeto. E os últimos obstáculos foram superados. Agora é questão de assinar o contrato e iniciar as obras. É uma grande notícia para toda Santa Catarina, em especial para a região serrana. É a realização de um sonho, vamos gerar emprego e renda e trazer tecnologia em um setor
O investimento para construção da fábrica catarinense é de R$ 300 milhões.
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que nós ainda não temos”, comemora o governador Raimundo Colombo. “A Sinotruk estabelecida em Santa Catarina reafirma a disposição do governo de incentivar e priorizar uma das indústrias mais estratégicas, que é a indústria automotiva, uma atividade que gera um movimento econômico muito grande, com desenvolvimento de tecnologia e agregação de valor. É uma cadeia produtiva essencial e Santa Catarina estava fora desse mercado. Com a Sinotruk, a BMW e a GM, entramos definitivamente neste circuito”, acrescenta o presidente da SCPar, Paulo da Costa, lembrando dos investimentos do setor no Norte do Estado. Neste mês de setembro, Raimundo Colombo e o presidente da SCPar viajam para a China para assinatura do contrato e criação de uma join venture (associação de empresas para explorar o negócio sem perder personalidade jurídica) para o novo projeto. A join venture contará com a participação das empresas Elecsonic, da China National Heavy Duty Truck (CNHT, grupo dono da Sinotruk) e Cotia Trading, além do próprio governo de Santa Catarina, por meio da SC Parcerias. O percentual de participação do Estado ainda não foi definido. Em abril de 2012, o governo catarinense e a montadora de caminhões assinaram o protocolo de intenções para construção da fábrica em Lages. O presidente da SCPar, Paulo da Costa, diz que o cronograma atual prevê o início das obras
Em setembro, o governador Raimundo Colombo e presidente da SCPar viajam para a China, sede da Sinotruk, para assinatura do contrato e criação de uma join venture
A unidade de Lages será a primeira fábrica da Sinotruk fora da China
em 2014. Os trabalhos devem durar um ano, com o primeiro caminhão sendo fabricado em janeiro de 2015. Durante um semestre, o trabalho será em caráter de testes, com os caminhões fabricados em Lages passando a abastecer o mercado a partir do segundo semestre de 2015. A unidade catarinense da Sinotruk será construída no Polo Industrial de Índios, ao lado da BR-282. Um terreno com cerca de 150 hectares foi adquirido como parte de um acordo de cooperação técnico institucional firmado entre a SC Par, Secretaria da Fazenda e Prefeitura de Lages, para a implantação do polo. O investimento para construção da fábrica catarinense é de R$ 300 milhões. A unidade vai gerar 400 empregos diretos e cerca de 700 empregos indiretos ligados à cadeia de fornecedores. Terá capacidade inicial para produzir cerca de 5 mil caminhões por ano, número que aumentará para 8 mil veículos por ano após os três primeiros anos de operação. Em um primeiro momento, os veículos serão produzidos com material importado da China, mas a proposta é chegar ao fim do terceiro ano de operações com até 65% das peças nacionalizadas. De um caminhão Sinotruk, apenas vidros e pneus não são de fabricação própria dos chineses. A proposta da empresa é dar preferência para mão de obra local, por isso também será investido na qualificação profissional. A Sinotruck pretende construir um laboratório no parque industrial e criar cursos específicos, por meio do Instituto Federal de Santa Catarina, que tem um campus em Lages.
Sinotruk A China National Heavy Duty Truck Group Corporation (CNHTC), dona
A unidade catarinense da Sinotruk será construída no Polo Industrial de Índios, em Lages, ao lado da BR-282, produzindo unidades iguais a da foto
A unidade vai gerar 400 empregos diretos e cerca de 700 empregos indiretos ligados à cadeia de fornecedores.
da Sinotruk, foi constituída na China em 1935. No início da década de 1980, adquiriu tecnologia de motores Steyr, formando também outras parcerias com grandes empresas do setor automotivo como Eaton, ZF, Jost e Wabco. De 2003 a 2008, manteve join venture com a Volvo. Em 2009, a montadora alemã MAN assinou um acordo de parceria com a Sinotruk, comprando 25% de participação da montadora chinesa. A Elecsonic, constituída em 2009 por 11 sócios brasileiros, todos do setor automotivo, conhecida como Sinotruk Brasil, é a importadora dos caminhões chineses. A empresa está localizada na cidade de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba (PR).
Inovar-Auto Cálculo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) aponta que o programa InovarAuto, que entrou em vigor em janeiro deste ano, está garantindo quase R$ 7 bilhões em novos investimentos no Brasil. Entre as empresas habilitadas no programa como novas investidoras, estão BMW (que vai construir fábrica em Araquari, no Norte Catarinense), Nissan, JAC Motors, Mitusubishi Motors, entre outras. O programa prevê um desconto de até 30 pontos percentuais no IPI para automóveis produzidos e vendidos no país. Para ter direito ao incentivo, os interessados devem cumprir uma série de contrapartidas, como investimentos em pesquisa e inovação. • Economia&Negócios • Setembro 2013 • 57
Os mais eficien
CADEIA PORTUÁRIA DE SANTA CATARINA ATRAI EMPRESAS E INVESTIMENTOS
A
Revista Portuária – Economia & Negócios sempre se dedicou a dissecar os portos do Sul do Brasil, em especial os de Santa Catarina, região onde a publicação se consolidou nos últimos 15 anos de atuação. Para marcar essa relação próxima entre a revista e a cadeia portuária catarinen-
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se, apresentamos um pequeno raio-x dos portos barriga-verde, suas particularidades e números que os colocam entre os terminais mais eficientes e modernos do país. Itajaí, Navegantes, Itapoá, São Francisco do Sul e Imbituba. Cinco portos espalhados pelos recortes do Litoral de Santa Catarina.
tes e modernos
Itajaí e Navegantes
As cidades que abrigam o Complexo Portuário do Itajaí Duas cidades relativamente pequenas que têm uma economia de gente grande. Impulsionadas pela atividade portuária, Navegantes e Itajaí tiveram os maiores índices de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 para 2010. Localizados na foz do Rio Itajaí-Açu, os dois municípios têm uma população fixa de 248.314 habitantes – 62.187 habitantes e 186.127 habitantes (IBGE 2010), respectivamente. Em Navegantes, a soma das riquezas saltou de R$
912,03 milhões, em 2009, para R$ 1,39 bilhão no ano seguinte, um incremento de 53,5%. Já o PIB de Itajaí cresceu 39,9% no período, passando de R$ 10,88 bilhões para R$ 15,23 bilhões. Se analisada apenas a realidade de Itajaí, o município tem o segundo maior PIB de Santa Catarina e PIB per capita de R$ 63.170,75 (IBGE 2009) e a taxa de desemprego mais baixa de Santa Catarina, de 1,08 (IBGE 2010), enquanto a média estadual é de 7,9. Economia&Negócios • Setembro 2013 • 59
Os mais eficientes e modernos A eficiência operacional da Portonave é o principal atrativo para armadores e clientes
APMT Itajaí A APMT adquiriu 100% das ações do Teconvi em 2007, e desde então é responsável pela operação portuária de cargas em contêineres em parte das instalações do Porto de Itajaí, arrendada em 2002 através de licitação. A companhia responde por 100% da movimentação de contêineres no porto itajaiense. A operação de cargas hoje é realizada por três guindastes do tipo MHC (Mobile Harbor Crane), quatorze empilhadeiras do tipo Reach Stacker, duas empilhadeiras do tipo Empty Handler e dois portêineres pós-Panamax. A área de operação da empresa possui cerca de 180.000 mil metros quadrados e conta com 744 tomadas para contêineres refrigerados em área privada e 628 em área pública.
Fatores que sustentam o crescimento do complexo
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Números do Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu Calado atual do complexo O Complexo Portuário do Itajaí opera com 14,5 metros de profundidade no canal externo e 14 metros no canal interno e bacia de evolução. Capacidade de movimentação (carga geral e contêineres) 2,0 milhões de TEUs/ano. Número de berços de atracação 11 berços, sendo quatro no Porto Público e APM Terminals Itajaí, três na Portonave e quatro nos demais terminais instalados a montante. Tipos de navios que operam (tamanho, capacidade) Navios full containers com 300 metros de comprimento e 48 metros de boca e com 304 de comprimento com 40 de boca.
Dani Bonifácio
Localizado em um dos principais entroncamentos rodoviários do Sul do Brasil, distante poucos quilômetros das rodovias BR-101 e BR-470, hoje o Complexo Portuário do Itajaí-Açu ocupa a segunda posição no ranking brasileiro de movimentação de contêineres e opera mais de um milhão de TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés). Sua posição geográfica engloba no raio de 600 quilômetros, as capitais de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, além de importantes municípios desses quatro estados, que congregam 46% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Essa localização transforma o complexo em um centro concentrador e distribuidor de cargas, o que possibilita o atendimento dos mercados exportadores e importadores de quase todos os estados brasileiros. As infraestruturas aquaviária e terrestre são também diferenciais do Complexo do Itajaí. Formado pelo Porto Público e APM Terminals Itajaí, na margem direita, mais Portonave S/A Terminal Portuário Navegantes, na esquerda, o Porto Organizado conta ainda com outros terminais instalados a montante. O calado é de 14 metros e as atuais condições possibilitam operações com navios de até 305 metros de comprimento, com 45 de boca. No entanto, a construção de nova bacia de evolução, em fase final de projeto, possibilitará que Itajaí receba navios com até 366 metros. “Com a nova bacia de evolução, estaremos operando em condições de igualdade com grandes portos do mundo”, acrescenta o superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antônio Ayres dos Santos Júnior. Além das áreas primárias do porto e seus terminais, o Complexo Portuário do Itajaí opera com uma rede completa de apoio logístico, formada pelos terminais portuários e retroportuários, portos secos, empresas de apoio logístico e outras prestadoras de serviço que garantem excelentes condições operacionais, como destaca o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas. “A região fornece toda a estrutura necessária para que o complexo opere cada vez mais e melhor”.
Os mais eficientes e modernos O Porto de São Francisco do Sul é um porto de múltiplo uso, configurado para a movimentação de carga geral, contêineres e grãos
São Chico Porto de São Francisco do Sul registra aumento de 18% na movimentação geral de mercadorias O Porto de São Francisco do Sul fechou o primeiro semestre de 2013 com aumento de 18% na movimentação geral de mercadorias, em comparação ao mesmo período do ano passado. Foram 5.176.983 toneladas em 2012 e já somam 6.092.366 toneladas este ano. No acumulado das exportações o aumento foi de 26% em relação ao mesmo período de referência. De 3.231.614 para 4.074.754 toneladas. Entre as mercadorias que se destacaram em resultados percentuais, estão: o milho em grãos com avanço de 577%, de 100.906 para 683.591 toneladas; os refrigeradores 19%, de 5.850 para 6.980 toneladas e as bobinas de aço 4.959%, de 712 para 36.023 toneladas. Nas importações (de janeiro a junho), o acréscimo foi de 25%, de 661.697 para 829.119 toneladas. O Porto de São Francisco do Sul é um porto de múl-
Tabela comparativa do acumulado geral das mercadorias em toneladas e percentual: MÊS
ANO - 2012 ANO - 2013 %
JANEIRO
702.116
780.527
+11
JAN-FEV
1.221.296
1.583.511
+30
JAN-MAR
2.174.177
2.506.855
+15
JAN-ABR
3.101.725
3.764.504
+21
JAN-MAI
4.237.791
5.081.123
+20
JAN-JUN
5.176.983
6.092.366
+18
tiplo uso, configurado para a movimentação de carga geral, contêineres e grãos, segmentos que o faz se diferenciar dos demais portos de Santa Catarina. Esse privilégio o permite se classificar entre os dez principais portos brasileiros desde a sua fundação, em 1º de julho de 1955.
Tabela demonstrativa com o resultado da movimentação geral dos últimos sete anos: ANO
TONELADAS
2006
7.906.591
2007
8.386.004
2008
8.337.264
2009
7.554.114
2010
9.618.055
2011
9.874.610
2012
10.891.189
2013
6.092.366 (até o momento)
Economia&Negócios • Setembro 2013 • 61
Os mais eficientes e modernos O TESC é um terminal de uso múltiplo com operação de contêineres, carga geral e a granel
TESC de São Francisco do Sul O TESC é um terminal de uso múltiplo com operação de contêineres, carga geral e a granel. Localizado no porto de São Francisco do Sul, na Baía da Babitonga, o terminal é um dos principais do Brasil. O TESC foi constituído em 1996, quando venceu o processo de licitação promovido pelo governo do Estado de Santa Catarina, que estava em busca de investimentos para a atividade portuária. Ele entrou em operação em outubro de 2001. Com o passar dos anos o terminal recebeu diversos investimentos e ampliou consideravelmente sua capacidade. Hoje possui uma estrutura competitiva, atendendo a grandes embarcações e grandes volumes de mercadorias. Atualmente o TESC conta com uma
Itapoá Dois anos de operação depois, Porto Itapoá assombra a concorrência Em junho de 2011, o cenário portuário catarinense ganhava um novo integrante, o Porto Itapoá. O início da operação, de um projeto longo que teve seu embrião plantado no início dos anos 90, não foi fácil. No entanto, a eficiência do terminal e a equipe de colaboradores, aliada as condições naturais da Baía da Babitonga, são os grandes diferenciais do caçula dos portos catarinenses, que já se comporta no mercado de navegação como gente grande. Para comprovar isso, o Porto Itapoá, que tem como acionistas a Portinvest Participações (Grupo Battistella e LOGZ Logística Brasil S.A.) e a Aliança Navegação e Logística (Grupo Hamburg Süd), está entrando em uma nova fase do projeto, que prevê a
área de 42.000m², 500 tomadas reefer, 3 MHC Post Panamax, 5 Reach Stackers e 2 berços totalizando 645m de cais e tem capacidade para movimentar 600 mil TEUs/ Ano.
expansão física e operacional do empreendimento. Hoje, o terminal tem capacidade para movimentar 500 mil TEUs por ano. Com o projeto de ampliação do cais de 630 para mais de 1.000 metros de comprimento, e do pátio, de 150 mil m² para 450 mil m², o Porto Itapoá poderá movimentar até 2 milhões de TEUs por ano. “Esperamos nos consolidar entre os principais terminais portuários do continente. Para isso, já estamos trabalhando nos projetos de ampliação, visualizando um acréscimo significativo da demanda”, afirma o presidente Patrício Junior. Para aumentar a capacidade de movimentação de contêineres refrigerados, também serão instaladas 3.620 novas tomadas reefers. Atualmente, o terminal possui 1.380 tomadas, tecnologia que será ampliada para atender a crescente demanda de cargas refrigeradas do Sul do Brasil, região onde estão concentrados os maiores frigoríficos da América Latina. Além deste avanço da infraestrutura do terminal, a área retroportuária também tem se tornado um centro de investimentos na região, atraindo investidores e empresários do ramo logístico de todo o mundo. São 12 milhões de m² disponíveis numa área de 8 km de rodovias que dão acesso ao terminal. “Tudo isso será movimentado com o nosso alinhamento com exportadores, importadores, transportadoras e armadores. É uma cadeia ampla e complexa que se beneficiará com o potencial que Itapoá tem para oferecer ao cenário logístico brasileiro”, revela Patrício. A intenção do Porto Itapoá para o futuro é ser o maior terminal do Sul do país
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Os mais eficientes e modernos
Imbituba Principais números do Porto Itapoá
2011
2012
2013
jan a jul
Navios Operados
425
340
MPH - Movimentos por Hora 54
72
69
Contêineres Movimentados 56125
174374 170493
138
Serviços do Porto Itapoá: Com o ESA sendo a mais nova linha marítima a fazer parte do portifólio comercial do Porto Itapoá, o terminal agora já conta com 12 serviços para o mundo todo. Ásia - NGX 1 Ásia - ASAS 1 Ásia - SAX 1 Ásia - ESA Golfo do México/EUA - UCLA / EFX Europa - SAEC / SAFRAN Europa - SAMBA Mar Mediterrâneo - MESA / Apollo / W-MED / Sirirus América do Norte - ECNA / TANGO / USATLAN Oriente Médio e Índia - New Spain / Bossa-Nova Costa Oeste da América do Sul - ABAC / Conosur Cabotagem - CABOT / Sling 1 Cabotagem - CABOT / Sling 2 Cabotagem - CABOT / Sling 3
Informações do Porto Itapoá Localização privilegiada na costa brasileira, com calado natural de 16 metros Maior agilidade nos processos documentais de alfandegados Acesso rodoviário concluído Capacidade para navios Super-Post-Panamax Regulamentação Internacional de Segurança Portuária Sistema Operacional NAVIS – Sparcs N4 Canal de acesso de 14 m e berço com profundidade natural de 16m; Acesso rodoviário dedicado; Portêineres Super Post Panamax; Melhores Transit Times entre as rotas operadas no Terminal; Maior oportunidade de áreas no apoio logístico, em sincronia com a atividade portuária; Baía da Babitonga abrigada, promovendo maior segurança às embarcações; Capacidade para receber os maiores navios que operam em águas brasileiras, com 350 m de comprimento e 9.600 TEUs de cpacidade Capacidade de movimentação de 500 mil TEUs/ano
Em dezembro de 2012, a administração do Porto de Imbituba foi delegada ao Estado de Santa Catarina, por intermédio da empresa SC Par Porto de Imbituba S.A., subsidiária integral da holding estadual SC Participações e Parcerias S.A. Desde então, o porto, o único no Sul do Estado, passa por um processo de reestruturação, que teve boas notícias no fim de julho, quando o Porto de Imbituba firmou um importante acordo de cooperação com o Porto de Barcelona para desenvolvimento de projetos conjuntos para aumentar o comércio portuário, a eficiência e a agilidade das transações comerciais entre os dois portos. A assinatura do acordo envolveu o diretor presidente da SCPar Porto de Imbituba, Luis Rogério Pupo Gonçalves, e o presidente da Autoridade Portuária de Barcelona, Sixte Cambra. Um dos grandes objetivos é contribuir para dar mais eficiência nas cadeias logísticas entre os portos e desenvolver serviços conjuntos para a fidelização desse comércio. O acordo tem duração de dois anos e deve também abrir oportunidades para outras formas de cooperação. De acordo com Luis Rogério Pupo Gonçalves o Porto de Barcelona é referência em qualidade portuária mundial e o acordo vai contribuir ainda mais para que o Porto de Imbituba continue evoluindo para um patamar de excelência.
Características Administração: Por convênio de delegação (DOU n° 231 de 30/11/2012), em dezembro de 2012, a administração do Porto de Imbituba foi delegada ao Estado de Santa Catarina, por intermédio da empresa SC Par Porto de Imbituba S.A., tendo como diretor presidente, Luis Rogério Pupo Gonçalves. Calado atual do porto: - Berços 1 e 2: 11,50m - Berço 3: 10,80m. Número de berços de atracação: 3. Tipos de navios que operam (tamanho, capacidade): Longo curso, cabotagem e de passageiros. Navios de até 300m com calado de até 11,50m nos Berços 1 e 2 e navios de até 220m com calado até 10,80m no Berço 3. Principais produtos movimentados: Contêineres, carga geral (carga frigorificada, carga de projeto, fertilizantes, barrilha, etc.), granel sólido (sulfatos, barrilha, fertilizantes, coque, sal, óxido de ferro, etc.) e granel líquido (soda cáustica, ácido fosfórico, etc).
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Santa Catarina pode ter dois autódromos de nível internacional
N
a última semana de agosto, o Litoral Norte de Santa Catarina foi agraciado com duas importantes notícias para a economia da região. Dois grupos empresariais anunciaram a intenção de construir dois autódromos de nível internacional no Estado. Um deles seria em Camboriú, e o outro no parque Beto Carrero, em Penha. Em comum, a aspiração que ambos os projetos têm de realizar grandes eventos automobilísticos, inclusive com o sonho de quem sabe um dia a região sediar uma etapa do mundial de Fórmula-1. Em Camboriú, o projeto é de um grupo de empresários paranaenses que estuda possíveis terrenos para a construção de uma pista no município. Um dos padrinhos da ideia é o piloto de Stock Car Cacá Bueno, filho do locutor Galvão Bueno. O autódromo teria aproximadamente 600.000 m². A aérea ao redor, às margens da BR64 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
101, também será de vital importância, pois terá de comportar uma infraestrutura para rede hoteleira e comércio. Nos próximos dias, o grupo deve decidir qual opção de terreno é a melhor para a execução do projeto.
Penha e Beto Carrero O projeto de Penha é mais ousado, pois inclusive o parque Beto Carrero, onde seria instalada a pista, já recebeu a visita de Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula-1. O inglês milionário procurava uma alternativa ao antigo e desatualizado autódromo de Interlagos, em São Paulo, e que há décadas sedia os Grandes Prêmios do Brasil de Fórmula-1. As conversas entre os responsáveis pelo Beto Carrero e o mandatário da principal categoria do automobilismo mundial devem se estender pelos próximos meses. •
INFORME PUBLICITÁRIO
Assessoria Aduaneira
Múltipla se diferencia pelo atendimento personalizado
C
om experiência reconhecida na assessoria aduaneira, a Múltipla Assessoria Aduaneira, localizada no bairro São Judas, em Itajaí, ocupa espaço privilegiado no mercado catarinense e não para de crescer. Com um quadro de profissionais com mais de 10 anos de experiência, a empresa se caracteriza por apresentar soluções, sempre inovando e atendendo seus clientes com seriedade e profissionalismo. Nos seis primeiros meses do ano, a empresa cresceu 42% no volume de processo. A expectativa é que até junho do próximo ano a empresa cresça mais 30%. Conforme o sócio-gerente, Mauro Marcelo Sperber dos Santos, a Múltipla presta assessoria individualizada em todos os processos de importação e exportação. “Esta é a garantia de que sua empresa possa contar com soluções na medida certa”, destaca Santos. Por conta desta flexibilidade
junto ao cliente, a companhia desenvolve o serviço que a empresa solicitar. “Se precisar, fazemos só o seguro da carga”, exemplifica o empresário. No mercado desde janeiro de 2007, a Múltipla nasceu como uma empresa focada no desembaraço aduaneiro. Com a mudança do quadro societário em 2008, passou a focar as atividades no Mauro Marcelo Sperber dos Santos, sócio-gerente da Múltipla desembaraço e também em toda a logística internacional. A partir da confirmação do negócio pelo cliente, a empresa está preparada para trazer a mercadoria de qualquer parte do mundo, tudo isso graças a uma bem estruturada rede de parceiros. “Através desta rede, oferecemos vantagens com redução dos custos de importação”, destaca o empresário, que ainda reforça a qualidade no atendimento. •
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A descoberta das jazidas do pré-sal em alto mar, colocou em evidência a região de Itajaí e Navegantes como um destino para investimentos na indústria da construção naval
ESTALEIROS DO
PROGRESSO
A indústria da construção naval significa investimentos, emprego e renda para Itajaí e Navegantes. Duas cidades que devem aproveitar o bom momento para alcançar níveis maiores de desenvolvimento para dar o salto definitivo e entrar no rol das maiores economias do Brasil, uma vez que a indústria naval é um mercado promissor que gera milhares de empregos e rendas polpudas para seus trabalhadores
V
oltadas para o rio e para o mar, Itajaí e Navegantes sempre dependeram da economia vinda das águas. Por muito tempo a pesca foi junto com o Porto itajaiense o motor da economia local. Em pleno século 21, na era da tecnologia e da informação, o rio e o mar seguem sendo essenciais para o desen-
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ESTALEIROS DO
PROGRESSO volvimento econômico da região. Hoje, porém, essa importância se divide com o que é fabricado em terra firme, nos estaleiros que produzem embarcações e equipamentos para a indústria naval - especialmente voltadas para a prospecção e captação de petróleo. A expansão da exploração e produção de petróleo e gás no Brasil, desde a descoberta das jazidas do pré-sal em alto mar, colocou em evidência a região de Itajaí e Navegantes como um destino para investimentos na indústria da construção naval. Área que tem crescido de forma exponencial nos últimos anos, tanto na construção de embarcações como nas encomendas de sondas e plataformas para exploração marítima de petróleo na camada pré-sal, localizada há sete mil metros de profundidade e distante cerca de 200 quilômetros da costa brasileira.
Bem localizadas A localização geográfica privilegiada de Itajaí e Navegantes, com dois portos, aeroporto, rodovias federais no entorno e a proximidade dos grandes centros, faz com que a região seja o foco de inúmeras oportunidades na área naval e se consolide como um mercado em expansão. Prova disso é que estaleiros do mundo todo estão instalados ou se instalando na região, ge-
rando para a economia dos municípios renda e emprego, que trazem na esteira o desenvolvimento advindo da construção de embarcações e da exploração de petróleo e gás. O professor Roberto Barddal, coordenador do curso de Tecnologia em Construção Naval da Univali, afirma que a construção naval na região está diretamente ligada à prospecção de petróleo na camada do pré-sal. Ele lembra que o grande diferencial de Itajaí e Navegantes em relação a outras cidades do Brasil é que as empresas instaladas nos municípios se especializaram no apoio às plataformas de petróleo, que usam uma tecnologia muito mais avançada e moderna. As embarcações produzidas em Itajaí e Navegantes, ressalta Barddal, são de última geração no mundo naval, pois já são feitas pensando em atender à demanda do pré-sal. “Itajaí e Navegantes são polos da indústria naval. E não só das embarcações voltadas para atender as plataformas de petróleo e prospectar o óleo. Mas também na construção de embarcações esportivas e de lazer, como é a Azimut, e embarcações de madeira, como é a Kalmar. Então, a região atende diferentes áreas da indústria naval com a mesma excelência”, afirma o professor, que também é gerente dos laboratórios de Engenharia da Univali (LATEC). Barddal explica que a construção naval tem três áreas de
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ESTALEIROS DO
PROGRESSO atuação em Itajaí e Navegantes: a construção naval com metal, a construção naval com materiais sintéticos e a construção naval com madeira. Os estaleiros voltados para trabalhar com metal são os que produzem as embarcações e equipamentos para a construção naval pesada, que é aquela voltada para a prospecção de petróleo. “Em termos de tecnologia, nossos estaleiros são os mais avançados do Brasil. As embarcações custam entre R$ 70 e R$ 80 milhões e, vai chegar o momento, quando o petróleo do pré-sal estiver sendo explorado, que a região vai ser referência no reparo e manutenção das embarcações, não apenas na fabricação”, destaca Barddal. Apesar das transformações que estão ocorrendo, Barddal entende que o poder público precisa fazer a sua parte e oferecer alternativas de infraestrutura para que as indústrias sigam instalando-se por aqui, não apenas incentivos para que elas venham, mas condições para que permaneçam e aumentem investimentos. “Não podemos depender exclusivamente do ferry-boat, da BR-470 ou da BR-101, porque uma hora elas podem entrar em colapso. Então, precisamos de outra ligação entre Itajaí e Navegantes”, aponta. Antes de encerrar, Barddal conta que a Univali está trabalhando para construir um centro de pesquisa voltado para a construção naval, já que a área tem um futuro promissor na região. Dentro da universidade existe um projeto para implantar um centro de excelência na formação de construtores navais, com foco na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias navais, muito por causa do mercado aquecido. “A demanda é gigantesca, pois 70% dos alunos do curso já estão empregados. Na verdade, só não estão empregados os calouros. Por isso, temos receio de que falte mão de obra”, observa Barddal.
De alguns anos para cá... Navegantes, desde muito antes das operações da Portonave, em outubro de 2007, vem atraindo uma série de empresas e estaleiros voltados à atividade naval, todas buscando um quinhão das enormes somas de valores que cada negócio na área gera. Atualmente, são mais de 15 estaleiros de pequeno, médio e grande porte instalados no município. Entre eles, potên-
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cias navais como a Navship, empresa que implantou na cidade um dos mais modernos estaleiros do país, em 2005. Depois das portas abertas pela Navship do outro lado do rio, na vizinha Itajaí, a instalação do grupo italiano Azimut-Benettie, em 2010, conferiu status, valor e exposição para o setor da construção naval na cidade. Com o foco voltado para a construção de embarcações de luxo, a Azimut-Benettie sedimentou o caminho para que outros estaleiros se estabelecessem na região. O valor do investimento da empresa em Itajaí será de cerca de R$ 200 milhões, com a promessa de gerar no decorrer dos anos até 1000 empregos diretos. Carlos Frederico da Cunha Teixeira, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval de Itajaí e Navegantes (Sinconavin), considera que o momento é de transformações para a indústria naval na região. E transformações positivas. Embora avalie que existe a problemática da infraestrutura relativamente precária, especialmente no que se refere às rodovias BR-470 e BR-101, que com frequência ficam intransitáveis, Carlos diz que essa é a hora do salto de qualidade que a região precisa dar. “As coisas estão andando, mas é preciso agilizar, dar um impulso maior para o setor, porque se tivermos maior capacidade de absorver o aumento da demanda, conseguiremos atrair cada vez mais investimentos”, acredita Carlos, que também é professor da Univali.
Quem e o quê? A Navship, pertencente ao grupo norte-americano ECO (Edison Chouest Offshore), é especializada na construção de barcos de apoio a plataformas de produção de óleo e gás, assim como a Keppel e a Zemar, outros estaleiros que trabalham com metal em Navegantes. Juntos, os estaleiros de Navegantes empregam aproximadamente 2000 pessoas no setor, segundo o Sinconavin. Na Navship, até 2017, o planejamento anual prevê a entrega de uma nova embarcação para serviços em alto mar a cada três meses. No estaleiro da KeppelSigmarine, que é de Cingapura e chegou em Navegantes há dois anos, a meta é produzir até oito navios do mesmo segmento por ano. Em Itajaí, o futuro também promete. A Oceana Offshore, do fundo P2 Brasil de infraestrutura, lançou no início do ano a pedra fundamental do Oceana Estaleiro, no bairro Cordeiros. O estaleiro vai ocupar uma área de 310 mil m² e deverá empregar cerca 1,1 mil pessoas para a construção de embarcações de apoio offshore. Com R$ 220 milhões aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), a Oceana terá capacidade de produção de 4 a 6 embarcações de apoio à produção de petróleo e gás em alto-mar (tipo PSV) por ano.O custo da produção anual gira em torno de U$ 60 milhões, algo como R$ 120 milhões.
Antônio Carlos Carmona, secretário de Desenvolvimento Econômico de Navegantes, é um entusiasta da vinda de grandes estaleiros para a cidade
IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO VIA PM DESPACHOS
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Regimes Aduaneiros Especiais
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UNIDADES: Uruguaiana/RS (55) 3412-4775
São Borja/RS (55) 3430-0017
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WWW.PMDESPACHOS.COM.BR Economia&Negócios • Setembro 2013 • 75
ESTALEIROS DO
PROGRESSO Algumas empresas e os empregos
Oceana (Itajaí) 1,1 mil empregos a serem gerados Huisman (Navegantes) 800 empregos serão gerados Detroit (Itajaí) 200 pessoas empregadas Keppel (Navegantes) 350 pessoas empregadas atualmente
De acordo com Guilherme Caixeta, CEO do Grupo Oceana, o polo naval já presente na região de Itajaí e Navegantes, a disponibilidade de centros de formação de mão de obra, o acesso a diferentes modais de logística e a cadeia de suprimento desenvolvidas na região foram fatores importantes na decisão da Oceana implantar o estaleiro na cidade. A previsão é que o processamento de aço para construção de embarcações comece no final de 2013, com a entrega da primeira embarcação em 2015. O projeto da Oceana tem como base a necessidade de ampliação da frota atual de 430 navios de apoio para cerca de 700 até 2020. “Durante a construção, o estaleiro deve empregar cerca de 300 pessoas, e durante a operação, cerca de 1000 funcionários”, avisa Guilherme. Já o executivo Divalmir de Souza, CEO da Oceana Navegação, um dos braços do Grupo Oceana, afirma que o investimento do P2 Brasil foi baseado em um estudo detalhado do setor e da região, que apontou uma demanda relevante e gargalos importantes a serem endereçados. “O Brasil tem grande potencial no setor de petróleo e gás. E Itajaí é uma das regiões que tem se dedicado a este segmento. Mesmo antes da descoberta do pré-sal, que tem potencial de colocar o Brasil na lista dos grandes produtores de petróleo, o país já vinha mostrando grande crescimento em sua operação”, avalia Divalmir.
Investimentos, emprego e progresso Antônio Carlos Carmona, secretário de Desenvolvimento Econômico de Navegantes, lembra que, ainda em 2013, também vai começar a operar a unidade produtora da holandesa Huisman. A empresa, que produz âncoras de fundeio de plataformas de petróleo e outros equipamentos usados na exploração do óleo, constrói sua primeira sede nas Américas. “Eles estão na fase de terraplanagem do terreno, que fica na Volta Grande. A estrutura terá 52 mil m² e a fábrica deve gerar cerca de 800 empregos diretos e outros 200 indiretos, num primeiro momento”, revela Carmona, lembrando que a Huisman pretende contratar cerca de 300 engenheiros. 70 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
Embarcações para exploração de petróleo são o que há de mais moderno; mão de obra precisa acompanhar As embarcações de apoio à exploração de petróleo têm 80 metros de comprimento, em média, revela Roberto Barddal, professor da Univali. Ele afirma que elas são responsáveis por transportar peças, suprimentos e funcionários para plataformas de petróleo e gás. São usadas ainda para operações delicadas, como reboques de plataformas em alto mar, recolhimento de imensas âncoras e também de óleo, em caso de acidente ambiental. As embarcações ainda realizam operações de instalação e retirada de equipamentos em plataformas. Navios que contam, reforça Barddal, com muita tecnologia embarcada, o que tem exigido uma mão de obra cada dia mais qualificada. “Os profissionais da área precisam estar sempre se qualificando, porque a qualificação acompanha o salário, que para o caso de alguns alunos meus que ainda não se formaram já está em R$ 7000”, expõe.
Técnico O Senai, em Itajaí, oferece cursos técnicos voltados para a área naval. Buscando atender a necessidade dos estaleiros que se instalam na região, o Senai capacita profissionais para atuarem nas mais diversas funções, desde a soldagem até a segurança no trabalho. A mensalidade do curso técnico em construção naval custa R$ 358. O curso tem aulas de quatro horas de duração, todos os dias da semana. A especialidade é a mais procurada na unidade itajaiense, pois cerca de 30% das vagas são preenchidas. Nele, para cada quatro candidatos existe uma vaga, sendo que para soldador a fila de espera tem 130 pessoas. Geferson Luiz dos Santos, diretor do Senai em Itajaí, afirma que os alunos inscritos nos cursos técnicos da área naval já saem praticamente empregados. Muitas vezes, observa, antes de acabar o curso eles já estão contratados pelas empresas, que mantêm uma parceria estratégica com o Senai. “Quando vamos formar uma turma, uns meses antes, chamamos o pessoal dos estaleiros e, mais de uma vez, turmas inteiras foram contratadas pela mesma empresa”, conta. O diretor do Senai é acompanhado pelo prefeito de Itajaí, Jandir Bellini, outro entusiasta da parceria entre estaleiros, poder público, o Senai e também a Univali. “O município vai trabalhar em parceria com o Senai e com a Univali para formar e qualificar profissionais para a construção naval, já que as empresas vão necessitar de todo tipo de mão de obra”, pondera Bellini.
Superior O curso superior de Tecnologia em Construção Naval, que é oferecido na Univali de Itajaí, existe desde agosto de 2005 e hoje conta com 300 alunos matriculados. A cada semestre, de 15 a 20 alunos concluem a graduação. O preço da mensalidade gira em torno de R$ 700. •
EMPRESA CATARINENSE MAIOR FÁBRICA BRASILEIRA DE AR CONDICIONADO SE PREPARA PARA SUPRIR DEMANDA DO SETOR É catarinense, da região de Palhoça, a empresa brasileira que promete entrar com tudo no mercado de condicionadores de ar, o famoso ar condicionado. Com a proximidade do verão, a empresa vem se preparando para suprir a demanda pelos aparelhos que amenizam o calor na época mais quente do ano. Para isso, a Komeco vai fortalecer sua fabricação em solo tupiniquim para diminuírem a sensação excruciante de calor para milhares de pessoas. 72 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
Os aquecedores solares também têm seu foco de produção no Brasil, na cidade de São José, em Santa Catarina
As grandes variações de temperatura em todo o Brasil aumentam a procura por soluções para amenizar os efeitos do tempo no corpo com a climatização de ambientes, seja residencial ou comercial. Para suprir essa grande demanda dos produtos e atender as exigências de qualidade, a Komeco iniciou a produção de ar condicionado no país, se tornando a maior fábrica brasileira de condicionadores de ar. O desafio estrutural foi ao encontro da problemática criada pelo aumento dos impostos para importação, que reduziu os players do setor de 32 para cerca de oito. “Sabemos que os consumidores fazem sua escolha pelo preço. Com a produção nacional conseguimos atender a necessidade do consumidor final, mantendo um valor competitivo com itens de qualidade”, conta o presidente da Komeco, Denisson Moura de Freitas. A empresa, que tem uma média de crescimento de 80% ao longo dos anos, atende a mais de 10 mil clientes em todos os cantos do país, além do Uruguai e Paraguai, totalizando 4 mil pontos de venda. As soluções oferecidas pela marca para deixar o clima mais ameno vão de ar condicionado, aquecedores de água a gás e solar, desumidificadores a climatizadores, chegando a mais de 3 milhões de ambientes, residenciais ou comerciais.
Fabricação própria Ciente da barreira gerada pela concorrência de preços, a Komeco
encontrou na fabricação de produtos no país um aliado com a redução dos impostos recorrentes da importação. A maior fábrica brasileira de condicionador de ar foi construída em Manaus, no coração da indústria nacional, em uma área de 12.000m². Os aquecedores solares também têm seu foco de produção no Brasil, na cidade de São José, em Santa Catarina. Com 2.200m² e capacidade produtiva para atender todo o Brasil.
Estrutura Essencialmente brasileira, a matriz da Komeco está no Sul, na cidade de Palhoça, na grande Florianópolis. A estrutura de 2.000.000m² com aproximadamente 45.000m² de área construída, conta com 1,5 milhões m² de área de preservação e com a utilização de itens para redução do impacto ambiental como pavimentação externa permeável para reaproveitamento das águas das chuvas e um sistema de coleta de energia solar. Ao todo, a empresa trabalha com 400 colaboradores diretos e 4 mil indiretos.
Grupo Komlog A Komeco faz parte de um grupo empreendedor, o Komlog, que está há 20 anos no mercado brasileiro e trabalha com três outras frentes de negócios: a Bella Casa, com utilidades domésticas; a Finottato, direcionada para alta decoração e revestimentos; e a Komdelli, maior fábrica da América Latina de processamento de salmão. •
Fone: (47) 2104.0900 | Rua Rosa Orsi Dalçoquio, 775 | Bairro Cordeiros | Itajaí | SC Economia&Negócios • Setembro 2013 • 73
Uma BR com
7.500 quilômetros Transporte marítimo de cargas pela costa brasileira pode reduzir preço do frete e evitar que milhares de caminhões percorram distâncias continentais
W
ashington Luís, presidente da República deposto em 24 de outubro de 1930, vinte e um dias antes de terminar seu mandato por um golpe militar orquestrado por Getúlio Vargas, dizia que governar é construir estradas. Era o prenúncio de um caminho pavimentado 26 anos depois, quando Juscelino Kubitschek se tornou presidente do Brasil e, para atrair grandes montadoras de veículos, transformou um país de dimensões continentais em um território de vocação rodoviária. A inclinação do Palácio do Planalto para beneficiar a indústria automobilística atravessou os anos 1960, o fim do século XX e continuou até os recentes incentivos fiscais para a aquisição de carros no atual governo. Calcula-se que haja mais de 1 milhão de empresas de transporte rodoviário no Brasil, responsáveis por 63% da movimentação de mercadorias de onde são produzidas para onde são consumidas, mesmo que o trajeto envolva
tempo deixou de ser entre cidades e passou a ser entre países. Precisamos ter custos logísticos para conseguir competir com nossos concorrentes internacionais. É um trabalho conjunto entre empresariado e governo e uma opção para conseguir reduzir esses custos é usar esse recurso fornecido por Deus: a BR Atlântica”, afirmou João Arthur Mohr, consultor do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), na abertura do 1º Seminário Nacional de Cabotagem e Intermodalidade no Paraná, organizado em Paranaguá, no dia 29 de agosto, pelo Instituto de Diplomacia Empresarial, Marketing de Cidades e Unicultura (Idem), com o apoio da Paraná Pilots Serviços de Praticagem, entre outras empresas. A BR Atlântica a que se referiu Mohr são os 7.500 quilômetros navegáveis da costa brasileira, uma estrada marítima que já está pronta para o uso, sem gastos com construção nem com desapropriação. “A cabotagem pode ser uma alternativa eficaz enquanto os investimentos decorrentes do novo marco legal dos portos não são concluídos”, avaliou Adão Proença, assistente Calcula-se que haja mais de 1 milhão de empresas de transporte de planejamento da Empresa de Planejamento e rodoviário no Brasil, responsáveis por 63% da movimentação de Logística (EPL), a estatal incumbida de orientar o mercadorias de onde são produzidas para onde são consumidas desenvolvimento da infraestrutura do País. Segundo Gustavo Costa, gerente de cabotagem da Aliança Navegação e Logística, esse milhares de quilômetros, a um custo mais alto em compa- modal apresenta várias vantagens em relação aos demais, ração com outras modalidades, como a cabotagem, a na- porém é mais demorado. Essa foi a principal razão para a vegação feita entre portos do mesmo país, que responde cabotagem praticamente deixar de ser usada no final dos hoje por menos de 10% da matriz de transporte nacional, anos 1980 até meados da década de 1990, quando o Brasil o equivalente a 201 milhões de toneladas anuais. viveu seus piores momentos de inflação e cada dia a mais “A concorrência na indústria e na agricultura há muito para entregar uma mercadoria acarretava significativo pre74 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
Ainda há muitas amarras burocráticas no caminho da expansão da cabotagem
juízo financeiro. “Hoje a situação mudou e, segundo o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), para cada contêiner transportado por cabotagem, há potencial para outros três”, disse Costa. Projeção apresentada no seminário por Edson Dalto, técnico do Departamento de Transporte e Logística do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também baseada em estudo do Ilos, mostra estimativa de crescimento de 7,6% ao ano para a cabotagem até 2021. Ainda há muitas amarras burocráticas no caminho da expansão da cabotagem. Osvaldo Agripino de Castro Júnior, advogado especializado em regulação, enumerou algumas, como o desembaraço da carga ser o mesmo das mercadorias destinadas ao comércio exterior, quando deveria ser equiparado às normas do transporte
rodoviário, já que a carga transita dentro do país, como nos caminhões. “Os problemas não são dos portos, e sim dos órgãos de fiscalização que atuam neles”, apontou. “Defendo que os usuários de transporte se reúnam em associações para exigir o cumprimento dos dispositivos legais existentes, que são bons, mas precisam ser usados”, continuou. “Se as cargas que jazem nos caminhões falassem, também estariam nas ruas participando dos protestos populares.” Fabrizio Pierdomenico, da consultoria Agência Porto, propôs que se estendam para a cabotagem incentivos fiscais para a produção de navios ou então que se reduzam os impostos de importação (hoje de 41%) das embarcações por 24 meses, enquanto a demanda não puder ser atendida por estaleiros nacionais. Além disso, de-
fendeu que armadores estrangeiros possam assumir linhas de navegação que não interessam aos nacionais, uma prática vedada pela legislação atual. “Com isso, teríamos um choque de oferta de serviços de cabotagem”, disse Pierdomenico. Segundo os participantes do seminário, todas as medidas para incentivar o uso da cabotagem podem ser adotadas sem prejuízo para os demais modais. “Pouca gente sabe usar a intermodalidade”, sentenciou José Luís Demeterco, presidente da Brado Logística, especializada em transporte ferroviário que usa a cabotagem com freqüência e mantém parceria com a RG Log, uma transportadora rodoviária que requer os préstimos da Brado para fazer com que sua carga de veículos chegue ao Porto de Santos sem atropelos. •
Economia&Negócios • Setembro 2013 • 75
No trecho norte da BR-101, faltam obras de melhoramento da Autopista Litoral
SABE-SE LÁ
QUANDO... DNIT NÃO PODE ASSUMIR PRAZO PARA TERMINAR A BR-101 SUL
O
Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes Dnit/SC só poderá estabelecer um prazo para a conclusão total das obras de duplicação do trecho Sul da BR-101 após a liberação da licença ambiental da transposição do Morro dos Cavalos, informou o superintendente do órgão, João José dos Santos. Durante reunião da Câmara de Transporte e Logística da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), ele afirmou que o prazo de 2015 para a ponte de Laguna e o acesso à cidade estão mantidos, mas ressaltou que para estimar um prazo para conclusão de todas as obras de arte é necessário contratar a transposição do Morro dos Cavalos. “Se contratássemos agora, a duplicação total poderia estar pronta em 2016”, afirmou. O encontro foi realizado na última semana, em Florianópolis. A questão indígena, contudo, precisa ser superada, informou Santos. Ele explicou que isso está sendo discutido com a Funai e com o Ibama, e portanto, não depende do Dnit. “Há expectativa que possa sair no próximo mês. Estão dialogando com perspectiva de conseguir”, ressaltou. O presidente da Câmara, Mário Cezar de Aguiar, entregou ao superintendente o estudo da Fiesc que mostra que a duplicação será concluída só no final de 2017, tendo em vista os trâmites necessários e a complexida76 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
de para execução das obras de arte, como é o caso do Morro dos Cavalos. Aguiar pediu que o Dnit avalie o estudo. Aguiar ainda alertou sobre a necessidade urgente de melhorar o desempenho da rodovia. “O cenário não é bom. A sociedade de Santa Catarina tem esse sentimento. Não temos alternativa para a BR-101. Se hoje ela está com a capacidade esgotada, imagina daqui a quinze anos”, indagou. Na reunião, Aguiar também mostrou que está previsto no Orçamento Geral da União e no PAC deste ano R$ 1,2 bilhão para obras federais de transporte em Santa Catarina. No entanto, desse total, só 0,0003% (R$ 3 mil) foram executadas até o momento. João José dos Santos também falou sobre a duplicação da BR-470, trecho Navegantes-Indaial. O lote 1 está aguardando a homologação dos resultados da licitação e os lotes 3 e 4 estão em obras. Em relação à BR-280 (Francisco do Sul - Jaraguá do Sul), as licitações dos lotes 2.1 e 2.2 foram concluídas e aguardam liberação da licença ambiental de instalação (Ibama) para contratação. A licitação do lote 1 aguarda homologação do resultado. Ainda no encontro, os engenheiros do Deinfra apresentaram o funcionamento do sistema de tráfego das rodovias estaduais chamado de SAR/Cube.
João José dos Santos, superintendente do Dnit, falou também da situação das obras de duplicação da BR-470, entre Indaial e Navegantes
Problemas na BR-101 se estendem ao Norte de Santa Catarina Na edição de agosto, a Revista Portuária – Economia & Negócios publicou um estudo da Fiesc mostrando que apenas que em cinco anos de concessão do trecho norte da BR-101 foram executadas somente 17,24% das obras de melhoramento previstas em contrato, pela Autopista Litoral, concessionária que administra a rodovia de Palhoça (SC) a Curitiba (PR).
BR-101 Norte
Leonardo Thomé
Embora só tenham sido executadas 17,24% das obras de melhoria previstas, em 2012 a receita da concessionária nos 382 quilômetros entre Palhoça e Curitiba com pedágio somou R$ 174,1 milhões, valor 11,1% superior ao registrado em 2011. No período, passaram 123 milhões de veículos pelas praças de pedágio. A tarifa, que em fevereiro de 2008, quando se iniciou o contrato de concessão, era de R$ 1,28, passou para R$ 1,70 em fevereiro de 2013. Além disso, muitas outras obras que estavam em contrato não foram feitas pela empresa. Para o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, é urgente o início do processo de implantação de novas pistas no sentido norte. “As atuais já estão saturadas e, em alguns trechos, como entre Joinville e Curitiba, o uso já é quase o dobro da capacidade”, afirma. Em relação à conservação da BR-101 Norte, nos registros técnicos constam os resultados de análises feitas por empresa especializada, contratada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em que se deduz que as irregularidades do pavimento aumentaram muito desde abril de 2008. Além disso, a rodovia está apresentando sinais de degradação, por ausência de recuperações efetivas no período. O documento destaca que a Autopista tem optado frequentemente por aplicações de camadas de microrrevestimentos para melhorar provisoriamente as condições do asfalto, em vez de recuperar a estrutura do pavimento. Agora, depois disso, talvez você entenda melhor porque está parado no meio da tarde em algum lugar da rodovia perdendo tempo e dinheiro. •
Leonardo Thomé
Economia&Negócios • Setembro 2013 • 77
A Volvo Ocean Race dará as caras por Itajaí novamente em 2015
COMEÇO DE ERA... REGATAS, MARINA, INSTITUTO KAT SCHURMANN: UM NOVO MUNDO EM ITAJAÍ
F
altam menos de dois meses para Itajaí se colorir e recepcionar as embarcações da Regata Transtlântica Jacques Vabre, que aportará na cidade em novembro deste ano. Mas não é apenas a tradicional prova francesa que passará pelo município nos próximos anos, afinal, Itajaí está novamente incluída no roteiro da edição 2014/2015 da Volvo Ocean Race (VOR), a mais importante regata do planeta. Além dela, estão confirmadas outras duas regatas internacionais entre este ano e o próximo. Para novembro, já falamos da Jacques Vabre. E, em fevereiro de 2014, a regata Velas Latinoamérica 2014, com embarcações das Marinhas da América Latina, também dará o ar da graça em Itajaí. O prefeito Jandir Bellini (PP) entende que o know-how adquirido na edição de 2012 da VOR contribuirá significativamente para uma nova superação, não apenas na organização da Volvo, como também das duas outras regatas internacionais. “Em 2010, quando aceitamos o desafio da VOR, não sabíamos o que viria pela frente. No entanto, tínhamos a certeza de que contaríamos com a garra e determinação de nossa população. E foi o que aconteceu. Itajaí se uniu em torno de um objetivo comum e realizamos uma das melhores paradas da regata. E as próximas regatas serão ainda melhores”, garante Bellini. 78 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
O secretário de Estado de Desenvolvimento Sustentável, Paulo Bornhausen, lembra ainda que a estrutura náutica que ficará de legado em Itajaí, principalmente depois da Regata Transatlântica Jacques Vabre e de mais uma edição da Volvo Ocean Race, poderá ser aproveitada por alguma equipe de vela ou remo que vá disputar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro (RJ). “Itajaí terá totais condições de servir de concentração para seleções que venham disputar o remo e a vela nas Olímpiadas”, acredita Paulinho.
Marina do Saco da Fazenda Foi assinado em julho o contrato para o início da construção da Marina do Saco da Fazenda, em Itajaí. A formalização do acordo deve alçar a cidade definitivamente ao rol dos lugares vocacionados para o turismo náutico mundial. O porto esportivo é uma sociedade de propósito específico decorrente do consórcio vencedor da licitação, o KL Viseu, de Joinville, formado pelas empresas Karlos Gabriel Lemos ME. e a Construtora Viseu Ltda. No total serão investidos R$ 38,5 milhões na Baía Afonso Wippel, em uma área disponível de 10,33 mil m² em terra e 120,9 mil m² de espelho d´água. São ainda mais 12,39 mil m²
A Jacques Vabre se insere dentro da Aventura Pelos Mares do Mundo, que ainda trará feira de negócios, festival gastronômico e muito mais
para aterro hidráulico. Os valores investidos serão empregados em obras de construção, implantação, conservação, reforma e ampliação das instalações da marina, que terá até o final do contrato 700 vagas secas e 117 molhadas. O prazo estipulado para início da operação da marina é de 18 meses a partir da assinatura do contrato. Para a Regata Transatlântica Jacques Vabre, que aportará em Itajaí em novembro deste ano, a expectativa, segundo Antônio Ayres dos Santos, é de que o Complexo Náutico já conte com pelo menos 40 vagas, que seriam fundamentais para o evento que terá mais de 50 embarcações. O prazo de concessão da marina é de 25 anos, prorrogável por igual período.
Instituto Kat Schürmann na Avenida Beira-Rio O Instituto Kat Schürmann, de propriedade da tradicional família de velejadores, será erguido na Avenida Beira-Rio, alguns metros distante do futuro Complexo Náutico e Ambiental do Saco da Fazenda e do Centreventos. Dessa forma, toda a região do entorno do Saco da Fazenda estará voltada às atividades náuticas, transformando aquele lugar definitivamente num símbolo de uma cidade que cada vez mais se consolida como polo
náutico. O instituto será construído de forma sustentável, com contêineres reaproveitados, e contará com mirante e áreas para exposições e oficinas. O patriarca dos Shürmann, Vilfredo, comentou estar feliz e motivado com a implantação de um braço do instituto Kat Schürmann - Katherine Schürmann, menina que foi adotada pela família de navegadores e veio a falecer em 2006 – em Itajaí. Ele afirma que o espaço na Avenida Beira-Rio será mais voltado para observação de espécies marinhas. “Em Bombinhas, trabalharemos mais a pesquisa dos animais marinhos, da vida marinha. Aqui, em Itajaí, vamos focar na observação do que foi pesquisado”, expõe Vilfredo Schürmann. As obras do Instituto Kat Schürmann já começaram. A entrega do instituto está prevista para ocorrer até novembro de 2013, quando a família partirá para uma nova expedição por rotas atribuídas aos chineses ao redor do planeta. Provavelmente, durante a Jacques Vabre o instituto já esteja funcionando para ser mais um atrativo aos visitantes de todo mundo que estarão na cidade. •
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Coluna Mercado
INVESTIMENTO Itajaí deve ganhar um novo shopping center em 2015 Itajaí e região, em breve, ganharão um novo shopping. O ParkCity Itajaí foi lançado dia 29 de agosto, por dois grandes grupos, fruto da parceria entre a holding gaúcha SmithCo e AD Shopping, que administra 29 shoppings em todo o país. A estimativa é de que a geração de empregos diretos, assim que o shopping começar a funcionar, será de 2,2 mil. O investimento na estrutura será de R$ 313 milhões. A SmithCo é uma empresa nacional com larga experiência na incorporação de condomínios comerciais e residenciais e shopping centers. A companhia, do empresário Carlos Smith, concebeu outros três shoppings de sucesso: o Shopping Taboão, em São Paulo; o Moinhos Shopping, em Porto Alegre; e o Shopping Grande Rio, no Rio de Janeiro. A empresa firmou parceria com os Bancos Votorantim e o Banco do Brasil para a criação de um fundo imobiliário, gerando oportunidade de investidores em geral que se interessam pelo mercado imobiliário, comprarem pequenas participações dos shoppings centers que a SmithCo está desenvolvendo, entre eles os shoppings ParkCity Itajaí e ParkCity Sumaré. A AD Shopping, maior administradora independente de shopping centers do País, está presente em todas as regiões do Brasil. Com mais de 22 anos de experiência, a AD administra hoje um patrimônio de aproximadamente R$ 4,5 bilhões, proveniente dos 29 empreendimentos de seu portfólio. Com foco em planejamento, comercialização e na gestão de shopping centers, a empresa viabiliza empreendimentos para torná-los rentáveis e conceituados perante o merca-
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do. Além disto, também oferece consultoria ao cliente que deseja abrir sua loja no empreendimento. O ParkCity Itajaí tem previsão para inaugurar em setembro de 2015, atualmente o shopping está em fase de comercialização e as obras iniciarão em novembro. O shopping será um dos mais completos da região, com 216 lojas, sendo 5 âncoras e 4 megalojas, 5 salas de cinema, 1 hipermercado e estacionamentos com mais de 1.600 vagas. Com uma localização estratégica na Avenida Governador Adolfo Konder, próximo a BR-101 e ao centro da cidade, é de fácil acesso aos visitantes das cidades próximas. •
Shopping em números 5 lojas âncoras 4 megalojas 216 lojas 17 operações de fast food 2 restaurantes 1 centro de lazer 5 salas de cinema 1.629 vagas de estacionamento (246 cobertas) 5 operações de serviços 1 hipermercado
Coluna Mercado QUEDA Menor otimismo do catarinense impacta no crescimento do comércio
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otimismo dos catarinenses com relação ao seu emprego, renda e perspectivas de consumo sofreu uma queda no mês de agosto, conforme apontou a Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias da Fecomércio SC. Mesmo com os índices se mantendo acima dos 100 pontos (o limite entre o otimismo/pessimismo, numa escala até 200), os indicadores de confiança caíram em relação ao mês de julho (com exceção do emprego) e também na comparação com o mesmo período do ano anterior. A confiança em relação ao emprego atual aumentou 1,5% em comparação com o mês de julho e caiu 0,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Já as expectativas com relação à renda atual apresentaram baixa de 1,2% na variação mensal e alta de 7,7% na variação anual. Em agosto, na comparação mensal, houve queda de 5,5% na forma como os catarinenses avaliam sua perspectiva profissional. Na comparação com agosto do ano passado, por sua vez, o índice apresentou queda de 3,9%. O acesso ao crédito, em termos mensais, apresentou
queda de 5,3%. A variação anual também foi de queda: 8,8%. A perspectiva de consumo das famílias catarinenses exibiu queda. O indicador teve como pontuação o valor de 123,9 pontos, queda de 2,9% na comparação mensal e de 8,4% na comparação anual. Apesar da queda mensal e anual, o ICF continua em patamar acima dos 100 pontos. Isso mostra que a deterioração da situação econômica, expressa pela inflação elevada, estagnação dos ganhos reais de renda, menor saldo de criação de empregos e maior taxa de juros, ainda não causou um forte abalo na confiança dos consumidores do Estado. Mas esse cenário não deixou de ter impacto sobre o comércio, que cresce menos do que no mesmo período do ano passado. Segundo dados do IBGE, enquanto que em junho de 2012 o crescimento anual das vendas em Santa Catarina era de 8,69%, em junho deste ano o crescimento foi de apenas 2,94% (junho é o último dado disponível da série). Ou seja, o comércio continua crescendo, mas muito menos do que em outros períodos. •
Economia&Negócios • Setembro 2013 • 81
Coluna Mercado AÇÕES URGENTES FIESC cobra política que permita ampliar oferta de gás para Santa Catarina Filipe Scotti FIESC
Reunião do Codesul foi realizada na FIESC, em Florianópolis
O
presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, reforçou ao Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul) a necessidade de ampliação do suprimento de gás natural para Santa Catarina. Os quatro estados que o integram (SC, PR, RS e MS) realizaram reunião, na Federação, em Florianópolis. “Já temos investimentos que estão sendo inibidos por falta do insumo. Se não cuidarmos disso rapidamente, sem dúvida, teremos impacto negativo não só no investimento, como na geração de emprego e renda na região. Precisamos de uma política governamental clara para esse setor, que contemple inclusive a liberação da entrada de novos players e o próprio fortalecimento da Agência Reguladora (Agesc)”, afirmou. Côrte também apoiou a recriação da Sudesul (Superintendência de Desenvolvimento da Região Sul) ou a formação de estrutura semelhante, com a instituição de um fundo constitucional para promover o desenvolvimento da região. “Sabemos do
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esforço dos governadores em relação aos dois assuntos, mas é nosso dever pedir urgência e prioridade nesses encaminhamentos”, enfatizou. O diretor-presidente da SC Gás, Cosme Polêse, afirmou que há uma lista de 60 empresas esperando pelo aumento da oferta do combustível para serem atendidas. “Coloco na agenda essa questão da energia como prioridade no curto, médio e longo prazo. Isso retrata a realidade dos três Estados do Sul”, declarou. Ele destacou ainda que são necessárias ações urgentes para aumentar a oferta do insumo e a capacidade de transportá-lo na região. Também alertou para o aumento dos custos para trazer o gás que vem da Bolívia. “Hoje estamos com o preço do gás 20% mais caro em relação ao gás nacional. É uma demonstração de um tratamento desigual. A Petrobras importa o gás da Bolívia e repassa ao Sul com fórmula de cálculo diferente da aplicada no gás que ela produz”, ressaltou. Durante a apresentação sobre o panorama do gás natu-
Coluna Mercado ral em Santa Catarina, o assessor da SC Gás, Leonardo Estrella, destacou que os três Estados do Sul operam no limite da capacidade. “Santa Catarina compra da Petrobras até 2 milhões de metros cúbicos por dia, mas no dia 26 de julho, por exemplo, o pico ultrapassou esse valor. Se não aumentar a oferta de gás, não teremos como atender, principalmente o setor industrial”, alertou. Representado pelos governadores de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, além dos vices do Paraná, Flávio José Arns, e do Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, o Codesul aprovou carta que será enviada à Petrobras. O documento cobra da estatal uma alternativa, que pode ser a construção em um dos portos do Sul de uma estrutura para receber o combustível liquefeito, o chamado GNL. “A falta de gás limita o crescimento da indústria. É uma energia estratégica, fundamental. Há uma procura muito grande, por isso, tem que oferecer esse produto na quantidade necessária”, afirmou Colombo. “Precisamos ter uma definição, caso contrário segura-
mente teremos uma crise na produção industrial em função da energia nos próximos três ou quatro anos”, afirmou. •
Codesul em números (SC, PR, RS e MS) • 2º maior PIB do Brasil, representado 18% do total nacional; • Segunda região do país em exportações; • Reúne 30,2 milhões de habitantes; • Mais de 2,5 milhões de pessoas trabalham no setor industrial; • A região (SC, PR, RS e MS) recolheu R$ 97 bilhões em tributos federais no ano passado. O valor representa 13,3% do total nacional.
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Coluna Mercado DESTAQUE Terminal da Braskarne é referência
O
Terminal portuário Braskarne vem se destacando como referência na movimentação de cargas frigorificadas e secas. Disponibiliza 34.000 m² de área alfandegada, sendo 8.000m ² de área coberta, avançado sistema de segurança, com circuito interno de TV, hidrantes e brigada contra incêndio devidamente preparados para qualquer emergência, visando salvaguardar a vida de seus funcionários e integridade das cargas ali armazenadas. Com capacidade estática para 1.100 TEUS, com 438 tomadas para cntr reefer, conta ainda com câmara refrigerada para inspeções sanitárias, bem como um berço de atracação (150m), com capacidade de atracar navios de até 176m LOA e 30.000 t, com calado de 9,5 metros e navegação noturna. Sua base de clientes é composta por parceiros comerciais de forte atuação no mercado, bem como clientes diretos dos mais diversos segmentos. Para satisfazer seus clientes a ter sucesso em seus negócios, oferece ainda toda infra-estrutura necessária, investindo constantemente no desenvolvimento de novas estruturas para assim atender a crescente demanda do comércio internacional. Visando bem atender estes clientes conta com um time
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composto por 175 colaboradores experientes e focados no cuidado constante com o manuseio das cargas, determinados a superar as expectativas dos clientes, fazendo da Braskarne a melhor opção nos segmentos de Carga Solta (Frigorificada, Seca e Projetos) e Terminal de Contêiner Alfandegado, tendo operações planejadas e organizadas com o intuito de prover maior produtividade e menor estadia de carga, investindo no contínuo treinamento das equipes responsáveis. •
CERTIFICAÇÃO Exportação de madeira é prejudicada por falta de defensivos agrícolas para fumigação
exportação de madeira para países como a China tem sido prejudicada pela inexistência de autorização para utilização de defensivos agrícolas capazes de tratar a madeira que permitam a certificação para exportação.
Collato participa de reunião para tratar dos rumos da madeira 84 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
Buscando a viabilização das exportações, o deputado federal Valdir Colatto (PMDB-SC) esteve presente em uma série de audiências no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), juntamente com representantes de empresas exportadoras. Em audiência com o secretário executivo do MAPA, Geraldo Fontelles, e com o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC), Caio Rocha, o deputado Colatto ressaltou que “é importante observar que os defensivos agrícolas que não estão sendo liberados para o tratamento da madeira, são os mesmos que nós consumimos em alimentos, como é o exemplo de algumas frutas. Trata-se apenas de uma extensão de uso para um produto já aprovado”. Os secretários consultados afirmaram que o documento com parecer favorável a utilização dos defensivos deve ser encaminhado ao Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos (CTA) que realizará reunião extraordinária para apreciação do assunto. •
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SEGURANÇA QUE ULTRAPASSA HORIZONTES.
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Principais aplicações: Transporte de ferramentas, remoção de resíduos offshore, transporte de cargas em geral e containers para operações especiais.
A Arxo é a empresa líder na fabricação de tanques jaquetados na América Latina e está há 46 anos no mercado apresentando as melhores soluções para o seu negócio. Pode confiar.
Coluna Mercado Case Itajaí Stopover - Volvo Ocean Race 2011/2012 é um dos vencedores do Top Turismo ADVB/SC ADVB/SC - Medalha João Batista Sérgio Murad – Beto Carrero. O prêmio será entregue à Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí (AMFRI), entidade organizadora do evento. O stopover Itajaí ocorreu de 08 a 22 de abril de 2012 e reuniu cerca de 330 mil pessoas em torno de parada da Regata Volvo Ocean Race em Itajaí. Promovida anualmente pela ADVB/SC (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil em Santa Catarina), a premiação está na sexta edição e conta com o apoio do Governo do Estado. Segundo o presidente da ADVB/SC, Juarez Beltrão, a participação de grandes projetos destaca a importância da premiação e do setor turístico em Santa Catarina - são mais de 40 bilhões de reais gerados por ano, o que representa 12,5% do PIB estadual. “Novamente tivemos um número expressivo de inscrições, com cadastros de diferentes regiões catarinenses. É sempre um prazer para a ADVB distinguir boas ideias que ajudam a colocar nosso estado entre os melhores destinos nacionais e internacionais”, diz. Para o presidente da Santur, Valdir Walendowsky, “o reconhecimento é importante e incentiva cada vez mais o desenvolvimento e a melhoria do setor”, ressalta. O presidente do Comitê Central Organizador do Stopover Itajaí, Amílcar Gazaniga, cita a realização do evento como uma conquista para a cidade e região. “Com a parada da Volvo Ocean Race em Itajaí, tivemos a oportunidade de mostrarmos que não apenas nossa cidade, como também o estado de Santa Catarina, têm plenas condições de receber eventos internacionais”, acrescenta. A premiação dos vencedores de 2013 e a divulgação do Top One - case de maior nota entre os premiados - acontecem em evento especial, no dia 1º de outubro, no Parque Beto Car-
rero World, na cidade de Penha. Na mesma ocasião, o Governo do Estado entrega o Troféu Beto Carrero de Excelência no Turismo para uma personalidade, um município e um empreendimento turístico catarinense.
Avaliação
Os cases foram analisados entre os dias 13 a 27 de agosto por um júri composto por profissionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-Sul), todos de reconhecida competência e qualificação, sob a coordenação da Diretoria Executiva da ADVB/SC. Entre os critérios utilizados pelos jurados – Iara da Silva, Jorge Dietrich e Liliane Rohde –, estão a criatividade no contato com o público-alvo nas suas mais diferentes formas e também nas ações de venda e marketing empregadas para alcançar os resultados almejados. •
Univali lança formação executiva para empresas A Universidade do Vale do Itajaí (Univali) está com uma nova proposta de educação executiva para empresas da região. A universidade está com um laboratório de simulação gerencial, equipado por um softwere específico para exercitar a tomada de decisão. A tecnologia de ponta pode ser utilizada por organizações interessadas em proporcionar treinamentos aos seus funcionários. O laboratório foi implantado com o apoio das empresas BRF, Multilog, APM Terminals, Outplan, Arxo, Net Marinha e Portonave. O sistema, desenvolvido pela empresa Bernard, propõe simulações gerenciais de mercado, como se os participantes fossem presidente ou administradores de uma empresa de sociedade anônima, tendo que definir ações para a sustentabilidade do negócio, entre elas, preços, produtos, marketing, recursos humanos e financeiros. “O sistema cria situações, penaliza decisões erradas, gera relatórios e rankings, que mostram como as empresas estão se saindo e qual sua posição no mercado”, explica Francine Simas Neves, professora dos cur86 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
sos de Administração da Univali. No comércio real, a grande maioria dos empreendedores cometem muitos erros até aprenderem a tomada de decisões. Segundo Neves, a simulação possibilita que os profissionais conheçam a dinâmica do mercado, da importância do trabalho em equipe, pois uma decisão operacional, por exemplo, influencia numa decisão de RH, bem como numa decisão financeira. Na simulação, os participantes podem arriscar e visualizar os resultados das decisões tomadas. O laboratório de simulação gerencial já está sendo utilizado há um ano por alunos do Centro de Ciência Sociais Aplicadas – Gestão, por cursos da pós-graduação e na formação continuada de professores. O objetivo agora é que as empresas da região possam se utilizar da ferramenta. Podem participar grupos de 20 a 40 pessoas. As empresas interessadas podem entrar em contato com a Uni Junior, pelo e-mail unijunior@univali.br ou pelo telefone, (47)3341-7618. O valor varia conforme o número de horas do curso. •
Coluna Mercado Fiesc propõe mudanças no estatuto da micro e pequena empresa
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criação de um Simples Trabalhista, hoje acaba eliminando os benefícios do o pagamento de débitos com o goSimples, um dos pontos de destaque do verno usando créditos de terceiros projeto, na avaliação da Fiesc, é o artigo e a instituição de mecanismo de transição que permite deduzir do imposto a pagar, para regime normal de tributação são alo valor despendido com aquisição, imgumas das propostas apresentadas pela plantação e manutenção de equipamenFiesc (Federação das Indústrias de Santa tos exigidos pelos órgãos de fiscalização. Catarina) ao projeto de lei que vai realizar Considerando a abertura dada por esse mudanças no Estatuto da Microempresa, dispositivo, a entidade sugere que seja que institui o Simples Nacional. As sugesaplicado o mesmo tratamento para as tões foram feitas pelo presidente da entiaquisições de bens e equipamentos. Os dade, Glauco José Côrte, durante audiênimpostos incidentes sobre as compras cia pública realizada no dia 30 de agosto, poderiam ser deduzidos do imposto a em Florianópolis. pagar, em 12 meses, limitado, em qualPara ele, o Estatuto é exitoso e quer período, a 50% do valor a pagar, representa um marco importante no capropõe a FIESC. As sugestões foram feitas pelo minho da simplificação da tributação braAlém disso, a instituição defenpresidente da entidade, Glauco José sileira, mas pode e deve ser aprimorado. de o estimulo à internacionalização das Côrte, durante audiência pública “Na atual condição as empresas são estipequenas empresas, a exemplo do que muladas a permanecerem pequenas porocorre em países como a Itália. Côrte que a diferença na tributação é muito grande. Nós precisamos chamou atenção para o potencial catarinense, já que no Estado incentivá-las a crescerem e nesse sentido é importante criarmos a participação delas é de 7% no valor dos embarques internaum mecanismo de transição para o regime normal”, afirmou, cionais, contra a média nacional de 4%. As audiências públicas acrescentando que um Simples Trabalhista, com condições dife- estão sendo realizadas em todas as regiões do País para colher renciadas nessa área, seria outro ponto importante para estimu- subsídios para o aprimoramento ao Projeto de Lei Complemenlar o desenvolvimento das micro e pequenas empresas. tar 237/12. Em Santa Catarina a reunião foi realizada no SESC Além de tratar da questão da substituição tributária, que Cacupé, com a articulação do deputado Jorginho Mello. •
Miriam Korn assume cargo de Diretora Comercial na Wilson Sons Logística
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esde o último mês de agosto, a Wilson Sons Logística passou a contar com uma nova diretora responsável pelas áreas comercial, marketing, atendimento e inteligência de mercado. Chegou para assumir o cargo de Diretora Comercial, a engenheira Miriam Korn, que dará o suporte estratégico para o crescimento dos negócios da Logística. Miriam é graduada em engenharia pela Unicamp, com especialização em Logística Empresarial pela COPPEAD e Governança Corporativa pela FDC. Cursou ainda o MBA Executivo Internacional da FIA/USP. A profissional possui grande experiência no segmento logístico, tendo atuado em empresas como Katoen Natie do Brasil, MCLane do Brasil, Célere Intralogística, Movicarga S.A e Interfreight Logistics. A Wilson Sons Logística é um operador logístico que desenvolve soluções 88 • Setembro 2013 • Economia&Negócios
integradas, inovadoras e customizadas para toda a cadeia de suprimentos, incluindo o comércio exterior. Atua com foco em segmentos, identifica desafios logísticos e desenvolve soluções de alta performance, com operações em todo o território nacional.
Quem é O Grupo Wilson Sons é um dos maiores operadores integrados de logística portuária e marítima e soluções de cadeia de suprimento no mercado brasileiro, com 175 anos de experiência. A companhia conta com uma rede de atuação nacional e presta uma gama completa de serviços para as empresas que atuam na indústria de óleo e gás, no comércio internacional e na economia doméstica. As principais atividades do Grupo são divididas em dois sistemas – Portuário e logístico e Marítimo. •
Coluna Mercado ESTANDE MÓVEL Carreta itinerante da Arxo foi uma das atrações da Expopostos 2013
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ma carreta itinerante que contém um tanque de armazenamento de combustível em tamanho real mostrou de forma didática a instalação de um posto de combustível ao público da Expopostos 2013, em São Paulo, que terminou no dia 29 de agosto. O caminhão cria-
do especialmente pela Arxo, empresa com sede em Balneário Piçarras - que detém 70% do mercado de tanques jaquetados para postos no Brasil – foi uma das principais atrações da feira, maior evento do segmento na América Latina. A carreta é uma espécie de estande móvel, cujo principal diferencial é o teto elevado e recolhido através de sistema hidráulico. A ideia foi fazer com que o público e potenciais clientes visualizem e entendam melhor a instalação de um posto de combustível, tanto na parte subterrânea quanto a que normalmente fica visível no estabelecimento. A carreta também conta com um equipamento de recuperação de voláteis, o RecVap. O equipamento oferece um conjunto de recursos inovadores de alta performance com a missão de conter os vapores gerados no momento do abastecimento, garantindo economia ao posto. O RecVap Arxo possui tecnologia 100% nacional, é de fácil instalação e está alinhado à política nacional de cuidados com o meio ambiente. Durante a feira, a Arxo também atuou na venda de tanques em aço inox fabricados para receber combustíveis com Aditivo Redutor Líquidos Automotivo (Arla), que é uma solução de ureia pura com concentração de 32%, usado para reduzir a emissão de NOx nos gases de escape dos veículos a diesel. Os tanques para armazenamento Arla têm o mesmo conceito dos tanques jaquetados, diferenciando-se apenas pelas especificações da tabela de arqueação e pelo material pelo qual é construído, o aço inox. A Arxo é pioneira na fabricação destes tanques.
A empresa Com matriz em Balneário Piçarras, em Santa Catarina, e filial em Cabo do Santo Agostinho, na Grande Recife (PE), a Arxo conta com escritórios em São Paulo (SP) e em Assunção, no Paraguai, além de uma rede de representantes no Brasil e Mercosul. Em 2012, a empresa faturou R$ 106 milhões, com previsão de ampliar em 2013 para R$ 135 milhões, ampliando o volume de produção de aço processado de 14,5 mil toneladas/ano para 16 mil toneladas/ano. •
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