Revista Bué Fixe 50 - Edição Agosto 2021

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Edição nº 50 | Agosto 2021

Revista

TEATRO COM CONSCIÊNCIA

Entrevista: Gio Lourenço

Jota Mombaça

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A Reflexão sobre Educação


Indice

Nota Editorial Bem-vindos(as) a mais uma edição da Revista Bué-Fixe. Nesta edição de Agosto, estivemos à conversa com o ator Gio Lourenço da companhia de Teatro Griot.

03 # Sabias Que?

ELISABETH KECKLEY

Abordaremos o percurso da activista Elizabeth Keckley.

05 # Entrevista do Mês

Faremos ainda uma breve reflexão em torno da educação pela estagiária da Associação Bué-Fixe, Giulia Fabbri.

12 # Ideias e Pessoas

Falaremos também sobre a artista Jota Mombaça, também aqui ilustrada pela artista plástica Aicy Fernandes. A coluna tecnológica “Bits & Bites” está de volta por Emil Veloso.

GIO LOURENÇO

que valem a Pena JOTA MOMBAÇA

14 # Projetos Bué-fixe A REFLEXÃO SOBRE EDUCAÇÃO

18 # Tecnologia

Boa leitura!

“BITS & BITES”

Maria Fernandes Contacto

Site: associacaobuefixe.pt Email: grupobuefixe@gmail.com Rede Social: AssociacaoBueFixe Ficha Técnica

Redação: Carla Veiga, Maria Fernandes, Design e paginação: Va Nancassa. Edição: Maria Fernandes.

Giulia Fabbri, Emil Veloso.


SABIAS QUE? EX-ESCRAVA, COSTUREIRA INFLUENTE, ESCRITORA E ATIVISTA CIVIL Vamos conhecer…

ELISABETH KECKLEY DETERMINADA

Ilustração de Elizabeth Keckley / Crédito: Domínio Público via Wikimedia Commons

EMPREENDEDORA & ATIVISTA

Elizabeth Keckley / Crédito: Bibliotecas da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill via Wikimedia Commons

Nascida na Virgínia, EUA, em 1818, em plena época esclavagista, filha de uma escrava doméstica, só mais tarde é que terá descoberto que seu pai era também o seu “dono”, Coronel Armistead Burwell. Sendo vendida várias vezes e violentamente castigada e abusada, aos 21 anos dá à luz seu único filho, George. Cedo aprende com a mãe a arte da costura demonstrando um enorme talento, conseguindo após muito trabalho, comprar a sua liberdade e de seu filho.

Já em liberdade, continua afincadamen-

te a trabalhar como modista, tornando-se numa costureira de grande reputação e conseguindo assim, abrir uma fábrica empregando cerca de 20 costureiras. Tendo uma longa lista dentre as clientes das elites brancas de Washington, é em 1861 que Elisabeth assegura uma posição cobiçada como designer e criadora do guarda-roupa da então 1ª dama, Mary Todd Lincoln. Torna-se ainda sua confidente e as duas mulheres formam um vínculo especial. Em 1862, Elisabeth sensibilizada pela quantidade de veteranos negros da guerra civil, grande parte deles ex-escravos, consegue fundar, com ajuda de donativos, uma Instituição de caridade a “Contraband Relief Association“ da qual

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fornecia alimentos, roupa, abrigo e cuidados médicos. Em 1863 ajuda também a fundar a “ Associação Nacional para o Socorro de Mulheres e Crianças de Cor Desamparados“, sendo responsável por tirar mulheres e crianças das ruas.

AUTOBIOGRAFA

Estátua de Elizabeth Keckley no Monumento das Mulheres da Virgínia / Crédito: Kss5pj via Wikimedia Commons

É

em 1868 que Elisabeth decide escrever as suas memórias com o livro intitulado “ Behind the Scenes “ ou “ 30 anos como escrava e 4 anos na Casa Branca”. É lá que relata a sua ascensão de escrava e o seu início de carreira como costureira negra livre. Decide também incluir relatos da vida privada do casal Mary e Abraham Lincoln e da sua amizade com Mary. Sem a sua permissão, o editor James Redpath insere como apêndice a correspondência privada de Mary e Elizabeth. Apesar das melhores intenções, o livro não terá sido bem aceite pelos americanos brancos pois acusaram-na de transgredir as fronteiras entre a vida pública e privada e as linhas da classe, raça e gênero. Após a publicação de seu livro, a clientela de Elizabeth praticamente desapareceu, não conseguindo mais recuperar o sucesso que alcançou como costureira durante a Guerra Civil. Porém, consegue um emprego como professora universitária no Departamento de Costura e Artes Domésticas e organiza uma exposição de moda na Feira Mundial de Chicago em 1893. Não demorando muito para que se encontrasse na miséria, decide refugiar-se na Associação Nacional de Mulheres e Crianças Desamparadas, falecendo em 1907 de causa desconhecida. Apesar dum triste final, nada pode tirar o facto de Keckley ter tido uma vida de ascensão notável merecendo gratidão da história.

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Carla Veiga


ENTREVISTA DO MÊS

ENTREVISTA: GIO LOURENÇO

Giovanni Lourenço é Gio Lourenço, ator da companhia de Teatro Griot e falou-nos um pouco sobre o seu trajeto. 5


ENTREVISTA: GIO LOURENÇO

Fala-nos um pouco da tua infância, chegada a Portugal até à tua adolescência e vida escolar. Nasci em Luanda, e vim na década de 90 para Portugal com dois anos e meio juntamente com a minha mãe, meus irmãos e irmãs. Cresci no Bairro do Fim do Mundo, S.João do Estoril, andei na Escola Primária da Galiza fazendo o percurso escolar sempre na zona de Cascais. Nessa altura frequentava o ATL da Galiza,

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onde para além dos trabalhos de casa, desenvolvia atividades lúdicas. A minha adolescência foi tranquila, há sempre aquele momento de incompreensão com a normal mudança no processo de crescimento na altura dos 12 aos 15, onde há sempre um lado mais rebelde. Quando houve o click ou chamamento que te levou a ingressar pelo Teatro? Eu na verdade

“HÁ SEMPRE AQUELE MOMENTO DE INCOMPREENSÃO COM A NORMAL MUDANÇA NO PROCESSO DE CRESCIMENTO NA ALTURA DOS 12 AOS 15, ONDE HÁ SEMPRE UM LADO MAIS REBELDE


ENTREVISTA: GIO LOURENÇO

sempre me interessei por artes, interesse este que se manifestou cedo, quando tinha os meus 6 ou 7 anos. Ainda na adolescência no meu bairro eu dançava Kuduru onde era conhecido como “bailarino” e foi uma fase da minha vida em que as artes estiveram sempre presentes. O teatro surge precisamente numa transição de rebeldia nos meus 15 anos e decidi ir para um curso profissional na Cercica para jovens inadaptados de défice intelectual e mental e incapacidade motora. Aqui fiz várias áreas na formação, desde o bar, à gráfica, mas decidi ficar pela área do Teatro pela curiosidade em perceber o que realmente aquilo era. Foram

4 anos de formação tendo sido a partir do segundo ano, que comecei a levar o teatro mais a sério, ainda que sendo o aluno mais velho da turma, propuseram-me fazer uma especialização pelo curso Teatro e Animação e é aí que há uma mudança na minha vida e numa altura de dúvidas falta de orientação, este curso veio a abrir uma porta, tornando mais claro na pessoa que eu queria ser e caminho a seguir. Destaco a ajuda da minha orientadora Amélia Videira da área do Teatro e Interpretação e Genoveva de voz que foram cruciais nesta minha formação, ainda que sendo uma área muito vasta e completa, consegui ir até ao fim.

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ENTREVISTA: GIO LOURENÇO

E como foi a tua incursão pelo teatro ao ponto de te tornares um ator profissional? Tornei-me profissional quando fiz um casting no Teatro Municipal S.Luiz que era um musical encenado pelo Adriano Luz e produção do S.Luiz, conseguindo fazer parte da peça e fazendo a minha estreia como ator profissional. Foi uma boa experiência e foi a partir dali que fiquei determinado a seguir uma vida como ator. Estás diretamente ligado ao Teatro Griot, como chegaste a este coletivo? O Teatro Griot aparece numa altura de transição em que eu já tinha

saído de outros projetos e o que meu colega e também ator Matamba Joaquim faz-me um convite se eu quero fazer parte de um espetáculo desta companhia que nesta altura ainda era Associação Cultural, mas que em 2009 decidimos formar o Teatro Griot, ainda que não seja um membro fundador mas na parte existente do mesmo, estou desde a sua formação. Esta companhia quando decidimos juntamente com o Daniel e pelos outros membros como o Matamba também e acontece quando este coletivo de atores negros sai de uma série chamada Equador e ficando sem trabalho. Nesta sequência decide-se criar o Teatro Griot, no âmbito de também dar mais visibilidade

e inclusão de atores negros que até à altura era muito escasso. Quando decidimos fazer o Teatro Griot, pensámos porque não fazer uma companhia de atores negros que até à altura não havia, apesar de haverem muitos em solo nacional, ainda que esta característica no início era mista, com colegas atrizes brancas a fazerem parte do nosso coletivo mas que acabaram por sair. Atualmente a companhia é composta pela Zia Soares como diretora artística, o Matamba Joaquim, Daniel Martinho, Miguel Sermão e eu, no âmbito mais artístico temos ainda a Neuza Trovoada, Nuno Santos (Chullage) ou Sofia Berberan.

“ TRAZEMOS TAMBÉM UM NOVO TEATRO, NO SEN-

TIDO EM QUE QUEREMOS DAR UMA RELEVÂNCIA PARA QUE FAVOREÇA UMA MAIOR REPRESENTATIVIDADE JUNTO DAS NOVAS GERAÇÕES NEGRAS E ABRA PORTAS PARA QUE O TEATRO SEJA UMA CARREIRA A CONSIDERAR PARA O FUTURO NUNCA PERDENDO A IDENTIDADE

O Teatro Griot é bastante reconhecido pela crítica social acérrima, o que achas que é a linha condutora a todos os atores desta companhia? A direção do Teatro Griot é a linha ativista trabalhando sobre as dramatur-

gias, sobre os novos textos e linguagens em peças e ciclos de autores africanos. Trazemos também um novo teatro, no sentido em que queremos dar uma relevância para que favoreça uma maior representatividade junto das novas

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ENTREVISTA: GIO LOURENÇO

gerações negras e abra portas para que o Teatro seja uma carreira a considerar para o futuro nunca perdendo a identidade, porque trabalhando sobre isso, sobre a língua, sobre a memória de forma a desconstruir e criarmos as nossas próprias narrativas e dramaturgias. Uma das missões do Teatro Griot é questionar e fazer pensar, levando peles negras a palco, levando as inquietações, essas memórias, colocando a morfologia às peças que fazemos. O Teatro Griot é isso tudo, mas acima de tudo uma mensagem que queremos transmitir

não só a uma juventude negra que é essencial, mas assumindo um papel fundamental, pois o Griot conta uma história e a nossa companhia e as nossas peças são exatamente isso, contar histórias que ficam e perduram na memória, porque apesar de tudo para além de sermos afrodescendentes, somos muitas outras coisas e este Teatro carrega isso, toda essa miscelânea de inquietações que trazemos para o palco. Há uma exigência que mais do que reconhecimento público, exista um objetivo de passar uma mensagem importante.

“ Este Teatro - O Teatro Griot - carrega isso, toda

essa miscelânea de inquietações que trazemos para o palco. Há uma exigência que mais do que reconhecimento público, exista um objetivo de passar uma mensagem importante

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ENTREVISTA: GIO LOURENÇO

Quais as diferenças entre um ator de teatro e um ator de filmes? Há de facto logo à partida que no cinema, o alcance de chegar a mais pessoas é maior, sendo um formato mais generalista e acessível, há diferenças notórias também na forma de estudo dos textos, como estes são trabalhados, sendo os níveis de profundidade e abordagem ao texto diferentes e há outro tipo de camada. Já alguma vez fizeste essa incursão do palco de teatro para a frente das câmeras? Já fiz algumas incursões pelo cinema, mas considero-me um ator de teatro apesar de ter também interesse em fazer mais cinema. Qual os conselhos que dás a todos que estejam a pensar em ingressar no mundo do teatro? Ao longo da minha vida e com a experiência em teatro o conselho que posso dar é que acima de tudo tem de haver esperança, trabalho e resiliência, acreditar em vocês primeiro para o mundo. Esta indicação serve a todos os artistas das várias artes, não deixar morrer a arte, que é o que dá vida a este mundo.

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IDEIAS E PESSOAS QUE VALEM A PENA Nesta edição da coluna Ideias e Pessoas que Valem a Pena, vamos homenagear a artista JOTA MOMBAÇA, também conhecida como Monstra Errátik e Mc K-trina, Jota Mombaça é uma escritora e artista visual brasileira que trabalha em volto das relações entre monstruosidade e humanidade, diáspora, violência, resiliência, estudos queer, justiça anticolonial. Nascida em Brasil, Natal, 1991, a artista pertence a uma nova geração de artistas ativistas voltados para o debate sobre a descolonização e o racismo através de um cruzamento com as dimensões de classe social e de identidade de gênero (Pedro F. Morais, 2018). É considerada uma artista interdisciplinar cuja obra deriva da poesia, da teoria crítica e da performance, mas acima de tudo da escrita “... a escrita é meu primeiro modo de expressão, é, definitivamente, uma prática e uma performance fundamental para meu trabalho, para a maneira como penso o trabalho e como opero no mundo com ele. A escrita, portanto, é definitivamente uma chave para a minha prática, que se traduz em performance e em outras práticas que estou começando a experimentar agora. Invisto em palavras como se elas tivessem um poder mágico e performático, e é por isso que as trago para o trabalho a todo momento..”( Hans Ulrich Obrist & Jota Mombaça Maio, 2021) A sua arte tem tido um grande destaque, não só pela pertinência, mas pela crítica e visão sobre a sociedade atual, Em 2020 integrou o livro, 20 em 2020 Os artistas da próxima década: América Latina, que destaca vinte artistas latino-americanos para modelar a próxima década da arte. Uma das obras com maior destaque tem sido, Não Vão Nos Matar Agora, que recentemente teve uma reedição da editora Cobogó em 2021. Convidamos a todos a descobrir e redescobrir a artista Jota Mombaça, através das performances, da sua voz e acima de tudo da sua escrita.

Maria Fernandes

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PROJETOS

A reflexão sobre educação A educação é frequentemente discutida em termos de transmissão de conhecimento e desenvolvimento de conceções normalmente padronizadas de habilidades comportamentais e sociais. No entanto, a educação também trata da transmissão de valores - tanto dentro como entre gerações e entre culturas. As políticas no campo da educação têm um grande impacto no florescimento ou declínio da diversidade cultural e devem buscar promover a educação por meio de e para a diversidade. Isso garante o direito à educação, reconhecendo a diversidade das necessidades dos alunos - especialmente aquelas de grupos minoritários, indígenas e nômades - e integrando uma diversidade correspondente de métodos e conteúdos. Em sociedades multiculturais cada vez mais complexas, a educação deve nos permitir adquirir as competências interculturais que nos permitirão conviver com - e não apesar de - nossas diferenças culturais.

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A relevância dos métodos e conteúdos educacionais Um currículo moldado pela padronização dos processos e conteúdos de aprendizagem não atende às necessidades de todos os alunos. Isso está se tornando cada vez mais óbvio para um número crescente de países que buscam caminhos alternativos dentro dos sistemas educacionais. Em nome de uma educação de qualidade, que deve ser adequada e flexível, o desenvolvimento curricular deve ter como objetivo aumentar a relevância educacional, ajustando os processos de aprendizagem, o conteúdo educacional, a formação de professores e a gestão escolar às circunstâncias dos alunos. Isso implica o desenvolvimento de currículos multiculturais e multilingues, com base em múltiplas perspetivas e vozes e com base nas histórias e culturas de todos os grupos da sociedade. Tal abordagem, que é sensível à diversidade dos alunos, também deve prever medidas especiais para alcançar grupos vulneráveis ​​e marginalizados e para melhorar os ambientes escolares e educacionais, especialmente para as meninas. O objetivo é o empoderamento com respeito à promoção dos direitos humanos, o fortaleci-

DESENVOLVI“ OMENTO CURRI-

CULAR DEVE TER COMO OBJETIVO AUMENTAR A RELEVÂNCIA EDUCACIONAL, AJUSTANDO OS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM, O CONTEÚDO EDUCACIONAL, A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A GESTÃO ESCOLAR ÀS CIRCUNSTÂNCIAS DOS ALUNOS

mento da cidadania democrática e a promoção do desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento de uma educação culturalmente sensível exige não apenas especialistas no assunto, mas também professores que tenham conhecimento e sejam sensíveis às diferenças culturais. O desejo de promover métodos de ensino relevantes para toda a gama de públicos educacionais tem levado

a uma diversificação sem precedentes dos meios e métodos educacionais. Embora a maioria dos países ainda esteja longe de atingir os objetivos de ensino de línguas nacionais, locais / regionais e internacionais nos seus currículos oficiais, esse objetivo é crucial tanto para a preservação da diversidade linguística quanto para o funcionamento intelectual. 15


Sociedades de aprendizagem e direito à educação O avanço do direito à educação e a proteção e promoção da diversidade cultural fazem do pluralismo uma exigência educacional central, ao contrário da tendência dos sistemas educacionais de serem uma fonte de padronização. A omissão de levar em conta as formas não convencionais de aprendizagem, combinada com as restrições do mercado de trabalho, corre o risco de marginalizar ainda mais as populações que a educação deveria buscar empoderar. A comunidade internacional está cada vez mais reconhecendo que as formas tradicionais e pragmáticas de aprendizagem podem ser tão eficientes quanto as abordagens didáticas ocidentais. Os contadores de histórias, por exemplo, contribuem para a vitalidade das culturas orais, enquanto as estratégias de alfabetização podem envolver uma desvalorização não intencional dessas culturas. Entre outros benefícios, a educação informal e indígena pode contribuir para formas mais participativas de aprendizagem, que não são tanto analíticas quanto adaptativas. A educação tem muito a ganhar com essas abordagens pluralistas de aprendizagem, que nos lembram que o direito à educação vem junto com o direito dos pais de "escolher o tipo de educação que será dada aos seus filhos".

TEM MUITO A GANHAR COM ES“ASASEDUCAÇÃO ABORDAGENS PLURALISTAS DE APRENDIZAGEM, QUE NOS LEMBRAM QUE O DIREITO À EDUCAÇÃO VEM JUNTO COM O DIREITO DOS PAIS DE “ESCOLHER O TIPO DE EDUCAÇÃO QUE SERÁ DADA AOS SEUS FILHOS”

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Aprendizagem participativa competências interculturais

e

Em sociedades multiculturais, um dos maiores desafios da educação ao longo da vida envolve a nossa capacidade de aprender a viver juntos. Assim, a educação multicultural deve ser complementada pela educação intercultural. A educação em artes e humanidades, as atividades multimídia, os museus e as viagens ajudam a desenvolver as capacidades críticas indispensáveis ​​para combater os pontos de vista unilaterais, adaptando-se a ambientes sociais culturalmente diversos e respondendo aos desafios do diálogo intercultural. Sensibilizar as pessoas para a diversidade cultural é mais uma questão de abordagens, métodos e atitudes do que de assimilação de conteúdo. Os princípios fundadores da UNESCO repousam na convicção de que a educação é fundamental para lidar com a ignorância e a desconfiança que são a fonte dos conflitos humanos. As ciências humanas e sociais encorajam os alunos a se conscientizarem dos seus próprios preconceitos e a reexaminar seus pressupostos. A inclusão de religiões e crenças mundiais nos currículos pode ajudar a dissipar muitos dos mal-entendidos que podem tornar problemática a convivência. As artes são uma ferramenta forte e universal para promover a compreensão mútua e a paz, e praticar as artes é uma forma poderosa de socializar com outras pessoas. O ensino das artes ajuda a reconetar os processos científicos e emocionais à intuição. A educação artística também pode ajudar a abordar o etnocentrismo, o preconceito cultural, os estereótipos, o preconceito, a discriminação e o racismo. Giulia Fabbri

“OS PRINCÍPIOS

FUNDADORES DA UNESCO REPOUSAM NA CONVICÇÃO DE QUE A EDUCAÇÃO É FUNDAMENTAL PARA LIDAR COM A IGNORÂNCIA E A DESCONFIANÇA QUE SÃO A FONTE DOS CONFLITOS HUMANOS

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>>TECNO

"Bits & Bites" Durante a pandemia de Covid-19, o ser humano viuse forçado a adaptar-se perante o distanciamento físico e a quarentena interminável. Para que fossem satisfeitas as necessidades básicas, muitos comportamentos passaram de offline para online (e.g. compras, aprendizagem, trabalho, reuniões e diversão passaram a ser virtuais) resultando em emersão tecnológica e ou digital que consequentemente gerou novas oportunidades. Segundo os estudos, as tecnologias ou aplicações baseadas em vídeo tais como o Zoom, Facetime, WhatsApp, WebEx, Facebook Messenger e Google Hangouts, foram as mais utilizadas durante a pandemia. Com funcionalidades adicionais como acesso remoto tanto para computadores ou aplicações móveis, acesso às informações e conjunto de dados, redes sociais, email e ainda que os dados podem ser publicados de modo síncrono ou assíncrono, com

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OLOGIA suporte tanto para pacientes Covid-19 como para outros, que precisam de serviços clínicos de rotina. As aplicações baseadas em vídeo foram e continuam sendo necessárias não só para as consultas médicas, mas também para a educação, utilizações empresariais bem como utilizações diárias de muitos, tornando-se hoje num grande auxiliar de trabalho e de ensino, tanto nas escolas como nas empresas em todo o mundo durante as conferências virtuais cada vez mais seguras. Quanto à educação, o ensino à distância pode ser realizado em algumas plataformas tais como GitHub, Coursera, Blackboard, PluralSight, Udacity dentre outras (umas com cursos gratuítos outras não), esforçando para que haja aprendizagem contínua e diplomada visando uma maior comodidade e acima de tudo facilitadora comunicacional. Emil Veloso

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