Basta um CliC para estar no melhor que em Artes Marciais existe no teu idioMA‌
WING CHUN Após uma longa ausência das nossas páginas, volta Randy Williams, um clássico do Wing Chun e sem dúvida um dos pioneiros deste estilo, especialmente na Europa.
LIANG KAM YUEN O Mestre Kam Yuen escreveu um capítulo muito importante da história das Artes Marciais, principalmente no Ocidente. Este Mestre era mundialmente conhecido por seus conhecimentos de Kung fu e actualmente, por seu método de Medicina Energética Chinesa.
CINEMA MARCIAL "Nas Artes Marciais só há duas palavras: horizontal e vertical. Se acabares no chão, perdes, se permaneces em pé, vences…" Com esta frase o personagem de Ip Man abre e fecha um interessante filme inspirado na sua vida…
KYOKUSHINKAI Alejandro Navarro, por disciplina e técnica se tornou uma referência mundial do Karate Kyokushinkai. Carisma, determinação e puro espírito Kyokushin, chegam às páginas de Cinturão Negro, chega… Alejandro Navarro.
SOCIEDADE BUGEI INTERNACIONAL Após grande expansão a nível mundial e com sede na Espanha, foi criada a International Bugei Society, entidade que vai regular as outras Sociedades de Bugei de cada zona, assegurando a homogeneidade de ensino e a qualidade de aprendizagem a todos os alunos, com independência do país a que pertençam.
CRIANÇAS E ARTES MARCIAIS O futuro das Artes Marciais reside nas nossas crianças. As crianças e os jovens vão crescer e continuar a nossa tradição marcial, por isso devem ser educados, ensinados da melhor maneira possível. Mas muitos instrutores têm uma compreensão vaga da evolução natural das crianças, assim como de suas capacidades motoras e suas habilidades psicossociais.
BUGEI Ki nas Artes de Espada. Para alguns, é realmente onde começamos a aprender; para outros, uma nova etapa que se desponta. Kansatsu, em japonês, significa observação. É o momento em que o aluno descobre que pode observar; que entende as movimentações alheias.
SDS-CONCEPT As armas e ferramentas para a defesa pessoal, como o Kubotan, o Pau de algibeira, o Yawara ou o Dulo, estão disponíveis em muitos países. Os paus pequenos e ferramentas similares vêm sendo utilizados em defesa pessoal desde muito tempo atrás e destes, em primeiro lugar o Pau de algibeira - tem muitas vantagens, mas também tem certas características especiais que devem estar em mente quando se usa o Pau de algibeira.
WINGTSUN Quase em qualquer conversa entre praticantes, se discute acerca de se o Wing Tsun (ou qualquer outros sistema de Artes Marciais tradicionais) é tão efectivo, por que motivo o não mostram na “jaula” das MMA. É um assunto recorrente pelo qual habitualmente me perguntam em muitos dos cursos e seminários que dou.
KARATE KENSHINKAN Fusei Kise, 10º Dan de Okinawa Shorin Ryu Kenshin Kan Karate & Kobudo Federation, foi o principal discípulo do Mestre Hohan Soken (1889-1982), herdeiro da técnica de Sokon Matsumura e único aluno de seu tio Nabe Matsumura. Desde Okinawa, Salvador Herraiz, nos oferece uma nova crónica na qual aprenderemos mais da história do Karate e de seus protagonistas.
“Quero um amor que seja bom, mas bom é só a metade do mau”. George Harrison
ara os antigos sacerdotes Shizen, o amor era um dos mais perigosos demónios (Oni); um demónio que nos fazia perder toda possível capacidade de lucidez e que frequentemente nos conduzia à cegueira e à estupidez. Claro que eles se referiam ao amor como sentimento humano, não como força indiferenciada. O amor como força é aquela que tende à união, à fusão das partes separadas numa nova unidade. O amor é a força que põe em marcha um “tandem”, quer dizer, um conjunto onde a soma das forças integrantes, resulta superior ao valor unitário das partes. Para os antigos Gregos, o amor era personificado por Eros, filho de Caos e irmão de Eris, a sua contraparte, a força Universal de repulsa. No entanto, Eros e Eris não eram bom e mau, como tendem a ser lidos na mentalidade do simplista. Toda atracção pode resultar em algo positivo ou negativo e ao vice-versa. Caos deriva da raiz ghn ou ghen da linguagem proto-indoeuropeia, que significa "espaço" ou "muito aberto". Devido a variações linguísticas, o significado da palavra se deslocou a desordem, entretanto, falamos de um termo que implica o vazio, falamos do “nada” do qual toda matéria provem em pulsações constantes e que a ciência descobriu recentemente que sustém esse “tijolo cósmico” que é o famoso “bosão de higs”. Algumas narrações mitológicas falam de Caos como o deus primigénio, que existia antes que todos os deuses e as forças, e descrevem-no como uma “fenda”, um “espaço que se abre”. Outros filhos seus foram Hemera, a deusa feminina que personifica o dia, e Ërebo o deus da escuridão. A dualidade essencial de todas as coisas está presente em todas as tradições, mas reduzi-la aos conceitos de bom e mau, é cair numa das piores armadilhas saduceas. A noção de bom e mau é definitivamente simplificadora e conduz indefectivelmente a um minimalismo mental pobre e mesquinho; mas então: Por que se impôs? É fácil imaginar um velho Neandertal dizendo ao seu neto “Erva má!” “Má!” ou talvez “Tabu!”, enquanto com cara de poucos amigos, apontava com seu dedo a uma planta. E é que isso de bom e mau são fórmulas muito úteis para transmitir informação, uma receita de uso directo e imediato; não obstante, para ver mais além, para penetrar na compreensão das coisas, estes conceitos são claramente insuficientes. Por exemplo: Essa mesma planta, que talvez não era comestível ou que simplesmente tinha um detestável sabor, resultou depois que em pequenas doses, era um magnífico remédio para a diarreia, a dor de cabeça ou qualquer outra indisposição. Alguém mais esperto e que não ficou nos limites do conhecido e aceite, alguém, que foi definitivamente um transgressor, pode compreender essa realidade com outro ponto de vista e isso lhe permitiu descobrir esse remédio maravilhoso. A história da humanidade está cheia de exemplos similares. Toda evolução se baseia na transgressão, mas existe a transgressão evolutiva, aquela que age em positivo, e a transgressão involutiva, aquela que o faz em negativo.
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“Jamais esqueçamos que o bom não se alcança nunca, senão por meio do melhor”. Vítor Hugo
Sem a perspectiva do tempo é difícil ver qual o caminho que resultará em um ou em outro sentido, por isso toda ferramenta do passado é uma bússola para dirigir os passos do futuro, a chave reside em como se aplicar. Um mesmo teorema pode levar a decisões completamente opostas, dependendo da peculiar mistura de coração, valentia e compreensão de quem a aplicar. Sim, tudo está resolvido, mas ao mesmo tempo tudo está por resolver, porque a equação humana possui tantas variáveis, que é capaz de se tornar a inventar em cada pessoa, de tal maneira que nenhuma possuímos (e reparem bem, que somos muitíssimos!) nem sequer igualdade na nossa mais mínima expressão, o ADN. Por outra parte, todos estamos submetidos às mesmas forças Universais e estas nos fazem iguais de uma ou outra maneira, em forma funcional; para todos passa o tempo, todos morremos, todos sofremos, etc.… A vida dos humanos é uma combinação maravilhosa de todas estas constantes e variáveis universais e não poucos de nós temos dedicado muito tempo e energia tratando de compreende-las. Por isso, toda simplificação barata, seja em forma de moral, seja em forma de religião ou de normas, está aí para ser superada, posto que o que os homens inventaram são só modelos. A vida não cabe completamente em nenhum deles; há-os, não obstante, uns muito mais certeiros que outros, por mais que todos eles cumpram uma função no Todo; desde o momento que alguma coisa existe, é porque é necessária. Os reducionismos, o simplismo e os redentores são perigosos por isso mesmo, uma coisa é subverter a ordem para que algo novo possa nascer e outra estabelecer a parvoíce como modelo. Os mais espertos sempre irão mais além, porque não “engolem” o que lhes servem, porque eles o mastigam e mais tarde ou mais cedo o digerem. Toda evolução se baseia nessa atitude questionadora e reflexiva; do arado romano ao tractor, tem havido muitos intermediários, muitos que pensaram que “não era suficiente”. Mais além de tudo isso, os humanos vivemos enfrentados à ideia do sofrimento não de uma maneira abstracta sim muito específica. Os antigos Miryoku pensavam (e não foram os únicos), que sofremos porque não temos alguma coisa; porque conseguimos uma coisa e temos medo de a perder; porque temos alguma coisa que parecia boa, mas resultou que não era tão boa; ou porque temos alguma coisa da qual não nos podemos livrar. A natureza do homem é a insatisfação, porque ela é a força que o leva a mudar, a evoluir e renovar-se, mas também pode ser a que o consuma, o esgote, o deixe vazio e acabe por o estancar. As forças estão aí e continuarão estando quando tenhamos ido embora; o que hoje façamos com elas será o que distinga as nossas experiências que hão de vir, o que marque os caminhos do futuro, como também foi o que marcou as pegadas que deixamos no nosso passado. Estas últimas não há quem as modifique, só as ondas do tempo as apagarão das areias da memória, mas o futuro e o presente são nossos e nós seus, para escolher crescer,
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para escolher a evolução, para ampliar os limites da nossa consciência, para despertar a novas realidades, a novas maneiras de ver, para ampliar a nossa percepção e também para deixar no caminho essas peles sobrantes, cheias de tudo aquilo, que não sendo mau, já não é útil. Ligeira é a bagagem do sábio. Evoluir é transgredir as limitações, transcender maneiras de ver minimalistas, deixar para trás visões pequenas e simplistas. Uma coisa é definir o bom e o mau em função do nosso próprio gosto, da nossa tendência pessoal; outra muito diferente estabelecer com isso paradigmas morais, desenhar princípios “pret a porté” para toda a gente e depois pretender que “todos” se metam nesse mesmo trajo. O bom e o mau não existem e uma das perversões maiores da sua própria natureza como conceito universalizante, é a de permitir e incentivar algumas das maiores aberrações realizadas pelos humanos. A história está cheia delas… O sábio olha mais além do bem e do mal, porque não pode haver sábio que o seja, espartilhado nos ditos princípios. Atemorizados os humanos perante essa realidade inacessível, legislamos eternamente e para tentar pôr portas ao campo, estabelecemos protocolos e definimos parâmetros de bom e mau. Depois vêm as ondas do tempo, riem-se de nós e com o fino salpicar da sua espuma de salitres, apagam tudo. Nada substitui a consciência de ser e a compreensão, por isso, todo caminho autêntico deve forçar a transformação da consciência, para permitir-nos morrer ao que somos e nascer assim ao que não somos; nesse trânsito, a dor não é negociável, mas o sofrimento sim.
Alfredo Tucci es Director Gerente de BUDO INTERNATIONAL PUBLISHING CO. e-mail: budo@budointernational.com
Wing Chun Após longa ausência das nossas páginas, volta Randy Williams, um clássico do Wing Chun, sem dúvida um dos pioneiros deste estilo, especialmente na Europa. Seu regresso, que previsivelmente constará de uma sua coluna nos próximos numero da Revista, é levado a efeito com todas as honras na capa e em manchete, e com este artigo dedicado ao Boneco de Madeira de 8 braços. Esperamos que gostem.
Bot Jau Yue O Boneco de Madeira “Polvo” Joang Sau, literalmente "mão imitada", é o termo chinês para as técnicas de Mook Yan Joang, ou "O Boneco de Madeira". O Mook Yan Joang é um dispositivo de treino utilizado por muitos estilos diferentes do Gung Fu chinês, como Choy Lay Fut e Mantis religiosa, que provavelmente, com mais frequência se identifica com o sistema de Wing Chun, mas agora fiz uma mudança significativa na estrutura básica do tradicional Mook Yan Joang, adicionando-lhe mais quatro braços, por razões que explicarei neste artigo. A esta novidade, adicionada ao antigo treino, eu denomino "O Polvo" (Bot Jau Yue), pois tem sete braços e uma perna. Poderá ser de madeira, plástico PVC, ou inclusivamente de metal. A primeira forma do Boneco de Madeira foi utilizada no Templo Shaolin na antiga China. A lenda diz que para poder graduar-se no templo, um discípulo teve de abrir caminho através de um complicado labirinto de 108 Bonecos de Madeira diferentes, alguns dos quais tinham molas que poderiam causar uma lesão fatal quando não eram manipulados correctamente; outros teriam sido preparados mecanicamente e em segredo. Inclusivamente se diz que alguns dos Bonecos de Madeira eram na realidade monges idosos com armadura de madeira.
Benefícios do Treino com o Boneco de Madeira A Prática com o Boneco de Madeira beneficia o estudante de Wing Chun de muitas maneiras. Em primeiro lugar, o boneco proporciona ao aluno um parceiro, quando mais ninguém está disponível para a prática das técnicas de mão e o movimento
das pernas. Todos os bloqueios, golpes e pontapés, também se podem executar com a transferência de potência, sem medo de magoar o parceiro. Como o boneco tem pouca mobilidade, o estudante aprende mobilidade, quando se movimenta em seu redor com um variado jogo de pés, ao mesmo tempo que intercepta, bate e pratica as técnicas de mão para "pontear o espaço", um termo universal para fechar a distância entre dois lutadores. O treino do Boneco de Madeira também pode ser esclarecedor no que respeita ao uso da linha central para atacar e defender desde todos os ângulos e para que o aprendiz "modifique a linha" de um movimento para outro. Estes ângulos e o uso adequado da linha central podem permitir a uma pessoa mais débil ou de menor tamanho, superar uma força maior pela "transferência de força" e a força de difusão, devido à estruturação e posicionamento do corpo. Como reza um provérbio do Boneco de Madeira do Wing Chun: "Seen Wai Yoang Duck Hoh Lahng Chue ", que quer dizer: "O uso da linha central será adequado e por isso difícil de derrotar". Os braços se situam em um ângulo estratégico para representar a posição final de um golpe c o r re c t a m e n t e interceptado, considerando essa posição como um limite exterior. Por exemplo, quando da execução de um bloqueio Pock Sau, em vez de imaginar que são dois golpes em um movimento para fora desde o centro, o aluno deverá prever do braço superior es q u erd o d o b o n e c o , u m batimento da esquerda por parte do oponente, cuja mão direita foi afastada da Linha central. Da mesma maneira, o braço direito do boneco pode ser imaginado como um batimento da direita
que tenha sido desviado a um ponto suficientemente afastado para bater no aprendiz, mas não além do necessário. Este ponto, limite exterior, vem determinado pelas regras da vantagem da linha central, a Orientação e o "Ângulo de corte", que ficou anteriormente explicado em v á r i o s l i v ro s , e s e a j u s t a a o conceito da Economia de Movimentos, do Wing Chun. O treino Mook Yan Joang ilustra bem as aplicações das três formas da mão em “condições de laboratório". Isto é devido à estrutura do próprio boneco. Devido à estrutura de ângulo perfeito incorporada no boneco, o aprendiz é guiado de maneira natural para executar as suas técnicas com uma estrutura de ângulos também perfeita. Qualquer defeito estrutural no movimento do aluno, tem tendência a magnificar-se pelo boneco e pode portanto, ser facilmente identificado e corrigido. Alem disto, quando se realiza uma técnica de maneira inadequada, por regra geral causará um pouco de dor ao aprendiz, o que indica que o ângulo de contacto ou a superfície de batimento da mão, do braço ou da perna, não são correctos. Outra vantagem do treino com o Boneco de Madeira é o endurecimento da pele e dos ossos da mão, o braço, o ombro, o pé e a perna. Isto se consegue por meio de "tocar" o também denominado "pacote de energia". No boneco não se deve bater com toda a força ao princípio, outro sim têm de se marcar os batimentos. Tocando desta maneira a superfície de madeira do boneco, junto com o uso do Leen Goang Jau (linimento herbário), que eventualmente "guardará" o Chi nas cavidades dos ossos, em previsão da fragilidade óssea na velhice. Mesmo em ao princípio
Randy Williams e Zoltan Bathory do grupo de Heavy Metal número um dos EE.UU. “Five Finger Death Punch”, mostram como se pode treinar simultaneamente o bloqueio de braços Boang Sau com o Boneco Polvo. Fotografia tomada entre bastidores durante o festival Mayhem Rock.
Grandes Mestres o s aluno s pos s am s en ti r u m pequeno grau de dor e nódoas negras, após um curto período de tempo serão capazes de executar todos os movimentos com força e sem moléstias, depois de ter desenvolvido uma " mão de fe rro" ou “ Teet K i u Sau”. Quando o aluno já tem os braços endurecidos, não só vai poder interceptar o soco ou o pontapé do oponente como também poderá magoar o braço o u a pe r na q u e o es tá bloqueando. Isto forma parte do ataque simultâneo e do princípio de defesa do Wing Chun (Leen Dai Siu Da). Um braço
continuamente com qualquer combinação de ângulo e nível, mantendo a posição e um bom equilíbrio. Isto também permite ao praticante fluir directamente de um movimento para outro, sem interrupção da energia, do impulso e da velocidade. Mesmo que possa parecer que os movimentos se tapam um ao outro, na realidade se completa cada movimento e então começa o seu poder totalmente liberado no boneco, antes do seguinte movimento. Isto será evidente no som rítmico produzido pelo fluir de movimento correcto. De facto, um verdadeiro mestre de Wing
e n durecido tem men os probabilidades de ser ferido em combate e pode suportar um maior impacto, no caso de ser necessário bloquear uma arma pesada. Um estudante com um braço endurecido pelo treino no Boneco de Madeira, também pode treinar durante mais tempo e com um contacto mais duro nos exercícios com um parceiro, sem padecer dor ou hematomas. Endurecer a pele e os ossos não quer dizer formação de calos ou d eform ação d a mão, n em significa ter nódoas negras. Este acondicionamento é feito paulatinamente, faz-se gradualmente mais longo e mais duro com cada sessão de treino, até que se alcança o resultado desejado. O treino com o Boneco de Madeira desenvolve ao mesmo tempo a capacidade do estudante para transferir o poder a um objecto fixo, evitando flutuações entre movimentos e exercícios de muitos que o sistema tem, com o elemento somado do contacto. Enquanto executa as técnicas de uma maneira mais realista que nas duas primeiras formas de mão, flui suavemente de uma para outra, de cima para baixo, da esquerda para a direita. Enquanto libera completamente o próprio poder no "núcleo" do boneco, o aluno desenvolverá a capacidade de atacar
Chun, pode detectar falhos na estrutura da forma simulada de um estudante, simplesmente escutando os sons que provoca na madeira e o som do seu jogo de pernas, sem ter que o ver. Isto se deve aos distintos sons e ritmos, produzidos pelos movimentos que estão correctamente auto-sincronizados e depois, por sua vez, programados adequadamente no boneco. Um ouvido bem treinado pode detectar o escalonar adequado, deslizamento e liberação do poder só pelo som. O Boneco pode ser utilizado para o treino de bloqueios, movimentos defensivos, batimentos, pontapés, cotoveladas e joelhadas, varrimentos e outras manobras de pernas, ainda que haja outras maneiras menos óbvias de utilizar o Boneco. Os seus braços e travessas horizontais se podem usar como uma barra de ballet para esticar as pernas nos diferentes níveis; os pulsos se podem esticar pressionando a palma da mão sobre o tronco do Boneco com o calcanhar da palma para cima, com os dedos para baixo. Inclusivamente as travessas horizontais se podem utilizar
como apoio para exercícios de dos pulsos e rolamento acondicionamento dos antebraços com pesos. É importante ser inovador no uso do polvo. Tem de se tratar de encontrar novas maneiras de utilizar todas as partes do dispositivo, incluída a parte superior, a área atrás da perna e inclusivamente as vigas verticais, que se podem rechear e utilizar como makiwara.
Vantagens do treino com o Boneco Polvo Vantagem de orientação - Uma
das estratégias mais importantes do combate Wing Chun é a conhecida como “Vantagem de Orientação". Essencialmente, o lutador de Wing Chun se esforça por se situar atrás do oponente, de tal maneira que possa utilizar suas duas mãos para atacar o inimigo, enquanto que o oponente possa usar só uma mão para defender-se ou contra-atacar, ou nenhuma em absoluto. Quando se treina com o boneco tradicional de três braços, quando o aluno se deslocou para exterior e obteve esta vantagem, tem de voltar para o centro, perdendo a vantagem que tinha ganho. Mas com o polvo se pode movimentar ainda mais para o exterior, melhorando a sua vantagem de Orientação, posto que trabalha nos braços exteriores como se continuasse para atacar o oponente situado lateralmente, o que é difícil ou impossível de defender.
Treino com vários parceiros Basicamente, os quatro braços do polvo se configuram de tal maneira que se tem o equivalente a três "conjuntos" da parte superior do braço, tal como
Sequência de estrangulamentos de braços e cabeça Também se podem praticar e aperfeiçoar técnicas de estrangulamento usando os braços, o corpo e até as travessas horizontais do Boneco Polvo. As imagens de 1 a 13 mostram um exemplo de como CRCA Wing Chun utiliza a estrangulação em combate. Os combatentes se situam para o confronto (Foto 1). Quando o oponente da um passo em frente com o jab, Randy aproveita a linha do golpe, levanta o pé adiantado e bate-lhe em baixo. "Toque e saída" Chop Kuen soco nas costelas (Foto 2), assegurando-se de que o seu golpe contacta, enquanto o seu próprio pé adiantado e o pé adiantado de seu oponente estão ainda no ar. Sesta maneira, a força do batimento do adversário será "reutilizada", enquanto a própria força de Randy se magnifica por seu próprio impulso, causando um impacto máximo. Na imagem 3, Randy utiliza um agarre Fook Sau da esquerda e punho direito à cara. Depois se repete o mesmo movimento Fook Da no lado oposto (Foto 4), agarrando o braço do oponente contra o seu peito, para
Wing Chun aparecem no boneco tradicional de três braços. Graças aos braços adicionais, um, dois, três e até quatro, os alunos podem trabalhar simultaneamente técnicas e sequências no Polvo. Por exemplo, uma sequência de dois simples movimentos pode ser trabalhada por dois alunos ao mesmo tempo nos dois conjuntos exteriores de braços e os aprendizes podem executar os movimentos de maneira que vão juntos na mesma direcção, ou podem ir em direcções opostas, de tal maneira que a sua energia
“Outra vantagem do treino com o Boneco de Madeira é o endurecimento da pele e os ossos da mão, o braço, o ombro, o pé e a perna”
vá de um em contra do outro. Uma terceira pessoa pode trabalhar ao mesmo tempo, no centro de um conjunto de braços, assim como podia faze-lo com o boneco do Wing Chun. Outro aluno pode trabalhar com a perna a técnica de chão de joelhos, da mesma maneira que usaria o braço baixo de um boneco tradicional, quando está em pé.
Técnicas de luta no solo Como se disse anteriormente, o a l u n o p o d e a j o e l h a r- s e e
evitar que bata com sua mão livre. Dando um passo profundo com seu pé adiantado, Randy levanta o cotovelo do oponente usando Pau Sau (Foto 5), depois lança a sua mão Lon Sau em volta do pescoço do oponente (fotos 6 e 7), já que utiliza outro movimento Sau Pau para começar o estrangulamento. As fotos 8 e 9 mostram a realização do estrangulamento. Movendo-se para um lado, para fazer alavanca (Foto 10), Randy completa um Seep Ma dando um passo em círculo atrás do oponente para derriba-lo, batendo a sua cabeça em contra o chão, sem largar o estrangulamento. (Fotos 11-13),
utilizar os três braços baixos para interceptar, agarrar e b a t e r, enquanto se utiliza a perna da mesma maneira que se acostuma a utilizar o braço inferior de um Boneco de Madeira normal quando se está em pé. Pode andar e g i r a r s o b re o s d o i s joelhos ou só um joelho e o pé, para adquirir potência e vantagem de orientação.
Gyeuk Chee Devido aos dos braços i n f e r i o re s adicionais do polvo, o aluno pode praticar
“O treino com o Boneco de Madeira desenvolve ao mesmo tempo a capacidade do e studante para transferir o poder a um objecto fixo, evitando flutuações entre movimentos e exercícios de muitos dos movimentos do sistema, com o elemento somado de contacto”
uma amplia variedade bloqueios de perna, agarres e combinações de pontapés que não se podem fazer com o tradicional de três braços. As per nas se podem mover de Boang Gyeuk a Tao ou Pock Gyeuk, ou usar muitas outras possíveis manobras e pontapés com as pernas. Possuir e treinar com o Boneco Polvo poderia ser de benefício para qualquer a r t i s t a m a rc i a l q u e estiver interessado em melhorar a sua técnica, endurecer seus braços e melhorar globalmente a sua estratégia de combate.
Grandes Mestres Sequência de Aplicação de Gahng/Jom Sau Gahng/Jom Sau, a machada alta Chop/Bloqueio Baixo com varrimento, pode ser treinada no polvo com e sem um pontapé. Os mesmos movimentos se podem ver em aplicação no combate em imagens de 1 a 10. Lutadores prontos (Foto 1). Randy desvia um pontapé da direita em rotação do oponente, usando Gahng/Jom Sau (fotos 2 e 3). Randy levanta os braços para um agarre de perna Chum Kiu (Fotos 4 e 5).
Depois levanta a perna agarrada enquanto faz Chum Jahng Sinking, batendo com seu cotovelo no lado do joelho para quebrar a perna com uma acção de pressão e puxar (fotos 6 e 7). Seguidamente, levanta o joelho direito para castigar ainda mais a perna que pontapeia por debaixo (Foto 8). Então, sem pôr o pé no chão, Randy pontapeia o joelho base com Moh Ying Yai Sut Dai Gyeuk (Joelho Invisível batendo com Pontapé baixo) e depois salta para fazer um Moh Ying Loy Tiu Yai Hau Gyeuk, para atacar ainda mais a perna de apoio (Fotos 9 e 10).
O Mestre Kam Yuen escreveu um capítulo muito importante da história das Artes Marciais, especialmente no Ocidente. Este Mestre foi reconhecido mundialmente por seus conhecimentos de Kung fu e actualmente pelo seu método de Medicina Energética Chinesa. Poucos mestres e versados em Artes Marciais podem alardear de ter sido o Mestre dos Jackson Five, Bob Dylan e David Carradine - além de o ter dobrado e coreografado na série de Kung Fu e partilhou seus conhecimentos com Chuck Norris e Steven Seagal. Também esteve ligado a Bruce Lee; foi aluno e o melhor amigo de Wong Jack Man, que desafiou Bruce Lee, como o leitor estará lembrado: “Se vencia naquele combate, “O pequeno dragão” teria de deixar de dar aulas aos caucasianos. Por ironias do destino, anos depois, o Mestre Kam Yuen coreografou para Brandon Lee, na segunda temporada da série Kung Fu, dando-lhe também algumas aulas… Foi actor e coreógrafo do inacabado projecto de Bruce Lee “O circulo de Ferro” (“The silent flute”) por tudo isso e mais alguns méritos, Budo Internacional o traz às suas páginas. Texto; Salvador Múgica & Pedro Conde. Fotos: Salvador Múgica.
Reportagem Mestre Liang Kam Yuen O Mestre Liang Kam Yuen nasceu em Hong Kong a 10 de Março de 1941, era o mais novo de 7 homens e 4 mulheres. Com 8 anos começou a praticar Kung fu, sendo estudante de Seven Star; estudou Qi Xing Tang Lang com o Mestre Chen Zhen Yi e Tai Ji Tang Lang com o Mestre Chi Chuk Kai. Segundo nos declara o Mestre Yuen: “Assim como no Ocidente se começa fazendo desporto muito jovem, com o futebol, o andebol, etc.…, na China, a prática do Kung fu se começa em criança. Eu comecei com oito anos e aquilo era uma brincadeira, posto que pela idade que tinha, não realizava treinos intensivos ou de adultos. Normalmente se começa pelo estilo Shaolín e depois nos especializamos em algum dos seus estilos; eu me inclinei pela mantis”. Anos mais tarde, Sifu Liang Kam Yuen emigrou para os Estados Unidos com seus pais, onde continuou os seus treinos de Kung fu com o Mestre Mon Wong, em New York. Tempo depois estudou Shaolin do Norte com o Mestre Wong Jack Man, em São Francisco, aprendendo também com ele os estilos Hsing Yi e Baguazhang. Em 1964 se gradua no Instituto Manhattan com um título em
engenharia, graças ao qual encontrou um trabalho na Lockheed Aircraft, perto de São José (Califórnia), onde abriu a sua primeira escola de Kung fu, em sociedade com seu amigo, o Mestre Paul Eng. Também trabalhou na Hughes Aircraft e na US Engeniering Corporation. Em 1969 abandona o seu trabalho de engenheiro e resolve dedicar-se por completo às Artes Marciais. Depois de uma curta estadia em Los Ángeles, o Mestre Liang Kam Yuen voltou a Hong Kong para continuar seus estudos em Tai Ji Tang Lang com o Mestre Chi Chuk Kai. O Mestre Kam Yuen treinou dia e noite durante vários meses. De regresso aos Estados Unidos, se instala em Los Ángeles, onde quis partilhar seus novos conhecimentos com outros praticantes, dando numerosas aulas em locais do YMCA, no Chinatown Recreation Hall, UCLA, USC, (no Estado da Califórnia). Shifu Liang Kam Yuen fundou o "Shaolin West Healing Center" (Centro de cura Shaolin Oeste" e foi a "Tai Mantis Kung Fu Assoc" (Associação de Kung Fu Tai Mantis"). Adquire grande fama e é requerido por celebridades para ensinar, inclusivamente é chamado pela War ner Brothers
Estúdios para trabalhar em “Kung-fu”, a série de televisão da ABC. “Naquela época só se conhecia o Karate e o Judo, nem sequer tinha chegado o Tae Kwon Do, que ao principio se chamaria “Karate Coreano”. Comecei a fazer exibições e demonstrações a fim de expandir e dar a conhecer o Kung fu. Pensava eu que a melhor maneira de o fazer era chegar ao cinema e à televisão, mas naqueles dias nada disto se conhecia e não existia nenhuma possibilidade de o fazer. No entanto, devido à fama que obtive em demonstrações e na minha participação em eventos de Artes Marciais, quando foram filmar a série, me chamaram”… Na série é o coreógrafo, participa como actor em algum capítulo e além disto é o duplo de David Carradine: “Sim, efectivamente, participei activamente na série. Ao princípio, coreografamos as lutas a varias pessoas. Após a emissão de alguns capítulos, David começou a vir ao meu ginásio e ali percebeu que o que realmente tinha estado fazendo na lutas dos primeiros capítulos, era Judo. Tive que começar a ser o duplo de Carradine, pois então não se sabia quase nada de Kung-fu. Mas depois de fazer o trabalho sujo da série, não tive
nenhum reconhecimento, pelo que resolvi deixá-lo; então David, como era a estrela do show e tinha muito peso na série, falou com os directivos da Warner e disse que me queria na série, pelo que prescindiram dos serviços do anterior coreógrafo e me deram essa responsabilidade”. A partir daí, oficialmente, o Mestre Yuen se tornou o Mestre de David Carradine: “Ao principio, David Carradine não sabia nada de Kung fu. Temos de ter em consideração que no início da série, praticamente só fazia Judo; mas tinha muito boas qualidades e rapidamente captava os movimentos. Durante um ano tinha estado praticando baile, pelo que tinha uma boa elasticidade e coordenação, por isso, conforme foi decorrendo a série, melhorou notavelmente. Era muito disciplinado, tinha interesse por aprender, apesar de por vezes ser muito chato ter de esperar por ele para começar… Quando acabou a série, continuei a dar-lhe aulas, mas por vezes passava muito tempo de aula para aula, posto que seus compromissos profissionais o
obrigavam a viajar por todo o país e inclusivamente a outros países.” Para paliar aquilo na medida do possível, David Carradine metia o Mestre Kam Yuen nos projectos em que participava; entre eles destacamos o seu trabalho como actor e coreógrafo, junto a Joe Lewis, no inacabado projecto de Bruce Lee, James Coburn e Sterling Silliphant: “O círculo de Ferro” (“The silent flute”). Desse combate com o seu aluno o Mestre lembra… ”Participei com alguns dos meus estudantes. Havia muitas ideias interessantes no libreto; no entanto, o resultado não foi bom; era a primeira fita que dirigia Richard Moore, que não estava habituado às Artes Marciais nem tinha nenhuma experiência em elas, demorava muito tempo em gravar as cenas… Além disso, os combates não estavam bem gravados, os ângulos não eram os mais adequados”. Aquele não foi o único filme em que participaram juntos, houve alguns mais: ”David Carradine fazia o possível para trabalharmos juntos; em alguns dos seus projectos fiz pequenos trabalhos ou colaborações, em outros
participei de maneira mais activa, como no filme “Projet Eliminator” ou no documental “Zen and Now: A Dinner with David Carradine & Friends”. O Mestre Yuen se emociona quando fala do seu pupilo, é inevitável perguntar-lhe acerca da sua morte… “Aquilo foi um duro golpe, muito desagradável… Dois dias antes da sua morte tínhamos estado conversando, tinha-lhe dado a minha morada na China para ele me visitar. David conhecia o meu método de Medicina Energética Chinesa e seus benefícios, queria ajudar-me a dá-la a conhecer a nível mundial. Por desgraça, aquele encontro nunca aconteceu”. Esta não foi a primeira vez que o Mestre Yuen passaria por esta dor, anteriormente também perdera outro aluno célebre, Michael Jackson. Durante um tempo foi instrutor dos “Jackson Five”: “Ensinei Shaolin do Norte aos Jackson Five durante cinco anos, claro está, sempre que os seus afazeres o permitiam. Dei aulas aos quatro, mas especialmente a Jermaine, que mostrava muito interesse. Michael destacava sobre os irmãos porque era
muito disciplinado, rápido e por sua coordenação; era o melhor deles”… Não foi à única celebridade no mundo da música que ele treinou. Também contaram com seus conhecimentos Bob Dylan e sua família: “Bob é genial, tem boa concentração e memória para o Kung-fu. Capta os movimentos logo de seguida, porque é um génio. Mas os seus meninos precisam de mais disciplina. Eu devia lá ter estado todos os dias se realmente queriam aprender, mas nessa época eu ia só uma vez por semana. A única maneira de chegar a fazer que Carradine e Dylan melhorassem notavelmente no Kung fu, seria si eu tivesse aberto um ginásio em Malibu; mas eu morava em Torrance, que está mais ao Sul. O que realmente era difícil com Dylan, era que ele tivesse tempo para podermos treinar”. Outros dos seus alunos célebres foi Chuck Norris, mas isto foi muito antes de que o colosso americano fosse conhecido por suas longas-metragens. “A sua casa era relativamente perto do meu ginásio e vinha visitar-me com uma certa frequência, o que muito me agradava. Naquela época, como eu trabalhava na série do Kung fu, queria que o ajudasse a ter uma sessão fotográfica com David Carradine; Chuck Norris queria ser famoso e protagonizar filmes e pensava que aquilo lhe poderia servir como promoção. Chuck Norris é excelente pessoa, temos grande número de anedotas juntos… Nos conhecemos antes dele ser famoso”. O Mestre Yuen também partilhou seus conhecimentos com Steven Seagal: “Com ele não tratei tanto, naqueles dias ele era muito jovem e se interessava principalmente pelas Artes Marciais japonesas, mas também se interessava por tudo quanto era oriental e a sua medicina”. Testemunha de uma época irrepetível a nível marcial, o Mestre Yuen conhece e possui muita informação acerca de factos e acontecimentos históricos das Artes Marciais; ele era o melhor aluno de Wong Jack Man, que desafiou Bruce Lee; se vencia aquele combate, “O pequeno dragão” tinha de deixar de dar aulas aos ocidentais… “Wong Jack Man não falava muito acerca daquele combate, rara vez falava dele, fazia algum comentário, mas nada mais. Não era assunto de presunção… Nós tínhamos uma relação que ia além de estudante e Mestre, éramos muito bons amigos, queríamos fazer coisas boas para o Kung fu, apesar de eu estar em New York e ele em São Francisco. Não foi um combate impressionante; naquela época Bruce Lee não era tão bom quanto chegou a ser depois. Aquele desafio ou duelo não foi como se tem dito para o mostrar aos ocidentais, mas para
criticar os métodos de ensinanças tradicionalistas chinesas, muito restringidas e fechadas e não da maneira que ele pensava ser a correcta. Um prova de tudo quanto digo é que eu fui coreógrafo da série Kung fu e nunca tive problema algum por mostrar o Kung fu ao mundo”. Kam Yuen não presenciou aquele duelo, mas sempre permaneceu ao lado da seu Mestre e amigo… “Bruce Lee deu a sua vida por fazer aquilo em que acreditava. Teve de tomar decisões difíceis para chegar onde chegou e tem todo o meu respeito por isso. Enquanto foi vivo eu não lhe prestava muita atenção, quer dizer, ele fazia as suas coisas, as suas Artes Marciais e eu fazia as minhas. Nos conhecíamos porque um meu parente era muito seu amigo dele, pelo que nos vimos em alguma ocasião; o entanto e por respeito ao meu amigo e Mestre Wong Jack Man, evitava intimar com ele, me mantinha à distância. Foi depois de Bruce morrer, quando alcançou a fama, quando comecei a dar valor ao que ele fez pelas Artes Marciais e o Kung fu. Pode parecer estranho mas por vezes sinto que entro em contacto com o espírito de Bruce Lee e as suas ideias, mas não só com ele, também com o dos seus seguidores e admiradores. Há gente que é da opinião que se Bruce fosse vivo, possivelmente estaria a fazer o que eu faço”… Por avatares do destino, Kam Yuen trabalhou e ajudou a difundir o Kung fu e as Artes Marciais no Ocidente. A série estava baseada na ideia original de Bruce Lee; mais tarde, ajudou a materializar o seu inacabado projecto de “The silent flute” e por último, foi o primeiro “degrau” na carreira cinematográfica do primogénito de Lee: “Brandon não é que treinasse exclusivamente comigo, simplesmente eu era o coreógrafo do capítulo piloto da segunda temporada e tive que coreografar as suas cenas de luta. O seu instrutor de luta era Dan Inosanto, para ele, as Artes Marciais significavam algo muito diferente do que eram para o seu pai. Não era tão serio e dedicado em seus treinos como era Bruce Lee. Era um jovem muito agradável que começou com as Artes Marciais e que mais tarde quis dedicar-se por completo a interpretar e chegar o mais longe possível na sua carreira como actor, as Artes Marciais não eram a prioridade na sua vida”. O Mestre Yuen estando no cimo a nível marcial, decide deixar tudo e dedicar-se por inteiro ao método de Medicina Energética Chinesa. “Esta maneira de ver as coisas é uma maneira de poder mudá-las, como nunca antes se tinha podido fazer! Fazes as mudanças rapidamente… Por exemplo, quando se treina as
mudanças vêm devagar e tem de se fazer que sejam mais rápidas”. Em que está baseado o método da Medicina Energética Chinesa? Por que motivo tem tantos seguidores em todo o mundo? O que o faz diferente de outros? “Está baseado na Lei Universal, na parte física, não na espiritual, porque é suposto que o nível espiritual está por cima do físico, mas não é assim. Eu dirijo a energia que se tem à debilidade que padecem, para se ser consciente de qual é e assim poder reforçá-la. O resultado é instantâneo. Levo fazendo isto uns 30 anos”. Como encaixam em tudo isso as Artes Marciais? “Acredito que a tradição nas Artes Marciais é uma boa coisa, mas tem de evoluir. Apesar de alguma coisa ter mudado, são basicamente como eram dantes, mas há mais coisas que não conhecemos que coisas que conhecemos. Assim sendo, é chegado o momento de sermos mais físicos, posto que somos criaturas deste planeta. E é preciso separar a mente da parte física e dessa maneira podemos ver o potencial que se corresponde com o universo físico. Dessa maneira podemos ser tão rápidos como o Universo, porque o Universo é muito rápido, está coordenado e é muito forte, de maneira que temos de corresponder-nos com o potencial físico do Universo e não só mantermo-nos no lado espiritual. Temos de dar confiança às pessoas para que tenham suficiente energia, a qual se pode obter só se alguém usa as Artes Marciais como caminho. Desde que o Mestre começou a ensinar o seu método, tem aparecido em numerosas publicações e em diferentes meios de comunicação. Desde então não deixou de mostrar e partilhar seus conhecimentos e habilidades mundo afora, ajudando numerosas pessoas. Na Espanha é onde lhe fizemos esta entrevista. “Tenho estado em várias ocasiões na Espanha, em Barcelona, Málaga, e Madrid. Com o meu método tenho podido ajudar a mais de 1.000 pessoas aqui”. Shifu Liang Kam Yuen actualmente reside em Canoga Park, Califórnia (USA); treina Artes Marciais, ainda que não de maneira intensa, nem constante: “Não as pratico fisicamente, mas faço a acção. Se percebo de qual é o meu ponto fraco quando as levo à acção, melhoro o mesmo no momento. Assim, quase no momento posso melhorar a nível neuro-muscular a força, a flexibilidade, a resistência, etc.” O Mestre Yuen viaja por todo o mundo ensinando e aplicando o seu método de Medicina Energética Chinesa. http://www.statscrop.com/www/y
Texto: Emilio Alpanseque Fotos: Sil-Metropole, Bona Film Group, The Weinstein Company.
The Grandmaster Histórias do Bosque Marcial "Nas Artes Marciais só há duas palavras: horizontal e vertical. Se acabas no chão, perdes; se permaneces em pé, vences". Esta é a frase com que o personagem Ip Man abre e fecha este interessante filme inspirado na sua vida, mas que ao mesmo tempo nos permite apreciar certas tradições dentro do denominado “Bosque Marcial” ou “Wulin”, que seguidamente passamos a comentar para todos os nossos leitores.
Enredo: Na China dos anos 30, um velho mestre do Norte, versado em Baguazhang e líder da Sociedade de Artistas Marciais Chineses, resolve aposentar-se, mas não sem antes organizar um duelo para encontrar um candidato idóneo para integrar as ensinanças do Sul do país com as do Norte. É assim como Ip Man (Tony Leung), um especialista de Wing Chun de certo renome na comunidade de Cantão, é o escolhido como candidato e vence o duelo com bastante comodidade. Perante a derrota do mestre do Norte, a sua filha Gong Er (Zhang Ziyi) irá desafiar Ip imediatamente, para tentar assim salvar a honra da sua família. Mas entretanto, durante a sua luta, um vínculo especial despertaria entre eles, o que mudaria o destino de suas vidas, ou talvez não…
Palavras do Realizador O aclamado e particular realizador de Hong Kong, Wong Kar-Wai apresentou finalmente a sua “ópera magna”, na qual vinha trabalhando mais de dez anos e que foi filmada ao longo dos últimos quatro. “THE GRANDMASTER” é narração pausada de um tempo pretérito, onde o personagem central não é
exactamente Ip Man mas sim as Artes Marciais propriamente ditas. Acerca disto o realizar diz: "Quando me perguntam que género de fita é esta, eu digo que é uma história que trata da preocupação de como passar o conhecimento marcial para a seguinte geração. Trata das pessoas no círculo tradicional do Wushu, que querem superar a sua própria habilidade, experiência e essência. Esse é o ponto central desta história”. Efectivamente, esta artística longa-metragem transmite uma mensagem muito importante acerca da primeira geração de membros da Sociedade de Artistas Marciais Chineses (Zhonghua Wushi Hui), fundada em 1910, com a intenção de utilizar as Artes Marciais para fortalecer às pessoas e salvar o país, mas que no fundo escondiam ideais revolucionários. “Não só são valores das Artes Marciais, é parte da nossa cultura e isto é o que quero contar: de onde vimos, quem fomos no passado” - esclarece Wong.
Acerca do Elenco Tony Leung (Ip Man) - Nascido em Hong Kong e abandonado por seu pai com sete anos de idade, sonhou desde muito criança ser actor mas o que não sabia é que
acabaria sendo uma das maiores estrelas de cinema de Hong Kong, com mais de 30 anos de experiência e mais de cem filmes em seu haver. Leung, é um dos actores preferidos do director natural de Hong Kong Wong, Kar-Wai, tendo trabalhado com ele em sete ocasiões. Zhang Ziyi (Gong Er) - Natural de Pequim, começaria a ser conhecida após ganhar um concurso de dança nacional, com 15 anos de idade. É então quando o realizador Zhang Yimou a contrata para o filme “The Road Home” (1999). A força de sua actuação agradou muito aos jornalistas do seu país e em menos de três meses foi seleccionada para protagonizar a aclamada “Crouching Tiger, Hidden Dragon” (2000). Desde então, a sua figura se fez muito notável com grandes êxitos de bilheteira, tanto no cinema chinês como no internacional. Chang Chen (“The Razor”) Nascido em Taipei em Outubro de 1976 (o ano do Dragão no zodíaco chinês), a incursão de Chang na indústria do cinema não foi acidental. O seu pai Chang Kuo-Chu é um dos actores mais famosos de Taiwan e o seu irmão mais velho Chang Han, é também um conhecido actor. Chang alcançaria a fama depois de protagonizar o filme “Crouching Tiger, Hidden Dragon” (2000). Desde então, Chang tem trabalhado em muitas fitas
“Neste filme há muitos estilos e muitos mestres, mas segundo narra a história, dadas as circunstâncias de cada um, só uno deles foi capaz de conseguir transcender a sua arte ao resto do mundo”
aclamadas pela crítica, colaborando com os melhores directores e actores.
Acerca da Produção O realizador Wong Kar-Wai é conhecido por necessitar de muito tempo para acabar seus filmes e a sua tendência de não se aderir aos prazos de produção. O libreto original foi escrito em 2001 e após uma longa viagem pela China profunda, visitando mais de cem Mestres de Wushu tradicional, a fita começaria a ser filmada em 2009, para estrear a 8 de Janeiro do 2013. O conceito original era o de apresentar a dez mestres, em dez capítulos independentes, mas isto teria resultado um filme demasiadamente longo e complicado. Diz-se que a equipa de produção chegou a ter quatro horas de material montado e utilizável, o qual teve de ser reduzido a 130 minutos, que é a duração da versão oficial do filme. É de destacar que o realizador Wong Kar-Wai exigiu a seus três actores principais, praticar Wushu tradicional durante três anos, antes de começar a rodagem. Tony Leung se dedicou em cheio à prática do Wing Chun, de mãos do mestre Duncan Leung, que tinha sido aluno do verdadeiro Ip Man, com o seu filho Darren e o seu aluno Henry Araneda. Por sua parte, Zhang Ziyi aprendeu Baguazhang do versado em Wushu moderno e tradicional, Ge Chunyan, membro da equipa original de Wushu de Pequim. E por último, Chang Chen treinou Bajiquan sob a tutela do mestre Wang Shiquan de Pequim durante três anos e chegou a competir na China, obtendo uma medalha de oiro
em 2009, nos campeonatos nacionais de Bajiquan tradicional.
Acerca das cenas de Luta As sequências de Artes Marciais em THE GRANDMASTER foram coreografadas pelo legendário director de acção Yuen Woo-Ping, que também foi encarregado da direcção das Artes Marciais de “The Matrix” (1999), “Crouching Tiger, Hidden Dragon” (2000), “Kill Bill Vol. 1” (2003), “The Forbidden Kingdom” (2008) e muitíssimas outras produções, ao longo da sua carreira de mais de quatro décadas. Nesta ocasião, Yuen também interpreta brevemente o papel de Chan Wah-Shun, mestre de Ip Man na vida real. Sob as instruções de Wong Kar-Wai, as cenas de luta são realmente extraordinárias para aqueles que apreciam a beleza técnica de cada estilo, seus movimentos particulares, ou inclusivamente de um só golpe ou posição. Além dos
Cinema Marcial estilos já ditos, também podemos ver expoentes de Hung Gar, Xingyi, Mantis e mais. O mestre Yuen, junto com o director de fotografia francês Philippe Le Sourd, nos deslumbram em várias ocasiões a intensidade e imaginação em umas coreografias de grande estilo cinematográfico, em vez de lutas trepidantes, como podem ser as de “Ip Man” (2008) protagonizada por Donnie Yen. Os combates são encontros elegantes e cerimoniais, em alguns casos demonstrando a ética marcial e o respeito mútuo. De acordo com o lema chave do filme, “tudo reside nos detalhes”. As câmaras se aproximam e mostram a precisão do trabalho de pernas, os movimentos das palmas em espiral, os golpes de torção, etc. Lendas do cinema marcial, como Bruce Leung, o lutador profissional Cung Le, o versado em Hung Gar, Lau Kar-Wing ou Zhou Xiaofei a campeã de Wushu, realmente exigem ao actor Tony Leung utilizar ao máximo seu treino marcial e talento interpretativo. Assim também, Zhang Ziyi e Chang Chen resultam lutadores absolutamente convincentes perante as câmaras.
A nossa Crítica Sem dúvida, THE GRANDMASTER tenta oferecer mais substância do que simples “porrada” e isto é importante, é coisa a ter em consideração antes de ver esta fita. Não é “Ong Bak” (2003) ou “The Raid” (2011), antes sim um filme contemplativo, em que Wong Kar-Wai, muito na sua linha, utiliza os estilos de Wushu tradicional e outros elementos visuais como ferramentas de expressão de suas ideias. Por exemplo: os personagens centrais Ip Man e Gong Er representam através do Wing Chun e do Baguazhang respectivamente, suas próprias atitudes perante a própria vida. O Wing Chun basicamente considera a linha recta como o melhor caminho de ataque, enquanto que o Baguazhang é famoso por seus passos em círculo e energia em espiral. Isto descreve a personalidade de Ip Man, que sempre é directo e olha de frente, enquanto que Gong Er não faz mais que apegar-se ao seu passado e evadir-se do seu presente. E este é só um exemplo do género de metáforas que o realizador utiliza. Nesta fita há muitos estilos e muitos mestres, mas segundo conta a história, dadas as circunstâncias de cada um, só um deles foi capaz de conseguir transcender a sua arte ao resto do mundo. Nos referimos a Ip Man, que nascido em 1893, viveu na época do Imperador Guang Xu, a do último Imperador Pu Yi, o estabelecimento da China Nacionalista, a II Guerra entre a China
e o Japão e a fundação da República Popular da China, momento em que fugiu para Hong Kong onde começaria a ensinar publicamente a arte do Wing Chun, deixando para trás velhas tradições e passando os conhecimentos para gerações posteriores, mais além da sua própria vida. É por isto que o nome da fita é THE GRANDMASTER, em singular.
Dmitri Skogorev é um dos principais especialistas internacionais no ensino das Artes Marciais Russas, Director da Escola Russa de Artes Marciais "Sibirski Vjun" (SYSTEMA "SV") e Presidente do Centro Internacional de Artes Marciais Russas. Desde 1988, Skogorev tem sistematizado e analisado estruturalmente o Sistema russo de Artes Marciais, pesquisando em psicologia aplicada e bio-energética, o que repercutiu na evolução teórica e prática dos programas de "Sibirski Viun". O Sistema russo de combate corpo a corpo se aplica em situações extremas, tanto no âmbito profissional como civil.
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Alexandre, por disciplina e técnica se tornou uma referência mundial do Karate Kyokushinkai. O seu palmarés é impressionante; estes são só alguns dos seus triunfos: Campeão do Open do Japão, 9 vezes Campeão da Europa e faz apenas umas semanas, Campeão do Mundo dos Pesos Pesados, passando assim a ser o primeiro ocidental a conseguir este título. Carisma, determinação e puro espírito Kyokushin, chegam às páginas de Cinturão Negro, chega… Alexandre Navarro. Texto e Fotos: Ricardo Diez Sanchis
Alexandre Navarro Puro Kyokushinkai! Cinturão Negro: Alexandre, como foram os teus começos em Karate Kyokushinkai? Alexandre Navarro: O meu primeiro contacto foi quando contava 16 anos, numa viagem que fizemos à ilha de Fuerteventura. Lá conheci o “culpável” de que hoje existam tantas escolas e pessoas que conhecem e praticam Kyokushin no arquipélago das Canárias, o Shihan António Roca, a quem daqui cumprimento, assim como aos praticantes da minha terra. Depois voltei à sua prática com 20 anos, quando fui viver à já dita ilha. C.N.: O que te “prende” ao Kyokushin? A.N.: A sua filosofia de vida, os princípios e valores que inculca, como são: disciplina, humildade, respeito e um longo etc., que na sociedade actual tão raros são, ao mesmo tempo que necessários resultam, puxar por coragem no momento que se precisa, para sair adiante nas diferentes situações que há na vida e persistir sob pressão. Certamente a sua maneira de combater e aconteça o que acontecer… e no final abraçar-se com quem foi teu oponente durante uns assaltos. Isto é mágico, um respeito mútuo que dá valor ao que fazes e ao que tu és. C.N.: Como foi a tua primeira competição? A.N.: Por ser a primeira, logicamente tudo era novidades, não fazia ideia do que iria enfrentar. Foi uma bonita experiência que me serviu para começar a perceber onde me tinha metido. C.N.: Qual o teu conselho para os que estão pensando em começar a competir? A.N.: Que escutem o que os seus mestres lhes dizem; que com o trabalho árduo as recompensas acabam por chegar; que não usem atalhos para chegar antes porque depois terão de voltar atrás; trabalhar muito a base, a posição no tatame, a maneira de te deslocares; trabalhar em equipa, ajudando o companheiro, aprendendo absolutamente de tudo o que acontece à nossa volta e que a fortaleza está no espírito e na fé que tiveres em ti. Sempre lutar pelos teus sonhos!… C.N.: Qual a melhor recordação como praticante de Kyokushin e como competidor? A.N.: Há tantas e variadas… Esses momentos duros que compartilhas com os companheiros e fazem com que a amizade se faça mais forte, em muitas ocasiões pela dor e o sacrifício nos treinos. Pode parecer estranho, mas através dos resultados que não foram tão bons quanto desejávamos, é quando melhor temos reflectido e aí se cresceu um pouco mais. C.N.: Quando desceste do tatame depois de conseguir o Campeonato do Mundo, o que foi que sentiste? A.N.: Satisfação mútua, por mim e pela equipa que me acompanhou ao Japão e pelo grupo que nos apoia, especialmente pelos mais jovens. Estar lá foi especial, é onde se originou tudo. C.N.: Algum facto curioso das tuas muitas viagens? A.N.: Uma vez, o meu companheiro e amigo Heitor perdeu o Passaporte no aeroporto de Tóquio. Fomos à polícia para pedir ajuda e longe de a recebermos, começaram a interrogar-nos… É claro que não percebíamos nada! Sensei Ángel que nos acompanhava também não podia acreditar! O ponto culminante foi quando um agente abriu a nossa bagagem e encontrou um pacote de gófio (cereal moído que temos nas ilhas Canárias). Deve ter pensado que era alguma coisa esquisita e ficou muito nervoso perguntando o que era
aquilo… O Heitor abriu o saco e meteu um dedo (ressalto que um “dedo” seu é como quatro meus) e literalmente obrigava ao então estupefacto agente a prová-lo. Ele se negava à vez que retrocedia. Um espectáculo! Não paramos de rir durante vários dias. Finalmente apareceu o passaporte… e deixaram-nos levar o nosso o gófio…. Há uma entrevista em Inglês que acerca disto me fizeram e que está na rede. Faz cinco anos disto e ainda se riem de mim no meu Dojo. Humor transalpino, que assim o chamam… Crazy situation!!! C.N.: Fala-nos do teu Mestre Ángel Romero, sem dúvida, um dos “responsáveis” pelos teus êxitos desportivos… A.N.: O meu Mestre, em ocasiões pai, em outras irmão e nas mais das vezes amigo e irmão de batalhas, é um sonhador que contagia a sua loucura e luta pelo que pensa ser justo. Muito tenho aprendido dele e não só de Karate. C.N.: Agora, vivendo uma nova etapa da tua vida em Costa Rica, como te tens adaptado lá? A.N.: Já quase estou lá faz ano e meio. Tudo surgiu de uma conversa casual com o Branch Chief Erik Golberd e aqui estou. Estou a ser muito bem tratado, me apoiam em tudo. Dou muito valor ao que tenho conseguido nestes 15 meses últimos. Daqui quero agradecer tanto a ele como a Mário Her nández pela confiança prestada, assim como a toda a equipa humana do IKO Kyokushinkaikan Costa Rica. C.N.: Desejas dizer mais alguma coisa? A.N.: Lembrar-me do Shihan Daniel Lorente, que sempre está aí, apoiando à selecção. Animar os júnior que vão por muito bom caminho e a todo o grupo Iko Espanha, pela sua entrega. Aos meus irmãos de batalha, onde quer que estiverem, mandar-lhes um grande abraço à distância.
A técnica do ataque devastador do Elefante Branco e entre as numerosas estratégias de combate desenvolvidas pelos Mestres de Luta siameses em um período de vários séculos, que vai desde inícios dos anos 1600 até o passado Século XX, destacam-se as técnicas avançadas normalmente denominadas conjuntamente como Look Mai Muay Thai. Cada uma delas, de maneira similar ao que acontece com as estratégias mais simples denominadas Mae Mai (ou Técnica Fundamental), contêm muitos princípios de combate que quando decifrados, proporcionam ao lutador tailandês uma ampla experiência técnica à qual poder recorrer em cada ocasião. Vejamos agora em detalhe o Look Mai N º1, conforme o código universal aceite por todos os Arjarn tailandeses. A técnica tem por nome Erawan Sochi Nga, o que traduzido literalmente significa: "Erawan (o elefante branco de três cabeças) bate com os colmilhos". Uma análise superficial desta acção nos mostra como "só" um ou mais socos ao rosto ou ao corpo do inimigo, evitam assim seu ataque selvagem. Na realidade, cada Mai Look entranha todo um mundo de tradições culturais, de técnicas ancestrais, de conhecimentos médicos sofisticados e de Arte Marcial.
D
A técnica O elefante é um animal enorme, dotado de uma potência excepcional, de facto é capaz de arrancar uma árvore. Estas técnicas nascem de observar como utiliza seus colmilhos com o propósito de desviar, bater, segurar e quebrar. O uso da trompa para bater em um ambiente relaxado, ainda que poderoso, foi copiado pelos tailandeses e utilizado para desenvolver o Tae ou pontapé mortal, típico do Muay Thai, no qual a perna se lança esticada, sem contracção, nem a dobrar, como acontece nas técnicas de pontapé de outros estilos orientais. Os colmilhos do elefante são armas mortais e assim as imitam os golpes com os punhos de baixo para cima (precisamente o golpe vertical do Erawan Soei Nga) ou com os cotovelos para cima ou para baixo. Além dos golpes, a trompa se utiliza também para sentir, calcular e tirar ramos ou qualquer objecto que se encontrar em frente do elefante: da mesma maneira, se agarram as pernas do oponente e empurram para causar a sua devastadora queda. Finalmente, a pata do elefante pode esmagar qualquer coisa com efeitos destrutivos; assim o golpe de calcanhar sobre um adversário caído por terra é frequentemente uma técnica definitiva.
Os pontos vitais O osso da mandíbula ou maxilar inferior forma a parte
inferior do rosto e mantém em seu lugar os dentes. O nervo dentário inferior, ramo mandibular do nervo trigémeo, entra no forame mandibular e corre para afrente no canal mandibular, proporcionando sensibilidade nos dentes. Uma forte pancada nesta zona, especialmente se é com um ângulo de 45° (como é o caso do batimento com a técnica de Erawan Sochi Nga), pode provocar uma fractura de mandíbula. Quem a padecer sentirá uma dor aguda e terá dificuldades para abrir a boca, poderá até sentir um intumescimento dos lábios e do queixo. A deslocação da mandíbula pode ter lugar simultaneamente com a fractura (ou mesmo em ausência de fractura), se o golpe resultasse directo à parte mais alta do osso (em direcção à orelha). Se o golpe é dado enquanto se tem a boca aberta (nem que seja ligeiramente) aumentarão as possibilidades de luxação mandibular. No pior dos casos, uma forte pancada na mandíbula também pode causar lesões traumáticas no cérebro (intracraneal).
“(...) A iluminação não perturba a pessoa, Assim como a lua não perturba a água. Uma pessoa não bloqueia a iluminação, Assim como a gota de orvalho não bloqueia a lua no céu. (...)” Mestre Zen Dogen
Ki nas Artes de Espada Para alguns, é realmente onde começamos a aprender; para outros, uma nova etapa que se desponta. Kansatsu, em japonês, significa observação. É o momento em que o aluno descobre que pode observar; que entende as movimentações alheias. É a separação da mente e do cérebro. Explico: O cérebro é apenas uma parte do sistema nervoso central embora seja a mais complexa. Consiste de uma massa de tecidos nervosos que ocupa a maior parte do crânio e que desempenha, entre outras funções, a do raciocínio e a da linguagem. Tem a forma de um ovóide com a porção mais alargada voltada para trás. Pesa em média 1.100 gramas. O lado esquerdo do cérebro comanda o lado direito do corpo e o lado direito do cérebro comanda o lado esquerdo do corpo. O lado esquerdo do cérebro é lógico, enquanto o lado direito é intuitivo. Para os mestres do Haragei e antigos especialistas na arte de combater com a espada, pode ser descrito como um castelo de três andares. O 1º andar subconsciente - é a "residência de nossos impulsos automáticos", simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados. O 2º andar consciente - é o "domínio das conquistas actuais", onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando. O 3º andar superconsciente - é a "casa das noções superiores", indicando as eminências de que nos cumpre atingir. Para que nossa mente prossiga na direção do alto, é indispensável o equilíbrio destas três zonas de nosso cérebro.
A mente é a orientadora desse universo microscópio (o cérebro), em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se consagram a seu serviço. Dela emanam as correntes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores. Diversos mestres do Zen e seguimentos mais místicos da cultura japonesa, estabelecem um caminho interno na mente que se localiza entre o objectivo e o subjectivo, ela é obrigada pela Divina Lei a aprender, verificar, escolher, repelir, aceitar, recolher, guardar, enriquecer-se, iluminar-se, progredir sempre. Do plano objectivo, recebe-lhe os atritos e as influências da luta directa; da esfera subjectiva, absorve-lhe a inspiração, mais ou menos intensa, das inteligências desencarnadas ou encarnadas que lhe são afins, e os resultados das criações mentais que lhe são peculiares. No caminho do Kenjutsu, ainda que permaneça aparentemente estacionária, a mente prossegue o seu caminho, sem recuos, sob a indefectível actuação das forças visíveis ou das invisíveis. Muitos alunos que se tornaram grandes professores, descobriram nesta forma de observação que, durante um combate, vida e morte se misturam; o valor do Ma-Ai se encontra na separação dos sentimentos que são exteriorizados em forma de “tempo e distância” entre o oponente, ocasionando a distância perfeita, exacta! Toda forma dentro do ponto de vista aplicativo não somente na prática da espada, necessita de uma preparação; ou formas que possibilitam um maior
entendimento, Sujimichi, que anos depois também foi chamado de Kyoju-h, refere-se aos métodos de exercícios preparatórios para as formas estudadas especificamente para a guerra. Dividem-se primariamente na graduação de Shoden em: Iwa (Chõku; tõ-sa; en-põ;) Hendõ (Shita; Ue; Jõge; Sayu; chikaku) Matsu (Chõku; tõ-sa; en-põ;) “Ele entra e sai diante dos seus olhos, Respondendo aos fenómenos, seguindo as emoções. Quando está despreocupado, sem obstrução, Todos os esforços têm sucesso.” (Hsin-wang-ming por por Fu-yu 497-569) O aluno é concebido como um ser dinâmico, que a todo momento interage com a realidade, operando activamente com objectos e pessoas. Essa interacção com o ambiente faz com que construa “estruturas mentais” e adquira maneiras de fazê-las funcionar. O eixo central, portanto, é a interacção organismo-meio e essa interacção acontece através de dois processos simultâneos: a organização interna e a adaptação ao meio, funções exercidas pelo organismo ao longo da vida. No passado, era através destes exercícios que os grandes mestres construíam a personalidade marcial de cada aluno. Devemos pensar que o processo de desenvolvimento é influenciado por factores como: maturação (crescimento biológico dos órgãos), exercitação (funcionamento dos esquemas e órgãos que implica na formação de
hábitos), aprendizagem social (aquisição de valores, linguagem, costumes e padrões culturais e sociais) e equilíbrio (processo de auto regulação interna do organismo, que se constitui na busca sucessiva de reequilíbrio após cada desequilíbrio sofrido). É aí que podemos ver construídas as diversas identidades relativas a diferentes “Ryu”. Isto é: para construir esse conhecimento, as concepções da relação SenpaiKohai combinam-se às informações advindas do meio (Ryu), na medida em que o conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente pela aluno (kohai), nem transmitido de forma mecânica pelo meio exterior ou pelos adultos, mas, como resultado de uma interacção, na qual o sujeito é sempre um elemento activo, que procura activamente compreender o mundo que o cerca e que busca resolver as interrogações que esse mundo provoca e compreender a aplicação das energias nas artes tradicionais. Na história da prática com a espada, alguns mestres mais tradicionais obrigavam seus alunos a praticar muito com o Bokut em Makiwara, pneus, feches amarrados de bambus... Incessantes, exaustivos, muitos movimentos repetidos, e muita ênfase na respiração. Logicamente que todos estes exercícios visam fortalecer o impacto da espada na busca da aquisição de um corte perfeito. Por outro lado, deve-se avaliar em extrema relevância a fluência da energia corporal. Repetir apenas o movimento sem entender seus profundos motivos é transformar sua essência em uma colecção de repetidos gestos. O movimento descendente que vai de encontro ao Makiwara (que está na horizontal), representa a força do corpo, nesta caso, gerada pelo Hara em forma de corte. Para
isso, o Haragei trabalha o Hara de maneira que suas contracções e expansões gerem um movimento produzindo calor que surge no centro do corpo, seguindo pela coluna vertebral até as mãos. Os mestres do passado, sobretudo, por volta da metade do Século XIX, estudavam o calor de uma maneira científica e racional. O calor era reconhecido como uma espécie de movimento das moléculas da matéria. Haja vista os espadeiros que conheciam bem esta teoria quando aplicavam seus conhecimentos na manufactura de suas espadas. Os exercícios de Haragei, neste caso da prática em Makiwara, buscam os dois estados deste calor: vapor e sólido. Nos sólidos, ainda acredita-se que as moléculas vibram ou oscilam em torno de pontos fixos no interior do Hara e por conseguinte, do sangue, fazendo com que muitos, através desta consciência, adicionassem em sua alimentação subsídios para o fortalecimento da energia corporal. Quando a energia do Hara era vista sob o elemento água, este movimento correspondia a um calor em forma de líquido. Assim, neste estado “liquoso”, seu movimento era menos restrito, pois as moléculas eram capazes de se deslocarem além das outras, com relativa facilidade. Para os mestres mais estudiosos, é no elemento que produz o vapor através do Hara que o movimento molecular se torna o maior de todos. Daí a valoração do KI em forma de vapor. Profundamente se chegou à uma conclusão de que, como as moléculas gasosas eram muito distanciadas, seu movimento não era afectado essencialmente por qualquer atracção entre as moléculas. Cada molécula simplesmente deslocava-se em linha recta até que chocasse com outra molécula que estivesse em suas trajectórias seja do próprio KI,
seja de outro processo iniciado. Para o impacto do treino da espada, os mestres faziam por cumprir um método que repetiam determinadas vezes todos os elementos, a fim de fortalecer a relação do Hara com todos eles. A intenção é utilizar o Hara em elemento “terra”, de maneira que ele, após o início do elemento fogo, seja aplicado de maneira que o Ki flua em forma e vapor até as duas mãos que dirigirão a espada rumo ao makiwara. Isso faz com que, através do vapor, o movimento molecular é relativamente livre das forças de atracção intermoleculares. As moléculas se disparam livremente pelo espaço vazio, colidindo umas com as outras, e com as vias dos braços fortalecidos pelo exercício do impacto. Os braços recebem um bombardeio contínuo, à medida que as moléculas os atingem e saltam. Cada impacto desses produz uma pequenina força sobre as paredes ósseas, somando-se todas elas para formar uma força média constante, por unidade de área. Assim, a prática somente pelo exercício fortalecerá apenas o corpo físico. O real motivo do impacto está na concentração das forças em forma de energia durante o impacto ou corte. É sabido por todos os mestres e praticantes de Haragei, que diversos cortes exigem diversos tipos de respiração e eixos relacionados ao Hara. Falando em uma profundidade maior, quando uma área se torna carregada, o fluido energético é liberado na corrente sanguínea e se dirige para aquelas áreas de forma que, gradualmente, mantenham aquela carga e a pressão acerca da energia KI, distribuindo-a para todo o corpo e no caso do Kenjutsu, depositada nas extremidades, que prolongada pela presença da espada, entra em conflito com o aço da espada.
“Estiramento das costas” Prishthásana Quando já se iniciou o equilíbrio de energias de lado a lado com as posições anteriormente ditas, podemos desenvolver o equilíbrio de energia da frente para trás e o controlo dos caminhos e os centros. O cérebro já aumentou o conhecimento e as ligações neuronais das zonas laterais. Isto servirá para estimular a zona central, esta posição ajuda a desenvolver mais o conhecimento espacial e o físico. Os centros de alerta na glândula pineal ou pinhal (também denominados "terceira visão") produzem a serotonina, um derivado da melatonina, uma hormona que afecta a modulação do sono/vigília e as funções estacionais, assim como o desenvolvimento sexual. Esta glândula comunica o sistema endócrino com o sistema nervoso, já que transforma em sinais hormonais, os sinais dos nervos do sistema simpático (essencialmente responsável de que o corpo esteja preparado para a acção) e do sistema nervoso periférico. A actividade pinhal diminui na luz brilhante, por isso os níveis de melatonina são menores durante o dia. Crescem de noite, se incrementam dez vezes, provocando-nos o sono. No entanto, a luz brilhante não afecta directamente à glândula pinhal, em vez disso, se introduz desde os caminhos visuais para estimular o hipotâlamo, que manda sinais à glândula pinhal através das conexões dos nervos junto à medula espinhal. A exposição de retina à luz, se transmite primeiro à parte do hipo tálamo, (uma zona do cérebro bem conhecida por coordenar os sinais do relógio biológico). As fibras do hipo tálamo descendem desde à medula espinhal e em último termo, aos gânglios cervicais superiores, de onde os neurónios post-ganglionares ascendem à glândula pineal. Por isso, a
pineal é similar à medula adrenal, no sentido em que traduz em sinais hormonais, os sinais do sistema nervoso simpático. Quando o praticante se inclina para trás nesta posição, os olhos (inclusivamente fechados) recebem mais luz desde cima (especialmente em exteriores). Isto serve para inibir a produção de melatonina e aumentar o estado de vigília, de alerta e consciência do praticante. O estiramento e o arqueamento da espinha no interior, junto com a compressão desde o exterior, ajudam a transmitir sinais e as transições para as zonas hormonais. Com o estiramento da zona abdominal se conseguem muitos benefícios para o praticante, que vão do sensorial à dinâmica funcional dos órgãos internos. Quando nos esticamos nesta posição, abrimos o torso relaxando a pressão sobre os órgãos internos, para uma maior funcionalidade, circulação e transmissão dos nervos. Especialmente se temos um trabalho sedentário, no qual estamos sentados muitas horas ao dia, os órgãos, pulmões e intestinos se comprimem e inibem da sua apropriada ou óptima função. Incrementar a actividade e a função derivada desta posição, também ajudará a permanecer alerta e activo durante o dia. Mas o factor mais crucial radica no aumento dos elementos sensoriais que se deriva desta posição e que está relacionado com os Chakras da parte frontal do corpo. Nas fibras de cada músculo há receptores sensoriais denominados células fusiformes dos músculos, que detectam em primeiro lugar, as mudanças na longitude do músculo. Estes receptores sensoriais mandam ao sistema nervoso a informação sobre a longitude, mediante os neurónios sensoriais e accionam a actividade neurovegetativa reflexiva do corpo.
Esta informação pode ser processada pelo cérebro, para determinar a posição das partes do corpo e a resposta automática dos reflexos do mesmo. Quando o músculo se estica, a fibras primárias sensoriais das células fusiformes dos músculos respondem a ambas mudanças de velocidade e longitude, para transmitir esta actividade à medula espinhal em forma de modificações, no modo de potenciais de acção. Assim também, as fibras secundárias responderão as mudanças de longitude do músculo (mas com um menor constituinte de sensibilidade à velocidade) e transmitem este sinal à medula espinhal, comprimindo o canal principal do Shushuma. Este incremento da capacidade sensorial é importante, posto que a posição abre os Chakras frontais para baixo, para o perineu. Posto que os Chakras são importantes portas sensoriais para relacionar-se com as vibrações do mundo exterior, este aumento da sensibilidade, através das fusiformes, células musculares incrementa enormemente as mensagens neurológicas reflexivas no conhecimento do corpo e a relação com essas vibrações. Isto ajuda ao praticante a ser mais conhecedor e receptivo às flutuações exteriores e transmissões de energia que aumentam a actividade física.
Estiramento das costas Prishthásana Dar um passo para fora para situar-se nesta posição com os pés ligeiramente mais abertos que a largura dos ombros, permite que a energia suba através do calcanhar do pé, passando pela cara inter na das coxas até o Shushuma (criando e centrando a concentração da principal linha de energia). Os nervos motores não são necessários para equilibrar o corpo de lado a lado, como nas posições anteriores, passando assim o corpo ao modo sensorial. Dando um passo para fora, para situar-se nesta posição com os pés apontando para a frente, se produz a maior contracção muscular na base da espinha. A seguir, quando nos inclinamos para trás se provoca uma compressão dos músculos da espinha e os nervos, para inibir as acções motoras. Esta compressão e inibição que vai directamente à base da espinha dorsal, inibirá em grande medida o Ida e o Pingala (permitindo assim a estimulação do Shushuma) posto que já estão comprimidos em duas direcções (posição de lado a lado, assim como de cima a baixo, posto que o corpo está inclinado para trás).
As mãos se situam atrás das per nas, o que serve para inibir o efeito de estabelecimento do corpo, o que por sua vez serve para reter a acção de conhecimento, preparação e resposta do indivíduo. Isto, em conjunção com todos os Chakras traseiros que estão selados devido ao arqueamento da espinha e a compressão de lado a lado causada pela posição dos braços, conduz os Chakras frontais à concentração que alimenta o Shushuma. O estiramento do torso estimula o primeiro Chakra com uma inserção de vibrações geradas pela terra, o que por sua vez e seguidamente activa o Shushuma e o Chakra frontal. A posição do pé centra e estimula o aspecto sensorial do cérebro e mais adiante abre os receptores energéticos do corpo, para a entrada sensorial e a abertura correcta do Chakra, assim como para a mudança ao modo receptivo ou sensorial. O estiramento activa as células fusiformes dos músculos, assim como os nervos, alcançando o modo sensorial completo. Quando nos inclinamos para trás, sentiremos o subida da energia pela cara interna dos músculos até o perineo (primeiro Chakra); a energia se recebe directamente da terra. Esta ascensão continua durante a inclinação para trás. Seguidamente, a energia estimula o segundo Chakra e o reconhecimento da nossa sexualidade. Quando a energia chega ao plexo solar ou terceiro Chakra, o sentimento de força e de nós próprios foi alcançado ao completo. Inclinandonos mais e abrindo o peito ou quarto Chakra, sentiremos agora a receptividade e a paz interior. Quando o quinto Chakra, na garganta, estiver aberto, teremos uma sensação inebriante de gozo, posto que as nossas emoções vibram ao mais alto nível. Quando a Terceira Visão ou sexto Chakra está aberto, sentiremos que uma onda de claridade se instala na nossa mente, no nosso corpo e na nossa alma, enquanto chegamos a estar em harmonia com as nossas comunicações e vibrações internas. Finalmente, quando se abre o sétimo Chakra ou Chakra Coronário, sentiremos a união do nosso conhecimento e vibrações internas, com o universo e chegaremos a conhecer as nossas zonas vibratórias espaciais, que se agitam subtilmente, até nos encherem completamente de vigor.
Respiração e Intenção Para começar, situar-nos com os pés juntos e inspirar profundamente pelo nariz, permitindo fluir a energia para o chão. Durante a inalação, sentir o ar ou a energia fluir para baixo e para o centro, através do perineo até os calcanhares, onde se instala. Então, quando damos um passo para fora com os pés um pouco mais abertos que o largura dos ombros, deitamos fora o ar, devagar, e sentimos a onda de energia subindo até a cabeça, pela parte interior das pernas e a espinha dorsal. Inspiramos devagar quando começamos a inclinar-nos, coordenando isto com o lento estiramento, dirigindo o nosso conhecimento até a abertura sucessiva dos Chakras. Quando formos deixar de sentir todas as aberturas e sensações das vibrações, exalamos lentamente. Isto vai relaxar todo o nosso corpo para, seguidamente, comprimir e fechas as costas, posto que imediatamente se estica a parte frontal do corpo, posto que os Chakras se abrem mais para diante. Gozem do que são capazes de conseguir e o que acabam de experimentar, posto que poucas vezes na vida se recebe o conhecimento como uma oferta. Tudo no universo tem vibração, mas a maioria dos seres nunca chegarão a conseguir este nível de conhecimento ou unidade com ele! Isto realmente pode mudar as nossas vidas! Próximo número: “Posição de triângulo” Trikonásana
Texto: Evan Pantazi Carolina Lino - Instrutora de Yoga - Ponta Delgada, Ilhas Açores Foto: Tiago Pacheco Maia - Ponta Delgada, Açores
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O que se precisa saber acerca de... O futuro das Artes Marciais reside nas nossas crianças. As crianças e os jovens crescem e continuam a nossa tradição marcial, por isso devem ser educados e ensinados da melhor maneira possível. Mas muitos instrutores têm uma vaga compreensão da evolução natural das crianças, assim como das suas capacidades motoras e das suas habilidades psico-sociais. Pensando nisto, aqui têm uma guia básica do que e como se têm de ensinar Artes Marciais às crianças: Texto e Fotos: Jesse Enkamp
Ensinar Artes Marciais a crianças Crianças de 7 a 9 anos Físico: Os crianças de 7 a 9 anos de idade têm uma grande necessidade física de mover-se, porque a esta idade, os seus corpos estão começando a automatizar os movimentos físicos - Isto quer dizer que elas sentem de maneira
natural o impulso de mover-se em todas as maneiras possíveis. No entanto, os crianças destas idades têm os músculos pouco desenvolvidos e a sua capacidade para dominar a tensão dos músculos é muito limitada. O mesmo sucede com a sua capacidade anaeróbica. As diferenças de género
são quase inexistentes nestas idades. Mentalidade: Quando se trata da evolução psico-social nas idades de 7 a 9 anos (algumas crianças podem parecer serem de mais ou menos idade, dependendo do seu crescimento), a sua capacidade social não está completamente desenvolvida, o que
O que se precisa saber acerca de... quer dizer que resulta difícil para elas estarem em um grupo de pessoas diferentes, com necessidades diferentes. Por outras palavras, são muito mais egoístas e para elas é primordial a sua segurança e confiança pessoal. O seu sentido do bem e o mal está começando a desenvolver-se, junto com a sua capacidade para seguir as regas e instruções, inclusivamente a sua capacidade auditiva, quando tentam seguir instruções faladas, está em um nível baixo. Conselho: Quando ensinam crianças de 7 a 9 anos, tratem de se concentrarem nos jogos. Podem organizar uma grande variedade de exercícios, movimentos e lições Tentem ser o mais esclarecedores possível e dar sempre as instruções de maneira breve e curta. É mais efectivo mostrar claramente de maneira visual às crianças, que explicar por palavras. Nesta fase é importante pôr em destaque o trabalho de equipa, sem incentivar a mentalidade competitiva. As regras devem esclarecer e estabelecer bem o que é bom e o que é mau, como têm de se comportar no dojo e para o que se devem usar e para o que não se devem usar as Artes Marciais, etc.
Crianças de 10 a 12 anos Físico: Os crianças de 10 a 12 anos melhoraram notavelmente a sua coordenação. Isto significa que se lhes podem ensinar tarefas cognitivas mais difíceis, além de lhes pedir movimentos físicos, enquanto se desenvolve enormemente a sua função respiratória. Nestas idades começam a notar-se as diferenças de género, mesmo que ainda não estejam completamente desenvolvidas. Mentalidade: A estas idades, além de terem melhorado a coordenação, também começou a desenvolver-se a capacidade de pensar de maneira lógica e abstracta. Isto quer dizer que se pode pedir a elas que utilizem estas capacidades nos exercícios, para ter vantagens nas melhoras nestas áreas. Além disto, a sua capacidade para cooperar aumenta junto com o desejo de mais treino e competição. Por outras palavras, a mentalidade de “tribo” está gradualmente ocupando o lugar da mentalidade do “eu”, mesmo que ainda exista no indivíduo. Conselho: Mais uma vez, quando se ensinar a este grupo, terá de haver uma grande variedade nas lições (como acontece com os crianças de 7 a 9 anos) mas sem ser confusos. As crianças destas idades geralmente tentam praticar muitos desportos diferentes, portanto, o nosso trabalho será fazer com que continuem praticando as nossas Artes Marciais. Tentem incorporar treino técnico nesta etapa, junto com mais detalhes sobre a técnica, além de um pouco de táctica e
treino baseado nos diferentes cenários. É vital que sejamos consistentes nas nossas acções e palavras conduzindo as aulas, posto que nestas idades, equidade e justiça são conceitos muito importantes para as crianças.
Jovens dos 13 aos 15 anos Físico: Surpreendentemente, para muitos professores, treinadores e instrutores, os jovens dos 13 aos 15 anos começam a decair em muitas áreas - isto
principalmente na se observa coordenação (que fica pior) e na agilidade (que diminui). Neste ponto, os jovens que ganharam troféus com facilidade, poderiam começar a perder a sua motivação, por isso é preciso que os instrutores compreendam que a esta idade são naturalmente necessárias as mudanças, especialmente na sua estrutura física, posto que aumenta especialmente a sua altura e o seu peso. Também aumenta massivamente a sua capacidade aerobica, além de aumentarem as diferenças entre os géneros.
Ensinar Artes Marciais a crianças Mentalidade: Passam muitas coisas pela cabeça dos jovens quando têm entre 13 e 15 anos. Nesta etapa é habitual que se sintam inseguros, posto que tratam gradualmente de identificar sua própria maneira de ser, a sua identidade. Isto será expressado de diferentes maneiras, dependendo das circunstâncias, mas o mais importante é que os jovens começam a necessitar a sua independência e temos de ser receptivos perante essa necessidade. Conselho: O grupo vai ter tendência a estar cada vez mais desunido, posto que
surgem cada vez mais diferenças físicas e mentais entre os indivíduos. Entretanto, por fortuna melhora a capacidade de resolver problemas e ter discussões teóricas, o que quer dizer que podemos falar mais com o grupo. Como líderes, este aspecto de manter o diálogo é mais importante que nunca, visto que os jovens nos vão ver como um pilar de confiança e segurança na dinâmica de suas vidas. Portanto, faremos os exercícios de técnicas mais fáceis, não adicionaremos muitos movimentos complicados e
procuraremos não estressar em demasia os nossos estudantes. No entanto, temos de aumentar a duração e a intensidade das aulas, porque os jovens estão em plena puberdade e far-lhes-á bem um bom pontapé no traseiro.
Jovens entre os 16 e os 18 anos Físico: Quando os garotos têm de 16 a 18 anos, já estão a pontos de se tornarem adultos. Fisicamente isto se manifesta de muitas maneiras: os pulmões e os sistemas respiratórios estão ao nível máximo, assim como a capacidade de lidar com o aumento de ácido láctico nos músculos. Nesta etapa, a maioria dos jovens homens (entre 18 e 19 anos) e as jovens mulheres (entre l5 e 16 anos) geralmente já cresceram por completo (especificamente em seu tamanho) e as diferenças entre géneros se tornaram um factor definitivo. Mentalidade: Quando os jovens alcançam estas idades, os seus conhecimentos também aumentam, portanto começam a questionar muitas das nossas ensinanças com mais frequência e em um nível mais profundo que anteriormente. A percepção e aceitação da sua gradualmente estabelecida identidade, também está tendo lugar, assim como um pronunciado sentido da independência. Conselho: Nesta etapa é apropriado aumentar a dose de treino (tanto o volume como a frequência e a intensidade). Como instrutor, podemos dar aulas mais duras, tanto física como mentalmente, assim como organizar treinos de força e outros treinos suplementares (de cardio, por exemplo). Também é importante que os jovens se mantenham flexíveis, posto que se estão fazendo adultos mediante exercícios de agilidade e estiramentos. Obviamente há muito a dizer acerca de ensinar crianças e têm sido criados muitos cursos em vídeos acerca da matéria, no entanto, acostumam a falar do básico. Lembrem-se de que as crianças e os jovens gostam da variedade (mas não até o ponto de ficarem confundidos). Como treinadores devemos ter isto em consideração, para poder manter o interesse e a motivação dos jovens o tempo todo. Também temos de tratar de ver o assunto globalmente: a maioria dos jovens vêm treinar para se divertirem, aprender coisas boas, deixarem-se ver, se exibirem (os jovens adoram se exibirem), fazer novos amigos - nunca devemos negar-lhes essa possibilidade. Por outras palavras, os jovens necessitam tanto a seriedade como a diversão. Como líderes, o nosso trabalho é fazer esta diferença e manter o equilíbrio. Boa sorte!
Auto-defesa
As armas e ferramentas para a defesa pessoal, como Kubotan, Pau de algibeira, Yawara ou o Dulo, estão disponíveis em muitos paises. Os paus pequenos e ferramentas similares vê sendo utilizados na defesa pessoal desde faz muito tempo e destas, em primeiro lugar o Pau de algibeira tem muitas vantagens, mas também certas características especiais a ter em consideração quando se usar o Pau de algibeira.
Texto: Peter Weckauf & Irmi Hanzal Fotos: Mike Lehner
O Kubotan e outras armas defensivas - pros e contras do uso de armas e elementos similares para a defesa pessoal
S.D.S. Concept: Sempre Armado O uso com êxito do Kubotan ou o Yawara para a defesa pessoal, depende de alguns importantes factores. • Só se podem usar na curta distância. • Só funcionam quando usadas para bater ou pressionar. • A sua efectividade perante ataques com armas é limitada (pensem em facas, machados ou paus). • Portar simplesmente o kubotan não é nenhuma garantia de segurança, é crucial praticar para ser bem usado. As armas e ferramentas de defesa são só para isso, foram pensadas e desenhadas para a defesa e para mais nada. Entretanto, quem quer que seja que portar alguma, vai ter dificuldade em esclarecer que não faz tenção de usá-las. Este facto pode acarrtar problemas legais em alguns paises.
Desvantagens potenciais das armas defensivas • São ilegais em muitos paises. • São facilmente identificadas como armas.
“Em alguns paises se permite a defesa perante um ataque sempre e quando a vida, a saúde, a integridade física, a liberdade, a propriedade ou a integridade pessoal estejam em perigo. A defesa deve ser imediata e apropriada”
• Seu uso leva consigo a l g u m a s desvantagens (alcance, perigo potencial para pessoas não involucradas) • Nem sempre estão disponíveis. • Não são legais em todos os lugares, algumas linhas aereas, por exemplo, não autorizam levar um Kubotan nas bagagens de mão. • Uso específico e restringido, dependendo das características da ferramenta (rígida, flexível, peso, tamanho, material, etc.). • Seu uso pode ser exagerado ou desproporcionado • Nem sempre são uteis. Em alguns paises o uso ou mesmo possuir certas “armas” é ilegal. Por outra parte, portar e usar esferográficas, colheres, acendedores objectos quotidianos - não ocasiona realmente nenhum problema e se considera proporcionado e facilmente justificável em um tribunal.
“Por isso é melhor pensar bem em que momentos levar a termo uma defesa e quais são as armas com as que se está preparado para defender-se em situações de perigo”
Alguns pensamentos acerca da defesa pessoal Em alguns paises se autoriza a defesa frente a um ataque, sempre e quando a vida, a saúde, a integridade física, a liberdade, a propriedade ou a integridade pessoal estiverem em perigo. A defesa deve ser imediata e apropriada. O momento ulterior é chave na defesa pessoal, no caso de se terem usado armas. Seu uso desproporcionado pode ter
“Imaginem que alguem quisesse aprender as técnicas mais importantes de defesa pessoal em quatro horas”
consequências legais, por isso é melhor pensar bem em que momentos levá-las a termo e quais são as armas com que se está preparado para defender-se em situações de perigo.
S.D.S.-Concept um sistema para uso de armas e objectos quotidianos Quando imaginei o S.D.S.-Concept, fiz a mim próprio umas simples
perguntas. Imagina que alguem quisesse aprender as técnicas mais importantes de defesa pessoal em quatro horas. O que necessitaria de saber essa pessoa? Socos? Pontapés? Derribamentos? Pontos de pressão? Agarres? O que faria sentido para um principiante? Todas estas perguntas me levaram a pensar no conceito de que o uso de ferramentas de defesa pessoal e elementos similares para a defesa
pessoal efectiva, melhorariam drasticamente as possibilidades de êxito numa situação perigosa. Oermitam-me insistir na importância das "não armas", ou por outras palavras, os objectos de uso quotiduano. Este é um dos conceitos básicos do S.D.S.-Concept, modificar e desafiar a mentalidade e a criatividade do usuário. Casi todos os objectos se podem usar para defenderse em uma situação de emergencia.
Por tanto, o S.D.S.-Concept não só enseña técnicas e mais tácticas, s i n o q u e p r i m e ro e s o b re t o d o enseña: • A percibir e reconocer ciertos objectos como elementos de defesa pessoal em uma determinada situação. • A ser flexível na aplicação das técnicas usando varios objectos, considerando os principios e conceitos do S.D.S.-Concept.
• A adaptar rápidamente as técnicas a qualquer ferramenta disponible, dependiendo da situação.
A quién se adapta o S.D.S.-Concept? Devido à simples ideia de utilizar objectos quotidianos, se adapta a qualquer pessoa, especialmente àquelas que se sentem débeis ou inferiores numa briga ou perante um ataque. Portar uma ferramenta defensiva ou qualquer objecto útil para a defesa, pode melhorar notavelmente a nossa sensação de segurança. Pode ser usado de maneira muito efectiva quando o usuário estiver bem treinado. É discreto e pode permitir claramente ao usuario mover-se com confiança desde a sua casa até o carro, desde o estacionamento ao lugar de trabalho, nos parques públicos, nas lojas, nos caixeiros dos bancos, nos bares, nos estádios, inclusivamente em casa.
“As ferramentas para a defesa estão disponíveis de imediato. Ainda assim é crucial compreender que a ferramenta em si não pode proteger uma pessoa e não deve proporcionar uma falsa sensação de segurança”
Conclusão As ferramentas para a defesa estão disponíveis de maneira imediata. Mesmo assim é crucial compreender que a ferramenta em si não pode proteger uma pessoa e não deve proporcionar uma falsa sensação de segurança. O que conta é o uso correcto e apropriado da ferramenta. Só então teremos ocasião de nos defendermos e mantermos a nossa integridade física.
S.D.S.-Concept e outros sistemas O S.D.S.-Concept não se opõe a outros sistemas, outro sim os complementa e enriquece mediante o uso de objectos para a defesa pessoal. Muitos instrutores reconhecidos internacionalmente ensinam o S.D.S.-Concept, além de Krav Maga, Kapak, Tae Kwon Do, Wing Tsun e outras disciplinas, fazendo que o S.D.S.-Concept constitua uma significativa melhora do próprio sistema e escola.
Os próximos cursos realizar-se-ão de 23 a 27 de Outubro de 2013 e em Março de 2014. Para mais informação vejam: www.sds-concept.com
“O S.D.S.-Concept não se opõe a outros sistemas, outro sim os complementa e enriquece mediante o uso de objectos para a defesa pessoal”
A Coluna do Kenpo
EVOLUÇÃO, INVOLUÇÃO inceramente, bem poderia ter denominado este Capítulo “A nossa sociedade foi ver navios…”. E não é que poderia ir ou possivelmente irá ver navios; antes sim já foi e já faz muito… Naqueles anos em que eu nasci, a nossa educação e os nossos princípios inculcados pelos nossos antepassados, pais ou professores, nos levavam no sentido do respeito, civismo, esforço, sacrifício, fortaleza para lutar perante as adversidades próprias do nosso destino, etc. Não podemos negar que durante toda a existência do ser humano, a maldade tem estado sempre presente. Os sete pecados capitais são uma classificação dos vícios iniciados nas primeiras ensinanças do Cristianismo, para educar seus seguidores acerca da moral cristã. Um vício capital é aquele que tem um fim excessivamente desejável, de maneira tal que em seu desejo, um homem comete muitos pecados, todos os quais se diz serem originados naquele vício como a sua fonte principal. Os pecados ou vícios capitais são aqueles aos que a natureza humana está principalmente inclinada. A Luxúria, a Gula, a Avareza, a Cobiça, a Preguiça, a Ira, a Inveja e a Soberba são os 7 Pecados Capitais. O problema da nossa actual sociedade é que cada vez há menos seres que respeitem a natureza e se inclinam por optar ser “úteis” à nossa sociedade em geral, os próprios dirigentes da nossa sociedade são os que têm vulnerado e esquecido quase por completo, as consequências que acarreta o facto de viver em constante pecado. Na nossa história se têm vivido guerras de diverso tipo, até a própria religião matou em nome de Deus. A nossa actual crise mundial é uma consequência da corrupção mundial de políticos, religiosos, monarcas, reis, ricos, famosos e daí para baixo. O ser humano realizou muitos grandes avances a favor da sociedade. Lamentavelmente e em contraste com isto, os idiotas, incompetentes, oportunistas, falsários e ignorantes não só não contribuem com nada bom ao nosso meio como também sujam, destroem e provocam retrocessos em todos os aspectos.
S
Parece fácil solucionar o assunto do sofrimento dos nossos semelhantes que vivem na miséria, dos enfermos e dos necessitados. No entanto, ninguém faz nada por eles. A obsessão do poder faz os políticos olharem para outro lado, como se o assunto não fosse com eles. Basta com observar o nosso pequeno meio familiar, para nos apercebermos de quanto temos mudado os objectivos da nossa formação. Se conseguimos que os nossos filhos estude, sejam responsáveis e tenham obtido alguma titulação profissional, sejam boas pessoas e estejam contribuindo em alguma coisa à nossa sociedade, então poderíamos sentir-nos orgulhosos de ser chefes de família. Poderíamos dizer que temos razões para ser felizes em algum sentido. Normalmente, a questão não será assim tão fácil. De um lar com quatro filhos, talvez um tenha conseguido uma titulação profissional universitária, outro esteja trabalhando lugar relevante e outro ande a fazer por aí de parvalhão, com o seu Smartphone, Tablet e roupa de marca, mas isso sim, trabalhando o minimamente possível. Conheço casos em que de cada três filhos, um ou nenhum não superou seus estudos elementares. A fim de contas, para quê? - dizem - si depois não vou encontrar emprego. É verdade em muitos casos, que Directores de Cinema, Arquitectos ou Engenheiros sejam uns fracassados na profissão escolhida, mas pelo contrário, há também aqueles que sem título algum se esforçam e procuram outros caminhos para conseguir um lar, uma família e cobrir suas necessidades mínimas. Não é nem a época nem o país para o Cinema, também o não está sendo para os arquitectos ou novos engenheiros, que estão emigrando ao estrangeiro, onde existem mais possibilidades. Mas recordemos que isto tem acontecido sempre. Isso de emigrar para procurar e conseguir um melhor bem estar para si mesmo e os seus, é já uma questão da história. A preguiça actual é um dos principais pecados capitais que estão destruindo a nossa sociedade. A avareza e a inveja vão atrás. Quando cheguei a Espanha em
1976, quase não existiam pessoas da raça negra. No entanto, viajava a Londres e lá já os havia por todo lado. Também Indianos e de outros países e continentes. Nunca me incomodaram as diversas raças do nosso planeta, pelo contrário, acho-as muito interessantes. Sou descendente de uma raça índia do Sul do Chile e no meu andar pelo mundo tenho podido conviver e conhecer muitas de diversos continentes. O problema não só é hoje o facto de que a Espanha, a Itália e outros países estejam cheios de gente da América do Sul (eu sou um deles), Africanos, Marroquinos, Romenos, Búlgaros, Russos, Libaneses, etc., o problema é que o façam com respeito ao país que os recebe, lhes proporciona um teto e sustento para ele e os seus. Cada ser deste planeta tem direito a procurar um amanhã melhor, mas para o conseguir deve dar o melhor de si mesmo; não o pior. A obesidade mórbida (e não falarei aqui das drogas) é outro dos actuais problemas da nossa sociedade. Do mesmo modo, nos anos 70 na Espanha havia gente gorda, mas não obesa. Era raro ver o que já então existia nos Estados Unidos, por exemplo. Desgraçadamente, com a chegada à Espanha das grandes comerciais, superfícies denominadas “Malls”, também nos chegaram os “fast food” e em consequência a comida elaborada, rápida e supérflua. Comida que faz mal quando ingerida em excesso, que provoca a degeneração do nosso metabolismo e nos transforma em seres com pouca mobilidade, com muitas limitações de acção, de cansaço, falta de metas, falta de entusiasmo e com a única obsessão de continuar ingerindo porcaria autodestrutiva. Na nossa actual sociedade, a gordura mórbida, a incorporação de máfias de países diversos, a falta de emprego para profissionais, para gente capaz e gente com vontade de fazer coisas; a suja política, a corrupção em diversos sectores, a avareza, cobiça, luxúria, gula e toda a porcaria à que estamos submetidos, nos está levando ao final do nosso limite. Alguma coisa devíamos fazer… - digo eu!
“A preguiça actual é um dos principais pecados capitais que estão destruindo a nossa sociedade. A avareza e a inveja vêm a seguir”
Fechando o Espaço Desde a nossa época da pré-histórica de homens das cavernas, temos desenvolvido o nosso instinto natural de sobrevivência afastando-nos do perigo. Durante milhares de anos nos temos programado para evitar ser magoados, pondo distância entre os nossos corpos e aquilo que possa causar-nos dor ou lesões. Muitos dos leitores imediatamente vão relacionar esta afirmação, com a famosa resposta “luta ou foge”, ainda que isto em um sentido muito geral… Aquilo do que pretendo falar tem a ver com este conceito, o assunto deste artigo é muito breve e específico: Trata acerca do reflexo automático de mover-se para um lado ou para fora, perante um possível batimento, tanto seja o mesmo com a mão, com um pé ou com uma arma. Usaremos alguns dos exemplos para ilustrar com detalhe o que quero dizer. Imaginemos que temos alguém perto e que agita uma pasta de documentos sobre a nossa cabeça. Qual havia de ser a nossa reacção? Agora observemos um pugilista treinado; reparemos em como ele tenta evitar os golpes cobrindo-se, esquivando, interceptando, deslizando-se, safandose, etc.… A maioria dos movimentos se complicam devido ao uso adequado do jogo dos pés. Estamos a ver a diferença? Infelizmente, quase nenhum de nós (¡incluindo os Artistas Marciais!) somos pugilistas treinados com centenas de horas de prática de combate no ringue. A maioria de nós, quando de repente nos lancem um golpe, nos moveremos instintivamente para trás ou lateralmente, para evitar sermos atingidos e oxalá que assim seja… Se não nos desequilibramos e possuímos habilidades para a defesa pessoal, poderemos sermos capazes de contra-atacar imediatamente, antes de que o nosso atacante nos lance mais pancadas. O problema com este cenário é que: (A) Não controlamos a reacção autonómica “esquivar e mover-se” e (B) estamos na posição defensiva e não temos o equilíbrio óptimo. Por outras palavras, o nosso atacante acaba de tomar o controlo do confronto e é ele quem está de maneira agressiva e dramática fechando o espaço (fechando a distância entre ele e nós). E se pudéssemos treinar para reverter a situação? E se pudéssemos aprender a tomar a iniciativa e sermos capazes de fechar o espaço, adquirir um maior equilíbrio e escolher o ângulo para nos defendermos ou contra-atacar? O Combat Hapkido nos ensina justamente isto! No nosso treino praticamos fechar o espaço até que se tor na uma reacção natural e instintiva. Não é coisa que se possa
“Fechar o espaço implica intuição para contra-atacar, jogo de pés em frente contra o agressor, mas em um ângulo vantajoso para nos defendermos e contra-atacar” aprender em uns poucos dias, mas realmente não é difícil. Com paciência e muitas repetições (como na maioria das técnicas das Artes Marciais!) desenvolveremos a velocidade e a coordenação necessárias. Temos de destacar que o elemento essencial para sermos bem sucedidos executando isto é… a relaxação! Os movimentos tensos e rudes podem fazer-nos mais lentos, afectar o nosso equilíbrio e fazer-nos gastar mal a nossa preciosa energia. Fechar o espaço implica intuição para contra-atacar, jogo de pés avançando contra o agressor, mas em um ângulo vantajoso para nos defendermos e contra-atacar. Temos de empregar mãos e braços… Não se empregam em um esforço lento e ineficaz para “bloquear” o golpe, simplesmente para desviá-lo, redirigilo e depois segurar ou inclusivamente agarrar a extremidade do adversário. Devido ao “ângulo seguro” para o qual nos movemos, tomaremos o controlo da luta, decidiremos o que depois aconteça: Podemos lançar um soco, um pontapé, usar pontos de pressão, luxações, derribamentos ou inclusivamente estrangulamentos. Também podemos decidir o nível de força que vamos empregar consoante as circunstâncias e as possíveis implicações legais e morais. A “orientação principal” de qualquer sistema respeitável de defesa pessoal, seria “Que não te batam!” e fechando o espaço, em vez de nos mover-nos para trás ou em volta, se consegue isso de uma maneira simples e inteligente, por estar numa posição mais segura e eficaz. Outra grande vantagem de fechar o espaço é que o atacante não espera isso. Devido ao que de início dizíamos do “homem das caver nas”, a mentalidade do atacante está
programada para esperar a reacção “normal” de alguém que é atacado: mover-se para trás e afastar-se da possível dor ou lesão. A última coisa que o atacante podia esperar é que fechássemos o espaço e nos movimentássemos na sua direcção, em um ângulo subtil… Claro está! Outra vantagem imediata é que conseguimos restringir a mobilidade do atacante e limitar severamente as sua opções (de dar socos, pontapés, etc.). Além disto, do ponto de vista psicológico, mandamos uma mensagem metafórica muito clara: “Eu não sou uma vítima! Escolhes-te a pessoa errada!” No entanto, os estudantes devem saber que fechar o espaço não é a resposta para todo tipo de ataque, nem é a resposta desejável para todo possível cenário. Se esse fosse o caso, devemos de aprender qualquer outra coisa? Simplesmente existem muitas situações e muitas variáveis e um Artista Marcial inteligente sabe que uma táctica em especial não serve em todos os casos. Uma táctica completa de defesa pessoal deveria incluir
retiradas tácticas, falso submetimento, armas improvisadas, etc.… Fechar o espaço deve de ser só uma das muitas armas do arsenal da defesa pessoal. Se existe uma coisa que sempre devemos saber e recordar é que o pior de um ataque é a sua imprevisibilidade. Isto é a única coisa certa! A violência é imprevisível, por isso é tão difícil estar pronto para ela. Assim sendo, treinem arduamente, pratiquem muito e façam muitas repetições para quando chegar o momento saberem como fechar ou não fechar o espaço!
Wing Tsun O WingTsun e as modas... Comecei a praticar Artes Marciais faz agora 35 anos. Conheci diferentes sistemas de Artes Marciais e alguns desportos de contacto e como é lógico..., tenho visto passar as modas. Imagino que aqueles que levam muitos anos neste nosso mundo, sabem do que estou a falar. Não é coisa relacionado exclusivamente com o mundo das Artes Marciais mas com a própria sociedade, sempre desejosa de procurar “novas coisas”, sensações novas... Meu incansável interesse por conhecer em profundidade o mundo das AAMM, me tem levado a conhecer muitos sistemas. Estar sempre observando o ecossistema Artes Marciais me tem proporcionado ter uma perspectiva sobre os diferentes estilos que têm ido chegando à Europa. O mundo das Artes Marciais se tornou faz anos, uma incessante chegada de um estilo de moda e da iniludível passagem do mesmo... Em algum momento desse continuo surgimento de estilos, sistemas, revoluções e novas criações que se têm ido introduzindo neste mundo que admite quase tudo o que vem do “Oriente”, teve lugar uma mistura nada positiva: Artes Marciais e Desportos de Contacto. Como consequência disso e por motivos que não alcanço bem a compreender (penso que alguma coisa tem a ver com a entrada das Artes Marciais nos Ginásios), vivemos o começo de uma tendência um tanto estranha que constituiu a mistura em um mesmo saco, dos estilos de Artes Marciais e os Desportos de Contacto. Esta mistura de “agua e azeite” é especialmente curiosa se vemos e analisamos em profundidade ambos mundos. Descobriremos que apesar de que podem ter uma estética parecida (parece óbvio por serem técnicas que tê, a ver com a luta entre humanos, são absolutamente diferentes. Acredito não se necessário entrar em muitos detalhes para explicar que os desportos de contacto são evoluções mais ou menos acertadas das Artes de Guerra ao mundo desportivo, ou dito de outra maneira, métodos suaves ou adoçados, para poder fazer combates com adversários, sem o risco de matar ou morrer. Um professor de Kendo com o quem me une uma boa amizade e por quem sinto um profundo respeito, me explicava como o “Ken-jutsu” passou a ser “Kendo” e se houve uma transformação de uma técnica de guerra para uma ARTE de guerra, cuja principal consequência é a mudança do papel do praticante: A espada se trocou por um shinai (espada de cana típica da prática do Kendo). Essa “pequena mudança” gera uma mudança muito maior na natureza das nossas disciplinas. Uma mudança GRANDE porque transforma
“Quase em qualquer conversa entre praticantes se discute acerca de se o Wing Tsun (ou qualquer outro sistema de Artes Marciais tradicionais) são tão efectivos, porque não o mostram na “jaula” das MMA” um inimigo em um adversário (no pior dos casos). Ou inclusivamente, a um inimigo em um parceiro para a prática; mas acima de tudo nos “PERMITE MORRER MIL VEZES” em um treino. É ou não é maravilhoso? Uma autêntica transformação por uma pequena mudança... Toda esta exposição eu a utilizo para situá-lo a si, querido leitor, em um ponto de partida lógico para o pensamento que na coluna deste mês quero transmitir aos praticantes de Wing Tsun e também aos praticantes de Artes Marciais em geral. A razão é a actual e crescente comparação entre estilos de Artes Marciais e Desportos de Contacto. O no caso actual, a crescente moda das MMA (Mixed Martial Arts). Quase em qualquer conversa entre praticantes, se fala acerca de se o Wing Tsun (ou qualquer outro sistema de Artes Marciais tradicionais) são tão efectivos porque o não mostram na “jaula” de MMA. É um assunto recorrente pelo qual acostumo a ser indagado em muitos dos lugares onde dou os cursos e seminários. Realmente é uma discussão tão antiga como estúpida, p o r q u e p r e t e n d e misturar termos e conceitos que pouco ou nada têm a ver. Como dizia no começo da coluna de hoje, as modas neste mundo têm ido mudando e o que hoje é a comparação com as MMA, faz vinte anos era com o BJJ da família Gracie e uns alguns anos atrás com os pugilistas,
Wing Tsun etc... Lembro-me de que quando era criança e praticava Judo e Sambo, me interessava muito a resposta à pergunta de quem venceria em um combate, um judoca ou um carateca?... Pois bem, essa inocente pergunta é muito similar à que hoje apresentamos. Se bem as pessoas que conhecem pouco o fundo das Artes Marciais ou simplesmente são admiradores das mesmas, que observam desde fora das salas de treino, podem ver que existem parecidos no que respeita à estética entre os desportos de contacto e as Artes Marciais clássicas, o certo é que é que entre elas existe um abismo. Poderíamos afirmar que os desportos de contacto actuais são em muitos casos e salvo alguma excepção (Boxe clássico, Luta GrecoRomana, etc..., que são inclusivamente mais antigos que as Artes Marciais mais antigas), são as evoluções das Artes Marciais submetidas a um processo de “adoçar” (parecido ao que no Japão sofreu um dia o Kendo frente ao Ken Jutsu), pelo qual se tenta que a prática nos permita chegar a um “combate amigo”, a um confronto onde não magoemos irreparavelmente o adversário ou não sermos magoados nós próprios. Para isso se delinearam uma série de regras e condições e acima de tudo, a divisão mediante sexos e categorias de peso, que tem como objectivo proteger o praticante. No meu livro “Alto Nível”, que escrevi para a editora “Budo International”, tento explicar alguns destes conceitos e o motivo de existirem categorias de peso em desportos de contacto como o Boxe. Penso que é a chave para perceber esta estéril discussão e acima de tudo para compreender uma ideia muito mais importante, que explicaremos um pouco mais adiante, neste mesmo artigo. Imaginemos um combate entre Lennox Lewis (112kg) e Sérgio “Maravilha” Martínez... (72kg). Estaremos de acordo que apesar da maior mobilidade e velocidade de “Maravilha”, ele teria muitos problemas para alcançar Lewis com golpes potentes. Ou dito de outra maneira, para que os golpes magoassem… Pelo contrário, qualquer golpe de Lewis que chegasse a Sérgio Maravilha conseguiria um efeito devastador sobre o “pequeno” pugilista argentino. O pugilista de menos peso conseguiria alcança-lo, sem dúvida, com grande número de golpes, devido à sua enorme capacidade de movimento e a sua agilidade, mas os golpes de um punho metido numa luva de Boxe e dados a um adversário que pesa 30kg mais, não seriam muito eficazes. Entretanto, imaginemos agora o mesmo combate mas no que se eliminam as luvas e o Sérgio pudesse utilizar golpes com dedos aos olhos, batimentos de canto da mão à zona do pescoço, etc... (golpes definitivos) e outro tipo de golpes que completariam a sua já enorme capacidade de movimento, controlo da distância, etc..., estaremos de acordo que toda essa capacidade, unida à habilidade de “Maravilha”, conseguiriam que uma pessoa de um peso inferior pudesse fazer frente de maneira bastante contundente, a um adversário de um potencial superior. Acredito que é um exemplo muito gráfico da enorme diferença entre Desportos de Contacto e Artes Marciais. Pensar acerca deste combate fictício é para tentar fazer ver a estas pessoas que conhecem
“Se bem os olhos das pessoas que conhecem pouco ou não conhecem a fundo as Artes Marciais, podem ver que existem parecidos no que diz respeito à estética, entre os desportos de contacto e as Artes Marciais clássicas, o certo é que existe um abismo entre elas”
Wing Tsun pouco a arte marcial, que é muito difícil nocautear alguém utilizando golpes de punho, quando o adversário é superior em peso. Aqueles que afirmam que o Wing Tsun e outras Artes Marciais tradicionais nunca demonstraram nada no mundo do MMA ou nos Desportos de Contacto, afirmam uma coisa totalmente inconsistente. É o mesmo que afirmar que o Remington Magnum nunca demonstrou a sua eficácia no MMA… São coisas total e absolutamente diferentes, mesmo que de combate se trate ou de combater se trate… Quando realizei o trabalho de pesquisa e documentação para a série de livros que actualmente escrevo para a revista Budo International, uma das coisas que mais chamou a minha atenção, foi o pensamento de um velho mestre Okinawa-Te, que afirmava que os ataques de punho são muito pouco utilizados em Karate... Como assim??? (perguntei a mim próprio em voz alta). O mestre o justificava explicando que quando se começou no Japão a ensinar às crianças a Arte nas escolas, se viram obrigados a “fechar o punho” para não magoarem os parceiros de práticas. Quer dizer, “esconderam” os dedos nos golpes do canto, golpes com os dedos aos olhos e palmas, que eram muito perigosos, para que as crianças não se magoassem entre si. E como esconderam os dedos nos golpes de mão aberta? Em um punho! Não negarão que não é um assunto curioso. Esta explicação sempre me pereceu muito interessante e me levou-me a pensar acerca do WingTsun e das formas do nosso sistema, que seriam como os livros de sabedoria ou os vademécum do nosso sistema. A minha surpresa aumentaria quando tomei consciência do pouco número de golpes de punho que existem nas formas. Se virmos com profundidade qualquer delas, observaremos que efectivamente existem golpes ou maneiras de bater utilizando os punhos, mas se tentamos totalizar os golpes de punho que fazemos nas formas, veremos que não constituem mais de um 10 ou um 15% de todo o arsenal técnico do estilo WingTsun. E o resto? Bem..., o resta está constituído por golpes de dedos, de cantos, palmas, cotovelos e joelhos. O por outras palavras, está configurado por golpes denominados definitivos. Apesar da minha reflexão de hoje não ter nenhum interesse em avivar esta pouco produtiva discussão entre praticantes de Artes Marciais e Desportos, e sim tudo pelo contrário, gostaria sim de fazer reflectir em outra direcção. Gostaria de ficar com o lado bom das coisas. Inclusivamente mesmo que seja destas discussões pouco inteligentes... Sob o meu ponto de vista, seria muito conveniente fazer a reflexão com as Artes Marciais clássicas e muito em especial, com o nosso sistema... Por que se bem são mundos e ABSOLUTAMENTE diferentes INCOMPARÁVEIS, resulta muito curioso que um praticante de qualquer dos Desportos de Contacto que constituem o que hoje se conhece como Artes Marciais Mistas, seja capaz de realizar Sparring e defender com os argumentos desses sistemas, um conflito com outros adversários, apesar de que as regras e as normas desportivas os façam ter uns lógicos limites. Como é possível que nos dias de hoje, os desportos de contacto ou as Artes Marciais
“A moda das MMA passará como antes passaram outras, mas isso não deve levar-nos a esquecer o que fomos e o que somos”
Wing Tsun mistas parecem bastante mais eficazes que os sistemas das Artes Marciais Tradicionais? Na minha opinião a imensa maioria das Artes Marciais mais tradicionais se têm concentrado tanto em aspectos culturais, históricos, folclóricos, etc.., da Arte, que esqueceram total e absolutamente o aspecto Marcial. Si observarmos a maneira de mover-se ou de realizar um exercício de combate, é fácil constatar como seria muito difícil que aplicassem essas técnicas “definitivas” a um adversário de certa entidade. No sistema que eu pratico há casos em que os praticantes chegam quase a fazer coisas que só funcionariam em um videojogo ou em um mal filme de acção. Por regra geral, também são defensores da tradição, aqueles que acostumam ocultar aquilo que fazem em um halo de mistério ou secretismo e declarando-se a si mesmos os defensores e possuidores da única e autêntica verdade, salvaguardas do estilo ou dos estilos (isto é válido para muitos sistemas de luta). Chegado a este ponto, considero absolutamente positiva a irrupção das MMA hoje. A razão? Penso que fizeram com que muitos praticantes sérios de Artes Marciais “ponham os pés no chão” e voltem a treinar de uma maneira lógica, estruturada e com as ideias e os objectivos muito claros. Parece lógico pensar que as Artes da Guerra, forjadas no campo de batalha, pensadas por e para a batalha, devem de continuar sendo eficazes em um confronto. Então, o que foi que aconteceu? Entraremos nisso em sucessivos artigos em que vamos tentar dar solução a este dilema. Nem é preciso dizer que me interessa especialmente o sistema que eu pratico, e é a ele que quero tentar dar um ponto de vista que melhore a actual situação. Parece óbvio afirmar que a situação actual da sociedade não permite o evolução e prática das técnicas definitivas e da maneira de treinar de faz duzentos anos na China, mas eu proponho um equilíbrio entre a Arte e o aspecto Marcial. Essa busca do justo equilíbrio situará o estilo WingTsun no lugar em que deve de estar. Por onde começar? Simples: Praticamos WingTsun! Vejamos de novo as bases do WingTsun, as as formas. Pratiquemos estruturas, deslocamentos, Chi Sao, exercícios, estratégias. Desenhemos sistemas de treino diferentes. Diferentes pontos de vista (todos podem ser interessantes), mas o que é muito importante: Jamais Esquecer que WingTsun foi um estilo de Boxe chinês pensado por e para o combate. Para que os homens e mulheres pequenas pudessem vencer homens grandes, mas afinal, um estilo de combate. Jamais esqueçamos_isto, porque caso contrário..., estaremos dando cada vez mais motivos aos que teimam em comparar coisas incomparáveis!!! A moda das MMA passará, como passaram outras anteriormente, mas isso não deve fazernos esquecer o que fomos e o que somos. Devemos transmitir a semente do conhecimento de uma arte que chegou até nós e que devemos transmitir a gerações futuras. É uma obrigação muito delicada na que não podemos esquecer o porquê, o para que e o como... Estaríamos faltando ao respeito àqueles que antes de nós entregaram a sua vida à arte que praticamos.
Kihon waza (técnicas básicas) es la parte más importante del entrenamiento de cualquier Arte Marcial. En este DVD el Maestro Sueyoshi Akeshi nos muestra diversas formas de entrenamiento de Kihon con Bokken, Katana y mano vacía. En este trabajo, se explica en mayor detalle cada técnica, para que el practicante tenga una idea más clara de cada movimiento y del modo en que el cuerpo debe corresponder al trabajo de cada Kihon. Todas las técnicas tienen como base común la ausencia de Kime (fuerza) para que el cuerpo pueda desarrollarse de acuerdo a la técnica de Battojutsu, y si bien puede parecer extraño a primera vista, todo el cuerpo debe estar relajado para conseguir una capacidad de respuesta rápida y precisa. Todas las técnicas básicas se realizan a velocidad real y son posteriormente explicadas para que el practicante pueda alcanzar un nivel adecuado. La ausencia de peso en los pies, la relajación del cuerpo, el dejar caer el centro de gravedad, son detalles muy importantes que el Maestro recalca con el fin de lograr un buen nivel técnico, y una relación directa entre la técnica base y la aplicación real.
REF.: • IAIDO7
Todos os DVD's produzidos por BudoInternational são realizados em suporteDVD-5, formato MPEG-2 multiplexado(nunca VCD, DivX, o similares) e aimpressão das capas segue as maisrestritas exigências de qualidade (tipo depapel e impressão). Também, nenhum dosnossos produtos é comercializado atravésde webs de leilões online. Se este DVD não cumpre estas exigências e/o a capa ea serigrafia não coincidem com a que aquimostramos, trata-se de uma cópia pirata.
Cinturón Negro Andrés Mellado, 42 28015 - Madrid Telf.: 91 549 98 37 e-mail: budoshop@budointernational.com www.budointernational.com
Este DVD de primeiros auxílios é uma ferramenta indispensável para todos os praticantes de Artes Marciais que tarde ou cedo encontram situações em que é preciso “ajudar”. Em cada escola em que houver lutas, combates, ou simplesmente contacto físico duro, algum estudante ou instrutor foi alcançado por um golpe ou sofreu alguma lesão. Talvez tenha sido nocauteado, tenha tido dificuldades respiratórias, cãibras musculares, tonturas, náuseas, ou qualquer outra mal estar provocada por um treino lesivo. Os “acidentes” são uma realidade y devem ser tratados o antes possível posto que a disfunção causada pode duplicar a provocada por um simples acidente. Assim sendo, não deveria ser esta informação obrigatória para todo “instrutor” visando preservar a segurança e bem estar dos estudantes? Este DVD é o primeiro de uma série de trabalhos do Mestre Pantazi, dedicados a esse “outro lado” do Kyusho, esse lado que presta atenção às ciências da “energia”, da saúde e do bem estar, não só aplicáveis no Dojo, como também no dia a dia com os nossos seres queridos e as pessoas que temos em volta.
REF.: • KYUSHO19
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Texto e Fotos: Salvador Herraíz 7º Dan de Karate (Yomitan, Okinawa)
SEGUINDO OS PASSOS DE MATSUMURA Fusei Kise, 10º Dan de Okinawa Shorin Ryu Kenshin Kan Karate & Kobudo Federation, foi o principal discípulo do mestre Hohan Soken (1889-1982), o herdeiro da técnica de Sokon Matsumura. Hohan foi o único aluno de seu tio Nabe Matsumura, neto este do legendário Bushi Sokon. Salvador Her raiz, desde o coração de Okinawa, aprofundou na história deste peculiar Mestre, Fundador do Kenshinkan e nos oferece uma nova crónica em que aprenderemos mais da história do Karate e de seus protagonistas.
Esquerda: Homenagem a Salvador Herraiz Sokon Matsumura em seu túmulo, em Shuri, em 2009.
En la foto de arriba: Fusei Kise, Hohan Soken y el australiano Barry Packman.
Fusei Kise 10º Dan de Karate Kenshinkan Todos sabemos que Matsumura Sokon foi peça fundamental na ulterior evolução do Karate em Okinawa, até seu falecimento, nos fins do Século XIX. A herança marcial que tradicionalmente no Japão passa de pais para filhos, tem neste caso uma das excepções. Efectivamente, quando prematuramente morre o filho de Sokon, passa a ser herdeiro do seu conhecimento o seu neto Matsumura Nabe (o cual inclusivamente viajou ao templo chinês de Shaolin, para complementar com suas técnicas o Karate de Okinawa).
Nabe Matsumura (1860-1930) entrou em profundidade na arte secreta da família. Mais tarde pasará seu legado marcial ao seu sobrino, Hohan Soken, nascido em 1889. Desde 1905, tio e sobrinho aperfeiçoam as suas técnicas marciais e a partir de 1908, Soken começa a aprender também a urilização do bo e do nunchaku e pouco depois também o dos sai e os kama, com o especialista Tsuken Akachu. Também aprende tonfa com outro aluno de Nabe, de nome Kobashigawa. Em 1912, Nabe ensina Hohan o kata Hakutsuru, o mais representativo da linha, além de katas como Naifhanchi, Passai, Kushanku, Hakkaku, Chinto, Gojushiho, os primeiros Pinnan e Sanchin.
Interior Kenshinkan dojo.
Hohan Soken denominaria a sua arte Matsumura Seito Shorin Ryu. Hohan Soken era um especialista que incluia em seu currículo marcial armas como bo, sai, tonfa, kama, nunchaku, suruchin,… além dos kata, entre os quais se destaca Hakutsuru, que tinha transmitido Sokon Matsumura a seu neto e herdeiro marcial, como peça fundamental do seu ensino. Da mêsma maneira que Nabe tinha sido conhecido como Nabe Tanme o “Idoso Nabe”, o seu sobrinho seria conhecido como Soken Tanme. Tendo nascido na vila de Nishihara, ao Norte de Naha, Hohan viveu na Argentina desde meados da década dos anos 20 e até a finalização da II Guerra Mundial.
Karaté Hohan teve vários alunos, entre os que se encontram Seiki Arakaki, Mitsuo Inoue, Masaya Kyan, Kosei Nishihira, Yuichi Kuda, Kohama Nakazato, Shigenobu,…, mas sem dúvida seria o nosso protagonista de hoje, o Mestre Kise Fusei, 10º Dan, o principal deles e um karateka de peculiar apariência. Em 1990 eu tinha uma certa relação com a International Okinawan Martial Arts Union, da qual era na época 4º Dan, e que dirigia Fusei Kise, em combinação com o também 10º Dan Shian Toma, anos atrás seu parceiro de treino. Este último estabelecera a “Zen Okinawa Seidokan Karate Kobudo Federation” em 1984, procedendo a sua técnica do conhecido Shorin Ryu e do não tão conhecido Motobu Ryu, de Choyu Motobu (1864-1927) e Seikichi Uehara (1904-2004). Por certo, Toma faleceu não faz pouco tempo, a 30 de Maio de 2013, com 85 anos de idade, em Okinawa. Alguns meses atrás, relendo um livro escrito por Fusei Kise e dedicado por ele, me veio a ideia apresentá-lo aos leitores de Cinturão Negro, aproveitando uma das minhas viagens a Okinawa, onde o Mestre reside. E chegou o dia e isso fazemos. Na ilha faz muito calor, como sempre nesta época. Um calor muito húmido. Chegamos a Abajo: Hohan Soken obser va a Fusei Kise realizando kata. Soken defendiéndose con tonfa. Fusei junto a su hijo Isao Kise. Salvador Herraiz visitando la tumba de Choken Makabe, en Okinawa, en 2007.
casa do Mestre Kise e a sua mulher nos abre a porta, enquanto o nosso taxi procura a maneira de sair das estreitas ruas desta parte de Okinawa e de tantas outras povoações da ilha. Fusei Kise nasceu na vila de Yomitan, Okinawa, em 1935. Seus pais, Isei e Haruko, não poderam dedicar-lhe muitos
cuidados, o primeiro deles pela sua morte prematura quando Fusei apenas contava três anos de idade, e a sua mãe porque pouco depois se viu obrigada a abandoná-los até um reencontro vários anos depois, após a II Guerra Mundial. Até esse momento o pequeno esteve aos cuidados de seu tio e da sua avó.
Haruko, a sua mãe, era neta do versado em To De, Choken Makabe sensei, e também seu tio Chosaburo já era praticante. (1769-1825). Makabe era conhecido como "homem pássaro" por seus extraordinários saltos e piruetas. E como o mundo é pequeno e em Okinawa se conhecem todos, por outra
Fusei Kise em diferentes momentos de sua vida em Karate, em algumas fotos com mestre Hohan Soken.
Reportage parte dá-se a circunstância de que na actualidade, Chosei, um descendente de Choken Makabe, é o marido de Hiroko, a irmã mais velha de Masahiro Nakamoto (o Grão Mestre que já apresentei em meses passados em “Cinturão Negro”. Não é o único parentesco entre descendentes de grandes mestres, como já expliquei em outros artigos sobre outros pessoagens. Mas continuemos com a nossa história de hoje. O facto é que o jovem Fusei Kise se foi familiarizando com o que já se conhecia como Karate e em 1947, com 12 anos de idade, inicia a sua prática. Em 1952, Fusei Kise começa a trabalhar como electricista nas bases militares que os americanos têm na ilha, especificamente nas de Kuwae, Zukeran e a conhecidíssima de Kadena. Três anos depois casa com sua namorada Yuki, natural da ilha de Ishigaki, em Yaeyama. Nesse mesmo ano de 1955, com 20 anos de idade, Kise começa a
seu
sua relação marcial com o Mestre Hohan Soken, sobrinho de Nabe Matsumura (por sua vez, neto do legendário Bushi Sokon Matsumura). Hohan o aceita devido à recomendação do tio de Fusei, Chosaburo Makabe, de ilustre família marcial, como já foi dito. Nesse tempo, Kise já era 1ºDan, dado pelo Sensei Shingaki. Em 1958, Fusei Kise começa a ensinar aos estaunidenses Karate (realmente com o nome de Kenpo okinawense), na base de Kadena, onde não tarda em ter grande êxito e mais com a abundante chegada de fuzileiros navais, devido à guerra de Vietename. De facto, em 1967 deixa o seu trabajo para se dedicar exclusivamente ao Karate. Nsse mesmo ano recebe do seu mestre Hohan Soken, o 7º Dan e o diploma de Shihan da sua escola Shorin Ryu Matsumura Seito Karatedo e abre um dojo na cidade de Koza (o qual nos dias de hoje pertence à cidade que tem o mesmo nome que a ilha, Okinawa, cidade situada no Norte de Naha. Este dojo, o Aozora (Céu Azul), que ele dirige em associação com o Mestre Maeshiro, era um lugar ao ar livre, sem um tecto que os cobrisse. Foram anos de estructuração técnica, em que Fusei Kise recriou os kata Pinnan Sandan, Jondan e Godan (os quais apesar de que existiam em outras linhas de Karate, não existia na que a ele transmitiram), além de outros como Wansu, Anunku e Seisan. Para Fusei Kise os objectivos do Karate já são nessa altura, formar um carácter forte, um corpo capaz de viver uma longa vida com saúde, e pessoas capazes de servir a outras pessoas e ser respeitadas por todos. Até 1972, momento em que Okinawa recupera a soberania que desde a II Guerra Mundial controlavam os
estadounidenses, o Karate era praticado muito em privado. Não é que fosse em segredo, mas sim com cautela e discreção, sem o mostra em público de maneira desnecessária. Nesse ano, Kise acompanha Hohan Soken na sua visita aos Estados Unidos, organizada pelo karateka estadounidense Glenn Premru, um ex marine nascido em 1942, que se tinha iniciado no Karate em 1956, em Pittsburgh, com Larry Williams, do Goju Ryu. Durante a visita aos Estados Unidos, Soken troca dois kama por um bate de béisbol, com o conhecido jogador Roberto Clemente. Em Junho desse ano, Soken designa Premru para presidente da recentemente criada secção americana da Federação Okinawense de Karate. Em 1976 Kise deixa a sua associação com Maeshiro e forma a sua própria e já… a coberto, na então vila de Goya (actual cidade de Okinawa), no edifício de Kunio Nakone, também karateka (mas de outro estilo). Nesse ano, Hohan lhe confere o 9º Dan. Apesar de inicialmente adoptar o nome de Okinawa Shorin Ryu Bushi Matsumura Seito Shorin Ryu, pouco depois alguma queixa de outros mestres que pensam que se pode levar à confusão de que seja o Hombu Dojo da linha
representativa de Matsumura, junto ao facto do Mestre Kise ter adicionado formas próprias do seu Karate (não transmitidas por Hohan Soken), fazem com que poucos meses depois modifique o nome do seu dojo para Okinawa Shorin Ryu Kenshin Kan Karate & Kobudo Federation. Este dojo já é o mesmo que permanece na actualidade e que depois de estar com Kise em sua casa, visitaremos hoje. Em 1982, a morte de Hohan Soken, em Gaja (Nishihara), deixou definitivamente Kise numa linha própria e da sua inteira responsabilidade. Em 1987 Fusei Kise recebe o 10º Dan do All Okinawa Shorin Ryu Karate & Kobudo Federation, que preside Shigeru Tamaei e se concentra especialmente na evolução inter nacional da sua organização. Como disse anteiormente, é aí onde eu tenho conhecimento dele, primeiro através da sua “sucursal” nos Estados Unidos e hoje dia, aqui me encontro, sentado em um sofá da sua casa. É uma pessoa muito séria, correcta O autor, Herraiz Salvador e estudantes Jose L. Pastor Vicky e Ambite, com Kise mestre em casa, em 2012. Direita, baixo, dentro do doko Kenshinkan em Okinawa.
mas séria. Não oferece desnecessariamente a sua confiança e se mantém alerta, acima de tudo é um observador. Fala pouco e gosta de manter as distâncias com certo orgulho. Não é uma crítica, mas é a sensação que eu tive. De qualquer maneira, suponho eu que quando a confiança é maior o tratamento poderá tornar-se mais fluido. Talvez também goste oferecer uma imagem de duro, consoante com seu peculiar aspecto. Em qualquer caso, parece-me bem e a sensação depois de o conhecer de perto é plazenteira. Não me perguntem os motivos. As suas características pessoais se adivinham no símbolo da sua organização, desenhado por Kiroshi Kikumura, que inclui como arma fundamental do Karate o punho em posição seiken, metido em um círculo (símbolo de harmonia entre gente que se respeita) em cor vermelha (representando a paixão pelo treino do corpo e da mente de maneira equilibrada. A ambos lados do punho saem dele um tonfa por um lado, e um
kama pelo outro, representando a cultura do povo okinawense. Hoje, em Aza Goya (Okinawa city), pisar o dojo de Kise minutos mais tarde também para mim é emocionante. Kise Sensei é um mestre muito estricto, conforme dizem os que estudam Karate com ele. Fala pouco, explica pouco. Quer que as coisas se vão percebendo e assimilando com o tempo e não com muitas explicações. Hoje, apenas dois alunos aperfeiçoam as sua técnicas de kata no tatame do dojo. Fusei Kise gosta que se dediquem meses e meses a um mesmo kata, antes de passar para outro. Dessa maneira se desenvolve a paciência e o espirito de perseverança, resultando numa aprendizagem dura e nada fácil. Para o Mestre Fusei Kise o respeito pelo mestre é básico e principal. Ele gosta de recordar um velho adágio que diz assim: “Anda três passos por detrás da sombra do teu mestre… e nunca a pises”. Para Kise é mportante não só a técnica conseguida através do treino, mas muito mais a atitude e o
Karaté comportamento que o aluno tenha. Para ele, a atitude sem o comportamento não é merecedor de consideração, nem de grau, nem de nada. O principal é manter sempre o respeito ao sensei e seguir seus ensinamentos de comportamento ao pé da letra. O seu filho Isao Kise, o segundo de cinco irmãos (dois homens e três mulheres), será seu sucessor e já trabalha dirigindo a organização. Yuu Nikawadori, Kensho Gibo, Nobuko Akamine,… colaboraram também com o Mestre de maneira muito próxima. Fusei Kise gosta de dizer ter sido o primeiro mestre de Karate okinawense em ensinar aos estrangeiros, fuzileiros navais americanos destacados nas bases okinawenses, como já antes se disse. Karatekas estrangeiros como o argentino Juan Carlos Jocker, o australiano Barry Packham ou os estadounidenses Jim McGee, Jerry De Bries,… foram seus colaboradores na evolução da Okinawa Shorin Ryu Kenshin Kan Karate Kobudo Federation fora de Okinawa, da qual em todo o mundo há quase 60.000 praticantes. Mas um dos mais importantes, talves o mais importante é John Shipes, 8º Dan, afincado em Texas e um dos três directores da organização do Mestre Kise nos Estados Unidos, junto com Greg Lazarus, em New Hampshire e Jeff Ader, em Colorado, ambos com o mesmo grau que Shipes.
Como Mudaram As Coisas Uma lição para todos nós
U
ma coisa que sempre devemos rever e nunca esquecer é a nossa base. Não importa se o nosso estilo é duro ou suave, nem a sua origem, assim sea da China, do Japão, da Coreia ou de Okinawa; isto é importante para todos nós. Parece que quando levamos muito tempo como instrutores de Artes Marciais, temos a nossa base garantida porque os movimentos saem de nós de maneira natural. Para os principiantes e os estudantes jovens é muito diferente. Todos usar usar “atalhos”, querem ser promovidos e alcançar um nível mais alto, mas alguns não querem realizar o trabalho rqeuerido para isso conseguir. Lembro-me bem de como as coisas eram bem diferentes às dos nossos dias, na secção de armas de um torneio. Normalmente tínhamos de fazer dois exercícios, um com a arma comprida e outro com a arma curta. Se empatávamos tínhamos de fazer outro Kata completo, preferivelmente com outra arma. Lembro-me que antes de fazer o meu Kata com o Bo em frente do juri, lhes mostrava o meu Bo. Se era demasiadamente ligeiro me tiravam meio ponto. O mesmo faziam com a Kama, se não estava afiada tiravam meio ponto. Antes da era das Artes Marciais extremas, os Kata não incluiam movimentos ginásticos. Sinto orgulho em agora termoa estas secções, apesar de que se temos que fazer os movimentos e posições básicas temos de estar fortes. Não nos podemos bambolear, dar passos em falso nem precipitar-nos. Acho bem darmos pontapés no ar, etc. mas sempre que se tenham umas boas bases. As bases são os cimientos de todo sistema de Artes Marciais. Qué é um Kata senão um conjunto padrão de movimentos para lutar contra um oponente imaginário? As armas não são mais que uma extensão das nossas mãos. Quando penso no Kumite não posso deixar de pensar em Sun Tzu e algumas das suas ensinanças: “Estuda sempre o teu oponente para conhecer as suas debilidades. Faz o inesperado. Não te lances à batalha sem saber o que tens pela frente”. Para aqueles que tenham combatido muito, como eu fiz, faço esta pergunta: Quais as duas técnicas vos têm levado a vencer, mais que outras, nos combates dos torneios? O punho de revês e o pontapé frontal é a minha resposta, no entanto, o pontapé frontal quase não se usa hoje e os estudantes têm muitos problemas para executar o punho de revês. Querem fazer técnicas mais vistosas como pontapés e rotação ou mostrar a sua flexibilidade com os seus pontapés. Nós, como instrutores também somos culpados por frequentemente ensinar técnicas complicadas de alto nível nos seminários, principalmente porque queremos mostrar aos nossos colegas “o que podemos fazer”. Faríamos melhor mostrando técnicas menos complicadas e dedicanto mais tempo a cada técnica, em vez de mostrar vinte técnicas diferentes. Quando se ensinam duas ou três técnicas e se lhe dedicam mais tempo, os estudantes assimilam
melhor esse conhecimento e podem sair conhecendo bem estas técnicas, em vez de ter visto vinte sem realmente ter aprendido nenhuma. Anos atrás tive a sorte de ganhar a “Kelly Cup” nas competições do nosso estado. É o maior prémio que se le concede a um atleta amador. Quando recebi o prémio me mandaram para uma sala onde se encontravam todos os campeões do estado. Quando comecei a falar com eles percebi que as suas idades andavam entre os 17 e os 20 anos. Eu tinha 14 anos e pensei: O que posso eu dizer a esta gente? Basicamente isto foi o que su disse: “Todo o pessoal aqui é um verdadeiro campeão e sabe como vencer. Qualquer um de nós pode ensinar alguém a ser um campeão, mostrando os atalhos do caminho que nos levou anos aprender. No entanto, o que não
“Todos querem usar “atalhos”, querem promover-se e alcançar um nível mais alto, mas alguns não querem realizar o trabalho requerido para isto conseguir”
podemos ensinar é a ter coração, alma e paixão. Talvez o tenham, talvez não. Poderá acontecer que o tenham sacrificado para conseguir o que agora têm, por meio do trabalho árduo durante dias e dias, para alcançar a vossa meta”. As Artes Marciais têm percorrido um longo caminho durante anos, até chegar ao que hoje são. Há muitos estudantes excelentes, mestres e instrutores com os quais estudar. Simplesmente não se deveriam concentrar tanto em certos aspectos do ensino até o ponto de esquecerem as bases e não dedicarem o tempo suficiente para mostrá-las. A qualidade do estudante se reflecte no instrutor. A nossa meta como instrutores é dar aos nossos estudantes a oportunidade de ser melhores que nosotros.
Noticias: Foi criada a Sociedade Internacional de Bugei
F
inalmente, após uma grande expansão a nível mundial, foi criada a International Bugei Society, com sede na Espanha - entidade que regulamentará as demais Sociedades de Bugei de cada área, como a North American Bugei Society, European Bugei Society e South American Bugei Society, garantindo a homogeneidade de ensino e qualidade de aprendizado por parte de todos os alunos, independente de qual pais pertença. A extensa grade curricular do Bugei, com um sistema abrangente de 77 matérias voltadas ao plano físico e mental/espiritual, torna mais do que necessário uma supervisão adequada para essa qualidade de ensino e aprendizagem seja um factor primordial para todas as sedes. Sendo o Bugei uma arte de carácter militar, ele visa, através de suas disciplinas, a melhoria do ser humano tanto em seu desenvolvimento físico (corporal), como mental (espiritual). Em cada disciplina, o Bugei sempre busca ensinar ao indivíduo o cultivo de valores como honestidade, compaixão, altruísmo e rectidão de carácter. A difusão dessa filosofia na comunidade em geral é de extrema importância para a construção de uma sociedade mais honesta e justa. Os esforços da International Bugei Society em atingir esse objectivo dar-se-ão através da prestação de serviços que compreendem desde a promoção de cursos e palestras educativas até a colaboração em projectos de outras entidades que estejam em consonância com a filosofia do Bugei. A explicação para essa extensa grade curricular se dá a través da estruturação das mesmas. As 18 disciplinas do Bugei Juhapan inspiraram a introdução em função de aspectos culturais, aprofundando nos conhecimentos intelectuais, visto que Ogawa Sensei sonhava em construir uma espécie de "universidade"que ensinasse toda a cultura japonesa tradicional. Muitas teóricas, como filosofia, meditação, estudos de ki,
pintura, teatro, chá, etc... Além disso, por possuir uma ligação religiosa mantida até hoje, conhecida como Ebunto, muitas são pertencentes a essa cultura, como mitologia, orações, cantigas tradicionais, o que amplia, inevitavelmente, a número de disciplinas estudadas. Compreende-se então que para ampliar e aperfeiçoar o estudo nas artes antigas, muitas disciplinas foram acrescentadas ao longo dos tempos, algumas inclusive atingiram sua especialização no Brasil pela nossa linhagem. Muitos se investiu, ao longo de todo esse tempo, em cursos e seminários, com professores das respectivas áreas, vindos do Japão, para que o projecto gerasse frutos. Esse trabalho nos leva a um cuidado minucioso para a manutenção dessas artes. Portanto, a IBS é o órgão máximo que regula as escolas e professores de Kaze no Ryu Bugei no mundo, com o objectivo de normatizar e fiscalizar a didáctica e metodologia de ensino adoptados pelas mesmas. Cabe a IBS não somente fiscalizar, através da Corregedoria, as actividades e didáctica aplicada nas escolas do Kaze no Ryu Bugei mundiais, como também promover e autorizar a formação de Escolas e professores; normatizar e actualizar o currículo; ministrar cursos para formação de professores e instrutores; promover convenções, palestras com profissionais de diversas áreas que contribuam para o enriquecimento do conhecimento (sejam da área médica, filosófica ou marcial), seminários, gashukos, cursos de aperfeiçoamento, viagens de estudo; fiscalizar e avaliar Escolas, professores e alunos regularmente; disponibilizar Banca de Exame para realização de exames de graduação; emitir Diplomas, Certidões e Identificação aos Filiados. Os materiais escritos são elaborados, adaptados e
revisados pelos professores qualificados das respectivas disciplinas que, mediante reuniões e análises minuciosas, visam disponibilizar ao aluno do Bugei um material cuja didáctica seja ao mesmo tempo inteligível, compreensível e perfeitamente enquadrada no padrão de qualidade da metodologia da instituição. O mesmo se aplica aos materiais didácticos em vídeo ou outros tipos de mídia, buscando sempre a melhor tecnologia para facilitar o entendimento por parte dos alunos. A IBS centralizará o processo de preparação para graduações superiores, terá poder de emitir certificações internacionais, formação especial para professores e instrutores, além dos Cursos Intensivos de Aprimoramento Técnico e Encontros Internacionais. O corpo de directores dos departamentos de Cultura e Tradição e Artes Militares será formado atenderá às respectivas áreas, dinamizando a agenda de Conferências e Eventos, personalizando a atenção aos alunos que elegerem estudos específicos. Outro factor primordial para a IBS será a integração entre os coordenadores e presidentes das demais sociedades, facilitando a comunicação e os laços de amizade e companheirismo entre os líderes de cada região - factor primordial para a harmonia interna das organizações e escolas. De acordo com a directoria, todo aquele que um dia fez parte de alguma das escolas, poderá entrar em contacto com a Instituição e se informar sobre as documentações necessárias, tal como cursos específicos, aperfeiçoamentos, e outras actividades. Essa medida visa garantir a regularidade e seriedade da actuação de todas as outras Sociedades de Bugei de cada área. Com a criação da Escola Superior de Kaze no Ryu Ogawa Ha, estamos caminhando cada vez mais para a formação académica reconhecida pelo governo europeu. Novos materiais estão sendo produzidos, com sistemas cada vez mais profissionais e vanguardistas, para que o ensino seja o mais profundo e concreto possível.
Este mês tenho o prazer de vos apresentar uma nova coluna, se bem seu autor é bem conhecido dos leitores mais antigos da nossa publicação. Tem feito vídeos connosco e com os anos, o seu trabalho ainda tem melhorado mais. Vem partilhar com os nossos leitores os seus conhecimentos e a sua experiência, numa série de interessantíssimos trabalhos que tratam da sua paixão. É um homem do mundo da Eskrima, pesquisador infatigável, Mestre internacional que dirige seminários mundo afora e que sem dúvida fará as delícias dos amantes dos sistemas de luta mais directos e contundentes. Alfredo Tucci
minha visão da Eskrima difere da de outros instrutores. Muita gente esquece que a Eskrima se desenvolveu faz muitos anos nas Filipinas, para lutar contra o inimigo usando paus, facas, lanças e espadas, posto que não tinham armas de fogo como os conquistadores espanhóis. Séculos depois se tornou um desporto, sem um
A
propósito de defesa pessoal. Claro está que se pode praticar Eskrima como desporto, mas eu prefiro primeiro praticá-la como Arte Marcial. Eu a adaptei e fi-la acessível para que todos a possam treinar arduamente, à minha maneira. Respeito a tradição mas não somos um museu. A Eskrima necessita ter uma resposta contra uma agressão das dos nossos dias, ser realista e estar preparado para o Século XXI. Desenvolver a Eskrima é uma das minhas metas principais, de agora em diante vamos deixar para trás conceitos de luta obsoletos e ineficazes. Levo anos desenvolvendo o mi estilo (Stroeven Combat Systems (SCS)). Comecei treinando Latosa Eskrima com Bill Newman, antes de ir às Filipinas. Há gente que ainda pensa que aprendi Eskrima nas Filipinas, mas comecei a sua aprendizagem na Holanda. Aprendi com o meu pai luta com faca. Posteriormente treinei nas Filipinas com vários Mestres e também aprendi muito com eles. Como líder do Stroeven Combat System, uma organização internacional que promove a Eskrima, continuei junto com a minha equipa de professores desenvolvendo vários estilos de Eskrima. No SCS treinamos luta com pau, com pau de algibeira, com faca, com tonfa, machete, karabit, pangamot e tomahawk. No SCS Eskrima praticamos uma Arte Marcial realista e dinâmica, que está tomando a dianteira na Europa. A luta com faca joga um papel fundamental na Europa. Só quando sabemos como usar uma faca, poderemos saber defender-nos contra uma faca. Todo artista marcial que leve a autodefesa a sério, deve seriamente considerar o facto de treinar com a faca. Um grande número de pessoas pratica Eskrima nos nossos dias. Nos últimos anos, os diferentes estilos de Eskrima se têm feito mais conhecidos. Estilos como Kali e Arnis são mostrados em filmes como Rambo, O Caso Bourne ou A Talhada. Nestas fitas se mostra a Eskrima em todas as suas facetas. A luta com pau, com faca, com mãos nuas, forma parte do repertório de famosos actores treinados por profissionais. Eles representam espectacularmente as Artes Marciais e essa é uma das razões por ter aumentado tanto a sua popularidade. Talvez inconscientemente, os actores se tenham tornado embaixadores da Eskrima. Mas as pessoas querem mais realidade, querem elas mesmas aprender
Eskrima. O bom da Eskrima é que tem uma grande variedade de técnicas, que podem servir a qualquer pessoa. Há quem gosta da luta com faca, outros da luta com as mãos nuas, outros a luta com pau. A Eskrima tem tudo isso. Aos meus seminários vem muita gente. A Eskrima é do agrado de pessoas de todo o mundo. Também os meus cursos de instrutores têm grande êxito. Cada vez mais professores de outras Artes Marciais vêem com bons olhos a Eskrima para a incorporar às suas próprias Artes Marciais. Ao mesmo tempo tenho observado que há quem quando conhece a Eskrima, só quer praticar Eskrima e mais nada. Inclusivamente tem acontecido que alguns professores de Krav Maga aprenderam Eskrima e seus princípios e os têm incorporado ao seu próprio treino. Algumas organizações de Krav Maga têm aprendido Eskrima, luta com faca e pangamot, mas denominam-no Krav Maga. Eu considero isto como uma cortesia. Os meus seminários para forças especiais, como o COT Comando do Brasil e para o Exército das Filipinas, me indicam que estou indo pelo bom caminho. A Eskrima tem de ser um estilo dinâmico que deve adaptar-se a todas as circunstâncias e necessidades, consoante o espírito do Eskrimador, que usa qualquer arma. Para mim, a Eskrima não trata de vistosos exercícios, ainda que sejam espectaculares. Os exercícios só são para o treino. Quero que os meus estudantes compreendam que se tem de praticar a Eskrima de maneira realista, dura, directa e simples. O seu objectivo deve ser vencer o oponente o mais rapidamente possível. Nas minhas próximas colunas falarei da Eskrima como Arte Marcial e da Eskrima como Desporto. O significado da tradição e o que conforme a minha maneira de ver, tem de ser preservado e o que se deve descartar. Falarei da Eskrima como luta realista e tratarei sobre certas práticas nas Artes Marciais filipinas. Também falarei acerca da adjudicação de títulos e como é fácil tornar-se Grão Mestre. Tratarei da luta com faca, os programas especiais para o pessoal militar, o Pangamot (combate sem armas). Comentarei todas estas coisas e relatarei as minhas experiências nas Filipinas. Falarei sobre técnicas, princípios e conselhos que podem aplicar à vossa Eskrima. Utilizarei o vídeo para explicar-lhes o que quero dizer. Espero que gostem e por agora, dou-lhes as boas-vindas ao mundo da Eskrima! Contacte-nos em: Frans Stroeven sekan@ziggo.nl Website: www.knifefightsystem.com
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As técnicas do Tigre no Shaolin Hung Gar Kung Fu As técnicas do Tigre servem para desenvolver os ossos e os músculos. As suas técnicas se baseiam na filosofia do elemento fogo. O tigre utiliza garras fortes, técnicas com as quais desgarra e despedaça o seu adversário. O seu ataque é frontal e directo. Em geral, se considera o estilo do Tigre como o mais importante dos Estilos dos Cinco Animais. Esta afirmação se baseia provavelmente em um erro de origem. Muitos praticantes de Hung Gar, considerando o nome da primeira forma principal “Gung Gee Fook Fu Kuen”, vêem nela a palavra (o carácter) “Fu”, o qual significa tigre. A mesma palavra se encontra de novo no nome da segunda forma principal do estilo Hung, “Fu Hok Seung Yin Kuen”. Por isso, partindo desta base, muitos praticantes de Hung Gar pensam que ao tigre lhe é devida uma especial atenção. A tradição diz que o nome da primeira forma se baseia no animal mais forte da montanha de Ling Nam, ao Sul da China, o Tigre. A afirmação foi e é, que o praticante que exercitar esta forma poderá vencer inclusivamente um tigre. No que respeita à segunda forma p r i n c i p a l , realmente faz referência às técnicas do tigre. Os aspectos mais importantes
1. + 2. Ervas para Si São fang Três. + 4. treinamento 5 Bolsa Mãos condicionado 6 Dit Da Jow
Kung Fu
1 -. 6. Tiger aplicação 1 1 -. 6. Tiger Aplicação 2 1.-5. Usando Garra de Tigre
nas técnicas do tigre são o fortalecimento dos músculos, tendões e ossos. Especialmente se fortalecem as extremidades e as costas. Se bate com a parte inferior da palma da mão. Muitas vezes, especialmente em tempos remotos, se rasgava com as garras, se “desgarrava”. Se atendermos às lendas, não era nada raro arrancar pedaços de carne do oponente.
Das minhas experiencias na aprendizagem das técnicas do tigre Logo me entusiasmaram as técnicas do tigre. Mas o verdadeiro valor das técnicas veio após alguns anos. Primeiro, que todo o corpo deve de estar suficientemente forte. Os dedos e a parte inferior da palma da mão têm que alcançar um grau de acondicionamento básico e as técnicas devem ser limpas e realizadas com a adequada aplicação do corpo. Segundo parece, os meus alunos sentem isto mesmo. Eles também mostram entusiasmo pelas técnicas e o estilo do tigre. Depressa, muitos compreendem que sem o adequado treino, as técnicas só podem ser utilizadas de maneira limitada.
1. - 4. Exercícios básicos no círculo 1 -. 11. Aplicações de MMA
Q
uando aprofundamos no estudo do Kyusho, não só na adaptação e ciência moder nas como nas formas e documentos escritos antigos, chegamos definitivamente à mesma
conclusão: Pegamos no antigo conceito do mito e da lenda e o fizemos crível. Já não vemos estas velhas referências a este escuro corpo de conhecimento nas fitas, nos textos antigos e nas histórias passadas como um mito estendido ao longo do tempo, mas como uma dura realidade. Os nossos estudos ainda estão avançando para futuras descobertas, à vez que actualmente lemos as ondas cerebrais com tecnologias de mapas tridimensionais. Ainda estamos adaptando os estudos humanos existentes, para aumentar a nossa habilidade para a disfunção e a restauração, com um conhecimento neurológico e anatómico mais profundo. Não só estamos dando à forma de todos os estilos uma base internacional, para provar e dar validez ao seu valor real para todos os artistas marciais, como também continuamos aprofundando na história para desenterrar as origens e a maneira em que se desenvolveu o Kyusho. Ao longo da história tem havido uns poucos, entre milhões, que destacaram do resto por suas habilidades pioneiras e incríveis. No entanto, a maioria simplesmente começaram um novo método, estilo ou processo, pelo qual adquiriram tamanhas habilidades, mas no centro de tantos deles está a verdade inegável de que conheciam o Kyusho. Está presente em seus documentos escritos, em suas palavras e em suas histórias; está nas suas acções e na “estranha” maneira de mover-se como “Idosos”, coisa que muitos consideravam que era só devido ao processo de envelhecimento. Ueshiba disse: “O Atemi é Aikido em um 80%”. Funakoshi escreveu acerca disto em um dos seus livros, como assim também o fizeram muitos outros autores. Em 1921, Choki Motobu estava morando em Osaka à idade de 52 anos, quando venceu o famoso pugilista profissional russo de nome John Kentelu, em um torneio aberto a todos, no Butokuden de Okinawa, o que fez dele o lutador mais famoso do Japão. O pugilista estrangeiro media 6 pés e ninguém se atrevera a desafiá-lo. Motobu deixou-o KO com uma pancada nas fontes, coisa que aconteceu tão rapidamente que ninguém soube o que realmente acontecia. Há muitos mais praticantes de Kyusho, mas neste artigo vamos concentrar-nos em Seiko Fujita.
Fonte, Wikipedia: Seiko Fujita (1898 - 4 de Janeiro de 1966), nascido Isamu Fujita, foi um artista marcial japonês, Grão Mestre 14º grau ou Soke de Koga-ryu Ninjutsu é considerado por alguns como o último ninja verdadeiro. Isamu Fujita nasceu em Tóquio e estudou Koga-ryu Wada Ha ( Koga-ryu Ninjutsu)
com seu avô Fujita Shintazaemo, 13º Soke de Koga-ryu. Estudou nas Universidades de Waseda e Meiji. Finalizados os estudos trabalhou para uma casa editora de imprensa. Continuou estudando outras Artes Marciais e foi também conhecido como autor, pesquisador e compilador de pergaminhos antigos. Conforme dizem algumas pessoas: “Há divisão de opiniões acerca de se foi um Ninja verdadeiro ou simplesmente um pesquisador do Budo”. Durante a Segunda Guerra Mundial, Fujita ensinou Nanban Satto-ryu Kenpo na Academia Militar de Nakano (Rikugun Nakano Gakko). Fujita trabalhou depois para o governo como especialista em segurança e continuou a tradição de ensinar o estilo Kogaryu Wada Ha, entre outras Artes Marciais. Nos seus alunos destacados se incluem Motokatsu Inoue, Mabuni Kenwa, Fujitani Masatoshi, o actor Tomisaburo Wakayama e Manzo Iwata, que se tornou herdeiro de algum dos seus estilos. Fujita não deixou herdeiro para o Koga-ryu Wada Ha. Fujita Seiko publicou o “Zukai Torinawajutsu”, mostrando centenas de maneiras de atar do Hojojutsu de diferentes escolas e outros vários textos sobre o Ninjutsu e outras Artes Marciais. Faleceu por causa de uma cirrose, quando contava 68 anos; provavelmente sofria um angioedema hereditário (o que poderia tê-lo excluído da prática das Artes Marciais, mas Fujita teria demonstrado habilidade para superar alguns sintomas da doença). A sua colecção “Fujita Seiko Bunko”, está guardada no Museu Iga-Ueno, no castelo de Odawara. Um pouco mais de pesquisa histórica nos mostra que Seiko Fujita foi um artista marcial bem conhecido em tempos anteriores à Segunda Guerra Mundial. Também estava em contacto com outra lenda das Artes Marciais, Kenwa Mabuni. Um dos alunos de Mabuni, Manzo Iwata, foi aluno de Fujita. Seiko Fuita também era amigo de Ghioda Gonzo, o filho de Ueshiba, e de Konishi Yasuhiro, Taira Shinken e muitos outros. Há algumas partes escuras na sua vida, que não estão suficientemente bem documentadas, das quais não sabemos muito. Sabemos sim, que foi instrutor da Escola Nagano e que esteve em Burma em 1941, realizando operações secretas. Só 14 homens voltaram dessas operações e Inoue Motokatsu foi um deles e quem obteve o Kaide Menkyo O Kaiden. Menkyo é um termo japonês que quer dizer “licença de total transmissão”. É uma licença usada pela escola Koryu e que quer dizer que o aluno aprendeu o suficiente e aprovou todos os aspectos do seu treino de Koryu. No
sistema de licenças Menkyo, o Kaiden Menkyo é o nível mais alto que existe. Subir de grau não se determina pelos anos de estudo mas sim pelo grau de mestria na disciplina. No entanto, a transição do Menkyo para Kaiden requeria geralmente de pelo menos trinta anos de experiência específica. Um portador do Kaiden Menkyo é com frequência, ainda que nem sempre, o sucessor de facto do Soke do Koryu; Manzo Iwate recebeu o Kaiden Menkyo de Fujita. Não existe muita mais informação acerca destes dois homens. Fujita, ainda sendo uma lenda das Artes Marciais, foi um indivíduo mais que “escuro” e muitas das coisas que acerca dele se têm escrito, são controversas. O propósito deste texto não é debater ou discutir a sua linhagem ou carreira, mas sim estudar as suas obras literárias, “O SEGREDO DAS ARTES MARCIAIS”, “O MANUAL DE ATEMI”, “O ESTILO PARA MATAR E REVIVER” e destacarmos a sua relevância para a Arte e a Ciência do Kyusho. Muito se tem escrito na actualidade acerca desta informação e em alguns casos não tem sido apresentada correctamente. Muitos têm escolhido erroneamente usar os termos e teorias da Medicina Tradicional Chinesa, mas isto é um paradigma falso. No entanto, como esta circunstância ainda persiste, este artigo será uma curta exposição de um antigo manual desta arte, tal e como era praticada décadas atrás e por este homem. À semelhança do antigo “Bubishi” e dos “Apontamentos Secretos” do reputado Hokan Soken, o Kyusho se traduz em muitos termos médicos ocidentais, que descrevem as estruturas consideradas como objectivos e as consequências de atacá-las. Seguidamente, aqui se mostra uma página traduzida: “Este livro mostra os lugares correctos das partes mais eficazes dos órgãos vitais em diagramas anatómicos, o que se baseia no resultado do estudo a longo prazo da anatomia do corpo humano, para os segredos dos métodos de matar e reviver herdados de cada estilo tradicional. Este livro também mostra a maneira mais eficaz de bater nesses pontos e as razões da animação suspensa e da perda da consciência, de um ponto de vista médico. Por tanto, quando se estudam os lugares dos pontos dos órgãos vitais e a maneira mais eficaz de neles bater, se obterá a maneira de deixar KO os inimigos com um só golpe ou de os reviver à vontade. Fujita Seiko, Chefe do “Instituto Japonês de Pesquisa das Artes Marciais” E vejamos esta tradução do extracto de um texto de Fujita: “Estas não são simples conjecturas mas sim observações reais no campo de batalha e na experiência real da luta à vida ou morte. Isto não é o paradigma da aplicação da Medicina Tradicional Chinesa ou a explicação da teoria como é narrada por muitos 'instrutores de Kyusho'; isto é anatomia real, sentimentos reais e observação realista. Isto não é um comentário acerca da Medicina Tradicional Chinesa para curar em Acupunctura, Shiatsu, Tui Na, etc., antes sim é para dizer que NÃO é Kyusho! Inclusivamente o termo Kuysho (AB) se descreve em Kanji muitas vezes ao longo do livro.” “Eram homens de batalha, onde vida e morte dependiam de seus conhecimentos e habilidades. Necessitavam métodos reais e provados de incapacitação e para matar com rapidez seus oponentes, para não ter de lutar com eles outra vez. Ninguém sabe o que fizeram em Burma (e se realmente se conhece bem a história japonesa, tudo é possível, inclusivamente os ensaios com prisioneiros de guerra). Da implicação em tais factos em tempos de guerra, pouco se tem falado”. Temos de compreender que habitualmente havia um conhecimento mais profundo do corpo e as suas funções, do que aquele que foi transmitido quando as Artes Marciais se tor naram um Desporto ou um negócio…
Estamos lutando para voltar à simplicidade e à informação experimental, que foram os fundamentos das antigas Artes Marciais. Estes importantes livros e apontamentos de destacados antigos Mestres, são uma prova dos conhecimentos do passado e é chegado o momento de aceitarmos esta realidade e trabalharmos para encontrar a maneira de dar-lhes cabimento nos estilos que praticamos.