Revista Bué Fixe 51 - Edição Setembro 2021

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Edição nº 51 | Setembro 2021

Entrevis

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CORPO MULTIDISCIPLINAR

Petra Von Preta

Sabias que? # Rosa Mota # Bits & Bites


Indice

Nota Editorial A Bué fixe faz 18 anos de existência e parabenizamos com mais uma edição da revista! Estivemos à conversa com a artista multidisciplinar Petra Von Preta, mostraremos quais os reinados mais curtos da história e damos ainda as boas vindas à ilustradora Lala Berekai, como nova colaboradora da revista. No rescaldo dos jogos olímpicos aproveitamos para homenagear também uma das eternas desportistas nacionais, Rosa Mota, e abordaremos também a tecnologia 5G em “Bits & Bites”.

03 # Sabias Que?

OS 8 REINOS MAIS CURTOS DA HISTÓRIA

06 # Entrevista do Mês PETRA VON PRETA

18 # Ideias e Pessoas que valem a Pena

ROSA MOTA

20 # Bits & Bites

REDE 5G (QUINTA GERAÇÃO)

Boa leitura! Maria Fernandes

22 # Projetos Bué-fixe 18 ANOS BUÉ-FIXE

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Contacto

Site: associacaobuefixe.pt Email: grupobuefixe@gmail.com Rede Social: AssociacaoBueFixe Ficha Técnica

Redação: Carla Veiga, Maria Fernandes, Emil Veloso, Quitéria Chilaúle Design e paginação: Va Nancassa Edição: Maria Fernandes

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SABIAS QUE... OS 8 REINOS MAIS CURTOS DA HISTÓRIA Houve monarcas que nunca tiveram oportunidade de se destacarem como governantes? Foram vários/as os/as que só conseguiram manter o poder por dias ou horas. Vamos conhecer 8 deles/as.

RÚSSIA Constantino Pavlovich Constantino era conhecido pela sua severa etiqueta e por se opor frequentemente aos desejos do seu irmão Alexandre I. A sua capacidade de comandante-em-chefe e vice-rei do Congresso Polaco, é recordado como um líder sem escrúpulos. Após a morte do seu irmão, e durante 24 dias, foi conhecido como imperador “Constantino I de todas as Rússias”, apesar de nunca ter governado nem aceitado o trono.

INGLATERRA Rainha Joana - Lady Jane Grey Lady Jane Grey, de 15 anos, tendo pais protestantes e politicamente ambiciosos, tornam-na rainha da Inglaterra em 1553, sem ser essa a sua vontade. No entanto, 9 dias depois, Mary Tudor, católica e querendo ser sucessora do trono, conseguiu acusar a adolescente Jane Grey de alta traição, sendo esta julgada e condenada à morte por decapitação.

foto: wikipédia

09 DIAS

Pertinax era filho de um ex-escravo e ascendeu da pobreza para a casta mais alta de Roma. Depois de receber uma boa educação, tornou-se professor. Após o imperador Cómodo ser assassinado, na mesma noite, foi-lhe oferecido o cargo. 86 dias depois, foi assassinado por lutar contra a corrupção no Império Romano.

foto: wikipédia

24 DIAS

Imperador Públio Pertinax

foto: wikipédia

86 DIAS

ROMA

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SABIAS QUE... OS 8 REINOS MAIS CURTOS DA HISTÓRIA

HORAS

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Rei Dipendra Bir Dev Há 20 anos atrás, em 2001, dá-se um dos maiores massacres reais protagonizado pelo filho do rei do Nepal. Após uma discussão numa festa familiar, o príncipe de 50 anos, invade o evento com várias armas automáticas matando pai, mãe, os dois irmãos e outros elementos da família real. No final dispara para si próprio e permanece em coma durante 3 dias até morrer, período durante o qual foi tecnicamente Rei do Nepal.

ZANZIBAR Sultão Khalid Barghash A 25 de Agosto, Khālid Barghash, tomou o trono, antecipando o candidato apoiado pelos britânicos, Hamud Mohammed. Os britânicos deram um ultimato a Khālid: ou renunciar ao trono às 9H de 27 de agosto ou estar em guerra com a GrãBretanha. Khālid não desistiu e a Guerra Anglo-Zanzibar seguiu-se. Tendo durado menos de uma hora antes da rendição das forças de Khālid, é considerada a guerra mais curta na história.

CHINA Imperatriz Yuan Filha do imperador chinês Xiaoming e cujo nome é desconhecido. Filha do Imperador e da sua concubina Consort Pan, logo após seu nascimento, sua avó a Imperatriz viúva Hu, falsamente declarou que ela era um menino e ordenou um perdão geral. O imperador Xiaoming morreu logo depois. No dia 1 de abril de 528, a imperatriz instalou a criança no trono por algumas horas antes de substituí-la pelo seu filho, Yuan Zhao no próprio dia.

foto: aliexpress

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NEPAL

foto: wikipédia

02 DIAS

Após a morte do rei Ataúlfo, Sigérico assume o poder após disputa com Vália, o irmão do defunto rei. Ao alcançar o poder manda matar os 6 filhos de Ataúlfo para evitar pretendentes ao trono, no entanto, a situação torna-se intolerável para os apoiantes de Vália e 7 dias depois de assumir o poder no ano de 415, é assassinado.

foto: wikipédia

03 DIAS

Rei Sigérico

foto: wikipédia

07 DIAS

REINO VISIGODO


SABIAS QUE... OS 8 REINOS MAIS CURTOS DA HISTÓRIA

MINUTOS

Luis XIX Estando a monarquia num acentuado declínio, Carlos X, Rei da França e de Navarra coroado em 1825 abdica do poder sucedendo automaticamente o filho, Luís Antônio, que vinte minutos depois assinaria a própria abdicação em favor do sobrinho Henrique, Conde de Chambord.Porém o congresso rejeitou essa escolha e elegeu Luís Filipe III, Duque d’Orleães como o novo rei.

foto: wikipédia

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FRANÇA

“No jogo dos tronos, ou ganha-se ou morre-se. Não existem meios termos” George R.R. Martin

Carla Veiga

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

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Sara Graça é Petra Von Preta, afrodescendente via S.Vicente em Cabo Verde e uma artista multidisciplinar que se move em várias vertentes da arte. É uma exploradora nata nas formas de expressão artística e anda a dar nas vistas! Falámos com ela.


ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

Se tivesse de escolher tornar-me algo, o uma ideia que nunca me agradou, entã que fosse algo que me proporcionasse encontros e experiências diferentes

Qual das vertentes artísticas surgiu primeiro em ti e como foi essa escolha? É complicado escolher ao certo, mas acho que de forma natural, foi o desenho. Digo isto porque desde que me lembro que ando com uma caneta, no mínimo, para todo o lado. Sempre desenhei e gostei imenso de trabalhos criativos. Quando aprendi a escrever foi mais uma camada que podia utilizar para me expressar. No meu primeiro diário tinha muitos poemas acompanhados de desenhos. Com a adolescência, cruzei-me

com o graffiti e aí descobri mais uma técnica que me interessava, agora as letras em si podiam ser desenhos também. A questão da escala, finalmente poder explorar desenhos de grandes dimensões parecia incrível, pintar paredes e partilhar as minhas ideias com as pessoas. Foi um mundo novo que apareceu e eu abracei de bom grado. Na mesma altura experimentei fazer teatro e juntei-me a um grupo juvenil em Almada, a Cena Múltipla. Esta experiência proporcionoume algo que, sem saber era urgente, um espaço de partilha, diálogo.

Uma matéria que me permitia usar todas as capacidades, físicaemocional-intelectual, do meu corpo para criar e exprimir. O teatro veio escalar esta dinâmica de “abertura ao outro” que o graffiti me apresentou e acrescentar a fortalecer a ideia do coletivo, construir em coletivo! Aí tomei uma escolha consciente de prosseguir o teatro na esfera académica e profissional. Se tivesse de escolher tornar-me algo, uma ideia que nunca me agradou, então que fosse algo que me proporcionasse encontros e experiências diferentes.

al eu não n fi A !! !! k o i, b e c r e p Foi aí que ou ser iz tr a r e s e tr n e r e tenho que escolh nho te o ã n l a n fi a , r fo e pintora ou o qu s. E o o ic s s lá c s o ir z u d o r apenas que rep ue eu q i b e c r e p e u q é te mais importan nar! o ti s e u q e d o ã ç p o tinha a

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

Algures no teu caminho resolves explorar outras formas de expressão artística, o que te leva a fazeres essas várias incursões? Durante a licenciatura em teatro fiz parte de um coletivo, os Medalha d’Ouro, este grupo começou com uma ideia informal, 2 pessoas queriam fazer uma performance e juntaram uma malta de várias áreas, havia pessoal da dança, do teatro, pintura, streetart, cinema. A proposta era a seguinte: 2 pessoas vão a um espetáculo de teatro, aborrecidas decidem sair a meio e começam a andar pelo centro de Lisboa. No meio do percurso, vão passando por situações surreais, ações performadas pelos restantes artistas que participavam. O percurso desembocava numa lojinha (Cão Solteiro) na rua do poço dos negros, onde o publico assistia então a esta vídeo-performance. Este momento foi tipo o partir do espelho e o meu espectro de possibilidades entrou em curto circuito. O que nós estávamos a dizer era, pra mim, um Não massivo a uma ideia fechada de arte, dizer não a ideias pré-estabelecidas que a academia e o sistema procuram impor e/ou perpetuar. Estávamos a dizer não, mas a apresentar uma proposta: queríamos mais, mais variedades e queríamos ocupar as ruas com as nossas vozes e corpos. Foi aí que percebi, ok!!!! Afinal eu não tenho que escolher entre ser atriz ou ser pintora ou o que for, afinal não tenho apenas que reproduzir os clássicos. E o mais importante é que percebi que eu tinha a opção de questionar! Após esta performance, uma seleção natural reduziu o grupo a 10 pessoas e continuamos a explorar e cruzar diferentes disciplinas artísticas, a forma não era o ponto de partida, pensávamos o que queríamos fazer e depois era perceber qual era o melhor veículo para expressar as nossas ideias. Esta maneira de pensar, trago-a comigo até hoje e faz-me sentido assim.

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

Tens formação académica na área do Teatro, no entanto e de acordo com a tua pluridisciplinaridade, consideras que cada área de arte pode ser limitativa em termos da tua vontade de expressão? Acho que existem alguns limites que variam, vão desde limites técnicos, os que os materiais e matérias impõe naturalmente até a limites das minhas capacidades técnicas, como é que eu consigo manipular esses mesmos materiais/matérias. Ainda assim, acredito que alguns são impostos por concepções preestabelecidas de “como fazer”, ou como é “fazer bem” alguma coisa. Um amigo repetia bastante esta frase, não sei quem é o autor, “is when you touch the limit you see that you can go a little bit further”. É assim uma frase feita que gosto de revisitar. Existem mesmo muitas possibilidades, é só desligar esse chip do “que é suposto “e até mesmo um limite pode ser o trigger para encontrar uma expressão que nos sirva melhor. Por exemplo, falo muito disto em tom de piada, mas é uma verdade, na realidade da pintura, os materiais são extremamente caros, não é fácil ter grande variedade e quantidades de materiais, no entanto, a vontade e necessidade de produzir continua presente. Cheguei a muitos resultados, que hoje são técnicas pessoais que nasceram dessa “precariedade”, de uma aparente limitação. Atenção, não quero romantizar a falta de acesso a materiais ou condições, sei que chegaria a resultados igualmente positivos e satisfatórios se tivesse outro tipo de oportunidades ;)

Em 2019 participaste no espetáculo do músico Conan Osiris no Coliseu dos Recreios como bailarina e performer, consegues delinear um fio condutor de uma obra tua que possa por exemplo englobar a pintura, a palavra e escrita até ao movimento de corpo na tua performance física? O espectáculo do Conan Osiris, foi uma experiência incrível, mas numa área que nunca havia explorado até então, a dança. Apesar de não ter treinamento de dança, tenho uma relação de trabalho com o corpo, enquanto ferramenta de trabalho, objeto de pesquisa, etc. Todos os trabalhos que tenho feito, a título individual, seguem um fio condutor. Sinto que cada pergunta que me faço, traz mais perguntas, logo um projeto acaba inevitavelmente por me levar ao próximo. Um dos últimos trabalhos que apresentei, Solo Status, uma performance resultante de uma residência curada pelo coletivo SillySeason, é o objeto que engloba de uma forma mais visível para o público, essas expressões artísticas. Apresenteime em palco com uma série de retratos de pessoas-guias, onde lia e ouvia palavras minhas e dos retratados, enquanto fazia um auto-retrato ao vivo. Esta foi a minha tentativa de combater o isolamento e a ansiedade em alcançar posições de destaque- se não tenho a comunidade, então vou trazê-la da forma que posso para me apoiar e dar força. Trago as suas imagens, palavras e memórias, para não estar sozinha, e é assim que me vou compondo e ocupando a tela. Esta performance na verdade é a exposição do meu

formar São as minhas formas de diluir e trans as à a minha vivência. Não me refiro apen máticas, questão da forma, a nível das proble da obra as perguntas de partida, olho para ca como mais uma camada da cebola

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

processo individual, inevitavelmente vou passar pelo desenho, pela escrita e vou usar o corpo ou como suporte ou como matéria. São as minhas formas de diluir e transformar a minha vivência. Não me refiro apenas à questão da forma, a nível das problemáticas, as perguntas de partida, olho para cada obra como mais uma camada da cebola. Estou sempre, de certa forma, a falar das mesmas coisas, só que em momentos diferentes e logo com perspetivas diferentes, espero eu!

, em que o ri sá es ec n as m , ro u d o Foi um process , aí começou a as is co as it u m er b ce er p estava a s textos são O . te en m a h in m a d ão descolonizaç rências várias e fe re m co s o d za u cr s, ai pesso cretas, mas n co o it u m as ci n iê er p ex partem de condidos es o tã es s re o en rm o p s esse

Editaste recentemente, uma edição de autor de um livro conceptual intitulado "#musicasdomundo", falanos um pouco do conceito por trás e do teu processo para a construção desta obra. Este projeto é praticamente o início da cebola. Antes de “o parir”, estive um ano e meio fora, passei uma temporada em Cabo Verde, onde tive a oportunidade de finalmente conhecer grande parte do país.

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

Durante esta temporada voltei a recorrer ao desenho e à escrita, mas desta vez sozinha. Pensei em fazer um livro, criei o conceito, ilustrei-o, mas não sabia como o poderia produzir, então esse projeto acabou por transformar-se numa exposição, apresentada em S. Vicente e que marca o meu percurso a solo. Chamava-se Por Uma Natureza das Coisas, nestas ilustrações estava a refletir sobre identidade e qual era a minha identidade em concreto, o que significava este sentimento de não pertença, ser de um sítio e não ser ao mesmo tempo. Voltei a Portugal

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

carregada de perguntas e inquietações, agora estava preparada para voltar e enfrentar novamente esta realidade. Neste confronto com a minha identidade, foi impossível contornar a questão de género e racial que são parte do meu cartão de entrada neste mundo. Comecei a ler Fanon, Bell Hooks, ouvir palestras, procurar grupos. Mas estava a faltar-me ler ou encontrar coisas que estivessem próximas da minha realidade, que refletissem sobre o que é ser uma mulher negra portuguesa e se possível no meio artístico. Decidi então que queria fazer um livro, mas um livro à minha maneira. Inscrevi-me num curso de Auto-Edição, na Oficina do Cego, onde explorei várias técnicas artesanais e escolhi focar-me na tipografia e na cianotipia. Este livro parte da construção social da cor preta e da cor azul numa perspetiva eurocêntrica*. Em básicos, preto uma cor má e das bestas e azul, uma cor nobre e pura. Ao longo do livro eu- sujeitx afirmo a cor negra como uma cor de excelência, na tentativa de inverter a narrativa e contrariar uma linguagem (visual/ verbal) que está construída para operar contra algo muito específico. Como repito constantemente, sou Eu a denegrir a minha imagem. Foi um processo duro, mas necessário, em que estava a perceber muitas coisas, aí começou a descolonização da minha mente. Os textos são pessoais, cruzados com referencias várias e partem de experiências muito concretas, mas esses pormenores estão escondidos. O livro chama-se #musicasdomundo, porque pra mim é o meu ep-opeia, um 16x16 que contem 5 tracks. São 5 faixas em que estou a cantar sobre o mundo, sobre o que vejo e o que vivo, agora quem pegar nele é que decide que mundo acha que está a ouvir. *A história do Azul e do Preto de Michel Pastoreau

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Achas que ainda poderás ter espaço como artista para abraçares outras formas de expressão? Sim, sem dúvida! Não tenho o objetivo de dominar nenhuma forma de expressão artística, se lá chegar durante o caminho, será top! São conquistas, mais ferramentas, mais possibilidades. Olho para a arte talvez como 1 cozinheirx olha para o que está no mundo que habita, existem uma data de ingredientes e mais uma carrada de instrumentos para fazeres o que quiseres. Podes decidir fazer um bolo e usar as coisas pré-estabelecidas pra fazer um bolo, mas também podes decidir trocar as regras, inventar, misturar sabores, técnicas e criar cenas que tu vais gostar mais de comer. A cozinha é nossa.

Que projetos artísticos tens preparado para os próximos tempos? Existem alguns projetos em coletivo, mas a nível de criações individuais estou a trabalhar no próximo livro de autor A Series of Protective Styles. Este objeto será diferente do #MusicasdoMundo a nível de produção, quero fazer algo que seja mais democrático e acessível, explorar a serigrafia mais a fundo. Estou a magicar ainda a próxima exposição/ instalação, uma série de 3 obras, entre as quais está inserida a Humor Negro. Este é o meu trabalho mais recente, apresentado no evento KILOMBO, curado pela Aurora Negra. A exposição é uma nota, apenas para lembrar que a felicidade também serve como medida de liberdade. Reforçar a ideia de Black Joy! Para além do trabalho artístico, vou começar este ano um projeto educativo que criei com a minha grande amiga Puçanga, o Histórias Invisíveis. É um projeto que se propõe a trabalhar o conceito dos direitos humanos, identidade e memória histórica através das artes, dirigido a alunxs do 2 ciclo

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

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ENTREVISTA: PETRA VON PRETA

do básico. Estou muito entusiasmada com este arranque, já há muito que trabalho com crianças e jovens e é satisfatório poder pôr em prática algo que está a ser construído há muito tempo e com muito esforço e dedicação.

Qual a mensagem gostarias de deixar aos nossos leitores e "futuros colegas de profissão"? A verdade é que a mensagem pra mim é simples, enjoy! E por vezes fazer o simples é que é complicado. Não existe uma única forma de fazer as coisas, e não é preciso arranjar uma fórmula para agradar os outros. A estética é importante, mas a ética para mim é fundamental. Aproveitar a viagem, mas consciente de onde estamos e do que estamos a manifestar. Falar a nossa verdade.

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PESSOAS E IDEIAS QUE VALEM A PENA

Rosa Mota No rescaldo dos jogos olímpicos, onde Portugal obteve o melhor resultado de sempre, vamos homenagear uma das figuras que mais marcantes da história do desporto nacional, Rosa Mota. Rosa Maria Correia dos Santos Mota, mais conhecida como Rosa Mota, nasceu a 29 de junho de 1958, no Porto, foi uma maratonista portuguesa e foi a primeira portuguesa a conquistar a medalha de ouro por Portugal. Iniciando a carreira na adolescência, Rosa Mota destacou-se desde de muito cedo no desporto nacional, sagrou-se campeã nacional dos 1500 m, em 1974 e 1975, tendo sido recordista nacional por cinco vezes. Nos 300 m alcançou o título nacional, em 1974 e 1975, e bateu o recorde nacional por sete vezes. Nos 500 m foi campeã nacional, em 1981 e esse impacto extrapolou também para competições internacionais, conseguindo a medalha de ouro na sua primeira maratona em 1982, no Campeonato Europeu de Atletismo. Um dos momentos mais marcantes para desportista e para o desporto nacional, foi os Jogos Olímpicos de 1988 Seul Japão, onde vence o ouro tornam-se na campeã olímpica e mundial da maratona e na primeira portuguesa a conseguir esse título. Em 2004, a maratonista promoveu a maior corrida feminina em Portugal, com a participação de cerca de dez mil mulheres ajudando a arrecadar fundos para combater o cancro da mama Detentora de vários prémios é considerada uma das desportistas mais influentes do séc. XX. Convidamos a todos a descobrir e redescobrir a Rosa mota.

Maria Fernandes

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BITS & BITES Rede 5G (Quinta Geração)

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rede 5G é a quinta geração da rede móvel concebida para conectar todos virtualmente a todas as coisas incluindo máquinas, objetos e aparelhos. A tecnologia de redes sem fios 5G foi concebida para transferir dados com o apogeu (pico) de velocidade em multi-gigabits por segundo, dispor uma latência (tempo de transferência de pacotes de A para B) ultra baixa, proporcionar mais confiança, maior capacidade de rede massiva, aumentar a disponibilidade e aumentar também a experiência da utilização uniforme para maior número de utilizadores. Ela foi desenhada não só para entrega rápida e melhor serviço de internet quando comparada com a rede 4G LTE, mas também expandir-se nas novas áreas de serviços tais como troca de informações essenciais ou críticas bem como conexão massiva à internet das coisas – IoT. A rede 5G é baseada na multiplexação por divisão de frequências ortogonais (Orthogonal Frequency-Division Multiplexing – OFDM) que é um

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métodos de modulação de sinal digital sobre um conjunto de canais diferentes para reduzir interferência. Segundo os estudos efetuados, ela não tem propriamente um proprietário ou inventor, mas sim um conjunto de investigadores que contribuem para a sua existência e melhor funcionamento.Evolução e ou diferença entre as redes móveis e 5G. Primeira geração (1G) surgiu na década de 1980 e utilizava o sistema Advanced Mobile Phone System – AMPS que ainda não transmitia dados, apenas voz. O telemóvel famoso na altura era Motorola DynaTAC 8000x. Segunda Geração (2G) surgiu no início da década 1990 e utilizava tecnologias como Sistema Global para Comunicações Móveis – GSM, Acesso Múltiplo por Divisão de Tempo – TDMA e Code Division Multiple Access – CDMA. Com 2G foi disponibilizada as mensagens (Short Message Service – SMS) e transmissão de dados (via Internet). Terceira Geração (3G) surgiu no início da década 2000 e utilizava tecnologias CDMA-2000 e High


Speed Packet Access – HSPA. Disponibilizava vídeos chamadas e internet mais rápida que a 2G. Quarta Geração (4G LTE) surge na década 2010 incorporada com a tecnologia Long Term Evolution – LTE e traz consigo a banda larga móvel e internet com mais capacidade tanto de upload como de download de pacotes. Todas as gerações (1G, 2G, 3G, 4G) conduziram-nos até a rede 5G que foi desenhada para fornecer mais conectividade alguma vez já disponibilizada.

A EVOLUÇÃO DOS ECRÃS ENQUANTO EVOLUÍA A REDE MÓVEL

Qual foi o seu primeiro telemóvel e a sua geração? Com a rede 5G espera-se:

Gigabytes em 1 segundo,

Vídeo 3D, ecrãs de Ultra alta definição – UHD,

Casas inteligentes,

Trabalhar e jogar na nuvem,

Comando de voz,

Realidade aumentada.

Cidades inteligentes.

Automatização da Indústria,

Carros autónomos.

Aplicações para missões críticas.

Espero que agora estejamos preparados para aproveitar todas essas melhorias. Emil Veloso

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A 22

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A Vida e Obra da Bué Fixe, 18 anos de existência. No próximo dia 13 de setembro a Associação Bué Fixe completa 18 anos aquando da sua criação enquanto associação ao serviço dos jovens adolescentes e não só. Sendo esta uma associação focada no desenvolvimento de actividades de educação para a proteção e promoção da saúde dos jovens, com prioridade para a prevenção de fatores de maior risco de gravidez indesejada, infeções de transmissão sexual, incluindo o VIH, uso e abuso de drogas, violência no namoro. A sua grande missão é mudar comportamentos de risco, relativamente a questões ligadas à saúde sexual dos jovens, através de ações de educação para a saúde. 18 anos de vida para uma associação é um marco importante que merece ser celebrado, afinal de contas é a maioridade desta jovem organização e muitas foram as batalhas vencidas, desafios superados, vários momentos de conflitos vencidos, que nos fizeram crescer como associação. Estamos todos de parabéns e só temos que comemorar!! Desta forma, alusivo ao aniversário da Bué Fixe, pretende-se organizar um evento que reflita a vida e obra da Associação ao longo destes 18 anos. O evento da comemoração do aniversário da associação, terá lugar no dia 18 de Setembro, sábado às 15:00H, na sala

2 no Instituto Português de Desporto e Juventude (IDPJ), localizado na Rua de Moscavide 71, 1990-100 Lisboa. No que toca a programação do evento, irá realizar-se uma momento de Debate sobre a vida e obra da Associação ao longo destes 18 anos da sua existência; Exibição de vídeos e testemunhos do impacto desta organização na comunidade; Um momento de coffee break e performance cultural onde teremos jovens artistas em atuação; haverá um momento dedicado a homenagens e agradecimentos aos que têm apoiado os projetos e atividades da Bué fixe ao longo destes 18 anos – será este o momento da entrega de certificados aos jovens e instituições que se empenharam de forma voluntária nas causas da Bué fixe. O momento da conferência conta com a presença de individualidades representantes ACM; IPDJ; Câmara Municipal da Amadora, sendo estas algumas das instituições parceiras da Bué Fixe que irão dar o seu testemunho como entidades que apoiam as causas, atividades e projetos da Associação. Quitéria Chilaúle a Coordenadora do evento

Quitéria Chilaúle

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